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PROTOCOLO FISIOTERAPÊUTICO PARA ARTROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL CURSO DE FISIOTERAPIA – FHO - UNIARARAS IDEALIZADORES PROFa. MA. ANA PAULA DE AGUIAR PROF. MDO. DOUGLAS D. MEGIATTO FILHO PROFa. ESP. KEROLEN KRISTINE BUGLIO ORGANIZADORES: DISCENTES DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA ANA CAROLINA CORRÊA ARIELE PRISCILA DA SILVA SABRINA BIANCHETTI JULIANA OLIVEIRA FREITAS LETÍCIA DE LIMA RAONY MENEGUETE PANCIERI TAYNARA T. DE LIMA SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4 ANATOMIA DO QUADRIL ................................................................................. 5 ARTROPLASTIA DO QUADRIL ........................................................................ 7 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES ......................................................... 11 RISCOS DA CIRURGIA ................................................................................... 12 TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO ............................................................ 14 PROTOCOLO PRÉ OPERATÓRIO ........................................................................... 15 PROTOCOLO PÓS OPERATORIO ........................................................................... 29 FASE HOSPITALAR .............................................................................................. 30 FASE AMBULATORIAL .......................................................................................... 37 CUIDADOS E ORIENTAÇÕES ........................................................................ 49 ANEXO 1 .......................................................................................................... 51 ANEXO 2 .......................................................................................................... 52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 57 4 INTRODUÇÃO A artroplastia total de quadril é um procedimento cirúrgico, na qual, há substituição da articulação do quadril por prótese, podendo ser por peças de metal, cerâmica ou plástica. Existem inúmeros tipos de prótese do quadril, nas quais, a indicação dependerá do tipo de patologia ou trauma que acometeu a articulação, a idade do paciente, entre outros fatores. Esta substituição é mais recomendada em pacientes idosos, porém há casos necessários em pessoas jovens devido a fatores como degeneração, inflamações ou impactos traumáticos, acometendo a articulação coxofemoral, causando dor e restrição do movimento em suas atividades diárias, incapacitando assim o paciente. Essa cirurgia possui o objetivo de restabelecer os movimentos da articulação e aliviar a dor (FERNANDES, 2011). Apesar da cirurgia possuir benefícios, é considerada um procedimento cirúrgico de grande porte com incidência elevada de complicações pré e pós- operatórias como infecções, trombose venosa profunda (TVP), embolia pulmonar, etc. (HONDA et al, 2013). Dessa forma, este protocolo possui a finalidade de orientar profissionais a respeito de pacientes submetidos ao procedimento as indicações e contraindicações, os riscos cirúrgicos, a importância da atuação da fisioterapia no período pré e pós-operatório reduzindo a incidência de complicações para receber alta hospitalar o mais rápido possível. 5 ANATOMIA DO QUADRIL O quadril é uma das maiores articulações do corpo, composta pelo acetábulo, o qual é formado pela fusão dos ossos ilíaco, ísquio e púbis. O ílio é o maior entre eles, composto de uma grande asa tipo leque e de um corpo inferiormente posicionado. Já o ísquio é composto de um corpo, que contribui para a composição do mesmo em um ramo, o púbis, que é o menor dos três ossos consiste em um corpo e ramos inferiores e superiores. Em sua borda existe uma estrutura de cartilagem fibrosa chamada de lábrum, onde tem papel importante na manutenção da distribuição homogênea de peso. E é composta tambem pelo fêmur que é um osso longo composto por uma diáfise e duas epífises, em sua epífise proximal, possui a cabeça do fêmur, colo anatômico o qual liga a cabeça com o corpo do osso e trocanter maior e menor, estes componentes se articulam juntamente ao quadril, já em sua epífise distal, contém a face patelar, côndilos medial e lateral e epicôndilos medial e lateral estes, se articulam junto a patela e a tíbia. E por fim a diáfise, que possui a linha áspera, glútea, pectínea e espiral. Circundando esta articulação, há uma forte e densa cápsula articular sinovial, que tem como função absorver impactos. Esta articulação possui movimentos de flexão/extensão, abdução/adução e rotação interna/externa quando não há a presença de patologias limitantes. A limitação desses movimentos se dá pela resistência dos ligamentos e da musculatura que circunda esta articulação. Seus principais ligamentos são: iliofemoral, pubofemoral, isquiofemoral, inguinal e ligamento redondo. Por estar sujeita a forças mecânicas, esta articulação, encontra-se mais suscetível a diferentes tipos de lesões, como desgaste natural, patologias ou fraturas, provocando assim, o seu mau funcionamento, causando dor, e limitação de amplitude de movimento. Quando todas estas estruturas funcionam corretamente e, em harmonia, as mesmas permitem que haja movimentos de fácil execução e sem a presença de dor. A dor não aparece nos estágios iniciais pois, o contato entre os ossos se dá na região da cartilagem onde não há a presença de inervação. Porém, quando há desgaste desta 6 cartilagem, os ossos passam a ter contato direto, e além de causar dores, limita movimentos (perda progressiva da mobilidade) e assim, dificulta a execução de ativid ades de vida diária s (BUS ATO, 2014) . Fonte: Polesello (2018) 7 Fonte: Pinheiro (2018) ARTROPLASTIA DO QUADRIL De acordo com Umpierres (2012), é um procedimento cirúrgico onde consiste na substituição da articulação degenerada pela implantação de uma prótese com componente femoral e acetabular. Atualmente, os componentes femorais das próteses totais de quadril (PTQ) são feitos de titânio, vanádio ou ligas de níquel e cobalto e os componentes acetabulares são feitos de polietileno de alta densidade. Essas próteses podem ser feitas de diferentes materiais como metal, cerâmica, titânio, polietileno. Após a realização de vários exames pré-operatórios, o cirurgião ortopédico utiliza as radiografias do quadril do paciente para fazer o planejamento da cirurgia, sendo possível realizar a estimativa do tamanho da prótese a ser usada. Vale ressaltar que por melhores que sejam os resultados da cirurgia, os implantes sintéticos da prótese nunca serão melhores que o quadril saudável. Portanto, a cirurgia de artroplastia deve ser muito bem indicada e, normalmente está entre as últimas opções de tratamento para as doenças do quadril como em casos de falha dos tratamentos conservadores ou minimamente invasivos. A artroplastia do quadril pode ser parcial ou total, cimentadas ou não cimentadas,híbridas e endopróteses sendo: 8 Artroplastia parcial de quadril: ocorre a substituição apenas do componente femoral (parte femoral proximal), ou seja, não há substituição do rolamento e da cartilagem acetabular do paciente. É mais utilizada em pacientes idosos, com fratura do colo do fêmur, coo morbidades que determinam baixa funcionalidade, porém, tem menos durabilidade comparado a artroplastia total do quadril. Artroplastia total do quadril: ocorre a substituição total da articulação, ou seja, tanto da extremidade proximal do fêmur quanto do acetábulo. Apresenta resultados satisfatórios e, os materiais envolvidos nesse tipo de procedimento são: metal-polietileno, cerâmica-polietileno e cerâmica- cerâmica. Porém, essa prótese apresenta um desgaste causando afrouxamento e dilatação do material sendo assim recomendado uma troca de prótese. Artroplastia cimentada: são utilizados cimentos ósseos ortopédicos (polimetilmetacrilato) para a fixação dos componentes da prótese. O uso do cimento acrílico minimiza as frequentes solturas dos componentes em próteses metal-metal. Esse material é de alta densidade, geralmente utilizado em pacientes idosos. 9 Fonte: Dani e Azevedo (2006) Fonte: Arruda (2010) Artroplastia não cimentada: os componentes da prótese são fixados diretamente na superfície óssea sem a utilização de cimento ortopédico. O uso do componente acetabular não cimentado permite diminuir a quantidade de substância óssea removida do teto acetabular e o componente de forma hemisférica deve ser empregado com esse objetivo. Esse tipo é mais recomendado para pacientes mais novos e com boa qualidade óssea. Fonte: Dani e Azevedo (2006) Fonte: Arruda (2010) 10 Artroplastia com prótese híbrida: o componente femoral é cimentado e o componente acetabular é fixado na superfície acetabular sem cimento, ou seja, a pelve é fixada por parafusos. É mais indicada para pacientes até 75 anos de idade. Fonte: Dani e Azevedo (2006) Artroplastia utilizando endopróteses: é feito a substituição de grandes segmentos ósseos do fêmur, por exemplo, em caso de tumores. 11 Fonte: Silva et al (2016) As diferenças de resistência de cada elemento e o desgaste das superfícies de contato definem as curvas de sobrevida das próteses. Os materiais mais modernos têm curvas de estimativa de sobrevida ao redor de 20 anos. INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES Segundo Rabello et al (2008), no início sua indicação estava restrita a pacientes mais idosos e com demanda funcional menor. No entanto, o aperfeiçoamento da técnica cirúrgica, a evolução dos implantes e das superfícies de atrito, proporcionando menor desgaste, fizeram ampliar o 12 universo dos pacientes que puderam se beneficiar com esse procedimento. Sendo assim, a indicação principal para o caso da artroplastia é quando o quadril sofre um processo degenerativo, encontrando-se muito danificado e, devido a esses fatores, o paciente apresenta dores diárias e intensas progressivas inclusive de caráter noturno, uso diário de medicação analgésica ou anti-inflamatória, incapacidade parcial de atividade diárias como higiene pessoal e vestuário e limitação progressiva da amplitude articular evoluindo com atrofia muscular difusa com fraqueza muscular de glúteo médio. As contraindicações que devem ser levadas em consideração são presença de infecção ativa localizada ou sistêmica, além de fatores como obesidade, presença de paralisia na região da articulação e fraqueza muscular grave como no caso da poliomielite. Além disso deve-se levar em consideração o quadro clínico do paciente, o diagnóstico radiográfico, para assim auxiliar na indicação e planejamento pré-operatório (FERNANDES, 2011). RISCOS DA CIRURGIA Segundo Honda et al (2013) a artroplastia de quadril é considerada uma cirurgia de grande porte. Portanto, apresenta riscos e complicações pós- operatórias como: 13 Complicações circulatórias e cardiopulmonares, como a formação de coágulos sanguíneos em membros inferiores, gerando obstrução venosa, dificultando o retorno sanguíneo dos membros inferiores ao coração. Alguns fatores aumentam o risco para complicações tromboembólicas como doenças genéticas de hipercoagulação, neoplasias, histórico de trombose e\ou AVC, lesão de medula, dentre outros; Luxação da prótese a qual pode ser causada pelo posicionamento inadequado da prótese durante a operação ou devido a movimentos inadequados realizados pelo paciente; Discrepância de comprimento de membros inferiores quase sempre causada pelo alongamento do membro operado, e muitas vezes é um recurso utilizado pelo cirurgião para aumentar a estabilidade da prótese e prevenir uma futura luxação; Infecção por bactérias advindas de outro local corporal como pele, tecido subcutâneo, pulmões e sistema urinário. Estas podem ocorrer na superfície da ferida ou internamente em volta da prótese, aparece durante o período de permanência hospitalar ou no retorno para a casa; Desgaste, acontece na junta da prótese promovendo a formação de partículas que podem causar lesões. Nesse caso, a troca do implante é indicada; Soltura dos implantes protéticos que ocorre no componente femoral e acetabular sejam eles cimentados ou não cimentados, podendo ser resultante do afinamento biológico ósseo denominado osteólise. Nestes casos, poderá ser necessário revisão cirúrgica; Podem ocorrer lesões dos feixes nervosos e dos vasos sanguíneos, sangramento, fraturas e rigidez. Em um pequeno número de pacientes, parte das dores pode persistir, ou novas dores podem surgir depois da cirurgia. Com menor frequência, poderá ocorrer o surgimento de: Reações alérgicas; 14 Complicações anestésicas e medicamentosas; Hemorragias; Complicações médicas significativas como parada cardiorrespiratória, embolia pulmonar (TEP), e acidente vascular cerebral (AVC). TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO A Fisioterapia é um importante componente nos estágios pré e pós- cirúrgicos na artroplastia de quadril. É recomendado que o tratamento 15 fisioterapêutico compreenda um programa de exercícios, com mobilização diária e treino de marcha durante a fase hospitalar, atuando na reabilitação motora e preventiva evitando assim complicações, deformidades e fraqueza muscular e, consequentemente, a limitação da amplitude de movimento articular, não permitindo que esses fatores se tornem limitantes para a deambulação (BONVICINE, 2006).PROTOCOLO PRÉ-OPERATÓRIO É necessária a realização de avaliação fisioterapêutica no paciente que se submeterá a cirurgia de artroplastia de quadril para que se possa observar as capacidades e limitações do paciente, e diante disso, estabelecer um plano 16 de tratamento. Esse tratamento tem por meta prevenir ou corrigir possíveis disfunções, preservando assim a mobilidade, força, equilíbrio e habilidades funcionais do paciente. 1a – 2a Sessão Avaliação A avaliação do paciente tem por finalidade, levantar dados que ajudarão a estabelecer um diagnóstico cinético funcional, para elaboração do plano de tratamento. Anamnese Na anamnese o fisioterapeuta deverá colher as informações do paciente, podendo ser dirigida (conduzida com perguntas) ou livre (conduzida sem regras). Nessa etapa deverão ser fichados os dados pessoais, diagnóstico médico, hábitos, doenças crônicas ou agudas, uso de medicamentos, história atual e pregressa, exames complementares, queixa principal e qual o objetivo do paciente com a fisioterapia. Inspeção A inspeção se inicia quando o paciente entra na sala de exame, observando com atenção a marcha. A avaliação deve ser realizada na vista anterior, posterior e lateral, observando postura, simetria (comparação bilateral), desequilíbrios e trofismo musculares, contorno ósseo, cicatrizes, edemas, deformidades, inchaço, coloração da pele, lesões, entre outros. Obs: A região a ser inspecionada deve estar desnuda. Palpação 1. Espinha ilíaca antero – superior 2. Crista ilíaca 3. Espinha ilíaca póstero – superior 17 4. Trocânter maior do fêmur 5. Tuberosidade isquiática 6. Coluna lombar 7. Púbis 8. Principais músculos do quadril: o Flexores de quadril (iliopsoas, reto femoral e sartório) o Abdutores (glúteos médio e mínimo) o Extensores (glúteo máximo, isquiotibiais) o Adutores (adutores longo, curto e magno, pectíneo e grácil) Nível de dor Objetivo: classificar o grau da dor, através de uma escala visual numérica, onde o paciente deverá sinalizar qual o nível da dor, sendo 10 para máximo de dor e 0 para mínimo de dor. Fonte: Teixeira et al (2011) Goniometria Flexão de Quadril 18 Ocorre no plano sagital entre a cabeça do fêmur e a fossa do acetábulo. Amplitude articular com o joelho fletido: 0°-125°. Paciente em decúbito dorsal com joelho fletido. Coloca-se o braço fixo do goniômetro na linha média axilar do tronco, e o braço móvel paralelo a superfície lateral da coxa, em direção ao côndilo lateral do fêmur. O eixo situa-se aproximadamente ao nível do trocanter maior do fêmur. Solicita-se que realize flexão máxima de quadril. Braço móvel deve deslizar junto ao movimento. Extensão de Quadril Ocorre no plano sagital, amplitude articular: 0°-10°. Paciente em decúbito ventral. Braço fixo do goniômetro deverá ser colocado na linha axilar média do tronco, e braço móvel ao longo da superfície lateral da coxa, em direção ao côndilo lateral do fêmur. O eixo situa-se aproximadamente ao nível do trocanter maior. Solicita-se que realize extensão máxima do quadril. Abdução Na posição anatômica, o movimento ocorre no plano frontal. Amplitude articular: 0°- 45°. Paciente em decúbito dorsal, o braço fixo do goniômetro deverá ser colocado nivelado sobre as espinhas ilíacas ântero – superiores e o braço móvel sobre a região anterior da coxa. O eixo situa-se aproximadamente ao nível o trocanter maior do fêmur. Solicita-se que realize abdução máxima de quadril. Adução Na posição teste, o movimento de adução ocorre no plano frontal. Amplitude Articular: 0°-15°.Paciente em decúbito dorsal, braço fixo do goniômetro deverá ser colocado nivelado com as espinhas ilíacas ântero superiores, e braço móvel ficara ao longo da região anterior da coxa. O eixo situa-se aproximadamente ao nível do trocanter maior do fêmur. Solicita-se que realize uma adução de quadril, se atentando para que o membro contralateral realize anteriormente uma 19 abdução de quadril. Rotação medial Na posição teste, o movimento de rotação medial ocorre no plano frontal. Amplitude articular: 0°- 45°. Paciente sentado, braço fixo do goniômetro deverá ser colocado sobre a linha média anterior da tíbia, e braço móvel ao longo da tuberosidade da tíbia e deve acompanhar o movimento. O eixo situa – se na face anterior da patela. Solicita-se que realize rotação medial máxima de quadril. Rotação lateral Na posição anatômica, o movimento de rotação medial ocorre no plano frontal. Amplitude Articular: 0°-45°. Paciente sentado, braço fixo do goniômetro deverá ser colocado perpendicular a margem anterior da tíbia paralelo ao solo e braço móvel sobre a margem anterior da tíbia. O eixo situa-se na face anterior da patela. Solicita-se que realize rotação lateral máxima de quadril. Testes Ortopédicos Teste de Trendelemburg Paciente em posição ortostática, solicitar a flexão de quadril. Se o paciente for capaz de manter o nível da pelve sem compensações, o teste é considerado normal. 20 Fonte: Marra (2017) Teste de impacto acetabular Paciente em decúbito dorsal. o fisioterapeuta coloca o quadril em flexão completa, rotação externa e abdução completa. A seguir ele estende o quadril realizando rotação interna e adução. Fonte: Gusmão (2012) Teste de Hibb Paciente em decúbito ventral, flexionar a perna até a nádega e move-la para fora (rotação interna de quadril) fazendo a cabeça do fêmur rodar internamente sobre a fossa do acetábulo. Se o paciente relatar dor na articulação sacroilíca, pode indicar presença de lesão, processo inflamatório ou entorse dos ligamentos sacroilíacos 21 Fonte: Medisavvy (2013) Teste de bigorna Posicionamento em decúbito dorsal, percutir na região inferior do calcâneo com o punho. Positivo se apresentar dor localizada no quadril, sendo indicativo de fratura da cabeça do fêmur ou patologia articular do quadril. Fonte: Medina (2015) Avaliar tambem: 1. Escala de Merle D´Aubigné e Postel (ANEXO 1) Objetivo: Avaliar a dor, marcha e mobilidade do paciente. 2. Escala de Berg (Anexo 2) Objetivo: Pontuar o grau de equilíbrio. Abordagem Cirúrgica Será explicado ao paciente, a forma de abordagem da realização do procedimento cirurgico, bem como sobre os riscos a respeito da mesma e orientações a serem tomadas durante o pós-operatório. 22 Abordagem Posterior A abordagem posterior o paciente é posicionado em decúbito lateral (deitado sobre o lado oposto ao operado). A incisão na pele começa lateralmente na coxa e termina posteriormente na região glútea. Esta abordagem tem como vantagem a preservação da musculatura abdutora e menor taxa de claudicação pós-operatória. A desvantagem é que apresenta maiores taxas de luxação da prótese. Abordagem Anterior A abordagem anterior o paciente é posicionado em DD. Esta via acessa o quadril sem a desinserção de músculos, as taxas de deslocamento são as menores e com preservação da musculatura abdutora. Pacientes com deformidades do fêmur e acetábulo não sãobons candidatos a abordagem anterior. Abordagem lateral Para esta abordagem o paciente pode estar em decúbito lateral ou dorsal. Esta abordagem também é conhecida como Hardinge e é realizada através da incisão na pele da parte lateral do quadril. Ela apresenta maior chance de claudicação em relação a abordagem póstero lateral. Porém a taxa de deslocamento da prótese é menor e existem modificações técnicas permitindo menor agressão aos músculos abdutores. Assim como todo procedimento cirúrgico, a ATQ também apresenta riscos, sendo eles de infecções locais e luxação da prótese, devido a movimentos contraindicados no pós-operatório. Obs: Utilize vídeos explicativos de fácil compreensão do paciente, que demonstre a abordagem cirúrgica de ATQ. Alongamentos de membros inferiores 23 Adutores de quadril Paciente sentado, solicite uma flexão de joelhos com abdução de quadril, de forma que a face plantar dos pés se unam. Empurre levemente os joelhos para os lados com os cotovelos, posicione as mãos no tornozelo e flexione o tronco. Manter o alongamento por 20 a 30 segundos. Este não deverá ser realizado se houver suspeita de fratura no quadril. Fonte: Farias (2015) Quadríceps 24 Paciente na posição uni-podal, solicite ao paciente uma flexão máxima de joelho auxiliada com a mão contralateral no tornozelo. Manter o alongamento por 20 a 30 segundos. Fonte: Farias (2015) Extensores do quadril Paciente em decúbito dorsal com flexão de joelho e quadril, solicite ao paciente que leve a perna flexionada o mais próximo do tronco, com o auxílio das mãos entrelaçadas, sem que a coluna saia do tablado. Manter o alongamento por 20 a 30 segundos. Fonte: Farias (2015) 3ª - 4ª Sessão 25 Fortalecimento de membros inferiores Quadríceps Paciente sentado em uma cadeira com joelhos flexionados a 90º e com resistência nos tornozelos. Solicite uma extensão de joelho até 45º ou 60º. Realizar 5 series de 10 repetições. Extensores de Quadril e Glúteo máximo Paciente em posição ortostática. Utilize uma faixa elástica presa em barra fixa e na articulação do tornozelo para gerar uma resistência. Solicite extensão de quadril. Realizar 5 series de 10 repetições. 26 Flexores Plantares Paciente em posição ortostática, apoiando as mãos contra uma superfície fixa. Solicite que realize plantiflexão, que será resistida pelo peso corporal, favorecendo o fortalecimento de sóleo e gastrocnêmico. Realizar 5 series de 10 repetições. Abdutores e Glúteo máximo Paciente em DD e com os joelhos flexionados, utilize faixa elástica 27 circular na região da coxa deixando os joelhos afastados. Solicite o movimento de ponte, fazendo uma elevação de quadril e abdução de quadril. As mãos do paciente devem estar apoiadas no tablado, junto ao corpo. Realizar 5 series de 10 repetições. 5ª – 6ª Sessão Continuação alongamentos e exercícios de fortalecimento Mobilização articular Objetivo: Estimular a atividade biológica, movimentar o líquido sinovial que traz nutrientes para a cartilagem avascular das superfícies articulares e fibrocartilagens intra-articulares e mantem extensibilidade e força de tensão nos tecidos articulares. **O fisioterapeuta deverá mobiliar as articulações do quadril, joelho e tornozelo. 7ª – 8ª Sessão Continuação dos alongamentos e dos exercícios de fortalecimento Exercícios respiratórios Inspiração Fracionada Paciente deverá inspirar pelas narinas pausadamente, com inspirações curtas e sucessivas seguida de pequenas apnéias (aproximadamente 2 segundos) até atingir a capacidade pulmonar total e em seguida realizar 28 expiração bucal lenta. Este exercício tem como finalidade evitar possíveis atelectasias ou outras complicações respiratórias contribuindo também para o aumento da expansão pulmonar, repita por 10 vezes. Recurso auxiliar (Respiron): Paciente realizará 30 inspirações com a orientação de manter as 3 esferas no topo por 3 segundos, sendo aumentado o grau de dificuldade do exercício conforme paciente adquira facilidade na execução do exercício. Para realização do mesmo, utilizar o respiron para expansão pulmonar e fortalecimento de músculos respiratórios como forma de preparação dos pulmões para uma extubação mais segura e rápida. 29 9ª – 10ª Sessão Continuação dos exercícios de fortalecimento, alongamentos e dos exercícios respiratórios. 30 PROTOCOLO PÓS OPERATÓRIO A atuação da fisioterapia no pós-operatório deve ser iniciada precocemente após a cirurgia. Visa posicionar adequadamente o membro, retirar o paciente do leito com a máxima brevidade possível, reestabelecer amplitude de movimentos e força muscular, reduzir comorbidades motora/respiratória, recuperar o equilíbrio e a marcha, orientar quanto precauções a serem tomadas, facilitar a retomada de confiança e segurança e reduzir o tempo de internação. Quando essa mobilização precoce não é realizada, pode facilitar o surgimento de complicações secundárias à imobilidade, como trombose venosa profunda, retenção urinária, íleo paralítico e problemas respiratórios. Este protocolo é divido em dez sessões de fisioterapia, o paciente será submetido a exercícios e técnicas para restaurar suas funções respiratórias, articulares e musculares. Objetivos Gerais da Fisioterapia Restaurar e manter completa amplitude de movimento; Melhorar e restaurar a força muscular; Reduzir e/ou prevenir edemas; Manter a representação cortical do segmento; Manter a função do sistema nervoso; Manter a função respiratória. 31 FASE HOSPITALAR 1ª – 2ª Sessão Posicionamento adequado no leito, paciente deverá ficar com o quadril abduzido, levemente fletido e neutro para rotação (isso pode ser feito com uma almofada para abdução, splint ou o paciente pode ser colocado com a panturrilha apoiada). Esse posicionamento favorece o retorno venoso e ajuda na diminuição da dor, visto que durante a cirurgia o membro operado, sofre luxação e é colocado em adução. Os exercícios a seguir são realizados até alta hospitalar, para prevenção de problemas respiratórios, cardíacos e articulares nos pós cirúrgicos. Exercícios respiratórios Inspiração fracionada Orientar o (a) paciente para realizar inspiração fracionada, onde o (a) mesmo (a) deverá inspirar pausadamente com as narinas, fazendo inspirações curtas e sucessivas com pequenas apneias até atingir a capacidade pulmonar total e em seguida realizar uma expiração bucal. Esse exercício tem a finalidade de evitar possíveis atelectasias ou outras complicações respiratórias. 32 ** De acordo com a ausculta pulmonar se houver apresença de secreções, poderá ser realizado manobras de higiene brônquica como: Vibrocompressão É realizada com as mãos espalmadas, acopladas e com certa pressão no tórax do paciente, o punho e o cotovelo de quem aplica deverão permanecer imóveis impulsionando os movimentos vibratórios (tremor energético) com um trabalho mecânico proveniente da musculatura do braço e do ombro, deixando os demais grupos musculares do membro superiores contraídos isometricamente e as articulações do punho e do cotovelo imóveis. Técnica expiratória forçada ou Huff A técnica de expiração forçada consiste de um ou dois huffs (expirações forçadas, seguida de uma inspiração lenta e controlada). As secreções brônquicas mobilizadas para as vias aéreas superiores são, então, expectoradas e o processo é repetido até que se obtenha limpeza brônquica máxima. O paciente pode reforçar a expiração forçada pela auto compressão da parede torácica com um rápido movimento de adução dos braços. Respiron Paciente realizará 30 inspirações com a orientação de manter as 3 esferas no topo por 3 segundos, sendo aumentado o grau de dificuldade do exercício conforme paciente adquira facilidade na execução do exercício. Para realização desse exercício utilizar o respiron para expansão pulmonar e fortalecimento de músculos respiratórios como forma de preparação dos pulmões para uma extubação mais segura e rápida. 33 Logo que o paciente sair da cirurgia, possivelmente haverá edema local onde, é recomendada a realização de drenagem linfática manual. A drenagem linfática é realizada com o paciente em decúbito dorsal, colocando algo que eleve os membros inferiores dele, facilitando o retorno venoso e evitando complicações trombolíticas. Alongamentos Isquiotibiais Com o paciente em decúbito dorsal apoiando o tronco com os membros superiores terapeuta apoia em seu ombro o membro a ser alongado empurrando-o para cima e tracionando o joelho para uma extensão permanecendo por 20 segundos. (Se atentar para o grau de elevação para PO imediato devendo permanecer abaixo de 90º) 34 Tríceps sural Com o paciente deitado em decúbito dorsal, o fisioterapeuta posiciona uma mão mantendo a extensão do joelho e com a outra realiza uma dorsiflexão de tornozelo até o limite dado pelo paciente e permanecer por 20 segundos. Exercícios ativos Dorsiflexão e Flexão plantar 35 Exercícios de dorsiflexão e flexão plantar, ou seja, pé para cima e para baixo, de maneira rápida e constante – 20 vezes. Pode ser dificultado utilizando resistências como lençol, toalha ou faixas elásticas realizando o mesmo movimento. Deve ser feito bilateralmente. Esse exercício possui a finalidade de melhorar a circulação sanguínea evitando complicações como formações de coágulos no pós-operatório. Flexão e extensão de joelho Realizar exercícios com o (a) paciente em decúbito dorsal, orientando para que ele (a) deslize os calcanhares sobre a cama em direção ao glúteo, flexionando os joelhos e depois retorná-los à posição inicial. Realizar o movimento 36 bilateralmente. Fazer 3 séries de 10 repetições. Atenção, não exceder 90º de amplitude de movimento. 2 Abdução de quadril Com o paciente em decúbito dorsal ou sentado (ângulos menores que 90º), solicite o movimento ativo de abdução de quadril deslizando o pé sobre o leito, em seguida retorne fazendo uma adução sem ultrapassar a linha média. Realizar 3 séries de 10 repetições. Com o paciente sentado, realizar treino cardiorrespiratório com o cicloergômetro nos membros superiores. Paciente deverá realizar o movimento de 15 a 20 minutos, aumentando a frequência cardíaca e respiratória, melhorando a aptidão do paciente na sua recuperação. 37 Realizar treino para que o paciente passe de sentado para em pé com auxílio de dispositivo de marcha, preferencialmente andador. Paciente em pé com andador, peça ao mesmo que jogue o corpo de um lado para o outro, principalmente do lado com a prótese, realizando assim treinamento de descargas de peso para a perna operada. Deambulação 38 Paciente na posição ortostática, com MMII abduzidos e com auxílio de um andador, solicite uma caminhada em curtos passos. Oriente para que durante a caminhada o paciente não faça rotação de tronco e mantenha os MMII em abdução. Obs: Regular o andador na altura de trocânter do paciente FASE AMBULATORIAL 3ª - 5ª Sessão Avaliar: 1. Inspeção 2. Palpação 3. Goniometria 4. Teste de força muscular 5. Nível de dor 39 Continuação dos exercícios respiratórios Progressão dos alongamentos Exercícios de fortalecimento Flexão de joelho e tornozelo Posicionar uma bolinha de borracha embaixo do calcanhar e pedir que o paciente puxe e empurre a bolinha realizando flexão e extensão do joelho (Atenção para não exceder 90º de flexão de quadril). Para o tornozelo, pedir que o paciente leve as pontas dos dedos em direção a cabeça e depois em direção ao chão. Repetir 3 vezes cada. Elevação de quadril Paciente em decúbito dorsal com os joelhos flexionados e uma leve abdução de quadril. Solicite o movimento de ponte, fazendo uma elevação de quadril. As mãos do paciente devem estar apoiadas no tablado, junto ao corpo. 40 Abdução de quadril Paciente em decúbito lateral com os joelhos semi-fletidos e o tronco alinhado, solicitar abdução de quadril mantendo os pés unidos. Plantiflexão Paciente em posição ortostática, apoiando as mãos contra uma superfície fixa. Solicite que realize plantiflexão, a flexão será resistida pelo peso corporal favorecendo o fortalecimento de tríceps sural. 41 Flexão de joelho, Dorsiflexão e Plantiflexão Paciente em decúbito ventral. Terapeuta posiciona a faixa elástica na região do tríceps sural e faz uma leve tração pedindo para que ele faça força para fletir o joelho. Repetir 5 vezes. Na mesma posição, joelho flexionado, colocar a faixa elástica na planta do pé tracionando para baixo e pedir que o paciente faça força contra a resistência, ou seja, realizando uma plantiflexão, logo após, colocar a faixa elástica no dorso do pé tracionando para cima e pedir para que realize força contraria, para uma dorsiflexão. Repetir 5 vezes cada. 42 Rotação externa Paciente em DD com extensão de joelho. Utilize uma faixa elástica na porção dorsal dos pés. Solicite uma rotação externa de quadril. Realizar 3 series de 10 repetições. Extensão de Quadril Paciente em posição ortostática com os pés posicionados na linha do quadril, com resistência de faixa elástica no tornozelo. Solicite extensão de quadril. Realizar 5 series de 10 repetições. 43 Subir e descer escadasem degraus baixos Em uma escada de canto na clínica, instruir o paciente que suba e desça os degraus, assim realizando flexão e extensão de quadril. Cumprir a tarefa por 2 minutos. Extensão de joelho resistido Paciente em decúbito dorsal e MMSS em extensão ao lado do corpo, com auxílio de uma almofada debaixo das pernas, peça elevação de um dos 44 membros, se possível esteja com peso para aumentar a dificuldade e o ganho de força. Fazer 3 séries de 10 repetições bilateralmente. Flexão de quadril e joelho Paciente em pé, com peso em um dos membros peça que o mesmo levante a perna para frente lentamente. Tentando sempre manter as costas retas. Manter a posição por 2 ou 3 minutos. Coloque o seu pé no chão. Faça 10 repetições, 3 ou 4 vezes por dia. Faça o mesmo, agora levantando a perna para trás, mantendo a posição por 2 ou 3 minutos. Coloque o pé no chão. Faça 10 repetições, 3 ou 4 vezes por dia. Atenção a amplitudes. Extensão de joelhos 45 Paciente sentado em cadeira extensora. Solicitar que realize extensão de joelho. Realizar 5 series de 10 repetições. Atenção ao uso de cargas excessivas. Fonte: Musculação (2018) Mini agachamentos Orientar o paciente a segurar no espaldar com as duas mãos e realizar pequenas flexões de joelho. Fazer três ciclos com 10 repetições cada. Não ultrapassar 90º de flexão. Descarga de peso Paciente em posição ortostática em cama elástica e com apoio fixo para as mãos, solicite a alternância dos MMII. 46 Treino de marcha sem obstáculos 6ª – 10ª Sessão Progressão dos exercícios de fortalecimento Treino proprioceptivo 47 Elevação do quadril resistido Paciente em decúbito dorsal e com os joelhos flexionados, utilize uma faixa elástica circular na região acima do joelho deixando os joelhos afastados. Solicite o movimento de ponte, fazendo uma elevação de quadril e uma isometria de abdutores de quadril. As mãos do paciente devem estar apoiadas no tablado, junto ao corpo. Realizar 3 series de 10 repetições. Abdução de quadril resistido Paciente em decúbito lateral, peça uma abdução da perna que está do lado de cima, segurando o movimento por 5 segundos, respeitando as amplitudes do movimento. Se possível coloque peso para aumentar o grau de dificuldade e o ganho de força do paciente. Fazer 3 series de 10 repetições bilateralmente. Propriocepção Paciente em posição ortostática, 48 sobre um disco proprioceptivo e com ponto de apoio, solicite ao paciente que realize flexão plantar e dorsiflexão. Realizar 5 repetições de 10 series. Subir e descer escadas em degraus maiores Treino de marcha com obstáculos . 49 Trei no de mar cha com resi stên cia P acie nte na posi ção ortostática e como as pernas afastadas no limite do quadril, utilize uma faixa elástica circular como resistência no tornozelo. Solicite a marcha lateral, afastando e unindo os pés. Treino de marcha lateral e para trás com obstáculos 50 Pliometria de baixa intensidade Transferir peso alternadamente entre as duas pernas de maneira rápida Incentivo a realização de atividade física extra clinica 51 CUIDADOS E ORIENTAÇÕES O paciente submetido à Artroplastia de Quadril deve tomar alguns cuidados quanto ao posicionamento e a realização de atividades diárias, pois alguns movimentos do quadril como adução (fechar a perna além da linha do corpo), rotação medial (rodar a perna para dentro) e flexão acima de 90° (aproximar a pena do tronco) podem deslocar a prótese. Confira as principais precauções: Orientações para o paciente a respeito das precauções com o quadril no pós operatório imediato: Não fechar a perna operada, deve – se manter as pernas afastadas com o auxílio de um coxim triangular entre as coxas, evitando deixar a perna operada rodada para dentro Não cruzar a perna operada Evitar as rotações/torções sobre a perna operada Não inclinar o tronco para frente Não deitar do lado operado Evitar sentar em local muito baixo Sentar sempre de forma recostada Orientação para a mudança de decúbito: Ao descer da cama deve primeiro girar o corpo para o lado operado e sentar com tronco inclinado para trás, mantendo sempre a perna esticada, deve-se escorregar até a beira da cama Orientar sentar em cadeiras e vasos sanitários: Se possível, usar prolongador de vaso sanitário 52 O paciente deverá manter a perna que será operada em extensão, sentado com a região lombossacra na cadeira evitando assim uma angulação exagerada na mesma. Quando estiver autorizado (a) a apoiar o peso na perna operada poderá tomar banho em pé. Orientação e prescrição quanto ao uso de muletas ou andador: Orientar como será a reeducação da marcha, devendo ser iniciado quase sempre com andador; manter as pernas abduzidas, evitando girar o segmento operado em rotação interna ou externa. Demais orientações: Pratica sexual somente após a 7ª a 8ª semana Ao subir escadas, colocar primeiro a perna não operada e depois a operada. Ao descer, inverte-se a ordem, primeiro coloca a perna operada e depois a não operada Ao entrar e sair de um veículo, fique de costas para o assento e sente- se com o tronco reclinado. Mantenha a perna operada afastada e esticada. Gire ao mesmo tempo seu tronco e coloque a perna operada para dentro. Organize seus móveis de maneira que seja possível circular pela casa com andador ou muletas Mantenha um trajeto iluminado do banheiro para o quarto. Retire objetos espalhados pelo chão (fios soltos, tapetes, etc.) Cuidado com o chão escorregadio ou molhado Cuidado para não tropeçar nos animais domésticos. Utilizar de preferência calçados fechados e com solado antiderrapante e evitar o uso de chinelos de dedos. 53 ANEXO 1 Escala de Merle D'Aubigné & Postel 54 ANEXO 2 Escala de Equilíbrio de Berg 1.SENTADO PARA EM PÉ INSTRUÇÕES: Por favor, fique de pé. Tente não usar suas mãos como suporte. ( ) 4 capaz de permanecer em pé sem o auxílio das mãos e estabilizar de maneira independente ( ) 3 capaz de permanecer em pé independentemente usando as mãos ( ) 2 capaz de permanecer em pé usando as mão após várias tentativas ( ) 1 necessidade de ajuda mínima para ficar em pé ou estabilizar ( ) 0 necessidade de moderada ou máxima assistência para permanecer em pé 2. EM PÉ SEM APOIO INSTRUÇÕES: Por favor, fique de pé por dois minutos sem se segurar em nada. ( ) 4 capaz de permanecer em pé com segurança por 2 minutos ( ) 3 capaz de permanecer em pé durante 2 minutos com supervisão ( ) 2 capaz de permanecer em pé durante 30 segundos sem suporte( ) 1 necessidade de várias tentativas para permanecer 30 segundos sem suporte ( ) 0 incapaz de permanecer em pé por 30 segundos sem assistência · Se o sujeito é capaz de permanecer em pé por 2 minutos sem apoio, marque pontuação máxima na situação sentado sem suporte. Siga diretamente para o item #4. 3. SENTADO SEM SUPORTE PARA AS COSTAS MAS COM OS PÉS APOIADOS SOBRE O CHÃO OU SOBRE UM BANCO INSTRUÇÕES: Por favor, sente-se com os braços cruzados durante 2 minutos. ( ) 4 capaz de sentar com segurança por 2 minutos ( ) 3 capaz de sentar com por 2 minutos sob supervisão ( ) 2 capaz de sentar durante 30 segundos 55 ( ) 1 capaz de sentar durante 10 segundos ( ) 0 incapaz de sentar sem suporte durante 10 segundos 4. EM PÉ PARA SENTADO INSTRUÇÕES: Por favor, sente-se. ( ) 4 senta com segurança com o mínimo uso das mão ( ) 3 controla descida utilizando as mãos ( ) 2 apoia a parte posterior das pernas na cadeira para controlar a descida ( ) 1 senta independentemente mas apresenta descida descontrolada ( ) 0 necessita de ajuda para sentar 5. TRANSFERÊNCIAS INSTRUÇÕES: Pedir ao sujeito para passar de uma cadeira com descanso de braços para outra sem descanso de braços (ou uma cama) ( ) 4 capaz de passar com segurança com o mínimo uso das mãos ( ) 3 capaz de passar com segurança com uso das mãos evidente ( ) 2 capaz de passar com pistas verbais e/ou supervisão ( ) 1 necessidade de assistência de uma pessoa ( ) 0 necessidade de assistência de duas pessoas ou supervisão para segurança 6. EM PÉ SEM SUPORTE COM OLHOS FECHADOS INSTRUÇÕES: Por favor, feche os olhos e permaneça parado por 10 segundos ( ) 4 capaz de permanecer em pé com segurança por 10 segundos ( ) 3 capaz de permanecer em pé com segurança por 10 segundos com supervisão ( ) 2 capaz de permanecer em pé durante 3 segundos ( ) 1 incapaz de manter os olhos fechados por 3 segundos mas permanecer em pé ( ) 0 necessidade de ajuda para evitar queda 7. EM PÉ SEM SUPORTE COM OS PÉS JUNTOS INSTRUÇÕES: Por favor, mantenha os pés juntos e permaneça em pé sem se segurar 56 ( ) 4 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente com segurança por 1 minuto ( ) 3 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente com segurança por 1 minuto, com supervisão ( ) 2 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente e se manter por 30 segundos ( ) 1 necessidade de ajuda para manter a posição mas capaz de ficar em pé por 15 segundos com os pés juntos ( ) 0 necessidade de ajuda para manter a posição mas incapaz de se manter por 15 segundos 8. ALCANCE A FRENTE COM OS BRAÇOS EXTENDIDOS PERMANECENDO EM PÉ INSTRUÇÕES: Mantenha os braços estendidos a 90 graus. Estenda os dedos e tente alcançar a maior distância possível. (o examinador coloca uma régua no final dos dedos quando os braços estão a 90 graus. Os dedos não devem tocar a régua enquanto executam a tarefa. A medida registrada é a distância que os dedos conseguem alcançar enquanto o sujeito está na máxima inclinação para frente possível. Se possível, pedir ao sujeito que execute a tarefa com os dois braços para evitar rotação do tronco.) ( ) 4 capaz de alcançar com confiabilidade acima de 25cm (10 polegadas) ( ) 3 capaz de alcançar acima de 12,5cm (5 polegadas) ( ) 2 capaz de alcançar acima de 5cm (2 polegadas) ( ) 1 capaz de alcançar mas com necessidade de supervisão ( ) 0 perda de equilíbrio durante as tentativas / necessidade de suporte externo 9. APANHAR UM OBJETO DO CHÃO A PARTIR DA POSIÇÃO EM PÉ INSTRUÇÕES: Pegar um sapato/chinelo localizado a frente de seus pés ( ) 4 capaz de apanhar o chinelo facilmente e com segurança ( ) 3 capaz de apanhar o chinelo mas necessita supervisão ( ) 2 incapaz de apanhar o chinelo mas alcança 2-5cm (1-2 polegadas) do chinelo e manter o equilíbrio de maneira independente ( ) 1 incapaz de apanhar e necessita supervisão enquanto tenta 57 ( ) 0 incapaz de tentar / necessita assistência para evitar perda de equilíbrio ou queda 10. EM PÉ, VIRAR E OLHAR PARA TRÁS SOBRE OS OMBROS DIREITO E ESQUERDO INSTRUÇÕES: Virar e olhar para trás sobre o ombro esquerdo. Repetir para o direito. O examinador pode pegar um objeto para olhar e colocá-lo atrás do sujeito para encorajá-lo a realizar o giro. ( ) 4 olha para trás por ambos os lados com mudança de peso adequada ( ) 3 olha para trás por ambos por apenas um dos lados, o outro lado mostra menor mudança de peso ( ) 2 apenas vira para os dois lados mas mantém o equilíbrio ( ) 1 necessita de supervisão ao virar ( ) 0 necessita assistência para evitar perda de equilíbrio ou queda 11. VIRAR EM 360 GRAUS INSTRUÇÕES: Virar completamente fazendo um círculo completo. Pausa. Fazer o mesmo na outra direção ( ) 4 capaz de virar 360 graus com segurança em 4 segundos ou menos ( ) 3 capaz de virar 360 graus com segurança para apenas um lado em 4 segundos ou menos ( ) 2 capaz de virar 360 graus com segurança mas lentamente ( ) 1 necessita de supervisão ou orientação verbal ( ) 0 necessita de assistência enquanto vira 12. COLOCAR PÉS ALTERNADOS SOBRE DEDGRAU OU BANCO PERMANECENDO EM PÉ E SEM APOIO INSTRUÇÕES: Colocar cada pé alternadamente sobre o degrau/banco. Continuar até cada pé ter tocado o degrau/banco quatro vezes. ( ) 4 capaz de ficar em pé independentemente e com segurança e completar 8 passos em 20 segundos ( ) 3 capaz de ficar em pé independentemente e completar 8 passos em mais de 20 segundos 58 ( ) 2 capaz de completar 4 passos sem ajuda mas com supervisão ( ) 1 capaz de completar mais de 2 passos necessitando de mínima assistência ( ) 0 necessita de assistência para prevenir queda / incapaz de tentar 13. PERMANECER EM PÉ SEM APOIO COM OUTRO PÉ A FRENTE INSTRUÇÕES: (DEMOSTRAR PARA O SUJEITO) Colocar um pé diretamente em frente do outro. Se você perceber que não pode colocar o pé diretamente na frente, tente dar um passo largo o suficiente para que o calcanhar de seu pé permaneça a frente do dedo de seu outro pé. (Para obter 3 pontos, o comprimento do passo poderá exceder o comprimento do outro pé e a largura da base de apoio pode se aproximar da posição normal de passo do sujeito). ( ) 4 capaz de posicionar o pé independentemente e manter por 30 segundos ( ) 3 capaz de posicionar o pé para frente do outro independentemente e manter por 30 segundos ( ) 2 capaz de dar um pequeno passo independentemente e manter por 30 segundos ( ) 1 necessidade de ajuda para dar o passo mas pode manter por 15 segundos ( ) 0 perda de equilíbrio enquanto dá o passo ou enquanto fica de pé 14. PERMANECER EM PÉ APOIADO EM UMA PERNA INSTRUÇÕES: Permaneça apoiado em uma perna o quanto você puder sem se apoiar ( ) 4 capaz de levantar a perna independentemente e manter por mais de 10 segundos ( ) 3 capaz de levantar a perna independentemente e manter entre 5 e 10 segundos ( ) 2 capaz de levantar a perna independentemente e manter por 3 segundos ou mais ( ) 1 tenta levantar a perna e é incapaz de manter 3 segundos, mas permanece em pé independentemente ( ) 0 incapaz de tentar ou precisa de assistência para evitar queda ( ) PONTUAÇÃO TOTAL (máximo = 56) 59 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, Gleiciele da Conceição; FERRARI Poliane. Fisioterapia no pós operatório de artroplastia total de quadril. Rev. Uniabéu, vol.10, n.25, 2017. Disponível em: <http://revista.uniabeu.edu.br/index.php/RU/article/view/2664/pdf>. Acesso em: 06 março2018. BONVICINE, Cristiane. Proposta de Intervenção Fisioterapêutica Precoce em Pacientes Submetidos a Artroplastia Total de Quadril. Disponivel em: http://bdtd.famerp.br/bitstream/tede/6/1/cristianebonvicine_dissert.pdf Acesso em: 18 de março de 2018 CUNHA, Sylvia Helena. O que você deve saber sobre artroplastia total de quadril. Campinas: Instituto Affonso Ferreira, 2009. Disponível em: < http://repositorio.ipv.pt/handle/10400.19/2203> Acesso em: 28 mar. 2018. DUTTON, Mark. Fisioterapia ortopédica: exame, avaliação e intervenção. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. Cap. 17 e 29, p. 801-805 e p. 1603-1612. Cartilha para Pacientes Submetidos a Artroplastia Total de Quadril. Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. Disponível em: <https://www.into.saude.gov.br/images/pdf/cartilhas/cartilha_quadril.pdf>. Acesso em: 13 março 2018. BARROS, Eduardo Cordeiro; CMABRUZI Giulio Silveira; SOUZA Jaqueline; BARROSO, Julia Fernandes e SILVA, Lucas Preis. Cuidados e Orientações ao Paciente Submetido a Artroplastia de Quadril.[Ebook] Disponível em: http://www.cefid.udesc.br/arquivos/id_submenu/2263/cuidados_e_orientacoes_ ao_paciente_submetido_a_artroplastia_de_quadril.pdf>. Acesso em: 11 março 2018. JULIANI, Ana Carolina Krummenaer. Análise da marcha e funcionalidade de protetizados de quadril. 2013. Disponível em: < http://repositorio.ufsm.br/handle/1/647> Acesso em: 16 mar. 2018. MARQUES, A.P. Manual de Goniometria. 1ª ed.,1997. Orientações pré operatórias para pacientes submetidos a artroplastia total de quadril (ATQ). Disponível em: <http://www.iafortopedia.com.br/orientacoes- 60 para-pacientes/quadril/artroplastia-total-do-quadril/orientacoes-pre- operatorias/>. Acesso em: 13 março 2018. PATRIZZI, Lislei Jorge et al. Análise Pré e Pós-Operatória da Capacidade Funcional e Qualidade de Vida de Pacientes Portadores de Osteoartrose de Quadril Submetidos à Artroplastia Total . 3. ed. Revista Brasileira de Reumatologia: [s.n.], 2004. 7 p. v. 44. Disponível em: <http://vml029.epm.br/handle/11600/2135 > Acesso em: 16 mar. 2018 Prótese de Quadril (artroplastia de quadril). Disponível em: <http://www.institutotrata.com.br/doencas/quadril/protese/>. Acesso em: 11 março 2018. Protocolo Gerenciado Artroplastia Total do Quadril – Albert Einstein – Hospital Israelita. Disponível em: <http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1331418436Protocolo-quadril.pdf>. Acesso em: 09 março 2018. RABELLO, Bruno Tavares et al. Artroplastia total do quadril não cimentada em pacientes com artrite reumatoide. Rev. bras. ortop. [online]. 2008, vol.43, n.8, pp.336-342. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbort/v43n8/04.pdf> . Acesso em: 06 março 2018. RODRIGUES, Josiane. Artroplastia Total do Quadril e a Atuação da Fisioterapia no Pós-operatório. 2018. Disponível em: <http://blogfisioterapia.com.br/artroplastia-total-do-quadril/>. Acesso em: 03 abr. 2018. UMPIERRES, Carolina Sant'Anna. Reabilitação após artroplastia total do quadril: um ensaio clínico randomizado. 2012. Disponível em: < https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/87113/000910575.pdf?seque nce=1> Acesso em: 16 mar. 2018
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