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Silvana Reis 1 �DISCALCULIA � Dificuldade na realização dos cálculos mentais ou escritos, devido à fatores variados, como: ensino inferior ou falta de maturação. � HISTÓRICO DA DISCALCULIA: �HENSCHER � Foi o 1º a utilizar o termo ACALCULIA para designar um transtorno do cálculo, produzido por uma lesão focal do cérebro. Este termo surgiu com 2 subdivisões: � A 1ª relacionada com a DISLEXIA, pois se trata, fundamentalmente, de dificuldades para a leitura e escrita de números. � A 2ª subdivisão refere-se, concretamente, à um transtorno específico do cálculo, já que se trata de uma dificuldade para realizar operações. �Um mesmo paciente pode apresentar as 2 alterações, simultaneamente. �A partir deste estudo, diversos estudiosos vêm pesquisando a discalculia. �Segundo estudos de GESTSMANN (1924) � A discalculia foi associada à um tipo específico de distúrbio neurológico, chamado Síndrome de Gestsmann, que inclui agnosia digital (não consegue fazer reconhecimentos através do tato); desorientação de direita e esquerda; agrafia (não escreve) e um transtorno na função do cálculo. �Para BOREL � A discalculia se relaciona com freqüência a transtorno da linguagem associada à dificuldade na integração numérica. �BERGER, (1926) � Classificou a discalculia em primária e secundária. � DISCALCULIA PRIMÁRIA (com lesão: acalculia) � Não tem relação com alterações de linguagem ou raciocínio, mas trata-se de um transtorno específico e exclusivo do cálculo e unido à uma lesão cerebral (acalculia). � DISCALCULIA SECUNDÁRIA (sem lesão) � É mais freqüente e ocorre associada à outros transtornos, como: Silvana Reis 2 �Dificuldade de linguagem; �Desorientação espaço-temporal; �Baixa capacidade de raciocínio; � Manifesta-se em uma utilização incorreta dos símbolos e má realização das operações, sem apresentar lesão neurológica � DESENVOLVIMENTO DOS CONCEITOS NUMÉRICOS � O ser humano desenvolveu símbolos para se expressar através da linguagem falada e escrita, transmitindo pensamentos e sentimentos, mas para expressar determinados tipos de idéias, como: quantidade, tamanho e ordem, ele desenvolveu a Matemática, sendo os números instrumentos convenientes para registrar ou comunicar idéias e relações de intensidade. � A aquisição de um sentido numérico é comparável aos estágios de desenvolvimento da linguagem interna em outra forma de comportamento verbal, principalmente, na capacidade da criança para compreender as experiências, necessárias ao pensamento quantitativo. � Uma criança não adquire a noção de números, simplesmente, através do ensino e, quando os adultos tentam impor conceitos matemáticos, antes dela estar “pronta” sua aprendizagem torna-se, simplesmente, verbal. � O desenvolvimento dos conceitos numéricos começa, mais ou menos, com um ano de idade com a manipulação dos objetos, sendo esse um pré-requisito para a contagem. � Desta forma, a linguagem possui aspectos internos, receptivos e expressivos. � Aspectos Internos � Desenvolvem quando a criança assimila e integra as experiências não verbais. (Ex: Tudo o que a criança vê, toca e pega). � Aspectos Receptivos � A criança aprende a associar os símbolos às experiências. � Aspectos Expressivos � Quando expressa as idéias de quantidade, espaço e ordem, visando a linguagem matemática. � DISTÚRBIOS ARITMÉTICOS ���� Os seguintes distúrbios podem ser encontrados em graus diversos: Silvana Reis 3 1) Dificuldade para estabelecer correspondência unívoca. (Ex: Relação: 1X1); 2) Incapacidade ou dificuldade para contar com sentido. (Ex: 1, 2, 3, 4...); 3) Dificuldade para associar os símbolos auditivos aos visuais; 4) Dificuldade para aprender os sistemas de contagem (ordinal e cardinal); 5) Dificuldade para visualizar conjunto de objetos dentro de um conjunto maior; 6) Dificuldade para compreender o princípio de conservação de quantidade; 7) Dificuldade para compreender os significados dos sinais de operação (+, -, X, : ); 8) Dificuldade para compreender as organizações dos números na página; 9) Dificuldade para obedecer e recordar a seqüência dos passos que devem ser dados em operações matemáticas diversas; 10) Dificuldade para compreender os princípios de medidas; 11)Dificuldade para ler mapas e gráficos. � PADRÕES DE FALHAS ARITMÉTICAS 1) Falhas de Pensamento Operatório: (crescente, decrescente, seqüência de maior e menor...); � Falta de noção de maior e menor; � Antes e depois nos números; � Dificuldade de realizar cálculo mental; � Necessidade absoluta de concretizar as operações; � Dificuldade para compensar ordens nas operações; � Dificuldade para estabelecer uma ou mais operação correspondente, mesmo com o terapeuta lendo o problema (diferença em entender o problema, mesmo sendo explicado o modo de realização). � Dificuldade para compreender a multiplicação como abreviação da soma e a divisão como abreviação da subtração. OBS: Determinar o nível da falha do pensamento e onde ocorreu esta falha, utilizando bastante o concreto e “tirando aos poucos”. 2) Falhas Lingüísticas: � Refere-se às dificuldades de captação da estrutura de um problema, através da leitura e seu enunciado por falhas na compreensão da linguagem oral e escrita. Silvana Reis 4 OBS: Determinar o nível de linguagem, se a falha é apenas na linguagem matemática. Proporcionar o desenvolvimento lingüístico. 3) Falhas de Sobrecarga: � Ocorrem em operações extensas ou em problemas de muitas etapas onde começa a surgir falhas de figura-fundo ou erros estranhos. OBS: Determinar o tempo de atenção útil, seu nível de atenção. O terapeuta não deve realizar muitas atividades numa única sessão. 4) Falhas Mnêmicas : (memória) � Ocorre quando não existe estrutura mental para compreensão das operações, pois não se pode memorizar aquilo que não se compreende. OBS: Está relacionado diretamente com a maturidade. 5) Falhas de Espaço Temporal: � Espelhamento; � Rotação; � Reversão; � Mudança no plano horizontal; � Mudança nos planos horizontal e vertical; � Mudança no plano vertical; � Reversão na ordem das cifras de um número. (Ex: 42 � 24); � Falhas na disposição dos números; � Falhas no reconhecimento; � Discriminação de figuras geométricas. OBS: Falhas perceptivas e psicomotoras, relação espacial e esquema corporal. 6) Falhas de Figura-Fundo: ���� Dificuldades e falhas na atenção. Não consegue entender os significados dos sinais: � Somar ao invés de multiplicar ou vice-versa; � Dividir ao invés de subtrair ou vice-versa; � Pular operações ou etapas de uma operação; � Repetir operações em um problema ou etapa da mesma operação; � Associar elementos de uma etapa com elementos de outra, criando uma relação, totalmente estranha (mistura as etapas); � Têm falhas de figuras-fundo, não vê o todo. 7) Erros Estranhos: � São aqueles que chamam a atenção pelas associações absurdas que a criança cria, sendo provável que na Silvana Reis 5 base desses problemas existam dificuldades de pensamento operatório ou falta de concretização.
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