Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
OPERAÇÕES UNITÁRIAS II Universidade Federal Fluminense Escola de Engenharia Departamento de Engenharia Química e de Petróleo Profa Ana Carla Coutinho Sala 240 Ramal 5597 / 5600 acoutinho@vm.uff.br SISTEMAS PARTICULADOS 1 SEDIMENTAÇÃO/DECANTAÇÃO A separação de partículas de um fluido nos processos de sedimentação e decantação ocorre pela ação da gravidade sobre as partículas. As partículas podem ser: partículas sólidas ou líquidos em gotas. O fluido pode ser um líquido ou um gás que podem estar em repouso ou em movimento. 2 SEDIMENTAÇÃO/DECANTAÇÃO Dependendo do objetivo, essa operação é denominada: ClarificaçãoClarificação obtenção de um “OVERFLOW” limpo. Ex: tratamento d'água e lodo com baixasEx: tratamento d'água e lodo com baixas concentrações envolvidas EspessamentoEspessamento obtenção de uma suspensão mais concentrada. Ex: indústrias químicas sendo moderadas as concentrações envolvidas. 3 Aplicações:Aplicações: - a remoção de sólidos de resíduos líquidos, - a decantação de cristais de magmas, SEDIMENTAÇÃO/DECANTAÇÃO Separação dos sólidos de líquidos - a decantação de cristais de magmas, - a deposição de partículas sólidas de alimentos líquidos, -na separação da borra em processos de extração sólido-líquido (extração de óleo), - entre outros. 4 SEDIMENTAÇÃO/DECANTAÇÃO 5ETA ALTO TIÊTE (SABESP) SEDIMENTAÇÃO/DECANTAÇÃO 6 ETA ALTO TIÊTE (SABESP) SEDIMENTAÇÃO/DECANTAÇÃO 7 SEDIMENTAÇÃO Classificação dos Processos de SedimentaçãoClassificação dos Processos de Sedimentação ►Sedimentação discreta (Tipo 1)►Sedimentação discreta (Tipo 1) ►Sedimentação floculenta (Tipo 2) ►Sedimentação em zona (Tipo 3) ►Sedimentação por compressão (Tipo 4) 8 Tratamento Convencional de Águas de Abastecimento Manancial Coagulação Floculação Sedimentação Polímero Agente oxidante FiltraçãoDesinfecçãoFluoretaçãoCorreção de pH Água final Polímero Agente oxidante Alcalinizante 9 SEDIMENTAÇÃO DISCRETA (TIPO I) ►►SedimentaçãoSedimentação discretadiscreta:: Ocorrem em baixas concentrações de sólidos embaixas concentrações de sólidos em suspensão. As partículas permanecem com dimensões e velocidades constantes ao longo do processo de sedimentação, não ocorrendo interação entre as mesmas. 10 SEDIMENTAÇÃO DISCRETA (TIPO I) 11 SEDIMENTAÇÃO DISCRETA (TIPO I) 12 SEDIMENTAÇÃO FLOCULENTA (TIPO II) ►►SedimentaçãoSedimentação floculentafloculenta:: a velocidade de sedimentação das partículas não é mais constante, uma vez que as mesmas agregam-se ao longo do processo de sedimentação. 13 ►Com o aumento do diâmetro das partículas há, conseqüentemente, o aumento de sua velocidade de sedimentação ao longo da altura. SEDIMENTAÇÃO EM ZONA SedimentaçãoSedimentação emem ZonaZona:: suspensões de concentração intermediaria 2 a 10mg/L, na qual as forças interparticulares são suficientes para retardar a sedimentação de partículas vizinhas as partículas se unem e tendem a sedimentar como um único bloco. (ocorre na superfície do decantador secundário de sistemas de lodo ativado). 14 SEDIMENTAÇÃO POR COMPRESSÃO SedimentaçãoSedimentação porpor CompressãoCompressão:: a concentração das partículas é alta e a sedimentação ocorre apenas por compressão da estrutura. Alguns autores associam este tipo de sedimentação à zona. (ocorre nas camadas mais profundas do decantador secundário de lodo). 15 Velocidade Relativa para Partículas Não Esféricas Separação de sólidos e líquidos de gases Os principais objetivos na separação de partículas sólidas ou líquidas de uma corrente gasosa estão associadas com: -Limpeza de gases. Ex. gotículas em evaporadores, reatores e colunas de absorção. - Controle da poluição. Ex. Poeira, fumaça. - Segurança. Ex.Partículas inflamáveis ou explosivas (silos). -Recuperação de material arrastado. 17 -Recuperação de material arrastado. Ex. Secagem em spray dryer. Equipamentos Usualmente os equipamentos utilizados para realizar a separação são: CâmarasCâmaras gravitacionaisgravitacionais e CiclonesCiclones.. A escolha do equipamento depende do tamanho das partículas, da concentração, da densidade, da vazão, temperatura e características físico-químicas do gás. Câmaras gravitacionais ou Câmaras de Poeira As câmaras gravitacionais são sedimentadores cujo objetivo é retirar poeiras de correntes gasosas. Sua utilização ocorre principalmente em indústrias que CÂMARAS DE POEIRA Separação de sólidos de gases 18 Sua utilização ocorre principalmente em indústrias que possuem gases muitos sujos em termos de material particulado. A câmara de sedimentação é um método baseado na sedimentação livre, considerando o próprio peso CÂMARAS DE POEIRA Separação de sólidos de gases 19 considerando o próprio peso e a velocidade terminal das partículas. É um dos equipamentos mais simples, constituídos basicamente de um tanque grande com dispositivos de entrada e saída de fluido. FuncionamentoFuncionamento:: Uma corrente constituída de fluido+partículas entra por meio de uma tubulação na câmara. Imediatamente ao entrar, a velocidade linear de alimentação decresce devido ao aumento da área transversal ao fluxo. CÂMARAS DE POEIRA Separação de sólidos de gases 20 da área transversal ao fluxo. VantagensVantagens:: -fácil construção -queda de pressão baixa (∆P≈3 cmH2O) -pouco sujeita a abrasão ee DesvantagensDesvantagens:: -ocupam grandes espaços -limitado para dp > 43µm O funcionamento da câmara pode ser melhorado incluindo-se chicanas ou telas, permitindo o aumento da velocidade. O sólido é recolhido em funis do fundo da câmara. CÂMARAS DE POEIRA Separação de sólidos de gases 21 A velocidade do gás na câmara deve ser pequena para evitar a redispersão das partículas deve ficar na faixa de 0,02- 0,6m/s até 1,5-3,0 m / s. Logo é melhor trabalhar em Regime Laminar. Svarovsky otimizou o custo do equipamento buscando minimizar a área toal da câmara usando B ≈ L e <u>≈0,5 m/s. A força resultante sobre a partícula será: Força Externa Gravitacional (Fp), a Força de Empuxo sobre a partícula (Fe) e a Força de Arraste (Fa). FFFF rrrr ++=∑ Velocidade de Sedimentação 22 aep FFFF ++=∑ =0 Para partícula esférica isolada, sob ação de força gravitacional e em movimento uniforme (sem aceleração). ρ ρρ ..3 ).(..4 d sp C gd U − = Velocidade de Sedimentação 2323 d A velocidade relativa é dada por: Sendo ux = vx e uy = 0, temos que: vtU = 10 100 1000 Região camada quase laminar Região camada turbulenta Região alta turbulência Re 10 =Cd 44,0=Cd 2,0=Cd Gráfico do Coeficiente de Atrito da Partícula Esférica Cd Apesar da relação “CD x Re” ser uma curva contínua, pode ser substituída por três linhas retas sem perda considerável na precisão [McCabe-Smith, 1976]. Cada uma dessas linhas cobre uma faixa definida de números de Reynolds, como mostrado pelas linhas tracejadas. 0.1 1 0.1 1 10 102 103 104 105 106 107 Rep 24 Velocidade Relativa para Partículas Esféricas 25 µ ρρ ).(. . 18 1 2 − = sp t gd v p s t dgv 3 1 2 2 . . )( . 225 4 − = µρ ρρ 4,0Re <p 500Re4,0 << p p Cd Re 24 = Cd Re 10 = Regime laminar Regime de transição Velocidade Relativa para Partículas Esféricas 2 1 .. )( .1,3 − = p s t dgv ρ ρρ5105,2Re500 xp << pRe 44,0=Cd Regime turbulento sem oscilações 26 6,0Re 5,18 p Cd = ( ) 43,029,0 71,014,171,0 . ...153,0 µρ ρρ − = sp t dg vRegime de transição OUTRAS CORRELAÇÕES Pettyjohn e Christiansen(1948) levantaram uma série de dados sobre o Cd para partículas isométricas (esfera, cubo, tetraedros regulares etc). E os resultados são extrapolados para partículas que apresentem um “certo grau de uniformidade”. Assim, novas relações entre C e Re foram sendo desenvolvidas:Assim, novas relações entre Cd e Rep foram sendo desenvolvidas: 27 Figura 2 ouTabela 2 Cálculo de U dado dp Figura 3 ouTabela 3 Cálculo de dp dado U Dado Ø e dp: 1 - Calcula-se Cd.Rep2 2 - Tira o log de Cd.Rep2 3 - Entra na tabela para o φ fornecido e tira-se o logRep 4 - Rep = 10 (logRe) 5 - Com o valor de Re , 28 5 - Com o valor de Rep, entra-se na formula de Rep e calcula U Quando o valor é diferente do da tabela, devemos fazer interpolação. Dado Ø e U: 1 - Calcula-se Cd/Rep 2 - Tira o log de Cd/Rep 3 - Entra na tabela para o φ fornecido e tira-se o logRep 4 - Rep = 10 (logRe) 5 - Com o valor de Re , 29 5 - Com o valor de Rep, entra-se na formula de Rep e calcula dp Quando o valor é diferente do da tabela, devemos fazer interpolação. Sedimentação Discreta (Tipo I) H 1 2 <u> vt Cálculo do diâmetro crítico de separação (dpc) dpc→ determina a separação ou não das partículas sólidas B L t q v H t = 30 tq- tempo de queda, tempo necessário para a partícula percorrer A distância H. vt = velocidade terminal da queda da partícula na câmara Sedimentação Discreta (Tipo I) H 1 2 <u> vt Cálculo do diâmetro crítico de separação (dpc) B L >< = u L th 31 th- tempo hidrodinâmico, tempo necessário para a partícula percorrer a distância L <u> = velocidade média linear do fluido+partícula Sedimentação Discreta (Tipo I) H 1 2 <u> vt Cálculo do diâmetro crítico de separação (dpc) B L ><= u L H vt . 32 Quando th = tq: >< = u L v H t Sedimentação Discreta (Tipo I) H 1 2 <u> Cálculo do diâmetro crítico de separação (dpc) vt B L A Q LB Q vt == . 33 ><>=<= uHBuAQ ... ><= u L H vt . Onde: Q =vazão de entrada A = área da seção transversal ao fluxo Sedimentação Discreta (Tipo I) H 1 2 Cálculo do diâmetro crítico de separação (dpc) <u> vt B L Para deduzirmos o dpc, voltaremos aos conceitos adquiridos no estudo da Dinâmica da Partícula através das equações para vt. 34 No regime laminar, partícula esférica (Rep<0,4), tem-se: L uHgd v sp t >< = − = . ).(. 18 1 2 µ ρρ Sedimentação Discreta (Tipo I) Cálculo do diâmetro crítico de separação (dpc) Logo, podemos explicitar dpc: 35 Lg uHd s pc .).( ...18 ρρ µ − >< = ><= uHBQ .. LBHVc ..= Vc=volume da câmara cs pc Vg QHd .).( ...18 ρρ µ − = cs pc V QH g d .. .)( . . 4 225 3 1 22 − = ρρ µρ 4,0Re <p 500Re4,0 << p p Cd Re 24 = Cd Re 10 = Regime laminar Regime de transição Diâmetro de Corte para Partículas Esféricas cs pc Vg QHd .).( ...18 ρρ µ − = − = 2 22 .)..(1,3 .. cs pc Vg QHd ρρ ρ 5105,2Re500 xp << pRe 44,0=Cd Regime turbulento sem oscilações 36 6,0Re 5,18 p Cd = ( ) − = cs d Vg QH pc ...153,0 ... 71,071,0 43,029,0 877,0 ρρ µρ Regime de transição Floculação e Sedimentação F r e q u ê n c i a r e l a t i v a Água bruta Água coagulada Se vt > <u>, todas as partículas com diâmetro superior a dpc serão removidas Diâmetro das partículas F r e q u ê n c i a r e l a t i v a Diâmetro crítico pc removidas 37 Floculação e Sedimentação F r e q u ê n c i a r e l a t i v a Água bruta Água coagulada Água floculada dp > dpc Partículas sedimentáveis Diâmetro das partículas F r e q u ê n c i a r e l a t i v a Diâmetro crítico sedimentáveis 38 Sedimentação Discreta (Tipo I) H 1 2 <u> vt Propriedade da sedimentação discreta: A dimensão física da partícula permanece inalterada durante o seu processo de sedimentação gravitacional, o que significa dizer que a sua velocidade de sedimentação é constante. B L 39 Sedimentação Floculenta (Tipo II) H 1 2 <u> vt Propriedade da sedimentação floculenta: A dimensão física da partícula é alterada durante o seu processo de sedimentação gravitacional (floculação por sedimentação diferencial), o que significa dizer que a sua velocidade de sedimentação é variável. B L 40
Compartilhar