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Disciplina: Operações Unitárias I Código: EQUI0077 Professora: Profa. Dra Helenice Leite Garcia Data: 06.04.2021 Introdução ao Estudo das Operações Unitárias - Sistemas Particulados 1 INTRODUÇÃO ✓ Muitos processos químicos e sistemas unitárias consistem no contato entre sólido e fluido. ✓ Campo de atuação: avaliar tecnologia do tipo de indústria; estudar as operações mais aplicadas e desenvolvidas na indústria, por exemplo: secagem, fluidização, filtração, evaporação, refrigeração, extração, centrifugação, etc ✓ Aplicações: reator catalítico, reator enzimático, secador, combustor, gaseificador, adsorvedor, extrator, etc... caracterizados pelo tipo de contato. 2 COLUNA DE SÓLIDOS ✓ Meio poroso e fluido; ✓ Meio poroso: fase sólida (particulada) contínua que contém poros entre seus constituintes ou em sua estrutura ✓ Leito de sólidos – coluna de sólidos Figura 1: Características de uma coluna de sólidos Figura 2: Coluna de leito fixo Fonte: Cremasco (2012) Condições de processo: Figura 3: Condições de processo para os sistemas particulado Modelos de recheios Disposição aleatória ou desordenada – recheios randômicos ou aleatórios. Disposição ordenada (caminhos preferenciais) – recheios estruturados 3 PARÂMETROS ✓ Características de um conjunto de partículas em contato com um fluido. a. Porosidade do leito (): razão entre o volume de vazio e o volume total do leito; espaço do leito que pode ser percorrido ou preenchido por um fluido. = 𝑉𝑣 𝑉𝑇 (− ) →fração de sólidos = 𝑉𝑝 𝑉𝑇 Universidade Federal de Sergipe Centro de Ciências Exatas e Tecnologia Departamento de Engenharia Química b. Velocidade superficial (q): velocidade que um fluido alimenta a coluna ou o leito de área da seção transversal e com uma vazão definida. 𝑞 = 𝑄 𝐴 . Para D o diâmetro da coluna cilíndrica a área é 𝐴 = 𝜋𝐷2 4 . Então, a velocidade superficial torna-se: 𝑞 = 4𝑄 𝜋𝐷2 c. Velocidade intersticial (u): é a velocidade do fluido associada ao escoamento desse fluido entre as partículas da coluna. Então, 𝑢 = 𝑞 𝜀 d. Altura de leito fixo (h): altura da parte da coluna ocupada pela fase particulada. e. Diâmetro da partícula (𝑑𝑃): tamanho; característica mensurável do constituinte do leito que depende do fator de forma (esfericidade) da partícula. Diâmetro equivalente (deq)=volume da esfera de igual volume da partícula (𝑉𝑝 = 𝜋 6 𝑑𝑒𝑞 3 ) f. Esfericidade ou fator de forma (∅): razão entre a área da superfície de uma esfera de igual volume da partícula e a área da superfície da partícula real. Partículas esféricas e não esféricas g. Porosidade da fase particulada (𝜀𝑃): a razão entre o volume dos poros efetivos e o volume total da partícula. Porosidade, tamanho dos poros e o tipo de poros. Poros da partícula são as aberturas ou passagens na estrutura da partícula rígida ou semirrígida. Figura 4 -Classificação dos poros (CREMASC0, 2012) h. Massa específica da partícula (p) razão entre a massa de material e o volume ocupado por este. Massa específica real – volume excluído os poros (interstícios) - (𝜌𝑃 𝑜𝑢 𝜌𝑠) Massa específica efetiva ou aparente – volume total - (𝜌𝑎) i. Área específica superficial ou superfície específica: área superficial da partícula na unidade de massa ou na unidade de volume. Fenômenos e operações de transferência de calor e de massa, pois está associada à área disponível para a troca de energia ou massa (adsorção, secagem, combustão, etc.) j. Permeabilidade (k): fisicamente, é uma indicação sobre a facilidade com que um fluido escoa através dos poros de um leito, medida em unidade de área. A permeabilidade dever ser expressa em função da porosidade. 4 EQUAÇÕES 4.1 Equação de Kozyne-Carman A expressão mais usual para predição da permeabilidade de um meio poroso é a equação de Kozyne- Carmam, que na forma mais geral é: 𝑘 = 𝜀3 𝛽(1 − 𝜀)2𝑎𝑃2 Sendo: 𝛽=constante de Kozyne-Carman que depende da forma das partículas e da porosidade do meio; para o leito fixo, o valor dessa constante varia entre 4 e 5. 𝑎𝑃=superfície específica em unidade de volume (razão entre a área da partícula e o volume da partícula) Se as partículas são esféricas, de tamanho homogêneo, a superfície específica é 𝑎𝑃 = 6 𝑑𝑝 . Sendo dp o diâmetro efetivo da partícula. Então, substituindo na equação de Kozyne-Carman para a permeabilidade, obtém-se: 𝑘 = 𝑑𝑃 2𝜀3 36𝛽(1 − 𝜀)2 Para partículas esféricas, com porosidade do leito entre 30% e 40%, o valor da constante de Kozeny-Carman é igual a 5, e a equação da permeabilidade torna-se: 𝑘 = 𝑑𝑃 2𝜀3 180(1 − 𝜀)2 Se as partículas não forem esféricas, o diâmetro pode ser corrigido usando a esfericidade e a equação torna-se: 𝑘 = (∅𝑑𝑃) 2𝜀3 36𝛽(1 − 𝜀)2 Sendo o dp o diâmetro médio de Sauter. 4.2 Equação de Darcy A lei de Darcy descreve a fluidodinâmica em um leito fixo considerando as seguintes hipóteses: a. A fase fluida se comporta com um fluido newtoniano e incompressível; b. O regime é permanente; c. O meio poroso contendo partículas imóveis e homogêneas; d. O escoamento da fase fluida está sujeita ao campo gravitacional; e. O escoamento é unidimensional. A lei de Darcy pode ser expressa da seguinte forma: − 𝑑𝑃 𝑑𝑧 = 𝜇 𝑘 𝑢 Ou ainda: 𝑢 = − 𝑘 𝜇 𝑑𝑃 𝑑𝑧 A lei de Darcy mostra que a velocidade do fluido newtoniano quando escoa em regime laminar através de um meio é proporcional ao gradiente de pressão e inversamente proporcional à distância percorrida. Considerando L como sendo o percurso do fluido, pode-se integrar a equação e escrever: 𝑢 = − 𝑘 𝜇 ∆𝑃 𝐿 Obs: “Darcy verificou que ∆𝑃/𝐿 (gradiente de pressão) é proporcional à velocidade para vazões baixas e que a constante de proporcionalidade assumia valores diferentes para fluidos com viscosidades diferentes e para tipos diferentes de recheio (tamanho, forma)” (TANNOUS; ROCHA, 2010). 4.3 Queda de Pressão A equação clássica, amplamente usada para descrever a queda de pressão de um fluido escoando através de um leito levando em conta a influência das forças inerciais e viscosas, é a Equação de Ergun (1952). A equação geral de Ergun é: ∆𝑷 𝑳 = 𝟏𝟓𝟎𝝁𝒖 𝒅𝒑 𝟐 (𝟏−𝜺)𝟐 𝜺𝟑 + 𝟏,𝟕𝟓𝝆𝒇𝒖 𝟐 𝒅𝒑 (𝟏−𝜺) 𝜺𝟑 Equação de Blade-Kozeny: ∆𝑃 𝐿 = 150𝜇𝑢 𝑑𝑝 2 (1−𝜀)2 𝜀3 válida para o regime laminar, porosidade menor de 0,5 e número de Reynolds menor que 10. Equação de Burke-Plummer: ∆𝑃 𝐿 = 1,75𝜌𝑓𝑢 2 𝑑𝑝 (1−𝜀) 𝜀3 válida para o regime turbulento. A equação de Ergun pode ser escrita para partículas não esféricas: ∆𝑷 𝑳 = 𝟏𝟓𝟎𝝁𝒖 (∅𝒅𝑷)𝟐 (𝟏 − 𝜺)𝟐 𝜺𝟑 + 𝟏, 𝟕𝟓𝝆𝒇𝒖 𝟐 ∅𝒅𝒑 (𝟏 − 𝜺) 𝜺𝟑 Observação: processo de fluidização. Fontes: CREMASCO, M. A.. Operações Unitárias em Sistemas Particulados e Fluidomecânicos. São Paulo: Edgard Blucher, 2012 GEANKOPLIS, J.. Transport Processes and Unit Operations. 3rd edition. New Jersey: Prentice Hall, 1993. FOUST, A.; WENZEL, L. A.; CLUMP, C. W.; MAUS, L.; ANDERSEN, L. B.. Princípios das Operações Unitárias. Rio de Janeiro: LTC.
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