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INTRODUÇÃO À PESCA E AQUICULTURA TÉCNICO EM AQUICULTURA

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Prévia do material em texto

01
João Vicente Mendes Santana
C U R S O T É C N I C O E M A Q U I C U LT U R A
Conceito e história da pesca
INTRODUÇÃO À PESCA E À AQUICULTURA
Coordenadora da Produção dos Materias
Vera Lucia do Amaral
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Coordenadora de Revisão
Giovana Paiva de Oliveira
Design Gráfi co
Ivana Lima
Diagramação
Elizabeth da Silva Ferreira
Ivana Lima
José Antonio Bezerra Junior
Mariana Araújo de Brito
Arte e ilustração
Adauto Harley
Carolina Costa
Heinkel Huguenin
Leonardo dos Santos Feitoza
Revisão Tipográfi ca
Adriana Rodrigues Gomes
Nouraide Queiroz
Margareth Pereira Dias
Design Instrucional
Janio Gustavo Barbosa
Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade
Jeremias Alves de Araújo Silva
José Correia Torres Neto
Revisão de Linguagem
Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade
Revisão das Normas da ABNT
Verônica Pinheiro da Silva
Adaptação para o Módulo Matemático
Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho
EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
Projeto Gráfi co
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
Você ve
rá
por aqu
i...
Objetivos
1
Introdução à pesca e à aquicultura A01
Caro aluno, seja bem-vindo ao mundo da pesca e da aquicultura. Quero convidá-aro aluno seja bem vindo ao mundo da pesca e da aquicultura Quero convidálo a conhecer comigo esses importantes segmentos da economia brasileira. Tenho certeza de que poderemos aprender muito juntos e que isso o ajudará a 
ser um profi ssional de sucesso na profi ssão que você escolheu. Antes, porém, é muito 
importante você conhecer a relevância desta disciplina no seu curso.
A disciplina Introdução à pesca e à aquicultura apresentará as primeiras impressões 
do mundo da pesca e da aquicultura para você. Nesta primeira aula, vamos estudar 
os principais conceitos presentes no segmento pesqueiro e aquícola, suas principais 
características e um pouco de sua história e sua evolução e assim você terá uma visão 
geral da área na qual você está se inserindo. Fique atento! Ao fazer as atividades e 
pesquisas solicitadas, você estará tendo contato com documentos, textos e discussões 
fundamentais para a sua formação e crescimento como profi ssional da área. Para ser 
um bom profi ssional, muito mais do que os professores ou o material didático disponível, 
é a sua atitude que vai fazer a diferença. Bons estudos!
  Conhecer o conceito de pesca.
  Identifi car, com base no conceito de pesca, as principais características
dessa atividade.
  Compreender as transformações ocorridas na pesca ao longo do tempo.
1Praticando...
2
Introdução à pesca e à aquicultura A01
Para começo 
de conversa...
Afi nal, o que é Pesca?
1. Se considerarmos a pesca como uma atividade, como você responderia
às seguintes questões:
a) Qual o objetivo dessa atividade?
Eu tenho certeza de que você sabe defi nir com as suas palavras o que é pesca, mas 
vamos tentar construir juntos esse conceito. Iremos iniciar a nossa aula com uma série 
de questões para você refl etir sobre o objetivo, a função e o produto dessa atividade.
Decreto-lei
3
Introdução à pesca e à aquicultura A01
  Esta legislação
está disponível em: 
<http://www.planalto.
gov.br/ccivil/decreto-
lei/Del0221.htm>.
b) Onde essa atividade é praticada?
c) Alguém é dono dos produtos que serão obtidos nessa atividade? 
Quem?
Podemos dizer, de uma forma simplifi cada, que pesca é uma atividade
extrativista cujo objetivo é capturar ou coletar o pescado e é praticada em
um ambiente aquático. Para melhor entendimento, leia o Código de Pesca
Brasileiro que está no Decreto-lei Nº 221 , de 28 de fevereiro de 1967. 
2. A partir dessas perguntas, você já poderia escrever uma defi nição do 
que é pesca?
Pesca é
2Praticando...
4
Introdução à pesca e à aquicultura A01
a) E pescaria, é a mesma coisa que pesca? O que você acha?
 ( ) sim ( ) não
b) Por quê?
Muitas vezes, utilizamos os termos pesca e pescaria como sinônimos, mas é preciso 
fazer uma diferença entre esses dois termos. O termo pesca representa a própria ação 
de pescar, enquanto o termo pescaria é tudo que envolve a ação de pescar: aparatos, 
indústria, ambiente, enfi m, tudo o que representa um conjunto de fatores presentes 
numa pescaria.
Calma, vamos exemplifi car. Assim, você vai compreender melhor. Imagine alguém 
pescando sardinha. O ato da captura da sardinha você chama de pesca, enquanto 
a pescaria é o conjunto: o barco e seus equipamentos, os apetrechos de pesca, o 
ecossistema da sardinha, etc. E agora, compreendeu melhor?
3Praticando...
5
Introdução à pesca e à aquicultura A01
1. Para entender melhor os conceitos apresentados até então e se
familiarizar com termos que serão muito utilizados em nossa disciplina,
procure, no dicionário, o signifi cado das seguintes palavras: 
a) Extrativista
b) Pescado
c) “Apetrechos de pesca”
d) “Petrechos de pesca”
e) Ecossistema
2. Agora, procure conceituar a palavra pesca, fazendo isso a partir de leituras
na legislação federal ou estadual. Isso quer dizer que você terá que
procurar as leis que defi nem o que é pesca no seu Estado. Portanto, além
da legislação federal citada no exercício anterior, você deverá procurar 
no site ofi cial do governo do seu Estado, qual o órgão responsável pelas
políticas pesqueiras.
Pesca comercial e 
pesca de subsistência
Seguindo adiante...
Na atividade da pesca, encontramos diferentes situações. Muitas pessoas têm a atividade 
da pesca como a única forma de sustentar a si e a sua família, outras sobrevivem não só 
da pesca, mas também de outras atividades, como agricultura e pecuária.
4Praticando...
6
Introdução à pesca e à aquicultura A01
Quando a prática da atividade pesqueira é realizada apenas para o consumo da produção 
pelo pescador e sua família, chamamos essa prática de pesca de subsistência.
Nos casos em que as pessoas vendem o produto da sua pescaria ou pelo menos parte 
dessa produção para remunerar o seu trabalho, mesmo que a outra parte seja utilizada 
para o consumo familiar, chamamos essa prática de pesca comercial.
a) Observe as fi guras abaixo e descreva as principais diferenças encontradas
nos dois tipos de pescaria.
b) Agora, defi na, com suas palavras, o que é pescaria comercial.
c) Agora, defi na, com suas palavras, o que é pescaria de subsistência.
7
Introdução à pesca e à aquicultura A01
E como tudo 
começou?
Bom, você já está começando a compreender melhor alguns conceitos importantes 
do setor pesqueiro, mas você já parou para pensar como surgiu a pesca, onde essa 
atividade começou?
Desde os primórdios o homem luta pela sua sobrevivência. No início, habitava as 
cavernas e era nômade, pois precisava sair em busca de alimentos. As origens da
atividade pesqueira praticada pelo homem confundem-se com a sua própria história e, 
antes mesmo da agricultura, o homem já praticava a pesca ao extrair moluscos marinhos 
para a sua alimentação.
Na sua luta pela sobrevivência, o homem desenvolveu instrumentos que facilitassem sua 
coleta de pescado, o anzol. Estima-se, aproximadamente, de 30 a 40 mil anos atrás a 
utilização do anzol pelo homem. Acredita-se que os primeiros anzóis foram de madeira. 
Figura 1 – Primeiros anzóis de madeira
As redes de pesca vieram logo em seguida e tanto o anzol quanto a rede de pesca já 
eram utilizados no fi m da pré-história. É claro que esses instrumentos de pesca não eram 
semelhantes aos que utilizamos hoje, assim como os locais onde o homem pescava. As 
pescarias se davam nos pequenos lagos, pois o homem só iniciou suas pescarias no 
oceano a partir da época do Império Romano. Foi nesse período que o peixe se tornou 
um alimento nobre. Esse fato estabeleceu as pescarias oceânicas.
5Praticando...8
Introdução à pesca e à aquicultura A01
Mas com o aumento do consumo de peixes pelas pessoas daquela época, as 
embarcações começaram a ter que se deslocar para lugares mais longe da comunidade, 
então como fariam para conservar o peixe, o que eles faziam para o peixe não chegar 
estragado? Nessa época, os gregos e os egípcios já conservavam o peixe com o sal, 
além disso, os romanos introduziram a prática do uso de azeite na conserva do peixe. 
Com o tempo, já na Idade Média, os produtos pesqueiros começaram a ser utilizados 
como moeda de troca pelos senhores feudais e camponeses. Nessa época, não só o 
peixe, mas o óleo extraído do peixe e a fabricação de redes para pescaria tornaram-
se um negócio, assim podemos pensar que o agronegócio do peixe pode ter iniciado 
nesse tempo.
Na disciplina “Empreendedorismo no Agronegócio”, você verá com mais detalhes o 
conceito de “agronegócio” e a sua relação com as atividades do profi ssional técnico 
em pesca/aquicultura. 
Agora, um desafi o: você sabe para que se utiliza, atualmente, o óleo do
peixe?
No fi nal da aula, você confere se acertou, certo?
Continuando...
No século VII d.C., a atividade da pesca e o consumo de pescado, principalmente de 
peixe, já eram comuns na sociedade européia. Dessa forma, a utilização de equipamentos 
mais efi cientes na prática das pescarias já era uma necessidade, pois com o aumento 
da demanda por pescado era necessário ir pescar mais distante e capturar não só 
6Praticando...
9
Introdução à pesca e à aquicultura A01
peixes, mas mamíferos como as baleias, e crustáceos como as lagostas, já que tanto 
as populações rurais como a aristocracia queriam consumir mais pescados.
Um dos peixes mais famosos e que tem a sua história de pescaria ligada à nossa
história de consumo de pescado é o bacalhau. A história do bacalhau é milenar, pois 
existem registros de processamento do bacalhau já no século IX, realizado na Noruega 
e Islândia, e os Vikings são considerados os pioneiros no consumo e processamento 
desse peixe. Os Vikings, como não conheciam o sal, preparavam o bacalhau para secar 
ao ar livre até que perdessem peso e fi cassem com apenas a quinta parte do peso 
original, assim a carne fi cava bastante dura e era consumida durante as longas viagens 
oceânicas realizadas por eles.
A utilização do sal antes da secagem do bacalhau foi utilizada pelos bascos, que já 
conheciam o sal e, no século X, já comercializavam o bacalhau curado, salgado e seco, 
pois o mesmo era salgado e depois secado ao ar livre para melhor manter a qualidade. 
Procure, no dicionário, o signifi cado das seguintes palavras. Você também
pode pesquisar na internet, no seguinte site: <http://pt.wikipedia.org/wiki>.
1. Aristocracia
2. Vikings
E a pesca no Brasil, 
como foi no início?
No início, a pesca no Brasil era praticada pelos índios e foram eles que apresentaram 
aos portugueses muitas das técnicas de captura da época. Os índios pescavam 
principalmente em rios e em áreas mais reservadas dos estuários. A partir das técnicas 
10
Introdução à pesca e à aquicultura A01
de pesca utilizadas pelos índios, os europeus e os escravos africanos adaptaram ou 
modifi caram essas técnicas. 
As principais técnicas utilizadas pelos índios eram as fl echas, um tipo de anzol preso à 
linha feita com fi bra vegetal e a utilização do timbó. Os currais de pesca também já eram 
utilizados naquela época. É bom lembrar que essas técnicas ainda são utilizadas hoje, 
porém com a agregação de novas técnicas e de tecnologias que hoje temos disponíveis. 
A pesca da baleia também foi um segmento importante. Além da carne para o consumo 
humano, o óleo era o principal produto dessa pescaria. O óleo da baleia era utilizado 
principalmente para construção das ruas e das casas, como liga para as massas 
utilizadas nas construções dos imóveis e para ceras que eram utilizadas na confecção 
de velas. 
Baleia
 Mais informações 
você pode conseguir 
nos sites <http://
www.gforum.tv/
board/1075/220309/
mamiferos-da-letra-b.
html> e <http://
pt.wikipedia.org/wiki/
Balea%C3%
A7%C3%A3o>.
7Praticando...
11
Introdução à pesca e à aquicultura A01
Vamos aumentar nosso vocabulário? Procure, no dicionário, o signifi cado
dessas palavras, mas você também pode encontrar na Internet, no site
<http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal> fazer essa pesquisa.
1. Baleia
2. Arpão
3. Fibra vegetal
4. Estuário
12
Introdução à pesca e à aquicultura A01
Evolução 
das pescarias
Vimos, resumidamente, aspectos gerais de como eram as pescarias no mundo e no Brasil em séculos passados, mas, com o aumento da demanda por pescado,tornou-se necessária a evolução do conjunto de conhecimentos para se conseguir 
suprir essa demanda, o que signifi ca pescar em locais mais distantes e em outros
ambientes.
Como ocorreu a evolução das pescarias?
A evolução das pescarias veio, na maioria das vezes, acompanhada da evolução das 
técnicas de outros setores produtivos. Ou seja, as novas tecnologias produzidas pelo 
homem para outros segmentos da sociedade acabaram sendo incorporadas e/ou 
adaptadas ao segmento da pesca.
É evidente que outras ciências evoluíram mais que as ciências pesqueiras, mas você 
deve levar em conta as características do segmento pesqueiro.
A Revolução Industrial, bem como as pesquisas utilizadas nas duas grandes Guerras 
Mundiais, nos séculos XIX e XX, respectivamente, trouxeram para a sociedade a aplicação 
dessas pesquisas em segmentos econômicos importantes, dentre eles o segmento 
pesqueiro.
Com o passar dos anos, a agregação de tecnologia de áreas como mecânica, eletrônica, 
química, telecomunicação, informática, dentre outras vem colaborando fi rmemente nos 
processos de captura, construção naval, máquinas e equipamentos utilizados a bordo 
das embarcações pesqueiras, navegação, artes de pesca, métodos de conservação do 
pescado, entre outros. Mas como foi que tudo isso aconteceu? 
Como vimos anteriormente, a pesca, nos primórdios, começou com a coleta de moluscos, 
depois foram introduzidos os primeiros instrumentos, como pedras, lanças, arpões e 
fl echas.
13
Introdução à pesca e à aquicultura A01
Dessa forma, podemos imaginar que a utilização do anzol foi uma revolução para essa 
atividade. Os historiadores apontam que há 30 mil anos o anzol já era utilizado pelo 
homem. Dessa forma, o homem passou a confeccionar anzol a partir de dentes e garras 
de animais, espinhos vegetais, ossos de peixes e de outros animais e até de pedra. Só 
muito depois o metal passou a ser utilizado para confeccionar anzol.
O homem, para se proteger do frio, da chuva, dos 
animais e de outras intempéries precisou confeccionar 
vestimentas, mas como foi que isso aconteceu?
O homem aprendeu que poderia utilizar as fi bras de alguns vegetais para confeccionar 
fi os e depois tecer esses fi os para virar tecido.
14
Introdução à pesca e à aquicultura A01
É claro que as peles dos animais foram as nossas primeiras 
vestimentas, mas o que tem isso a ver com pesca?
É que o fi o que era utilizado para a confecção das vestimentas foi o mesmo para 
confeccionar as redes de pesca cujo maior uso era como armadilhas e, depois, serviram 
para amarrar os anzóis que eram utilizados nas pescarias de linha de mão. 
As redes de pesca eram utilizadas mais como armadilhas, da mesma forma que ainda 
utilizamos hoje o curral de pesca. Elas atuavam para aprisionar os peixes e não para 
emalhá-los. A rede de pesca, da forma como conhecemos hoje, só surgiu muito tempo 
depois. 
As principais fi bras utilizadas na confecção dos fi os eram obtidas a partir da fi bra do 
sisal e algodão, mas outros vegetais também eram utilizados.
15
Introdução à pesca e à aquicultura A01
E como seria a qualidade desses anzóis, desses fi os e 
consequentemente dessas redes de pesca?Você está correto. Como tudo era construído rusticamente, o tempo de utilização 
dos mesmos era muito reduzido. As fi bras apodreciam rapidamente e, dessa forma, 
a resistência do fi o ao esforço fi cava comprometida. Os anzóis também perdiam 
rapidamente a resistência, pois o contato com a água os tornava mais frágeis.
Com a Revolução Industrial, surge a máquina a vapor, que logo depois seria utilizada 
nas embarcações. Com isso, as embarcações não dependem mais apenas de remos e 
velas e, dessa forma, passam a navegar mais distantes da costa e mais rapidamente, 
além disso, podem mecanizar equipamentos de auxílio à pesca, como os guinchos 
podem lançar e recolher, mais rápido, redes e linhas de pesca.
Ainda nessa época, novas técnicas de pesca são introduzidas, novos materiais 
que confeccionam artes de pesca são utilizados e novos métodos de conservação 
de alimentos através da tecnologia da utilização do frio controlado são inseridos no 
processo das pescarias. Isso faz com que a indústria pesqueira comece a se consolidar 
como um segmento econômico importante para a sociedade.
Outra fase importante na evolução da pesca foi a utilização da tecnologia na área militar 
naval. Muitas pesquisas que geraram tecnologia, principalmente durante a Segunda 
Grande Guerra Mundial, foram transferidas para o meio civil e utilizadas por vários 
segmentos econômicos. No caso da pesca, a tecnologia utilizada pelos navios para 
detectar submarinos foi a mesma para detectar cardumes. O uso do radar para localizar 
as tropas inimigas foi adaptado para dar maior segurança durante a navegação; as novas 
tecnologias de telecomunicação também passaram a ser usadas pelas embarcações, 
sendo o satélite também transferido para o setor civil, com as embarcações usando-o 
para a sua própria localização durante a navegação como também para a marcação de 
importantes áreas de pesca. Outra importante área que contribuiu e contribui é a área 
de química. Na pesca, a substituição das fi bras naturais pelas fi bras sintéticas foram 
fundamentais para consolidar a utilização das atuais artes de pesca, a utilização dos 
polímeros para a fabricação dos fi os para as redes de pesca e para as linhas, bem como 
os tratamentos químicos utilizados nos metais que estão presentes nas artes de pesca 
contribuem com uma maior resistência e durabilidade desses apetrechos de pesca.
8Praticando...
16
Introdução à pesca e à aquicultura A01
Pesquise em sítios de busca da Internet sobre os temas seguintes e faça
um resumo sobre cada um deles. Segue como sugestão, alguns endereços
na Internet, onde você poderá realizar suas pesquisas.
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial>;
<http://www.cena.usp.br/irradiacao/conservacao.htm>;
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Fibra_sint%C3%A9tica>.
1. Revolução Industrial
2. Utilização da tecnologia do frio na conservação dos alimentos
3. Surgimento da fi bra sintética
Bem, estamos concluindo nosso primeiro encontro. Espero que você
tenha gostado. Faço uma sugestão: planeje o seu tempo de estudo, pois
assim terá as condições necessárias para estudar com calma e realizar os
exercícios propostos, além de ler mais sobre o assunto em outras fontes.
17
Introdução à pesca e à aquicultura A01
Respondendo ao desafi o (atividade 5)
E então, vamos ver se você acertou?
Atualmente, o óleo de peixe é utilizado, principalmente, como medicamento
e é adicionado às farinhas que compõem algumas das rações animais.
Leituras complementares
Além dos endereços na Internet, disponibilizados ao longo desta aula, você também 
poderá obter mais informações sobre esse tema, consultando a seguinte referência:
SILVA, L. G. Os pescadores na história do Brasil. Recife: VOZES, 1988. (Colônia e 
Império, 1).
Esse livro relata como era a vida dos pescadores brasileiros durante a Colônia e o 
Império. Fique atento quanto à tecnologia de pesca que era utilizada nessa época.
Nesta primeira aula você estudou o conceito de pesca, viu que a pesca 
é uma atividade extrativista e um importante segmento econômico que 
gera emprego, trabalho e renda. Você estudou também que o homem 
já praticava a pesca mesmo antes da agricultura e que com o passar 
dos séculos as pescarias começaram a fi car mais distantes da costa, 
necessitando, com isso, do aprimoramento das embarcações, dos 
materiais de pesca e das técnicas de conservação do pescado a bordo. 
Com a revolução industrial, novas tecnologias foram incorporadas à 
atividade, como a introdução de materiais sintéticos na confecção dos 
apetrechos e das novas tecnologias de captura. 
Você também foi convidado a pesquisar muitos conceitos, o que deverá 
contribuir para a sua familiarização com um vocabulário que fará parte das 
nossas aulas, daqui para frente, bem como das demais disciplinas do Curso 
e, principalmente, no exercício da sua futura profi ssão. 
Autoavaliação
18
Introdução à pesca e à aquicultura A01
Este é o momento de você fazer uma avaliação dos assuntos que abordamos
nesta aula. Qualquer dúvida consulte os exercícios anteriores e os sites
que indicamos.
1. Qual o conceito e as principais características da pesca?
2. Com suas palavras, faça uma abordagem da evolução da pesca, desde
os primórdios até os nossos dias.
3. Caracterize como a pesca é praticada na sua região (tipos de
embarcações, espécies capturadas, número de pescadores, etc).
Referências 
AFONSO-DIAS, Manuel. Breves notas sobre a história da pesca. Disponível em: <http://
w3.ualg.pt/~madias/docencia/paq/BrevesNotasHistoriaPesca.pdf>. Acesso em: 10 
out. 2008.
BRASIL. Casa Civil. Subchefi a para Assuntos Jurídicos. Decreto-Lei nº 221, de 28 
de fevereiro de 1967. Dispõe sobre a proteção e estímulos à pesca e dá outras 
providências. Brasília, 1967. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto-
lei/Del0221.htm>. Acesso em: 19 nov. 2008.
HISTÓRIA DO ANZOL. Disponível em: <http://www.marlinnegro.na-web.net/pre_historia.
htm>. Acesso em: 12 out. 2008.
HISTÓRIA DA PESCA. A pesca desde a pré-história. Disponível em: <http://www.
vaprapesca.com.br/Brasil/Links/hist_pesca.htm>. Acesso em: 11 out. 2008.
SILVA, Luis Geraldo da (Org.). Os pescadores na história do Brasil. Recife: VOZES, 1988. 
(Colônia e Império, 1).
19
Introdução à pesca e à aquicultura A01
Anotações
20
Introdução à pesca e à aquicultura A01
Anotações
02
João Vicente Mendes Santana
C U R S O T É C N I C O E M A Q U I C U LT U R A
A pesca no Brasil e no mundo –
principais locais de captura
INTRODUÇÃO À PESCA E À AQUICULTURA
Coordenadora da Produção dos Materias
Vera Lucia do Amaral
Coordenador de Edição
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rá
por aqu
i...
Objetivos
1
Introdução à pesca e à aquicultura A02
Nesta aula, faremos uma grande viagem pelos oceanos, aprendendo conceitos importantes sobre a água, seus nutrientes e a sua importância para a atividade da pesca. Você também irá conheceros principais locais de pesca no Brasil e 
no mundo, identifi cando as principais espécies capturadas pela pesca comercial. Suba 
a bordo e vamos começar!
  Conhecer os conceitos envolvendo os estoques pesqueiros.
  Entender a importância dos nutrientes das águas e as suas 
importâncias nas pescarias.
  Identifi car as principais características e os principais locais 
onde a pesca é praticada no Brasil. 
  Identificar algumas espécies de recursos pesqueiros 
capturados pela pesca comercial no Brasil.
2
Introdução à pesca e à aquicultura A02
Para começo
de conversa... 
Vamos ler o texto abaixo: 
Viva a diferença!
(adaptado de Lígia Barreto)
Reomédio trabalhava numa empresa de pesca há vários anos. Sempre foi um funcionário 
sério, dedicado e cumpridor de suas obrigações. Nunca chegava atrasado. Por isso 
mesmo estava na instituição, sem ter recebido uma única reclamação.
Certo dia, ele foi até seu chefe fazer uma queixa:
– Senhor Gerente, tenho trabalhado durante anos nesta empresa com toda dedicação, só 
que me sinto um tanto injustiçado. Fiquei sabendo que o Felizberto, que tem o mesmo 
cargo que eu, está aqui há somente três meses e já será promovido?...
O Gerente, fi ngindo não ouvi-lo disse:
– Foi bom você ter vindo aqui. Tenho um problema para resolver e você poderá me 
ajudar. Estou querendo oferecer frutas no café da manhã ecológico deste mês. Aqui 
próximo tem um mercadinho que tem uma boa variedade de frutas. Por favor, vá até lá 
e verifi que se eles têm abacaxi.
Reomédio sem entender direito, saiu da sala e, imediatamente, foi cumprir a missão.
Em cinco minutos estava de volta.
3
Introdução à pesca e à aquicultura A02
– E aí Reomédio? Perguntou o Gerente.
– Verifi quei, como o senhor me pediu e eles têm abacaxi sim...
– Quanto custa? Perguntou o gerente
– Aaahh, isso eu não perguntei...Respondeu Reomédio
O Gerente pergunta novamente:
– Eles têm abacaxi para atender todo nosso pessoal??
– Também não perguntei isto...diz Reomédio
– Há alguma fruta que possa substituir o abacaxi? 
– Não sei...
Muito bem, Reomédio. Sente-se ali naquela cadeira e aguarde um pouco. O Gerente 
pegou o telefone e mandou chamar o novato Felizberto. Deu a ele a mesma orientação 
que ao Reomédio. Em 30 minutos, Felizberto voltou.
– E então? Indagou o Gerente.
– Eles têm abacaxi, sim. O estoque é sufi ciente para todo nosso pessoal aqui e, se 
o senhor preferir, tem também laranja, mamão, banana e melão. O abacaxi custa 
R$ 2,00 a unidade; a laranja é R$ 10,00 o cento, já descascada; o mamão e a banana 
são R$1,00 o quilo; e o melão japonês é R$0,80. Porém, como eu disse que a compra 
seria em grande quantidade, eles nos concederão um desconto de 5% e ainda manda 
deixar. Peguei o número do telefone do supervisor de vendas e conforme sua decisão, 
posso fazer o pedido, explicou Felizberto. 
Agradecendo pelas informações, o Gerente o dispensou-o. Voltou-se para Reomédio, 
que permanecia sentado e perguntou-lhe:
– Reomédio, o que foi mesmo que você estava me dizendo?
– Nada, patrão. Esqueça. Com licença... E Reomédio deixou a sala.
“Se não nos esforçarmos para fazer o melhor, mesmo em tarefas que possam parecer 
simples, jamais nos serão confi adas tarefas de maior importância.”
“Todas as vezes que fazemos o uso correto e amplo da informação, criamos a 
oportunidade de imprimir a nossa marca pessoal.”
Vocês podem e devem se destacar, até nas coisas mais simples, como Felizberto.
Portanto, VIVA A DIFERENÇA!!! SEJA A DIFERENÇA!!! FAÇA A DIFERENÇA!!!
Durante nosso curso, deveremos buscar não apenas conhecimentos técnicos, mas 
também a formação pessoal, do caráter e fortalecer nossas habilidades 
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1Praticando...
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Introdução à pesca e à aquicultura A02
Introdução
A importância das pescarias para um País não se mede apenas pela sua contribuição 
para a economia, mas deve atender ao fato de serem os recursos e os produtos 
pesqueiros componentes fundamentais de trabalho e da segurança  alimentar. 
As características biológicas devem constituir a base fundamental para a conservação 
e gestão dos recursos pesqueiros, não menosprezando os efeitos sociais, econômicos, 
institucionais ou ambientais. Assim, se um recurso biológico renovável for bem gerido, a sua 
duração seria praticamente ilimitada, ao contrário do que sucede com os recursos minerais.
Descreva quais são, em sua opinião, as principais funções dos oceanos e 
sua importância para compreensão das pescarias?
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Introdução à pesca e à aquicultura A02
Seguindo adiante...
Na primeira aula, você aprendeu algumas defi nições, pôde identifi car as principais características da pesca e compreender suas principais transformações ocorridas nos últimos tempos. Iremos agora iniciar a nossa aula com uma série 
de conceitos necessários para entendimento de como funciona a atividade de pesca.
Alguns conceitos importantes
O Brasil possui uma grande faixa oceânica para aproveitar, pois a nossa costa tem mais 
de 7.000km de comprimento (linha reta), entre o extremo norte (foz do Rio Oiapoque/
AP) e o extremo sul do país (Arroio Chuí/RS). Inicialmente, é necessário se familiarizar 
com alguns termos técnicos empregados quando o assunto são as pescarias.
  Mar territorial
Devido à importância e às riquezas do mar, todo país marítimo preocupa-se em garantir 
para si uma parte do mar que banha o seu território. Essa parte do mar chama-se mar 
territorial e compreende uma faixa de 12 milhas marítimas de largura, medidas a partir 
da linha de baixo mar do litoral continental. A partir daí, temos águas internacionais, que 
não pertencem a nenhum país. É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades 
o direito de passagem inocente no mar territorial, desde que não seja prejudicial à paz, 
ou à segurança do país, devendo ser contínua e rápida. A passagem inocente poderá 
compreender o parar e fundear, mas apenas na medida em que tais procedimentos 
constituam incidentes comuns de navegação, ou seja, por motivo de força ou por 
difi culdade grave, ou ainda, para prestar auxílio a pessoas, navios e aeronaves em 
perigo ou difi culdade grave.
  Zona contígua
É a faixa que se estende de 12 a 24 milhas marítimas, contadas a partir das linhas 
de base que servem para medir o mar territorial. Nesta zona, o país poderá tomar as 
medidas de fi scalização necessárias para evitar as infrações às leis e aos regulamentos 
alfadengários, fi scais, de imigração ou sanitários no seu território ou no seu mar territorial.
  Zona econômica exclusiva - ZEE
Zona econômica exclusiva é aquela onde cada nação possui direitos exclusivos sobre 
os recursos de suas águas oceânicas. Está localizada entre 0 e 200 milhas da costa 
litorânea. Compreende uma faixa que se estende das 12 às 200 milhas marítimas, 
contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial. 
Nesta zona, o país tem direitos para fi ns de exploração, aproveitamento, conservação 
6
Introdução à pesca e à aquicultura A02
e gestão de recursos naturais, vivos ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do 
mar, e seu subsolo, e no que se refere a outras atividades com vistas à exploração e 
ao aproveitamento da zona para fi ns econômicos. 
O Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem o direito exclusivo de regulamentar a 
investigação científi ca marinha, a proteção e preservação do meio marítimo, bem 
como a construção, operação e uso de todos os tipos de ilhas artifi ciais, instalações 
e estruturas. 
As defi nições acima se encontram na lei LEI Nº 8.617, de 4 de janeiro de 1993.
Figura 1 – limites do mar territorial, zona contígua e zona econômica exclusiva.
Relevo submarino
O relevo submarino é subdividido em quatro partes:
Plataforma continental, Talude, Região pelágica e Região abissal.
  Plataforma continental
A plataforma continentalpode ser defi nida como a continuação do continente, mesmo 
submerso. Sua profundidade média é de 0 a 200 m, o que signifi ca que a luz solar 
infi ltra-se na água, gerando condições propícias à atividade biológica e ocasionando uma 
grande importância econômica para a atividade da pesca. Há também, na plataforma 
continental, a ocorrência de petróleo. (CMIO, 1999). 
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Introdução à pesca e à aquicultura A02
Essa plataforma é a continuação natural do relevo continental. Compreende o leito e o 
subsolo nas áreas submarinas que se estendem em toda a extensão do prolongamento 
natural do seu território terrestre, onde a partir das planícies litorâneas (praias) inclina-se 
suavemente sob o mar, até o bordo exterior da margem continental ou até uma distância 
de duzentas milhas marítimas das linhas de base. 
Seus limites estão além do seu mar territorial entre o ponto zero (zero de altitude e 
zero de profundidade), exatamente no contato mar-terra, e a cota de 200 metros de 
profundidade. No Brasil, a largura da plataforma continental é variável, possuindo média 
inferior a 90 km. No litoral do Amazonas e do Pará é extensa, apresentando maior largura 
na foz do rio Amazonas; depois se estreita no litoral do Nordeste e novamente se alarga 
a partir do Espírito Santo.
A plataforma continental possui extraordinária fonte de recursos alimentares devido 
às matérias nutritivas que procedem dos continentes e à presença da luz solar que 
possibilitam o desenvolvimento da vida vegetal e animal. Área caracterizada pelo intenso 
processo de acumulação, onde se concentra a exploração econômica dos oceanos, 
como a pesca industrial, a extração do sal e a produção de petróleo. O Brasil exerce 
direitos de soberania sobre a plataforma continental, para efeitos de exploração dos 
recursos naturais minerais e outros não vivos do leito do mar e subsolo. Na plataforma 
continental, o Brasil tem o direito exclusivo de regulamentar a investigação científi ca 
marinha, proteção e preservação do meio marinho. 
  Talude
Desnível abrupto de 2 a 3 km de profundidade. É o fi m do continente. Está situado entre 
a borda marítima da plataforma continental e as profundezas oceânicas, formando um 
desnível abrupto da ordem de 200 a 2.000m, onde se localizam os canhões submarinos, 
que são vales profundos e de paredes abruptas. Caracteriza-se pelo predomínio de 
formas acidentadas, geralmente em declive, estendendo-se por cerca de 9% dos fundos 
oceânicos. Constitui o verdadeiro limite dos oceanos.
  Região pelágica
É o relevo submarino propriamente dito, com planícies, montanhas e depressões. É 
constituída pelas bacias oceânicas e as cristas ou dorsais oceânicas, sendo que o 
início dessa região é o limite inferior do talude continental se estendendo por 2.000 a 
5.000m. As bacias oceânicas são constituídas por extensas planícies, divididas entre 
si por cordilheiras submarinas, as quais formam as cristas ou dorsais oceânicas. É a 
região dominante dos fundos dos mares, ocupando 80% da superfície oceânica e tem 
forma de um grande planalto submerso. Nessa região surgem as ilhas oceânicas de 
Trindade e o grupo Martim Vaz, o arquipélago Fernando de Noronha e a grande cordilheira 
denominada Dorsal Atlântica.
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Introdução à pesca e à aquicultura A02
  Região abissal
Quando ocorre aparece junto ao talude. É a região dos abismos submarinos ou fossas 
submarinas, depressões longas e estreitas que chegam a alcançar mais de 10 km 
de profundidade. As fossas estão localizadas perto dos continentes e das ilhas, nas 
proximidades do talude continental e abrangem apenas 1% da área dos fundos dos 
oceanos. É a porção menos conhecida do relevo marinho e ocupa apenas 3.4% da área 
total dos oceanos.
Figura 2 – Descrição do relevo submarino. 
O plâncton
O plâncton representa o conjunto de todos os seres vivos fl utuantes que são levados pelas correntezas marinhas. Eles não possuem órgãos de locomoção e, quando os têm, são rudimentares. Existem duas categorias de seres 
planctônicos: o zooplâncton e o fi toplâncton:
Fitoplâncton – é constituído pelos produtores, ou seja, os seres autotrófi cos, que 
desempenham um grande papel na cadeia alimentar marinha. As algas são os principais 
representantes dessa categoria. São os microorganismos de origem vegetal e precisam 
de nutrientes para seu crescimento.
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Introdução à pesca e à aquicultura A02
Para entender melhor os conceitos apresentados e se familiarizar com 
termos que serão muito utilizados em nossa disciplina, procure no dicionário 
ou internet o signifi cado da palavra: “Nutriente”: Depois, apresente um 
exemplo em que os nutrientes foram importantes na produtividade de 
organismos vegetais ou animais. 
Zooplâncton – é constituído por organismos heterotrófi cos, como microcrustáceos, 
larvas de peixe, protozoários, insetos, pequenos anelídeos e até caravelas. São os 
microorganismos de origem animal. 
Fonte: <http://www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos_biosfera.htm>. Acesso em: 7 jan. 2010.
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Introdução à pesca e à aquicultura A02
Correntes oceânicas
As correntes são geradas pelo efeito de rotação da Terra, o vento, a forma das bacias oceânicas, e são responsáveis por manter os oceanos em constante movimento, transportando grandes massas d’água, com distintas temperaturas, 
densidades e salinidades, de uma região para outra, produzindo uma suavização nos 
climas das localidades próximas às zonas costeiras.
O mar é uma fonte de produção de vapor d’água, o qual não só vai tornar úmida a 
atmosfera local ou costeira, como também é transportado a regiões afastadas do 
oceano, permitindo a formação de precipitação no interior dos continentes.
A distribuição mundial das correntes oceânicas revela uma correlação entre as 
circulações oceânicas e atmosféricas nas baixas e médias latitudes. No hemisfério 
norte a circulação é horária, acontecendo o contrário no hemisfério sul. Como resultado 
da maioria das circulações superfi ciais, ocorre o transporte de água fria para o Equador 
ao longo das margens lestes dos oceanos e água quente para os polos, ao longo das 
margens localizadas a oeste.
No oceano existem duas áreas principais de dispersão: a equatorial, onde se formam 
as correntes quentes e que se deslocam para as áreas de altas latitudes e as polares, 
onde se formam as correntes frias e se deslocam para as baixas latitudes.
As correntes marítimas que atingem o Brasil se originam da corrente quente Sul- 
Equatorial, a qual se forma no Golfo da Guiné, na África e desloca-se em direção ao 
Brasil. Ao atingir o Nordeste brasileiro, a corrente se bifurca dando origem à corrente das 
Guianas e à corrente do Brasil. A corrente da Guiana se direciona para oeste, banhando 
o nordeste e norte do Brasil e atingindo o mar das Antilhas, enquanto a corrente do 
Brasil se desloca no sentido sul.
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Introdução à pesca e à aquicultura A02
Figura 3 – Distribuição das correntes oceânicas no oceano Atlântico. 
Fonte: <https://www.mar.mil.br/dhn/dhn/index.html>. Acesso em: 11 nov. 2009.
Ressurgência
A ressurgência é o nome dado ao fenômeno provocado por uma corrente de água fria, que se desloca em um nível profundo, e que ao chegar à costa afl ora e se aquece, resultante tanto dos raios solares, como da corrente de água. A corrente 
é rica em nutrientes, fazendo parte da cadeia alimentar de animais microscópicos, 
que por sua vez servem de alimento para outros maiores. A ressurgência fazcom que 
os nutrientes vão para a superfície e também fi quem em todas as camadas da água.
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3Praticando...
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Introdução à pesca e à aquicultura A02
Corrente do Brasil
A corrente Equatorial Sul divide-se entre 7° e 17° sul dependendo da estação do ano, escoando para sudoeste paralela à costa do Brasil até a costa do Uruguai a cerca de 35°S, já com o nome de corrente do Brasil, onde se confronta com 
a corrente das Malvinas. Neste ponto de convergência, as duas correntes correm para 
leste incorporando-se à corrente do Atlântico Sul. A direção prevalecente é sul/sudoeste 
durante todo o ano, mas a sua velocidade e seus limites apresentam variações mais 
acentuadas que a maioria das grandes correntes.
Corrente das Malvinas
A corrente Falkland ou das Malvinas é originada pela corrente do Cabo Horns na parte 
norte da passagem de Drake. Ao passar pelo estreito, a corrente desvia para o norte, 
passando entre o continente e as Ilhas Falkland ou Malvinas e acompanha a costa da 
América do Sul até confrontar-se com a corrente do Brasil, perto da latitude de 36° S, 
próxima à desembocadura da bacia de La Plata.
Por que os oceanos podem infl uenciar ecossistemas e o clima de todo 
o planeta? 
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Introdução à pesca e à aquicultura A02
Mais alguns conceitos...
Para entender um pouco mais sobre produção pesqueira, é importante conhecermos 
alguns indicadores que infl uenciam, de forma direta ou indireta, essa produção. 
Biomassa
Peso de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos contemporâneos de um manancial 
ou estoque.
Captura em peso
A captura em peso corresponde à biomassa do manancial ou estoque retirado pela 
pesca, e não corresponde necessariamente ao peso desembarcado. A diferença 
entre os dois valores (captura em peso e desembarque) ocorre em grande parte às 
rejeições ao mar de parte do que foi capturado, seja em função do preço, qualidade, 
difi culdades de espaço ou questões legais. Descarte é o nome atribuído a uma parte 
da fauna acompanhante que, segundo os pescadores e armadores, não têm viabilidade 
econômica. (DIAS NETO;
 
MARRUL FILHO, 2003).
Captura em número
Número de indivíduos capturados.
Estoque ou manancial pesqueiro
Conjunto dos sobreviventes ou porção disponível de um recurso pesqueiro, num certo 
instante ou período de tempo. Pode referir-se à biomassa ou ao número de indivíduos. 
(DIAS NETO;
 
MARRUL FILHO, 2003).
Espécie alvo
É aquela que se pretende capturar com uma determinada arte de pesca. No entanto, 
nem todas as espécies que são capturadas são espécies alvo. Entre as demais espécies 
capturadas existem as espécies acessórias que embora não sendo espécies alvo, são 
retidas no petrechos (= fauna acompanhante ou “by catch”) e as rejeições (espécies 
jogadas fora = lixo). O valor de mercado e o tipo de arte de pesca têm um papel 
fundamental nessa decisão, pois uma espécie com um valor elevado é geralmente alvo.
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4Praticando...
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Introdução à pesca e à aquicultura A02
O ambiente marinho – 
nutrientes na água e as correntes oceânicas
A FAO (Food and Agriculture Organization – Organização para a Agricultura e Alimentação) 
é um órgão das Nações Unidas responsável pelo monitoramento e avaliação dos 
progressos da pesca global. É uma organização especializada, ela foi criada em 
1943 em um encontro governamental em Hot Springs, EUA, por 44 representantes 
governamentais e está ligada à ONU, pois na Carta das Nações Unidas de 1945 em 
seus artigos 57 e 63 autoriza a vinculação das várias entidades especializadas, desde 
que atuem sobre o campo econômico, social, cultural e educacional.
Com o passar dos anos, a degradação ambiental, neste caso específi co o esgotamento 
dos recursos marinhos, sucedeu-se alguns acordos internacionais visando a proteção 
dos oceanos. A Convenção das Nações Unidas para o Direito do Mar, realizada em 
1982, na cidade de Montego Bay- Jamaica é um marco para o Direito do Mar. Os 
acordos instituídos entraram em vigor apenas em 16 de novembro de 1994. 
Pesquisar no site <www.fao.org> as principais funções e diretrizes da FAO.
5Praticando...
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Introdução à pesca e à aquicultura A02
Veja mais informações consultando: 
COMISSÃO MUNDIAL INDEPENDENTE SOBRE OS OCEANOS - CMIO. O oceano... 
nosso futuro: relatório da comissão mundial independente sobre os oceanos. Rio 
de janeiro: Comissão Nacional Independente sobre os Oceanos. 1999. 248p. 
Disponível em: <http://www.mdn.gov.pt/NR/rdonlyres/22D2295A-838A-4B05-B176-
1CC8D6BD1DAB/0/Relatorio_Oceanos.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2009.
Os mares, numa visão global, constituem uma área contínua, isto é, não se pode falar em 
fronteiras nos oceanos. Esta afi rmativa é aplicável às suas distintas zonas, ambientes 
e recursos. Mesmo assim, é indiscutível a existência de variados ecossistemas e 
estoques de recursos pesqueiros. Entretanto, suas fronteiras não dependem do arbítrio 
do homem, mas tão somente de suas características intrínsecas. 
Você já pesquisou o signifi cado da palavra “nutriente”. Os principais 
nutrientes presentes na água do mar são: nitrogênio, fósforo, sódio, potássio, 
cálcio, zinco e magnésio. Agora, pesquise sobre o papel e a importância 
de cada um deles.
Nitrogênio:
Fósforo: 
Sódio:
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Introdução à pesca e à aquicultura A02
Potássio:
Cálcio: 
Zinco:
Magnésio:
As zonas costeiras, desde as bacias hidrográfi cas até o limite da plataforma, formam 
um ambiente densamente povoado, muito dinâmico e de grande complexidade. Esse 
ambiente é afetado tanto pelos processos naturais como pelas transformações 
causadas pelo homem. A gestão dessas zonas exige uma profunda compreensão dos 
fenômenos físicos, químicos e biológicos que infl uenciam a morfologia, a erosão e a 
evolução desses ecossistemas. (CMIO, 1999).
De toda a área dos oceanos, apenas 10% é produtiva. Dessa área produtiva, somente 
9,9% correspondem às plataformas continentais e 0,1% às zonas de ressurgências, 
também contíguas à costa. Os 90% restantes são quase absolutamente desérticos. 
Conclui-se que as áreas costeiras são 5 vezes mais produtivas que o oceano no seu 
todo e que as áreas de ressurgência são em média 50 vezes mais produtivas, podendo 
alcançar produtividade 75 vezes maiores que a do oceano. 
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Introdução à pesca e à aquicultura A02
A maior parte da produção pesqueira se dá dentro das 200 milhas próximas da terra 
(ZEE), o que torna os recursos pesqueiros muito suscetíveis aos efeitos das atividades 
humanas. 
O oceano tropical compreende a 50% da área total de águas oceânicas globais e 30% 
da área total das plataformas continentais. Apesar disso, é responsável por apenas 
16% da produção pesqueira global. 
A fi gura 4 evidencia que a produtividade primária (número de organismos autotrófi cos por 
área ou volume) do hemisfério Norte é superior à do hemisfério Sul, o que explica o fato 
do Atlântico Norte ser bem mais produtivo, em termos de pesca, que o Atlântico Sul. As 
áreas mais escuras são àquelas de maior presença de nutrientes, consequentemente, 
mais fi to/zooplâncton e, portanto, maiores pescarias.
Figura 4 – Visão global da distribuição geográfi ca da produção primária (fi toplâncton) dos oceanos, 
representada pelas áreas sombreadas
Fonte: FAO (1994 apud CADDY; GRIFFITHS, 1996).
6Praticando...
18
Introdução à pesca e à aquicultura A02
  Identifi car as principais zonas de maior produtividade primária no mundo 
(verifi car as áreas mais escuras na fi gura 4), tendo como base os textos 
sobre nutrientes e ressurgência.
  Com base nos textos anteriores, responda as afirmativas abaixo 
assinalando V, quando verdadeira ou F de falso.
[ ] A FAO é um órgão das Nações Unidas responsável pelo monitoramento 
e avaliação dos progressos da pesca global.
[ ] A base da cadeia alimentar marinhaé uma comunidade de organismos 
microscópicos chamada plâncton.
[ ] A distribuição e a abundância de comunidades de fitoplâncton 
dependem de um conjunto de variáveis, como a luz, a temperatura e o nível 
de nutrientes existentes na água.
[ ] As áreas mais produtivas de todos os mares tendem a situar-se em 
águas oceânicas.
[ ] 90% da região oceânica são quase absolutamente desérticas.
[ ] A produtividade primária do hemisfério Sul é superior à do hemisfério 
Norte, o que explica o fato de o Atlântico Sul ser bem mais produtivo, em 
termos de pesca, que o Atlântico Norte.
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Introdução à pesca e à aquicultura A02
Pescaria no litoral oeste da 
América do Sul
O recente relatório sobre o setor de frutos do mar na América Latina é o segundo relatório anual a ser publicado pela Glitnir a respeito do mercado da América Latina e o fi nal de uma série de sete planejados para 2007. Esse material está 
disponível em www.glitnir.is/seafood. Dados fornecidos por esse relatório: 
-- A pesca total referente às nações da América Latina contabilizou 17,1 milhões MT 
(metric tons/toneladas métricas) em 2005, (17,7% da pesca mundial) com Peru e Chile 
se destacando como as principais nações produtoras de 82% do volume total.
-- Em 2006, a pesca argentina cresceu 24% em relação ao ano anterior, atingindo 1,1 
milhão de MT, sendo os maiores contribuidores para isso a lula e o camarão argentino 
vermelho.
-- O merlúcio é a espécie mais importante da Argentina com a pesca total atingindo 354 
mil MT em 2006, uma redução de 2,3% cento em relação ao ano anterior.
-- O Peru é o segundo maior produtor do mundo de pescados com aproximadamente um 
terço da produção mundial e 41% das exportações internacionais em 2006.
-- O consumo anual de pescados nos países analisados é maior no Peru (20,0 
kg por pessoa), seguido de Chile (16,5 kg), Argentina (6,5 kg) e Brasil (6,0 kg).
-- As espécies oceânicas são parte signifi cativa da pesca peruana, sendo mais 
usadas no setor de frutos do mar. A espécie mais importante é a anchova. Desde 
2002, somente a anchova pode ser usada em pescados. O uso de sardinhas, 
carapaus e cavalas está restrito ao consumo humano direto. 
-- Em 2006, o Peru exportou 97% de pescados e 96% da produção de óleo de 
peixe. 41% das exportações foram para a China, 16% para a Alemanha e 13 % 
para o Japão. A demanda por pescados, especialmente na China e na Europa, 
deve aumentar ainda mais nos próximos anos com uma necessidade cada vez 
maior de uma alimentação saudável.
7Praticando...
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Introdução à pesca e à aquicultura A02
Por que será que o Peru é um dos maiores produtores de pescado do 
mundo? Com base no que você aprendeu até aqui, procure responder a 
essa pergunta. Utilize o fórum em sala para dar sua opinião e conhecer as 
respostas dos seus colegas. 
Estatísticas da FAO
Existem diferentes formas de visualizar os dados de captura a partir das estatísticas da FAO. Uma das possíveis vias é através do gráfi co de capturas em função da latitude (ver fi gura abaixo), que documenta a importância relativa das pescarias 
de peixes. Para se fazer uma interpretação correta deste gráfi co deve-se compreender 
as principais características e implicações dos padrões representados. Apenas estão 
incluídos os peixes cujo registro de captura se reporta à espécie e para os quais estão 
disponíveis os limites de latitude. As capturas FAO utilizadas incluem 504 espécies de 
peixes ósseos e correspondem à média dos dados disponíveis nos últimos 5 anos.
Este ponto é importante uma vez que as capturas FAO também são baseadas e 
registradas as pescarias ilegais ou não registradas, nas quais não são identifi cadas as 
espécies de cerca de 50% das capturas mundiais, especialmente nas latitudes baixas 
(zona tropical). Se estes aspectos fossem considerados, teríamos uma saliência nas 
latitudes compreendidas entre 20°N e 20°S, ao contrário do que se verifi ca neste gráfi co 
cujo o máximo ocorre entre 60°-30°N. Espera-se que no futuro o desenvolvimento da 
base de coleta de dados possibilite obter-se um gráfi co mais correto que revele a 
importância real das espécies tropicais nas pescas mundiais. Fonte: FAO
Capturas médias anuais por espécie (t* 106)
La
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 (
S
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[spp. = 504]
[Capturas = 63.4 t * 106]
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21
Introdução à pesca e à aquicultura A02
Figura 5 – Comparação da produção entre os hemisférios Note e Sul.
Fonte: FAO (2002).
Segundo a fi gura acima, qual hemisfério é mais representativo em relação 
às capturas de pescado no mundo? Quais as possíveis causas? Consulte 
também a fi gura 4.
BRASIL
Região Norte
Região Sudeste
Região Nordeste
Região Sul
C. das Malvinas
C. do Brasil
C. C. Norte do Brasil
Cabo 
Orange
Convergência Subtropical
C. Sul Equatorial
200m
22
Introdução à pesca e à aquicultura A02
As correntes e as pescarias no
litoral brasileiro
A produtividade da região Norte é incrementada em função do rio Amazonas. Este 
despeja um grande volume de água doce, com elevada quantidade de material 
de origem terrestre em suspensão, a qual ao se depositar sobre a plataforma 
continental da foz daquele rio, faz com que a costa dos estados do Pará e Amapá 
apresente alta produtividade, especialmente de comunidades do fundo do mar. 
A região Nordeste, por sua vez, dada a predominância das características da 
Corrente do Brasil, apresenta baixa produtividade de recursos pesqueiros. Nas 
regiões Sudeste e Sul, a infl uência da massa de água da Corrente das Malvinas, 
a ocorrência de ressurgências ou a penetração da Água Central do Atlântico Sul – 
ACAS, possibilitam uma maior abundância de pescado, especialmente até a altura 
de Cabo Frio. As ressurgências ocorrem em decorrência da combinação de fatores 
como mudanças na direção da Corrente do Brasil, topografi a de fundo e efeito dos 
ventos predominantes na área (GEOBRASIL, 2002, p. 132-133).
Objetivando suprir lacunas de conhecimento sobre o potencial de recursos em toda 
a Zona econômica exclusiva (ZEE), o Programa “Avaliação do Potencial Sustentável 
de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva” - Programa REVIZEE resultou do 
detalhamento da meta principal a ser alcançada pelo IV Plano Setorial para os Recursos 
do Mar (PSRM), que vigorou no período 1994/1998. O V PSRM, com vigência para o 
período de 1999 a 2003, manteve o Programa como linha de “pesquisa prioritária”, 
em suas estratégias de ação (CIRM, 1999). A coordenação de sua execução, a cargo 
do Ministério do Meio Ambiente (MMA) teve como estratégia básica o envolvimento da 
comunidade científi ca nacional, especializada em pesquisa oceanográfi ca e pesqueira, 
atuando de forma multidisciplinar e integrada.
Figura 6 – Correntes marítimas do costa brasileira
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9
9
5
).
Milhões de toneladas
China
Peru
Japão
Estados Unidos
Chile
Indonésia
Federação Russa
Índia
Tailândia
Noruega
Islândia
Filipinas
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
1,9
2,0
2,7
2,9
4,0
4,1
4,3
4,7
5,0
10,7
17,0
23
Introdução à pesca e à aquicultura A02
Espécies
principais capturadas
O debate sobre o uso sustentável do meio ambiente marinho e de seus recursos, frente à diversidade da biota marinha, leva, forçosamente, à necessidade dos envolvidos terem que se familiarizar com toda uma série de aspectos técnicos, 
especialmente, no que diz respeito aos recursos vivos, sua biologia e seu entorno. 
É importante destacar que a reprodução e o crescimento dos indivíduos, garantia de 
renovação dos estoques, impõe limites ao tamanho dos estoques capturáveis. 
A mobilidade dos organismos aquáticos, a distribuição geográfi ca das populações, a 
extensão da área onde há ocorrência da pesca e devárias espécies em um mesmo 
ambiente fazem com que a pescaria comercial, geralmente dirigida a uma determinada 
espécie-alvo, termine por impactar as demais espécies, o que difi culta os estudos de 
avaliação dos estoques e dos efeitos da pesca sobre eles.
No mundo
Dentre os países com maior produção marítima e continental da pesca de captura 
(extrativa) mundial, no ano de 2000, em ordem decrescente, destacam-se: China, Peru, 
Japão, Estados Unidos, Chile, Indonésia, Federação Russa, Índia, Tailândia, Noruega, 
Islândia e Filipinas. O Brasil, em relação à produção total mundial de pescado, fi cou em 
torno do 24º lugar, o que tem sido motivo de comparações. 
Figura 7 – Principais países produtores da pesca de captura marinha e continental, no ano de 2000
Fo
nt
e:
 F
AO
 (
2
0
0
2
).
Biota
  Conjunto de seres 
animais e vegetais de 
uma região.
Espécies mais capturadas
(milhões de Toneladas em 1998)
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
0,5
1
0
4
2,6
2,1 2 1,9 1,9
1,7
1,2
P
es
ca
da
Al
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lâ
nt
ic
o
24
Introdução à pesca e à aquicultura A02
É relevante acrescentar, ainda, que apesar do significativo número de espécies 
identifi cadas nos desembarques, grande parte da produção é obtida da captura de um 
reduzido número delas. Do total de 186 espécies pelágicas
 
capturadas entre 1950 
e 1994, 50% da média dos desembarques foram representados por sete espécies: 
anchoveta, arenque do Atlântico, sardinha japonesa, sardinha chilena, estornino, capelán 
e jurel chileno. Quanto às espécies demersais, as duas principais espécies foram: 
pescada (Colin) do Alasca e o bacalhau do Atlântico.
Figura 8 – Principais espécies capturadas na pesca marinha mundial, no ano de 2000 
Fonte: FAO (2002).
No Brasil
Em todas as regiões do Brasil banhadas pelo mar há espécies de peixes cuja sobrevivência 
está ameaçada, afi rma um livro sobre pesca artesanal publicado pelo PNUD e pelo IBAMA 
(Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis). O problema é mais grave 
no Sul, onde 32% dos 142 tipos de peixes marinhos aproveitados pela pesca artesanal 
têm risco de não conseguir se reproduzir. Os dados do livro, intitulado “Nas redes da 
pesca artesanal” e lançado no fi nal do ano de 2007, são de 2005.
No Sudeste, 29% das 191 espécies ligadas à pesca artesanal estão ameaçadas, ou 
seja, estão sendo capturadas numa intensidade que ameaça a desova e capturas 
futuras. No Nordeste, região brasileira com maior diversidade de peixes marinhos 
pescados artesanalmente, o risco ronda 13% das 253 espécies. No Norte, estão em 
perigo 3% das 74 variedades de pescados marinhos. A situação, avalia o estudo, está 
ligada a fatores como extração excessiva pela pesca industrial e artesanal, poluição 
das águas, aumento desordenado do turismo, especulação imobiliária e desapropriação 
de terras dos pescadores.
25
Introdução à pesca e à aquicultura A02
Região Norte
Os principais recursos explotados pela pesca artesanal na Região Norte são, em 
ordem decrescente de importância, os peixes ósseos, crustáceos, moluscos e peixes 
elasmobrânquios (tubarões e raias). A classifi cação dos desembarques por habitat dos 
recursos indica, por sua vez, que entre 50% e 70% da produção é de origem demersal 
e entre 10% e 20% é de origem pelágica. 
Destacam-se atualmente como principais espécies de peixes desembarcadas a 
pescada amarela Cynoscion acoupa, as sardas, cavalas e bonitos (Scombridae), os 
bagres (Ariidae), incluindo a gurijuba Arius spp., uritinga Arius proops e o bandeirado 
Bagre spp., a corvina Micropogonias furnieri e outras espécies de cações. Espécies 
também importantes são as tainhas Mugil spp., pargo Lutjanus purpureus e a piramutaba 
Brachyplatystoma vaillantii. 
Espécies de maior importância antes de 1990, como a piramutaba, as tainhas e o 
xaréu Caranx hippos, apresentam uma importância reduzida no período mais recente. 
Por outro lado, os desembarques de espécies como a pescada amarela, os bagres 
gurijuba, uritinga e bandeirado, pargo, cações e peixes pelágicos da família Scombridae 
se tornaram mais expressivos a partir da segunda metade dos anos 90.
Entre os crustáceos, o caranguejo-uçá Ucides cordatus, o camarão-rosa Farfantepenaeus 
spp., o camarão-branco Litopenaeus schimitti, o camarão-sete-barbas Xiphopenaeus 
kroyeri e as lagostas são as espécies mais importantes. 
Fonte: Vasconcelos et al (2005, p. 8). 
Região Nordeste
Os principais recursos explotados na Região Nordeste são peixes ósseos e crustáceos, 
sendo muito pequena a contribuição de peixes elasmobrânquios e moluscos. Grande 
parte dos desembarques são recursos demersais, apesar de ser evidente uma maior 
importância dos pelágicos quando comparado à Região Norte. 
Dentre os principais recursos artesanais desembarcados em 2002 destacam-se a 
guaiúba Ocyurus chrysurus, tainhas Mugil spp. e peixes das famílias Clupeidae (sardinhas), 
Scombridae (sardas, bonitos e cavalas), Hemiramphidae (agulha), Lutjanidae (cioba) e 
Scianidae (corvina e pescadas). Entre os invertebrados destacam-se o camarão-sete-barbas 
Xiphopenaeus kroyeri, lagostas Panulirus spp., caranguejo-uçá Ucides cordatus, e outros 
camarões da família Penaeidae. Os dados apontam algumas mudanças signifi cativas na 
composição dos desembarques, como o aumento da produção de camarão-sete-barbas, 
sardinhas e espada, Trichiurus lepturus, desde meados dos anos 90.
26
Introdução à pesca e à aquicultura A02
Os estoques de lagosta estão sob elevado nível de sobrepesca e têm apresentado 
uma diminuição dos rendimentos desde meados dos anos 90. As duas principais 
espécies de Lutjanidae, a guaiúba Ocyurus chrysurus e o pargo piranga Rhomboplites 
aurorubens, estão sendo intensamente explotadas ou sobre-explotadas em algumas 
regiões do Nordeste. Outros lutjanídeos importantes como Lutjanus jocu e L. vivanus 
estão submetidos aos níveis ideais de explotação, enquanto L. analis e L. synagris estão 
moderadamente sobre-explotados. Os desembarques totais de badejos e garoupas 
mostram tendência decrescente. Com exceção dos pargos L. jocu e L. vivanus, e das 
cavalas, Scomberomorus spp., todas as demais são classifi cadas como sobre-explotadas 
ou ameaçadas de sobre-explotação”.
Fonte: Vasconcelos et al (2005, p. 12). 
Região Sudeste
Os peixes ósseos são os principais recursos explotados na Região Sudeste, sendo 
a contribuição de peixes elasmobrânquios e invertebrados muito reduzida. Grande 
parte da produção pesqueira do Sudeste é composta de recursos pelágicos, o 
que a difere das demais regiões do Brasil onde a produção é predominantemente 
demersal. Houve, entretanto uma diminuição contínua na importância de espécies 
pelágicas que passam de 66% do total desembarcado em 1980 para 32% em 2002. 
Esta mudança foi devido, principalmente, a marcante diminuição das capturas de 
importantes estoques pelágicos como as manjubas, sardinha, cavalinha e outros 
Scombridae.
Dentre os principais recursos artesanais desembarcados em 2002 destacam-
se o peixe-porco Balistes capriscus, o dourado Coryphaena hippurus, manjubas 
(Engraulididadae, principalmente, Anchoviella lepidentostole), tainhas Mugil spp. 
e corvina Micropogonias furnieri. Entre os crustáceos o camarão-sete-barbas 
Xiphopenaeus kroyeri é atualmente o recurso dominante nos desembarques. Entre 
os invertebrados as principais mudanças foram a redução dos desembarques dos 
camarões Artemesia longinaris, Litopenaeus schimitt, Xyphopenaeus kroyeri e lulas 
(Teuthoidea). A anchoíta é um recurso com potencial pesqueiro na região,embora 
permaneça ainda inexplorado assim como na Região Sul. (VASCONCELOS et al, 
2005, p. 14-15).
Os peixes ósseos adaptaram-se a quase todos os ambientes aquáticos. Seu esqueleto é 
formado por crânio, coluna vertebral e por um conjunto de ossos que sustentam as duas 
extremidades anteriores ou barbatanas peitorais e as duas extremidades posteriores 
ou barbatanas pélvicas. Além disso, possuem uma barbatana dorsal (situada na parte 
superior do corpo), uma anal (na parte inferior) e uma caudal (no extremo posterior do 
corpo). 
Fonte: <http://www.klickeducacao.com.br/2006/conteudo/pagina/0,6313,POR-883-4432-,00.html>. Acesso em: 7 jan. 2010. 
9Praticando...
27
Introdução à pesca e à aquicultura A02
Região Sul
Os principais recursos artesanais na Região Sul são peixes ósseos, seguidos dos 
crustáceos e dos elasmobrânquios. A importância dos moluscos é muito reduzida e 
vem diminuindo ao longo do tempo. Atualmente, os principais recursos pesqueiros 
artesanais são a corvina Micropogonias furnieri, a manjuba (Engraulididae), enchova 
Pomatomus saltatrix, castanha Umbrina canosai, tainhas Mugil spp., camarão-sete-barbas 
Xiphopenaeus kroyeri e o camarão-rosa Farfantepenaeus paulensis. 
Fonte: Vasconcelos et al (2005, p. 17).
Nos textos acima, você obteve informações sobre a pesca nas principais 
regiões do país. Agora, procure a colônia de pescadores do seu município 
e se informe sobre as principais espécies capturadas em sua região, no 
contexto atual. 
Leituras complementares
Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, você pode consultar a 
seguinte bibliografi a: 
BRASIL. MMA. Programa REVIZEE: avaliação do potencial sustentável de recursos 
vivos na zona econômica exclusiva: relatório executivo / MMA, Secretaria de Qualidade 
Ambiental. Brasília: MMA, 2006.
28
Introdução à pesca e à aquicultura A02
KERSTEN, Ignácio Mendez. A ONU e um panorama da pesca mundial. Revista Âmbito 
Jurídico, Rio Grande, n. 36, 2 jan. 2007. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.
com.br/pdfsGerados/artigos/1621.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2009. 
COSTA, A. L. Nas redes da pesca artesanal. Brasília: IBAMA/PNUD, 2007. 308p.
DIAS NETO, José; MARRUL FILHO, Simão. Síntese da situação da pesca extrativa 
marinha no Brasil. Brasília: IBAMA/DIFAP/CGREP, 2003. 53 p.
As indicações acima abordam de forma bastante abrangente a temática da pesca no 
Brasil, e devem ser tidas como referência nas suas leituras ao longo do curso. 
Nesta aula, você estudou algumas espécies capturadas no mundo e no 
Brasil. Viu também que os aparelhos utilizados no ambiente marinho ou de 
água doce, em áreas rasas ou de grandes profundidades, capturam diversos 
tipos de organismos na superfície ou no fundo do mar, peixes individuais ou 
cardumes. Você teve acesso a informações sobre a importância dos oceanos 
para a vida na terra e como esses podem infl uenciar ecossistemas e o 
clima de todo o planeta. Aprendeu também os conceitos necessários para 
entendimento de como funciona a atividade de pesca, o relevo submarino e 
as áreas jurisdicionais. A pesquisa realizada sobre alguns conceitos deverá 
contribuir para a sua familiarização com um vocabulário que fará parte das 
nossas aulas, daqui para frente, bem como nas demais disciplinas do curso, 
e, principalmente, no exercício da sua futura profi ssão. 
Este é o momento de você fazer uma avaliação dos assuntos que 
abordamos nesta aula. Qualquer dúvida consulte os exercícios anteriores 
e as bibliografi as indicadas. 
1. Qual a largura do mar territorial brasileiro?
29
Introdução à pesca e à aquicultura A02
2. Qual a largura da zona econômica exclusiva a partir da linha da costa?
3. Quais as causas da ressurgência e como ela afeta as zonas de pesca 
no mundo?
4. Por que o Peru tem a maior produção de pescado das Américas?
5. As proximidades da ilha de Marajó é uma das áreas escuras da fi gura 4. 
Por quê essa área tem alta produtividade primária?
6. Faça um resumo dos principais espécies de pescado capturadas no mundo.
7. A pescada do Alasca é a espécie mais capturada no mundo. Justifi que de 
acordo com a fi gura 4.
8. Caracterize as principais espécies capturadas no Brasil por região.
9. Qual o nome das duas correntes quentes que banham o litoral do Brasil e 
como elas interferem da produção pesqueira?
10. Qual a importância da corrente das Malvinas nas áreas de pesca das 
regiões Sul e Sudeste do Brasil? 
Referências 
BRASIL. MMA. Programa REVIZEE: avaliação do potencial sustentável de recursos 
vivos na zona econômica exclusiva: relatório executivo / MMA, Secretaria de Qualidade 
Ambiental. Brasília: MMA, 2006.
COMISSÃO MUNDIAL INDEPENDENTE SOBRE OS OCEANOS - CMIO. O oceano... 
nosso futuro: relatório da comissão mundial independente sobre os oceanos. Rio 
de janeiro: Comissão Nacional Independente sobre os Oceanos. 1999. 248p. 
Disponível em: <http://www.mdn.gov.pt/NR/rdonlyres/22D2295A-838A-4B05-B176-
1CC8D6BD1DAB/0/Relatorio_Oceanos.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2009.
COSTA, A. L. Nas redes da pesca artesanal. Brasília: IBAMA/PNUD, 2007. 308p.
DIAS NETO, José;
 
MARRUL FILHO, Simão. Síntese da situação da pesca extrativa 
marinha no Brasil. Brasília: IBAMA/DIFAP/CGREP, 2003. 53 p.
Anotações
30
Introdução à pesca e à aquicultura A02
GEO-BRASIL 2002. O estado dos recursos pesqueiros: pesca extrativa e aquicultura. O 
estado do meio ambiente no Brasil. Disponível em: <www.ibama.gov.br/rec_pesqueiros/
download.php?id_download=46>. Acesso em: 11 nov. 2009.
VASCONCELOS, M. et al. Relatório integrado: diagnóstico da pesca artesanal no Brasil 
como subsídio para o fortalecimento institucional da Secretaria Especial de Aquicultura 
e Pesca – versão preliminar
Anotações
31
Introdução à pesca e à aquicultura A02
Anotações
32
Introdução à pesca e à aquicultura A02
03
João Vicente Mendes Santana
C U R S O T É C N I C O E M A Q U I C U LT U R A
Tipos e Métodos de Pesca – Parte 1
INTRODUÇÃO À PESCA E À AQUICULTURA
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Revisão das Normas da ABNT
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Adaptação para o Módulo Matemático
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EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
Projeto Gráfi co
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
Você ve
rá
por aqu
i...
Objetivos
1
Introdução à pesca e à aquicultura A03
Estamos de volta para mais uma viagem pelo mundo da pesca e da aquicultura. Hoje, veremos que a criação do Código de Pesca Responsável permitiu observar o interesse dos envolvidos para conservar e utilizar racionalmente os recursos 
pesqueiros, além de buscar a consciência social e ambiental.
Você já reparou que há uma grande variedade de artes de pesca na sua região? Imagine 
um país com as dimensões continentais do Brasil, com a diversidade de tipos e artes 
de pesca... 
Agora, pense que isso ocorre em todo o mundo e, devido a essa grande diferença, a FAO 
– Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – propôs, em 1990, 
uma sistematização das artes de pesca, agrupando-as em elementos fundamentaisde 
construção, com a fi nalidade de implantar um sistema de ordenação pesqueira efi caz. 
Os aparelhos são utilizados no ambiente marinho ou nos ambientes de água doce, em 
áreas rasas ou de grandes profundidades e capturam diversos tipos de organismos na 
superfície ou no fundo, peixes em pouca quantidade ou cardumes. 
Tenho certeza de que poderemos, juntos, aprender muito e que isso ajudará você a ser 
profi ssional de sucesso na profi ssão que escolheu. Antes, porém, é muito importante 
conhecer os objetivos desta aula. 
  Identificar os principais tipos e métodos de pesca 
realizados no mundo pela classifi cação da FAO- ISSCFG.
  Identificar os principais tipos e métodos de pesca 
realizados na região em que o curso está ocorrendo.
  Identifi car algumas das principais espécies de recursos 
pesqueiros capturadas por diferentes artes de pesca.
2
Introdução à pesca e à aquicultura A03
Para começo
de conversa... 
Estrelas do mar
Um homem estava caminhando ao pôr do sol em uma praia deserta mexicana. À medida que caminhava, começou a avistar outro homem à distância. Ao se aproximar do nativo, notou que ele se inclinava, apanhando algo e atirando na 
água. Repetidamente, continuava jogando coisas no mar.
Ao se aproximar ainda mais, nosso amigo notou que o homem estava apanhando 
estrelas do mar que haviam sido levadas para a praia e, uma de cada vez, as estava 
lançando de volta à água. 
Nosso amigo fi cou intrigado. Aproximou-se do homem e disse:
- Boa tarde, amigo. Estava tentando adivinhar o que você está fazendo. 
- Estou devolvendo estas estrelas do mar ao oceano. Você sabe, a maré está baixa e 
todas as estrelas do mar foram trazidas para a praia. Se eu não as lançar de volta ao 
mar, elas morrerão por falta de oxigênio.
- Entendo, respondeu o homem, mas deve haver milhares de estrelas do mar nesta 
praia. Provavelmente, você não será capaz de apanhar todas elas. É que são muitas, 
simplesmente. Você percebe que provavelmente isso está acontecendo em centenas 
de praias acima e abaixo desta costa? Vê que não fará diferença alguma? 
O nativo sorriu, curvou-se, apanhou outra estrela do mar e, ao arremessá-la de volta 
ao mar, replicou: 
- Fez diferença para aquela. 
Pense em como suas ações - mesmo que pequenas - realizadas antes, durante e após 
esta disciplina poderão contribuir para sua formação profi ssional. Todos a bordo e 
vamos zarpar!
(Jack Canfi eld e Mark Hansen - Canja de galinha para a alma).
Disponível em:
<ftp://ftp.fao.
org/docrep/
fao/005/v9878s/
v9878s00. pdf>.
O Código de
Conduta para uma 
Pesca Responsável
3
Introdução à pesca e à aquicultura A03
Introdução
Desde a antiguidade, a pesca constitui uma importante fonte de alimentos para a humanidade, proporcionando emprego e benefícios econômicos aos que se dedicam a essa atividade. Antes se considerava que a riqueza dos recursos 
aquáticos fosse um dom ilimitado da natureza. Devido à crescente demanda mundial 
de produtos pesqueiros, as pescarias mundiais se desenvolveram de forma rápida com 
auxílios de inovações tecnológicas, tanto dos materiais de pesca como nos instrumentos 
eletrônicos e equipamentos de convés.
Vimos, na primeira aula, que as comunidades pesqueiras desenvolvem atividades 
artesanais ou industriais para subsistência ou venda. Dessas condições derivam 
alguns problemas, como a dependência de intermediários, o escasso fi nanciamento 
disponível e a diminuição das capturas por causa da crescente contaminação das águas 
e, principalmente, do uso de artes de pesca inadequadas.
Os peixes, como qualquer ser vivo, nascem, crescem, reproduzem e morrem. Então, 
se capturarmos os peixes antes que tenham suas crias pela primeira vez, estará se 
evitando a reprodução, e o recurso pesqueiro diminuirá. Por essa razão, devemos 
conhecer as artes de pesca e seu uso devido. O Código de Conduta para uma Pesca 
Responsável apontou alguns mecanismos necessários para a sustentabilidade da 
atividade, que devem ser cumpridas por todos os atores da cadeia produtiva: pescadores, 
atravessadores, exportadores e consumidores.
Nesse sentido, a fi nalidade desta aula é possibilitar uma maior compreensão sobre 
os conceitos e métodos mais importantes empregados nas pescarias mundiais. As 
habilidades e conhecimentos que você, aluno, adquire ao cursar esta matéria permitem-
no apropriar-se dos diferentes métodos de pesca utilizados na sua região.
4
Introdução à pesca e à aquicultura A03
Código de conduta 
para a pesca responsável
O desenvolvimento dos conhecimentos e a evolução das pescarias mostraram ao homem que os recursos aquáticos são renováveis limitados e têm que se submeter a uma ordenação adequada, caso se queira que sua contribuição 
para o bem estar nutricional, econômico e social da crescente população mundial 
seja sustentável. 
A pesca é uma importante fonte de alimentos, emprego, lazer para as populações de 
todo o mundo e deveria ser conduzida de forma responsável. O Código de Conduta para 
uma Pesca Responsável estabelece princípios e normas internacionais para a aplicação 
de práticas responsáveis com vistas a assegurar a conservação e a gestão dos recursos 
vivos aquáticos, respeitando o ecossistema e a biodiversidade.
Esse Código é voluntário, apesar de algumas partes estarem baseadas em normas 
pertinentes ao Direito Internacional, incluídas aquelas mostradas de maneira clara na 
Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 10 de dezembro de 1982.
 A criação do Código de Pesca Responsável permitiu observar o interesse dos pescadores, 
técnicos, armadores e empresários para conservar e utilizar racionalmente os recursos 
pesqueiros. Os diversos esforços realizados buscam a consciência social e ambiental. 
Vejamos alguns trechos desse Código:
... 8.5. Seletividade 
8.5.1 Os Estados deveriam exigir que artes, métodos e práticas de pesca 
sejam, na medida do possível, sufi cientemente seletivos para minimizar 
os desperdícios, as rejeições, as capturas de espécies objeto de pesca, 
tanto espécies de peixe como de outras espécies, e os efeitos sobre as 
espécies associadas ou dependentes e que a fi nalidade dos regulamentos 
correspondentes não se desvirtuem por artifícios técnicos. Neste sentido, 
os pescadores deveriam cooperar no desenvolvimento de artes e métodos 
de pesca seletivos.
1Praticando...
5
Introdução à pesca e à aquicultura A03
O que é seletividade?
É o padrão de exploração de uma arte de pesca; é a fração de indivíduos de um dado 
tamanho disponível à arte que irá capturar. Também é designada por recrutamento parcial.
1. Após ler o item 8.5.1 acima do Código de Conduta para uma Pesca 
Responsável, responda às seguintes questões: 
a) Que tipo de pescaria é mais importante na região onde você mora (ou 
do curso)?
b) Essa(s) pescaria(s) captura principalmente que tipo de pescado 
(espécie alvo)?
c) Além desse(s) pescado(s)-alvo, que outras espécies são capturadas?
d) Há algum tipo de pescado que é capturado e é rejeitado? Caso afi rmativo, 
ele é jogado de volta à água vivo ou morto?
6
Introdução à pesca e à aquicultura A03
2. Após ler os itens 8.5.2 e 8.5.3 a seguir do Código de Conduta, responda 
à seguinte questão: há restrições na legislação para a principal pescaria 
(espécie alvo) na região onde você mora (ou do curso)? Pesquise no site 
do IBAMA <http://www.ibama.gov.br/recursos-pesqueiros/documentos/
portarias/> e da SEAP/PR <http://tuna.seap.gov.br/seap/html/
Legisla%C3%A7%C3%A3o/Legislacao.html#>.
8.5.2 Com o objetivo de melhorar a seletividade, os Estados, ao elaborarem 
as suas leis e regulamentos, deveriam ter em conta as diversas artes, 
métodos e estratégias de pesca seletivas disponíveis pela indústria.
8.5.3 Os Estados e as instituições competentes deveriam colaborar no 
desenvolvimento de metodologias uniformes para a investigação

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