Comunidades pesqueiras Sul Brasil - Emylly Sousa - Adm e Leg

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA
EMYLLY CATHERINE SOUSA DE OLIVEIRA
COMUNIDADES PESQUEIRAS ARTESANAIS NO LITORAL SUL DO BRASIL
FORTALEZA
2022
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EMYLLY CATHERINE SOUSA DE OLIVEIRA 
COMUNIDADES PESQUEIRAS ARTESANAIS NO LITORAL SUL DO BRASIL 
Trabalho apresentado na disciplina de Avaliação de Recursos Pesqueiros, do Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará, como pré-requisito para aprovação na mesma.
Orientador: Prof. Dr. Aldeney Andrade Soares Filho
FORTALEZA
2022
SUMÁRIO
 INTRODUÇÃO	3
 MATERIAL E MÉTODOS	4
 RESULTADOS E DISCUSSÃO	5
 CONCLUSÕES	6
 REFERÊNCIAS	7
1 INTRODUÇÃO
 
As comunidades pesqueiras tradicionais cuja principal atividade se desenvolve nos arredores dos oceanos, que são sinônimo de riqueza cultural. Sua principal característica é a transmissão de conhecimento entre gerações, além do uso de ferramentas artesanais, com pequenas embarcações (geralmente de ir e vir) e que abastecem pequenos estoques em feiras, por exemplo. 
Desse modo, se classificam em: artesanal, industrial e de subsistência. (Rios, 1976; Diegues, 1983). Assim, eles se utilizam de apetrechos com baixa tecnologia em relação a pesca industrial e se encontram em toda a Costa Brasileira. 
Na Região Sul, os recursos pesqueiros são explorados com embarcações motorizadas, com convés aberto, uso de redes de arrasto para a captura do camarão ou uso de tarrafas para captura de outros organismos aquáticos. 
Ela se assemelha as demais regiões do Brasil, no qual, são encontradas diversas dificuldades ocasionadas por diversos fatores como: conflitos entre pescadores e outros grupos sociais, que são em locais com fiscalização deficiente. 
Desse modo, o objetivo desse trabalho é caracterizar a pesca artesanal e os seus agentes principais, considerando o seu quesito mercadológico, as espécies capturadas e as suas dificuldades. 
2 MATERIAL E MÉTODOS
 O seguinte trabalho é uma revisão bibliográfica sobre as Comunidades Pesqueiras artesanais no Litoral Sul do Brasil, sendo que, serão expostas as principais espécies capturadas, a cadeia de produção pesqueira da região e as dificuldades encontradas por esses povos. 
Além disso, trata-se da existência de conflitos no sul do país, que propõe a necessidade de uma maior fiscalização no local, sugerido por estudos e a necessidade de uma melhor gestão pesqueira. 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
		PESCA ARTESANAL 
		A pesca artesanal, considerada uma das atividades mais antigas, possui diversas características, como: uso de apetrechos com baixa tecnologia, embarcações de pequeno porte, instrumentos fabricados artesanalmente pelos pescadores, por exemplo. Assim, é uma comunidade que é composta por uma mistura de crenças. Assim, sua principal fonte de renda são os pescados capturados e comercializados em pequena escala. 
		Além disso, a organização das comunidades pesqueiras não se assemelha, sendo heterogêneas, o que dificulta uma legislação eficiente para os pescadores. 
		Uma ilustração da atuação dos pescadores, a seguir: 
		Figura 1 – Pescadores artesanais trabalhando 
		
		Fonte: Canal Rural 
	
	PRINCIPAIS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS NO LITORAL SUL 
 Tabela 1 – Principais espécies comercializadas no Rio Grande do Sul 
Fonte: GARCEZ, 2005 
Essas espécies são comercializadas por meio da instalação de bancas nas principais Feiras da Região Sul, utilizando um intermediário, através da espera pelo consumidor sendo conservado em um “freezer” e vendendo de “porta em porta” nas residências. É necessário salientar que, a venda com o intermediário promove a saída rápida da mercadoria (GARCEZ, 2005) 
Além disso, as formas de comercialização variam de acordo com o hábito de consumo, turismo na região, distância de centros urbanos e organização dos pescadores (GARCEZ, 2005). 
Em relação a cadeia produtiva do pescado, desde a sua captura até a sua comercialização, pode ser descrito segundo a imagem: 
Figura 2 – Cadeia produtiva desde a captura até a comercialização no Rio Grande do Sul. 
	Fonte: GARCEZ, 2005 
Com ênfase no Rio Grande do Sul, a atuação das mulheres merece destaque, pois, mesmo sem profissionalização, elas desempenham a etapa do beneficiamento do pescado. Sendo assim, no beneficiamento do peixe, a limpeza e a filetagem é realizada, limpeza e descasque do camarão e a retirada da carne do siri. Contudo, apesar de contribuir juntamente com o pescador, não possui seus direitos reconhecidos pela profissão deles, o que as impede de receber seguro-desemprego, auxílio-maternidade ou a sua aposentadoria. (MANESCHY, 2000)
No quesito cadeia de produção, a complexidade dessa cadeia interfere diretamente na renda do pescador, porque eles atuam como financiadores, pelo fornecimento de gelo e ferramentas para a pesca, além de fornecer dinheiro e combustíveis. Desse modo, o pescador adquire uma dívida cujo pagamento é a produção, o que provoca uma relação de dependência entre eles, no qual, os profissionais não são remunerados adequadamente. Sendo que, nesse modo de comercialização, o beneficiamento da mercadoria não ocorre, o que reduz potencialmente o valor do produto. 
Contudo, apesar da exclusão do “atravessador”, incrementar a renda do pescador, a sua ausência inviabiliza o custo da pescaria. Pois, os custos são altos e a atuação do negociante nessa cadeia, promove custos essenciais como: combustível, gelo, manutenção da embarcação, apetrechos de pesca, etc...) (DIEGUES, 1983; BEGOSSI, 1996; DIAS-NETO, 1996; GARCEZ & MUEHE, 2003). 
Dessa maneira, no Rio Grande do Sul, as relações de trabalho e de mercado do pescado, são semelhantes as demais regiões do Brasil (DIAS-NETO, 1996), o que demonstra que as dificuldades encontradas são as mesmas como: ambientais, político-administrativas e técnicas. No entanto, foi observado que houve uma crescente inclusão de jovens nessa atividade, por causa de dificuldades financeiras familiares, escassez de empregos, educação deficiente, por exemplo. 
RECURSOS PESQUEIROS 
Em relação aos recursos pesqueiros marinhos e estuarinos, observa-se a redução, no qual, foi causada pela sobrepesca (HAIMOVICI, 1997). Além disso, outros fatores que promovem essa redução dos estoques, como os ligados a questão ambiental, causam a mortalidade prematura de peixes em seu habitat, o que inviabiliza o potencial pesqueiro do corpo hídrico. 
Além disso, o “repovoamento” com o objetivo de renovação de estoques, necessitam de maior conhecimento técnico, o que não ocorre no local. Também, há a presença de conflitos na região, o que demonstra uma competição entre pescadores e demais grupos sociais pelo corpo aquático. No qual, são observados com a destruição das matas ciliares, uso de dragas e bombas de sucção, destruição de redes de espera, trânsito de dragas, retirada de areia das beiras dos rios e pesca em período e local proibido, que prejudicam o habitat natural, interferem na questão dos conflitos. Sendo que, os órgãos fiscalizadores responsáveis como a Marinha Argentina, que têm dificuldades como a limitação entre as fronteiras da Argentina e Brasil. (GARCEZ, 2005) 
 
		
4. CONCLUSÃO
 A comunidade de pesca artesanal do Litoral Sul brasileiro apresenta semelhança com as diferentes regiões do país. Desse modo, os principais atores dela são: espécies capturadas, pescadores, intermediários, mercado consumidor e órgão fiscalizadores. 
Assim, eles compõem a estrutura mercadológica da região Sul, no qual, os pescadores são os maiores afetados nesse ciclo, por apesar, de contribuir imensamente para o mercado, sua remuneração não condiz com a sua atuação. Além disso, as mulheres que beneficiam o produto, não são valorizadas pelo governo, ou seja, sem a garantia dos direitos básicos, como aposentadoria e auxílio-maternidade, por exemplo. 
Por fim, conclui-se que essa região apresenta diversas dificuldades, que poderiam ser solucionadas com a ampliação dos direitos da mulher, um órgão fiscalizador que atue constantementena região, para assim, impulsionar a pesca na região. 
REFERÊNCIAS
Comunidades tradicionais pesqueiras: arte e sustento nas terras brasileiras Conselho Pastoral dos Pescadores. Disponível em: <http://cppnacional.org.br/noticia/comunidades-tradicionais-pesqueiras-arte-e-sustento-nas-terras-brasileiras>. Acesso em: 26 nov. 2022.
GARCEZ , Danielle Sequeira. Comunidades de pescadores artesanais no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Atlântica , Rio Grande do Sul, v. 27, n. 1, p. 17-29, 29 jan. 2005. DOI http://dx.doi.org/10.5088/atl%C3%A2ntica.v27i1.2201. Disponível em: http://cppnacional.org.br/noticia/comunidades-tradicionais-pesqueiras-arte-e-sustento-nas-terras-brasileiras. Acesso em: 26 nov. 2022.
Pesca artesanal e comercial nos oceanos. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/geografia/pesca-artesanal-comercial-nos-oceanos.htm>. Acesso em: 26 nov. 2022.
CHAVES , Paulo de Tarso et al. Embarcações, artes e procedimentos da Pesca Artesanal no Litoral Sul do Estado do Paraná, Brasil. Atlântica , Paraná, v. 25, ed. 1, p. 53-59, 2003.
Portal Ypade - Pescadores Artesanais. Disponível em: <http://portalypade.mma.gov.br/pescadores-artesanais>. Acesso em: 27 nov. 2022.
FURLAN, V. J. M et. al. Caracterização da atividade pesqueira e aspectos da comercialização do pescado no município de Itaqui-RS, Brasil. Revista Visa em Debate: sociedade, ciência e tecnologia, p. 43–50, 29 jul. 2017.
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