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Biotecnologia geral TER 00101 Prof. Natalia Ribeiro Aula 2 Processos biotecnológicos Bioprocessos - Controle da poluição hídrica Águas residuárias/efluentes • 80 a 95% da água consumida é descarregada como efluente líquido; • Estes efluentes caracterizam-se principalmente por: - Alta carga orgânica; - Alto conteúdo de gordura; - Flutuações de pH em função do uso de agentes de limpeza ácidos e básicos; - Altos conteúdos de nitrogênio, fósforo e sal; - Teores significativos de sais - Eventualmente, teores significativos de compostos aromáticos diversos; - Flutuações de temperatura (uso de água quente e fria). Águas residuárias/efluentes • Agricultura • Agroindústria (ex. abatedouros, frigoríficos) • Indústria • Chorume • Esgoto Águas residuárias/efluentes • Principais constituintes - Água (99,9 %) - Sólidos (0,1%) Sólidos suspensos Sólidos dissolvidos Matéria Orgânica Nutrientes Organismos patogênicos LODO Porque tratar os efluentes? O objetivo do tratamento de efluentes consiste na remoção da poluição presente (inorgânica ou orgânica) pelo uso de processos químicos, físicos e biológicos para posterior lançamento nos corpos receptores. Porque tratar os efluentes? Remoção da matéria orgânica e inorgânica Remoção de nutrientes Remoção de sólidos em suspensão Remoção de organismos patogênicos Remoção do odor Tratamento biológico de efluentes Tratamento biológico de efluentes - Biodegradação: Degradação de matéria orgânica, a partir da ação de microrganismos. Pode ocorrer em condições: • Aeróbias (com presença de O2); • Anaeróbias (sem presença de O2) • Facultativas - Biodegradabilidade: substâncias químicas usadas como substratos por microrganismos. Tratamento biológico de efluentes - Substância orgânica recalcitrante – substância orgânica resistente à biodegradação (não biodegradável) Tratamento biológico de efluentes Características das substâncias orgânicas recalcitrante • totalmente resistentes ao ataque microbiano e que não são metabolizadas sob quaisquer condições, até o presente momento; • Compostos que são lentamente metabolizados na natureza; • Compostos que são rapidamente destruídos em alguns ambientes ou sob certas circunstâncias, mas persistem em outros ambientes ou circunstâncias. Tratamento biológico de efluentes - Substância orgânica biodegradável – matéria orgânica passível de degradação por processos bioquímicos ação de microrganismos vivos Matéria orgânica CO2 H2O CH4 Microrganismos Tratamento biológico de efluentes - Substância orgânica tóxica – substância cuja a exposição, contato ou ingestão a uma certa quantidade chega a afetar sua toxidade a saúde humana câncer e defeitos congênitos Exemplo: organoclorados – pesticidas (fungicidas, herbicidas e inseticidas), PCB, PAH Tratamento biológico de efluentes - Floculação biológica – nos reatores biológicos aeróbios a matéria orgânica dos efluentes é biodegradada pela ação de microrganismos lodo biológico Biomassa (lodo biológico ativo) Floco biológico Degradação da matéria orgânica Separação da fase líquida Tratamento biológico de efluentes Biomassa (lodo biológico ativo) Floco biológico Degradação da matéria orgânica Separação da fase líquida Matéria orgânica + O2 + NH3 + PO4 3- Novas células + CO2 + H2O Tratamento biológico de efluentes Sistemas complexos Populações mistas Atuação antagônica Sinergia Tratamento biológico de efluentes Tratamento biológico de efluentes - Reator Biológico: Unidade que concentra microrganismos e onde ocorrem às reações bioquímicas. - Tempo de Detenção Hidráulica: Tempo necessário para que os microrganismos procedam a estabilização da biomassa. Tratamento biológico de efluentes - Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5,20): Quantidade de oxigênio consumido para estabilizar bioquimicamente o material orgânico biodegradável contido no efluente, sob condição aeróbia, no teste de incubação durante cinco dias, a 20°C. - Demanda Química de Oxigênio (DQO): Quantidade de oxigênio consumida para oxidação da matéria orgânica contida no efluente, estimada através da reação química, utilizando o dicromato de potássio como reagente, sob condição ácida e quente. Tratamento biológico de efluentes • Fatores limitantes para processos biológicos: - Presença de óleos e graxas - Variações de temperatura e pH - Salinidade - Nutrientes - Micronutrientes - Dureza - Oxigênio (aeróbio/anaeróbio) - Tipos de microrganismos presentes - Concentração de microrganismos degradadores Tratamento biológico de efluentes Fatores limitantes para processos biológicos Parâmetros Aeróbio Anaeróbio Facultativo Faixa ideal Inibidora Temperatura 12-35 °C 30 – 35 °C 15 – 35 °C 30 – 35 °C > 36 °C pH 5,0 – 10,6 6,8 – 7,2 5,5 – 9,0 6,8 – 7,2 Variações bruscas Nutrientes (DBO:N:P) 100:5:1 350:5:1 100:5:1 - Ausência Micronutrientes Concentrações semelhantes às encontradas nos lodos ativados Ausência Óleos e graxas < 12 mg/L < 12 mg/L < 12 mg/L 0 – 5 mg/L > 12 mg/L Dureza < 50 mg/L < 50 mg/L < 50 mg/L < 20 mg/L > 50 mg/L Sais dissolvidos < 7000 mg/L < 7000 mg/L < 7000 mg/L < 1000 mg/L > 8000 mg/L Tratamento biológico de efluentes Tratamento biológico de efluentes Tratamento biológico de efluentes Tipos de sistemas de tratamento 1) Lodos ativados 2) Filtros biológicos 3) Lagoas aeradas 4) Lagoas anaeróbias 5) Biodigestores Tratamento biológico de efluentes • Lodos ativados processo fundamentado no fornecimento de oxigênio para que os microrganismos biodegradem a matéria orgânica dissolvida e em suspensão nos efluentes. Efluente CO2 H2O Flocos biológicos Tratamento biológico de efluentes • Lodos ativados Sistema no qual a massa biológica cresce e flocula, sendo continuamente recirculada e colocada em contato com a matéria orgânica do despejo líquido na presença de oxigênio (aeradores mecânicos de superfície) Tanque de aeração Efluente tratado Decantador Descarte do lodo Efluente Tratamento biológico de efluentes • Filtros biológicos Sistema construído de um leito de material do qual os microrganismos aderem e por meio do qual o efluente é percolado, após ser distribuído sobre o topo do leito por um distribuidor rotativo, geralmente acionado pela reação de um jato de líquido. Tratamento biológico de efluentes Filtros biológicos Meio Filtrante: Material destinado a reter sólidos ou fixar microorganismos na sua superfície para depuração de efluentes. Tratamento biológico de efluentes Filtros biológicos Filtro Anaeróbio: Reator biológico com efluente em fluxo ascendente, onde atuam microrganismos anaeróbios, responsáveis pela biodegradação da matéria orgânica. (normalmente resulta em metanogênese). Filtro Aeróbio : Reator biológico composto de câmara reatora contendo meio filtrante submerso, basicamente aeróbia, onde ocorre a depuração do efluente. Filtro de Areia: Tanque preenchido de areia e outros meios filtrantes, com fundo drenante e com efluente em fluxo descendente, onde ocorre a remoção de poluentes, tanto por ação biológica quanto física. Tratamento biológico de efluentes • Filtro anaeróbio Reator biológico com esgoto em fluxo ascendente, composto de uma câmara inferior vazia e umacâmara superior preenchida de meio filtrante submersos, onde atuam microrganismos facultativos e anaeróbios, responsáveis pela estabilização da matéria orgânica. Tratamento biológico de efluentes • Filtro aeróbio Reator biológico composto de câmara reatora contendo meio filtrante submerso, basicamente aeróbia, onde ocorre a depuração do esgoto, e a câmara de sedimentação, onde os flocos biológicos são sedimentados e retornados para a câmara reatora. Tratamento biológico de efluentes • Lagoa aerada Seguida de um sistema de separação de sólidos (decantação), fornecem uma eficiência de remoção de DBO bastante elevada, mesmo a baixas idades de lodo. Ocupa uma área da ordem de 1 a 10% da necessária para lagoas de estabilização fotossintética. Tratamento biológico de efluentes • Lagoa aerada Tratamento biológico de efluentes • Lagoa anaeróbia As lagoas são profundas, entre 3 e 5 metros, para reduzir a penetração de luz nas camadas inferiores. Além disso, é lançada uma grande carga de matéria orgânica, para que o oxigênio consumido seja várias vezes maior que o produzido. O tratamento ocorre em duas etapas. Na primeira, as moléculas da matéria orgânica são quebradas e transformadas em estruturas mais simples. Já na segunda, a matéria orgânica é convertida em metano, gás carbônico e água. Tratamento biológico de efluentes • Reator anaeróbio É um reator fechado. O tratamento biológico ocorre por processo anaeróbio, isto é, sem oxigênio. A decomposição da matéria orgânica é feita por microrganismos presentes num manto de lodo. O esgoto sai da parte de baixo do reator e passa pela camada de lodo que atua como um filtro. A eficiência atinge de 65% a 75% e, por isso, é necessário um tratamento complementar que pode ser feito através da lagoa facultativa. É um mecanismo compacto e de fácil operação. Tratamento biológico de efluentes • Tanques sépticos Os tanques sépticos são unidades de tratamento primário de esgoto doméstico nas quais são feitas a separação e a transformação físico-química da matéria sólida contida no esgoto. O esgoto deve ser lançado em um tanque ou em uma fossa para que com o menor fluxo da água, a parte sólida possa se depositar, liberando a parte líquida. Uma vez feito isso bactérias anaeróbias agem sobre a parte sólida do esgoto decompondo-o. Tratamento biológico de efluentes • Biodigestores equipamento que cria ambiente propicio para que os microorganismos biotransformarem os resíduos orgânicos (esterco animal, restos vegetais, etc.) em substâncias úteis, no caso Biogás e Biofertilizante. A premissa básica para este ambiente é a ausência de oxigênio. Além disso, também é importante que não existam grandes variações de temperatura e que não sejam inseridos substâncias de difícil degradação. Tratamento biológico de efluentes Sistemas anaeróbios de alta carga (tratamento de águas residuais) Disposição final de efluentes Vala de infiltração É o processo de tratamento/disposição final do efluente que consiste na percolação do mesmo no solo, onde ocorre a depuração devido aos processos físicos (retenção de sólidos) e bioquímicos (oxidação). - Solo como meio filtrante, seu desempenho depende das características do solo, assim como do seu grau de saturação por água. - Vala escavada no solo, preenchida com meios filtrantes e provida de tubos de distribuição de efluente, destinada à remoção de poluentes através de ações físicas e biológicas sob condições essencialmente aeróbias. Disposição final de efluentes Sumidouros Poço escavado no solo, destinado à depuração e disposição final do efluente no nível subsuperficial. O sumidouro é a unidade de depuração e de disposição final do efluente de tanque séptico verticalizado em relação à vala de infiltração. Devido a esta característica, seu uso é favorável somente nas áreas onde o aqüífero é profundo, onde possa garantir a distância mínima de 1,50 m (exceto areia) entre o seu fundo e o nível aqüífero máximo. Disposição final do lodo Leito de Secagem Unidade destinada à desidratação de lodo removido, por processo natural de evaporação e infiltração, contendo dispositivo de drenagem do líquido. Disposição final de efluentes Resolução CONAMA Nº 357/2005 e 397/2008 Enquadramento do corpo receptor segundo classes – definidas segundo parâmetros físicos, químicos e biológicos Marco zero para lançamento de efluentes Escolha e dimensionamento de sistemas Levantamento de dados 1) Produção de cargas poluidoras Efluentes são perdas de água e matérias primas ou produtos oriundos de um processo Processos produtivos Processos de limpeza “Água não é vassoura” Escolha e dimensionamento de sistemas Levantamento de dados 3) Manutenção preventiva Entender como é feita e a periodicidade Paralização do processo descarte de efluente fora dos padrões 4) Possibilidade de contaminação do efluente - Embalagens de produtos químicos danificadas - Estoque excessivo de produtos - Vazamento de bombas e tubulações Escolha e dimensionamento de sistemas Levantamento de dados 5) Caracterização do processo - Lista de matérias primas - Fluxograma do processo (efluentes contínuos e intermitentes) - Características do ponto de lançamento - Sistemas de medição dos efluentes (vazão) - Operações de limpeza (qt./h) - Manutenção Escolha e dimensionamento de sistemas Levantamento de dados 6) Estudos/Ensaios de tratabilidade - Realizado antes da adoção de um processo de tratamento biológico, e durante a operação do sistema adotado - Coleta de amostras em diferentes matrizes - Dados climáticos Escolha e dimensionamento de sistemas Escolha do sistema - Característica do(s) efluentes a serem tratados - Custo dos equipamentos - Custo operacional - Área disponível - Necessidade de remoção de nutrientes - Resistência a variações de cargas Monitoramento dos sistemas Centro de controle operacional (CCO) Monitoramento constante dos efluentes brutos e tratados Obrigada!
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