Prévia do material em texto
Aurélio V. Graça-Souza, PhD Professor Adjunto Lab de Imunobiologia Vascular avsouza@bioqmed.ufrj.br • Bioquímica é o estudo dos processos químicos que ocorrem em um organismo vivo. • Bioquímicos adoram -> Estrutura e função! ▫ Ácidos Nucleicos ▫ Carboidratos ▫ Lipídios, ▫ Proteinas • Existem diferentes tipos de biomoléculas protéicas ▫ Monômeros: pequenas unidades protéicas ▫ Polímeros: longos filamentos formados pela repetição similar dessas subunidades ▫ Complexos: Interação entre proteínas. Homocomplexos. Heterocomplexos. • Diferentes complexos podem realizar diferentes funções. BIOQUIMICA DO MUSCULO CARDIACO • O coração é um dos tecidos mais ativos do corpo. • A função do miocárido depede de um equilíbrio sutil entre o trabalho que o coração deve exercer para alcançar a demanda corporal e a energia que o mesmo é capaz de suprir para manter sua contração. • O músculo cardíaco e altamente oxidativo • Para dar suporte esta alta taxa de exercício o metabolismo cardíaco é desenhado para fornecer grandes quantidades de ATP através da fosforilação oxidativa • EM condições basais em aerobiose, 60% da energia vem de ácidos graxos e triglicerídeos, 35% de carboidratos, 5% de aminoácidos e corpos cetônicos BIOQUIMICA DO MUSCULO CARDIACO • A respiração mitocondrial produz mais de 90% da energia • As mitocôndrias ocupam 30% da área do cardiomiócito • >95% vem da fosforilação oxidativa • ~ 60-70% da hidrólise de ATP e usada para a contração muscular, ~30 - 40% para a Ca2+-ATPase de retículo e outras bombas de íons. BIOQUIMICA DO MUSCULO CARDIACO • Tipos de músculos: Esquelético: movimento dos ossos Estriado: Cardíaco: bombeamento do sangue Liso: movimentos peristalticos e de fluxo sanguíneo. Controle Involuntário Controle Voluntário Esquelético Cardíaco Liso • A contração muscular é o resultado obtido por um grupo de proteínas que interagem para transformar a energia química em movimento. • A força contratil do músculo ocorre pela interação entre duas proteínas: Miosina e Actina • Essa força é regulada pelo heterocomplexo formado entre: Tropomiosina e Toponina • 90% da célula muscular é composta de fibra proteica • 80% da fibra proteica é composta de Miosina e Actina • Ligantes químicos mais utilizados: ATP, Ca2+, Mg2+. • O monômero possui 64 kDa • Se extende ao longo do filamento de Actina, numa sobreposição de moléculas do tipo Head-to-Tail. • É composta de 2 α-helices antiparalelas, que se entrelaçam para formar complexo homodimérico. NH2 - NH2 - - COO- 1 30 190 284 1 30 190 284 - COO- Tropomiosina Tropomiosina PDB: 1C1G NH2 NH2 COO– COO– NH2 COO– NH2 COO– • Existem 4 genes que codificam para a tropomiosina, ▫ TPM1: Tropomiosina 1 (alpha) ▫ TPM2: Tropomiosina 2 (beta) ▫ TPM3: Tropomiosina 3 ▫ TPM4: Tropomiosina 4 • Os genes mais estudados são: ▫ TPM1: Mutação nesse gene está associado com uma cardiomiopatia hipertrófica familiar do tipo 3. ▫ TPM2: Troca de aminoácidos resulta em fraquesa muscular e deformidades no membro distal. ▫ TPM3: Mutação nesse gene resulta em miopatia autossomal dominante e câncer. α-Tropomyosin Mutation D175N in Familial Hypertrophic Cardiomyopathy B, area with myocyte disarray of the ventricular septum. 20 µm A, area of normal histological structure of the left ventricular free wall. 20 µm Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol (March 18, 2004) • No músculo esquelético a Troponina C, possui 4 sítios de ligação ao Cálcio • No músculo cardíaco a Troponina C, possui 3 sítios de ligação ao Cálcio Troponina C Ca2+ Ca2+ Ca2+ Ca2+ Ca2+ Ca2+ • A detecção da Troponina T e I no sangue são indicadores de injúria no cardiomiócito, como: – Infarte do miocárdio - – Vasoespasmo coronariano - – Taquicardia severa - taquicardia supraventricular devido ao aumento na demanda de oxigênio ou suprimento inadequado do músculo coração. – Falha cardíaca - morte ou anomalias do ritmo ventricular. – Cardiomiopatias dilatadas ou hipertróficas. American Family Physician, v.: 72 (1), 2005. Qual o papel do Complexo Tropomiosina- Troponina??? • O Monômero, a G-Actina, possui 42 kDa de massa molecular. • A F-Actina, o polímero, representa de 20-25% da estrutura muscular. • Exerce sua função pela polimerização em filamento de F-actina. • Ligantes químicos: ATP e Mg2+ • Proteína mais abundante nas células eucarióticas. • Importante papel na motilidade, regulação e forma da célula. • Defeitos neste gene tem sido associado com com cardiomiopatia dilatada idiopática (IDC) e cardiomiopatia hipertrofica familiar (FHC). ATP Mg2+ Mg2+ Mg2+ • O Homohexâmero possui massa molecular total de 540 kDa. • Consiste de ▫ 4 cadeias leves (4 x 20 kDa) ▫ 2 cadeias pesadas (2 x 220 kDa), Cabeça globular na porção N-terminal, contendo as unidades menores Cauda com 150 nm de comprimento que se entrelaçam para formar uma super hélice 220 kDa 20 kDa Trypsin Papain • O domínio catalítico é o responsável pela hidrólise de ATP. • Ligante químico: ATP e Ca2+ RLC ELC Ac5n‐Binding Site ATP‐Binding Site Cataly5c Domain • O conjunto formado por centenas de moléculas de miosinas formam um filamento expesso que representa 65% do total de proteínas da fibra muscular. • Uma mutação gené5ca da miosina está associado com aproximadamente 40% dos casos de Cardiomiopa5a Hipertrófica (HCM). Arranjo Estrutural do Complexo Troponina-Tropomiosina-Actina- Miosina Z1 Z2 Z1 Z2 PEVK PEVK • A mutação neste gene está associada com: – Cardiomiopa5a Hipertrófica Familiar, – Distrofia Múscular Tibial. • Fase 1: ▫ Em repouso a cabeça de miosina está ligada a uma molécula de ATP em configuração de baixa energia e incapaz de acessar a actina. ▫ Neste estado a miosina pode hidrolizar o ATP em ADP + Pi. ▫ A energia liberada modifica a estrutura da miosina e promove uma configuração de alta energia. • Fase 2: ▫ Quando a miosina se liga a actina, libera o ADP + Pi. ▫ A liberação do ADP + Pi, altera a configuração da miosina para uma de baixa energia. ▫ A nova conformação da cabeça da miosina, faz ela caminhar sobre o filamento de actina, aproximando as duas bandas Z e encurtando o sarcomêro. • Fase 3: ▫ A miosina se mantém ligada a actina num estado conhecido como rigor até que uma nova molécula de ATP se ligue a miosina • Fase 4: ▫ A ligação com o ATP desliga a miosina da actina. ▫ O ATP associado esta pronto para um novo ciclo de hidrólise do ATP. ATP ADP Pi Fase 1 ADP Pi ADP Pi Fase 2 ATP ATP Fase 3 ATP ATP Fase 4 Tipos de exercício: • Atleta Endurance • Atleta de Força Vias metabólicas oxidativas Carbohydrate metabolism Substratos glicolíticos são derivados da glicose exógena e dos estoques de glicogênio O pool de glicogênio cardíaco é pequeno (~30 µmol/g comparado com ~150 µmol/g wet wt do musculo esquelético). • O transporte de glicose para o cardiomiócito é regulado por um gradiente transmembrar e pelo conteúdo de GLUT-4 (em menor proporção GLUT-1). Carbohydrate metabolism • Insulin stimulation, increased work demand, or ischemia increase glucose transport and rate of glucose uptake. • Glycolytic pathway converts glucose 6-phosphate and NAD+to pyruvate and NADH, generate 2 ATP for each glucose molecule. • Pyruvate and NADH are shuttled to the mitochondrial matrix to generate CO2 and NAD+ - complete aerobic oxidative glycolysis generate 36 ATP for each glucose molecule. http://www.nature.com/nrc/journal/v4/n11/fig_tab/nrc1478_F1.html Carbohydrate metabolism • Fosfofructokinase-1 (PFK-1) – key regulatory enzyme in glycolytic pathway – catalyzes the first irreversible step. • PFK-1 utilized ATP fructose 1,6- bisphosphate, is activated by ADP, AMP and Pi and inhibited by ATP and fall in pH. • PFK-1 can be also stimulated by fructose 2,6-bisphosphate (formed from fructose 6-phosphate by PFK-2). W.C. Stanley et all. Physiol. Rev. 85, 2005 Carbohydrate metabolism • In the mitochondria pyruvate is: ▫ dexarboxylated and oxidized into acetyl CoA by pyruvate dehydrogenase (PDH) ▫ or carboxylated into oxalacetate by pyruvate carboxylase. ▫ or reducted to lactate. • The control of PDH activity is an essential part of overall control of glucose metabolism. • PDH – mitochondrial multicomplex, activity is controlled by work, substrate and hormones. Carbohydrate metabolism • Under anaerobic condition (ischemia) pyruvate is converted to lactic acid – nonoxidative glycolysis. • Lactate is released in the blood stream through specific transporter. • Critical role of transporter in maintaining the intracellular pH (removes also the protons produced by glycolysis). Lactate metabolism • During starvation, lactate can be recycled to pyruvate. • NAD+ is reduced to NADH (3 ATP - lactate oxidation to pyruvate) • Pyruvate is then burned aerobically in the CAC, liberating ca 14 ATP per cycle. Fatty acid metabolism FFA enter the cardiomyocyte by: ▫ passive diffusion ▫ protein-mediated transport across sarcolema – fatty acid translocase (FAT) or plasma membrane fatty acid binding protein (FABPpm). Fatty acyl-CoA synthase (FACS) activates nonesterified FA by esterification to fatty acyl-CoA. W.C. Stanley et all. Physiol. Rev. 85, 2005 Fatty acid metabolism Long chain fatty acyl-CoA can be: ▫ esterified to triglyceride (glycerolphosphate acyltransferase) intracardiac triglyceride pool (10-30% of FA) ▫ or converted to long chain fatty acylcarnitine by carnitine palmitoyltransferase-I (CPT-I) between inner and outer mitochondria membranes. W.C. Stanley et all. Physiol. Rev. 85, 2005 Fatty acid metabolism Carnitine acyltranslocase (CAT) transports long-chain acylcarnitine across the inner membrane in exchange for free carnitine. Carnitine palmitoyltransferase II (CPT-II) regenerates long chain acyl-CoA to free fatty acyl-CoA W.C. Stanley et all. Physiol. Rev. 85, 2005 Fatty acid metabolism • CPT-I can be strongly inhibited by malonyl CoA (on the cytosolic side of the enzyme). • Two isoforms of CPT-I: ▫ liver CPT-Iα and heart CPT-Iβ ▫ CPT-Iβ is 30-fold more sensitive to malonyl-CoA inhibition. W.C. Stanley et all. Physiol. Rev. 85, 2005 Fatty acid metabolism • Malonyl-CoA - key physiological regulator of FA oxidation in heart (in malonyl-CoA FA uptake and oxidation). ▫ formed from the carboxylation of acetyl-CoA (acetyl-CoA carboxylase – ACC) from extramitochondrial acetyl-CoA (derived from citrate via ATP-citratelyase reaction) ▫ rapid rate of turnover in the heart. • ACC activity is inhibited by phosphorylation of AMPK (AMP-activated protein kinase) acceleration of FA oxidation. W.C. Stanley et all. Physiol. Rev. 85, 2005 Fatty acid metabolism • FA undergo β-oxidation generating NADH and FADH2. • Acetyl-CoA formed in β-oxidation generate more NADH in citric acid cycle (CAC). W.C. Stanley et all. Physiol. Rev. 85, 2005 Interregulation of fatty acid and carbohydrate oxidation • The primary physio-logical regulator of flux through PDH and the rate of glucose oxidation in the heart is fatty acid oxidation. • PDH activity is inhibited by high rate of FA oxidation via an increase in mitochondrial acetyl- CoA/free CoA and NADH/NAD+ which activates PDH kinase. Interregulation of fatty acid and carbohydrate oxidation • Inhibition of FA oxidation increases glucose and lactate uptake and oxidation by: 1. decreasing citrate levels and inhibition of PFK 2. lowering acetyl CoA and/or NADH levels in the mitochondria Keton body metabolism • During starvation or poorly controlled diabetes the heart extracts and oxidized ketone bodies (β- hydroxybutyrate and acetoacetat). • Low insuline and high fatty acids ketone bodies. • Ketone bodies become a major substrate for myocardium. • Ketone bodies inhibit PDH (inhibition of glucose oxidation) and fatty acid β-oxidation. Some aspects of myocardial biochemistry of heart failure • Heart failure reduces the capacity to transduce the energy from foodstuff into ATP. • In the advanced stage of HF ▫ down regulation in FA oxidation, ▫ increased glycolysis and glucose oxidation ▫ reduced respiratory chain activity Literature Reviews: • W.C. Stanley, F.A. Recchia, G.D. Lopaschuk: Myocardial substrate metabolism in the normal and failing heart. Physiol. Rev. 85:1093-1129, 2005 • CH. Depré, M.H. Rider, L. Hue: Mechanism of control of heart glycolysis. Eur. J. Biochem. 258:277-290, 1998 • R. Ventura-Clapier, A. Garnier, V. Veksler: Energy metabolism in heart failure. J. Physiol. 555:1-13, 2003 Quais então as preferencias metabólicas de cada tipo de atleta durante o exercício? • Endurance? • Força? E as regulações? • AMPK Estrutura da AMPK Α – Subunidade catalí5ca Β – Subunidade regulatória γ – Subunidade regulatória Como a AMPK pode regular o metabolismo energético durante o exercício físico? AMPK regula vias catabólicas em detrimento às anabólicas: Creatinacinase gene protein CKB creatine kinase, brain, BB-CK CKBE creatine kinase, ectopic expression CKM creatine kinase, muscle, MM-CK CKMT1A, CKMT1B creatine kinase mitochondrial 1; ubiquitous mtCK; or umtCK CKMT2 creatine kinase mitochondrial 2; sarcomeric mtCK; or smtCK • Enzima presente em praticamente todos os tecidos • Mais expressa em tecidos de alta demanda energética CK Vs AMPK • Balanço AMP/ATP AMP K CK ATP ATP Diferença??? E no coração? • Músculo cardíaco tem peculiaridades • Mas é um músculo! • Isoformas enzimáticas próprias • Lactato desidrogenase! LDH • Enzima interconversora de lactato a piruvato com gasto de potencial redutor Produção de lactato durante o exercício físico Isoformas de LDH • O LDH é uma proteína tetramérica, onde suas subunidades são codificadas por 2 genes, H e M • No total existem 5 isoformas: • LDH1 – HHHH – Coração e eritrócitos • LDH2 – HHHM - Coração e eritrócitos • LDH3 – HHMM – Cérebro e rins • LDH4 – HMMM – Músculo esquelético e fígado • LDH5 – MMMM - Músculo esquelético e fígado Diferenças entre as tais LDH • Isoformas cardíaca e Muscular = Diferentes Km e Vmax para piruvato e lactato • LDH1 e LDH2 = ↑ piruvato • LDH4 e LDH5 = ↑ lactato • esquema • video