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10 NEXO CAUSAL

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NEXO CAUSAL:
É a relação natural de causa e efeito existente entre a conduta do agente e o resultado dela decorrente.
	Nos crimes materiais somente existe a configuração do delito quando fica evidenciado que a conduta do agente provocou o resultado, ou seja, quando fica demonstrado o nexo causal.
Nos crimes formais e nos de mera conduta não se exige o nexo causal, uma vez que esses crimes dispensam a ocorrência de qualquer resultado naturalístico e, assim, não há que se pensar em nexo de causalidade entre conduta e resultado.
TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS.
Foi a teoria adotada pelo caput do art. 13 do CP., no que se refere ao nexo de causalidade. É também chamada de teoria da conditio sine Qua non. Para essa teoria é causa toda circunstância antecedente, sem a qual o resultado não teria ocorrido. Isso leva à conclusão que toda e qualquer contribuição para o resultado é considerada sua causa. Todas as causas são igualmente contributivas para a produção do resultado. Ex. se o fabricante da arma não a tivesse fabricado, não haveria o crime. Dessa forma, para se saber se algo é causa do resultado basta excluí-la da série causal. Se o delito, ainda assim teria ocorrido, não é causa. Se não teria ocorrido, então é causa. Entretanto, só serão punidos aqueles que agirem com dolo. 
DA CAUSALIDADE NA OMISSÃO:
Não se fala em nexo causal objetivo nos crimes omissivos.
É incorreta a afirmação de que a omissão produziu o resultado, visto que no plano físico existem apenas ações. A causalidade não é formulada em face de uma relação entre a omissão e o resultado, mas entre este e a conduta que o sujeito estava juridicamente obrigado a realizar e omitiu. Ele responde pelo resultado não porque causou com a omissão, mas porque não o impediu realizando a conduta a que estava obrigado. 
SUPERVENIÊNCIA CAUSAL (art. 13, § 1º) (Teoria da causalidade adequada)
	Neste § dispõe que a superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando por si só, produz o resultado.
	Nessa hipótese, pode-se dizer que existe uma concausa, ou seja, a conduta do agente e uma outra causa qualquer.
	Concausa, portanto, é toda causa que concorre paralelamente com outra, contribuindo para a produção do resultado. Não há, entretanto, diferença prática entre causas, concausas ou condições, pois tudo o que contribui para um resultado é causa deste.
	As concausas podem ser:
DEPENDENTES- aquelas que se encontram dentro da linha de desdobramento normal da conduta. Essas causas jamais rompem o nexo causal. Ex.: Uma facada provoca uma perfuração em um órgão vital da vítima, que provoca uma hemorragia aguda, que provoca a sua morte.
INDEPENDENTES: são aquelas que, por si só, produzem o resultado, ou seja, que não se incluem no desdobramento normal da conduta.
As causas independentes podem ser:
ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES:
São as que têm origem totalmente diversa da conduta. A causa provocativa do resultado não originou na conduta do agente. 
PREEXISTENTE: quando anteriores à conduta. Ex.: A quer matar B e o esfaqueia. Acontece que, anteriormente, C já tinha envenenado B que morre em razão do envenenamento. A responde apenas por tentativa de homicídio e C por homicídio consumado. O envenenamento feito por C é um causa preexistente absolutamente independente em face de A.
2) CONCOMITANTES: Quando se verificam ao mesmo tempo que a conduta. Ex.: uma pessoa está envenenando a vítima, quando entram bandidos no local e matam a vítima com disparos de arma de fogo.
SUPERVENIENTE: quando posteriores à conduta. Ex.: após o envenenamento, cai um lustre na cabeça da vítima, que morre por traumatismo craniano. 
Em todas as hipóteses em que há causa absolutamente independente, rompe-se o nexo causal, já que o resultado decorre dessa causa independente e não da conduta do agente. 
RELATIVAMENTE INDEPENDENTE:
São aquelas que, por si só, produzem o resultado, mas que se originam na conduta do agente.
Também pode ser:
PREEXISTENTE: Quando anteriores à conduta. Nessa hipótese, o agente responde pelo crime, pois não rompe o nexo causal. É a hipótese clássica de alguém que querendo matar a vítima, lhe desfere um golpe de faca, golpe este que, por si só, seria insuficiente para provocar a morte de uma pessoa comum. Acontece que, por ser hemofílico (causa preexistente), a vítima acaba falecendo pela grande perda de sangue. 
CONCOMITANTE: Quando se verificam ao mesmo tempo a conduta do agente. Não Rompe o nexo causal e o agente responde pelo crime. É o que ocorre no conhecido exemplo em que, no exato momento em que o agente efetua um disparo contra a vítima, vem esta a sofrer um infarto (decorrência do susto e, por isso, ligada à conduta do sujeito). 
SUPERVENIENTE: quando posterior à conduta. Neste caso, conforme dispões o art. 13, § 1º, rompe o nexo causal e o réu não responde pelo resultado, mas somente pelos atos até então praticados. Nessa hipótese, após a conduta do agente, ocorre uma causa relativamente independente que, por si só, produz o resultado. A vítima, por exemplo, toma um tiro na barriga (conduta do agente) e é colocada em uma ambulância. Durante o trajeto, a ambulância se envolve em uma colisão e a pessoa morre em razão dos novos ferimentos. Assim, como a causa da morte foi o acidente, a pessoa que efetuou o disparo não responde por homicídio consumado, mas apenas por tentativa. Diz-se que a causa é apenas relativamente independente porque, não fosse o disparo, a vítima não estaria na ambulância e não se teria ferido mortalmente no acidente automobilístico. 
QUADRO SINÓTICO
		Absolutamente inde- preexistente		art. 13. Caput, do CP
		pendentes em relação concomitantes	(há exclusão do nexo
		à conduta do sujeito	 superveniente	de causalidade)
CAUSAS
					 Preexistente	s	o resultado é imputável
					 Concomitantes 	(art. 13, caput)
		Relativamente inde-	 
		Pendente em relação	 
		À conduta do sujeito	 supervenientes	o resultado não é imputável 
								( art. 13, § 1º). 				
Exemplo de causa preexistente absolutamente independente da conduta do sujeito:
- A desfecha um tiro de revólver em B, que vem a falecer pouco depois, não em conseqüência dos ferimentos recebidos, mas porque antes ingerira veneno.
Exemplo de causa concomitante absolutamente independente da conduta do sujeito:
- A fere B no mesmo momento em que este vem a falecer exclusivamente por força de um colapso cardíaco.
Exemplo de causa superveniente absolutamente independente da conduta do sujeito:
- A ministra veneno na alimentação de B que, quando está tomando a refeição vem a falecer em conseqüência de um desabamento.
Quando a causa é absolutamente independente da conduta do sujeito, o problema é resolvido pelo caput do art. 13: há exclusão da causalidade decorrente da conduta. Nos exemplos, a causa da morte não tem ligação alguma com o comportamento do agente, não respondendo pelo resultado morte, mas sim pelos atos praticados (tentativa de homicídio).
Portanto, a causa preexistente, concomitante e superveniente que, por si só, produz o resultado, sendo absolutamente independente, não pode ser imputada ao sujeito, por força do artigo 13, caput.
Exemplo de causa preexistente relativamente independente em relação à conduta do agente:
A golpeia B , hemofílico, que vem a falecer em consequência dos ferimentos, a par da contribuição de sua particular condição fisiológica.
Exemplo de causa concomitante relativamente independente em relação à conduta do agente: 
- A desfere tiro em B, no exato instante em que este está sofrendo um colapso cardíaco, provando-se que a lesão contribuiu para a eclosão do êxito letal.
Exemplo de causa superveniente relativamente independente em relação à conduta do agente:
Num trecho de rua. Um ônibus, que o sujeito dirige, colide com um poste que sustenta fios elétricos, um dosquais, caindo ao chão, atinge um passageiro ileso e já fora do veículo, provocando sua morte em conseqüências da forte descarga elétrica. 
Nos dois primeiros casos, as causas ( hemofilia e colapso cardíaco) não excluem a linha de desdobramento físico desenvolvida pelas ações, de modo que os agentes respondem pelo resultado morte. 
No terceiro caso, o agente não responde pela morte do passageiro, mas somente pelos atos anteriores, se descritos como infração penal. É aí que cabe a aplicação do disposto no art. 13, § 1º. 
	
	“RELATIVAMENTE INDEPENDENTE”
É a que funcionando em face da conduta anterior, conduz-se como se por si só tivesse produzido o resultado (estamos tratando da causa superveniente). É o caso clássico do cidadão que, mortalmente ferido por outro, é transportado para um hospital, onde vem a falecer em conseqüência das queimaduras provocadas por um incêndio. A causa provocadora da morte é relativamente independente em relação à conduta anterior: se a vítima não tivesse sido ferida, não seria levada ao hospital. Neste caso, suprido a agressão, a vítima não teria morrido em conseqüência das queimaduras. 
CONCEITO DE CAUSA QUE “POR SI SÓ”.
o melhor critério é que considera autônoma a causa superveniente quando esta não se encontra “na linha de desdobramento físico” da conduta anterior. A causa superveniente, que por si só produz o resultado, é a que forma um novo processo causal, que se substitui ao primeiro, não estando em posição de homogeneidade com o comportamento do agente. 
Responda:
A fere B que é internado no hospital. Depois de 15 dias, B pega uma infecção hospitalar e morre. A responderá pelo resultado morte? Neste caso houve o que causa do quadro sinótico acima? 
Se uma enfermeira ao invés de ministrar o medicamento prescrito pelo médico, inadvertidamente aplica um tóxico, vindo a vítima a falecer em conseqüência de sua ingestão? O autor dos ferimentos responde por êxito letal?

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