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1 1 PRESIDENTE DA REPÚBLICA Luiz Inácio Lula da Si lva MINISTRO DA EDUCAÇÃO Fernando Haddad GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ Well ington Dias REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Luiz de Sousa Santos Júnior SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC Carlos Eduardo Bie lschowsky COORDENADOR GERAL DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL Celso Costa SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ Antonio José Medeiros COORDENADOR GERAL DO CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA A DISTÂNCIA DA UFPI Gildásio Guedes Fernandes SUPERINTENDENTE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NO ESTADO DO PIAUÍ El iane Mendonça DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA Helder Nunes da Cunha COORDENADOR DO CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA NA MODALIDADE DE EAD Miguel Arcanjo Costa CHEFE DO DEPARTAMENTO DE FÍSICA Valdemiro da Paz Br ito COORDENADORA DE MATERIAL DIDÁTICO DO CEAD/UFPI Cleidinalva Maria Barbosa Ol iveira DIAGRAMAÇÃO Thamara Lisyane Pires de Ol iveira S237i santos, Maria de Nazaré Bandeira dos Introdução à Física / Maria de Nazaré Bandeira dos Santos - Teresina: UFPI/UAPI, 2008. 145p. il 1. Medição, 2. Vetores, 3. Cinemática da Partícula, 4. Forças e Leis de Newton, 5. Teoria da Relatividade Especial ou Restrita. I. Universidade Federal do Piauí/Universidade Aberta do Piauí.II.Título. CDU: 530 1 Este texto constitui o material instrucional da disciplina Introdução à Física, do Curso de Licenciatura em Física – Modalidade a Distância, oferecido pelo programa de Educação a Distância da Universidade Federal do Piauí (UAPI). A conteúdo da disciplina Introdução a Física, está dividido em cinco unidades, descritas abaixo, que visam, de um modo geral, propiciar aos estudantes iniciantes do Curso de Licenciatura em Física, uma visão satisfatória dos principais conceitos, leis, princípios e aplicações da Mecânica Básica. A Unidade 1, trata sobre Medição, onde apresentamos os conhecimentos essenciais do tema, incluindo desde grandezas físicas, unidades e padrões, até precisão, cálculo de erros e análise dimensional. A Unidade 2 expõe o conteúdo de Vetores, onde são mostradas as operações fundamentais com vetores, para tratamento vetorial e aplicação em problemas de Física Básica. Na Unidade 3, discorremos sobre Cinemática da Partícula, com o objetivo de mostrar as leis que descrevem o movimento dos corpos tratados como partículas. Na Unidade 4, tratamos das leis do movimento que explicam inclusive as causas dos movimentos, são as Leis de Newton para o Movimento. Essa unidade visa proporcionar, ao estudante de Física, o conhecimento, análise, interpretação e aplicação das Leis de Newton a situações do cotidiano. 1 Finalmente, a Unidade 5 trata de Noções e Princípios Básicos da Relatividade Restrita. Na elaboração deste material, utilizamos um grande número de recursos, tais como: aspectos históricos, saiba mais, reflita, desafio e atividades de aprendizagem e de fixação. Todos estes recursos, em conjunto, visam tornar a relação conteúdo-aluno a mais interativa e dinâmica possível. Buscamos sempre que possível, contextualizar os conteúdos em situações do cotidiano do aluno, para que o mesmo sinta uma maior “intimidade” com o que está sendo tratado. Enfim, esperamos que este texto consiga prender a atenção do estudante, proporcione-lhe aprendizagem e o ajude a desenvolver e aplicar seu raciocínio formal. Colocamo-nos a disposição de leitores e alunos para esclarecimentos e aguardamos suas críticas e sugestões, que certamente contribuirão para tornar esse texto mais eficiente, agradável e prazeroso. 1 UNIDADE 1. Medição 1.1. Grandezas Físicas, Unidade e Padrões.....................................11 1.2. Sistemas de Unidades................................................................14 1.3. Padrões de Comprimento, Massa e Tempo...............................15 1.3.1. Padrão de comprimento..........................................................15 1.3.2. Padrão de massa.....................................................................15 1.3.3. Padrão de tempo.....................................................................16 1.4. Precisão de uma Medida e Algarismos Significativos................17 1.5. Atividade de Fixação..................................................................19 1.6. Cálculos de Médias, Erros e Desvio Padrão..............................20 1.7. Análise Dimensional...................................................................26 1.8. Atividade de Fixação..................................................................26 1.9. Experimente!...............................................................................28 1.10 Referências Bibliográficas.........................................................30 1.10.1. Livro texto..............................................................................30 1.10.2. Bibliografia complementar.....................................................30 1.10.3. Web-bibliografia.....................................................................30 UNIDADE 2. Vetores 2.1. Introdução...................................................................................33 2.2. Adição de Vetores.......................................................................34 2.2.1. Método geométrico e aplicações.............................................35 2.2.2. Método analítico ou das componentes e aplicações..............37 2.3. Multiplicação de Vetores.............................................................40 2.3.1. Multiplicação de um vetor por um escalar e aplicações.........41 2.3.2. Produto escalar de dois vetores e aplicações.........................42 2.3.2.1. Atividade de aprendizagem..................................................43 2.3.3. Produto vetorial de dois vetores e aplicações.........................43 1 2.4. Atividade de Fixação..................................................................45 2.5. Experimente!...............................................................................46 2.6. Referências Bibliográficas..........................................................47 2.6.1. Livro texto................................................................................47 2.6.2. Bibliografia complementar.......................................................47 2.6.3. Web-bibliografia.......................................................................47 UNIDADE 3. Cinemática da Partícula 3.1. Introdução...................................................................................50 3.2. Descrição Geral do Movimento de uma Partícula......................53 3.2.1. O movimento é relativo: posição e referencial........................53 3.2.2. Trajetória..................................................................................57 3.2.3. Grandezas físicas gerais da cinemática..................................58 3.2.4. Atividade de aprendizagem.....................................................65 3.3. Movimento de uma partícula com velocidade constante...........70 3.4. Movimento de uma partícula com aceleração constante...........73 3.4.1. Movimento retilíneo uniformemente variado...........................74 3.4.2. Movimento circular e uniforme................................................77 3.4.3. Movimento circular uniformemente variado............................82 3.5. Movimentos combinados de uma partícula................................83 3.5.1. Lançamento oblíquo................................................................843.5.2. Lançamento horizontal............................................................87 3.6. Atividade de Fixação..................................................................87 3.7. Experimente!...............................................................................88 3.8. Referências Bibliográficas..........................................................89 3.8.1. Livro texto................................................................................89 3.8.2. Bibliografia complementar.......................................................89 3.8.3. Web-bibliografia.......................................................................89 UNIDADE 4. Forças e Leis de Newton 4.1. Aristóteles explica o Movimento.................................................92 1 4.2. Ptolomeu e o Movimento do Sol................................................94 4.3. Copérnico e o Movimento da Terra............................................94 4.4. Galileu e a Torre Inclinada..........................................................95 4.5. Newton e as Leis do Movimento dos Corpos.............................96 4.5.1. Força e massa.........................................................................99 4.5.2. A Primeira Lei de Newton – Lei da Inércia............................100 4.5.3. A Segunda Lei de Newton - Princípio Fundamental da Dinâmica..........................................................................................102 4.5.4. A Terceira Lei de Newton – Lei da Ação e Reação..............106 4.5.5. Aplicações das Leis de Newton............................................108 4.6. Atividade de Fixação................................................................110 4.7. Experimente!.............................................................................111 4.8. Referências Bibliográficas........................................................111 4.8.1. Livro texto..............................................................................111 4.8.2. Bibliografia complementar.....................................................112 4.8.3. Web-bibliografia....................................................................112 UNIDADE 5. Teoria da Relatividade Especial ou Restrita 5.1. Introdução.................................................................................115 5.2. O Princípio da Relatividade na Mecânica e na Eletrodinâmica .........................................................................................................119 5.3. O Éter e o Experimento de Michelson-Morley.........................122 5.4. Teoria da Relatividade Especial ou Restrita.............................124 5.4.1. Generalidades.......................................................................124 5.4.2. Postulados da teoria da relatividade especial ou restrita......125 5.4.3. Conseqüências da relatividade de Einstein..........................127 5.4.3.1. Simultaneidade...................................................................127 5.4.3.2. Espaço-Tempo....................................................................128 5.4.3.3. Dilatação do Tempo............................................................130 5.4.3.4. Contração do Comprimento...............................................133 5.4.3.5. As Transformações de Lorentz..........................................138 1 5.4.3.6. Momento Relativístico........................................................140 5.4.3.7. A Relação Massa - Energia................................................141 5.5. A Teoria da Relatividade Geral.................................................142 5.6. Atividade de Fixação................................................................143 5.7. Referências Bibliográficas........................................................145 5.7.1. Livro texto..............................................................................145 5.7.2. Bibliografia complementar.....................................................145 5.7.3. Web-bibliografia.....................................................................145 1 1 UNIDADE 1. Medição 1.1. Grandezas Físicas, Unidade e Padrões.....................................11 1.2. Sistemas de Unidades................................................................14 1.3. Padrões de Comprimento, Massa e Tempo...............................15 1.3.1. Padrão de comprimento..........................................................15 1.3.2. Padrão de massa.....................................................................15 1.3.3. Padrão de tempo.....................................................................16 1.4. Precisão de uma Medida e Algarismos Significativos................17 1.5. Atividade de Fixação..................................................................19 1.6. Cálculos de Médias, Erros e Desvio Padrão..............................20 1.7. Análise Dimensional...................................................................26 1.8. Atividade de Fixação..................................................................26 1.9. Experimente!...............................................................................28 1.10 Referências Bibliográficas.........................................................30 1.10.1. Livro texto..............................................................................30 1.10.2. Bibliografia complementar.....................................................30 1.10.3. Web-bibliografia.....................................................................30 1 1.1. Grandezas Físicas, Unidades e Padrões Em nossa vida, freqüentemente, realizamos medidas e fazemos uso dela. Por exemplo, um motorista ao chegar em um posto de gasolina, pede que abasteça seu carro com R$ 50,00 desse combustível, a “bomba” do posto, que já está programada para medir gasolina com o valor de R$ 2,681 por litro do combustível, mede 18,649 litros. Outra medida que comumente qualquer pessoa costuma fazer, é a de sua altura, obtendo por exemplo um valor de 1,750 m; um colega seu vai à mercearia e compra 5,50 kg de arroz. Em todas essas situações, e em outras que você poderá imaginar, é fácil perceber o envolvimento das medidas nas atividades diárias de qualquer pessoa. O quanto você conhece sobre algo depende de quão bem você pode medi-lo. Isto foi claramente expresso pelo famoso físico Lord Kelvin no século XIX. “Digo freqüentemente, que quando se pode medir algo e expressá-lo em números, alguma coisa se conhece sobre ele. Quando não se pode medi-lo, quando não se pode expressá-lo em números, o conhecimento que se tem dele é estéril e insatisfatório. Ele pode até ser um início para o conhecimento, mas ainda se avançou muito pouco em direção ao estágio da ciência, seja ele qual for”. As medidas científicas não são algo novo, mas remetem aos tempos antigos. No século III a. C. por exemplo, foram feitas medidas bastantes precisas sobre os tamanhos da Terra, da Lua e do Sol, bem como das distâncias entre eles. No estudo da física, por ser uma ciência essencialmente experimental, as medidas desempenham também um papel muito importante, pois os próprios conceitos fundamentais da física são as grandezas que usamos para expressar suas leis. Podemos citar William Thomson (1824-1907), físico irlandês ficou conhecido como Lord Kelvin ou Barão Kelvin de Largs. Filho de matemático, formou-se em Cambridge e dedicou- 0se à ciência experimental. A partir de seus experimentos com os conceitos de trabalho e calor, deduziu o conceito de energia disponível, um dos principais temas da termodinâmica. Desenvolveu a escala termodinâmica de temperaturas absolutas, que resolveu as dificuldades da termometria comas medições dependentes do material termométrico utilizado. Quem foi Lord Kelvin? 1 como grandezas físicas: comprimento, massa, tempo, temperatura, campo elétrico, velocidade, aceleração, campo magnético e campo gravitacional, força, pressão, densidade, volume, corrente elétrica etc. Ao se definir uma grandeza física estabelecemos uma série de procedimentos para medi-la e atribuir-lhe uma unidade, quantidade que se toma arbitrariamente para termos de comparação entre grandezas de uma mesma espécie. Por exemplo, suponha que você queira saber quantos litros de água cabem num dado garrafão. Para isso você pode enchê-lo completamente com água e, depois despejar essa água em garrafas com capacidade de um litro. Assim você descobre a capacidade do garrafão, 5 litros, por exemplo. Nesse procedimento você fez uma medição, ou seja, mediu o volume que o garrafão contém. Note que, para medir esse volume, você precisou usar outro volume que foi tomado como unidade de medida: o litro. Do mesmo modo, para medir o comprimento de uma corda, você precisa de outro comprimento tomado como unidade: o metro, por exemplo. Assim, você pode determinar quantos metros o comprimento da corda contém. CONCLUSÃO Tudo aquilo que pode ser medido utilizando-se um instrumento adequado, onde está registrada a unidade de medida, chama-se grandeza física. Medir uma grandeza física significa encontrar um número que indique quantas vezes ela contém uma unidade de medida. REFLITA! O que é uma grandeza física? Será todo observável que pode ser avaliado ou medi-do? Sobre tamanhos da Terra, da Lua e do Sol? Consulte o livro Física Conceitual de Paul G. Hewitt. Editora Bookman, Porto Alegre, 2002. Visite também o site:<http://www.zenite.n u/tema/> Quer saber mais! DESAFIO Cite outras grandezas físicas que você pode encontrar em seu dia-a-dia. SUGESTÃ0: Para conhecer mais sobre as diversas grandezas físicas e suas unidades, consulte os sites: www.demec.ufmg.br/disciplinas/ema003/SI.htm www.e-escola.pt/site/ftema.asp?tema=24&cana=2 1 Como vimos anteriormente, há tantas grandezas físicas que se torna difícil organizá-las, pois muitas não são independentes umas das outras. No entanto, entre todas as grandezas físicas envolvidas num dado sistema físico, podemos selecionar o menor número possível dessas, que fazem uma descrição física completa do sistema nos termos mais simples. Estas grandezas são chamadas de fundamentais. Daí então, atribuímos padrões para cada uma dessas grandezas fundamentais, sendo as demais grandezas derivadas. Um padrão é um modelo oficial de pesos e medidas legais que poderá ou não, ser reconhecido internacionalmente, é um aferidor da unidade. Por exemplo, a grandeza física massa, pode ser medida na unidade quilograma (kg), que por sua vez possui um modelo oficial internacionalmente reconhecido, chamado padrão de massa. A combinação de duas ou mais grandezas fundamentais resulta numa grandeza derivada, cujas unidades é uma combinação de unidades básicas. O padrão de qualquer medida deve ter as seguintes características: ser acessível, ser invariável no tempo e ter alta precisão. A busca de padrões com essas características, é uma importante tarefa científica dos físicos e pesquisadores em laboratórios de todo o mundo. Nos EUA, os Laboratórios do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia, antigo National Bureal of Standart, são os responsáveis pela manutenção, desenvolvimento e verificação dos padrões, tanto para pesquisadores de ciência básica como para cientistas e engenheiros na indústria. No Brasil, o órgão governamental incumbido nas questões relativas a padrões e unidades, é o Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial – 1 INMETRO (inserir <http://www.inmetro.gov.br/consumidor/unidLegais Med.asp>). 1.2. Sistemas de Unidades A 14a. Conferência Geral sobre Pesos e Medidas (1971), selecionou como unidades básicas as sete unidades das grandezas fundamentais para formar a base do Sistema Internacional (SI) de unidades, apresentadas na Tab. 1, abaixo. Tabela 1- Unidades básicas do SI GRANDEZAS NOME SÍMBOLO Comprimento metro m Massa quilograma kg Tempo segundo s Corrente elétrica Ampère A Temperatura termodinâmica Kelvin K Quantidade de matéria mol mol Intensidade luminosa candela cd As demais unidades do sistema, denominadas derivadas, são definidas a partir das unidades fundamentais, tendo em vista expressões analíticas de leis físicas ou de equações de definição de grandezas. Por exemplos: área, velocidade, força, energia. Outros sistemas de unidades são ainda bastante utilizados no mundo inteiro, tais como, o sistema Gaussiano ou CGS (em mecânica) e o sistema britânico ou inglês. Em engenharia é muito comum se utilizar o sistema técnico. REFLITA! Você conseguiria imaginar um sistema de unidades de base que não inclua a grandeza física tempo? 1 1.3 Padrões de Comprimento, Massa e Tempo 1.3.1. Padrão de comprimento O primeiro modelo de padrão internacional de comprimento, construído em 1889, foi uma barra de platina-irídio, chamada de metro padrão, mantida na Repartição Internacional de Pesos e Medidas, em Paris. Historicamente, o metro foi estabelecido como um décimo milionésimo (1/107) da distância do pólo norte ao equador, através do meridiano que passa por Paris. Ao longo dos anos, com os avanços tecnológicos e as crescentes exigências de um padrão cada vez mais acessível, invariável e altamente preciso, o padrão de comprimento foi sendo redefinido. Em 1983 tivemos a última redefinição do metro, como a distância percorrida por uma onda luminosa em determinado intervalo de tempo. Segundo a 17a. Conferência Geral de Pesos e Medidas: “O metro é a distância percorrida pela luz, no vácuo, no intervalo de tempo de 1/299.792.458 do segundo”. 1.3.2. Padrão de massa O padrão de massa do SI é um cilindro feito com uma liga de platina-irídio guardado também na Repartição Internacional de Pesos e Medidas, e designado, por acordo internacional, como sendo a massa de um quilograma. Na escala atômica, temos um segundo padrão de massa ou padrão secundário de massa, que não é uma unidade do sistema internacional. É a massa do átomo de C12, que por acordo internacional, foi designada como sendo uma massa de 12 unidades de massa atômica (abreviação u.m.a. ou simplesmente u), Sobre sistemas de unidades? Consulte o livro FISICA 1, Resnick, Halliday e Krane, editora LTC, Rio de Janeiro, 1996. Quer saber mais! 1 exatamente e por definição. As massas dos átomos podem ser comparadas entre si, com precisão maior do que se fossem comparadas com o quilograma padrão. A relação entre os dois padrões é 1 u.m.a = 1,6605402 x 10-27 kg Precisamos de um segundo padrão de massa, porque as técnicas de laboratório atuais nos permitem comparar massas atômicas entre si, com muito maior precisão do que quando as comparamos com o quilograma padrão. Ainda está em estudos o desenvolvimento de um padrão de massa atômica para substituir o quilograma padrão. Uma unidade do SI correlata é o mol, que mede a quantidade de substância ou de matéria. Um mol de átomos de C12 tem uma massa de exatamente 12 gramas e contém uma quantidade de átomos numericamente igual à constante de Avogadro NA, que vale NA = 6,0221367x1023 átomos por mol Este é um número determinado experimentalmente, com um incerteza de cerca de 1 parte em 1 milhão. 1.3.3. Padrão de tempo Na maioria dos trabalhos científicos precisamos saber quanto dura um determinado evento? Por isso qualquer padrão de tempo deve ser capaz de responder a perguntas do tipo “Quando ocorre?” e “Quantotempo dura?” Podemos usar qualquer fenômeno que se repete para medir o tempo. A medição é feita pela contagem das repetições e suas frações. Dos vários fenômenos repetitivos naturais, o movimento de rotação da Terra que determinar a duração dos dias, foi usado como REFLITA! Mencione alguns fenômenos repetitivos que ocorrem na natureza e que podem servir como um razoável padrão de tempo. 1 padrão de tempo durante séculos. Um segundo foi definido como a fração 1/86400 de um dia (período de 24 h). Várias tentativas de construção de padrão de tempo foram feitas ao longo dos anos, por exemplos relógios de cristal de quartzo, que operam baseados nas vibrações periódicas desse cristal alimentadas eletricamente. O melhor deles marca o tempo com um erro máximo acumulado de 5s em um ano, mas mesmo essa precisão não é suficiente para a ciência e tecnologias atuais. Para suprir a necessidade de um padrão de tempo mais preciso, foram desenvolvidos relógios atômicos em vários países. Um relógio atômico baseado na freqüência característica emitida pelo átomo de césio, é mantido no Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA, formando a base para as Coordenadas de Tempo Universal (UTC) daquele país. O segundo, baseado no relógio de Césio, foi adotado como padrão internacional pela 13a. Conferência Geral de Pesos e Medidas, em 1967, com a seguinte definição: “Um segundo é o tempo de duração de 9.192.631.770 vibrações de radiação (de um comprimento de onda específico) emitido pelo átomo de Césio” Dois relógios modernos de Césio poderiam funcionar por 300.000 anos sem que suas leituras diferissem mais do que um segundo. 1.4. Precisão de uma Medida e Algarismos Significativos Quanto melhor a qualidade de um instrumento de medida e mais sofisticadas as técnicas de medição, tanto maiores os níveis de precisão alcançáveis nos experimentos, isto é, os resultados das O que é precisão ou resolução de uma medida ou de um instrumento? Sobre Padrões de Comprimento, Massa e Tempo? Visite o site: www.ifi.unicamp.br/~grad/f1 28/aulas/aula1.pdf Quer saber mais! 1 medições poderão conter mais algarismos significativos e, por conseqüência, reduzir a incerteza experimental do resultado. Tanto o número de algarismos significativos como a incerteza, nos dizem algo acerca da precisão estimada do resultado. Por exemplo, qual a medida mais precisa x = 3,03 m ou x = 3,03159 m? Quantos algarismos significativos têm cada medida? Observe que a segunda leitura foi obtida por um instrumento capaz de nos dar os décimos de milésimo da medida com certeza, isto é, a precisão do instrumento é de décimos de milésimos; enquanto a primeira leitura foi dada por um instrumento que nos forneceu apenas uma precisão de décimos da medida. Assim, através da primeira medida sabemos menos, sobre o valor da medida. Se ao medirmos com uma régua milimetrada, o comprimento de um disquete, encontrarmos um valor entre 8,8 e 8,9 cm, como mostrado na Fig. 1.1, quantos décimos de milímetros devemos considerar? É impossível precisar. O algarismo que deverá aparecer após o número 8 não carrega a mesma certeza que depositamos nos outros. Ele é por esta razão, denominado duvidoso ou avaliado, e os outros são algarismos LEMBRE-SE: Qualquer medida, independente da forma como é feita, carrega consigo uma imprecisão. Fig. 1.1 – Medida do comprimento de um disquete com uma régua milimetrada e a ampliação da leitura obtida. 1 corretos. Então, a medida do comprimento do disquete deverá ser expressa por quatro algarismos. Por exemplo, 8,83, 8,84 ou 8,86 cm. Os três algarismos dessas medidas são assim chamados, significativos. Algarismos significativos em uma medida são aqueles que sabemos estarem corretos e mais um avaliado ou duvidoso. Ao ler a medida de uma grandeza física é necessário observarmos a precisão do instrumento para que possamos utilizar os algarismos corretos e o primeiro algarismo duvidoso na expressão da leitura da medida. No nosso exemplo, não tem sentido registrarmos a medida do comprimento do azulejo como 8,843 cm. O algarismo 3 é desnecessário, porque o 4 que o antecede já é um algarismo duvidoso. Veja que é importante saber de fato, quantos algarismos significativos representam uma leitura dada por um instrumento de medida. Precisamos inclusive, ficar atentos também quando efetuamos cálculos com as medidas obtidas dos instrumentos, para não incluir demasiadamente algarismos nem excessivamente poucos. 1.5. Atividade de Fixação 1. Qual é a precisão de uma balança que nos dá a medida 3,5279 kg? 2. Uma pessoa, utilizando uma régua milimetrada, realiza a medição de uma haste metálica como mostra a Fig.1.2. Que leitura ela obtém? DESAFIO Pesquise sobre as regras usadas nas operações fundamentais com algarismos significativos. 1 3. Identifique quantos algarismos significativos e qual a precisão dos instrumentos, através das seguintes medidas: a) 20,20 m; b) 0,047 km; c) 4,00 m/s; 4. Faça as operações e obtenha os resultados com o número correto de algarismos significativos. a) 2,4 m + 3,28 m + 2,319 m; b) 2,48 g x 3,14159 g; c) 9,8 g x 1,03 g; d) 45,98 h / 7,4 h. 1.6. Cálculos de Médias, Erros e Desvio Padrão Como vimos anteriormente, no estudo da física estamos sempre envolvidos com medidas, e essas em geral, são afetadas por erros de diversas causas. Algumas destas causas têm origem na precisão e na exatidão dos instrumentos de medida. De forma simplificada, podemos dizer que um instrumento é preciso se a menor divisão de sua escala, chamada resolução, for pequena e, conseqüentemente, uma leitura (reprodutível) for acompanhada de pequena incerteza. O que é incerteza numa medida? Suponha que utilizemos uma régua graduada em centímetros para ler o comprimento de uma haste metálica, através de uma única leitura efetuada, conforme mostra a Fig. 1.3, abaixo. O comprimento do objeto está entre 3 e 4 cm, podemos estimar a medida, por exemplo, para 3,8 Fig.1.3: Medida de uma haste metálica com uma régua centimetrada Fig.1.2: medida de uma haste metálica com uma régua milimetrada. 1 cm, mas não podemos ter certeza. Podemos explicitar esta dúvida com o seguinte raciocínio: para que decidíssemos que o algarismo duvidoso fosse o oito, imaginamos subdivisões unitárias na escala (de 0,1 em 0,1cm), ao mesmo tempo em que observamos que a medida ultrapassou 3,5 cm, que é a metade da distância entre 3 e 4 cm. Assim, uma medida satisfatória para este caso, será 3,8 cm. Na verdade, isso significa que a extremidade do objeto deve estar além de 3,75 cm e aquém de 3,85 cm. Logo a dúvida ou incerteza implícita na leitura pode ser explicitada, uma vez que, o comprimento do objeto (L) deva estar compreendido entre 3,75 e 3,85 cm, assim, 3,75 cm L 3,85 cm. Esse intervalo dá-se o nome de intervalo de confiança da leitura, e essa leitura pode então ser escrita da seguinte forma: L = (3,80 0,05) cm Observe que o zero após o oito foi escrito apenas para compatibilizar o valor da leitura com a sua incerteza, mas ao escrevermos a medida dessa forma, com três algarismos, continuamos tendo apenas dois algarismos significativos: o algarismo da unidade, que temos certeza, e o algarismo dos décimos que é o duvidoso. Isso percebemos claramente, observando os limites inferior e superior do intervalo que contém a medida L. Podemos generalizar para uma leitura estimada x, na qual a subdivisão avaliada é x , da seguinte forma: 2 xxx ............................................ 1.1 Nessa expressão, x é a subdivisão avaliada, que também podemos chamar de degrau da leitura, e o termo2 x , metade da Sobre algarismos significativos e incertezas? Visite o sites: http://efisica.if.usp.br/m ecanica/basico/algaris mos/ http://efisica.if.usp.br/m ecanica/universitario/in certeza/algarismos/ Quer saber mais! 1 divisão avaliada, é chamado de imprecisão da leitura, imprecisão do instrumento ou desvio avaliado. Este é o critério da meia unidade na última casa. Alguns autores, por segurança, usam o critério da própria unidade avaliada, assim xxx .................................1.2 Vimos como expressar uma medida através de uma única leitura efetuada. Como uma leitura está sujeita a diversos tipos de erros, o mais correto seria executar a medição muitas vezes, isto é, N vezes, de forma independente, obtendo 1V , 2V , 3V , ... NV , e extrair do conjunto de leituras o seu valor médio, que será o resultado mais próximo possível do verdadeiro, ou mais provável. O valor médio (V) de uma série de leituras ( iV ) pode ser calculado da seguinte forma: N iVNV 1 1 .............................................. 1.3 Onde iV é o valor da i-ésima leitura efetuada, escrita na forma implícita. Intuitivamente, percebemos que quanto maior for o número N de leituras efetuadas, mais próximo o valor médio V , deve estar do valor mais provável ou valor médio verdadeiro. Definimos o desvio de uma leitura particular i através da expressão VVV ii .............................................. 1.4 Quando executamos uma série de medições independentes, de uma determinada grandeza física, e calculamos seu valor mais provável ou valor médio, é de grande interesse encontrarmos o desvio médio associado a esta medida, para que possamos 1 expressar seu resultado final através de um intervalo de confiança centrado em V. Com tal objetivo, podemos calcular o valor médio ( V ) dos desvios individuais (Vi) e, através dele, definir a amplitude do intervalo de confiança da medida. Como temos N desvios individuais, o desvio médio deve ser dado por i N i V N V 1 1 ....................................... 1.5 Lembrando que VVV ii , temos )(1 1 VV N V i N i ou ])[(1 1 VNV N V N i i ....1.6 Por outro lado, através da definição dada para o valor médio V, podemos escrever VNV N i i 1 ..................................................1.7 Substituindo a eq. (1.7) na eq. (1.6), encontramos 0V .....................................................1.8 o resultado é nulo, pois os desvios negativos (provenientes de leituras menores que o valor médio) anulam-se com os desvios positivos (provenientes de leituras maiores que o valor médio). Para contornar o problema da soma de desvios que se anulam, os desvios são definidos em termos da soma dos módulos dos desvios individuais. Assim sendo definimos: - desvio médio absoluto (soma de módulos); - desvio relativo e percentual; - desvio padrão da média (soma de quadrados). O desvio médio absoluto ou simplesmente, desvio médio é dado por 1 N i iVN V 1 1 ........................................ 1.8 Nesse caso, o resultado final da medida deve ser expresso assim: VVV .................................... 1.9 Onde V é o valor médio dos N dados obtidos e a incerteza é dada pelo desvio médio V . A última expressão, Eq.(1.9), significa que o valor verdadeiro, desconhecido, deve estar dentro de um intervalo de confiança, esquematizado da seguinte forma: Não há garantias de que o valor verdadeiro esteja dentro deste intervalo, mas é provável que esteja. Os desvios relativo e percentual nos auxiliam a avaliar se um determinado desvio é “pequeno ou grande”, comparando-o com o valor médio. Isso é feito do seguinte modo: V VVR ...................................... 1.10 Onde RV é o desvio relativo e dá a incerteza por unidade de medida da grandeza. A esse desvio multiplicado por 100 dá-se o nome de desvio percentual ..................... 1.11 O desvio padrão da média (soma de quadrados) é definido como o desvio padrão do valor médio das leituras, ou simplesmente, desvio padrão da média: N i ivm VN 1 2)(1 ..................... 1.12 100x V VVp Cálculos de medias, erros e desvio padrão. Consulte SILVA, W.P. e SILVA, C. M. D. S. Tratamento de Dados Experimentais. Editora UFPB, João Pessoa, 1998. Saiba mais! 1 Com esse estudo, percebemos que o valor mais provável da medida de uma grandeza física se aproxima de seu valor médio, podendo desviar, para mais ou para menos, pelas quantidades V ou vm . Assim, o valor verdadeiro escrito em função do intervalo de confiança dado pelo desvio padrão do valor médio, será )()( vmvvm VVV ou ................. 1.13 As últimas expressões, Eq.(1.13), mostram que o valor verdadeiro, deve estar dentro de um intervalo de confiança que podemos esquematizar da seguinte forma: Para um dado número de leituras efetuadas, quanto mais estreito for o intervalo de confiança do valor mais provável, menor será a variação dessa leitura. 1.7. Análise Dimensional A cada grandeza física medida ou calculada podemos associar uma dimensão. As dimensões das grandezas não são afetadas pelas unidades dessas grandezas. Por exemplo, uma área continua sendo uma área, estando expressa em m2 ou em km2. Tal como foi feito para as grandezas fundamentais, podemos definir um conjunto de dimensões fundamentais, com base em padrões de medição independentes. Como a massa, o comprimento e o tempo são grandezas mecânicas elementares e independentes, podem servir como dimensões fundamentais, sendo representadas por M, L e T, respectivamente. Vamos usar colchetes [ ] para )( vmv VV Sobre análise dimensional. Refaça os exemplos 4 e 5, resolvidos no livro FISICA 1, Resnick, Halliday e Krane, editora LTC, Rio de Janeiro, 1996, Cap.1, página 9. Saiba mais! 1 representar “a dimensão de”, por exemplo, se m é massa, x é distância, t tempo e a aceleração, as dimensões destas grandezas físicas são dadas respectivamente, por [m] = M, [x] = L, [t] = T e [a] = ML-2. A análise dimensional é muito importante no dia-a-dia de um físico, pois além de evitar erros ao escrever as equações, ela muitas vezes pode ajudar a resolvê-las. Qualquer equação deve ser dimensionalmente correta, ou seja, as dimensões devem ser as mesmas em ambos os membros da equação. 1.8. Atividade de Fixação 1. Resolva no mínimo 8 (oito) problemas da capítulo 1, do livro texto (Halliday, D., Resnick, R. e Krane, K. S. Física 1, LTC, 1996, Rio de Janeiro), distribuídos nas seções 3, 4, 5 e 6. 2. Para medir o período de um pêndulo simples, um observador mediu um intervalo de tempo de 39,4 s para 30 oscilações. Depois, para 40 oscilações, mediu 54,5 s. Numa terceira etapa, obteve 32,5 s para 25 oscilações. Qual é o período do pêndulo em cada etapa? Qual o valor médio dos períodos obtidos? 3. Dadas as leituras: 31,04,201 L e 011,0452,02 L , responda qual tem: a) a melhor precisão absoluta; b) a melhor precisão relativa. 4. Em duas experiências diferentes sobre lançamento de projéteis, foram feitos vários lançamentos e ao final, obteve-se os seguintes alcances (em mm): EXPERIÊNCIA 1: L1 = 795; 805; 797; 800; 800; 803; 801; 803; 796; 797; 803. 1 EXPERIÊNCIA 2: L2 = 902; 902; 901; 902; 902; 902; 901; 902; 902; 902. Desprezando os erros sistemáticos, faça o tratamento dos dados, calcule o desvio mais apropriado para L em cada experimento e expresse os dois alcances de forma mais adequada. 5.Resolva no mínimo 8 (oito) problemas da capítulo 1, do livro texto (Halliday, D., Resnick, R. e Krane, K. S. Física 1, LTC, 1996, Rio de Janeiro), distribuídos nas seções 3, 4, 5 e 6. 6. Para medir o período de um pêndulo simples, um observador mediu um intervalo de tempo de 39,4 s para 30 oscilações. Depois, para 40 oscilações, mediu 54,5 s. Numa terceira etapa, obteve 32,5 s para 25 oscilações. Qual é o período do pêndulo em cada etapa? Qual o valor médio dos períodos obtidos? 7. Dadas as leituras: 31,04,201 L e 011,0452,02 L , responda qual tem: a) a melhor precisão absoluta; b) a melhor precisão relativa. 8. Em duas experiências diferentes sobre lançamento de projéteis, foram feitos vários lançamentos e ao final, obteve-se os seguintes alcances (em mm): EXPERIÊNCIA 1: L1 = 795; 805; 797; 800; 800; 803; 801; 803; 796; 797; 803. EXPERIÊNCIA 2: L2 = 902; 902; 901; 902; 902; 902; 901; 902; 902; 902. Desprezando os erros sistemáticos, faça o tratamento dos dados, calcule o desvio mais apropriado para L em cada experimento e expresse os dois alcances de forma mais adequada. 1.9. Experimente! MEDIÇÃO E TRATAMENTO DE DADOS EXPERIMENTAIS 1 1. Objetivos Distinguir grandezas físicas, unidades e padrões; Reconhecer o sistema de unidade utilizado; Fazer medidas utilizando corretamente o número de algarismos significativos; Reconhecer a precisão de um instrumento de medida; Fazer o tratamento de dados experimentais e definir o intervalo de confiança das leituras feitas nas medidas; 2. Materiais uma régua milimetrada uma resma de papel A4 ou ofício 3. Procedimento Experimental e Análise 3.1. Meça, com uma régua milimetrada, a espessura de uma resma de papel, com uma única medida. A) Que grandeza física, que unidade e que padrão você utilizou na medida realizada? B) Você utilizou o sistema internacional de unidades? Explique. C) Expresse o valor obtido com seu intervalo de confiança. D) Qual o desvio médio e o desvio percentual da leitura mais provável? E) Qual a espessura média de cada folha? F) Qual o erro percentual obtido na leitura da medida de uma única folha? G) Estime o desvio percentual no caso da leitura ter sido feita usando-se somente 20 folhas. 3.2. Faça 8 (oito) medidas, com uma régua milimetrada, da mesma resma de papel. REFLITA! Sobre os algarismos significativos. Cuidado na sua utilização. 1 A) Faça o tratamento dos dados, expressando finalmente, a medida com seu respectivo intervalo de confiança. B) Qual a espessura média de cada folha, obtida por esse processo? C) Qual o erro percentual obtido na leitura da medida de uma única folha? D) Estime o desvio percentual no caso da leitura ter sido feita usando-se somente 20 folhas. E) Se a medida da espessura da resma de papel fosse feita com um paquímetro, e se obtivesse 61,9 mm de desvio avaliado, faça análise seguinte. Qual a precisão ou resolução do paquímetro usado? Qual é a espessura média da de cada folha? Qual deve ser o desvio percentual na espessura da folha? Estime o desvio percentual no caso da leitura ter sido feita usando-se somente 20 folhas. 4. Discussões e Conclusões A) Compare os métodos usados na medida da espessura da resma de papel, e discuta qual o mais preciso. B) Faça uma crítica da experiência realizada e anote os conhecimento que você conseguiu construir, a partir dos dados, discussões e conclusões resultantes deste trabalho. 1.10. Referências Bibliográficas 1.10.1. Livro texto HALLIDAY, D., RESNICK, R., e KRANE, K. S. Física. Vol 1, 4A. ed., Editora LTC S.A., Rio de Janeiro, 1996. 1.10.2. Bibliografia complementar 1 HEWITT, Paul G. e BOOKMAN. Física Conceitual, Editora,Porto Alegre, 2002. SILVA, W.P. e SILVA, C. M. D. S. Tratamento de Dados Experimentais, Editora UFPB, João Pessoa, 1998. TIPLER, P. Física, Vol 1. 4a. ed. Editora Guanabara Dois, Rio da Janeiro, 1999. 1.10.3. Web-bibliografia www.zenite.nu/tema/ www.demec.ufmg.br/disciplinas/ema003/SI.htm www.e-escola.pt/site/ftema.asp?tema=24&cana=2 www.inmetro.gov.br/consumidor/unidLegaisMed.asp www.ifi.unicamp.br/~grad/f128/aulas/aula1.pdf http://efisica.if.usp.br/mecanica/basico/algarismos/ http://efisica.if.usp.br/mecanica/universitario/incerteza/algarismos/ 1 UNIDADE 2. Vetores 2.1. Introdução...................................................................................33 2.2. Adição de Vetores.......................................................................34 2.2.1. Método geométrico e aplicações.............................................35 2.2.2. Método analítico ou das componentes e aplicações..............37 2.3. Multiplicação de Vetores.............................................................40 2.3.1. Multiplicação de um vetor por um escalar e aplicações.........41 1 2.3.2. Produto escalar de dois vetores e aplicações.........................42 2.3.2.1. Atividade de aprendizagem..................................................43 2.3.3. Produto vetorial de dois vetores e aplicações.........................43 2.4. Atividade de Fixação..................................................................45 2.5. Experimente!...............................................................................46 2.6. Referências Bibliográficas..........................................................47 2.6.1. Livro texto................................................................................47 2.6.2. Bibliografia complementar.......................................................47 2.6.3. Web-bibliografia.......................................................................47 2.1. Introdução Ao estudarmos os fenômenos físicos do dia-a-dia sempre nos deparamos com grandezas físicas, tais como: tempo, massa, energia temperatura, corrente elétrica etc, que são grandezas chamadas escalares. As grandezas escalares são aquelas que para serem bem compreendidas e, portanto, definidas, basta que se expresse a sua quantidade (módulo ou intensidade) e a unidade de medida. Por exemplo, a massa de um dado bloco é de 2,00 kg (qual a precisão desta balança?). As grandezas escalares são manipuladas matematicamente, pelas regras da álgebra ordinária. A lei do paralelogramo para a adição de vetores é tão intuitiva que sua origem é desconhecida. Pode ter aparecido com Aristóteles (384 – 322 a C.). Aparece na Mecânica de Herão (séc. I a C.) de Alexandria. Aparece também como o primeiro corolário no Principia Mathematica (1687) de Isaac Newton (1642- 1727). No Principia, Newton lidou extensivamente com o que agora são consideradas entidades vetoriais (por exemplo, velocidade, força), mas nunca com o conceito de vetor. O estudo sistemático e o uso de vetores, já se deu no final século XIX. Os vetores bidimensionais surgiram com os números complexos por Argand (1768-1822) e Gauss (1777-1855). Foi muito usado por Hamilton, Grassmann, Lagrange e Laplace. Final do séc. XIX e início do séc. XX, Heaviside e Maxwell desenvolve-ram a análise vetorial. Os vetores hoje são a linguagem moderna de grande parte da física e da matemática aplicada. Quando surgiram os vetores? 1 Nos deparamos também com grandezas vetoriais, aquelas grandezas representadas geometricamente por vetores, tais como: força, velocidade, aceleração, campo elétrico etc, que, para serem completamente definidas são necessários especificar seu módulo, direção e sentido. Observe que para você ter a informação completa sobre uma força que está sendo aplicada num bloco, você deve conhecer além de sua intensidade, sua direção e sentido; pois infinitas forças poderão atuar num bloco, se você não especificarpelo menos uma destas propriedades. As grandezas vetoriais são manipuladas matematicamente, pelas regras da álgebra vetorial. Observe que um vetor é um instrumento matemático que facilita a visualização e manipulação das grandezas física ditas vetoriais. Muitas das leis físicas podem ser expressas de forma compacta usando vetores, e as deduções que envolvem estas leis são freqüentemente muito simplificadas se usarmos esta representação. Nesta Unidade vamos nos deter ao formalismo vetorial e suas aplicações em mecânica básica. 2.2. Adição de Vetores Para representar um vetor num diagrama desenhamos uma flecha, como mostra a Fig. 2.1. O comprimento da flecha é proporcional ao módulo do vetor (isto é escolhe-se uma escala), e o sentido da flecha, é o sentido do vetor. De um modo geral, um vetor é representado em textos impressos por um símbolo em negrito, tal como d (é esta a notação que iremos utilizar), que denota o vetor com todas suas propriedades: Fig. 2.1: Diagrama representando um vetor d de módulo 24,0 u, direção 30 com a horizontal e sentido dado pela seta. 1 módulo, direção e sentido. Na escrita manual normalmente colocamos uma flecha acima do símbolo para denotar uma grandeza vetorial, tal como d. Apenas o módulo do vetor é representado pelo letra d, em itálico. Consideremos dois vetores a e b como mostrados na Fig. 2.2. A adição de dois vetores a e b pode ser escrita da seguinte forma: a + b = s .................................... 2.1 Como os vetores diferem de números ordinários, utilizamos regras diferentes em sua manipulação. O símbolo “+” na Eq. (2.1), tem um significado diferente do que possui na aritmética ou álgebra escalar, ele nos diz para efetuar um conjunto diferente de operações. A adição vetorial pode ser feita de duas formas ou métodos: Método Geométrico e Método Analítico ou das Componentes. 2.2.1. Método geométrico e aplicações Queremos efetuar a soma, expressa na Eq. (2.1), dos vetores a e b mostrados na Fig. (2.2), pelo método geométrico. As regras a serem seguidas para se realizar esta adição vetorial são as seguintes: Fig. 2.2: Representação de dois vetores a e b. 1 I. trace o vetor a, preservando suas características, isto é, seu módulo (adote uma escala), sua direção e sentido, como mostrado na Fig. (2.3); II. desenhe o vetor b na mesma escala, com sua origem colocada na extremidade de a, certificando-se de que foram preservados sua direção e sentido; III. desenhe o vetor soma s obtido, com a origem na origem do vetor a, e extremidade na extremidade do vetor b. Se os vetores desta soma representarem deslocamentos, então o vetor s será o deslocamento equivalente, em comprimento, direção e sentido, aos deslocamentos sucessivos a e b. Esse procedimento pode ser generalizado para obter a soma de qualquer número de vetores. Fig. 2.3: Vetor soma a + b = s, pelo método geométrico. DESAFIO Represente quatro vetores quaisquer, m, n, p, e y no plano, escolhidos por você, e efetue a soma vetorial pelo método geométrico. SUGESTÃO: Acesse o site de Laboratório Virtual de Física: http://br.geocities.com/saladefisica3/labortório.htm Faça o applet: Adição de Vetores I e II 1 APLICAÇÃO Como você informaria para um amigo a posição de sua casa em relação ao seu Pólo de Apoio Presencial (PAP), de seu curso de EaD? Normalmente você dá ao seu amigo a posição de sua casa, fornecendo o nome da rua e o número da casa; quantas quadras ele tem que caminhar por sua rua, onde deve virar à direita ou à esquerda etc. Um mapa também ajudaria na localização. Você está usando a grandeza física deslocamento (que representa mudança de posição), que é uma grandeza física vetorial. Vamos admitir que você more na casa A, e que seu PAP fica localizado no ponto P, ambos representados no mapa da Fig 2.4. Quais os deslocamentos sucessivos que seu colega deverá fazer para ir do PAP à sua casa? E qual o deslocamento resultante entre sua casa e o PAP? Com uma régua milimetrada, você pode medir a distância entre os pontos A e P, anote o resultado obtido ___________ cm. Para obter a distância real, é preciso utilizar a escala do mapa. Consideremos que o mapa tenha sido feito na escala de 1,00 cm no Sobre as propriedades da adição vetorial. Consulte o livro FISICA 1, Cap. 2, Resnick, Halliday e Krane, editora LTC, Rio de Janeiro, 1996. Saiba mais! Fig. 2.4: Mapa mostrando a casa no ponto A e o PAP no ponto P 1 mapa correspondendo a 10.000,00 m reais; logo, sua casa fica a uma distância da ordem de _____ m. Se você apenas informar ao seu amigo, que sua casa fica a ________m do PAP, ele será capaz de localizá-la? Provavelmente não, porque outras casas estarão também a essa mesma distância do PAP, como ilustra o próprio mapa. Que informações adicionais você deveria fornecer ao seu amigo, para que ele consiga chegar até sua casa, e ainda calcule o deslocamento que ele teria que fazer neste percurso? Ajude-o a resolver esta situação. 2.2.2. Método Analítico ou das Componentes e Aplicações O método analítico envolve a decomposição de um vetor em suas componentes com relação a um sistema particular de coordenadas. Para adicionar vetores pelo método analítico ou das componentes, primeiramente, precisamos recordar como decompor um vetor em suas componentes. Considere agora o vetor a do plano xy, já mostrado na Fig. 2.2, formando um ângulo 1 com o eixo x. Considere também, que as coordenadas do plano xy, abcissa x e ordenada y, são orientadas, respectivamente, pelos vetores unitários i, j (vetores cujo módulo é igual a unidade), como mostra a Fig. 2.5. O vetor a em função de suas componentes pode ser escrito como jia yx aa ........................ (2.2) Agora escreva as componentes do vetor a, em termos de seu módulo e de sua direção. Recorde como decompor um vetor em suas componentes escalares. Faça para o caso de um vetor no plano xy. Fig. 2.5: Vetor a tem componentes a x na direção de i e a y na direção j. y α 1 1 Inversamente, também podemos calcular seu módulo em termos de suas componentes, bem como de sua direção. Faça isso agora. Suponha que desejamos, agora, adicionar ao vetor jia yx aa , pelo método das componentes, um novo vetor jib yx bb que forma um ângulo 2 , com o eixo x, como mostra a Fig. 2.6, obtendo um vetor s, tal que bas ..................... (2.3) Podemos escrever a Eq. (2.3), como )()( jijiji yxyxyx bbaass ou ................ (2.4) jiji )()( yyxxyx babass Veja que, igualando as componentes de ambos os lados da Eq. (2.4), obtemos xxx bas ou ............................ (2.5) yyy bas Estas duas equações algébricas, em conjunto, são equivalentes a relação vetorial da Eq. (2.3). Você deve ter encontrado o módulo e a direção do vetor s, dados por Fig 2.6: Adição dos vetores a e b pelo método das componentes. DESAFIO Observe o vetor s, na Fig.2.6. Como poderíamos projetar suas componentes nas coordenadas do plano xy? Tente fazê-lo. Além de especificar as componentes de s, podemos também calcular seu módulo e direção. Tente encontrá-los? 1 2222 )()()()( yyxxyx babasss ...........(2.6) e xx yy x y ba ba s s tg ...................................................(2.7) onde é o ângulo que o vetor s faz com o eixo x. Assim, podemos escolher entre as descrições de um vetor em termos de suas componentes, xs e ys , e a equivalente descrição emtermos de seu módulo s e direção . Enfim, a soma de vetores pelo método analítico ou das componentes, como mostrada na Fig.2.6, é efetuada da seguinte forma: (1) decompõe-se cada vetor em suas componentes, com atenção para seus sinais algébricos; (2) soma-se as componentes em cada eixo coordenad, levando em consideração o sinal algébrico. As somas obtidas são as componentes do vetor soma, com estas podemos facilmente reconstruir o vetor s da Fig. 2.6. Agora consideremos um vetor V no espaço, cuja origem está num sistema de coordenadas cartesianas (xyz), orientadas, respectivamente, pelos vetores unitários i, j, k, e formando um ângulo com o eixo z, como mostra a Fig 2.7. Ao traçarmos perpendiculares da extremidade do vetor, a cada um dos eixos, as grandezas xV , yV e zV formadas, são as componentes cartesianas do vetor V. Uma maneira fácil, que freqüentemente usamos, para representar graficamente as componentes em três dimensões (3D), é a seguinte: traçamos primeiramente a projeção do vetor V no plano xy (desenhe esta projeção), e a partir de sua extremidade, podemos encontrar as componentes individuais xV e yV , através de retas perpendiculares a estas coordenadas. O vetor V é Fig. 2.7: Vetor V no espaço 3D em função de suas componentes 1 completamente e univocamente especificado por essas componentes. Dadas xV , yV e zV podemos imediatamente reconstruir o vetor V em termos dos vetores unitários, como kjiV zyx VVV ...................... (2.8) As componentes do vetor V são facilmente encontradas de suas definições. Da geometria da Fig. 2.7, e considerando o ângulo entre a projeção do vetor V no plano xy e a coordenada x, um ângulo podemos deduzir as componentes do vetor V, como CosVSenVx SenVSenVy ........................................(2.9) VCosVz Analogamente, ao que foi feito para duas dimensões, podemos escolher entre as descrições de um vetor em termos de suas componentes, xV , yV , e zV , e a equivalente descrição em termos de seu módulo V e direção, através de seus ângulos diretores. Encontre-os. 2.3. Multiplicação de Vetores Assim como as escalares, grandezas vetoriais de dimensões diferentes podem ser multiplicadas, gerando assim, grandezas físicas de dimensões novas. Como os vetores têm direção e sentido, além de módulo, a multiplicação vetorial não pode seguir exatamente as mesmas regras algébricas da multiplicação escalar. Por esse motivo são estabelecidas novas regras para multiplicação de vetores. São definidos três tipos de operações básicas de multiplicação com vetores, a saber: Sobre componentes de um vetor em 3D. Consulte o livro: Resnick, Halliday e Krane, FISICA 1, Cap. 2, pág.36. Editora LTC, Rio de Janeiro, 1996. Saiba mais! 1 Multiplicação de um vetor por um escalar; Multiplicação de dois vetores resultando num escalar,é o chamado produto escalar, produto interno ou produto ponto; Multiplicação de dois vetores resultando num vetor,é o chamado de produto vetorial, produto externo ou produto ponto. A seguir descreveremos cada tipo de operações. 2.3.1. Multiplicação de um vetor por um escalar e aplicações Observe que quando multiplicamos um vetor a por um escalar k, obtendo um vetor b, isto é, ab k ...................................... (2.10) o módulo do vetor b é aumentado pelo fator k, sua direção não é alterada e seu sentido é definido pelo sinal do escalar k. Observe que, se k > 0, o vetor b terá mesmo sentido de a, e o vetor b terá sentido contrário de a se k < 0. Veja o que mostra a Fig. 2.8, b = 2a, o vetor b tem a mesma direção e sentido do vetor a, porém módulo igual ao dobro do módulo de a; temos também ac 2 3 , onde o vetor c tem mesma direção de a, porém sentido contrário e módulo 2 3 vezes o módulo do vetor a. Em Física encontramos muitas situações em que usamos este produto. Veja alguns exemplos: I. Segunda lei de Newton aF m , nesta caso, veja que a força terá sempre mesma direção e sentido da aceleração, pois a massa m é um escalar sempre maior que zero. II. Momento linear vp m . III. A força elástica rF k etc Fig.2.8: Multiplicação de um vetor a pelo escalar k = 2 e pelo escalar k = -3/2. 1 Para dividir um vetor por um escalar, basta multiplicá-lo pelo inverso do escalar. Sendo assim, não é necessário definir divisão de um vetor por um escalar, pois a multiplicação já inclui estes casos. 2.3.2 Produto escalar de dois vetores e aplicações O produto escalar entre dois vetores, é também conhecido como produto interno ou produto ponto. Este produto de dois vetores a e b quaisquer, é definido por abCosba. .......................................... 2.11 onde a é o módulo do vetor a, b é o módulo do vetor b e é o ângulo entre os vetores a e b,como mostra a Fig. 2.9. Observe que este produto de dois vetores resulta num escalar. Pela definição de produto escalar, dada pela Eq. 2.11, este produto se resume, no produto do módulo de um vetor pela componente do outro vetor na direção do primeiro, como indica a Fig.2.9, pois )(. bCosaba ou baCos )(. ba . A definição de um produto vetorial, nos permite escrever um número importante de grandezas físicas, tais como: trabalho mecânico: dF. ; energia potencial gravitacional: dg.gU ; potencial elétrico: dE.eU ; potência: vF.P Fig.2.9: Produto escalar entre os vetores a e b, que formam entre si um ângulo . DESAFIO Encontre outras aplicações do produto de um escalar por um vetor. Consulte em revistas, livros ou mesmo na internet, outros exemplos de grandezas físicas que são dadas pelo produto de um escalar por um vetor. 1 2.3.2.1. Atividade de aprendizagem 1. Faça os produtos escalares entre os vetores unitários paralelos do plano cartesiano: i.i, j.j e k.k; 2. Faça o produto escalar entre os vetores unitários perpendiculares entre si, do plano cartesiano: j.i; j.k e i.k. 3. Com base nos resultados acima, como encontrar o trabalho realizado por uma força dada por kjiF 342 aplicada sobre um bloco de massa M, produzindo no mesmo um deslocamento espacial dado por kjid 24 ? Qual o módulo e direção da força aplicada? 2.3.3. Produto vetorial de dois vetores e aplicações O produto vetorial entre dois vetores é também conhecido como produto externo ou produto cruz. Este produto para dois vetores a e b quaisquer, é definido por ubac )( abSenx ....................................... (2.12) onde é o menor ângulo entre os vetores a e b, e u é um vetor unitário perpendicular ao plano formado pelos vetores a e b. Observe que este produto de dois vetores resulta num vetor, no nosso caso no vetor c, cuja direção, como já dissemos, é perpendicular ao plano formado pelos vetores que estão sendo multiplicados a e b, como mostrada na Fig. 2.10. O sentido de c é dado pelo vetor unitário u, que por sua vez tem o sentido dado pela regra da mão direita. Como entender esta regra? O produto vetorial de dois vetores a e b, resulta num vetor cuja direção é perpendicular ao plano formado pelos vetores multiplicados. Faça essa análise. DESAFIO Encontre outros exemplos de grandezas físicas, que são escritas em termos de um produto escalar de dois vetores. 1 Para entender a regra da mão direita, observe a Fig. 2.10, onde os vetores a e b foram desenhados com uma origem comum. Imagine um eixo perpendicular ao plano de a e b que passe pela origem. Coloque todos os seus dedos, com exceção do polegar, na direção do primeiro vetor do produto, o vetor a; rebata-o na direção do segundo vetor, o vetor b, pelo menor ângulopossível entre eles. A direção do polegar, que coincidirá com a direção do eixo perpendicular ao plano formado por a e b, será a direção do vetor resultante do produto vetorial bax , veja a Fig. 2.10a . Quando comutamos os vetores do produto, isto é, quando fazemos o produto abx , obtemos um vetor simétrico, mostrando que o poduto vetorial não obedece a propriedade comutativa de dois vetores. Veja na Fig. 2.10b, dois sentidos (opostos) para o vetor c, que é perpendicular ao plano. Observe que os dois vetores a e b, formam um plano, e o vetor bac x , apontando para cima, bem como o vetor abc x , apontando para baixo, são antiparalelos e perpendiculares a este plano. Assim, cc ou .................................................... (2.13) abba xx Existem muitas grandezas físicas que resultam do produto vetorial de dois vetores, tais como: Fig. 2.10: A regra da mão direita para produtos vetoriais: (a) para o produto c = a x b . (b) para o produto c` = b x a. (a) (b) 1 momento de uma força ou torque Frx ; momento angular FrL x ; força sobre uma carga em movimento em um campo magnético B , dada por BvF xq 2.4. Atividade de Fixação 1. É possível que dois vetores com módulos diferentes possam ser combinados de modo a dar resultante nula? 2. Uma grandeza física vetorial pode ter módulo igual a zero, se um dos seus componentes for diferente de zero? 3. Você pode ordenar os acontecimentos no tempo. Por exemplo, o evento B pode preceder o evento C, porém seguir o evento A, dando a ordenação temporal A, B e C. Conseqüentemente, existe um sentido para o tempo, distinguindo o passado do presente e do futuro. Será que o tempo, então é uma grandeza vetorial? Se não, por quê? 4. Explique em que sentido uma equação vetorial contém mais informações que uma equação escalar? 5. Analise em que condições os seguintes produtos acontecem: A) a . b = 0 B) a x b = 0 C) a . b = ab 6. Usando a definição de produto interno entre dois vetores, mostre que: A) i . i = j . j = k . k = 1 DESAFIO Encontre outros exemplos de grandezas físicas, que são obtidas de um produto vetorial de vetores. 1 B) i. j = j . k = k . i = 0 7. Usando a definição de produto externo entre dois vetores, mostre que: A) i x i = j x j = k x k = 0 B) k x i = j C) j x k = i D) i x j = k E) j x i = - k 8. Faça pelo menos oito poblemas, do capítulo 3 do nosso livro texto. 9. Que força de atrito lhe permite andar, se num exercício de Cooper você desenvolve uma aceleração dada pelo vetor a = 3i + 2j, sendo o plano xy, o plano do chão no qual você caminha? 10. Uma mosca está presa numa caixa em forma de paralelepípedo de 5cm de aresta. Num dado instante ela está posicionada no interior da caixa, numa posição que projetada em cada arestas da caixa encontra-se 2 cm. Qual o vetor que melhor indica a posição da mosca no interior da caixa, considerando que as arestas podem ser orientadas por i, j e k? 2.5. Experimente! Realize o exprimento, envolvendo Vetores, encontrado no site: http://www.adorofisica.com.br/comprove/mecanica/mec_cine_vetor.ht ml 2.6. Referências Bibliográficas 2.6.1. Livro texto 1 HALLIDAY, D., RESNICK, R., e KRANE, K. S. Física. Vol 1, 4A. ed., Editora LTC S.A., Rio de Janeiro, 1996. 2.6.2. Bibliografia complementar HEWITT, Paul G. e BOOKMAN. Física Conceitual, Editora,Porto Alegre, 2002. NUSSENZVEIG, H. M., Curso de Física Básica, Vol 1, Editora Edgard Blucher, São Paulo, 1996. SERWAY, R. A. Física para Cientistas e Engenheiros com Física Moderna, Vol. 1. 3a. ed. Editora LTC S.A, Rio de Janeiro,1997 TIPLER, P. Física, Vol 1. 4a. ed. Editora Guanabara Dois, Rio da Janeiro, 1999. 2.6.3. Web-bibliografia http://br.geocities.com/saladefisica3/labortório.htm http://www.adorofisica.com.br/comprove/mecanica/mec_cine_vetor.ht ml 1 1 UNIDADE 3. Cinemática da Partícula 3.1. Introdução...................................................................................50 3.2. Descrição Geral do Movimento de uma Partícula......................53 3.2.1. O movimento é relativo: posição e referencial........................53 3.2.2. Trajetória..................................................................................57 3.2.3. Grandezas físicas gerais da cinemática..................................58 3.2.4. Atividade de aprendizagem.....................................................65 3.3. Movimento de uma partícula com velocidade constante...........70 3.4. Movimento de uma partícula com aceleração constante...........73 3.4.1. Movimento retilíneo uniformemente variado...........................74 3.4.2. Movimento circular e uniforme................................................77 3.4.3. Movimento circular uniformemente variado............................82 3.5. Movimentos combinados de uma partícula................................83 3.5.1. Lançamento oblíquo................................................................84 3.5.2. Lançamento horizontal............................................................87 3.6. Atividade de Fixação..................................................................87 3.7. Experimente!...............................................................................88 3.8. Referências Bibliográficas..........................................................89 3.8.1. Livro texto................................................................................89 3.8.2. Bibliografia complementar.......................................................89 3.8.3. Web-bibliografia.......................................................................89 3.1. Introdução Desde a mais remota Antigüidade, o homem preocupou-se em explicar os fenômenos que a natureza punha à sua frente. O movimento dos corpos foi o alvo das primeiras atenções. Aristóteles (384 a 322 a C.), foi um dos mais importantes filósofos da Antiguidade, dedicando- se também à política, à crítica e à ética. Particularmente na Física, sua obra refere- se ao estudo dos movimentos, incluindo o dos corpos celestes. Arquimedes (287-212 a C.), foi considerado o pai da ciência mecânica. Ptolomeu (87-150 d.C.) foi um grande astrônomo grego da Antiguidade; desenvolveu um modelo para o mundo no qual a Terra ocupava o centro, modelo esse que predominou até o início do século XVI. Começaram o estudo sobre movimentos 1 Aristóteles, Arquimedes, Ptolomeu, Copérnico, Galileu, Kepler, Newton e Einstein, são alguns dos grandes expoentes que contribuíram para a evolução dos conhecimentos estudados pela Mecânica. Assim, a Mecânica é um dos mais antigos ramos da Física, e tem como objeto de estudo, o movimento e o repouso dos corpos. Mas veja que a Mecânica, mais precisamente a Mecânica Clássica, estuda o movimento dos corpos, sem levar em conta os movimentos microscópicos que acontecem no seu interior, tais como, oscilações de núcleos atômicos e movimentos de elétrons. Por exemplo, a Mecânica estuda o movimento de um automóvel numa estrada, no entanto, não se preocupa com a agitação dos átomos e moléculas da estrutura do automóvel. Por conveniência didática, o estudo da Mecânica é dividido em três partes: - Cinemática; - Estática e - Dinâmica. A Cinemática é a parte da Mecânica que trata do repouso e do movimento, apenas descrevendo-os, isto é, sem considerar as causas que determinam o estado de repouso ou as características do estado de movimento. As grandezas físicas envolvidas neste estudo são as fundamentais, comprimento e tempo, e as derivadas destas,tais como posição, deslocamento, velocidade e aceleração. Estática é a parte da Mecânica que investiga o equilíbrio dos corpos sujeitos a forças, portanto, trata-se das forças aplicadas às massas. A Dinâmica é a parte da Mecânica que relaciona os movimentos com as forças a eles associadas e com as propriedades dos objetos que se deslocam, pois o movimento é determinado pela Copérnico (1473-1543) Foi um grande astrônomo, matemático, sacerdote, diplomata, médico e economista. Em seu livro: Sobre as Revoluções dos Corpos Celestes, apresentou a Teoria Heliocêntrica, que proporcionou uma vi-são completamente nova do universo Galileu (1564-1642) fez sucessivos aperfeiçoamento na luneta, então recém- inventada na Holanda. Com o uso deste instrumento, Galileu fez observações astronômicas, o que lhe ajudou a defender o odelo Heliocêntrico. Newton (1642-1727), promoveu o início de uma verdadeira revolução na ciência física, ao formular as três leis báicas da mecânica, isto é, os princípios fundamentais que são usados até hoje para analisar o movimento dos corpos. 1 natureza e disposição de outros corpos que constituem sua vizinhança. Assim as grandezas físicas utilizadas na Dinâmica são as envolvidas em Cinemática e as envolvidas na Estática, isto é, deslocamento, velocidade, aceleração, tempo, massa e força. Esta unidade será dedicada ao estudo dos movimentos dos corpos, do ponto de vista da Cinemática, ou seja, iremos aqui, apenas fazer uma descrição dos movimentos dos corpos sem levar em consideração a influência da vizinhança (forças) sobre os mesmos. Em Cinemática podemos tratar um corpo em movimento de três formas diferentes, com grau de complexidades crescentes, a saber: - Podemos fazer um tratamento idealizado, considerando-o como partícula, ou seja, utilizando o modelo físico de partícula. - Podemos tratar o corpo como um conjunto de partículas que guardam relações fixas entre si, e considerar o movimento de todas elas simultaneamente. Neste caso, o corpo é um corpo rígido; - Podemos tratar um corpo como um conjunto de partículas que se movimentam entre si, enquanto o corpo se desloca. Este é o caso do movimento de corpos deformáveis. Assim sendo, a maneira mais simplificada de se estudar o movimento de um corpo é considerando-o como partícula, ou seja, consideramos um objeto complexo, sem dimensões como se fosse um único ponto com massa. Sabemos da experiência diária que, uma bola, por exemplo, ao se deslocar (movimento de translação), pode também girar em torno de seu próprio eixo (movimento de rotação) ou mesmo vibrar. Entretanto, se considerarmos a bola como uma partícula, estas complicações poderão se evitadas. Matematicamente, uma partícula REFLITA! O estudo dos fenômenos mecânicos é um dos pilares da compreensão física da natureza, pois o movimento está presente em todos os fenômenos, de alguma forma. Relembre alguns desses fenômenos. 1 é tratada como um ponto, um objeto sem dimensões, de tal maneira que rotações e vibrações não estão envolvidas em seu movimento, mas apenas translações. Na realidade, um objeto sem dimensões não existe na natureza, entretanto, mesmo que um corpo seja muito grande, em um problema particular, ele poderá sempre ser considerado como constituído de um grande número de partículas. Se estas partículas fazem parte de uma estrutura rígida que constitui o corpo, o estudo do movimento de uma das partículas substitui o estudo do movimento de translação do corpo como um todo. E assim, um corpo não precisa ser "pequeno", para ser tratado como partícula. Por outro lado, mesmo que o corpo apresente outros movimentos além do de translação, em uma dada situação particular, desprezando estes movimentos este corpo pode ser considerado uma partícula. Outra análise bastante comum, feita ao se considerar um corpo como partícula, é a que considera as dimensões do corpo em estudo, realmente desprezíveis, comparadas com as dimensões envolvidas no problema, por exemplo, no estudo do movimento da Terra em torno do Sol, as dimensões destes astros comparadas com as distâncias que os separa, são tais que, podemos considerá-los como partículas, e podemos, sem erro apreciável, descobrir muitas coisas sobre o movimento do Sol e dos planetas. O modelo físico de partículas tem uma implicação que contribui para sua simplicidade, a de reduzir os movimentos do corpo, apenas para o de translação, pois uma partícula possui apenas movimento de translação. Observe que um carrinho descendo um plano inclinado satisfaz este requisito, ou seja, pode ser estudado satisfatoriamente por este modelo, no entanto, uma roda girante não satisfaz esta exigência, pois um ponto da periferia da roda move-se diferentemente de um ponto de seu eixo. Sobre translação, rotação e vibração. Consulte o site.... Saiba mais ! 1 3.2. Descrição Geral do Movimento de uma Partícula Estudaremos aqui, os conceitos básicos relacionados aos movimentos dos corpos, tais como, os conceitos de posição, referencial, trajetória, deslocamento, caminho percorrido, velocidades e acelerações. Estes conceitos, como já vimos, constituem a base da Cinemática, e são gerais, válidos para todo tipo de movimento. 3.2.1. O movimento é relativo: posição e referencial Tudo na natureza se move, mesmo o que parece estar em repouso move-se relativamente ao Sol e às estrelas. Enquanto você está lendo este texto, está se movendo aproximadamente a 107.000 km/h em relação ao Sol. E está se movendo ainda mais rapidamente, em relação ao centro de nossa galáxia. Quando discutimos o movimento de um corpo, descrevemos relativamente a alguma outra coisa. Por exemplo, se você caminha no corredor de um ônibus em movimento, sua rapidez ou velocidade em relação ao piso do ônibus, provavelmente é completamente diferente de sua velocidade em relação a uma pessoa numa posição fixa da estrada. Quando dizemos que um carro de Fórmula 1, alcança a velocidade de 400 km/h, queremos dizer que tal velocidade é relativa à estrada. Assim, podemos dizer que o movimento é relativo, isto é, depende do que você toma como referencial. Em todos os casos em que você percebe que um objeto está em movimento, a posição do objeto em relação a você, está variando com o decorrer do tempo. Da mesma forma, você identifica que uma lâmpada do teto de seu quarto está em repouso em relação as paredes, porque ela continua sempre na mesma posição com o passar do tempo. REFLITA! Um corpo pode estar em movimento em relação a um certo observador e estar em repouso em relação a um outro observador? Dê exemplos dessa situação. 1 Então, para definir movimento e repouso de um dado corpo, necessitamos ter noção de sua posição ou posições ocupadas em relação a um dado referencial. Você deve ter observado que, para definir a posição de uma partícula precisamos tomar algo como referência, formalmente podemos considerar este referencial como um sólido ou conjunto de sólidos indeformáveis, por exemplo, as paredes, o chão e o teto da sala, conjunto esse, dotado de um sistema de eixos coordenados mutuamente ortogonais, orientados por seus respectivos vetores unitários, como mostra a Fig. 3.1, onde é dada a posição de uma lâmpada em relação a um canto da sala, que constitui o referencial Oxyz. Para descobrir se essa partícula está em repouso ou em movimento, precisamos ainda medir o intervalo de tempo, de modo que, junto ao sólido de referência, deverá existir um relógio. Assim, de fato, podemos generalizar o conceito de referencial como, um conjunto indeformável de sólidos dotados de um sistema de eixos coordenados mutuamente ortogonais
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