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CASO CONCRETO 8

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CASO CONCRETO 8
AO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE JOÃO PESSOA – PB
CONDOMÍNIO SPARTACUS, pessoa jurídica de direito privado interno, estabelecida na Rua Rubi, 300, João Pessoa – PB, inscrita no CNPJ sob nº 123.985.409/00001-90, neste ato representado por seu síndico CARLOS GOUVEIA, brasileiro, casado, portador da carteira de identidade 32.340.756-1, inscrito no CPF de nº 009.776.307-21, sem endereço eletrônico, regularmente eleito, conforme comprovação de assembleia acostada aos autos, vem, respeitosamente, através de seu advogado devidamente qualificado em procuração anexa, propor
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C TUTELA DE URGÊNCIA
em face de FELIZBERTO ANTÔNIO SILVA, condômino no edifício, brasileiro, separado, aposentado, residente na unidade 501 do referido prédio, no endereço supracitado, portador da carteira de identidade nº 12.534.957-5, inscrito no CPF de nº 075.938.826-44, de endereço eletrônico desconhecido, pelos fatos e fundamentos jurídicos expostos a seguir:
INTROITO
I – PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
O vazamento de esgoto no caso em questão se dá em apartamento onde um idoso e um deficiente habitam, estando estes em contato direto e constante com riscos à sua saúde, portanto. O vigente Código Civil Brasileiro prevê, em seu art. 1048, I, que os procedimentos judiciais que envolvam “pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos” tem direito à prioridade de tramitação, o que se encaixa perfeitamente na situação em tela.
II – TUTELA DE URGÊNCIA
No caso em comento, verifica-se a necessidade da medida, tendo em vista que a atitude do réu em impedir a entrada dos funcionários da empresa contratada pelo autor tem gerado danos e riscos à coletividade. Sua atitude evidencia a probabilidade de perigo e danos a todos. Desta maneira, o direito à tutela em questão demonstra-se claro, estando em consonância com a previsão legal do art. 300, do Código de Processo Civil, a seguir descrito:
Art. 300, CPC: A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Visando a real e urgente necessidade da entrada dos funcionários no apartamento do réu, requer-se o deferimento da medida.
DOS FATOS
O Condomínio Spartacus, ora parte autora, aprovou a realização de obras de recuperação e manutenção no edifício, através de assembleia geral extraordinária. Acontece que, no curso da obra, foi constatado o rompimento de tubulação de esgoto da coluna do edifício, no apartamento logo abaixo da unidade 501, de propriedade do réu, senhor Felizberto.
Após inúmeras tentativas de contato com o réu, através de notificações e pessoalmente, por exemplo, para que permitisse a entrada dos funcionários da empresa contratada pelo condomínio em favor da obra, para realizar as reparações necessárias, o mesmo continua negando acesso ao seu apartamento. Tal impedimento impossibilita a manutenção devida, prejudicando os demais moradores, principalmente um idoso e um deficiente que residem em unidade abaixo da do réu.
Por se tratar de risco à saúde e à segurança da coletividade, especialmente a de um idoso e de um deficiente, em face da tamanha urgência do caso, requer-se o deferimento de tutela de urgência e prioridade na tramitação.
DOS FUNDAMENTOS
Em favor dos fatos, resta nítido o perigo ao qual os condôminos estão sendo expostos pela não realização da manutenção no apartamento em questão. Visto que se trata de vazamento de esgoto, considerando-se não apenas o mau cheiro, a infiltração do esgoto na estrutura do prédio pode comprometer a segurança dos moradores do condomínio.
Verifica-se que a manutenção do prédio é dever de todos os condôminos, e que não se pode permitir que um só deles prejudique os demais, bem como exposto no art. 1336, IV, do Código Civil:
Art. 1336, IV, CC: São deveres do condômino:
(…)
IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes.
Desta forma, nota-se a premente necessidade de se estancar o vazamento, e ainda pela gravidade dos efeitos nocivos, que tal ocorrência deva ser imediatamente impedida, não só em favor da coletividade, mas também do idoso e do deficiente que se encontram em contato constante com o esgoto.
Isto posto, requer
A) a concessão de tutela de urgência a fim de determinar a entrada dos funcionários da empresa contrata no apartamento do réu, visando realizar os serviços necessários à cessação do risco, recuperando-se a tubulação;
B) a realização audiência de conciliação ou mediação;
C) seja citado o réu para integrar a relação processual;
D) seja julgado procedente o pedido da inicial, no sentido de autorizar a realização de todos os procedimentos necessários para recuperação da tubulação de esgoto, sob pena de multa diária de R$500,00 (quinhentos reais), tornando definitiva a tutela de urgência.
Provará o alegado por todos os meios de direito admitidos legais e legítimos.
Dá-se à causa o valor de R$450,00 (quatrocentos e cinquenta reais).
João Pessoa, 30 de setembro de 2018
Isadora Luxidi Duarte Ramos
OAB/RJ xxxxx

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