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Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Instituto de Ciência e Tecnologia Curso de Engenharia Mecânica Prof. Ricardo Augusto Gonçalves Disciplina: Introdução aos Processos de Manufatura – EME103 Capítulo 4 - Conformação Sumário 1.Introdução 2.Aplicações 3.Vantagens 4.Classificação dos Processos de Conformação 5.Principais Processos de Conformação 3 Introdução Os processos de conformação mecânica são aqueles que alteram a geometria (forma) do material de maneira controlada por deformação plástica, mantendo sua massa e integridade, pela aplicação de esforço mecânico através de ferramentas adequadas. 4 Exemplos de Aplicações Chapas Perfis Tubos Fios 5 Vantagens Bom aproveitamento da matéria-prima; Rapidez na execução; Possibilidade de controle das propriedades mecânicas; Possibilidade de grande precisão e tolerância dimensional. 6 Desvantagens Matrizes devem ter alta resistência em temperaturas elevadas. Oxidação em forma de casca de óxido. 7 Classificação dos Processos de Conformação 1. Classificação quanto ao tipo de esforço. 2. Classificação quanto à temperatura de trabalho. 8 Classificação quanto ao tipo de trabalho • Processos de conformação por compressão direta. • Processos de conformação por compressão indireta. • Processos de conformação por tração. • Processos de conformação por cisalhamento. • Processos de conformação por flexão. 9 Processos de conformação por compressão direta • Nestes processos predomina a solicitação externa por compressão sobre a peça de trabalho. Nesse grupo podem ser classificados os processos de forjamento (livre e em matriz) e laminação (plana e de perfis). 10 Processos de conformação por compressão indireta • Nestes processos as forças externas aplicadas sobre a peça podem ser tanto de tração como de compressão. Porém as que efetivamente provocam a conformação plástica do metal são de compressão indireta, forças desenvolvidas pela reação da matriz sobre a peça. • Os principais processos que se enquadram nesse grupo são a trefilação e a extrusão, de tubos e fios, e a estampagem profunda (embutimento) de chapas (parcial). 11 Processos de conformação por tração • O principal exemplo de processo de conformação por tração é o estiramento de chapas, em que a peça toma a forma da matriz por meio da aplicação de forças de tração em suas extremidades. 12 Processos de conformação por cisalhamento • Os processos de conformação por cisalhamento envolvem forças cisalhantes suficientes ou não para romper o metal no seu plano de cisalhamento. • Os melhores exemplos desse tipo de processo são a torção de barras e o corte de chapas. 13 Processos de conformação por flexão • No processo de conformação por flexão as modificações de forma são obtidas mediante a aplicação de um momento fletor. • Este principio é utilizado para dobrar chapas, barras e outros produtos. Como exemplos podem ser citados os processos de dobramento livre, dobramento de borda, dobramento de matriz e calandragem. 14 Classificação quanto à temperatura de trabalho 1. Trabalho mecânico à frio. 2. Trabalho mecânico à quente. Quando a temperatura de trabalho é maior do que a temperatura que provoca a recristalização do metal, o processo é designado como de trabalho a quente e, abaixo dessa temperatura, é designado como de trabalho a frio. 15 Estrutura Cristalina dos Metais • Os sólidos formados pelo agrupamento de átomos, segundo determinada ordem, que se repete nas três dimensões, são denominados cristais. • Essa estrutura, de natureza periódica, forma uma rede de pontos no espaço denominada reticulado cristalino, onde cada ponto e sua vizinhança são idênticos aos demais. 16 17 Um cristal metálico sofre um processo de endurecimento quando deformado plasticamente. Esse fenômeno de endurecimento por deformação plástica é denominado encruamento. O fenômeno do encruamento para um metal e influenciado por diversos fatores, como: • estrutura cristalina do metal; • natureza química do metal; • pureza do metal; • orientação do cristal metálico; • temperatura no processo de deformação; • forma e dimensão do cristal metálico; Encruamento • A microestrutura original é inteiramente restaurada pelo aquecimento acima de certa temperatura (TR=50%TF), quando se formam novos grãos com baixa densidade de discordâncias. Os grãos crescem continuamente até que a estrutura toda esteja recristalizada. 18 Recristalização Trabalho mecânico à frio • No trabalho mecânico a frio provoca-se o aparecimento no metal do chamado efeito de encruamento, ou seja, o aumento da resistência mecânica com a deformação plástica. 19 20 Trabalho mecânico à quente • No trabalho mecânico a quente, a deformação plástica é realizada numa faixa de temperatura, e durante um determinado tempo, em que o encruamento é eliminado pela recristalização do metal. 21 22 23 Principais Processos de Conformação • LAMINAÇÃO: conjunto de processos em que se faz o material (peça) passar através da abertura entre cilindros (ferramentas) que giram reduzindo a seção transversal. • Os produtos podem ser placas, chapas, barras de diferentes seções, trilhos, perfis diversos, anéis e tubos. 24 25 • O metal é forçado a passar entre dois cilindros, girando em sentidos opostos. 26 27 28 Laminador • É a máquina que executa a laminação • Composto pela gaiola, cilindros e acessórios. Gaiola é estrutura que sustenta os cilindros. 29 30 Classificação • Duo • Trio 31 • Quádruo 32 33 34 Perfil obtido • Definitivo Vigas, vergalhões, trilhos, etc. • Intermediário Tarugos, chapas • FORJAMENTO: conformação por esforços compressivos fazendo o material assumir o contorno da ferramenta conformadora, chamada matriz ou estampo. • Moedas, parafusos, âncoras e virabrequins estão entre os produtos do forjamento. Principais Processos de Conformação 35 36 Processos de Forjamento • Prensagem Esforço aplicado de forma gradual • Forjamento Livre Esforço de deformação aplicado mediante a golpes repetidos • Forjamento em matriz Deformação vinculada, obtida mediante ao emprego de matrizes fechadas 37 Prensagem • Processo utilizado para deformação de grandes lingotes • Forjar lingotes de grandes peças • Utilização de prensas hidráulicas acima de 50.000Ton 38 39 Forjamento Livre • Operação preliminar (a princípio) • Emprego de ferramentas simples • Permite uma série de operações elementares 40 41 Processos de Manufatura 42 Processos de Manufatura 43 Processos de Manufatura 44 Forjamento em matriz • Forjamento realizado em matrizes fechadas • Forma definida e precisa O processo: 1 – esboço 2 – posicionamento 3 – martelamento 4 – corte e rebarba 45 46 Matriz 47 Projeto da Matriz • Sobremetal • Ângulos de saída e conicidade • Concordância dos cantos • Tolerâncias • Contração do metal • Sistema de referência • Canais de rebarba 48 Material da Matriz • Aços especiais; aços ferramentas 49 Forjamento Rotativo • Processo de redução da área da seção tranversal mediante a aplicação de golpesradiais. 50 Forjamento em Cilindros • Processo de redução da área da seção tranversal pela sua passagem entre dois cilindros e que possuem um ou mais entalhes 51 3 – Defeitos dos produtos forjados • Falta de redução • Trincas superficiais • Trincas nas rebarbas • Trincas internas • Gotas frias • Incrustações de óxidos • Descarbonetação • Queima • TREFILAÇÃO: redução da seção transversal de uma barra, fio ou tubo, tracionando a peça através de uma ferramenta (fieira ou trefila). • É o processo comum para obtenção de fios de todo tipo. 52 Principais Processos de Conformação 53 Fieira • Matriz utilizada no processo de trefilação. 54 Trefila • Máquina utilizada para fazer fios e arames 55 • EXTRUSÃO: processo em que a peça é comprimida contra a matriz conformadora, com redução da sua seção transversal. • O produto pode ser uma barra, perfil (esquadrias de alumínio, etc.) ou tubo. 56 Principais Processos de Conformação 57 Processos de Manufatura 58 Processos de Manufatura 59 Processos de Manufatura 60 • São utilizadas prensas entre 1.500 e 5.000 Ton • Metais e ligas extrudadas : Aços Alumínio e suas ligas Cobre e suas ligas 61 • ESTAMPAGEM: Compreende operações com chapas, como corte, dobramento e estampagem profunda. • Produtos são arruelas, panelas, enlatados, etc. 62 Principais Processos de Conformação 63 Processos de Manufatura 64 Prensas • São os equipamentos utilizados para executar as operações de estampagem. • São as prensas que promovem a deformação plástica. • Utilizam dispositivos especiais (matrizes). 65 66 67 68 69 Corte de chapas • Processo para obtenção de peças geométricas a partir de chapas submetidas a ação de um punção. 70 71 72 Matriz de Corte 73 Dobramento • Nesse processo a chapa é dobrada ou curvada procurando-se manter a espessura da chapa ou evitar qualquer outra alteração dimensional. • O raio da curvatura e o material são dois fatores importantes nesse processo. 74 75 76 77 78 Linha neutra • Região interna do material que não sofre nenhum efeito dos esforços de tração e compressão. 79 Encurvamento • Segue os mesmos princípios do dobramento 80 Estampagem profunda [embutimento] • Processo em que as chapas são conformadas em forma de copo. • Aplicações: cápsulas, carrocerias, para-lamas de auto-móveis, estojos, etc. 81 Matriz 82 Reestampagem • As reduções na estampagem chegam a 50%. • Fica impossível obter uma altura muito maior que o diâmetro em uma única etapa. 83 84 Referências Bibliográficas 1. Vicente Chiaverini – Tecnologia Mecânica – Vol.2. 2. Conformação dos Metais - Ettore Bresciani Filho. 3. Conformação Mecânica - Prof. Dr. Fábio Martins, UTFPR. 4. Notas de aula do Prof. Leandro Cristino. 5. Apostila Conformação Mecânica - Prof. Eng. Mec. Norberto Moro, CEFET Santa Catarina. 85 85 Observação Este material refere-se às notas de aula do curso EME 103 Introdução aos Processos de Manufatura da Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Não substitui o livro texto, as referências recomendadas e nem as aulas expositivas. Este material não pode ser reproduzido sem autorização prévia dos autores. Quando autorizado, seu uso é exclusivo para atividades de ensino e pesquisa em instituições sem fins lucrativos. 86
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