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Microfotografia de varrimento colorida de um
músculo esquelético.
Os manequins são recriações da
forma humana, rígidas, sem expres-
são e imóveis. Não podem andar
nem falar. Uma das principais carac-
terísticas do ser humano vivo é a ca-
pacidade de andar por aí. Sem múscu-
los, os seres humanos seriam pouco mais
do que manequins. Não conseguiríamos pe-
gar neste livro. Não seríamos capazes de pesta-
nejar, por isso os nossos olhos iriam secar. Mas nada
disto nos iria preocupar por muito tempo, porque também não seríamos capa-
zes de respirar.
Usamos permanentemente os nossos músculos esqueléticos, mesmo
quando não nos estamos a “mover”. Os músculos posturais contraem-se cons-
tantemente para nos manterem sentados ou em pé. Os músculos respiratórios
estão continuamente a funcionar para nos manter a respirar, mesmo quando
dormimos. Toda a espécie de comunicação implica os músculos esqueléticos,
seja para escrever à mão ou à máquina ou para falar. Até a comunicação não
verbal, por sinais gestuais ou por expressão facial, exige o funcionamento dos
músculos esqueléticos.
Este capítulo explica as generalidades do sistema muscular (324) e des-
creve em pormenor os músculos da cabeça (329), os músculos do tronco (342),
os músculos do membro superior (348) e os músculos do membro inferior (359).
10
C A P Í T U L O
Sistema
Muscular:
Anatomia Geral
Pa
rt
e 
2
S
up
or
te
 e
 M
ov
im
en
to
Parte 2 Suporte e Movimento324
Figura 10.1 Exemplos de Tipos de Músculos
(a) Músculos com várias disposições peniformes. (b) Músculos com várias orientações fasciculares.
Músculo
unipeniforme
Músculo
bipeniforme
Músculo
multipeniforme
Músculo
paralelo
Músculo
convergente
Músculo
circular
(a)
(b)
Generalidades
Objectivos
■ No que se refere aos músculos, definir origem, inserção,
agonista, antagonista, músculo principal e fixador.
■ Enumerar as principais formas musculares e relacioná-las
com a função.
■ Descrever e dar exemplos das três classes de alavancas.
Este capítulo dedica-se inteiramente à descrição dos prin-
cipais músculos esqueléticos. A estrutura e funcionamento dos
músculos lisos e cardíaco são estudados noutros capítulos. A
maior parte dos músculos esqueléticos estende-se de um osso a
outro e cruza pelo menos uma articulação. A contracção mus-
cular provoca habitualmente o movimento, puxando um dos
ossos na direcção do outro, em torno de uma articulação móvel.
Alguns músculos da face, no entanto, não estão inseridos no osso
nas duas extremidades, mas sim no tecido conjuntivo da pele, e
movem a pele quando se contraem.
Os músculos inserem-se nos ossos e noutros tecidos con-
juntivos pelos tendões. Um tendão muito largo chama-se apo-
nevrose. Os pontos de inserção de cada músculo são a origem e
a terminação. A origem, também designada por cabeça, é nor-
malmente a extremidade do músculo ligada ao mais fixo dos
dois ossos e a sua inserção terminal a extremidade do músculo
inserida no osso que sofre maior movimento. A maior porção
do músculo, entre a origem e a inserção, é o corpo ou ventre.
Alguns músculos têm múltiplas origens e uma inserção terminal
comum, e deles se diz que têm múltiplas cabeças (caso do bicí-
pete, com duas cabeças).
O músculo que provoca acção quando se contrai designa-se
por agonista e os músculos que trabalham em oposição a ou-
tros músculos, movendo uma estrutura na direcção oposta, são
antagonistas. A maior parte dos músculos funciona como ele-
mentos de um grupo funcional, que desempenha movimentos
específicos. Mais ainda, muitos músculos são elementos de mais
de um grupo, consoante o tipo de movimentos considerados.
Por exemplo, a parte anterior do deltóide entra em acção com
os flexores do braço, enquanto que a parte posterior funciona
com os extensores do mesmo. Os músculos que desempenham
uma acção conjunta (sinérgica) para executar um movimento
são sinergistas; se, num grupo de sinergistas, existe um múscu-
lo que desempenha o papel principal no desempenho de deter-
minado movimento, ele chama-se o músculo principal. O
braquial anterior e o bicípete braquial são agonistas na flexão
do antebraço, sendo o braquial anterior o músculo principal; o
tricípete braquial é o antagonista – faz a extensão do antebraço.
Outros músculos, chamados fixadores, podem estabilizar
uma ou mais articulações cruzadas pelo principal. O extensor
dos dedos é o principal responsável pela extensão dos dedos. O
grande palmar e o cubital anterior são os fixadores, que evitam
que o punho faça extensão ao mesmo tempo que os dedos.
Formas dos Músculos
Os músculos têm uma grande variedade de formas. A forma e o
tamanho de um dado músculo influenciam, grandemente, a sua
capacidade de se contrair e a quantidade de força que consegue
gerar. O grande número de formas musculares pode ser agrupa-
do em quatro tipos, de acordo com a orientação dos feixes mus-
culares: peniforme, paralelo, convergente e circular.
Alguns músculos têm os feixes dispostos como barbas de uma
pena ao longo de um tendão comum e, por isso, chamam-se mús-
culos de tipo peniforme. Um músculo que só tem feixes de um
dos lados do tendão é de tipo unipeniforme; se tiver feixes dos
dois lados do tendão, é de tipo bipeniforme e um músculo cu-
jos feixes se dispõem em muitos locais em torno do tendão cen-
tral é multipeniforme (figura 10.1a). A disposição peniforme
permite que um grande número de feixes musculares se insira
num único tendão, concentrando neste a força de contracção.
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 325
Os músculos que fazem a extensão da perna são exemplos de
músculos multipeniformes (ver o quadro 10.20).
Em outros músculos, chamados músculos paralelos, os fei-
xes dispõem-se paralelamente ao maior eixo do músculo (figura
10.1b). Em consequência disso, os músculos encurtam-se mais do
que os músculos peniformes, porque os feixes estão em linha recta
com o tendão; no entanto, contraem-se com menos força, porque,
do total de feixes, poucos se inserem no tendão. Os músculos infra-
hioideus são um exemplo de músculos paralelos (ver a figura 10.10).
Nos músculos convergentes, como o deltóide (ver a figura
10.23a), a base é muito mais larga do que a inserção distal, dan-
do ao músculo uma forma triangular e permitindo-lhe contrair-se
com uma força maior do que a produzida por um músculo pa-
ralelo. Os músculos circulares, como o orbicular das pálpe-
bras e o orbicular dos lábios (ver a figura 10.7) têm os feixes
dispostos em círculo em torno de uma abertura e actuam como
esfíncteres, encerrando essa abertura.
Os músculos podem ter formas específicas, como quadran-
gular, triangular, rombóide ou fusiforme (figura 10.2a). Os mús-
culos podem também ter componentes múltiplos, como dois
ventres ou duas cabeças. Um músculo digástrico tem dois ven-
tres separados por um tendão, enquanto que um bicípete tem
duas cabeças e uma única inserção terminal (figura 10.2b).
Nomenclatura
Os músculos designam-se de acordo com a sua localização, ta-
manho, forma, orientação dos feixes, origem e inserção termi-
nal, número de cabeças ou função. O reconhecimento da natu-
reza descritiva dos nomes dos músculos torna mais fácil a apren-
dizagem destes nomes.
1. Localização. Alguns músculos são designados de acordo
com a sua localização. Por exemplo, os peitorais locali-
zam-se no tórax (vulgo “peito”), os glúteos (nádega) na
nádega (também conhecida por região glútea) e o
braquial anterior localiza-se no braço.
2. Tamanho. Os nomes dos músculos podem também
referir-se ao tamanho relativo dos músculos. Por exem-
plo, o grande glúteo é o maior músculo da nádega e o
pequeno glúteo é o mais pequeno dos glúteos. Um
músculo longo é mais comprido que um músculo curto.
3. Forma. Alguns músculos designam-se de acordo com a
sua forma. O músculo deltóide (triangular) é triangular,
o quadrado doslombos é quadrangular e os músculos
redondos são redondos.
4. Orientação. Os músculos também se designam de acordo
com a sua orientação fascicular. Um músculo recto
(direito) tem feixes musculares que correm ao longo da
estrutura a que estão associados, enquanto que os feixes
de um músculo oblíquo se dispõem obliquamente ao
eixo longitudinal dessa estrutura.
5. Inserções de origem e terminação. Os músculos podem ser
nomeados de acordo com as suas inserções de origem e
terminação. O esterno-cleido-mastoideu tem origem no
esterno e clavícula e insere-se na apófise mastoideia do osso
temporal. O músculo estilo-hioideu origina-se na apófise
estiloideia do temporal e termina inserindo-se no osso hióide.
6. Número de cabeças. O número de cabeças (feixes inde-
pendentes) de um músculo pode também ser utilizado
para nomear o músculo. Um músculo bicípete tem duas
cabeças e um tricípete tem três cabeças.
7. Função. Os músculos também se designam de acordo
com a sua função. Um abdutor afasta uma estrutura da
linha média e um adutor move uma estrutura na direc-
ção da linha média. O masséter (amassar) é um músculo
da mastigação.
Músculo
quadrangular
Músculo
trapezoidal
Músculo
triangular
Músculo fusiformeMúsculo
rombóide
Músculo
digástrico (com
dois ventres)
Músculo
bicipital (com
duas cabeças)
(a)
Figura 10.2 Exemplos de Formas de Músculos
(a) Músculos com diversas formas. (b) Músculos com vários componentes.
(b)
Parte 2 Suporte e Movimento326
2. Descreva as diferentes formas dos músculos. Como é que as
formas se relacionam com a força de contracção do músculo
e com a amplitude de movimento que a contracção produz?
3. Enumere os diferentes critérios usados para designar os
músculos e dê um exemplo de cada um deles.
4. Explique, utilizando os termos fulcro, alavanca e potência,
como é que as contracções musculares resultam em
movimento. Defina as três classes de alavancas e dê um
exemplo de cada uma delas no organismo.
Alavancas
de classe I
Alavanca de classe II
Alavanca
de classe III
WW
W
W
W
W
F
F
F
F
F
F
P
P
P
P
P
P
(a)
(b)
Figura 10.3 Classes de Alavancas
(a) Classe I: O fulcro (F ) localiza-se entre a resistência ou peso (W ) e a força
ou potência (P ). A potência aplica-se directamente para baixo, e o peso, do
lado oposto do fulcro, é levantado. (b) Classe II: A resistência (W ) localiza-se
entre o fulcro (F ) e a força ou potência (P ). A força dirige-se para cima,
levantando o peso. (c) Classe III: A força ou potência (P ) localiza-se entre o
fulcro (F ) e a resistência (W ). A força dirige-se para cima, levantando o peso. 
(c)
Movimentos Efectuados pelos Músculos
Quando os músculos se contraem, a força ou potência (P) da con-
tracção muscular aplica-se a alavancas, tais como ossos, produzin-
do movimento dessas alavancas (figura 10.3). Uma alavanca é um
eixo rígido capaz de rodar em torno de um ponto chamado fulcro
(F) e de transferir a força aplicada num ponto ao longo da alavanca
para uma resistência ou peso (W), colocado em qualquer outro
ponto ao longo da alavanca. As articulações funcionam como ful-
cros, os ossos como alavancas e os músculos proporcionam a força
que move as alavancas. As posições relativas das alavancas, fulcros,
forças e resistências definem três classes de alavancas.
Alavancas de Classe I
Num sistema de alavancas de classe I, o fulcro localiza-se entre a
potência (ou força) e a resistência que se lhe opõe (figura 10.3a). Um
exemplo deste tipo de alavanca é um dos modelos de baloiços de
criança, em que ela alterna nas funções de força e de resistência, fi-
cando o fulcro no meio da tábua. No corpo, um exemplo desta classe
de alavancas é a cabeça. A articulação occipito-atloideia é o fulcro, os
músculos posteriores do pescoço são a força que faz a extensão (puxa
para trás) a cabeça e a face, que se eleva, é a resistência. Com um peso
em equilíbrio sobre o fulcro, basta uma pequena quantidade de força
para o levantar (é preciso um desvio muito pequeno do peso para
uma criança levantar a outra no baloiço). Contudo, este sistema é
bastante limitado quanto à quantidade de peso a ser erguida e quan-
to à altura a que o peso pode ser levantado. Por exemplo, considere o
que acontece quando uma das crianças do baloiço é muito maior do
que a que está na outra ponta.
Alavancas de Classe II
Num sistema de alavancas de classe II, a resistência localiza-se en-
tre o fulcro e a força (figura 10.3b). Um exemplo é um carrinho de
mão, em que a roda é o fulcro, e a pessoa que agarra nas pegas
fornece a força. A resistência ou carga transportada no carrinho de
mão situa-se entre a roda e o operador. No corpo, um exemplo de
alavanca de classe II é o pé quando uma pessoa está em bicos de
pés. Os músculos da loca posterior da perna, ao contraírem-se (po-
tência), levantam o calcâneo (extremidade da alavanca) e elevam o
pé e todo o peso do corpo, tendo o andar anterior do pé como
fulcro. Com este sistema de alavanca, pode levantar-se uma consi-
derável quantidade de peso, mas, normalmente, não é possível
levantá-lo muito alto.
Alavancas de Classe III
Num sistema de alavancas de classe III, o mais comum do cor-
po, a potência localiza-se entre o fulcro e a resistência (figura
10.3c). Um exemplo é uma pessoa a trabalhar com uma pá. A
mão colocada na parte da pega mais perto da pá actua como
força para levantar o peso, como uma pá de cimento, e a mão
colocada perto da extremidade da pega actua como fulcro. No
corpo humano, a acção do bicípete braquial (potência) a puxar
o rádio (alavanca) para flectir o cotovelo (fulcro) e levantar a
mão (resistência) é um exemplo de alavanca de classe III. Este
tipo de alavanca não permite levantar um grande peso, mas per-
mite levantá-lo a uma maior distância.
1. Defina inserção de origem e terminação, agonista, antago-
nista, sinergista, músculo principal e fixador.
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 327
Anatomia Muscular
Na figura 10.4, apresentamos uma panorâmica geral dos mús-
culos esqueléticos superficiais.
Figura 10.4 Vista Geral da Musculatura Corporal
(a) Vista anterior.
(a)
Músculos da face
Bicípete braquial
Linha branca
Ligamento
anular posterior
(do carpo)
Grande
adutor
Patela
(rótula)
Gémeos
Solhar
Longo supinador
Deltóide
Costureiro
Esterno-cleido-mastoideu
Trapézio
Grande peitoral
Grande dentado
Grande recto do abdómen
Grande oblíquo do abdómen
Flexores do punho
e dos dedos da mão
Tensor da fascia lata
Vasto externo
Recto anterior
(do quadricípite crural)
Vasto médio (na
profundidade do recto
anterior e não visível
na figura)
Quadricípete
Tibial anterior
Extensor comum dos
dedos (do pé)
Longo peronial lateral
Curto peronial lateral
Ligamento anular
anterior do tarso
Vasto interno
Pectíneo
Recto
interno
Parte 2 Suporte e Movimento328
Esterno-cleido-mastoideu
Sétima vértebra cervical
Deltóide
Tricípete braquial
Grande dorsal
Extensores 
do punho
e dos dedos
da mão
Gémeos
Longo peronial lateral
Curto peronial lateral
Solhar
Tendão de Aquiles
Grande glúteo
Grande oblíquo
do abdómen
Trapézio
Esplénio da cabeça
Médio glúteo
Isquiotibiais
Grande ou terceiro adutor
Tensor da fascia lata
(fita ileotibial)
Recto interno
Semitendinoso
Bicípete crural
Semimembranoso
Infra-espinhoso
Pequeno redondo
Grande redondo
Figura 10.4 (continuação)
(b) Vista posterior.
(b)
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 329
Músculos da Cabeça
Objectivos
■ Descrever a acção dos músculos implicados nos principais
movimentos da cabeça.
■ Enumerar diversas expressões faciais e identificar os
principais músculos que as determinam.
■ Enumerar e descrever as acções dos músculos da
mastigação.
■ Explicar osmovimentos da língua causados pelos músculos
extrínsecos e intrínsecos.
■ Descrever as acções dos músculos envolvidos no processo
de deglutição.
■ Descrever os músculos que movem o olho e a forma como
cada um deles afecta o movimento ocular.
Músculos da Cabeça e Pescoço
A maior parte dos flexores da cabeça e pescoço (quadro 10.1 e
figura 10.5a) alojam-se profundamente no pescoço, ao longo das
faces anteriores dos corpos vertebrais. A extensão da cabeça é
efectuada pelos músculos da nuca – parte mais superior de toda
a região dorsal, situada atrás de um plano coronal que passa pe-
las vértebras cervicais. Aqueles músculos (da nuca) inserem-se
no occipital e actuam como potência num sistema de alavancas
de classe I (figura 10.5b e c).
O relevo muscular que se observa superficialmente na nuca,
lateralmente à linha média, é composto pelo trapézio sobrepos-
to ao esplénio da cabeça (figura 10.6). Os feixes musculares dos
músculos trapézios são mais curtos na base do pescoço e deixam
uma área em forma de losango sobre as apófises espinhosas
cervicais inferiores e torácicas superiores.
Músculos que Movem a Cabeça (ver a figura 10.5)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.1*
* Os quadros deste capítulo são para serem usados como referência. Ao estudar o sistema muscular, localize primeiro o músculo na figura, procurando depois a sua descrição no quadro
correspondente.
Anteriores
Grande recto anterior da
cabeça (sem ilustração)
Pequeno recto anterior da
cabeça (sem ilustração)
Posteriores
Pequeno complexo
Pequeno oblíquo da
cabeça
Rectos posteriores da
cabeça (grande e
pequeno)
Semi-espinhoso da nuca
Esplénio da cabeça
Trapézio
Laterais
Recto lateral da cabeça
(sem ilustração)
Esterno-cleido-mastoideu
C3-C6
Atlas
Tórax superior e vértebras
cervicais inferiores
Atlas
Áxis, atlas
C4-T6
C4-T6
Protuberância occipital
exterior, ligamentos da
nuca, apófises espinho-
sas de C7-T12
Atlas
Manúbrio e porção interna
da clavícula
Occipital
Occipital
Apófise mastoideia
Occipital (linha curva
occipital inferior)
Occipital
Occipital
Linha curva occipital superior
e apófise mastoideia
Clavícula, acrómio e espinha
da omoplata
Occipital
Apófise mastoideia e linha
curva occipital superior
C1-C3
C1-C2
Ramos dorsais dos nervos
cervicais
Ramo dorsal de C1
Ramo dorsal de C1
Ramos dorsais dos nervos
cervicais
Ramos dorsais dos nervos
cervicais
Espinhal
C1
Espinhal
Flexão da cabeça
Flexão da cabeça
Extensão, rotação e flexão
lateral da cabeça
Extensão e flexão lateral da
cabeça
Extensão e rotação da
cabeça
Extensão e rotação da
cabeça
Extensão, rotação e flexão
lateral da cabeça
Abdução e extensão
Abdução da cabeça
Contracção unilateral:
rotação e extensão da
cabeça
Contracção bilateral: flexão
do pescoço
Parte 2 Suporte e Movimento330
A rotação e abdução da cabeça são efectuadas pelos músculos
dos grupos lateral e posterior (ver o quadro 10.1). O esterno-
-cleido-mastoideu é o músculo principal do grupo lateral. Ob-
serva-se com facilidade nos lados anterior e lateral do pescoço,
especialmente se a cabeça estiver ligeiramente estendida e rodada
para um dos lados (figura 10.6b). Se apenas se contrair o esterno-
-cleido-mastoideu de um dos lados da cabeça, a cabeça é rodada
para o lado oposto. Se ambos se contraírem, fazem a flexão do
pescoço. A adução da cabeça (trazer a cabeça de volta à linha
média depois de se ter inclinado para um dos lados) é efectuada
pelos abdutores do lado oposto.
Esplénio da cabeça
Esterno-cleido-mastoideu
Trapézio Esplénio do pescoço
Sétima vértebra cervical
Semi-espinhoso da nuca
Esterno-cleido-mastoideu
Trapézio
(a)
Figura 10.5 Músculos do Pescoço
(a) Superficiais anteriores. (b) Superficiais posteriores.
(b)
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 331
Figura 10.5 (continuação)
(c) Posteriores profundos.
Rectos posteriores da
cabeça (grande e pequeno)
Pequeno oblíquo da cabeça
Complicado da espinha
Semi-espinhoso da nuca
Angular da omoplata
Sétima vértebra cervical
Esplénio da cabeça
(seccionado)
Grande complexo
Pequeno complexo
Interespinhosos
Transversário da cabeça
Iliocostal cervical
(c)
Esterno-cleido-mastoideu
Trapézio
Área em forma
de losango
(a)
Esplénio da cabeça
Trapézio
Esterno-cleido-mastoideu
Figura 10.6 Anatomia de Superfície, Músculos do Pescoço
(a) Vista posterior. (b) Vista lateral.
(b)
Torcicolo
O torcicolo (do latim “pescoço torto”) ou pescoço rígido pode resultar
de lesão de um dos esterno-cleido-mastoideus. É por vezes causado por
lesão dos músculos do pescoço do feto durante um parto difícil e pode
geralmente ser corrigido exercitando o músculo.
E X E R C Í C I O
O encurtamento do esterno-cleido-mastoideu direito rodaria a
cabeça em que direcção?
Parte 2 Suporte e Movimento332
Expressão Facial
Os músculos esqueléticos da face (quadro 10.2 e figura 10.7) são
músculos com uma inserção subcutânea. Muitos animais têm
músculos subcutâneos no tronco, o que lhes permite sacudir a
pele para remover agentes irritantes, como insectos. No ser hu-
mano, as expressões faciais são componentes importantes da
comunicação não verbal e os músculos subcutâneos estão confi-
nados principalmente à face e pescoço.
Diversos músculos actuam sobre a pele em torno dos olhos
e sobrancelhas (figura 10.8 e ver a figura 10.7). O occipitofrontal
levanta a pele das regiões supraciliares (áreas de implantação das
sobrancelhas) e secundariamente as pálpebras superiores e, ain-
da, enruga a pele da testa. O orbicular das pálpebras encerra a
fenda palpebral (espaço entre as pálpebras superior e inferior de
cada lado) e provoca rugas junto à porção externa das pálpebras.
O levantador da pálpebra superior eleva a pálpebra superior
(ver a figura 10.8a). A queda da pálpebra de um dos lados, ou
ptose, indica habitualmente que foi lesado o nervo que vai para
o levantador da pálpebra superior. O supraciliar puxa as so-
brancelhas inferior e internamente, produzindo rugas verticais
na pele entre os olhos (ver as figuras 10.7 e 10.8c).
Temporal
Auricular superior
Auricular anterior
Occipitofrontal
(ventre occipital)
Auricular posterior
Masséter
Esterno-cleido-mastoideu
Trapézio
Occipitofrontal
(ventre frontal)
Orbicular das pálpebras
(porção orbital)
Piramidal do nariz
Levantador do lábio superior
Pequeno zigomático
Grande zigomático
Canino
Quadrado do mento
Triangular dos lábios
Risorius de Santorini
Orbicular das pálpebras
(porção palpebral)
Occipitofrontal
(ventre frontal)
Orbicular das pálpebras
Supraciliar
Piramidal do nariz
Levantador comum do lábio
superior e da asa do nariz
Levantador do lábio superior
Pequeno zigomático
Grande zigomático
Canino
Bucinador
Orbicular dos lábios
Quadrado do mento
Músculo da borla do mento
Triangular dos lábios
Risorius de Santorini
(seccionado)
Temporal
Masséter
Supraciliar
Levantador comum do lábio
superior e da asa do nariz
Bucinador
Orbicular dos lábios
Músculo da borla do mento
Nasal
Pequeno e grande zigomático
(seccionados)
Subcutâneo do pescoço
Levantador do lábio superior
Canino (seccionado)
(a)
Figura 10.7 Músculos da Expressão Facial
(a) Vista lateral. (b) Vista anterior.
(b)
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 333
Músculos da Expressão Facial (ver a figura 10.7)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.2
Auricular
Anterior
Posterior
Superior
Bucinador
Canino
Grande zigomático
Levantador comum do
lábio superior e da asa do
nariz
Levantador da pálpebra
superior
Levantador do lábio
superior
Músculoda borla do mento
Nasal
Occipitofrontal
Orbicular das pálpebras
Orbicular dos lábios
Pequeno zigomático
Piramidal do nariz
Quadrado do mento
Risorius de Santorini
Subcutâneo do pescoço
Supraciliar
Triangular dos lábios
Aponevrose epicraniana
Apófise mastoideia
Aponevrose epicraniana
Mandíbula e maxilas
Maxila
Osso zigomático
Maxila
Pequena asa do esfenóide
Maxila
Mandíbula
Maxila
Occipital
Maxila e frontal
Septo nasal, maxila e
mandíbula
Osso zigomático
Dorso do nariz
Bordo inferior da mandíbula
Fascia do subcutâneo do
pescoço e do masséter
Fascia do deltóide e grande
peitoral
Saliência nasal e orbicular
do olho
Bordo inferior da mandíbula
Cartilagem da orelha
Raiz posterior da orelha
Cartilagem da orelha
Orbicular da boca no ângulo
da boca
Pele no ângulo da boca e
orbicular dos lábios
Ângulo da boca
Asa do nariz e lábio superior
Pele da pálpebra
Pele e orbicular dos lábios
(superior)
Pele do queixo
Dorso e asa do nariz
Pele da pálpebra e nariz
Contorna a órbita e insere-se
perto da origem
Fascia e outros músculos dos
lábios
Orbicular dos lábios do lábio
superior
Frontal
Pele do lábio inferior e
orbicular dos lábios
Orbicular dos lábios e pele
do canto da boca
Pele sob o bordo inferior da
mandíbula
Pele da pálpebra
Lábio, perto do ângulo da
boca
Facial
Facial
Facial
Facial
Facial
Facial
Facial
Oculomotor comum
Facial
Facial
Facial
Facial
Facial
Facial
Facial
Facial
Facial
Facial
Facial
Facial
Facial
Puxa a orelha superior e
anteriormente
Puxa a orelha para trás
Puxa a orelha superior e
posteriormente
Retrai o ângulo da boca;
achata a bochecha
Eleva o ângulo da boca
Elevação e abdução do
lábio superior
Eleva a asa do nariz e o
lábio superior
Eleva a pálpebra superior
Eleva o lábio superior
Eleva e enruga a pele do
queixo; eleva o lábio
inferior
Dilata a narina
Move o couro cabeludo;
eleva as pálpebras
Encerra o olho
Encerra os lábios
Elevação e abdução do
lábio superior
Cria rugas horizontais
entre os olhos, como
ao franzir a testa
Deprime o lábio inferior
Abdução do ângulo da
boca
Deprime o lábio inferior;
enruga a pele do
pescoço e parte
superior do tórax
Deprime a porção
mediana da sobrance-
lha e puxa as
sobrancelhas uma
para a outra, como no
franzir a testa
Deprime o ângulo da
boca
Parte 2 Suporte e Movimento334
E X E R C Í C I O
O Anastácio Lobo, notável galã, ao ver a Luisinha Radiosa, levantou
as pálpebras, piscou o olho, assobiou e sorriu. Indique os músculos
faciais que usou para efectuar esta comunicação. A Luisinha,
completamente desagradada com esta exibição, franziu a testa e
contraiu as narinas com repugnância. Que músculos usou ela?
Mastigação
O mascar, ou mastigar, envolve obrigatoriamente o encerrar da
boca (elevação da mandíbula) e a trituração dos alimentos entre
os dentes (excursão mediana e lateral da mandíbula). Os mús-
culos da mastigação e os músculos hioideus movem a mandí-
bula (quadros 10.3 e 10.4; figuras 10.9 e 10.10). Os elevadores da
mandíbula são dos músculos mais fortes do corpo e trazem po-
derosamente os dentes da mandíbula contra os dos maxilares
superiores, de modo a esmagar os alimentos. Uma ligeira desci-
da da mandíbula implica o relaxamento dos elevadores da man-
díbula e a acção da gravidade. Abrir bem a boca exige a interven-
ção dos abaixadores da mandíbula; e, embora os músculos da
língua e o bucinador (ver os quadro 10.2 e 10.5) não estejam
envolvidos no processo de mastigação propriamente dito, eles
ajudam a mover os alimentos dentro da boca e mantê-los segu-
ros entre os dentes.
Levantador da
pálpebra superior
Grande zigomático
Ventre frontal
do occipitofrontal
(a)
Canino Grande
zigomáticoMúsculo
da borla
do mento
Risorius
de Santorini
Pequeno
zigomático
Ventre
frontal do
occipitofrontal
(b)
Nasal
Triangular
dos lábios
Orbicular
das pálpebras
Levantador
comum do
lábio superior
e da asa do
nariz
Quadrado
do mento
Levantador
do lábio
superior
Piramidal
do nariz
Supraciliar
(c)
Subcutâneo
do pescoço
Nasal
Orbicular
dos lábios
Bucinador
(d)
Figura 10.8 Anatomia de Superfície, Músculos da Expressão Facial
São diversos os músculos implicados no movimento dos
lábios e da pele em torno da boca (ver as figuras 10.7 e 10.8). O
orbicular dos lábios e o bucinador, músculos do beijo, fran-
zem a boca. O sorriso é feito pelo grande e pequeno zigomáticos,
canino e risorius de Santorini. O sorriso escarninho é realiza-
do pelo levantador do lábio superior e a expressão carrancuda
ou mal-humorada pelo triangular dos lábios, quadrado do
mento e músculo da borla do mento. Se este último músculo
estiver bem desenvolvido de ambos os lados do queixo, pode
desenhar-se uma pequena depressão entre os dois.
5. Indique os principais movimentos da cabeça determinados
pela contracção dos músculos anteriores, posteriores e
laterais do pescoço.
6. Indique os movimentos da cabeça e do pescoço que
resultam da contracção do músculo esterno-cleido-
mastoideu. O que é um torcicolo?
7. Qual é o facto pouco usual que se verifica na inserção
terminal (e, por vezes, na proximal) dos músculos faciais?
8. Quais os músculos responsáveis pelos movimentos dos
pavilhões auriculares, sobrancelhas, pálpebras e nariz? E
pelo franzir dos lábios, sorrir, sorriso trocista e franzir as
sobrancelhas? O que é que determina a “covinha” do
queixo? O que provoca habitualmente a ptose unilateral?
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 335
Figura 10.9 Músculos da Mastigação
(a) Vista lateral (superficial). O masséter e a arcada zigomática foram seccionados, para expor o temporal. (b) Vista lateral (profunda). Os músculos masséter e
temporal foram ressecados e a arcada zigomática e parte da mandíbula seccionadas, para evidenciar os músculos mais profundos. (c) Secção coronal da cabeça,
mostrando os músculos pterigoideus de um ponto de vista posterior.
Temporal
Arcada zigomática
(seccionada)
Arcada zigomática
seccionada de forma
a revelar o tendão
do temporal
Bucinador
Orbicular dos lábios
Masséter (seccionado)
Temporal
Asa
pterigoideia
interna
Asa pterigoideia externa
Disco articular
Cabeça da mandíbula
Músculo pterigoideu externo
Músculo pterigoideu interno
Pterigoideu
externo
Feixe esfenoidal
Feixe pterigoideu
Pterigoideu interno
Esfenóide
(c)
(a) (b)
Músculos da Mastigação (ver as figuras 10.7 e 10.9)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.3
Temporal
Masséter
Pterigoideus
Externo
Interno
Fossa temporal
Arcada zigomático
Apófise pterigoideia e
grande asa do esfenóide
Apófise pterigoideia do
esfenóide e tuberosidade
maxilar
Porção anterior do ramo
mandibular e apófise
coronoideia
Face lateral do ramo
mandibular
Apófise condiliana da
mandíbula e disco
articular
Face interna da mandíbula
Divisão mandibular do
trigémio
3ª divisão (mandibular) do
trigémio
3ª divisão (mandibular) do
trigémio
3ª divisão (mandibular) do
trigémio
Eleva e retrai a mandíbu-
la; envolvido na
didução
Elevação e projecção da
mandíbula; envolvido
na didução
Projecção e depressão da
mandíbula; envolvido
na didução
Projecção e elevação da
mandíbula; envolvido
na didução
Parte 2 Suporte e Movimento336
Figura 10.10 Músculos Hioideus 
Vista anterior superficial.
Digástrico (ventre anterior)
Digástrico (ventre posterior)
Angular da omoplata
Grande recto anterior
da cabeça
Escalenos
Tiro-hioideu
Clavícula
Glândula tiróide
Esternotiroideu
Milo-hioideu
Estilo-hioideu
Osso hióide
Omo-hioideu (ventre superior)
Cartilagemtiroideia
Esterno-hioideu
Cricotiroideu
Trapézio
Omo-hioideu
(ventre inferior)
Esterno-cleido-mastoideu
Músculos Hioideus (ver a figura 10.10 e 10.11)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.4
Músculos Supra-hioideus
Digástrico
Genio-hioideu
Milo-hioideu
Estilo-hioideu
Músculos Infra-hioideus
Omo-hioideu
Esterno-hioideu
Esternotiroideu
Tiro-hioideu
Apófise mastoideia
Ângulo mandibular
Corpo da mandíbula
Apófise estiloideia
Bordo superior da omoplata
Manúbrio e primeira
cartilagem costal
Manúbrio e primeira ou
segunda cartilagem
costal
Cartilagem tiroideia
Mandíbula, perto da linha
média
Corpo do hióide
Hióide
Hióide
Hióide
Hióide
Cartilagem tiroideia
Hióide
Ventre posterior - facial;
ventre anterior - 3ª
divisão (mandibular) do
trigémio
Fibras de C1 e C2 e grande
hipoglosso
3ª divisão (mandibular) do
trigémio
Facial
Cervical superior, através da
ansa cervical
Cervical superior, através da
ansa cervical
Cervical superior, através da
ansa cervical
Cervical superior, passando
com o hipoglosso
Eleva o hióide; abaixa e
retrai a mandíbula
Projecção do hióide;
abaixa a mandíbula
Eleva o pavimento da
boca e a língua;
abaixa a mandíbula
quando o hióide está
fixado
Eleva o hióide
Abaixa o hióide; fixa o
hióide nessa posição
Abaixa o hióide; fixa o
hióide nessa posição
Abaixa a laringe; fixa o
hióide
Abaixa o hióide e eleva a
cartilagem tiroideia da
laringe; fixa o hióide
nessa posição
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 337
Movimentos da Língua
A língua é muito importante na mastigação e na linguagem: (1)
desloca os alimentos em toda a boca; (2) juntamente com o bu-
cinador, mantém os alimentos no lugar enquanto os dentes os
esmagam; (3) empurra os alimentos para o palato e para trás em
direcção à faringe de forma a iniciar a deglutição; e (4) muda de
forma para alterar os sons durante o discurso. A língua consiste
numa massa de músculos intrínsecos (inteiramente dentro da
língua) que estão implicados na mudança de formato da língua
e músculos extrínsecos (fora da língua mas nela inseridos) que
ajudam a mudar a forma e mover a língua (quadro 10.5; figura
10.11). Os músculos intrínsecos são nomeados de acordo com a
orientação das suas fibras na língua. Os músculos extrínsecos
são nomeados a partir das suas inserções proximal e distal.
Enrolar a Língua
Toda a gente é capaz de mudar a forma da língua, mas nem todos a
conseguem enrolar até formar um tubo. A capacidade de efectuar este
movimento parece ser parcialmente de controlo genético, mas outros
factores também estão envolvidos. Existem casos de gémeos idênticos
em que um consegue enrolar a língua e o outro não. Não se sabe
exactamente quais os músculos envolvidos no enrolar da língua e não
se descobriu qualquer diferença anatómica entre enroladores e não
enroladores da língua.
Figura 10.11 Músculos da Língua
Vistos do lado direito.
Músculos da Língua (ver a figura 10.11)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.5
Músculos Intrínsecos
Longitudinal, transverso e
vertical (sem ilustração)
Músculos Extrínsecos
Genoglosso
Hioglosso
Estiloglosso
Palatoglosso
Dentro da língua
Ângulo mandibular
Hióide
Apófise estiloideia do
temporal
Palato mole
Dentro da língua
Língua
Lado da língua
Língua (lateral e inferior)
Língua
Grande hipoglosso
Grande hipoglosso
Grande hipoglosso
Grande hipoglosso
Plexo faríngeo
Mudam a forma da língua
Abaixamento e protrusão
da língua
Retracção e abaixamento
do bordo lateral da
língua
Retracção da língua
Eleva a parte posterior da
língua
Apófise estilóideia
Palatoglosso
Estilo-hioideu
Estiloglosso
Hioglosso
Língua
Freio
Genoglosso
Mandíbula
Genio-hioideu
Osso hióide
Parte 2 Suporte e Movimento338
Deglutição e Laringe
Os músculos hioideus (ver o quadro 10.4 e a figura 10.10) divi-
dem-se num grupo supra-hioideu superior ao osso hióide e
num grupo infra-hioideu, inferior ao hióide. Quando o osso
hióide está fixado pelos músculos infra-hioideus de modo a fi-
car estabilizado inferiormente, os músculos supra-hioideus
podem ajudar a baixar a mandíbula. Se os músculos supra-
hioideus fixarem o osso hióide estabilizando-o superiormente,
o músculo tiro-hioideu (um músculo infra-hioideu) consegue
elevar a laringe. Para observar este fenómeno, pode colocar-se a
mão sobre a laringe (maçã de Adão) e engolir.
O palato mole, faringe e laringe contêm diversos músculos
envolvidos na deglutição e na fala (quadro 10.6 e figura 10.12).
Os músculos do palato mole encerram a abertura posterior para
a cavidade nasal durante a deglutição.
A deglutição (ver o capítulo 24) realiza-se pela elevação da
faringe, que, por sua vez, se efectua pela elevação da laringe, à
qual a faringe está ligada, e pela constrição do palatofaríngeo e
do salpingofaríngeo (salpingo significa trompa e refere-se à aber-
tura da trompa de Eustáquio que tem aquela forma).
Em seguida, os músculos constritores da faringe con-
traem-se de cima para baixo, forçando os alimentos a entrar no
esófago.
O salpingofaríngeo abre também a trompa de Eustáquio,
que põe em contacto o ouvido médio com a faringe. A abertura
da trompa de Eustáquio igualiza a pressão entre o ouvido médio
e a atmosfera; é por isso que, às vezes, é útil mascar pastilha elás-
tica ou engolir ao subir ou descer uma montanha de carro, ou
nas mudanças de altitude de um avião.
Os músculos da laringe estão listados no quadro 10.6 e ilus-
trados na figura 10.12b. A maior parte dos músculos da laringe
ajuda a estreitar ou encerrar a abertura laríngea para que os ali-
mentos não entrem na laringe quando se engole. Os músculos
remanescentes encurtam as cordas vocais para elevar a tonalida-
de da voz.
Ressonar e Laringospasmo
O ressonar é um barulho rouco e áspero que se produz quando uma
pessoa adormecida inspira pela boca e pelo nariz. O barulho é
habitualmente produzido pela vibração do palato mole, mas também
pode resultar da vibração das cordas vocais.
O laringospasmo é uma contracção tetânica dos músculos que
rodeiam a abertura da laringe. Nos casos graves, a abertura é completa-
mente encerrada e o ar deixa de poder passar pela laringe para os
pulmões, podendo a vítima morrer em asfixia. O laringospasmo pode
desenvolver-se, por exemplo, em consequência de reacções alérgicas
graves, tétano ou hipocalcémia.
Músculos da Deglutição e da Laringe (ver a figura 10.12)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.6
Laringe
Aritenoideus
Oblíquo
(sem ilustração)
Transverso
(sem ilustração)
Cricoaritenoideus
Lateral
(sem ilustração)
Posterior
(sem ilustração)
Cricotiroideu
Tiroaritenoideu
(sem ilustração)
Vocal
(sem ilustração)
Palato Mole
Levantador do véu do
palato
Palatoglosso
Cartilagem aritenoideia
Cartilagem aritenoideia
Bordo lateral da cartilagem
cricoideia
Bordo posterior da cartila-
gem cricoideia
Cartilagem cricoideia
anterior
Cartilagem tiroideia
Cartilagem tiroideia
Osso temporal e trompa de
Eustáquio
Palato mole
Cartilagem aritenoideia
oposta
Cartilagem aritenoideia
oposta
Cartilagem aritenoideia
Cartilagem aritenoideia
Cartilagem tiroideia
Cartilagem aritenoideia
Cartilagem aritenoideia
Palato mole
Língua
Recorrente, ramo do X
Recorrente, ramo do X
Recorrente, ramo do X
Recorrente, ramo do X
Laríngeo superior
Recorrente, ramo do X
Recorrente, ramo do X
Plexo faríngeo
Plexo faríngeo
Encerra a abertura da
laringe
Encerra a abertura da
laringe
Encerra a abertura da
laringe
Oculta a abertura da
laringe
Torna tensas as cordas
vocais
Encurta as cordas vocais
Encurta as cordas vocaisEleva o palato mole
Estreita as fauces; eleva a
parte posterior da
língua
Continuação
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 339
Figura 10.12 Músculos do Palato, Faringe e Laringe
(a) Vista inferior do palato. O palatoglosso e parte do palatofaríngeo foram seccionados de um dos lados para mostrar os músculos mais profundos.
Tensor do véu
do palato
Levantador do véu
do palato
Salpingofaríngeo
Úvula
Língua
Amígdala
Palatoglosso
Palatofaríngeo
Gancho pterigoideu
Aponevrose do tensor
do véu do palato
(a)
continuação
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.6
Palato Mole – cont.
Palatofaríngeo
Tensor do véu do palato
Úvula
Faringe
Constritores da faringe
Inferior
Médio
Superior
Salpingofaríngeo
Estilofaríngeo
Palato mole
Esfenóide e trompa de
Eustáquio
Espinha nasal posterior
Cartilagens tiroideia e
cricoideia
Ligamento estiloideu e
hióide
Asa pterigoideia interna,
mandíbula, pavimento da
boca e lados da língua
Trompa de Eustáquio
Apófise estiloideia
Faringe
Divisão do palato mole da
trompa de Eustáquio
Úvula
Rafe faríngeo
Rafe faríngeo
Rafe faríngeo
Faringe
Faringe
Plexo faríngeo
3ª divisão (mandibular) do
trigémio
Plexo faríngeo
Plexo faríngeo e nervo
laríngeo externo
Plexo faríngeo
Plexo faríngeo
Plexo faríngeo
Glossofaríngeo
Estreita as fauces; baixa o
palato; eleva a faringe
Dá tensão ao palato
mole; abre a trompa
de Eustáquio
Eleva a úvula
Estreita a faringe inferior
ao engolir
Estreita a faringe ao
engolir
Estreita a faringe ao
engolir
Eleva a faringe; abre a
trompa de Eustáquio
ao engolir
Eleva a faringe
Parte 2 Suporte e Movimento340
Movimentos do Globo Ocular
O globo ocular move-se na cavidade orbitária, permitindo a vi-
são num amplo leque de direcções. Os movimentos de cada olho
são efectuados por seis músculos extrínsecos ao globo ocular de-
signados de acordo com a orientação dos seus feixes em relação
ao globo ocular (quadro 10.7; figura 10.13).
Cada músculo recto (assim chamado porque as suas fibras
estão quase alinhadas com o eixo do olho) liga-se ao globo ocu-
lar anteriormente ao centro da esfera. O recto superior roda
superiormente a porção anterior do olho, de modo a que a pupi-
la, e por isso o olhar, se orientem superiormente (olhar para
cima). O recto inferior baixa o olhar, o recto externo desvia-o
lateralmente (olhar para o lado) e o recto interno desvia medial-
mente o olhar (olhar para o nariz). O recto superior e o recto
inferior não são completamente direitos na sua orientação em
relação ao olho e, por isso, também desviam medialmente o olhar
quando se contraem.
Os músculos oblíquos (assim chamados porque as suas fi-
bras se orientam obliquamente ao eixo do olho) inserem-se na
margem póstero-lateral do globo ocular, de tal modo que ambos
os músculos desviam lateralmente o olhar quando se contraem.
O oblíquo superior (também conhecido por grande oblíquo)
eleva a parte posterior do olho, orientando assim inferiormente
a pupila e baixando o olhar. O oblíquo inferior (também desig-
nado por pequeno oblíquo) eleva o olhar.
Tensor do véu do palato
Levantador do véu
do palato
Constritor superior
da faringe
Estilofaríngeo
Constritor médio
da faringe
Constritor inferior
da faringe
Cartilagem cricoideia
Cartilagem tiroideia
Osso hióide
Milo-hioideu
Hioglosso
Ligamento
estilo-hioideu
Estiloglosso
Bucinador
Rafe pterigomandibular
Cricotiroideu
Figura 10.12 (continuação)
(b) Vista lateral do palato, faringe e laringe. Parte da mandíbula foi removida para revelar as estruturas mais profundas. 
(b)
9. Indique os músculos responsáveis pelo abaixamento e
elevação da mandíbula e pela didução externa e interna da
mandíbula.
10. Compare os movimentos produzidos pelos músculos
extrínsecos e intrínsecos da língua.
11. Explique a interacção dos músculos supra-hioideus e
infra-hioideus para baixar a mandíbula e elevar a laringe.
12. Quais os músculos que abrem e fecham as aberturas da
trompa de Eustáquio e da laringe?
13. Descreva os músculos extrínsecos do globo ocular e os
movimentos que executam.
E X E R C Í C I O
O estrabismo é uma situação em que um ou ambos os olhos se
desviam em direcção interna ou externa e que, em alguns casos,
pode ser causada por diminuição da força dos músculos rectos
interno ou externo. Se o recto externo do olho direito estiver com
menos força, em que direcção se desvia o olho?
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 341
Figura 10.13 Músculos que Movem o Globo Ocular
(a) Vista superior do globo ocular direito. (b) Vista lateral do globo ocular direito.
Tróclea
Oblíquo superior
Recto superior
Recto externo
Oblíquo inferior
Recto interno
Nervo óptico
Levantador da
pálpebra superior
(seccionado)
Tróclea
Oblíquo superior
Recto superior
Recto externo
Oblíquo inferior
Recto inferior
Nervo óptico
Levantador da
pálpebra superior
(seccionado) Vista
Vista
(b)
(a)
Músculos que Actuam Sobre o Olho (ver a figura 10.13)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.7
Oblíquo
Inferior Lâmina orbital da maxila Esclerótica Oculomotor comum Eleva e desvia externamente
o olhar
Superior Anel fibroso Esclerótica Patético Baixa e desvia externamente
o olhar
Recto
Inferior Anel fibroso Esclerótica Oculomotor comum Baixa e desvia internamente
o olhar
Externo Anel fibroso Esclerótica Oculomotor externo Desvia externamente o
olhar
Interno Anel fibroso Esclerótica Oculomotor comum Desvia internamente o
olhar
Superior Anel fibroso Esclerótica Oculomotor comum Eleva e desvia internamente
o olhar
Parte 2 Suporte e Movimento342
Músculos do Tronco
Objectivos
■ Enumerar e descrever as acções dos músculos que movem a
coluna vertebral.
■ Enumerar e descrever as acções dos músculos do tórax e da
parede abdominal.
■ Descrever o pavimento pélvico e o períneo.
Músculos que Movem a Coluna Vertebral
Os músculos que fazem a extensão, abdução e rotação da coluna
vertebral podem dividir-se em profundos e superficiais. (quadro
10.8). De uma maneira geral, os músculos profundos estendem-se
de vértebra para vértebra, enquanto que os músculos superficiais
se estendem das vértebras para as costelas. Nos seres humanos,
estes músculos do dorso são muito fortes para manter a postura
Músculos que Actuam Sobre a Coluna Vertebral (ver as figuras 10.5 e 10.14)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.8
Profundos(*)
Massa comum
Iliocostais
Cervical
Dorsal
Lombar
Pequeno complexo
Transversário do pescoço
Longo dorsal do tórax
Espinhais
Cervical
(sem ilustração)
Torácico
Longo do colo (ou do
pescoço)
(sem ilustração)
Esplénio do pescoço
Interespinhosos
Intertransversários
Complicado da espinha
Pequeno psoas (**)
Rotadores
(sem ilustração)
Semi-espinhosos
Cervical
Torácico
Sacro, ilíaco e espinhas
lombares
Seis costelas superiores
Seis costelas inferiores
Sacro, ilíaco e vértebras
lombares
Vértebras torácicas superio-
res e cervicais inferiores
Vértebras torácicas superio-
res
Costelas e vértebras
torácicas inferiores
C6 - C7
T11 - L2
C3 - T3
C3 - C5
Apófises espinhosas de
todas as vértebras
Apófises transversas de
todas as vértebras
Apófises transversas das
vértebras, superfície
posterior do sacro e do
ilíaco
T12 - L1
Apófises transversas de
todas as vértebras
Apófises espinhosas de T2 -T5
Apófises espinhosas de T5 -T11
Costelas e vértebras
Vértebras cervicais (médias)
Seis costelas superiores
Seis costelas superiores
Apófise mastoideia
Vértebras cervicais superio-
res
Vértebras lombares
superiores e costelasC2 - C3
Vértebras torácicas médias e
superiores
C1 - C6
C1 - C3
Apófise espinhosa imediata-
mente superior
Apófise transversa imediata-
mente superior
Apófise espinhosa da
vértebra imediatamente
superior
Perto da crista púbica
Base da apófise espinhosa
das vértebras superiores
Apófises espinhosas de C2 -C5
Apófises espinhosas de C5 - T4
Ramos dorsais dos nervos
raquidianos
Ramos dorsais dos nervos
torácicos
Ramos dorsais dos nervos
torácicos
Ramos dorsais dos nervos
intercostais e lombares
Ramos dorsais dos nervos
cervicais
Ramos dorsais dos nervos
cervicais
Ramos dorsais dos nervos
torácicos e lombares
Ramos dorsais dos nervos
cervicais
Ramos dorsais dos nervos
torácicos
Ramos ventrais dos nervos
cervicais
Ramos dorsais dos nervos
cervicais
Ramos dorsais dos nervos
raquidianos
Ramos dorsais dos nervos
raquidianos
Ramos dorsais dos nervos
raquidianos
L1
Ramos dorsais dos nervos
raquidianos
Ramos dorsais dos nervos
cervicais
Ramos dorsais dos nervos
torácicos
Extensão da coluna
vertebral
Extensão, flexão lateral e
rotação da coluna
Extensão, flexão lateral e
rotação da coluna
Extensão, flexão lateral e
rotação da coluna
Extensão da cabeça
Extensão do pescoço
Extensão da coluna
vertebral
Extensão do pescoço
Extensão da coluna
vertebral
Rotação e flexão do
pescoço
Rotação e extensão do
pescoço
Extensão do dorso e
pescoço
Flexão lateral da coluna
vertebral
Extensão e rotação da
coluna vertebral
Flexão da coluna vertebral
Extensão e rotação da
coluna vertebral
Extensão do pescoço
Extensão da coluna
vertebral
(*) Os músculos abaixo descritos são todos profundos; os superficiais são o trapézio, o grande dorsal, os rombóides e os dentados superiores (N.R.).
(**) Lê-se “soas” (N.T.).
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 343
erecta, Os músculos comparáveis do gado, embora ocupem uma
área extensa, são relativamente delicados, e é nesta região que se
cortam os melhores bifes do lombo. Os músculos das goteiras
vertebrais originam-se numa massa comum ou músculo sacro-
Figura 10.14 Músculos Profundos do Dorso
À direita, vê-se o grupo dos músculos das goteiras vertebrais. À esquerda, estes músculos foram ressecados, de modo a revelar os músculos mais profundos do
dorso.
Terceira vértebra cervical
Complicado da espinha
(porção cervical)
Interespinhosos
Semi-espinhosos
da cabeça
Semi-espinhosos do tórax
Diafragma
Intertransversários
Quadrado dos lombos
Complicado da
espinha (porção
lombar)
Esplénio da cabeça
(seccionado)
Pequeno complexo
Angular da omoplata
Grande complexo
Iliocostal cervical
Transversário do pescoço
Espinhal do tórax
Longo dorsal do tórax
Iliocostal dorsal
Iliocostal lombar
Erectores
da coluna
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
-ílio-lombar que dá origem a dois músculos, o iliocostal e o
longo dorsal; neste grupo temos ainda os músculos espinhais.
O longo dorsal constitui a mais importante massa muscular da
parte inferior do dorso (figura 10.14).
Parte 2 Suporte e Movimento344
Músculos do Tórax
Os músculos do tórax estão envolvidos, sobretudo, no processo
respiratório (ver o capítulo 23). São quatro os principais grupos
musculares associados à grelha costal (quadro 10.9 e figura 10.15).
Os escalenos elevam as duas primeiras costelas durante a inspi-
ração. Os intercostais externos também elevam as costelas du-
rante a inspiração. Os intercostais internos e os triangulares
do esterno contraem-se durante a expiração forçada.
Todavia, o principal movimento produzido durante a respi-
ração em repouso é desempenhado pelo diafragma (ver a figura
10.15a). Quando relaxado, este tem a forma de cúpula; quando se
contrai, a cúpula achata-se, levando ao aumento de volume da cai-
xa torácica, o que resulta na inspiração. Se esta cúpula de músculo
esquelético ou o nervo frénico que a serve estiverem seriamente
danificados, a quantidade de ar trocada nos pulmões pode ser tão
pequena que o indivíduo pode morrer a menos que seja ligado a
um ventilador.
Parede Abdominal
Os músculos da parede abdominal anterior (quadro 10.10 e
figuras 10.16-10.18) flectem e rodam a coluna vertebral. A con-
tracção dos músculos abdominais com a coluna vertebral fixada
diminui o volume da cavidade abdominal e da cavidade torácica,
podendo auxiliar funções como a expiração forçada, vómito,
defecação, micção e parto. O entrecruzar dos músculos abdomi-
nais cria uma parede abdominal anterior forte que segura e pro-
tege as vísceras abdominais.
Numa pessoa relativamente musculosa com pouca gor-
dura, é visível uma linha vertical que se estende da área do
apêndice xifoideu do esterno, passando pelo umbigo, até ao
púbis. Esta zona tendinosa da parede abdominal desprovida
de músculo, a linha branca, chama-se assim porque consiste
em tecido conjuntivo branco e não em músculo (ver a figura 10.16).
De cada lado da linha branca, está o grande recto do abdó-
men (ver as figuras 10.16-10.18). Intersecções tendinosas
atravessam os rectos do abdómen em três ou, por vezes, mais
localizações, levando a que a parede abdominal de uma pes-
soa bem musculada se apresente segmentada. Lateralmente
ao grande recto do abdómen, está a linha semilunar (linha
em forma de meia lua ou de crescente); lateralmente a esta
estão três camadas musculares (ver as figuras de 10.16 a
10.18). Da superfície para a profundidade, estes músculos são
o oblíquo abdominal externo (também designado de gran-
de oblíquo do abdómen), o oblíquo abdominal interno
(também conhecido por pequeno oblíquo do abdómen) e o
transverso do abdómen.
Músculos do Tórax (ver a figura 10.15)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.9
Diafragma
Intercostais
Externo
Interno
Escalenos
Anterior
Mediano
Posterior
Pequenos dentados
posteriores
Inferior
(sem ilustração)
Superior
(sem ilustração)
Triangular do esterno
(sem ilustração)
Interior das costelas, esterno
e vértebras lombares
Margem inferior de cada
costela
Margem superior de cada
costela
C3 - C6
C2 - C6
C4 - C6
T11 - L2
C6 - T2
Esterno e apêndice xifoideu
Tendão central do diafragma
Bordo superior da costela
imediatamente abaixo
Bordo inferior da costela
imediatamente acima
Primeira costela
Primeira costela
Segunda costela
Quatro costelas inferiores
Costelas, da segunda à
quarta
Segunda a sexta cartilagens
costais
Frénico
Intercostal
Intercostal
Plexo cervical
Plexo cervical
Plexos cervical e braquial
Nono a décimo segundo
intercostais
Primeiro a quarto intercos-
tais
Intercostal
Inspiração; deprime o
pavimento do tórax
Inspiração; eleva as
costelas
Expiração; deprime as
costelas
Eleva a primeira costela
Eleva a primeira costela
Eleva a segunda costela
Deprime as costelas
inferiores e estende as
costas
Eleva as costelas
superiores
Diminui o diâmetro do
tórax
Dor Lombar
A dor lombar pode resultar de má postura, excesso de peso ou de um
nível deficiente de preparação física. Algumas alterações simples
podem ajudar: endireitar-se quando sentado ou em pé; apoiar a região
lombar quando sentado; perder peso; fazer exercício, envolvendo,
especialmente, os músculos do dorso e os abdominais; e dormir em
decúbito lateral num colchão duro. No entanto, torna-se difícil dormir
em decúbito lateral a noite toda, porque a maior parte das pessoas
muda de posição mais de 40 vezes durante a noite.
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 345
Músculos da Parede Abdominal (ver as figuras 10.4, 10.17 e 10.18)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.10
Anteriores
Grandes rectos do
abdómen
Grande oblíquo do
abdómen
Pequeno oblíquo do
abdómen
Transverso do abdómenPosteriores
Quadrado dos lombos
Crista púbica e sínfise
púbica
Quinta a décima segunda
costelas
Crista ilíaca, ligamento
inguinal e fascia lombar
Sétima a décima segunda
cartilagens costais, fascia
lombar, crista ilíaca e
ligamento inguinal
Crista ilíaca e vértebras
lombares inferiores
Apêndice xifoideu e costelas
inferiores
Crista ilíaca, ligamento
inguinal e bainha do
recto
Décima a décima segunda
costelas e bainha do
recto
Apêndice xifoideu, linha
branca e tubérculo
púbico
Décima segunda costela e
vértebras lombares
superiores
Ramos do torácico inferior
Ramos do torácico inferior
Torácico inferior
Torácico inferior
Lombar superior
Flexão da coluna
vertebral; compressão
do abdómen
Flexão e rotação da
coluna vertebral;
compressão do
abdómen; deprime o
tórax
Flexão e rotação da coluna
vertebral; compressão
do abdómen; deprime
o tórax
Comprime o abdómen
Flexão lateral da coluna
vertebral e depressão
da décima segunda
costela
Intercostais externos
Parte aponevrótica
Feixes costais
Feixes lombares,
que consistem
nos pilares, direito
e esquerdo
Diafragma
Intercostais
internos
Escaleno
anterior
Escaleno
médio
Escaleno
posterior
Triangular
do esterno
Intercostais
externos
Intercostais
internos
Veia cava
inferior
Esófago
Aorta
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Esterno
Terceira vértebra cervical
Primeira vértebra torácica
Feixes esternais
(a)
(b)
Figura 10.15 Músculos da Respiração
(a) Vista anterior. Observam-se alguns músculos intercostais seleccionados e o diafragma. (b) Vista lateral.
Parte 2 Suporte e Movimento346
Ligamento inguinal
Canal inguinal
Grande peitoral
Grande dorsal
Dentado anterior
Linha branca
Linha semilunar
Umbigo
Grande oblíquo do
abdómen
Crista ilíaca
Grande recto do abdómen
(coberto pela bainha)
Grande recto do abdómen
(bainha ressecada)
Grande oblíquo do abdómen
Pequeno oblíquo do abdómen
Transverso do abdómen
Intersecção tendinosa
Figura 10.16 Músculos da Parede Abdominal Anterior
Foram abertas janelas laterais para permitir a visualização das diversas camadas musculares.
Pele
Tecido adiposo
Grande oblíquo do abdómen
Pequeno oblíquo do abdómen
Transverso do abdómen
Fascia transversal
Peritoneu parietal
Linha branca
Grande recto do
abdómen
Linha semilunar
Grande
oblíquo
do abdómen
Bainha
dos rectos
Crista ilíaca
Ligamento
inguinal
Grande recto
do abdómen
Fáscia
lombar
Fáscia
lombar
Pequeno
oblíquo
do abdómen
Sínfise púbica
Apêndice
xifoideu
Costelas
Transverso
do abdómen
Espinha
do púbis
Figura 10.17 Músculos da Parede Abdominal Anterior
(a) Secção horizontal acima do umbigo. (b) Músculos abdominais mostrados individualmente (vista lateral).
(a)
(b)
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 347
Pavimento Pélvico e Períneo
A pelve é um anel ósseo (ver o capítulo 7) com uma abertura
inferior que está encerrada por uma parede muscular através da
qual as aberturas do ânus e urogenitais penetram (quadro 10.11).
A maior parte do pavimento pélvico é formada pelo músculo
coccígeo e pelo levantador do ânus, designados em conjunto
como diafragma pélvico. A área inferior ao pavimento pélvico é o
períneo, que tem a forma aproximada de um losango (figura 10.19).
A metade anterior do losango é o triângulo urogenital, e a metade
posterior é o triângulo anal (ver o capítulo 28). O triângulo
Linha branca
Linha
semilunar
Intersecções
tendinosas do
grande recto
do abdómen
Canal
inguinal
Grande recto
do abdómen
Figura 10.18 Anatomia de Superfície, Músculos da
Parede Abdominal Anterior
Rafe mediano Uretra
Isquiocavernoso
Bulbo-esponjoso
Centro fibroso do períneo
Transverso profundo do períneo 
Tuberosidade isquiática
Levantador do ânus
Transverso superficial do períneo
Ânus
Esfíncter anal externo
Grande glúteo
Cóccix
Vagina
Figura 10.19 Músculos do Pavimento Pélvico e do Períneo
Vista inferior. (a) Homem. (b) Mulher.
(a) (b)
Músculos do Pavimento Pélvico e do Períneo (ver a figura 10.19)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.11
Bulbo-esponjoso
Coccígeo
(sem ilustração)
Isquiocavernoso
Levantador do ânus
Esfíncter anal externo
Esfíncter uretral
(sem ilustração)
Transversos do períneo
Profundo
Superficial
(sem ilustração)
Masculino - Centro fibroso
do períneo e rafe
mediano do pénis
Feminino - Centro fibroso
do períneo
Espinha ciática
Ramo isquiático
Púbis posterior e espinha
ciática
Cóccix
Ramo púbico
Ramo isquiático
Ramo isquiático
Superfície dorsal do pénis e
bulbo do pénis
Base do clitóris
Cóccix
Corpo cavernoso
Sacro e cóccix
Centro fibroso do períneo
Rafe mediano
Rafe mediano
Centro fibroso do períneo
Pudendo
Pudendo
S3 e S4
Perineal
S4
S4 e pudendo
Pudendo
Pudendo
Pudendo
Constrição da uretra;
erecção do pénis
Erecção do clitóris
Eleva e suporta o
pavimento pélvico
Comprime a base do
pénis ou do clitóris
Eleva o ânus; suporta as
vísceras pélvicas
Mantém encerrado o
orifício do canal anal
Constrição da uretra
Suporta o pavimento
pélvico
Fixa o centro fibroso
Parte 2 Suporte e Movimento348
■ Descrever os movimentos do braço e os músculos envolvidos.
■ Designar os músculos que estendem e flectem o antebraço.
■ Descrever os dois grupos funcionais dos músculos do
antebraço e os movimentos que produzem.
■ Descrever e indicar as funções dos músculos extrínsecos e
intrínsecos da mão.
Os músculos do membro superior compreendem os que
movem a omoplata e os que movem o braço, antebraço e mão.
Movimentos da Cintura Escapular
A principal fixação do membro superior ao tronco é efectuada
pelos músculos (quadro 10.12 e figura 10.20). Os músculos que
fixam a omoplata ao tórax são o trapézio, o angular da omo-
plata, os rombóides, grande e pequeno, o grande dentado
e o pequeno peitoral. Estes músculos movem a omoplata,
permitindo um amplo leque de movimentos do membro su-
perior, ou actuam como fixadores que mantêm a omoplata
firmemente em posição quando se contraem os músculos do
braço. Os músculos superficiais que actuam na omoplata
podem ser facilmente observados numa pessoa viva (ver a fi-
gura 10.22a e c): o trapézio forma a linha superior que vai de
cada ombro para o pescoço e a origem do grande dentado nas
primeiras oito ou nove costelas pode ser observada na pare-
de lateral do tórax.
Músculos que Actuam Sobre a Omoplata (ver a figura 10.20)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.12
Angular da omoplata
Pequeno peitoral
Rombóides
Grande
Pequeno
Grande dentado
Subclávio
Trapézio
C1 -C4
Terceira a quinta costelas
T1 - T4
C6 - C7
Primeira a nona costelas
Primeira costela
Protuberância occipital
exterior, ligamento cervical
posterior e C7 - T12
Ângulo superior da omoplata
Apófise coracoideia da
omoplata
Bordo interno da omoplata
Bordo interno da omoplata
Bordo interno da omoplata
Clavícula
Clavícula, acrómio e espinha
da omoplata
Dorsal escapular
Torácico anterior
Escapular dorsal
Escapular dorsal
Longo torácico
Subclávio
Espinhal e plexo cervical
Eleva, retrai e roda a
omoplata; flecte
lateralmente o
pescoço
Deprime a omoplata ou
eleva as costelas
Retrai, roda e fixa a
omoplata
Retrai, eleva ligeiramente,
roda e fixa a omoplata
Roda e faz a protracção
da omoplata; eleva as
costelas
Fixa a clavícula ou eleva a
primeira costela
Levanta, deprime, retrai,
roda e fixa a omopla-
ta; faz a extensão do
pescoço
urogenital contém o diafragma urogenital, que forma um
“subpavimento” da pelve nesta área e consiste nomúsculo transver-
so profundo do períneo e no músculo do esfíncter uretral exter-
no. Durante a gravidez, os músculos do pavimento pélvico e do
diafragma urogenital podem ser estirados pelo peso extra do feto,
pelo que foram estudados exercícios específicos para os fortalecer.
14. Descreva as acções do grupo de músculos que se inserem
nas vértebras e/ou costelas. Qual o nome do grupo
superficial?
15. Indique o músculo que é o principal responsável pelos
movimentos respiratórios. Como é que outros músculos
ajudam nestes movimentos?
16. Explique as bases anatómicas para as linhas que se
observam no abdómen de um indivíduo bem musculado.
Quais são as funções dos músculos abdominais? Enumere
os músculos da parede anterior do abdómen.
17. Quais as aberturas do pavimento pélvico? Como se chama
a área inferior ao pavimento pélvico?
Músculos do Membro Superior
Objectivos
■ Enumerar os músculos que formam a manga ou coifa dos
rotadores e descrever a sua função.
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 349
Subclávio
Apófise coracoideia
Pequeno peitoral
(seccionado)
Infra-escapular
Bicípete braquial
Grande dorsal
Grande dentado
Tendão do supra-espinhoso
Infra-escapular
Pequeno redondo
Grande redondo (seccionado)
Três dos quatro
músculos da coifa
dos rotadores
Pequeno peitoral
Grande dorsal (seccionado)
Grande oblíquo
do abdómen
Grande peitoral (seccionado)
Trapézio
Sétima vértebra
cervical
Angular da
omoplata
Pequeno
rombóide
Grande
rombóide
Figura 10.20 Músculos que Actuam na Omoplata
(a) Vista posterior. O trapézio foi ressecado à direita a fim de visualizar os músculos mais profundos. (b) Vista anterior. O grande peitoral foi ressecado de ambos os
lados. O pequeno peitoral foi também removido à direita.
(a)
(b)
Parte 2 Suporte e Movimento350
Movimentos do Braço
O braço está fixado ao tórax pelo grande peitoral e pelo gran-
de dorsal (quadro 10.13 e figura 10.21; ver a figura 10.20b).
Observe que, no quadro 10.13, o grande peitoral está assina-
lado como flexor, mas também como extensor. Este músculo
flecte o braço estendido e estende o braço flectido. Experi-
mente em si próprio estes movimentos e observe a posição e
acção do músculo. O deltóide também está assinalado no
quadro 10.13 como flexor e extensor. O deltóide é como se fosse
três músculos num só: as fibras anteriores flectem o braço;
as laterais fazem a abdução do braço, e as posteriores fazem a
extensão. O deltóide é parte integrante do grupo de múscu-
los que fixam o úmero à omoplata. No entanto, os principais
músculos de sustentação da cabeça do úmero na fossa glenoideia
chamam-se os músculos da manga ou coifa dos rotadores
(listados separadamente no quadro 10.13), porque formam
uma coifa ou manga sobre o úmero proximal (figura 10.21c).
Uma lesão da manga dos rotadores implica a lesão de um ou
mais destes músculos ou dos seus tendões, habitualmente do
músculo supra-espinhoso. Os músculos que movem o braço
efectuam a flexão, extensão, abdução, adução, rotação e circun-
dução (quadro 10.14).
Músculos que Actuam Sobre o Braço (ver as figuras 10.20, 10.21 e 10.22 e 10.23)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.13
Coracobraquial
Deltóide
Grande dorsal
Grande peitoral
Grande redondo
Coifa dos Rotadores
Infra-espinhoso
Infra-escapular
Supra-espinhoso
Pequeno redondo
Apófise coracoideia da
omoplata
Clavícula, acrómio e espinha
da omoplata
T7 - L5, sacro e crista ilíaca
Clavícula, esterno e
aponevrose abdominal
Bordo externo da omoplata
Fossa infra-espinhosa
Fossa infra-escapular
Fossa supra-espinhosa
Bordo externo da omoplata
Ponto médio do eixo do
úmero
Tuberosidade deltóide
Troquino
Troquiter
Troquino
Troquiter
Troquino
Troquiter
Troquiter
Musculocutâneo
Circunflexo
Toracodorsal
Torácico anterior
Infra-escapular C5 e C6
Supra-escapular C5 e C6
Infra-escapular C5 e C6
Supra-escapular C5 e C6
Circunflexo C5 e C6
Adução e flexão do braço
Abdução, flexão,
extensão e rotação
interna e externa do
braço
Adução, rotação interna e
extensão do braço
Adução, flexão e rotação
mediana do braço;
estende o braço a
partir da posição de
flectido
Adução, extensão e
rotação interna do
braço
Extensão e rotação
externa do braço
Extensão e rotação
interna do braço
Abdução do braço
Adução, extensão e
rotação externa do
braço
Resumo das Acções dos Músculos no Ombro e do Braço
Rotação Rotação
Flexão Extensão Abdução Adução Interna Externa
Quadro 10.14
Deltóide
Grande peitoral
Coracobraquial
Bicípete braquial
Deltóide
Grande redondo
Pequeno redondo
Grande peitoral
Tricípete braquial
Deltóide
Supra-espinhoso
Grande peitoral
Grande dorsal
Grande redondo
Pequeno redondo
Tricípete braquial
Coracobraquial
Grande peitoral
Grande redondo
Grande dorsal
Deltóide
Infra-escapular
Deltóide
Infra-espinhoso
Pequeno redondo
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 351
Deltóide
(seccionado)
Coracobraquial
Bicípete braquial
Deltóide
Grande peitoral
Grande dentado
Angular da omoplata
Pequeno rombóide
Grande rombóide
Supra-espinhoso
Infra-espinhoso
Infra-escapular
(anterior à
omoplata e
visível em (c))
Pequeno redondo
Grande redondo
Grande dorsal
Décima segunda
vértebra torácica
Grande oblíquo
do abdómen
Coifa dos
rotadores
Clavícula
Apófise coracoideia
Supra-espinhoso
Troquino
Infra-escapular
Acrómio
Infra-espinhoso
Troquiter
Pequeno
redondo
Úmero
Figura 10.21 Músculos que Ligam o Membro Superior ao Corpo
(a) Vista anterior. (b) Vista posterior. (c) Vista anterior da coifa dos rotadores, mostrando os músculos pequeno redondo, infra-espinhoso, supra-espinhoso e infra-
escapular.
(a)
(b)
(c)
Parte 2 Suporte e Movimento352
A abdução do braço é feita pelo deltóide, músculos da coifa
dos rotadores e trapézio. A abdução nos primeiros 90º a partir da
posição anatómica (até a mão ficar ao nível do ombro) é quase
inteiramente efectuada pelo deltóide. Coloque a mão no seu deltóide
e sinta-o a contrair-se até à abdução a 90º. A abdução dos 90º aos
180º, de modo a levantar a mão bem acima da cabeça, implica
primariamente uma rotação da omoplata, feita pelo trapézio. Sinta
o ângulo inferior da omoplata à medida que faz a abdução até 90º
e depois até aos 180º. Existe uma grande diferença. No entanto, a
abdução de 90º a 180º não é possível se a cabeça do úmero não for
firmemente mantida na cavidade glenoideia pelos músculos da
manga dos rotadores. A lesão do supra-espinhoso pode impedir
uma abdução superior a 90º.
E X E R C Í C I O
Um jogador de ténis queixa-se de dor no ombro ao tentar servir ou
quando tenta apanhar uma bola acima da cabeça (abdução
extrema). Qual o músculo da coifa dos rotadores provavelmente
lesado? Qual a causa da dor?
Vários dos músculos que actuam no braço podem ser ob-
servados com facilidade num indivíduo (figura 10.22). O gran-
de peitoral forma parte da região anterior e superior do tronco e
os deltóides são proeminentes nos ombros. O deltóide é um lo-
cal comum de administração de injecções.
Trapézio
Clavícula
Acrómio
Esterno-cleido-mastoideu
Grande peitoral
Grande dentadoBicípete
braquial
Deltóide
Deltóide
Bicípete
braquial
Esterno-cleido-mastoideu
Grande peitoral
Grande dentado
Trapézio
Infra-espinhoso
Deltóide
Pequeno redondo
Grande redondo
Grande dorsal
Tricípete braquial
Trapézio
Infra-espinhoso
Deltóide
Pequeno redondo
Grande redondo
Grande dorsal
Tricípete braquial
(a)
(b)
(c)
Figura 10.22 Ombro
(a) Anatomia da superfície anterior do ombro. (b) Fotografia que mostra uma dissecção anterior do ombro. (c) Anatomiada superfície posterior do ombro. (d)
Fotografia que mostra uma dissecção posterior do ombro.
(d)
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 353
Movimentos do Antebraço
A anatomia de superfície dos músculos do braço está visível na
figura 10.22. O tricípete constitui a principal massa visível na
face posterior do braço (ver a figura 10.26). O bicípete braquial
vê-se bem na face anterior. O braquial anterior está mais pro-
fundo que o bicípete e só se revela como uma massa nas porções
interna e externa do braço. O longo supinador forma uma protu-
berância na face anterolateral do antebraço, logo a seguir ao co-
tovelo. Se o cotovelo for vigorosamente flectido numa posição
de semipronação (a meio caminho entre a pronação e a supi-
nação), o longo supinador vê-se claramente no antebraço.
Flexão e Extensão do Antebraço
A extensão do braço é realizada pelo tricípete braquial e pelo
ancónio; a flexão é feita pelo braquial anterior, bicípete bra-
quial e longo supinador (quadro 10.15; ver a figura 10.23).
Supinação e Pronação
A supinação do antebraço é feita pelo curto supinador e pelo
bicípete braquial (ver as figuras 10.23b e 10.24c e d). A pronação
é função do quadrado pronador e do redondo pronador (fi-
gura 10.24, a e c).
18. Quais são os sete músculos que fixam o úmero à omopla-
ta? Quais os dois músculos que ligam directamente o
úmero ao tronco?
19. Cite os músculos que formam a coifa dos rotadores e
descreva o seu funcionamento.
20. Que músculos fazem a extensão e flexão do braço? E a
abdução e adução? Qual o músculo envolvido na abdução
do braço até aos 90º? E acima dos 90º, quais são os
músculos envolvidos? Que músculos fazem a rotação do
braço?
21. Enumere os músculos que fazem a flexão e a extensão do
antebraço. Onde se localizam estes músculos?
22. Quais os músculos que produzem a supinação e pronação
do antebraço? Onde se localizam estes músculos?
E X E R C Í C I O
Explique a diferença entre fazer elevações com os antebraços em
supinação vs. em pronação. Que músculo ou músculos são usados
em cada caso? Qual é a situação mais fácil? Porquê?
Músculos que Actuam Sobre o Antebraço (ver as figuras 10.23 e 10.24)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.15
Braço
Bicípete braquial
Braquial anterior
Tricípete braquial
Antebraço
Ancónio
Longo supinador
Quadrado pronador
Redondo pronador
Curto supinador
Longa porção - tubérculo
supraglenoideu;
Curta porção - apófise
coracoideia
Úmero
Porção longa - bordo lateral
da omoplata;
Porção lateral (vasto externo)
- superfícies lateral e
posterior do úmero;
Porção medial (vasto interno)
- úmero posterior
Epicôndilo externo do úmero
Crista supracondiliana
externa do úmero
Cúbito distal
Epicôndilo do úmero e
apófise coronoideia do
cúbito
Epitróclea do úmero e cúbito
Tuberosidade radial
Apófise coronoideia do
cúbito
Apófise olecraniana no
cúbito
Apófise olecraniana e cúbito
posterior
Apófise estiloideia do rádio
Rádio distal
Rádio
Rádio
Músculocutâneo
Musculocutâneo e radial
Radial
Radial
Radial
Anterior
Mediano
Radial
Flexão e supinação do
antebraço; flexão do
braço
Flexão do antebraço
Extensão do antebraço;
extensão e abdução
do braço
Extensão do antebraço
Flexão do antebraço
Pronação dos interósseos
no antebraço
Pronação do antebraço
Supinação do antebraço
Parte 2 Suporte e Movimento354
(a)
(b)
(c)
Deltóide
Bicípete braquial
Longa porção
Tricípete braquial
Porção lateral
Longo supinador
Braquial anterior
Aponevrose do bicípete braquial
Cúbito
Epitróclea do úmero
Porção medial
Longa porção
Tendão do grande dorsal (seccionado)
Grande redondo
Coracobraquial
Grande dentado (seccionado)
Braquial anterior
Tricípete braquial
Bicípete braquial
Redondo pronador
Tendão do bicípete
Rádio
Curta porção
Longa porção
Figura 10.23 Músculos do Braço
(a) Vista lateral do ombro e braço direitos. (b) Vista anterior (profunda) do ombro e braço direitos. O deltóide, grande peitoral e pequeno peitoral foram ressecados
a fim de revelar as estruturas mais profundas. (c) Fotografia dos músculos do braço.
Espinha da omoplata
Longa
porção
Porção
lateral
Tricípete
braquial
Ancónio
Acrómio
Clavícula
Deltóide
Grande peitoral
Bicípete braquial
(longa porção)
Braquial anterior
Longo supinador
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 355
Epitróclea
do úmero
Grande
palmar
Pequeno
palmar
Cúbito
Aponevrose
palmar
Rádio
Redondo
pronador
Cubital
anterior
Flexor
comum
superficial
dos dedos
Longo supinador
Flexor
comum
profundo
dos dedos
Epitróclea
do úmero
Cúbito
Lombricóides
Epicôndilo
do úmero
Rádio
Curto
supinador
Longo
flexor
do polegar
Quadrado
pronador
Cubital
posterior
(seccionado)
Epitróclea
do úmero
Ancónio
Extensor
próprio do
dedo mínimo
(seccionado)
Extensor próprio
do indicador
Tendões
seccionados
do extensor
dos dedos
Extensor
comum
dos dedos
(seccionado
e rebatido)
Curto
supinador
Longo radial
ou primeiro
radial externo
Curto radial
ou segundo
radial externo
Longo abdutor
do polegar
Longo extensor
do polegar
Curto extensor
do polegar
(a)
(b)
(c)
(d)
Extensor comum
dos dedos
Cubital posterior
Tendões
do extensor
comum dos
dedos
Longo supinador
Longo radial ou primeiro
radial externo
Curto radial ou segundo
radial externo
Longo abdutor do polegar
Curto extensor do polegar
Longo extensor do polegar
Extensor do ligamento anular
do carpo
Tendão do extensor do indicador
Tendão do longo extensor
do polegar
Primeiro interósseo dorsal
Tendão
do extensor
próprio do
dedo mínimo
Figura 10.24 Músculos do Antebraço
(a) Vista anterior (superficial) do antebraço direito. Foi ressecado o longo supinador. (b) Vista anterior do antebraço direito (mais profunda que em a). Foram
ressecados o redondo pronador, o cubital anterior e o grande e pequeno palmares. (c) Vista anterior do antebraço direito (mais profunda do que em a e b). Foram
ressecados o longo supinador, redondo pronador, grande palmar e cubital anterior, pequeno palmar e o flexor comum superficial dos dedos. (d) Músculos
profundos e posteriores do antebraço direito. O extensor comum dos dedos, extensor próprio do dedo mínimo e cubital posterior foram seccionados para revelar os
músculos mais profundos. (e) Fotografia que revela a dissecção do antebraço posterior direito e mão.
(e)
Parte 2 Suporte e Movimento356
Movimentos do Punho, Mão e Dedos da Mão
Os músculos do antebraço podem dividir-se nos grupos ante-
rior e posterior (quadro 10.16; ver a figura 10.24). A maior parte
dos músculos anteriores do antebraço é responsável pela flexão
do punho e dos dedos da mão. A maior parte dos músculos pos-
teriores do antebraço faz a extensão do punho e dedos.
Músculos Extrínsecos da Mão
Os músculos extrínsecos da mão têm origem no antebraço, mas
têm tendões que se inserem na mão. Uma banda forte de tecido
conjuntivo fibroso cobre os tendões flexores (ligamento anular
anterior do carpo) e extensores (ligamento anular posterior do
Músculos do Antebraço que Actuam Sobre o Punho, Mão e Dedos da Mão (ver a figura 10.24)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.16
Antebraço Anterior
Grande palmar
Cubital anterior
Flexor comum profundo
dos dedos
Flexor comum superficial
dos dedos
Longo flexor do polegar
Pequeno palmar
Antebraço Posterior
Longo abdutor do polegar
Curto radial (2º radial
externo)
Longo radial (1º radial
externo)
Cubital posterior
Extensor próprio do dedo
mínimo
Extensor comum dos dedos
Extensor próprio do
indicador
Curto extensor dopolegar
Longo extensor do polegar
Epitróclea
Epitróclea do úmero e cúbito
Cúbito
Epitróclea do úmero, apófise
coronoideia e rádio
Rádio
Epitróclea
Cúbito e rádio posteriores e
membrana interóssea
Epicôndilo lateral do úmero
Crista supracondiliana
externa do úmero
Epicôndilo externo do úmero
Epicôndilo externo do úmero
Epicôndilo externo do úmero
Cúbito
Rádio
Cúbito
Primeiro e segundo
metacarpos
Pisiforme
Falanges distais dos dedos
segundo a quinto
Falanges medianas dos
dedos segundo a quinto
Falange distal do polegar
Fascia palmar
Base do primeiro metacarpo
Base do terceiro metacarpo
Base do segundo metacarpo
Base do quinto metacarpo
Falanges do quinto dedo
Bases das falanges dos
dedos segundo a quinto
Segundo dedo
Falange proximal do polegar
Falange distal do polegar
Mediano
Cubital
Cubital e mediano
Mediano
Mediano
Mediano
Radial
Radial
Radial
Radial
Radial
Radial
Radial
Radial
Radial
Flexão e abdução do
punho
Flexão e adução do
punho
Flexão dos dedos e
punho
Flexão dos dedos e
punho
Flexão do polegar e
punho
Tensão da fascia palmar;
flexão do punho
Abdução e extensão do
polegar; abdução do
punho
Extensão e abdução do
punho
Extensão e abdução do
punho
Extensão e adução do
punho
Extensão do dedo
mínimo e punho
Extensão dos dedos e
punho
Extensão do indicador e
punho
Extensão e abdução do
polegar; abdução do
punho
Extensão do polegar
carpo) e segura-os no seu lugar em torno do punho, de modo a
não se “enlaçarem” durante a contracção muscular (ver a figura
10.24e).
Dois dos principais músculos anteriores, o grande palmar
e o cubital anterior, fazem a flexão do punho; três músculos
posteriores, o longo radial ou 1º radial externo, o curto radial
ou 2º radial externo e o cubital posterior, fazem a extensão do
punho. Os flexores e extensores do punho são visíveis nas super-
fícies anterior e posterior do antebraço. O tendão do grande
palmar é um importante ponto de referência, porque o pulso da
artéria radial se pode sentir logo para fora do tendão (ver a figu-
ra 10.24a).
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 357
A flexão dos quatro dedos internos (2º a 5º) é função do
flexor comum superficial dos dedos e do flexor comum pro-
fundo dos dedos. A extensão é feita pelo extensor comum dos
dedos. Os tendões deste músculo são muito visíveis no dorso da
mão (ver a figura 10.26b). O dedo mínimo tem um extensor
suplementar, o extensor próprio do dedo mínimo. O indica-
dor tem também um extensor suplementar, o extensor próprio
do indicador. 
O movimento do polegar é executado, em parte, pelo lon-
go abdutor do polegar, pelo longo extensor do polegar e pelo
curto extensor do polegar. Estes tendões formam os lados de
uma depressão na face posterolateral do punho, a chamada
“tabaqueira anatómica” (ver a figura 10.26b). Quando se usava
o rapé, colocava-se uma pitada na tabaqueira anatómica, ina-
lando-a depois pelo nariz.
Músculos Intrínsecos da Mão
Os músculos intrínsecos da mão estão inteiramente na mão
(quadro 10.17 e figura 10.25). A abdução dos dedos é efectuada
pelos interósseos dorsais e pelo abdutor do dedo mínimo,
enquanto que a adução é uma função dos interósseos pal-
mares.
Músculos Intrínsecos da Mão (ver a figura 10.25)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.17
Músculos Palmares Médios
Interósseos
Dorsais
Palmares
Lombricóides
Músculos Thenares
Curto abdutor do polegar
Adutor do polegar
Curto flexor do polegar
Oponente do polegar
Músculos Hipothenares
Abdutor do dedo mínimo
Curto flexor do dedo
mínimo
Oponente do dedo mínimo
Faces laterais dos ossos
metacárpicos
Segundo, quarto e quinto
metacárpicos
Tendões do flexor profundo
dos dedos
Ligamento anular anterior do
carpo, trapézio e escafóide
Terceiro metacárpico,
segundo metacárpico,
trapezóide e grande osso
Ligamento anular anterior do
carpo e primeiro
metacárpico
Trapezóide e ligamento
anular anterior do carpo
Pisiforme
Unciforme
Unciforme e ligamento
anular anterior do carpo
Falanges proximais do
segundo, terceiro e
quarto dedos
Segundo, quarto e quinto
dedos
Segundo, terceiro, quarto e
quinto dedos
Falange proximal do polegar
Falange proximal do polegar
Falange proximal do polegar
Primeiro metacárpico
Base do quinto dedo
Falanges médias e distais do
quinto dedo
Quinto metacárpico
Cubital
Cubital
Os dois do lado radial -
mediano; os dois do lado
cubital - cubital
Mediano
Cubital
Mediano e cubital
Mediano
Cubital
Cubital
Cubital
Abdução do segundo,
terceiro e quarto
dedos
Adução do segundo,
quarto e quinto dedos
Flexão das falanges
proximais e extensão
das falanges média e
distal
Abdução do polegar
Adução do polegar
Flexão do polegar
Oponência do polegar
Abdução e flexão do
dedo mínimo
Flexão do dedo mínimo
Oponência do dedo
mínimo
Cotovelo do Tenista
A contracção vigorosa e repetida dos músculos extensores do antebra-
ço, como se pode verificar ao segurar uma raquete de ténis durante um
jogo, pode produzir uma inflamação e dor na origem dos músculos
extensores ao nível do epicôndilo do úmero. Esta situação é frequente-
mente conhecida como “cotovelo do tenista”, porque pode resultar de
jogar ténis. Contudo, pode resultar de uma actividade que implique um
movimento semelhante, como limpar a neve ou a maioria dos trabalhos
de “bricolage” ou de jardinagem.
Parte 2 Suporte e Movimento358
Figura 10.25 Mão
Superfície palmar da mão direita. Foi seccionado o curto abdutor do polegar. 
Ligamento anular
anterior do carpo
Abdutor do dedo mínimo
Curto flexor do dedo mínimo
Oponente do dedo mínimo
Oponente do dedo mínimo
Tendões dos flexores
dos dedos (seccionados)
L Lombricóides
TF Tendões do flexor
 comum superficial
 dos dedos
Curto abdutor do
polegar (seccionado
rebatido)
Oponente do polegar
Curto flexor do polegar
Adutor do polegar
Primeiro interósseo dorsal
Interósseos palmares
Eminência
thenar
L L L L
TFTF TFTF
Eminência
hipothenar
Falanges
Ligamento anular anterior do carpo
Oponente do polegar
Primeiro interósseo dorsal
Interósseos dorsais
Interósseos palmares
Metacárpicos
(a)
(b)
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 359
Movimentos da Coxa
Diversos músculos da coxa têm a sua origem na anca e inserem-se
no fémur (quadro 10.18 e figuras 10.27 a 10.29). Estes músculos
podem dividir-se em três grupos: anterior, posterolateral e pro-
fundo.
Os músculos anteriores, ilíaco e grande psoas, fazem a
flexão da coxa. Como estes músculos partilham uma inserção
comum e produzem o mesmo movimento, são muitas vezes de-
signados por psoas ilíaco. Quando a coxa está fixada, o psoas
ilíaco faz a flexão do tronco sobre a coxa. Por exemplo, é o psoas
ilíaco que desempenha a maior parte do trabalho quando uma
pessoa passa do decúbito dorsal para a posição de sentado.
Os músculos posterolaterais que movimentam a coxa são
os glúteos (músculos da anca, ditos iliofemorais) e o tensor da
fascia lata. O grande glúteo contribui com a maior parte da
massa muscular que aos nossos olhos constitui as nádegas; o
pequeno e o médio glúteo, lugar habitual de injecções, criam
uma massa mais pequena logo acima e ao lado do grande glúteo.
Este funciona na sua máxima força para a extensão da coxa quan-
do a anca está flectida num ângulo de 45º de modo a permitir
um estiramento óptimo do músculo. Esta informação é tida em
conta pelos velocistas na posição de partida e pelos ciclistas de
competição na sua postura.
Os músculos profundos da anca funcionam como rotadores
externos da coxa (ver o quadro 10.18). O médio e pequeno glúteos
ajudam a inclinara pelve na marcha.
(a)
Figura 10.26 Anatomia de Superfície, Músculos do Membro Superior
(a) Vista anterior. (b) Vista lateral e posterior.
(b)
O curto flexor do polegar, o curto abdutor do polegar e o
oponente do polegar formam uma proeminência carnuda na base
do polegar chamada eminência thenar (ver as figuras 10.25 e 10.26a).
O abdutor do dedo mínimo, o curto flexor do dedo mínimo e o
oponente do dedo mínimo constituem a eminência hipothenar
no lado cubital da mão. Os músculos thenares e hipothenares estão
implicados no controle dos movimentos do polegar e dedo mínimo.
23. Descreva os grupos musculares que fazem a flexão e
extensão do punho.
24. Compare a localização e acções dos músculos extrínsecos
e intrínsecos da mão. O que é o ligamento anular do
carpo? Qual a localização e acção dos músculos das
eminências thenar e a hipothenar?
25. Descreva os músculos que movem o polegar. Quais os
músculos cujos tendões formam a tabaqueira anatómica?
Músculos do Membro Inferior
Objectivos
■ Descrever os movimentos da coxa e listar os músculos
envolvidos em cada movimento.
■ Descrever os movimentos da perna e listar os músculos
envolvidos em cada movimento.
■ Referir os músculos de cada compartimento da perna e
descrever a sua acção.
■ Descrever e indicar a função dos músculos extrínsecos e
intrínsecos do pé.
Bicípete braquial
Flexores
do antebraço
Tendão do
pequeno palmar
Tendão do
grande palmar
Eminência
hipothenar
Deltóide
Tricípete braquial
(porção lateral)
Longo supinador
Extensores
do antebraço
Eminência
thenar
Bicípete braquial
Extensores
radiais do carpo
(curto e longo
radial)
Tabaqueira
anatómica
Tendões
do extensor
dos dedos
Deltóide
Tricípete braquial
(porção lateral)
Braquial anterior
Cubital posterior
Extensor comum
dos dedos
Parte 2 Suporte e Movimento360
Músculos que Movimentam a Coxa (ver a figura 10.27)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.18
Anteriores
Psoas ilíaco
Ilíaco
Grande psoas
Posteriores e Laterais
Grande glúteo
Médio glúteo
Pequeno glúteo
Tensor da fascia lata
Rotadores Profundos da
Coxa
Gémeos pélvicos
Inferior
Superior
Obturadores
Externo
Interno
Piriforme
Quadrado crural
Fossa ilíaca
T12 - L5
Ílio, sacro e cóccix
Ílio
Ílio
Espinha ilíaca antero-
superior
Tuberosidade isquiática
Espinha ciática
Margem inferior do buraco
obturado
Margem do buraco obturado
Sacro e ilíaco
Tuberosidade isquiática
Pequeno trocânter do fémur
e cápsula da articulação
da anca
Pequeno trocânter do fémur
Linha áspera ou crista do
grande glúteo do fémur e
fascia lata
Grande trocânter do fémur
Grande trocânter do fémur
Através do tracto iliotibial
para o côndilo externo da
tíbia
Tendão obturador interno
Tendão obturador interno
Grande trocânter do fémur
Grande trocânter do fémur
Grande trocânter do fémur
Crista intertrocantérica do
fémur
Plexo lombar
Plexo lombar
Glúteo inferior
Glúteo superior
Glúteo superior
Glúteo superior
L5 e S1
L5 e S1
Obturador
Ramos do plexo sagrado
Ramos do plexo sagrado
Ramos do plexo sagrado
Flexão e rotação interna
da coxa
Flexão da coxa
Extensão, abdução e
rotação externa da
coxa
Abdução e rotação
interna da coxa;
abaixamento lateral
da pelve
Abdução e rotação
interna da coxa;
abaixamento lateral
da pelve
Tensão da fascia lata;
flexão, abdução e
rotação interna da
coxa; abaixamento
lateral da pelve
Rotação externa e
abdução da coxa
Rotação externa e
abdução da coxa
Rotação externa da coxa
Rotação externa e
abdução da coxa
Rotação externa e
abdução da coxa
Rotação externa da coxa
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 361
Figura 10.27 Músculos Posteriores da Anca
(a) Vista posterior superficial da anca direita. (b) Vista posterior profunda da anca direita. Os grande e médio glúteos foram removidos, de modo a evidenciar os
músculos mais profundos. O piriforme (também conhecido por piramidal da bacia) foi seccionado.
Crista ilíaca
Inserção proximal
do médio glúteo
Pequeno glúteo
Piriforme
(seccionado)
Obturador interno
Obturador externo
Quadrado crural
Espinha ilíaca
póstero-superior
Inserção proximal
do grande glúteo
Sacro
Gémeo pélvico
superior
Cóccix
Gémeo pélvico
inferior
Tuberosidade
isquiática
Médio glúteo
Grande glúteo
(a) (b)
Figura 10.28 Músculos Anteriores da Coxa
(a) Vista anterior da coxa direita. (b) Região adutora da coxa direita. Foram removidos o tensor da fascia lata, o costureiro e o quadricípete crural.
Espinha ilíaca
ântero-superior
Tensor da fascia
lata (feixes para a
aponevrose femural
ou fascia lata)
Fita ílio-tibial
ou de Maissiat
Pequeno psoas
Ilíaco
Grande psoas
Pectíneo
Longo adutor
Recto interno
Costureiro
Recto anterior
Vasto externo
Patela
Ligamento rotuliano
Vasto interno
Crural (atrás dos
vastos e não visível
na figura)
Psoas ilíaco
Quadricípete
Perónio
Tíbia
Inserção do recto interno na tíbia
Pectíneo
Recto interno
Curto adutor
Longo adutor
Grande adutor
Adutores
(a) (b)
Parte 2 Suporte e Movimento362
Além dos músculos da anca, alguns dos músculos que mo-
vimentam a coxa têm origem na anca (quadros 10.19 e 10.20).
Há três grupos de músculos, com base na sua localização na coxa:
o anterior, que faz a flexão; o posterior, que faz a extensão; e o
interno, que faz a adução da coxa.
Ilíaco
Grande psoas
Pectíneo
Longo adutor
Recto interno
Costureiro
Recto anterior
Vasto interno
Tensor da
fascia lata
Psoas ilíaco
Vasto externo
Quadricípete
Figura 10.29 Músculos Posteriores da Coxa Direita
Foram removidos os músculos da anca.
Figura 10.28 (continuação)
(c) Fotografia dos músculos da coxa.
Perónio
Tuberosidade isquiática
Semitendinoso
Bicípete crural
Semimembranoso
Tíbia
Isquiotibiais
(c)
Resumo das Acções dos Músculos na Anca e na Coxa
Rotação Rotação
Flexão Extensão Abdução Adução Interna Externa
Quadro 10.19
Psoas ilíaco
Tensor da fascia
lata
Recto anterior
Costureiro
Longo adutor
Curto adutor
Pectíneo
Grande glúteo
Semitendinoso
Semimembranoso
Bicípete crural
Grande adutor
Grande glúteo
Médio glúteo
Pequeno glúteo
Tensor da fascia lata
Obturador interno
Gémeos pélvicos
superior e inferior
Piriforme
Grande adutor
Longo adutor
Curto adutor
Pectíneo
Recto interno
Tensor da fascia lata
Médio glúteo
Pequeno glúteo
Grande glúteo
Obturador interno
Obturador externo
Gémeo pélvico
superior
Gémeo pélvico
inferior
Quadrado crural
Piriforme
Grande adutor
Longo adutor
Curto adutor
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 363
Músculos da Coxa (ver as figuras 10.28 e 10.29)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.20
Compartimento Anterior
Quadricípete crural
Costureiro
Compartimento Interno
Curto adutor
Longo adutor
Grande adutor
Recto interno
Pectíneo
Compartimento Posterior
Bicípete crural
Semimembranoso
Semitendinoso
Recto anterior - espinha
ilíaca antero-inferior;
vasto externo - fémur;
crural - fémur; vasto
interno - linha áspera
Espinha ilíaca ântero-
-superior
Púbis
Púbis
Púbis e ísquion
Púbis junto da sínfise
Crista púbica
Longa porção - tuberosidade
isquiática; curta porção -
fémur
Tuberosidade isquiática
Tuberosidade isquiática
Rótula, e daí para a
tuberosidade tibial
através do ligamento
rotuliano
Face interna da tuberosidade
isquiática
Fémur
Fémur
Fémur
Tíbia
Linha pectínea do fémur
Cabeça do perónio
Tuberosidade interna da tíbia
e ligamento colateralTíbia
Femoral
Femoral
Obturador
Obturador
Obturador e tibial
Obturador
Femoral e obturador
Longa porção - tibial; curta
porção - peronial comum
Tibial
Tibial
Extensão da perna: o recto
anterior também flecte
a coxa
Flexão da coxa e da perna:
rotação interna da
perna e externa da
coxa
Adução, flexão e rotação
externa da coxa
Adução, flexão e rotação
externa da coxa
Adução, extensão e
rotação externa da
coxa
Adução da coxa; flexão da
perna
Adução e flexão da coxa
Flexão e rotação externa
da perna; extensão da
coxa
Flexão e rotação interna
da perna; tensão da
cápsula articular do
joelho; extensão da
coxa
Flexão e rotação interna
da perna; extensão da
coxa
Movimentos da Perna
Os músculos anteriores da coxa são o quadricípete crural e o
costureiro (sartorius) (quadro 10.20 e figura 10.28a). O qua-
dricípete crural, ou femoral, consiste de facto em quatro múscu-
los: o recto anterior, o vasto externo, o vasto interno e o crural.
O grupo de músculos do quadricípete faz a extensão do joelho.
O recto anterior também flecte a anca porque cruza as articu-
lações da anca e do joelho. O vasto externo é por vezes utilizado
como local de injecções, especialmente nas crianças que podem
não ter os deltóides ou os glúteos bem desenvolvidos. Os mús-
culos do quadricípete crural têm uma inserção comum por um
tendão que tem o mesmo nome do músculo, na base e nos bor-
dos laterais da rótula. O ligamento rotuliano é uma extensão do
referido tendão do quadricípete crural em direcção à tuberosi-
dade tibial. O ligamento rotuliano é o ponto em que se bate com
um martelo de borracha para testar o reflexo chamado preci-
samente rotuliano durante o exame objectivo.
O costureiro é o músculo mais comprido do corpo huma-
no, cruzando do lado externo da anca para o interno do joelho.
Quando se contrai, faz a flexão da coxa e da perna e a rotação
externa da coxa. Este movimento é o necessário para cruzar a
perna.
O grupo interno dos músculos da coxa está envolvido prin-
cipalmente na adução da coxa (figura 10.28b e c). Alguns destes
músculos também fazem a rotação externa da coxa e/ou a flexão
e extensão da anca. O recto interno também faz a flexão do joe-
lho.
Os músculos posteriores da coxa designam-se colectiva-
mente por isquiotibiais e são o bicípete crural, o semimem-
branoso e o semitendinoso (ver o quadro 10.20 e a figura 10.29).
Os seus tendões podem facilmente ser observados e palpados
nas porções interna e externa da face posterior de um joelho li-
geiramente flectido (ver a figura 10.31).
Sartorius – o Músculo dos Costureiros
O termo sartorius (costureiro) significa alfaiate. O costureiro chama-se
assim porque a sua acção faz cruzar as pernas, posição tradicional
preferida pelos alfaiates por lhes permitir segurar a obra no colo ao
coser à mão.
Parte 2 Suporte e Movimento364
Movimentos do Tornozelo, Pé e Dedos do Pé
Os músculos da perna que movem o tornozelo e o pé estão descri-
tos no quadro 10.21 e ilustrados nas figuras 10.30 e 10.31. Estes
músculos extrínsecos do pé podem dividir-se em três grupos, cada
um deles localizado em compartimentos separados na perna (figu-
ra 10.32): anterior, posterior e externo. Os músculos anteriores da
perna são músculos extensores que estão implicados na flexão e
eversão ou inversão do pé e na extensão dos seus dedos.
Músculos da Perna que Actuam Sobre a Perna, Tornozelo e Pé (ver as figuras 10.30 e 10.32)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.21
Compartimento Anterior
Extensor comum dos dedos
Extensor próprio do grande
dedo
Tibial anterior
Peronial anterior
Compartimento Posterior
Superficiais
Gémeos
Plantar delgado
Solhar
Profundos
Longo flexor comum dos
dedos
Longo flexor do grande
dedo
Popliteu
Tibial posterior
Compartimento Externo
Curto peronial lateral
(fibularis brevis)
Longo peronial lateral
(fibularis longus)
Tuberosidade externa da
tíbia e perónio
Perónio médio e membrana
interóssea
Tíbia e membrana interóssea
Perónio e membrana
interóssea
Côndilo interno e externo do
fémur
Fémur
Perónio e tíbia
Tíbia
Perónio
Côndilo femural externo
Tíbia, membrana interóssea
e perónio
Perónio
Perónio
Quatro tendões para as
falanges dos quatro
últimos dedos
Falange distal do grande
dedo
2º ou meso cuneiforme e
primeiro metatársico
Quinto metatársico
Através do tendão de Aquiles
para o calcâneo
Através do tendão de Aquiles
para o calcâneo
Através do tendão de Aquiles
para o calcâneo
Quatro tendões para as
falanges distais dos
quatro últimos dedos do
pé
Falange distal do grande
dedo
Tíbia posterior
Navicular, cuneiformes,
cubóide e segundo a
quarto metatársicos
Quinto metatársico
2º ou meso cuneiforme e
primeiro metatársico
Ciático popliteu externo
Ciático popliteu externo
Ciático popliteu externo
Ciático popliteu externo
Tibial
Tibial
Tibial
Tibial
Tibial
Tibial
Tibial
Peronial superficial
Peronial superficial
Extensão dos quatro
últimos dedos;
dorsiflexão e eversão
do pé
Extensão do dedo grande;
flexão e inversão do pé
Dorsiflexão e inversão do
pé
Dorsiflexão e eversão do
pé
Extensão do pé; flexão da
perna
Extensão do pé; flexão da
perna
Extensão do pé
Flexão dos quatro últimos
dedos; extensão e
inversão do pé
Flexão do dedo grande;
extensão e inversão do
pé
Flexão e rotação interna
da perna
Extensão e inversão do pé
Eversão e extensão do pé
Eversão e extensão do pé
Os isquiotibiais
Em Inglês, os isquiotibiais (flexores da perna) são designados em
linguagem corrente pelo termo “hamstrings” (literalmente “cordões do
presunto”), porque são usados para suspender os presuntos durante o
processo de secagem. Alguns animais, como os lobos, vencem as suas
presas mordendo-as neste local (jarrete). O repuxamento dos
isquiotibiais resulta da rotura de um ou mais destes músculos ou dos
seus tendões, habitualmente perto origem do músculo.
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 365
Gémeos
Solhar
Solhar
Longo peronial
lateral
Tibial anterior
Extensor comum
dos dedos 
Extensor próprio
do dedo grande
Peronial anterior
Músculos do
compartimento
anterior Músculos do
compartimento
anterior
Músculos do
compartimento
posterior
profundo
Tibial anterior
Extensor comum
dos dedos
Peronial anterior
Gémeos
Solhar
Longo
peronial lateral
(seccionado)
Curto peronial
lateral
Tendão do longo
peronial lateral
(seccionado)
Músculo do
compartimento
lateral
Músculos
do compartimento
posterior superficial
Tíbia
Perónio
Longo flexor comum
dos dedos
Tibial posterior
Longo flexor próprio
do dedo grande
Tíbia
Popliteu
Tendão de Aquiles
Maléolo externo
Tendão
do gémeos
(seccionado)
Maléolo interno
Inserções superiores
dos gémeos interno
e externo
Plantar delgado
Solhar
Figura 10.30 Músculos da Perna
(a) Vista anterior da perna direita. (b) Vista lateral da perna direita. (c) Vista posterior superficial da perna direita. Os gémeos foram removidos. (d) Vista posterior
profunda da perna direita. Foram ressecados os gémeos, plantar delgado e solhar.
(b)(a)
(c) (d)
Parte 2 Suporte e Movimento366
Gémeos
Solhar
Tibial anterior
Extensor comum
dos dedos
Curto extensor
dos dedos
Tendões do extensor
comum dos dedos
Longo peronial lateral
Curto peronial lateral
Tendão do longo
peronial lateral
Tendão do curto peronial
lateral
(e)
Figura 10.30 (continuação)
(e) Fotografia dos músculos da perna.
Costureiro
Adutores
Vasto interno
(quadricípete)
Tensor da
fascia lata
Recto anterior
(quadricípete)
Vasto externo
(quadricípete)
Médio glúteo
Grande glúteo
Vasto externo
(quadricípete)Tendão
do bicípete crural
Tendões do
semitendinoso e do
semimembranoso
Gémeos
Solhar
Tendão de Aquiles
Figura 10.31 Anatomia de Superfície, Músculos do Membro Inferior
(a) Vista anterior. (b) Vista posterior.
(a) (b)
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 367
Os músculos superficiais do compartimento posterior, os
gémeos e o solhar, formam a “barriga” da perna (ver as figuras
10.30 e 10.31). Juntam-se com o plantar delgado para formar
um tendão comum, o tendão de Aquiles (ver a figura 10.30c).
Estes músculos estão implicados na extensão do pé. Os múscu-
los profundos do compartimento posterior fazem a extensão e a
inversão do pé e a flexão dos dedos.
Os músculos externos são primariamente eversores do pé,
mas também ajudam na extensão.
Os músculos intrínsecos do pé, localizados no próprio pé
(quadro 10.22 e figura 10.33) fazem a flexão, extensão, abdução
e adução dos dedos. Dispõem-se de maneira semelhante aos mús-
culos intrínsecos da mão.
26. Indique o músculo anterior da coxa responsável pela
flexão da coxa? Quais os músculos que actuam em
sinergia com ele?
27. Descreva os movimentos produzidos pelos músculos
glúteos.
28. Indique quais são os compartimentos musculares da coxa
e quais os movimentos produzidos pelos músculos de
cada compartimento. Indique quais os músculos de cada
compartimento e a função de cada músculo.
29. Como é que é possível que os músculos da coxa mobilizem
a coxa e a perna? Indique no mínimo quatro músculos que
o possam fazer.
30. Quais os movimentos produzidos pelos músculos dos três
compartimentos musculares da perna? Indique os múscu-
los de cada compartimento e descreva os movimentos
pelos quais cada músculo é responsável.
31. Que movimento os peroniais têm em comum? E os tibiais?
32. Indique quais os músculos da perna que fazem a flexão do
joelho. Quais deles flectem também o pé?
33. Descreva as principais acções executadas pelos músculos
intrínsecos do pé.
Compartimento externo
 Flexão do pé
 Eversão do pé
Anterior
Compartimento anterior
 Flexão do pé
 Inversão do pé
 Eversão do pé
 Extensão dos dedos do pé
Tíbia
Nervos
e vasos
sanguíneos
Posterior
Perónio
Compartimento
posterior profundo
Compartimento
posterior
Compartimento
posterior superficial
Extensão do pé
Inversão do pé
Flexão dos dedos do pé
Extensão do pé
Flexão da perna
Figura 10.32 Secção Horizontal da Perna Direita
Desenho dos compartimentos musculares.
Shinsplints
O termo inglês shinsplints é um termo genérico que traduz qualquer
uma das quatro situações seguintes, associadas a dor na porção
anterior da perna (canela).
1. Tensão excessiva do tibial posterior, produzindo dor ao longo da
origem do músculo.
2. Periosteíte tibial, ou inflamação do periósteo da tíbia.
3. Síndroma do compartimento anterior. Durante o exercício intenso, os
músculos do compartimento anterior podem ficar ingurgitados com
sangue. A fascia envolvente é muito dura e não se pode expandir,
pelo que os nervos e vasos são comprimidos, causando dor.
4. Fractura de stresse da tíbia, 2 a 5 cm distalmente ao joelho.
O melhor tratamento para qualquer destas situações é o repouso da
perna por uma a quatro semanas, consoante o tipo da lesão.
Tendão de Aquiles
O nome tendão de Aquiles deriva do de um herói da mitologia grega.
Quando Aquiles era bebé, foi mergulhado em água mágica, que o
tornou invulnerável em toda a parte da pele que fosse tocada pela água.
Mas a mãe segurou-o pelo tornozelo e esqueceu-se de mergulhar essa
parte do corpo na água. Por isso o tornozelo era vulnerável e provou ser
o seu ponto fraco; foi atingido aí por uma seta durante a guerra de Tróia
e morreu. Assim, quando se diz que alguém tem o seu calcanhar de
Aquiles, significa que tem um ponto fraco onde pode ser atingido.
Parte 2 Suporte e Movimento368
Músculos Intrínsecos do Pé (ver a figura 10.33)
Músculos Inserção de Origem Inserção Terminal Nervo Acção
Quadro 10.21
Abdutor do 5º dedo
Abdutor do dedo grande
Adutor do dedo grande
(sem ilustração)
Curto extensor dos dedos
(sem ilustração)
Curto flexor do 5º dedo
Curto flexor comum dos
dedos
Curto flexor do dedo
grande
Interósseos dorsais
(sem ilustração)
Interósseos plantares
(sem ilustração)
Lombricóides
(sem ilustração)
Quadrado de Sylvius ou
acessório do longo flexor
comum dos dedos
(sem ilustração)
Calcâneo
Calcâneo
Quatro metatársicos
externos
Calcâneo
Quinto metatársico
Calcâneo e fascia plantar
Cubóide; 2º (meso) e 3º
(ecto) cuneiformes
Ossos metatársicos
Terceiro, quarto e quinto
metatársicos
Tendões do longo flexor
comum dos dedos
Calcâneo
Falange proximal do quinto
dedo
Dedo grande
Falange proximal do dedo
grande
Quatro tendões fundidos
com os tendões do longo
extensor dos dedos
Falange proximal do quinto
dedo
Quatro tendões para as
falanges médias dos
quatro dedos laterais
Dois tendões para as
falanges proximais do
dedo grande
Falanges proximais do
segundo, terceiro, quarto
e quinto dedos
Falanges proximais do
segundo, terceiro, quarto
e quinto dedos
Segundo a quinto dedos
Tendões do longo flexor
comum dos dedos
Plantar externo
Plantar interno
Plantar externo
Tibial profundo
Plantar externo
Plantar interno
Plantares externo e interno
Plantar externo
Plantar externo
Plantares externo e interno
Plantar externo
Abdução e flexão do dedo
mínimo
Abdução do dedo grande
Adução do dedo grande
Extensão dos dedos
Flexão do 5º dedo (falange
proximal)
Flexão do segundo,
terceiro, quarto e
quinto dedos
Flexão do dedo grande
Abdução do segundo,
terceiro e quarto
dedos; adução do
segundo dedo
Adução do terceiro, quarto
e quinto dedos
Flexão das falanges
proximais e extensão
das médias e distais
Flexão dos dedos
Curto flexor do dedo grande
Curto flexor comum dos dedos
Abdutor do dedo grande
Tendão do longo
flexor do dedo grande
Aponevrose plantar
(seccionada)
Lombricóides
Adutor do dedo grande
Curto flexor do 5º dedo
Interósseos plantares
Abdutor do 5º dedo
Tendão do longo
flexor do dedo
grande (seccionado)
Tendão do curto flexor
comum dos dedos
(seccionado)
Tendões do longo flexor
comum dos dedos
Tendões do curto flexor
comum dos dedos
(seccionados)
Curto flexor do
dedo grande
Quadrado de Sylvius
Figura 10.33 Músculos do Pé
Superfície plantar do pé direito. 
369Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral
Perspectiva Clínica Culturismo
O culturismo tornou-se num desporto po-
pular em todo o mundo. Os participantes
deste desporto combinam a dieta e treino
específico de pesos para desenvolver ao
máximo a massa muscular e ao mínimo a
gordura, tendo como objectivo principal
conseguir um físico bem equilibrado e com-
pleto. Um culturista mal informado e mal
treinado pode desenvolver alguns múscu-
los e ignorar outros, sendo o resultado um
corpo desproporcionado. É necessário pe-
rícia, treino e concentração para construir
um corpo muscularmente bem proporciona-
do e para saber que exercícios exercitam um
grande número de músculos e quais são
especializados para desenvolver determina-
das partes do corpo. Estará correcta a ideia
antiga de que ”sem sofrimento, não se con-
segue nada”? De facto, não. O excesso de
exercício pode causar pequenas roturas
musculares, causando dor. Os músculos
com estiramentos ou roturas (“entorses”)
tornam-se mais fracos e podem levar até
três semanas para reparar a lesão, embora
a dor possa durar apenas 5 a 10 dias.
Os culturistas concentram-se em aumen-
tar a massa muscular esquelética. Estudos
de resistência realizados há vários anos de-
monstraram que a capacidade cardiovascular
e respiratória dos culturistas era similar à das
pessoas normais saudáveis sem treino
desportivo.No entanto, estudos mais re-
centes revelaram que a capacidade cardiorres-
piratória dos culturistas era similar à de outros
atletas bem treinados. A diferença de resulta-
dos entre os novos estudos e os mais antigos é
atribuída às novas técnicas de culturismo que
incluem exercícios aeróbicos e corrida, bem
como “dar no ferro”.
O culturismo tem a sua linguagem própria.
Os culturistas falam dos “lats”, “traps” e “delts”
em vez de grande dorsal (latissimus dorsi)
trapézio e deltóide. Os exercícios também
têm nomes especiais como “agachamentos“
e “extensões tricipitais”.
As fotografias dos culturistas são de
grande ajuda no estudo da anatomia, pois
permitem identificar com facilidade a ana-
tomia de superfície dos músculos que não
se observam com facilidade em pessoas não
treinadas (figura A).
Figura A Culturistas
Os movimentos corporais resultam da contracção dos músculos
esqueléticos.
Generalidades (p. 324)
1. A extremidade menos móvel de um músculo é a inserção proximal
ou origem; a mais móvel é a inserção distal ou inserção terminal.
2. Agonistas são músculos que actuam em conjunto para produzir
movimento (diz-se que actuam em sinergia). Os antagonistas
opõem-se ou revertem o movimento de outro músculo.
3. Os principais responsáveis por um movimento designam-se por
músculos principais. Os fixadores estabilizam a acção dos anteriores.
Formas dos Músculos
A forma dos músculos é determinada primariamente pelo arranjo dos
feixes musculares.
Nomenclatura
Os músculos designam-se de acordo com a sua forma, origem, inserção
terminal, localização, tamanho, orientação dos feixes ou função.
R E S U M O
Movimentos Efectuados Pelos Músculos
A contracção dos músculos gera uma força que actua sobre os ossos
(alavancas), cruzando articulações (fulcros), de forma a criar movimento.
Há três classes de alavancas.
Anatomia Muscular
Músculos da Cabeça (p. 329)
Músculos da Cabeça e Pescoço
As origens destes músculos situam-se principalmente nas vértebras
cervicais (excepto no caso do esterno-cleido-mastoideu); as inserções são
no occipital ou na apófise mastoideia. Fazem a flexão, extensão, rotação,
abdução e adução da cabeça.
Expressão Facial
As origens dos músculos faciais são nos ossos do crânio ou nas fascias; as
terminações são na pele, provocando os movimentos da pele da face, dos
lábios e das pálpebras.
Parte 2 Suporte e Movimento370
Mastigação
Três pares de músculos fecham a mandíbula, mas é a gravidade que a
abre. A abertura forçada é efectuada pelos músculos pterigoideus
externos e pelos músculos hioideus.
Movimentos da Língua
Os músculos intrínsecos da língua alteram a sua forma; os músculos
extrínsecos da língua movem-na.
Deglutição e Laringe
1. Os músculos hioideus podem baixar a mandíbula e auxiliar a
deglutição.
2. Estes músculos abrem e encerram as aberturas para a cavidade nasal,
trompas de Eustáquio e laringe.
Movimentos do Globo Ocular
Seis músculos com origem nos ossos que constituem a órbita inserem-se
no globo ocular, fazendo-o mover dentro dela.
Músculos do Tronco (p. 342)
Músculos que Movem a Coluna Vertebral
1. Estes músculos fazem a extensão, abdução, rotação e flexão da
coluna vertebral.
2. Um grupo profundo de músculos insere-se nas vértebras que lhe
estão contíguas.
3. Um grupo de músculos mais superficial vai da pelve ao crânio,
estendendo-se das vértebras às costelas.
Músculos do Tórax
1. A maior parte do movimento respiratório é efectuada pelo diafrag-
ma.
2. Os músculos inseridos nas costelas ajudam na respiração.
Parede Abdominal
Os músculos da parede abdominal seguram e protegem os órgãos
abdominais e fazem a flexão, rotação e flexão lateral da coluna vertebral.
Pavimento Pélvico e Períneo
Estes músculos suportam inferiormente os órgãos abdominais.
Músculos do Membro Superior (p. 348)
Movimentos da Cintura Escapular
Há seis músculos que fixam a omoplata ao tronco, capacitando-a para
funcionar como ponto de ancoragem para os músculos e ossos do braço.
Movimentos do Braço
Sete músculos ligam o úmero à omoplata. Outros dois músculos ligam o
úmero ao tronco. Estes músculos fazem a flexão, extensão, abdução,
adução, rotação e circundução do braço.
Movimentos do Antebraço
1. A flexão e extensão do antebraço são efectuadas por três músculos
que se localizam no braço e dois no antebraço.
2. A supinação e pronação são realizadas essencialmente por músculos
do antebraço.
Movimentos do Punho, Mão e Dedos da Mão
1. Os músculos do antebraço com origem na epitróclea são responsá-
veis pela flexão do punho e dedos da mão. Os músculos que fazem a
extensão do punho e dedos têm origem no epicôndilo.
2. Os músculos extrínsecos da mão localizam-se no antebraço. Os
músculos intrínsecos da mão localizam-se na mão.
Músculos do Membro Inferior (p. 359)
Movimentos da Coxa
1. Os músculos pélvicos anteriores fazem a flexão da coxa.
2. Os músculos das nádegas são responsáveis pela extensão, abdução e
rotação da coxa.
3. A coxa pode dividir-se em três compartimentos.
• Os músculos do compartimento interno fazem a adução da coxa.
• Os músculos do compartimento anterior flectem a coxa.
• Os músculos do compartimento posterior fazem a extensão da
coxa.
Movimentos da Perna
Alguns músculos da coxa actuam também sobre a perna. Os músculos
anteriores da coxa fazem a extensão da perna e os posteriores causam a
sua flexão.
Movimentos do Tornozelo, Pé e Dedos do Pé
1. A perna pode dividir-se em três compartimentos.
• Os músculos do compartimento anterior fazem a flexão, inversão
ou eversão do pé e a extensão dos dedos.
• Os músculos do compartimento externo fazem a extensão e
eversão do pé.
• Os músculos do compartimento posterior fazem a flexão da perna,
extensão e inversão do pé e flexão dos dedos do pé.
2. Os músculos intrínsecos do pé fazem a flexão ou extensão e a
abdução ou adução dos dedos.
R E V I S Ã O D E C O N T E Ú D O S
1. Os músculos que se opõem um ao outro são
a. sinergistas.
b. alavancas.
c. abomináveis.
d. antagonistas.
e. fixadores
2. A ligação mais móvel de um músculo é a
a. inserção proximal ou origem.
b. inserção distal ou inserção terminal.
c. fáscia.
d. fulcro.
e. corpo ou ventre.
3. Qual destes músculos está correctamente relacionado com o tipo de
orientação dos fascículos?
a. grande peitoral – penado
b. transverso do abdómen – circular
c. temporal – convergente
d. bicípete crural – paralelo
e. orbicular dos lábios – paralelo
4. O músculo cujo nome indica que é o maior e redondo é o
a. grande glúteo.
b. vasto externo.
c. grande redondo.
d. grande dentado.
e. grande adutor.
5. Num sistema de alavancas de classe III
a. o fulcro localiza-se entre a força e o peso.
b. o peso localiza-se entre o fulcro e a força.
c. a força localiza-se entre o fulcro e o peso.
6. Um músculo externo e proeminente do pescoço que pode provocar
flexão do pescoço ou rodar a cabeça é o
a. digástrico.
b. milo-hioideu.
c. esterno-cleido-mastoideu.
d. bucinador.
e. subcutâneo do pescoço.
Capítulo 10 Sistema Muscular: Anatomia Geral 371
7. O Anastácio Lobo acabou de vir buscar a namorada para a noite. Ela
trazia um estonteante vestido novo. O Anastácio manifestou a sua
apreciação movendo as sobrancelhas para cima e para baixo,
pestanejando, sorrindo e, finalmente, beijando-a. Dada a seguinte
lista de músculos:
1. zigomático
2. levantador do lábio superior
3. occipitofrontal
4. orbicular dos lábios
5. orbicular das pálpebras
Por que ordem o Anastácio os usou?
a. 2,3,4,1
b. 2,5,3,1
c. 2,5,4,3
d. 3,5,1,4
e. 3,5,2,4
8. Um artista de circo voador que, ao saltar, se agarra apenas com os
dentes tem que ter fortes os músculos
a. temporais.
b. masséteres.
c. bucinadores.
d. a e b.
e. todos estes.
9. A língua enrola-se e dobra, principalmente, pela acção dos
a. músculos extrínsecos da língua.
b. músculos intrínsecosda língua.
10. Os músculos infra-hioideus
a. elevam a mandíbula.
b. movem a mandíbula de um lado para outro.
c. fixam (impedem o movimento de) o osso hióide.
d. a e b.
e. todos estes.
11. Os músculos do palato mole
a. evitam a entrada dos alimentos na cavidade nasal.
b. encerram a trompa de Eustáquio.
c. forçam os alimentos a entrar no esófago.
d. evitam a entrada dos alimentos na laringe.
e. elevam a laringe.
12. Qual destes movimentos não é causado pela contracção dos
músculos erectores da coluna?
a. flexão da coluna vertebral
b. flexão lateral da coluna vertebral
c. extensão da coluna vertebral
d. rotação da coluna vertebral
13. Qual (quais) destes músculos é (são) responsável(eis) pela flexão da
coluna vertebral (abaixo do pescoço)?
a. músculos profundos do dorso
b. músculos superficiais do dorso (erectores da coluna)
c. grandes rectos do abdómen
d. a e b
e. todos estes
14. Qual destes músculos não está envolvido na inspiração?
a. diafragma
b. intercostais externos
c. escaleno
d. triangular do esterno
15. Dados os seguintes músculos
1. grande oblíquo do abdómen
2. pequeno oblíquo do abdómen
3. transverso do abdómen
Escolher o arranjo que os dispõe do mais superficial para o mais
profundo.
a. 1,2,3
b. 1,3,2
c. 2,1,3
d. 2,3,1
e. 3,1,2
16. As intersecções tendinosas
a. ligam os rectos do abdómen ao apêndice xifoideu.
b. dividem os rectos do abdómen em segmentos.
c. separam a parede abdominal da coxa.
d. são o local de saída de vasos sanguíneos, do abdómen para a coxa.
e. são ponto de ligação para todos os músculos abdominais.
17. Qual destes músculos tanto pode elevar a omoplata como baixá-la?
a. grande e pequeno rombóide
b. levantador da omoplata
c. grande dentado
d. trapézio
e. pequeno peitoral
18. Quais destes músculos não fazem a adução do braço (úmero)?
a. grande dentado
b. deltóide
c. grande redondo
d. pequeno peitoral
e. coracobraquial
19. Qual destes músculos faz a abdução do braço (úmero)?
a. supra-espinhoso
b. infra-espinhoso
c. pequeno redondo
d. grande redondo
e. infra-escapular
20. Qual destes músculos esperaria que estivesse bem desenvolvido num
boxeur conhecido pelo seu poderoso golpe seco (atacar a direito)
a. bicípete braquial
b. braquial anterior
c. trapézio
d. tricípete braquial
e. curto supinador
21. Qual destes músculos é antagonista do tricípete braquial?
a. bicípete braquial
b. ancónio
c. grande dorsal
d. longo supinador
e. curto supinador
22. O grupo posterior dos músculos do antebraço é responsável pela
a. flexão do punho
b. flexão dos dedos da mão
c. extensão dos dedos da mão
d. a e b
e. todas elas
23. Quais destes são músculos intrínsecos da mão que movem o
polegar?
a. os da eminência thenar
b. os da eminência hipothenar
c. o longo flexor do polegar
d. o longo extensor do polegar
e. todos eles
24. Qual destes músculos pode fazer a extensão da anca?
a. grande glúteo
b. médio glúteo
c. pequeno glúteo
d. tensor da fascia lata
e. costureiro
Parte 2 Suporte e Movimento372
25. Dados os seguintes músculos
1. psoas ilíaco
2. recto anterior
3. costureiro
Quais actuam sobre a coxa?
a. 1
b. 1,2
c. 1,3
d. 2,3
e. 1,2,3
26. Qual destes músculos se encontra no compartimento interno da
coxa?
a. recto anterior
b. costureiro
c. recto interno
d. vasto interno
e. semitendinoso
27. Qual destes não é um músculo que possa flectir o joelho?
a. bicípete crural
b. vasto interno
c. gémeos
d. recto interno
e. costureiro
28. Os músculos ____________________ fazem a eversão do pé,
enquanto que os __________________ fazem a inversão.
a. peroniais, gémeos
b. peroniais, tibiais
c. tibiais, peroniais
d. tibiais, flexores
e. flexores, extensores
29. Qual destes músculos faz a extensão do pé?
a. tibial anterior
b. longo extensor comum dos dedos
c. peronial anterior
d. solhar
e. costureiro
Respostas no Apêndice F
Q U E S T Õ E S C O N C E P T U A I S
1. Para cada um dos seguintes músculos, (1) descreva o movimento
por ele efectuado, e (2) indique os músculos que actuam como
agonistas e como antagonistas: grande recto anterior da cabeça,
massa comum dos músculos das goteiras vertebrais (sacro-ilio-
lombares), coracobraquial.
2. Proponha um exercício que possa beneficiar especificamente cada
um dos seguintes músculos: bicípete braquial, tricípete braquial,
deltóide, grande recto do abdómen, quadricípete crural e gémeos.
3. Considere apenas o efeito do longo supinador para as questões
seguintes. Se estiver um peso preso à mão e o antebraço flectido, qual o
tipo de alavanca em acção? E se o peso estiver colocado no antebraço?
Qual o sistema que pode levantar mais peso, e mais longe?
4. Um doente esteve envolvido num acidente em que o carro foi
“apanhado por trás”, resultando um traumatismo em chicote da
cabeça (hiperextensão). Que músculos do pescoço poderiam ser
lesados neste tipo de acidente? Qual a maneira mais fácil de evitar
esta lesão num acidente de automóvel?
5. Durante uma intervenção cirúrgica foi cortado por acidente um
ramo do nervo facial do doente, de um dos lados. Em consequência
disso, após a operação verificou-se a queda da pálpebra inferior e do
canto da boca do doente, desse lado. Que músculos foram aparente-
mente afectados?
6. Quando uma pessoa fica inconsciente, os músculos da língua
relaxam-se e há uma tendência da língua a retrair-se ou cair para
trás, obstruindo a via aérea. Qual o músculo da língua responsável?
Como pode a situação ser prevenida ou revertida?
7. O suporte mecânico da cabeça do úmero na cavidade glenoideia é
mais fraco na sua parte inferior. Que músculos ajudam a evitar a
subluxação do ombro quando se transporta uma carga pesada, como
uma mala?
8. Se o quadricípete crural do membro inferior esquerdo estiver
paralisado, de que forma é afectada a capacidade de andar da
vítima?
9. O Roque Rapidinho arrancou para uma corrida de 200 metros e caiu
no chão cheio de dores. O exame da perna direita revelou os
seguintes sintomas: incapacidade de fazer a extensão do pé contra
resistência, eversão normal, flexão com maior força que a normal e
tumefacção anormal dos músculos da barriga da perna. Explique a
natureza da lesão.
10. Quais os músculos necessários para virar uma página?
Respostas no Apêndice G
1. O encurtamento do esterno-cleido-mastoideu direito roda a cabeça
para a esquerda e também eleva ligeiramente o queixo.
2. Levantar as pálpebras – occipitofrontal; pestanejar – orbicular das
pálpebras e depois levantador da pálpebra superior; assobiar –
orbicular dos lábios e bucinador; sorrir – canino, risorius de
Santorini, grande e pequeno zigomáticos; franzir a testa – levantador
da pálpebra e piramidal do nariz; apertar as narinas – levantador do
lábio superior e da asa do nariz e nasal.
3. A diminuição de força do recto externo permite o desvio do olho
para dentro.
4. A dor num dos quatro músculos da coifa dos rotadores, associada à
abdução, envolve o supra-espinhoso. A dor resulta da fricção do
tendão do supra-espinhoso contra o acrómio, na abdução do braço.
R E S P O S T A S A O S E X E R C Í C I O S
5. Dois músculos do braço estão envolvidos na flexão do antebraço –
o braquial anterior e o bicípete braquial. O braquial anterior faz
apenas a flexão, enquanto que o bicípete braquial faz a flexão e a
supinação do antebraço. Com os antebraços em supinação, ambos
os músculos conseguem fazer a flexão óptima do antebraço; em
pronação, o bicípete braquial intervém menos na flexão do
antebraço. Por isso são mais fáceis as elevações com os antebraços
em supinação, visto que nesta posição ambos os músculos fazem a
flexão óptima do antebraço. Os culturistas que desejam desenvolver
o bicípete braquial fazem elevações com os antebraços em
pronação.

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