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Trabalho sobre Guarda Compartilhada

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Prévia do material em texto

“A responsabilidade dos pais consiste principalmente em dar oportunidade ao 
desenvolvimento dos filhos, consiste principalmente em ajudá-los na construção da 
própria liberdade. Trata-se de uma inversão total, portanto, da ideia antiga de 
maximamente patriarcal de pátrio poder. Aqui, a compreensão baseada no 
conhecimento racional da natureza dos integrantes de uma família quer dizer que não 
há mais fundamento na pratica da coisificação familiar”.1 
 
 
 
 
“Entende-se por guarda compartilhada a responsabilidade conjunta e o exercício de 
direitos e deveres, por ambos os pais, com relação ao poder familiar dos filhos 
comuns”2 
 
 
 
 
“A guarda compartilhada é o ideal a ser buscado no exercício do Poder Familiar 
entre pais separados, mesmo que demandem deles reestruturações, concessões e 
adequações diversas, para que seus filhos possam usufruir, durante sua formação, do 
ideal psicológico de duplo referencial.” Ainda, “A custódia física conjunta é o ideal a ser 
buscado na fixação da guarda compartilhada, porque sua implementação quebra a 
monoparentalidade na criação dos filhos, fato corriqueiro na guarda unilateral, que é 
substituída pela implementação de condições propícias à continuidade da existência de 
fontes bifrontais de exercício do Poder Familiar.” E conclui a Ementa: “A guarda 
compartilhada deve ser tida como regra, e a custódia física conjunta – sempre que 
possível – como sua efetiva expressão.”3 
 
 
1 HIRONAKA, Giselda. 
2 IBDFAM, Professor Waldyr Grisard Filho, Presidente do Instituto. 
3 STJ [REsp 1.251.000-MG (2011/0084897-5)] 
Para Plácido e Silva4 o conceito que define “GUARDA” está na indicativa de que, seja 
de direito ou dever, compete aos pais ou a um dos cônjuges, de ter sua companhia ou 
de protegê-los nas mais diversas circunstâncias indicadas na lei cível. 
Silvana Maria Carbonera5 define guarda como: “Um instituto jurídico através do qual 
se atribui a uma pessoa, o guardião, um complexo de direitos e deveres a serem 
exercidos com o objetivo de proteger e prover as necessidades de desenvolvimento de 
outro que necessite colocada sob sua responsabilidade em virtude de lei ou decisão 
judicial”. 
SURGIMENTO: 
Diante das constantes mudanças ocorridas na sociedade brasileira, principalmente no 
tocante ao interior da família, surgiu a necessidade de um novo tipo para um instituto 
que já existia, a “Guarda Compartilhada”. 
A busca por esse novo modelo de guarda se deu a fim de manter uma relação de 
desenvolvimento saudável afetivamente entre pais e filhos, uma maneira de melhor 
adequar a realidade das famílias, mas visando sempre o fim de melhor interesse da 
criança. 
O instituto da guarda no sistema jurídico brasileiro surgiu com o Código de 1916, 
depois apareceu no Código de Menores de 1927, passando pelo Código de menores 
de 1969, e sendo assegurado desde a CF/88 nossa lei maior até as normas 
infraconstitucionais mais recentes, como o Estatuto dos Direitos da Criança e 
Adolescente- ECA e a Lei Nº 13.058/2014. Todos esses dispositivos sejam eles de forma 
explicita ou implicitamente buscam fins claros para os quais se destinam que são: Toda 
criança e adolescente não pode ser privado de seu direito de liberdade da vida 
familiar ou comunitária, sem discriminação, assim entende-se que essa restrição 
implica o convívio com seus pais, que devem participar de forma equilibrada na vida 
de seus filhos. 
Esses princípios e normas jurídicas decorrem como dito anteriormente das mudanças 
histórica jurídica das famílias, e essas definições é uma das maneiras de nortear os 
arranjos familiares de guarda, no qual segundo Eliane Hoffmann6 “A guarda não pode 
e nem deve ser para um só fim, devendo ser para todos os efeitos legais, assim sendo 
para assistência médica, recreativa ou para fins previdenciários, somente ela não deve 
subsistir, sendo para fins maiores do que os listados anteriormente”. 
 
 
 
 
 
4 Plácido e Silva, Vocabulário Jurídico. 2ª ed. V 1-2, Rio de Janeiro. Forense.2000, p 365-366. 
5 CARBONERA, Silvana Maria. Guarda dos filhos e Família Constitucionalizada. Porto Alegre: Sergio 
Antônio Fabris. 2000, p. 47. 
6 HOFFMANN, Eliane Ivete Willrich. Novas Formas de Família e a Guarda Compartilhada. Brasília. Editora 
Kiron. 2014, p.134. 
EX: Decisão do TJRS em que negou a guarda por motivo de fins previdenciários. 
Apelação Cível Nº 70006403976. 
https://www.youtube.com/watch?v=z4mySGnx314 
Juíza do DF explica detalhadamente sobre Guarda Compartilhada 
Segundo a Juíza do TJDFT, Dra. Mágali Dellape7, é a participação tanto do pai quanto 
da mãe na criação e educação dos filhos, ambos têm os mesmos direitos e obrigações 
sobre aquela criança, atualmente não há opção de fazer essa escolha, pois, em nosso 
ordenamento jurídico hoje a guarda compartilhada é a regra legal. 
Podendo ela ser combinada entre as partes independente da justiça, caso não haja 
consenso entre as partes ela poderá ser determinada pela justiça, obviamente, sendo 
analisadas as exceções a regra, que podem por exemplos ser: 
- Um dos pais não quer a guarda do filho; 
-Se um dos genitores abusou da criança ou praticou maus tratos; 
-Se um dos pais não tem condições de ter a guarda por estar preso ou doente demais 
que impossibilite; 
Essas podem ser algumas exceções nas quais a guarda compartilhada poderá não ser 
aplicada como regra legal e passando a ser nesses casos aplicado a guarda unilateral, 
fora isso, a regra determina que seja aplicada a guarda compartilhada. 
Esse tipo de guarda evita dos filhos terem “Pais de finais de semana”, pois, assim não 
estariam acompanhando a vida escolar dos filhos, o dia a dia e as dificuldades que eles 
estão passando. Esse instituto traz o sentido de que embora o casal não tenha mais 
vínculos amorosos, que o sentido de compartilhamento da vida dos filhos seja 
mantido, posto isso, o objetivo do legislador foi fazer com que os filhos não sejam 
afetados pela dissolução do casal, e sim que dessa maneira possam desenvolver-se de 
forma saudável e mais feliz possível. 
Uma vez que os pais nessa nova modalidade do instituto da guarda tenham 
corresponsabilidades de direitos e deveres sobre os filhos e não a alternância de lares. 
O entendimento majoritário da doutrina é no sentido de que tenha um lar base, ou 
seja, uma residência fixa8, na qual os filhos saibam que ali é o ponto dela, e que a partir 
daí, os genitores compartilhem seu dia a dia, como se estivessem vivendo como 
casados, ou seja, se a mãe leva os filhos para a escola, o pai poderá busca-los, uma vez 
que a mãe assim como o pai também tem seus compromissos e responsabilidades, 
 
7 DELLAPE, Mágali. Juíza do TJDFT. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=z$mySGnx314 
8 DINIZ, Maria Helena: “E nada obsta a que se decida pela guarda compartilhada, forma de custódia em 
que, como ensina Maria Antonieta Mota, os filhos têm uma residência principal, mas os pais têm 
responsabilidades legais sobre eles, ambos os genitores, tendo o outro o direito de visitá-lo 
periodicamente, mas a responsabilidade legal sobre o filho e pela sua educação seria bilateral, ou seja, 
do pai e da mãe”. 
para que haja uma alternância em deveres e responsabilidades compartilhadas e não 
de lares. 
Embora haja muitas dúvidas quanto ao tema em questão, o legislador deixou claro que 
o compartilhamento da guarda não exonera um dos genitores do pagamento de 
alimentos, pois, os gastos seriam idênticos se de outra forma fosse. 
 
- MUDANÇAS HISTÓRICAS NO ENTENDIMENTO: 
1) Busca-se o bem dos filhos e não dos pais.2) Primeiramente: Quebra do paradigma patriarcal (Ainda estamos vivenciando 
um processo histórico e implementação da cultura da guarda compartilhada, e 
sua evolução depende da quebra de paradigmas da estrutura patriarcal. Ou 
seja, da forma como concebida, é um modelo velho, antiquado e não atende 
aos interesses das crianças, mas dos adultos. Por exemplo, em todas as 
negociações sobre o convívio dos filhos de pais separados, a mãe sempre diz: 
eu “deixo”, eu “permito” que você veja o filho... É o mesmo discurso machista 
do homem quando diz que “ajuda” nas tarefas do lar, subtendendo que esse é 
um trabalho da mulher, e não uma participação em condições de igualdade. A 
premissa está errada. O homem deve é compartilhar as tarefas domésticas, 
pois não se trata de ajuda. Assim como a mãe não tem que “deixar” o pai ver o 
filho, pois os direitos são iguais.9 
- Pais que criavam os filhos sem afeto. 
 
3) Quebra da monoparentalidade10 
“Filho da Mãe” (Maria Berenice Dias)11 
“Quem pariu que embale!”12 
 
4) Pátrio Poder X Poder Familiar (tudo deriva do Poder Familiar: assistência, 
educação e manutenção...) 
“O compartilhar da guarda dos filhos é o reflexo mais fiel do que se entende 
por poder familiar!”13 
 
 
 
9 CONJUR, Disponível em: https://www.conjur.com.br/2018-abr-22/processo-familiar-guarda-
compartilhada-filho-nao-ou-outro-ambos 
10 ANDRIGHI, Nancy. STJ [REsp 1.251.000-MG (2011/0084897-5)] 
11 DIAS, Maria Berenice, 2010. Disponível em 
http://www.mariaberenice.com.br/manager/arq/(cod2_602)2__filho_da_mae.pdf 
12 DIAS, Maria Berenice, 2012. Disponível em 
http://www.mariaberenice.com.br/manager/arq/(cod2_601)quem_pariu_que_embale2.pdf 
13http://www.mariaberenice.com.br/manager/arq/(cod2_603)1__guarda_compartilhada_uma_novidad
e_bemvinda.pdf 
5) Atualização de conceitos14: Poder-Dever / Guarda / Visita 
 
- As palavras GUARDA e VISITA estão sendo substituídas por Convivência 
(proposta do IBDFAM): Embora seja um simples vocábulo, ele traz consigo a 
força e o poder do significante, que é preciso mudar, tirar esse sentido de frieza 
que a palavra traduz. Objetivo: excluir o sentido de posse do filho (filho como 
objeto)15 
 
 
 
14 CONJUR, https://www.conjur.com.br/2018-abr-22/processo-familiar-guarda-compartilhada-filho-nao-
ou-outro-ambos 
15 Cf. meu Dicionário de Direito de Família e Sucessões – Ilustrado - Ed. Saraiva – verbete significante 
- BASES JURÍDICAS DA GUARDA COMPARTILHADA: 
 
“Certo é que a guarda compartilhada surgiu da necessidade de se encontrar uma 
maneira que fosse capaz de fazer com que pais, que não mais convivem, e seus filhos 
mantivessem os vínculos afetivos latentes, mesmo após o rompimento”16 
 
NA CONSTITUIÇÃO: 
 
Capítulo VII: Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso 
 
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os 
filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou 
enfermidade. 
 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.v 
 § 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos 
igualmente pelo homem e pela mulher. 
 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao 
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao 
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo 
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e 
opressão. 
 
Princípios Fundamentais: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
 
16 AKEL, Ana Carolina Silveira, Guarda Compartilhada. Editora Atlas, São Paulo, 2010.p 103. 
 I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição; 
 
- NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: 
 
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais 
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, 
assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a 
fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em 
condições de liberdade e de dignidade. 
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder 
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à 
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 
 
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio 
de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a 
convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento 
integral. 
 
“Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência material, moral e 
educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-
se a terceiros, inclusive os pais.” 
 
 
- LEIS ATUAIS: 
O Código Civil trata especialmente da “Da Proteção da Pessoa dos Filhos”, no capítulo 
XI, dos artigos 1.583 a 1.590. 
 
- ALTERAÇÕES DA LEI DESDE 2008: 
 Lei 11.698/08: Altera os artigos 1.583 e 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro 
de 2002 – Código Civil, para instituir e disciplinar a guarda compartilhada. 
 
Art. 1.583. No caso de dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal pela 
separação judicial por mútuo consentimento ou pelo divórcio direto consensual, 
observar-se-á o que os cônjuges acordarem sobre a guarda dos filhos. 
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. 
§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a 
alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a 
responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que 
não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. 
Art. 1.584. 
§ 1o Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da 
guarda compartilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos 
aos genitores e as sanções pelo descumprimento de suas 
cláusulas. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). 
A Lei de 2008 introduziu a possibilidade da guarda compartilhada, mas só quando fosse 
possível. “E nunca era possível, tinha-se sempre uma desculpa e uma interpretação 
de que não era bom para os filhos”17 
 
 Lei 13.058/14 alterou o art. 1583/CC: Altera os artigos. 1.583, 1.584, 1.585 e 
1.634 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), para 
estabelecer o significado da expressão “guarda compartilhada” e dispor sobre 
sua aplicação: 
 
§ 2o A guarda unilateral será atribuída ao genitor que revele melhores condições 
para exercê-la e, objetivamente, mais aptidão para propiciar aos filhos os seguintes 
fatores: (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). 
 
17 Disponível em: https://www.conjur.com.br/2018-abr-22/processo-familiar-guarda-compartilhada-
filho-nao-ou-outro-ambos 
§ 2o Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser 
dividido de forma equilibradacom a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as 
condições fáticas e os interesses dos filhos: (Redação dada pela Lei nº 
13.058, de 2014) 
§ 3o A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar 
os interesses dos filhos. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). 
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos 
será aquela que melhor atender aos interesses dos filhos. (Redação dada pela 
Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, será 
aplicada, sempre que possível, a guarda compartilhada. (Incluído pela Lei 
nº 11.698, de 2008). 
§ 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, 
encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a 
guarda compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja 
a guarda do menor. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência 
sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, 
poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe 
interdisciplinar. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). 
§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência 
sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, 
poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que 
deverá visar à divisão equilibrada do tempo com o pai e com a 
mãe. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de 
guarda, unilateral ou compartilhada, poderá implicar a redução de prerrogativas 
atribuídas ao seu detentor, inclusive quanto ao número de horas de convivência com o 
filho. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). 
§ 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de 
guarda unilateral ou compartilhada poderá implicar a redução de prerrogativas 
atribuídas ao seu detentor. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 6o Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar 
informações a qualquer dos genitores sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 
200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia pelo não atendimento da 
solicitação. (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014) 
 
- MUDANÇAS OBJETIVAS: 
1) Aspectos positivos da Guarda Compartilhada: 
- Direito que toda criança/adolescente tem de conviver com ambos os genitores. 
- Compreensão do princípio de igualdade entre homens e mulheres, em direitos e 
obrigações. 
- Direito dos filhos de constituírem uma identidade psíquica e social mais solida. 
- Os genitores decidem em conjunto o que é melhor para o filho. 
- Atenua o impacto negativo que a ruptura conjugal tem sobre o relacionamento entre 
pais e filhos. 
 2) Na prática: 
- Tempo de Convivência equilibrado18 entre pai e mãe (não confundir com guarda 
alternada) 
- Bom para os pais e bom para os filhos (a guarda compartilhada exclui alguns 
problemas que se dão na guarda unilateral) 
- Decisões sobre educação, vivência social, cultural e lazer da criança. 
- Pensão / Alimentos: Decorre do dever constitucional de assistência, criação e 
educação dos filhos menores de idade. A desunião dos pais põe termo aos deveres 
conjugais da coabitação, da fidelidade e do regime de bens, somente, não porém aos 
deveres decorrentes do exercício do poder familiar. (Binomio Necessidade X 
Possibilidade, art. 1703, CC)19 
- Possibilidade de revisão de Guarda e de Pensão (ECA, art. 35) 
- A criança será ouvida em casos excepcionais, quando há dificuldades e limitações 
na questão da convivência. 
- Se um dos pais não quiser como fica? 
Guarda Compartilhada como regra (mesmo em litígio) / capacidade 
adaptativa das crianças /entendimento de que a criança não tem culpa na 
separação.20 
 
18 Art. 1.583, “§2º, Código Civil Brasileiro. 
19 IBDFAM, Disponível em: 
http://www.ibdfam.org.br/noticias/5103/Entrevista%3A+guarda+compartilhada+e+obriga%C3%A7%C3
%A3o+alimentar 
20CONJUR, disponível em: https://www.conjur.com.br/2018-abr-22/processo-familiar-guarda-
compartilhada-filho-nao-ou-outro-ambos 
3) Motivos de resistência por parte dos genitores: 
- “O mito do amor materno”. 21 A mãe, de tão boa que é, pode até se tornar perigosa”. 
- Filhos usados como joguete para pensão e para vingança. 
- “no meu espaço mando eu, não quero ninguém interferindo” 
- “filhos não foram feitos para nós, mas para a vida. Logo irão voar do ninho” 
- “se enquanto casado(a) comigo não participava da educação dos filhos, não o será 
agora” 
 
 
- DIFERENÇAS E DIFICULDADES DA GUARDA UNILATERAL: 
- Os problemas e desvantagens reais da guarda unilateral (destruição do 
relacionamento e afastamento entre pais e filhos / falta de afetividade – machismo / 
dias certos de visita interrompe os planos das crianças) 
- Dados negativos referentes à guarda: Meninas engravidam mais cedo e têm 
maior índice de suicídio. Meninos com maior propensão a fugir de casa e usarem 
drogas. Meninos e Meninas, maior propensão em ser preso, ter problemas 
emocionais e de comportamento. 
 
 
21 BARDINTER, Elizabeth. O Mito do amor materno. 
- PERGUNTAS FREQUENTES22: 
 
- O que é Guarda Compartilhada? 
- Qual o principal problema para aplicação da guarda compartilhada? 
- Como proceder na separação? Quem pede a guarda? É preciso ir à Justiça? 
- Em caso de litígio, como será? 
- Hipóteses em que a guarda não poderá ser compartilhada? 
- A criança pode decidir com quem ficar? 
- A condição menos favorável, é motivo para não dar a guarda compartilhada? 
- Em caso de pais em cidades diferentes, pode-se aplicar a guarda 
compartilhada? 
- Se não tiver houver, pode-se solicitar a guarda alternada? Existe guarda 
alternada? 
- A guarda compartilhada exclui a necessidade de pensão? 
- Se a condição financeira de um dos pais é ruim (p.ex.: desempregado/a), pode 
ter a guarda compartilhada? 
- Se por motivo de trabalho, um dos pais tiver que se mudar, com quem fica a 
criança? 
- A justiça pode retirar a guarda compartilhada? Por quê? 
 
 
 
22 Disponível também em: http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/12/perguntas-e-respostas-sobre-
novas-regras-para-guarda-compartilhada.html 
 
- VIDEOS: 
 Entrevistas com Juíza do TJDFT, Dra. Mágali Dellape: 
https://www.youtube.com/watch?v=z4mySGnx314 
https://www.youtube.com/watch?v=ptM9c-zmM5w 
 
 Profissão Repórter: 
https://www.youtube.com/watch?v=JzxSAfkKmuA&feature=youtu.be 
https://www.youtube.com/watch?v=PUjLLFEIe4g 
 
 Entrevista com Advogado Adolfo Medeiros: 
https://www.youtube.com/watch?v=b7lkdsd0TS4 
 
 Artigos interessantes: 
 
- IBDFAM: 
http://www.ibdfam.org.br/noticias/5103/Entrevista%3A+guarda+compartilhada+e+obriga%C3
%A7%C3%A3o+alimentar 
 
- G1 passo a passo sobre alteração do Código Civil: 
http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/12/perguntas-e-respostas-sobre-novas-regras-para-
guarda-compartilhada.html 
 
- ConJur: Filho não é de um nem de outro: 
https://www.conjur.com.br/2018-abr-22/processo-familiar-guarda-compartilhada-filho-nao-
ou-outro-ambos 
 
- Âmbito Jurídico: 
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=16529&revista_caderno=14 
 
- Maria Berenice Dias: 
http://www.mariaberenice.com.br/artigos.php 
 
- JURISPRUDENCIAS: 
 
- JURISPRUDÊNCIA ANTES DE 2008: 
 
- Agravo de Instrumento n. 2005.011465-8, de Joinville. 
 
Relator: Des. Monteiro Rocha DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – GUARDA 
DOS FILHOS MENORES – MODIFICAÇÃO LIMINAR EM BENEFÍCIO DO GENITOR – 
INDEFERIMENTO – INCONFORMISMO – DESÍDIA E MAUS-TRATOS DA MÃE – 
ALEGAÇÕES AFASTADAS – SITUAÇÃO DE RISCO NÃO EVIDENCIADA – PRINCÍPIOS DA 
PROTEÇÃO INTEGRAL E DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA – GUARDA MANTIDA 
COM A MÃE – DECISUM MANTIDO – RECURSO IMPROVIDO. Face os princípios da 
proteção integral e do melhor interesse da criança, à alteração liminar da guarda de 
menor é imprescindível a ausência de condições da genitora para promover a proteção 
e o amparo de seus filhos menores. Vistos, relatados e discutidos estes autos de 
Agravo de Instrumento n. 2005.011465-8, da comarca de Joinville (Família e Órfãos), 
em que é agravante G. J. G., e agravada S. de S.: ACORDAM, em Segunda Câmara de 
Direito Civil, por votação unânime, negar provimento ao recurso. Custas legais. 
RELATÓRIO: G. J. G. interpôs Agravo de Instrumento contra decisão proferida nos 
autos da Ação de Guarda n. 038.04.003323-3, proposta pelo agravante contra S. de S., 
que indeferiu o pedido de tutela antecipada para que a guarda de seus dois filhos 
menores, que se encontram em poder da mãe, fosse deferida em seu benefício. 
Afirmou que a agravada, mãe dos menores, é desidiosa no trato com os filhos, não 
exercendo corretamente o seu papel de mãe. Sustentou que a agravada submete os 
filhos menores a constrangimentos e humilhações, além de agredir fisicamente e 
verbalmente os infantes. Postulou a concessão de efeito suspensivo ao recurso e no 
mérito o seu provimento, com a alteração da guarda de seus dois filhos menores em 
benefício do agravante. Foi negado o efeito suspensivo almejado (fls. 26/27). A 
agravada deixou transcorrer in albis o prazo para resposta. A douta Procuradoria-Geral 
de Justiça, em parecer do Exmo. Sr. Dr. Mário Gemin, manifestou-se pelo 
improvimento do recurso. (fls.33/35). É o relatório. 
 
- Apelação Cível n. 2006.043775-5, da Capital/Distrital do Norte da Ilha. 
 
Relator: Des. Fernando Carioni. APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE DIVÓRCIO CUMULADA 
COM GUARDA DOS FILHOS E ALIMENTOS – SEPARAÇÃO DECRETADA – GUARDA DOS 
FILHOS MENORES CONCEDIDA AO VARÃO – IRRESIGNAÇÃO – AUSÊNCIA DE 
COMPROVAÇÃO DA CONDUTA DESABONADORA DO PAI – VÍNCULO AFETIVO – 
INTERESSE A SER RESGUARDADO – PERMANÊNCIA DO EXERCÍCIO DA GUARDA – 
SENTENÇA MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO. A guarda dos filhos menores 
somente deve ser modificada consoante o interesse dos infantes e mediante 
comprovação, estreme de dúvidas, de fatos relevantes que desabonem a conduta do 
responsável. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível n. 
2006.043775-5, da comarca da Capital/Distrital do Norte da Ilha, em que é apelante 
Z.T. de S.L.W e apelado A.W.: 
ACORDAM, em Terceira Câmara de Direito Civil, por votação unânime, negar 
provimento ao recurso. 
 
- APÓS A LEI DA GUARDA COMPARTILHADA 
 
1- Agravo de Instrumento 
TJRS. Família. Direito de família. Guarda. Menor. Interesse. Prevalência. Genitores. 
Guarda compartilhada. Não deferimento. Caso concreto. Peculiaridade. Agravo de 
instrumento. Guarda. Guarda compartilhada. Descabimento. 
«Ante o forte clima de litigiosidade entra os genitores, o que já está estampado nos 
diversos recursos apreciados por este Colegiado, não se recomenda o deferimento da 
guarda compartilhada. Quanto à incidência da nova legislação (Lei 13.058/2014) , há 
que interpretá-la à luz dos princípios constitucionais superiores, em harmonia 
especialmente com o disposto no CF/88, art. 227, que consagra o princípio do melhor 
interesse da criança. NEGARAM PROVIMENTO. UNANIME.» 
2- RECURSO ESPECIAL 
“CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. 
FAMÍLIA. GUARDA COMPARTILHADA. CONSENSO. NECESSIDADE. ALTERNÂNCIA DE 
RESIDÊNCIA DO MENOR. POSSIBILIDADE. 1. A guarda compartilhada busca a plena 
proteção do melhor interesse dos filhos, pois reflete, com muito mais acuidade, a 
realidade da organização social atual que caminha para o fim das rígidas divisões de 
papéis sociais definidas pelo gênero dos pais. 2. A guarda compartilhada é o ideal a ser 
buscado no exercício do Poder Familiar entre pais separados, mesmo que demandem 
deles reestruturações, concessões e adequações diversas, para que seus filhos possam 
usufruir, durante sua formação, do ideal psicológico de duplo referencial. 3. Apesar de 
a separação ou do divórcio usualmente coincidirem com o ápice do distanciamento do 
antigo casal e com a maior evidenciação das diferenças existentes, o melhor interesse 
do menor, ainda assim, dita a aplicação da guarda compartilhada como regra, mesmo 
na hipótese de ausência de consenso. 4. A inviabilidade da guarda compartilhada, por 
ausência de consenso, faria prevalecer o exercício de uma potestade inexistente por 
um dos pais. E diz-se inexistente, porque contrária ao escopo do Poder Familiar que 
existe para a proteção da prole. 5. A imposição judicial das atribuições de cada um dos 
pais, e o período de convivência da criança sob guarda compartilhada, quando não 
houver consenso, é medida extrema, porém necessária à implementação dessa nova 
visão, para que não se faça do texto legal, letra morta. 6. A guarda compartilhada deve 
ser tida como regra, e a custódia física conjunta - sempre que possível - como sua 
efetiva expressão. 7. Recurso especial provido”. (STJ - REsp: 1428596 RS 
2013/0376172-9, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 
03/06/2014, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 25/06/2014) 
 
3- AGRAVO DE INSTRUMENTO DO TJ-RS 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA E ALIMENTOS. 
PEDIDO DE ALTERAÇÃO DA GUARDAUNILATERAL PARA A GUARDA COMPARTILHADA 
COM BASE NA LEI 13.058/2014. Na sociedade em que vivemos pai e mãe podem 
separar-se um do outro quando decidirem, mas devem serinseparáveis dos filhos, 
sendo dever do Judiciário assegurar que esta será a realidade. Fixar a guarda 
compartilhada é regulamentar que ambos os genitores são responsáveis em todos os 
sentidos por seus filhos, têm voz nas decisões e, portanto, participam ativamente das 
suas formações. Assim, e não havendo negativa expressada por um dos genitores ou 
nenhuma outra conduta que deva ser especialmente avaliada, a guarda é 
compartilhada. ALIMENTOS. Os alimentos são fixados de acordo com o binômio 
necessidade-possibilidade, não havendo situação excepcional nestes autos quanto às 
necessidades do menor de idade, tampouco superior possibilidade paterna, os 
alimentos são reduzidos para o percentual de 20% dos rendimentos que é 
normalmente adotado por esta Câmara para situações semelhantes. POR MAIORIA, 
DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO, VENCIDO O DES. LUIZ 
FELIPE BRASIL SANTOS, QUE NEGAVA PROVIMENTO AO RECURSO’. (Agravo de 
Instrumento Nº 70064596539, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: 
AlzirFelippeSchmitz, Julgado em 16/07/2015) 
 
4- APELAÇÃO CÍVEL 
“DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. AÇÃO DE GUARDA E RESPONSABILIDADE. FILHO COMUM. 
ESTUDO PSICOSSOCIAL. AMBOS OS PAIS POSSUEM CONDIÇÕES PARA EXERCER OS 
CUIDADOS DA PROLE. BOA CONVIVÊNCIA DOS GENITORES. SENTENÇA DE 
PROCEDÊNCIA QUE FIXA A GUARDA UNILATERAL PARA O PAI. APELAÇÃO DA MÃE. 
GARANTIA DE AMPLA CONVIVÊNCIA COM AMBOS OS NÚCLEOS FAMILIARES. RESPEITO 
À SITUAÇÃO VIVENCIADA. GUARDA COMPARTILHADA. CABIMENTO. REGRA. ART. 
1.584, § 2º, DO CÓDIGO CIVIL. PRECEDENTES DO STJ E DO TJDFT. SOLUÇÃO QUE 
MELHORATENDE AO INTERESSE DA CRIANÇA. SENTENÇA REFORMADA. 1. É cediço que 
o direito de guarda é conferido segundo o melhor interesse da criança e do 
adolescente. A orientação dada pela legislação, pela doutrina e pela jurisprudência 
releva a prevalência da proteção integral do menor. Portanto, tratando-se de 
investigação sobre quem deve exercer a guarda de um infante, impõe-se que o 
julgador perscrute, das provas contidas nos autos, a solução que melhor atende a essa 
norma, a fim de privilegiar a situação que mais favorece a criança ou ao adolescente. 2. 
O ordenamento jurídico pátrio estabelece que, quando não houver acordo entre os 
genitores sobre a guarda do filho, será aplicada, sempre que possível, a guarda 
compartilhada (CC art. 1.584, § 2º). 3. Na hipótese, segundo as conclusões do laudo 
psicossocial e o verificado após a perícia, a sentença de primeiro grau merece reforma 
a fim de que a guarda seja fixada de maneira compartilhada, levando-se em 
consideração que tal situação retrata a melhor solução para o desenvolvimento da 
criança, garantindo-lhe uma ampla convivência familiar com os genitores, sem olvidar 
que, além de corresponder às conclusões da equipe multidisciplinar que auxiliou o 
juízo, referenda a própria rotina estabelecida pelas partes em relação ao exercício do 
poder familiar sobre a menor. 4. Com efeito, ambos os genitores mostraram condições 
de exercerem o poder familiar, o compartilhamento praticamente já foi estabelecido 
na rotina vivenciada pela criança e, sendo assim, permitirá uma convivência assídua do 
menor com ambos os pais e os demais familiares, o que foi considerado benéfico ao 
seu desenvolvimento pelo estudo psicossocial. 5. Atento ao melhor interesse do 
menor em questão, considerando que os pais nutrem uma boa convivência e que 
acharam por bem estabelecer uma rotina adequada às necessidades da criança e às 
possibilidades deles, entendo que o ambiente encontrado impõe a guarda 
compartilhada, sem prejuízo de uma saudável regulamentação da maneira como esta 
se dará, inclusive em relação às férias escolares e às datas festivas. 6.RECURSO 
CONHECIDO E PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.”(TJ-DF - APC: 20100910068367 DF 
0006724-75.2010.8.07.0009, Relator: ALFEU MACHADO, Data de Julgamento: 
11/09/2014, 1ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 17/09/2014 . Pág.: 
111).

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