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O sistema urinário consiste em um par de rins; um par de ureteres, que se estendem dos rins até a bexiga urinária; e a
uretra, que se estende da bexiga até o exterior do corpo.
Os rins desempenham importante papel na homeostasia do corpo, conservando os líquidos e eletrólitos e
eliminando os produtos de degradação metabólicos.
À semelhança dos pulmões e do fígado, os rins recuperam as substâncias essenciais e, ao mesmo tempo, eliminam os
resíduos. Para manter a homeostasia, os rins conservam a água, os eletrólitos e certos metabólitos. Os rins são essenciais
na manutenção de um pH plasmático constante e na regulação do equilíbrio acidobásico. A manutenção desse pH ideal é
obtida pela excreção de íons hidrogênio quando os líquidos corporais se tornam excessivamente ácidos, ou pela excreção
de bicarbonatos quando os líquidos corporais se tornam muito básicos. Os rins também desempenham importante papel na
regulação e manutenção da composição e do volume do líquido extracelular. Os produtos de degradação metabólicos são
descarregados pelas células na circulação; em seguida, são removidos do sangue por filtração nos rins e, finalmente,
excretados na urina.
Os rins são órgãos altamente vascularizados; recebem aproximadamente 25% do débito cardíaco. Ambas as funções
excretora e homeostática dos rins iniciamse quando o sangue adentra o aparelho de filtração nos glomérulos. Inicialmente,
o plasma é separado das células e das grandes proteínas, resultando em um ultrafiltrado glomerular de sangue ou urina
primária, a qual é ainda modificada por reabsorção seletiva e secreção específica pelas células do rim. A urina final é
transportada pelos ureteres até a bexiga, onde é armazenada até ser eliminada através da uretra.
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A urina contém água e eletrólitos, bem como produtos de degradação de várias substâncias, tais como ureia, ácido
úrico e creatinina.
Os rins também funcionam como órgão endócrino.
As atividades endócrinas dos rins incluem:
Síntese e secreção do hormônio glicoproteico eritropoetina (EPO), que atua sobre a medula óssea e que regula a
formação dos eritrócitos em resposta a uma diminuição na concentração de oxigênio do sangue. A EPO é sintetizada
pelas células endoteliais dos capilares peritubulares no córtex renal e atua sobre receptores específicos expressos na
superfície das células progenitoras dos eritrócitos (ErP) na medula óssea. A forma recombinante da eritropoetina
(RhEPO) é usada para o tratamento da anemia em pacientes com doença renal terminal. É também usada no
tratamento da anemia que resulta da supressão da medula óssea que ocorre em pacientes com AIDS submetidos a
tratamento com agentes antirretrovirais, como a azidotimidina (AZT)
Síntese e secreção da protease ácida, a renina, uma enzima envolvida no controle da pressão arterial e no volume
sanguíneo. A renina é produzida pelas células justaglomerulares e cliva o angiotensinogênio circulante em angiotensina
I (ver páginas 717 e 718)
A hidroxilação da 25OH vitamina D3, um precursor esteroide produzido no fígado, em 1,25(OH)2 vitamina D3
hormonalmente ativa. Essa etapa é regulada principalmente pelo paratormônio (PTH), que estimula a atividade da
enzima 1αhidroxilase e aumenta a produção do hormônio ativo (Boxe 20.1).
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Os rins são órgãos pares grandes e avermelhados, em formato defeijão, localizados lateralmente à coluna vertebral, no
espaço retroperitoneal da cavidade posterior do abdome. Cada um deles estendese da 12a vértebra torácica até a 3a vértebra
lombar; o rim direito ocupa uma posição ligeiramente mais inferior. Cada rim mede aproximadamente 10 cm de
comprimento × 6,5 cm de largura (da borda côncava até a borda convexa) × 3 cm de espessura. No polo superior de cada
rim, inserida na fáscia renal e em uma camada protetora espessa de tecido adiposo perirrenal, encontrase uma glândula
suprarrenal. A borda medial do rim é côncava e contém uma fissura vertical profunda, denominada hilo, através do qual os
vasos e os nervos renais passam. Do hilo também emerge a pelve renal, que é a porção expandida em formato de funil do
ureter. Um corte realizado através do rim mostra a relação anatômica dessas estruturas, que se localizam imediatamente no
hilo do rim, em um espaço denominado seio renal (Figura 20.1). Embora não mostrado nessa ilustração, o espaço entre e
ao redor dessas estruturas é preenchido, em grande parte, com tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo.
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A superfície do rim é recoberta por uma cápsula de tecido conjuntivo. A cápsula consiste em duas camadas distintas: uma
camada externa composta de fibroblastos e fibras colágenas e uma camada interna que contém miofibroblastos (Figura
20.2). A contratilidade dos miofibroblastos pode ajudar na resistência do órgão às variações de volume e de pressão que
podem ocorrer durante as variações da função renal. No entanto, o papel específico desses miofibroblastos não é ainda
conhecido. A cápsula do rim penetra no hilo, no qual forma a cobertura de tecido conjuntivo do seio. A cápsula tornase
contínua com o tecido conjuntivo, formando as paredes dos cálices e da pelve renal (Figura 20.1).
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O exame a olho nu da face de corte de um rim fresco hemisseccionado mostra que ele é formado por duas regiões
distintas:
O córtex, a parte externa castanhoavermelhada
A medula, a parte interna de coloração muito clara.
A coloração observada na porção mais externa do corte do rim não fixado reflete a distribuição do sangue no órgão.
Aproximadamente 90 a 95% do sangue que passa pelos rins encontramse no córtex, enquanto apenas 5 a 10% estão na
medula.
O córtex caracterizase pela existência dos corpúsculos renais e seus túbulos associados.
O córtex consiste em corpúsculos renais, juntamente com os túbulos contorcidos e túbulos retos do néfron, túbulos
conectores, ductos coletores e um extenso suprimento vascular. O néfron é a unidade funcional básica do rim e será
descrito na seção a seguir. Os corpúsculos renais consistem em estruturas esféricas pouco visíveis a olho nu. Constituem o
segmento inicial do néfron e contêm uma rede singular de capilares, denominada glomérulo.
O exame de um corte feito através do córtex em ângulo perpendicular à superfície do rim revela uma série de estriações
verticais que parecem emanar da medula (Figura 20.1). Essas estriações são os raios medulares (de Ferrein). Seu nome
reflete a sua organização, visto que as estriações parecem irradiar da medula. Aproximadamente 400 a 500 raios medulares
projetamse dentro do córtex a partir da medula.
Cada raio medular consiste em uma agregação de túbulos retos e ductos coletores.
Cada raio medular contém túbulos retos dos néfrons e ductos coletores. As regiões entre os raios medulares contêm os
corpúsculos renais, os túbulos contorcidos dos néfrons e os túbulos conectores. Essas áreas são designadas como labirintos
corticais. Cada néfron e seu túbulo conector (que se liga a um ducto coletor no raio medular) formam o túbulo urinífero.
A medula caracterizase por túbulos retos, ductos coletores e uma rede especial de capilares, os vasos retos.
Os túbulos retos dos néfrons e os ductos coletores partem do córtex para dentro da medula. Ambos são acompanhados de
uma rede de capilares, os vasos retos, que seguem um percurso paralelo aos vários túbulos. Esses vasos representam a
parte vascular do sistema de troca por contracorrente que regula a concentração da urina.
Os túbulos na medula, em virtude de sua disposição e das diferenças de comprimento, formam, em conjunto,
estruturas cônicas, denominadas pirâmides (Figura 20.3). O rim humano pode apresentar, em geral, 8 a 12 pirâmides, mas
podem ser observadas até 18 pirâmides. As bases das pirâmides estão voltadas para o córtex, enquanto os ápices estão
voltados para o seio renal. A porção apical de cada pirâmide, que é conhecida como papila, projetase dentro de um cálice
menor, uma estrutura em formato de taça que representa uma extensão da pelve renal. A extremidade da papila, também
conhecida como área cribriforme, é perfurada pelas aberturas dos ductos coletores (Figura 20.4). Os cálices menores são
ramos de dois ou três cálices maiores, os quais, por sua vez, são divisões principais da pelve renal (Figura 20.1).
Cada pirâmide é dividida em uma medula externa (adjacente ao córtex) e em uma medula interna. A medula externa é
ainda subdividida em uma faixa interna e uma faixa externa. O zoneamento e as faixas são facilmente reconhecidos em um
corte sagital feito através da pirâmide de uma amostra não fixada. Refletem a localização de partes distintas do néfron em
níveis específicos na pirâmide (Figura 20.3).
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As colunas renais representam o tecido cortical contido na medula.
As coberturas detecido cortical situadas sobre as pirâmides são extensas e se estendem em torno da porção lateral da
pirâmide, formando as colunas renais (de Bertin). Embora as colunas renais contenham os mesmos componentes do tecido
cortical, elas são consideradas como parte da medula. De fato, a quantidade de tecido cortical é tão extensa, que ela se
“derrama” sobre as faces da pirâmide, de modo semelhante a uma grande bola de sorvete que se estende além das bordas
da casquinha que ele contém.
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O número de lobos em um rim é igual ao número de pirâmides medulares.
Cada pirâmide medular e o tecido cortical associado à sua base e lados (metade de cada coluna renal adjacente) constituem
um lobo do rim. A organização lobar do rim é evidente no rim fetal em desenvolvimento (Figura 20.5). Cada lobo é visto
como uma convexidade na superfície externa do órgão; no entanto, esses lobos geralmente desaparecem depois do
nascimento. Contudo, as convexidades superficiais típicas do rim fetal podem persistir até a adolescência e, em alguns
casos, na vida adulta. Cada rim humano contém 8 a 18 lobos. Os rins de alguns animais apresentam apenas uma pirâmide;
esses rins são classificados como unilobares, em contraste com o rim multilobar do humano.
Um lóbulo consiste em um ducto coletor e no conjunto de néfrons drenados por ele.
Os lobos do rim são ainda subdivididos em lóbulos, que consistem em um raio medular central e a córtex circundante
(Figura 20.6 e Prancha 75, página 737). Embora o centro ou eixo de um lóbulo seja prontamente identificável, os limites
entre lóbulos adjacentes não são nitidamente demarcados uns dos outros por septos de tecido conjuntivo. O conceito de
lóbulo apresenta uma importante base fisiológica; o raio medular que contém o ducto coletor para um grupo de néfrons que
drenam nesse ducto constitui a unidade secretora renal. É equivalente a um lóbulo ou unidade secretora glandular.
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O néfron é a unidade estrutural e funcional do rim.
O néfron é a unidade estrutural e funcional fundamental do rim (Figura 20.3). Ambos os rins humanos contêm
aproximadamente 2 milhões de néfrons. Estes são responsáveis pela produção de urina e correspondem à porção secretora
de outras glândulas. Os ductos coletores são responsáveis pela concentração final da urina e são análogos aos ductos das
glândulas exócrinas, que também modificam a concentração do produto secretor. Diferentemente da glândula exócrina
típica, cujas porções secretoras e ductais se originam de um único broto epitelial, os néfrons e seus ductos coletores
originamse de primórdios separados e somente mais tarde se tornam conectados.
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O néfron consiste no corpúsculo renal e em um sistema de túbulos.
Conforme assinalado anteriormente, o corpúsculo renal representa o início do néfron. É formado pelo glomérulo, um tufo
de capilares composto de 10 a 20 alças capilares, circundado por um capuz epitelial de dupla camada, a cápsula renal ou de
Bowman. A cápsula de Bowman é a porção inicial do néfron, em que o sangue que flui através dos capilares glomerulares
sofre filtração, produzindo o ultrafiltrado glomerular. Os capilares glomerulares são supridos por uma arteríola aferente e
drenados por uma arteríola eferente. Por sua vez, a arteríola aferente se ramifica, formando uma nova rede de capilares que
irão suprir os túbulos renais. O local de entrada e saída das arteríolas aferente e eferente na camada parietal da cápsula de
Bowman é denominado polo vascular. Em posição oposta ao polo vascular está o polo urinário do corpúsculo renal, local
em que se inicia o túbulo contorcido proximal (Figura 20.7).
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Continuando a partir da cápsula de Bowman, as porções remanescentes do néfron (as porções tubulares) são as
seguintes:
O segmento espesso proximal, que consiste no túbulo contorcido proximal (pars convoluta) e no túbulo reto proximal
(pars recta)
O segmento delgado, que constitui a parte delgada da alça de Henle
O segmento espesso distal, que consiste no túbulo reto distal (pars recta) e no túbulo contorcido distal (pars
convoluta).
O túbulo contorcido distal conectase com o ducto coletor cortical, frequentemente por meio de um túbulo conector,
formando o túbulo urinífero (i. e., o néfron mais o ducto coletor; ver Figura 20.3). O ducto coletor cortical continua dentro
da medula como ducto coletor medular e desemboca na papila da pirâmide renal. Na nomenclatura clínica, o ducto coletor
cortical, o ducto coletor medular e, por vezes, o túbulo conector são coletivamente designados como túbulo coletor,
ressaltando o fato de que esse segmento emerge da confluência de muitos néfrons. Para maior clareza, o termo “túbulo
coletor” não será usado neste capítulo, visto que é facilmente confundido com “túbulo conector” e não define precisamente
a localização cortical versus medular do segmento descrito.
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Os segmentos tubulares do néfron são denominados de acordo com o seu percurso (contorcido ou reto), a sua
localização (proximal ou distal) e a espessura da parede (espesso ou delgado).
A partir da cápsula de Bowman, as porções sequenciais do néfron consistem nos seguintes túbulos:
O túbulo contorcido proximal originase do polo urinário da cápsula de Bowman. Segue um percurso muito tortuoso ou
contorcido e, em seguida, entra no raio medular para continuar como túbulo reto proximal
O túbulo reto proximal, comumente denominado ramo descendente espesso da alça de Henle, desce até a medula
O ramo descendente delgado é a continuação do túbulo reto proximal na medula. Faz uma volta semelhante a um
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grampode cabelo e retorna em direção ao córtex
O ramo ascendente delgado é a continuação do ramo descendente delgado após a sua volta em direção ao córtex
O túbulo reto distal, também denominado ramo ascendente espesso da alça de Henle, é a continuação do ramo
ascendente delgado. O túbulo reto distal ascende através da medula e entra no córtex no raio medular para alcançar a
vizinhança do corpúsculo renal que lhe deu origem. Em seguida, o túbulo reto distal deixa o raio medular e faz contato
com o polo vascular de seu corpúsculo renal original. Nesse ponto as células epiteliais do túbulo adjacente à arteríola
aferente do glomérulo são modificadas e formam uma estrutura denominada mácula densa. Em seguida, o túbulo distal
deixa a região do corpúsculo e passa a constituir o túbulo contorcido distal
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O túbulo contorcido distal é menos tortuoso que o túbulo contorcido proximal; por conseguinte, em um corte mostrando
o labirinto cortical, há menor quantidade de perfis de túbulos distais do que de perfis de túbulos proximais. A porção
terminal do túbulo contorcido distal desemboca em um ducto coletor cortical, situado no raio medular por intermédio
de um túbulo conector arqueado ou um túbulo mais curto, denominado túbulo conector.
A alça de Henle forma toda a porção em formato de U de um néfron.
O túbulo reto proximal, o ramo descendente delgado com a sua volta em formato de grampo de cabelo, o ramo ascendente
delgado e o túbulo reto distal são, em conjunto, denominados alça de Henle. Em alguns néfrons, os segmentos
descendente delgado e ascendente são extremamente curtos; por conseguinte, a volta em formato de grampo de cabelo pode
ser feita pelo túbulo reto distal.
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Vários tipos de néfrons são identificados com base na localização de seus corpúsculos renais no córtex (Figura 20.3):
Os néfrons subcapsulares ou néfrons corticais têm seus corpúsculos renais localizados na porção externa do córtex.
Apresentam alças de Henle curtas, que se estendem apenas até a medula externa. Essas alças são típicas dos néfrons
descritos previamente, em que a volta em formato de grampo de cabelo ocorre no túbulo reto distal
Os néfrons justamedulares constituem cerca de um oitavo do número total de néfrons. Seus corpúsculos renais situam
se próximo à base de uma pirâmide medular. Contêm alças de Henle longas e segmentos delgados ascendentes também
longos, que se estendem o interior da pirâmide. Essas características estruturais são essenciais para o mecanismo de
concentração da urina, descrito mais adiante
Os néfrons intermediários ou néfrons mesocorticais apresentam seus corpúsculos renais na região média do córtex.
Suas alças de Henle são de comprimento intermediário.
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Os ductos coletores corticais começam no córtex a partir da fusão dos túbulos conectores ou túbulos conectores arqueados
de muitos néfrons e prosseguem nos raios medulares em direção à medula. Quando os ductos coletores corticais alcançam
a medula, são denominados ductos coletores medulares externos ou internos. Esses ductos seguem até o ápice da pirâmide,
onde se fundem formando ductos coletores maiores (até 200 μm), os ductos papilares (ductos de Bellini), que desembocam
no cálice menor (Figura 20.4). A área da papila que contém as aberturas desses ductos coletores é denominada área
cribriforme.
Em resumo, o aspecto macroscópico do parênquima renal reflete a estrutura do néfron. O corpúsculo renal e os túbulos
contorcidos proximal e distal estão todos localizados dentro e constituem o parênquima dos labirintos corticais. As porções
dos túbulos distais e proximais retos e os ramos delgados descendente e ascendente da alça de Henle no córtex estão
localizados na porção principal dos raios medulares e a constituem. Os ramos delgados descendente e ascendente da alça de
Henle estão sempre localizados na medula. Por conseguinte, o arranjo dos néfrons (e dos ductos coletores corticais) é
responsável pelo aspecto característico da superfície de corte do rim, como é possível observar na Figura 20.6.
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O corpúsculo renal contém o aparelho de filtração do rim, que consiste no endotélio glomerular, na membrana
basal glomerular subjacente e na camada visceral da cápsula de Bowman.
O corpúsculo renal é esférico e tem diâmetro médio de 200 μm. Consiste no tufo capilar glomerular e nas camadas
epiteliais visceral e parietal circundantes da cápsula de Bowman (Figura 20.8). O aparelho de filtração, também
denominado barreira de filtração glomerular, envolvido pela camada parietal da cápsula de Bowman, consiste em três
componentes:
O endotélio dos capilares glomerulares, com numerosas fenestrações (Figura 20.9). Tais fenestrações são maiores (70 a
90 nm de diâmetro), mais numerosas e de contorno mais irregular que as fenestrações presentes em outros capilares.
Além disso, o diafragma presente nas fenestrações em outros capilares está ausente nos capilares glomerulares. As
células endoteliais dos capilares glomerulares contêm um grande número de canais de água de aquaporina1 (AQP1),
que possibilitam o movimento rápido da água através do epitélio. Os produtos secretores das células endoteliais, como
o óxido nítrico (NO) ou as prostaglandinas (PGE2), desempenham importante papel na gênese de várias doenças
glomerulares trombóticas.
A membrana basal glomerular (MBG) é uma lâmina basal espessa (300 a 370 nm), que resulta da fusão das membranas
basais do endotélio e dos podócitos – as células da camada visceral da cápsula de Bowman. Em virtude de sua
espessura, a membrana basal glomerular é vista como uma estrutura proeminente em cortes histológicos corados com o
ácido periódicoSchiff (PAS) (ver Figura 1.2). A MBG é composta de uma rede que consiste em colágeno do tipo IV
(principalmente cadeias α3, α4 e α5), laminina, nidogênio e entactina, juntamente com proteoglicanos de heparam
sulfato, como a agrina e o perlecam, e glicoproteínas multiadesivas (ver Capítulo 6). A MBG também pode ser vista
pelo uso de técnicas de imunofluorescência que utilizam anticorpos dirigidos contra uma cadeia α específica do
colágeno do tipo IV (Figura 20.10). A mutação no gene que codifica a cadeia α5 do colágeno do tipo IV dá origem à
síndrome de Alport (glomerulonefrite hereditária), que se manifesta por hematúria (eritrócitos na urina); proteinúria
(quantidade significativa de proteína na urina); e insuficiência renal progressiva. Na síndrome de Alport, a MBG sofre
espessamento irregular com lâmina densa laminada e não consegue atuar como barreira de filtração efetiva. O colágeno
do tipo IV também constitui um alvo em doenças autoimunes, como a síndrome de Goodpasture e a doença pós
transplante de Alport. Ambas as doenças caracterizamse por autoanticorpos que atacam a MBG e causam
glomerulonefrite progressiva (ver Boxe 20.2).
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A camada visceral da cápsula de Bowman contém células especializadas, denominadas podócitos ou células epiteliais
viscerais. Essas células emitem prolongamentos ao redor dos capilares glomerulares (Figura 20.11 e Prancha 76,
página 739). Os podócitos surgem durante o desenvolvimento embrionário a partir de uma das terminações cegas do
néfron em desenvolvimento por meio da invaginação da extremidade do túbulo, formando um capuz epitelial de dupla
camada. A camada celular interna (i. e., a camada celular visceral) é aposta a uma rede de capilares, o glomérulo, que
se forma nesse local. A camada externa dessas células, a camada parietal, forma as células pavimentosas da cápsula de
Bowman. Por fim, o capuz se fecha, dando origem à estrutura esférica que contém o glomérulo. À medida que se
diferenciam, os podócitos emitem prolongamentos ao redor dos capilares e desenvolvem numerosos prolongamentos
secundários, denominados pedicelos ou prolongamentos do podócito. Os prolongamentos dos podócitos interdigitamse
com aqueles de podócitos vizinhos, uma característica que pode ser claramente identificada ao microscópio eletrônico
de varredura (MEV; Figura 20.12). Os espaços alongados entre os pedicelos interdigitados, denominados fendas de
filtração, medem cerca de 40 nm de largura e são recobertos por um diafragma da fenda de filtração ultrafino, que se
estende pela fenda de filtração um pouco acima da MBG (Figura 20.13, detalhe).
A nefrina é uma importante proteína estrutural do diafragma da fenda de filtração.
Estudos recentes do diafragma da fenda de filtração revelaram a sua estrutura proteica complexa como uma configuração
em lâmina semelhante a um fecho ecler com densidade central. Uma proteína transmembrana, a nefrina, é um componente
estrutural e funcional essencial do diafragma da fenda. As moléculas de nefrina que emergem dos prolongamentos de
podócitos opostos interagem no centro da fenda (interações homofílicas), formando uma densidade central com poros em
ambos os lados (Figura 20.14). Essa lâmina de proteína intercelular também contém outras moléculas de adesão, tais como
Neph1, Neph2, Pcaderina, FAT1 e FAT2. O diafragma da fenda de filtração está firmemente ancorado a numerosos
filamentos de actina nos pedicelos dos podócitos. A regulação e a manutenção do citoesqueleto de actina dos podócitos
surgiram como processo de importância crítica para regular o tamanho, a permeabilidade e a seletividade das fendas de
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filtração. As mutações no gene da nefrina (NPHS1) estão associadas à síndrome nefrótica congênita, uma doença
caracterizada por proteinúria maciça e edema.
A camada endotelial superficial dos capilares glomerulares e o espaço abaixo dos podócitos também
proporcionam importante contribuição para a função glomerular geral.
O aparelho de filtração é uma barreira semipermeável muito complexa, com propriedades que possibilitam alta taxa de
filtração de água, passagem irrestrita de moléculas de tamanho pequeno e médio e exclusão quase total das albuminas
séricas e de outras proteínas maiores. Por conseguinte, o aparelho de filtração pode ser descrito como uma barreira com
duas camadas celulares descontínuas, o endotélio dos capilares glomerulares e a camada visceral da cápsula de Bowman
aplicada a cada lado de uma camada extracelular contínua da membrana basal glomerular. Essas três camadas foram
tradicionalmente consideradas como barreira de filtração glomerular. No entanto, recentemente, duas outras camadas
fisiologicamente importantes, a camada superficial endotelial dos capilares glomerulares e o espaço abaixo dos podócitos
estão incluídos como parte do aparelho de filtração.
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A camada endotelial superficial dos capilares glomerulares consiste em uma rede espessa rica em carboidratos (200 a
400 nm) fixada à superfície luminal das células endoteliais glomerulares. Contém glicocálice, que se refere aos
proteoglicanos de carga negativa ligados à membrana plasmática (tais como perlecan, sindecam e versicam) associados
a cadeias laterais de glicosaminoglicanos (tais como heparam sulfato e condroitim sulfato) e proteínas periféricas da
•
membrana. As proteínas plasmáticas (p. ex., albuminas) adsorvidas do sangue revestem a superfície luminal do
glicocálice
O espaço abaixo dos podócitos representa um espaço estreito entre os pedicelos com seus diafragmas de fenda de
filtração em um dos lados e um corpo celular do podócito no outro lado (Figura 20.13). Uma reconstrução
tridimensional recente desses espaços revelou o seu caráter interconectado, mas estruturalmente restritivo. Cobrem
aproximadamente 60% de toda a área de superfície da barreira de filtração glomerular e podem atuar na regulação do
fluxo de líquido glomerular através do aparelho de filtração.
A membrana basal glomerular (MBG) atua como barreira física e como filtro seletivo de íons.
Conforme discutido anteriormente, a MBG contém colágenos dos tipos IV e XVIII, sialoglicoproteínas e outras
glicoproteínas não colágenas (p. ex., laminina, fibronectina, entactina), bem como proteoglicanos (p. ex., perlecan, agrina)
e glicosaminoglicanos, particularmente heparam sulfato (Figura 20.15). Esses componentes estão localizados em
determinadas partes da MBG:
•
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A lâmina rara externa – adjacente aos prolongamentos dos podócitos. É particularmente rica em poliânions, como
heparam sulfato, que impedem especificamente a passagem de moléculas com carga negativa
•
•
A lâmina rara interna – adjacente ao endotélio capilar. Suas características moleculares assemelhamse àquelas da
lâmina rara externa
A lâmina densa – a porção sobreposta de duas lâminas basais, intercalada entre as lâminas raras. Contém colágeno do
tipo IV, que está organizado em uma rede que atua como filtro físico. Colágeno tipo XVIII, perlecam e agrina são
responsáveis pela maior parte das cargas aniônicas encontradas na base basal glomerular. A laminina e outras proteínas
presentes nas lâminas raras interna e externa estão envolvidas na fixação das células endoteliais e dos podócitos à
MBG.
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A MBG restringe o movimento das partículas, geralmente proteínas, com mais de aproximadamente 70.000 Da ou raio
de 3,6 nm (p. ex., albumina ou hemoglobina). Embora a albumina não sejaum constituinte habitual, ela pode ser
eventualmente encontrada na urina, indicando que o tamanho da albumina está próximo do tamanho efetivo do poro da
barreira de filtração. Os glicosaminoglicanos polianiônicos das lâminas raras apresentam cargas negativas fortes e
restringem o movimento das partículas aniônicas e moléculas através da MBG, mesmo aquelas com menos de 70.000 Da.
Apesar da capacidade da barreira de filtração de restringir a proteína, vários gramas de proteína atravessam efetivamente a
barreira a cada dia. Essa proteína é reabsorvida por endocitose no túbulo contorcido proximal. A ocorrência de
albuminúria (quantidades significativas de albumina na urina) ou de hematúria (quantidades significativas de eritrócitos
na urina) indica dano físico ou funcional à MBG. Nesses casos (p. ex., nefropatia diabética), o número de sítios
aniônicos, particularmente na lâmina rara externa, é significativamente reduzido.
O diafragma em fenda de filtração atua como filtro seletivo de tamanho.
As fendas de filtração estreitas formadas pelos prolongamentos dos podócitos e os diafragmas em fenda de filtração atuam
como barreiras físicas para restringir o movimento de solutos e solventes através da barreira de filtração. A descoberta de
proteínas específicas que formam o diafragma em fenda levou a uma nova compreensão da função do aparelho de filtração
no rim. As proteínas encontradas no diafragma são, em sua maioria, cruciais para o desenvolvimento e a função normais
do rim. A arquitetura do diafragma em fenda é responsável pelas verdadeiras propriedades de filtração seletivas de
tamanho, que determinam as características de filtração molecular do glomérulo. Diversos mecanismos impedem a
obstrução dos diafragmas em fenda de filtração. Incluem as cargas negativas dos glicosaminoglicanos na MBG, as cargas
negativas da membrana celular dos podócitos e a função fagocítica das células mesangiais no corpúsculo renal.
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As alterações nos diferentes componentes do aparelho de filtração influenciam as funções uns dos outros.
A estrutura e a composição moleculares de cada componente da barreira de filtração glomerular têm importantes
consequências para os componentes adjacentes da barreira. Por exemplo, as alterações moleculares na MBG não apenas
modificam a contribuição dessa camada, como também modificam a velocidade com que os solutos e solventes atravessam
o endotélio dos capilares moleculares de um lado e a camada visceral da cápsula de Bowman do outro lado. Além disso, é
importante compreender que a barreira de filtração glomerular não é uma estrutura passiva, mas ativa, que pode se
remodelar e modificar a sua própria permeabilidade.
A camada parietal da cápsula de Bowman é constituída de epitélio simples pavimentoso.
A camada parietal da cápsula de Bowman contém células epiteliais parietais e forma um epitélio simples pavimentoso. No
polo urinário do corpúsculo renal, a camada parietal é contínua com o epitélio cuboide do túbulo contorcido proximal
(Figuras 20.7 e 20.11). A proliferação das células epiteliais parietais constitui uma característica diagnóstica típica em
certos tipos de glomerulonefrite (inflamação do glomérulo). Para um exemplo dessa doença, ver o Boxe 20.2. O espaço
•
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•
•
entre as camadas visceral e parietal da cápsula de Bowman é denominado espaço urinário ou espaço de Bowman (Figura
20.11). É o receptáculo do ultrafiltrado glomerular (urina primária) produzido pelo aparelho de filtração do corpúsculo
renal. No polo urinário do corpúsculo renal, o espaço urinário é contínuo com o lúmen do túbulo contorcido proximal.
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No corpúsculo renal, a MBG é compartilhada por vários capilares, criando um espaço contendo um grupo adicional de
células, denominadas células mesangiais. Por conseguinte, as células mesangiais estão envolvidas pela MBG (Figura
20.16). Essas células e sua matriz extracelular constituem o mesângio. Este é mais evidente no pedículo vascular do
glomérulo e nos interstícios de capilares glomerulares adjacentes. As células mesangiais não estão totalmente confinadas
ao corpúsculo renal; algumas estão localizadas fora do corpúsculo, ao longo do polo vascular, em que também são
designadas como células reticuladas e fazem parte do denominado aparelho justaglomerular (Figura 20.7).
As funções importantes das células mesangiais são as seguintes:
Fagocitose e endocitose. As células mesangiais removem os resíduos aprisionados e as proteínas agregadas da MBG e
do diafragma da fenda de filtração, mantendo, assim, o filtrado glomerular desprovido de resíduos. Além disso,
realizam a endocitose e processam uma variedade de proteínas plasmáticas, incluindo imunocomplexos. A manutenção
da estrutura e da função da barreira glomerular constitui a principal função das células mesangiais
Suporte estrutural. As células mesangiais produzem componentes da matriz mesangial extracelular, que proporcionam
suporte aos podócitos nas áreas em que a membrana basal epitelial está ausente ou incompleta (Figura 20.16). A matriz
mesangial difere substancialmente da MBG quanto à sua composição e possibilita a passagem de moléculas maiores do
lúmen dos capilares para dentro do mesângio
Secreção. As células mesangiais sintetizam e secretam uma variedade de moléculas, como a interleucina1 (IL1), a
PGE2 e o fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGF), que desempenham papel central na resposta à lesão
glomerular
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Modulação da distensão glomerular. As célulasmesangiais exibem propriedades contráteis. No passado, foi sugerido
que a contração das células mesangiais era capaz de aumentar o volume sanguíneo e a pressão de filtração
intraglomerulares. Estudos recentes revelaram que a contribuição mesangial para a taxa de filtração glomerular é
mínima, e as células mesangiais podem atuar na regulação da distensão glomerular em resposta a um aumento da
•
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pressão arterial
Clinicamente, foi observado que as células mesangiais proliferam em determinadas doenças renais, nas quais
quantidades anormais de proteína e de complexos proteicos são aprisionadas na MBG. A proliferação das células
mesangiais constitui uma característica proeminente da nefropatia por imunoglobulina A (IgA) (doença de Berger),
da glomerulonefrite membranoproliferativa, da nefrite de lúpus e da nefropatia diabética.
Do ponto de vista embriológico, as células mesangiais e justaglomerulares (discutidas em um parágrafo adiante)
originamse de precursores das células musculares lisas a partir do mesênquima metanéfrico. Durante o desenvolvimento,
essas células caracterizamse pela expressão de receptores para o fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGFR).
Sua migração para os glomérulos em desenvolvimento é guiada pelos efeitos quimiotáticos do fator de crescimento
derivado das plaquetas β (PDGFβ) expresso nos podócitos em desenvolvimento. Embora as células mesangiais sejam
claramente fagocíticas, elas são incomuns, visto que não derivam das células precursoras habituais do sistema
mononuclear fagocítico, os monócitos transportados pelo sangue.
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O aparelho justaglomerular inclui a mácula densa, as células justaglomerulares e as células mesangiais
extraglomerulares.
A porção terminal da parte reta do túbulo distal do néfron situase diretamente adjacente às arteríolas aferentes e eferentes
e adjacente a algumas células mesangiais extraglomerulares, no polo vascular do corpúsculo renal. Nesse local, a parede do
túbulo contém células designadas coletivamente como mácula densa. Quando observadas ao microscópio óptico, as células
da mácula densa são distintas, visto que são mais estreitas e geralmente mais altas que as outras células do túbulo distal
(Figura 20.7). Os núcleos dessas células formam aglomerados, ao ponto de aparecerem parcialmente sobrepostos uns aos
outros. Dessa organização deriva a denominação mácula densa.
Nessa mesma região, as células musculares lisas da arteríola aferente adjacente (e, algumas vezes, da arteríola eferente)
são modificadas. Essas células contêm grânulos secretores e seus núcleos são esféricos, ao contrário do núcleo alongado
típico da célula muscular lisa. Essas células justaglomerulares (Figura 20.7) necessitam ser coradas de modo especial para
que as vesículas secretoras sejam evidenciadas ao microscópio óptico.
O aparelho justaglomerular regula a pressão arterial por meio da ativação do sistema reninaangiotensina
aldosterona.
Em determinadas condições fisiológicas (baixa ingestão de sódio) ou patológicas (diminuição do volume de sangue
circulante devido à ocorrência de hemorragia ou redução da perfusão renal em consequência de compressão das artérias
renais), as células justaglomerulares são responsáveis pela ativação do sistema reninaangiotensinaaldosterona (SRAA).
Esse sistema desempenha importante papel na manutenção da homeostasia do sódio e da hemodinâmica renal (Boxe 20.3).
Os grânulos das células justaglomerulares contêm uma aspartil protease, denominada renina, que é sintetizada, armazenada
e liberada na corrente sanguínea pelas células musculares lisas modificadas. No sangue, a renina catalisa a hidrólise de
uma α2globulina circulante, o angiotensinogênio, produzindo o decapeptídio angiotensina I. Em seguida:
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A angiotensina I é convertida no octapeptídio ativo, a angiotensina II, pela enzima conversora de angiotensina (ECA)
presente nas células endoteliais dos capilares pulmonares
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A angiotensina II estimula a síntese e a liberação do hormônio aldosterona pela zona glomerulosa da glândula
suprarrenal (Capítulo 21)
A aldosterona, por sua vez, atua sobre as células principais dos túbulos conectores e ductos coletores, aumentando a
reabsorção de Na+ e de água, bem como a secreção de K+, com consequente elevação do volume sanguíneo e da pressão
arterial
A angiotensina II também é um poderoso vasoconstritor, que desempenha papel regulador no controle da resistência
vascular renal e sistêmica.
O aparelho justaglomerular funciona não apenas como órgão endócrino que secreta a renina, mas também como sensor
do volume sanguíneo e da composição do líquido tubular. As células da mácula densa monitoram a concentração de Na+ no
líquido tubular e regulam tanto a taxa de filtração glomerular quanto a liberação de renina pelas células justaglomerulares.
Acreditase que a concentração diminuída de Na+ no túbulo contorcido distal represente um estímulo para moléculas
transportadoras de íons, que estão expressas na membrana apical das células da mácula densa. Essas moléculas incluem
cotransportadores de Na+/K+/2Cl– trocadores de Na+/H+ e canais de K+ regulados por pH e pelo cálcio. A ativação das vias
de transporte da membrana modifica a concentração de íons intracelulares nas células da mácula densa e inicia mecanismos
de sinalização por meio da liberação de vários mediadores, tais como ATP, adenosina, óxido nítrico (NO) e prostaglandinas
(PGE2). Essas moléculas atuam de maneira parácrina e sinalizam tanto para a secreção de renina por células
justaglomerulares subjacentes da arteríola aferente quanto para a contração das células musculares lisas. Um aumento do
volume sanguíneo suficiente para promover o estiramento das células justaglomerulares na arteríola aferente pode
constituir o estímulo que fecha a alça de retroalimentação e interrompe a secreção de renina.
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À medida que o ultrafiltrado glomerular passa pelo túbulo urinífero e ductos coletores do rim, ele sofre alterações que
incluem absorção ativa e passiva, bem como secreção
Certas substâncias contidas no ultrafiltrado são reabsorvidas, algumas parcialmente (p. ex., água, sódio e bicarbonato)
e outras inteiramente (p. ex., glicose)
Outras substâncias (p. ex., creatinina e ácidos e bases orgânicos) são adicionadas ao ultrafiltrado (i. e., urina primária)
pela atividade secretora das células tubulares.
Por conseguinte, o volume do ultrafiltrado é substancialmente reduzido, e a urina tornase hiperosmótica. A alça de
Henle longa e os túbulos conectores e ductos coletores trafegam paralelamente aos vasos sanguíneos, enquanto os vasos
retos servem de base para o mecanismo multiplicador por contracorrente, que é fundamental na concentração da urina,
tornandoa, assim, hiperosmótica.
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O túbulo contorcido proximal constitui o local inicial e principal de reabsorção.
O túbulo contorcido proximal recebe o ultrafiltrado do espaço urinário da cápsula de Bowman. As células cuboides do
túbulo contorcido proximal exibem especializações elaboradas de superfície celular que caracterizam as células envolvidas
na absorção e no transporte de líquidos. Apresentam as seguintes características:
Uma borda (orla) em escova, composta de microvilosidades retas, relativamente longas e densamente compactadas
(Figura 20.17)
Um complexo juncional, que consiste em uma zônula de oclusão estreita, que veda o espaço intercelular do lúmen do
túbulo, e uma zônula de adesão, que mantém a adesão entre as células vizinhas
Pregas ou dobras localizadas nas superfícies laterais das células, que são grandes prolongamentos achatados,
alternados com prolongamentos semelhantes de células adjacentes (Figura 20.16)
Extensas interdigitações dos prolongamentos basais das células adjacentes (Figuras 20.18 e 20.19)
Estrias basais, que consistem em mitocôndrias alongadas concentradas nos prolongamentos basais e orientadas
verticalmente em relação à superfície basal (Figura 20.18).
Em preparações histológicas bem fixadas, as estriações basais e a borda em escova apical ajudam a distinguir as
•
células do túbulo contorcido proximal daquelas de outros túbulos.
Na porção mais basal da célula do túbulo contorcido proximal, nos prolongamentos interdigitantes, observase a
existência de feixes de microfilamentos de 6 nm (ver setas, Figuras 20.18 e 20.19). Esses filamentos de actina podem
desempenhar papel na regulação do movimento de líquido do espaço extracelular basolateral através da lâmina basal do
túbulo em direção ao capilar peritubular adjacente.
O túbulo contorcido proximal recupera a maior parte do líquido do ultrafiltrado. Dos 180 ℓ/dia de ultrafiltrado que
entram nos néfrons, aproximadamente 120 ℓ/dia ou 65% do ultrafiltrado é reabsorvido pelo túbulo contorcido proximal.
Duas proteínas principais são responsáveis pela reabsorção de líquido nos túbulos contorcidos proximais:
As bombas de Na+/K+ATPase são proteínas transmembrana localizadas nas pregas laterais da membrana plasmática.
São responsáveis pela reabsorção de Na+, que constitui a principal força de impulsão para a reabsorção de água no
túbulo contorcido proximal. À semelhança dos epitélios do intestino e da vesícula biliar, esse processo é impulsionado
pelo transporte ativo de Na+ para dentro do espaço intercelular lateral. O transporte ativo de Na+ é seguido pela difusão
passiva de Cl– que promove a manutenção da neutralidade eletroquímica. O acúmulo de NaCl nos espaços
intercelulares laterais cria um gradiente osmótico, que atrai a água do lúmen para dentro do compartimento intercelular.
Esse compartimento se distende à medida que aumenta o volume de líquido dentro dele; concomitantemente, as pregas
laterais da membrana se afastam, possibilitando essa distensão
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A aquaporina1 (AQP1) é uma pequena proteína (cerca de 30 kDa) transmembrana que atua como canal molecular de
água na membrana celular dos túbulos contorcidos proximais. O movimento de água através desses canais de
membrana não necessita da alta energia das bombas de Na+/K+ATPase. A existência dessas proteínas pode ser
demonstrada por métodos imunocitoquímicos.
A pressão hidrostática que aumenta no compartimento intercelular distendido, presumivelmente auxiliada pela atividade
contrátil dos filamentos de actina na base das células tubulares, impulsiona um líquido essencialmente isosmótico através
da membrana basal dos túbulos para dentro do tecido conjuntivo renal. Nesse local, o líquido é reabsorvido pela rede de
capilares peritubulares.
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O túbulo contorcido proximal também reabsorve quase toda a glicose, aminoácidos e pequenos polipeptídios.
À semelhança do intestino, as microvilosidades das células dos túbulos contorcidos proximais são revestidas por um
glicocálice bem desenvolvido, que contém diversas ATPases, peptidases e altas concentrações de dissacaridases. O túbulo
contorcido proximal recupera quase 100% da glicose, utilizando cotransportadores de Na+ e glicose (SGLT2), que
absorvem simultaneamente o Na+ e a glicose do lúmen do túbulo. A captação de glicose pelas células epiteliais gera alta
concentração intracelular de glicose, que ativa a família dos transportadores de glicose (GLUT2). O GLUT2 transporta a
glicose através da membrana basolateral para dentro do tecido conjuntivo, no qual entra no lúmen dos vasos sanguíneos. O
túbulo contorcido proximal também recupera aproximadamente 98% dos aminoácidos filtrados. Esses aminoácidos são
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absorvidos por vários transportadores de aminoácidos que efetuam a troca de íons Na+, K+ e K+ (transportadores de
aminoácidos ácidos) ou íons Na+ e H+ (transportadores de aminoácidos básicos e neutros). A borda em escova do túbulo
contorcido proximal assemelhase àquela da borda estriada do intestino delgado, visto que contém numerosas peptidases
que degradam grandes proteínas em proteínas menores e polipeptídios. Os polipeptídios pequenos são recuperados por
meio de um processo semelhante ao da recuperação da glicose, que emprega cotransportadores de H+ e peptídios da
superfície apical (PepT1 e PepT2). Uma vez dentro da célula, os polipeptídios são rapidamente degradados e transportados
através da membrana basolateral na forma de aminoácidos livres.
As proteínas e os peptídios grandes são endocitados por células do túbulo contorcido proximal.
Existem invaginações tubulares profundas entre as microvilosidades das células dos túbulos contorcidos proximais. No
lúmen do túbulo, as proteínas presentes no ultrafiltrado ligamse a receptores endocíticos expressos na membrana
plasmática. Quando as proteínas se ligam a receptores, o processo de endocitose é iniciado, e vesículas endocitóticas
contendo a proteína ligada formam grandes endossomos jovens contendo proteína (Figura 20.18). Esses endossomos
jovens amadurecem em lisossomos, e as proteínas endocitadas são degradadas por hidrolases ácidas. Os aminoácidos
produzidos na degradação lisossômica são reciclados na circulação através do compartimento intercelular e tecido
conjuntivo intersticial.
No túbulo contorcido proximal, o pH do ultrafiltrado é modificado pela reabsorção de bicarbonato e pela secreção
específica no lúmen, de ácidos orgânicos e bases orgânicas exógenos derivados da circulação capilar peritubular.
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As células da parte reta do túbulo proximal (i. e., o ramo descendente espesso da alça de Henle) não são tão especializadas
para a absorção quanto as do túbulo contorcido proximal. São mais curtas, com uma borda em escova menos desenvolvida
e menor número de prolongamentos laterais e basolaterais que também são menos complexos. As mitocôndrias são
menores que as das células do segmento contorcido e estão distribuídas de modo aleatório no citoplasma. Há menor
número de invaginações apicais e vesículas endocitóticas, bem como de lisossomos. Na parte reta do túbulo proximal, as
células estão estruturadas para recuperar a glicose remanescente que escapou nos túbulos contorcidos proximais antes de
entrar no segmento delgado da alça de Henle. Essas células estão equipadas com cotransportadores de Na+ e glicose
(SGLT1) de alta afinidade, que absorvem simultaneamente o Na+ e a glicose a partir do lúmen do túbulo. Apresentam
também transportadores de glicose GLUT1 complementares em sua membrana basolateral para transportar a glicose da
célula para dentro da matriz extracelular.
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Conforme assinalado anteriormente, o comprimento do ramo delgado varia de acordo com a localização do néfron no
córtex. Os néfrons justamedulares apresentam ramos mais longos, enquanto os néfrons corticais têm os ramos mais
curtos. Além disso, são encontrados vários tipos de células no segmento delgado. Ao microscópio óptico, é possível
identificar pelo menos dois tipos de túbulos do ramo delgado, um dos quais contém epitélio mais pavimentosoque o outro.
O exame ao microscópio eletrônico dos ramos delgados de vários néfrons revela a existência de quatro tipos de células
epiteliais (Figura 20.20):
O epitélio tipo I é encontrado nos ramos descendente e ascendente delgados da alça de Henle dos néfrons de alça curta.
Consiste em um epitélio simples e fino. As células quase não fazem interdigitações com as células vizinhas e
apresentam poucas organelas
O epitélio do tipo II é encontrado no ramo descendente delgado dos néfrons de alça longa no labirinto cortical. As
células desse epitélio são mais altas e contêm abundantes organelas e numerosas microvilosidades pequenas e rombas.
A extensão da interdigitação lateral com as células vizinhas varia de acordo com a espécie do animal
O epitélio do tipo III é encontrado no ramo descendente delgado na medula interna. É um epitélio mais delgado, cujas
células apresentam estrutura mais simples e menor quantidade de microvilosidades que as células epiteliais do tipo II.
Não há interdigitações laterais
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O epitélio do tipo IV é encontrado na curva dos néfrons de alça longa e por todo o ramo ascendente delgado. Tratase de
um epitélio baixo e plano, sem microvilosidades, cujas células apresentam poucas organelas.
Os papéis funcionais específicos dos quatro tipos de células estão relacionados com suas funções no sistema de troca
por contracorrente, que atua na concentração do líquido tubular. Diferenças morfológicas, como as microvilosidades, as
mitocôndrias e o grau de interdigitação celular, provavelmente refletem os papéis ativos ou passivos específicos nesse
processo.
Os ramos descendente e ascendente delgados da alça de Henle diferem nas suas propriedades estruturais e
funcionais.
Estudos do ultrafiltrado que entra no ramo descendente delgado e deixa o ramo ascendente delgado da alça de Henle
revelam alterações drásticas na osmolalidade do ultrafiltrado. O ultrafiltrado que entra no ramo descendente delgado é
isosmótico, enquanto o ultrafiltrado que deixa o ramo ascendente delgado é hiposmótico em relação ao plasma. Essa
modificação é obtida pela maior reabsorção de sais do que de água. Os dois ramos da alça de Henle apresentam diferentes
permeabilidades e, portanto, diferentes funções:
O ramo descendente delgado da alça de Henle é altamente permeável à água, devido à existência de aquaporinas
(AQPs) que possibilitam a passagem livre de água. Embora esse ramo seja muito menos permeável ao Na+ e à ureia,
ele viabiliza a entrada de pequenas quantidades dessas substâncias no néfron. A ureia entra nesse segmento do néfron
•
por meio de transportadores de ureia A2 (UTA2). Como o líquido intersticial na medula é hiperosmótico, a água sai
desse segmento do néfron por osmose e, desse modo, o conteúdo luminal de Na+ e Cl– tornase progressivamente mais
concentrado. As células desse ramo não transportam íons ativamente; por conseguinte, a osmolalidade aumentada do
líquido tubular que ocorre nesse segmento do néfron é causada, em grande parte, pelo movimento passivo de água para
dentro do tecido conjuntivo peritubular
O ramo ascendente delgado da alça de Henle é altamente permeável ao Na+ e ao Cl–, devido à existência de
cotransportadores de Na+/K+/2Cl– nas membranas plasmáticas apicais. Em seguida, o Na+ é bombeado para fora das
células pela Na+/K+ATPase, enquanto o K+ e o Cl– sofrem difusão passiva através de seus respectivos canais para
dentro da medula, de acordo com seus gradientes de concentração. Embora a energia do ATP seja necessária para abrir
esses canais, o movimento de Cl– não é um exemplo de transporte ativo e não exige a atividade da ATPase estimulada
por Cl–. Nesse caso, contraíons, como o Na+ (a maioria) e o K+, acompanham passivamente o movimento do Cl–,
mantendo a neutralidade eletroquímica. A hiperosmolaridade do interstício está diretamente relacionada com a atividade
de transporte das células nesse segmento do néfron. Além disso, o ramo ascendente delgado é, em grande parte,
impermeável à água. Por conseguinte, a concentração de Na+ e Cl– aumenta no interstício, tornandoo hiperosmótico,
enquanto o líquido no lúmen do néfron se torna hiposmótico. Por esse motivo, o ramo ascendente delgado é também
denominado segmento diluidor do néfron.
Adicionalmente, as células epiteliais que revestem o ramo ascendente espesso produzem uma proteína de 85 kDa,
denominada uromodulina (proteína de TammHorsfall), que influencia a reabsorção de NaCl e a capacidade de concentração
urinária. A uromodulina também modula a adesão celular e a transdução de sinal por meio de sua interação com várias
citocinas. Além disso, a uromodulina inibe a agregação de cristais de oxalato de cálcio (evitando, assim, a formação de
cálculos renais) e proporciona uma defesa contra a infecção urinária. Nos indivíduos com doenças renais inflamatórias,
detectase a existência de precipitado de uromodulina na urina, na forma de cilindros urinários (Boxe 20.4).
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A parte reta do túbulo distal é um segmento do ramo ascendente da alça de Henle.
A parte reta do túbulo distal (ramo ascendente espesso), conforme assinalado anteriormente, faz parte do ramo ascendente
da alça de Henle e inclui tanto porções medular quanto cortical, estando esta última localizada nos raios medulares. À
semelhança do ramo ascendente delgado, a parte reta do túbulo distal transporta íons do lúmen tubular para o interstício.
Nesse segmento, a membrana celular apical apresenta transportadores eletroneutros (simportadores), que possibilitam a
entrada de Cl–, Na+ e K+ do lúmen para a célula. O Na+ é transportado ativamente através das extensas pregas basolaterais
das membranas pelas bombas de Na+/K+ATPase, enquanto o Cl– e o K+ difundemse para os espaços extracelulares pelos
canais de Cl– e K+. Alguns íons K+ retornam ao líquido tubular por meio dos canais de K+, fazendo com que o lúmen
tubular tenha uma carga positiva em relação ao interstício. Esse gradiente de carga positiva fornece a força propulsora para
a reabsorção de muitos outros íons, tais como Ca2+ e Mg2+. Observe que esse movimento significativo de íons ocorre sem
que haja movimento de água através da parede da parte reta do túbulo distal, resultando na separação entre a água e seus
solutos.
Nas preparações histológicas de rotina, as grandes células cuboides presentes na parte reta do túbulo distal coramse
apenas levemente pela eosina, de modo que as margens laterais das células não são distintas (Prancha 77, página 741). O
núcleo localizase na porção apical da célula e, algumas vezes, particularmente na parte reta, provoca abaulamento da célula
dentro do lúmen do túbulo. Conforme assinalado anteriormente, essas células exibem pregueamentos basolaterais
extensos, aos quais estão associadas numerosas mitocôndrias (Figura 20.21). Além disso, as células do túbulo distal
apresentam um número consideravelmente menor de microvilosidades, as quais são bem menos desenvolvidas em
comparação com as microvilosidades presentes nas células da parte reta do túbulo proximal (comparar as Figuras 20.18 e
20.19).
������������������������A estrutura e a função do túbulo contorcido distal dependem da liberação e da captação de Na+.
O túbulo contorcido distal está localizado no labirinto cortical e tem apenas cerca de um terço do comprimento (em torno de
5 mm) do túbulo contorcido proximal. O túbulo contorcido distal começa a uma distância variável depois da mácula densa
e estendese até o túbulo conector, que conecta o néfron com o ducto coletor cortical. As células do túbulo contorcido distal
•
•
•
•
assemelhamse àquelas da parte reta do túbulo distal (ramo ascendente espesso). São, no entanto, consideravelmente mais
altas e carecem de uma borda em escova bem desenvolvida. Assim como a parte reta do túbulo distal, o epitélio no túbulo
contorcido distal é também relativamente impermeável à água. A parte inicial do túbulo contorcido distal constitui o
principal local de reabsorção de Ca2+ regulada pelo paratormônio. As células no túbulo contorcido distal exibem a maior
atividade de Na+/K+ATPase nas membranas basolaterais, em comparação com qualquer outro segmento do néfron,
proporcionando a força propulsora para o transporte de íons. Esse túbulo curto é responsável por:
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Reabsorção de Na+ e secreção de K+ no ultrafiltrado para conservar o Na+
Reabsorção de íons bicarbonato, com secreção concomitante de íons H+, resultando em maior acidificação da urina
Reabsorção de cloreto (Cl–), mediada por transportadores de Na+/Cl– sensíveis aos tiazídicos
Secreção de amônia em resposta à necessidade dos rins de excretar ácido e gerar bicarbonato.
•
•
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O túbulo conector representa uma região de transição entre o túbulo contorcido distal e o ducto coletor cortical.
Os túbulos conectores dos néfrons subcapsulares unemse diretamente ao ducto coletor cortical, enquanto os túbulos
conectores dos néfrons mesocorticais e justamedulares unemse inicialmente com outros túbulos conectores para formar
um túbulo conector arqueado antes de se unir com o ducto coletor cortical. O epitélio desse segmento sofre uma transição
gradual a partir do túbulo contorcido distal para o ducto coletor. Nesse epitélio estão presentes células de ambas as regiões
(i. e., células principais do ducto coletor cortical e células do túbulo contorcido distal). Estudos morfológicos e
fisiológicos demonstraram que os túbulos conectores desempenham importante papel na secreção de K+ (mais
provavelmente atribuída à existência das células principais), que é regulada, em parte, pelos mineralocorticoides secretados
pelo córtex da suprarrenal.
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Os ductos coletores corticais e medulares determinam a osmolalidade final da urina pela sua atividade na reabsorção de
água. O ducto coletor medular externo também é o local de reabsorção da ureia por transporte facilitado, utilizando o
transportador de ureia A1 (UTA1). Os ductos coletores são compostos de epitélio simples. Os ductos coletores corticais
apresentam células planas, que variam de formato pavimentoso a cuboide. Os ductos coletores medulares apresentam
células cuboides, com transição para células colunares conforme os ductos aumentam de tamanho. Os ductos coletores são
prontamente distinguidos dos túbulos proximais e distais em virtude da nitidez dos limites celulares que podem ser vistos
ao microscópio óptico (Prancha 77, página 741).
Existem dois tipos distintos de células nos ductos coletores:
As células claras, também denominadas células principais ou células dos ductos coletores (DC), constituem o tipo
celular predominante dos ductos coletores. Tratase de células de coloração pálida com pregas basais verdadeiras, em
lugar de interdigitações com células adjacentes. Apresentam um único cílio primário e uma quantidade relativamente
pequena de microvilosidades curtas (Figura 20.22). Contém mitocôndrias pequenas e esféricas. Essas células
apresentam quantidade abundante de canais de água regulados pelo hormônio antidiurético (ADH), a aquaporina2
(AQP2), que são responsáveis pela permeabilidade dos ductos coletores de água. As moléculas de aquaporinas AQP3
e AQP4 estão localizadas na membrana basolateral dessas células. As células principais também expressam quantidade
abundante de receptores mineralocorticoides (MRs) citoplasmáticos; por conseguinte, constituem o principal alvo da
ação da aldosterona (ver adiante) (Boxe 20.5)
As células escuras, também denominadas células intercaladas (CI), são consideravelmente menos numerosas.
Apresentam muitas mitocôndrias e o seu citoplasma é mais denso. Observamse micropregas, pregas citoplasmáticas e
microvilosidades em sua superfície apical. As micropregas são facilmente observadas ao MEV, mas podem ser
confundidas com microvilosidades ao microscópio eletrônico de transmissão (MET) (Figura 20.22). Não exibem
pregas basais, mas apresentam interdigitações com as células vizinhas localizadas na região basal do citoplasma.
Numerosas vesículas estão presentes no citoplasma apical. As células intercaladas estão envolvidas na secreção de H+
(células intercaladas α) ou de bicarbonato (células intercaladas β), dependendo da necessidade do rim de excretar ácido
ou álcali. A célula intercalada α secreta ativamente H+ dentro do lúmen do ducto coletor por meio de bombas
dependentes de ATP e libera HCO3– por meio de trocadores de Cl–/HCO3– localizados na membrana celular basolateral.
As células intercaladas β exibem polaridade oposta e secretam íons bicarbonato no lúmen do ducto coletor. Dependendo
da natureza da dieta e, portanto, da necessidade de excretar ácido, o epitélio dos ductos coletores passam a conter mais
células intercaladas α do que β.
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As células dos ductos coletores tornamse gradualmente mais altas à medida que os ductos passam da medula externa
para a medula interna, tornandose colunares na região da papila renal. Conforme se aproximam da papila, o número de
células escuras diminui gradualmente até não haver nenhuma delas nos ductos.
A aldosterona não atua no túbulo contorcido distal, e sim nos túbulos conectores e ductos coletores.
Com base em experimentos mais antigos de micropunção, concluiuse que o principal alvo da aldosterona consistia em
células do túbulo contorcido distal. No entanto, novas pesquisas com metodologias moleculares mostram que a aldosterona
atuaprincipalmente sobre as células principais (claras) dos ductos coletores. Conforme assinalado anteriormente, as células
principais não são encontradas no túbulo contorcido distal, mas estão presentes de modo esparso nos túbulos conectores.
Por conseguinte, a aldosterona – à semelhança do ADH – atua sobre os ductos coletores cortical e medular, que são
revestidos primariamente pelas células principais. A razão dessa interpretação devese ao fato de que o líquido tubular
coletado durante experimentos de micropunção frequentemente tem contato com células dos túbulos conectores e ductos
coletores corticais, dando a impressão de que o tratamento experimental com aldosterona tem efeito sobre o túbulo
contorcido distal. Estudos moleculares de expressão gênica forneceram uma evidência clara da existência do receptor de
mineralocorticoides (aldosterona) nas células principais.
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A aldosterona ligada aos receptores de mineralocorticoides nas células principais atua como fator de transcrição
para proteínas envolvidas nas trocas de Na+ por K+.
A aldosterona é secretada pelo córtex da suprarrenal e liberada sob a estimulação da angiotensina II e por um aumento na
concentração sanguínea de K+ (hiperpotassemia). Ligase ao receptor de mineralocorticoides (MR) citoplasmático e, em
seguida, é translocada para o núcleo. O complexo aldosteronaMR atua como fator de transcrição, suprarregulando a
expressão gênica de várias proteínas que estão envolvidas na reabsorção de Na+ e na secreção de K+. Essas proteínas
incluem proteínas do canal de sódio epitelial (ENaC), proteínas do canal de potássio medular externo do rim (ROMK) e
Na+/K+ATPase. A síntese de novas proteínas de canais e enzimas leva aproximadamente 6 h. O resultado final da ação da
aldosterona consiste em aumento da reabsorção de Na+ e da secreção de K+ pelas células principais. Isso aumenta a
concentração sérica de Na+, o que, por sua vez, aumenta o volume sanguíneo e a pressão arterial.
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O tecido conjuntivo do parênquima renal, denominado tecido intersticial, circunda os néfrons, os ductos e os vasos
sanguíneos e linfáticos. A quantidade desse tecido aumenta consideravelmente do córtex (em que constitui em torno de 7%
do volume) para a região interna da medula e a papila (em que pode constituir mais de 20% do volume).
No córtex, são identificados dois tipos de células intersticiais: as células que se assemelham a fibroblastos,
encontradas entre a membrana basal dos túbulos e os capilares peritubulares adjacentes, e macrófagos ocasionais. Por sua
estreita relação com a base das células epiteliais tubulares, os fibroblastos assemelhamse aos fibroblastos subepiteliais do
intestino. Essas células sintetizam e secretam colágeno e glicosaminoglicanos da matriz extracelular do interstício.
Na medula, as principais células intersticiais assemelhamse a miofibroblastos. Essas células estão orientadas
paralelamente ao eixo longo das estruturas tubulares e podem desempenhar papel na compressão dessas estruturas. As
células contêm feixes proeminentes de filamentos de actina, retículo endoplasmático rugoso (RER) abundante, um
complexo de Golgi bem desenvolvido e lisossomos. Gotículas lipídicas proeminentes encontradas no citoplasma parecem
aumentar e diminuir em relação ao estado diurético.
Os fibroblastos originamse, em sua maioria, no tecido intersticial por um mecanismo denominado transição epitélio
mesênquima. A conversão das células epiteliais tubulares em um fenótipo mesenquimatoso é iniciada por uma alteração
no equilíbrio das concentrações locais de citocinas. Durante uma lesão persistente e a ocorrência de inflamação crônica do
parênquima renal, os fibroblastos aumentam em número e, por meio de secreção excessiva de matriz extracelular, destroem
a arquitetura intersticial normal do rim. Pesquisas científicas sugerem que, na fibrose renal, mais de um terço de todos os
fibroblastos relacionados com a doença originese das células epiteliais tubulares no local da lesão. A proliferação dos
fibroblastos em resposta a mitógenos locais leva geralmente à insuficiência renal irreversível, caracterizada por nefrite
tubulointersticial. As intervenções terapêuticas recentes na fibrose renal estão direcionadas para inibir a formação de
fibroblastos por meio de desvio do equilíbrio local de citocinas que favoreça uma transição mesênquimaepitélio
reversa.
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O sistema multiplicador por contracorrente cria uma urina hiperomóstica.
O termo contracorrente indica um fluxo de líquido em estruturas adjacentes em sentidos opostos. A capacidade de excretar
urina hiperosmótica depende do sistema multiplicador por contracorrente, que envolve três estruturas:
A alça de Henle atua como multiplicador por contracorrente. O ultrafiltrado movese no ramo descendente do segmento
delgado da alça em direção à papila renal e movese de volta para a junção corticomedular no ramo ascendente do
segmento delgado. Os gradientes osmóticos da medula são estabelecidos ao longo do eixo da alça de Henle
•
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Os vasos retos formam alças paralelasà alça de Henle. Atuam como trocadores por contracorrente de água e solutos
entre a porção descendente (arteríolas retas) e a porção ascendente (vênulas retas) dos vasos retos. Os vasos retos
ajudam a manter o gradiente osmótico da medula
O ducto coletor da medula atua como dispositivo de equilíbrio osmótico. O ultrafiltrado modificado nos ductos coletores
pode ainda ser equilibrado com o interstício medular hiperosmótico. O nível de equilíbrio depende da ativação dos
canais de água dependentes de ADH (AQP2) (Boxe 20.6).
Um gradiente permanente de concentração de íons produz uma urina hiperosmótica por um efeito multiplicador
por contracorrente.
A alça de Henle cria e mantém um gradiente de concentração de íons no interstício medular que aumenta desde a junção
corticomedular até a papila renal. Conforme assinalado anteriormente, o ramo descendente delgado da alça de Henle é
livremente permeável à água, ao passo que o ramo ascendente da alça de Henle é impermeável à água. Além disso, as
células do ramo ascendente delgado acrescentam Na+ e Cl– ao interstício.
Como a água não pode deixar o ramo ascendente delgado, o interstício tornase hiperosmótico em relação ao conteúdo
luminal. Embora parte do Cl– e do Na+ do interstício sofra difusão de volta ao néfron no ramo descendente delgado, os
íons são transportados novamente para fora no ramo ascendente delgado e na parte reta do túbulo distal (ramo ascendente
espesso). Isso produz o efeito multiplicador por contracorrente. Por conseguinte, a concentração de NaCl no interstício
aumenta de modo gradual ao longo da extensão da alça de Henle e, consequentemente, através da espessura da medula, da
junção corticomedular até a papila.
Os vasos retos que contêm arteríolas descendentes e vênulas ascendentes atuam como trocadores por
contracorrente.
Para obter uma compreensão do mecanismo de troca por contracorrente, é necessário resumir a descrição da circulação
renal no ponto em que a arteríola eferente deixa o corpúsculo renal.
As arteríolas eferentes dos corpúsculos renais da maior parte do córtex ramificamse profusamente e formam a rede de
capilares que circunda as porções tubulares do néfron no córtex, a rede de capilares peritubulares. As arteríolas eferentes
dos corpúsculos renais justamedulares formam várias arteríolas não ramificadas que penetram na pirâmide medular. Essas
arteríolas retas fazem uma volta em U na porção mais profunda da pirâmide medular e, em seguida, ascendem como
vênulas retas. Em conjunto, as arteríolas descendentes e as vênulas ascendentes são denominadas vasos retos. As
arteríolas retas formam plexos capilares revestidos por endotélio fenestrado, que suprem as estruturas tubulares nos vários
níveis da pirâmide medular.
A interação de ductos coletores, alças de Henle e vasos retos é necessária para a concentração da urina por meio
do mecanismo de troca por contracorrente.
Como o ramo ascendente espesso da alça de Henle apresenta um alto nível de atividade de transporte, e como ele é
impermeável à água, o ultrafiltrado modificado que finalmente alcança o túbulo contorcido distal é hiposmótico. Quando há
ADH, os túbulos contorcidos distais e os ductos coletores são altamente permeáveis à água. Por conseguinte, no córtex,
em que o interstício é isosmótico com relação ao sangue, o ultrafiltrado modificado no túbulo contorcido distal equilibrase
e tornase isosmótico, em parte pela perda de água para o interstício e em parte pela adição de outros íons além do Na+ e
do Cl– ao ultrafiltrado. Na medula, quantidades crescentes de água deixam o ultrafiltrado conforme os ductos coletores
passam pelo interstício cada vez mais hiposmótico em seu trajeto até as papilas.
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Conforme assinalado anteriormente, os vasos retos também formam alças na medula, que seguem um percurso paralelo
com a alça de Henle. Esse arranjo assegura que os vasos forneçam uma circulação à medula, sem perturbar o gradiente
osmótico estabelecido pelo transporte de Cl– no epitélio do ramo ascendente da alça de Henle.
Os vasos retos formam um sistema de troca por contracorrente da seguinte maneira: tanto o lado arterial quanto o
venoso da alça consistem em vasos de paredes finas, que formam plexos de capilares fenestrados em todos os níveis na
medula. À medida que os vasos arteriais descem pela medula, o sangue perde água e ganha sal do interstício, de modo que,
na extremidade da alça localizada profundamente na medula, o sangue está essencialmente em equilíbrio com o líquido
intersticial hiposmótico.
À medida que os vasos venosos ascendem para a junção corticomedular, o processo é invertido (i. e., no interstício, o
sangue hiperosmótico perde sal e ganha água). Essa troca passiva de água e de sal por contracorrente entre o sangue e o
interstício ocorre sem gasto de energia pelas células endoteliais. A energia que move esse sistema é a mesma que
impulsiona o sistema multiplicador, isto é, o movimento do Na+ e do Cl– para fora das células do ramo ascendente
impermeável à água da alça de Henle. A Figura 20.23 mostra o sistema de troca por contracorrente e outros movimentos de
moléculas em diferentes partes do néfron.
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Alguns aspectos do suprimento sanguíneo do rim já foram descritos e relacionados com suas funções específicas(i. e.,
filtração glomerular, controle da pressão arterial e troca por contracorrente). No entanto, resta ainda fornecer uma descrição
global do suprimento sanguíneo do rim.
Cada rim recebe um ramo de grande calibre da aorta abdominal, denominado artéria renal. A artéria renal ramificase
no seio renal e envia artérias interlobares para dentro do rim (Figura 20.24). Essas artérias seguem o seu percurso entre as
pirâmides até o córtex e, em seguida, curvamse em formato de arco ao longo da base da pirâmide entre a medula e o
córtex. Por esse motivo, essas artérias interlobares são denominadas artérias arqueadas.
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As artérias interlobulares são ramos das artérias arqueadas e ascendem pelo córtex até a cápsula. Embora os limites
entre os lóbulos não sejam distintos, as artérias interlobulares, quando incluídas em um corte realizado perpendicularmente
ao vaso, estão localizadas no labirinto cortical entre raios medulares adjacentes. À medida que atravessam o córtex em
direção à cápsula, as artérias interlobulares ramificamse em arteríolas aferentes, uma para cada glomérulo. Uma única
arteríola aferente pode originarse diretamente da artéria interlobular, ou um tronco comum da artéria interlobular pode
ramificarse para formar várias arteríolas aferentes. Algumas artérias interlobulares terminam próximo da periferia do
•
•
•
•
•
córtex, enquanto outras penetram e irrigam a cápsula renal.
As arteríolas aferentes originam os capilares que formam o glomérulo. Os capilares glomerulares reúnemse para
formar uma arteríola eferente que, por sua vez, dá origem a uma segunda rede de capilares, os capilares peritubulares. O
arranjo desses capilares difere conforme são originados a partir dos glomérulos corticais ou dos glomérulos
justamedulares.
As arteríolas eferentes dos glomérulos corticais levam a uma rede de capilares peritubulares que circunda os túbulos
uriníferos locais (Figura 20.24)
As arteríolas eferentes dos glomérulos justamedulares descem na medula, ao longo da alça de Henle; dividemse em
vasos menores que continuam até o ápice da pirâmide. No entanto, em vários níveis, fazem uma volta em formato de U
para retornar como vasos retos em direção à base da pirâmide (Figura 20.24). Por conseguinte, as arteríolas eferentes
dos glomérulos justamedulares dão origem aos vasos retos descendentes, que, juntamente com os vasos retos
ascendentes, estão envolvidos no sistema de troca por contracorrente. Esses vasos drenam nas veias arqueadas, por
meio de uma rede de capilares medulares peritubulares. Esses vasos são descritos na explicação sobre o sistema de
troca por contracorrente (ver página 725).
Em geral, o fluxo venoso no rim segue um percurso inverso ao fluxo arterial, em que as veias seguem um curso
paralelo ao das artérias correspondentes (Figura 20.24). Por conseguinte:
Os capilares corticais peritubulares drenam para as veias interlobulares, as quais, por sua vez, drenam para as veias
arqueadas, as veias interlobares e a veia renal
A rede vascular medular drena nas veias arqueadas, e assim por diante
Os capilares peritubulares próximos da superfície do rim e os capilares da cápsula drenam para as veias estreladas
(assim denominadas em virtude de seu padrão de distribuição quando vistas da superfície do rim), que drenam para as
veias interlobulares, e assim por diante.
•
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Os rins contêm duas redes principais de vasos linfáticos. Em geral, tais redes não são visíveis nos cortes histológicos de
rotina, mas podem ser demonstradas por métodos experimentais. Uma rede está localizada nas regiões externas do córtex e
drena para vasos linfáticos maiores localizados na cápsula. A outra rede está localizada profundamente no parênquima do
rim e drena para grandes vasos linfáticos no seio renal. Existem numerosas anastomoses entre as duas redes linfáticas.
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As fibras que formam o plexo renal derivam principalmente da divisão simpática do sistema nervoso autônomo. Causam
contração do músculo liso vascular e consequente vasoconstrição.
A constrição das arteríolas aferentes dos glomérulos diminui a taxa de filtração e a produção de urina
•
•
•
A constrição das arteríolas eferentes dos glomérulos aumenta a taxa de filtração e a produção de urina
A perda da inervação simpática leva a aumento do débito urinário.
Contudo, está comprovado que o suprimento nervoso extrínseco não é necessário para a função renal normal, pois,
embora as fibras nervosas aferentes do rim sejam seccionadas durante o transplante renal, os rins transplantados
desempenham funções normais.
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Todas as vias excretoras, exceto a uretra, apresentam a mesma organização geral.
Ao deixar os ductos coletores na área cribriforme, a urina entra em uma série de estruturas que não modificam a sua
composição, mas que são especializadas em armazenála e transportála para o exterior do corpo. Para isso, a urina flui
sequencialmente para o cálice menor, o cálice maior e a pelve renal, a partir da qual deixa cada rim por meio do ureter que
leva à bexiga urinária, onde é armazenada. Finalmente, a urina é eliminada através da uretra.
Todas essas vias excretoras, com exceção da uretra, apresentam as mesmas estruturas gerais – isto é, uma mucosa
(revestida por epitélio de transição), uma muscular e uma adventícia (ou, em algumas regiões, uma serosa).
O epitélio de transição reveste os cálices, os ureteres, a bexiga e o segmento inicial da uretra.
O epitélio de transição (urotélio) reveste as vias excretoras que saem do rim e forma a interface entre o espaço urinário e os
vasos sanguíneos, nervos, tecido conjuntivo e células musculares lisas subjacentes (Figuras 20.25 e 20.26). Esse epitélio
estratificado é essencialmente impermeável aos sais e à água. O epitélio de transição é composto de pelo menos três
camadas celulares:
A camada superficial do epitélio contém células poliédricas grandes (25 a 250 μm de diâmetro) com um ou mais
núcleos, que fazem protuberância no lúmen. Com frequência, essas células são descritas como células em formato de
cúpula ou de guardachuva, em virtude da curvatura de sua superfície apical (Figura 20.26). O formato dessas células
epiteliaisdepende do estado de enchimento da via excretora. Por exemplo, na bexiga urinária vazia, as células em
formato de cúpula apresentamse com formato aproximadamente cuboide; no entanto, quando a bexiga está cheia, elas
se tornam altamente distendidas e aparecem como células planas e pavimentosas. As bordas das células exibem cristas,
que são formadas pelas interdigitações das membranas da superfície apical de células adjacentes. Essas interdigitações
assemelhamse a um zíper fechado e contribuem para a formação de uma barreira paracelular de alta resistência que
reforça as zônulas de oclusão
•
•
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A camada celular intermediária contém células piriformes que estão conectadas entre si e com as células sobrejacentes
em formato de cúpula por desmossomos. A estrutura dessa camada varia de acordo com o estado de expansão do trato
urinário que, nos humanos, pode alcançar uma espessura de até cinco camadas celulares. Quando ocorre perda da célula
em formato de cúpula sobrejacente, a população de células intermediárias diferenciase rapidamente e substitui as
células de superfície perdidas
A camada celular basal consiste em pequenas células contendo um único núcleo, que repousa sobre a membrana basal.
Essa camada contém célulastronco para o urotélio.
O epitélio iniciase nos cálices menores como duas camadas celulares e aumenta para quatro a cinco camadas no ureter
e para seis ou mais camadas na bexiga vazia. No entanto, quando a bexiga é distendida, são observadas apenas três
camadas (Figura 20.26). Essa mudança estrutural reflete a capacidade dessas células de se acomodar à distensão. As
células na bexiga distendida, particularmente as grandes células superficiais em formato de cúpula, achatamse, enquanto
aquelas presentes nas camadas intermediárias deslizam uma sobre a outra para acomodar a distensão da área de superfície.
A reorganização das células na bexiga distendida resulta em um epitélio no qual apenas três camadas “verdadeiras” de
células são reconhecidas.
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A superfície luminal do epitélio de transição é coberta por placas uroteliais rígidas contendo proteínas
cristalinas, as uroplaquinas, que desempenham importante papel na barreira de permeabilidade.
Quando a parede da bexiga não distendida é examinada com o MET, a membrana plasmática apical das células em formato
de cúpula exibe aparência recortada incomum. A maior parte da membrana plasmática apical é recoberta pelas placas
uroteliais côncavas de aparência rígida, intercaladas por regiões em dobradiças estreitas (Figura 20.27). Em corte
transversal, o folheto externo da bicamada lipídica é duas vezes mais espesso que o folheto interno; por conseguinte, a
região da placa urotelial aparece assimétrica e é denominada membrana unitária assimétrica (MUA). O folheto externo mais
espesso da placa urotelial contém um arranjo hexagonal cristalino de partículas proteicas de 16 nm. Essas partículas são
compostas por uma família de cinco proteínas transmembrana, denominadas uroplaquinas (UPIa, UPIb, UPII, UPIIIa e
UPIIIb; Figura 20.28). O arranjo cristalino das placas de uroplaquina torna a placa impermeável a pequenas moléculas
(água, ureia e prótons). Em conjunto, as zônulas de oclusão e as placas uroteliais desempenham importante papel na
barreira de permeabilidade urotelial. As áreas em dobradiça da membrana plasmática contêm todas as demais proteínas da
placa que são geralmente encontradas no domínio celular apical, tais como receptores e canais. Cerca de 85% das
infecções urinárias são causadas por bactérias Escherichia coli uropatogênicas, que colonizam o epitélio de
transição. A adesão inicial ao epitélio possibilita a fixação das bactérias à superfície epitelial, impedindo, assim, a sua
eliminação durante a micção. Essa ligação é mediada pelas adesinas FimH, localizadas na extremidade de um aparelho de
fixação filamentoso de E. coli, que interagem com as uroplaquinas na membrana unitária assimétrica das placas
uroteliais. Além disso, a interação com as uroplaquinas desencadeia uma cascata de eventos que levam à invasão das
células do epitélio de transição pela bactéria.
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O epitélio de transição mantém uma barreira de permeabilidade urotelial, apesar das alterações dinâmicas que
ocorrem na parede da bexiga e nos outros órgãos que contêm urina.
Conforme a bexiga ou outros órgãos que contêm urina se distendem, a superfície dobrada da mucosa tornase distendida e
se expande. As células em formato de cúpula também sofrem alterações nas suas membranas apicais, que estão associadas
•
•
à existência de vesículas fusiformes. Quando observadas com o MET, as vesículas fusiformes exibem orientação
perpendicular e estão posicionadas em estreita proximidade com a membrana plasmática apical. São formadas pelas
membranas unitárias assimétricas semelhantes àquelas das placas uroteliais. Em resposta à distensão da bexiga, a
membrana apical se expande em consequência da exocitose das vesículas fusiformes, que passam a constituir parte da
superfície celular (Figura 20.28). As vesículas fusiformes fundemse com a superfície celular apical, principalmente nas
regiões de dobradiça, enquanto as vesículas remanescentes assumem uma posição mais paralela em relação à membrana
apical. Durante a micção, o processo é invertido – ou seja, a membrana apical é recuperada por endocitose e a membrana
apical das células em formato de cúpula se encurta.
O músculo liso das vias urinárias é disposto em feixes.
Uma lâmina própria colágena densa situase abaixo do urotélio em todas as vias excretoras. Nem a muscular da mucosa
nem a camada submucosa estão presentes em suas paredes. Nas porções tubulares (ureteres e uretra), geralmente há duas
camadas de músculo liso abaixo da lâmina própria:
Uma camada longitudinal, a camada interna disposta como uma espiral frouxa
Uma camada circular, a camada externa disposta como uma espiral compacta.
Observe que esse arranjo do músculo liso é oposto ao observado na muscular externa do trato gastrointestinal. O
músculo liso das vias urinárias não forma lâminas musculares puras, e sim feixes paralelos entremeados com tecido
conjuntivo. As contrações peristálticas do músculo liso movimentam a urina dos cálices menores através do ureter até a
bexiga.
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Cada ureter conduz a urina da pelve renal até a bexiga e mede aproximadamente 24 a 34 cm de comprimento. A parte distal
do ureter entra na bexiga e tramita obliquamente através da parede da bexiga. O epitélio de transição (urotélio) reveste a
superfície luminal da parede do ureter. O restante da parede é composto de músculo liso e tecido conjuntivo. O músculo
liso está disposto em três camadas: uma camada longitudinal interna, uma camada circular média e uma camada
longitudinal externa (Prancha 78, página 743). No entanto, a camada longitudinal externa apenas está presente na
extremidade distal do ureter. Em geral, o ureter está inserido no tecido adiposo retroperitoneal. O tecido adiposo, os vasos
e os nervos formam a adventícia do ureter.
Conforme a bexiga se distende com a urina, as aberturas dos ureteres são comprimidas, reduzindo a possibilidade de
refluxo de urina para dentro dos ureteres. A contração do músculo liso da parede da bexiga também comprime as aberturas
dos ureteres na bexiga. Essa ação ajuda a impedir a disseminação da infecção a partir da bexiga e da uretra, locais
frequentes de infecção crônica (particularmente nas mulheres), para o rim.
Na porção terminal dos ureteres, particularmente na porção do ureter que atravessa a parede da bexiga, há uma camada
externa espessa de músculo orientado longitudinalmente, além das duas camadas já mencionadas. A maioria das descrições
da musculatura da bexiga indica que essa camada longitudinal continua para o interior da parede da bexiga, formando o
componente principal de sua parede. Contudo, na bexiga, o músculo liso não é tão claramente organizado em camadas
distintas.
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A bexiga urinária é um reservatório distensível para a urina, que se localiza na pelve, posteriormente à sínfise púbica. Seu
tamanho e formato modificamse com o seu enchimento. A bexiga contém três aberturas, duas para os ureteres (óstios dos
ureteres) e uma para a uretra (óstio interno da uretra). A região triangular definida por essas três aberturas, o trígono da
bexiga, é relativamente lisa e de espessura constante, enquanto o restante da parede vesical é espesso e dobrado quando a
bexiga está vazia e fino e liso quando a bexiga está distendida. Essas diferenças refletem as origens embriológicas do
trígono da bexiga e do restante da parede vesical: o trígono da bexiga originase dos ductos mesonéfricos embrionários,
enquanto a porção principal da parede originase da cloaca.
O músculo liso da parede vesical forma o músculo detrusor da bexiga. Em direção à abertura da uretra, as fibras
musculares formam o esfíncter interno da uretra. Esse esfíncter é involuntário e composto de um arranjo anular de
músculo situado ao redor do óstio interno da uretra. Os feixes de músculo liso do músculo detrusor estão dispostos de
maneira menos regular que os das porções tubulares das vias excretoras e, portanto, os feixes musculares e colágenos
•
•
•
•
•
•
estão misturados aleatoriamente (Prancha 79, página 745). A contração do músculo detrusor da bexiga comprime todo o
órgão e força a urina para dentro da uretra.
A bexiga é inervada por ambas as divisões simpática e parassimpática do sistema nervoso autônomo:
As fibras simpáticas formam um plexo na adventícia da parede da bexiga. Essas fibras provavelmente inervam os vasos
sanguíneos na parede
As fibras parassimpáticas originamse dos segmentos S2 a S4 na medula espinal e penetram na bexiga juntamente com
os nervos esplâncnicos pélvicos. Essas fibras terminam em gânglios terminais nos feixes musculares e na adventícia e
constituem as fibras eferentes do reflexo da micção
As fibras sensitivas da bexiga até a porção sacral da medula espinal consistem nas fibras aferentes do reflexo da
micção.
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A uretra é o tubo fibromuscular que transporta a urina da bexiga para o exterior do corpo através do óstio externo da
uretra. O tamanho, a estrutura e as funções da uretra diferem nos homens e nas mulheres.
No homem, a uretra serve de ducto terminal para ambos os sistemas: urinário e genital; tem cerca de 20 cm de
comprimento e apresenta três segmentos distintos:
A parte prostática da uretra estendese através da próstata (ver Capítulo 22) por 3 a 4 cm a partir do colo da bexiga. É
revestida por epitélio de transição (urotélio). Os ductos ejaculatórios do sistema genital entram na parede posterior
desse segmento, acompanhados por muitos ductos prostáticos pequenos
A parte membranácea da uretra estendese por cerca de 1 cm a partir do ápice da próstata até o bulbo do pênis. À
medida que entra no períneo passa pelo espaço profundo do períneo do assoalho pélvico. O músculo esquelético do
espaço profundo do períneo que circunda a parte membranácea da uretra forma o esfíncter externo (voluntário) da
uretra. O epitélio de transição termina na parte membranácea da uretra. Esse segmento é revestido por um epitélio
estratificado ou pseudoestratificado colunar, que se assemelha mais ao epitélio do sistema ductal genital do que ao
epitélio das porções mais proximais do sistema ductal urinário
A parte esponjosa da uretra estendese por aproximadamente 15 cm através do comprimento do pênis e abrese na
superfície do corpo na glande do pênis. A parte esponjosa da uretra é circundadapelo corpo esponjoso quando passa ao
longo do comprimento do pênis. É revestida por epitélio pseudoestratificado colunar, exceto em sua extremidade distal,
em que é revestida por epitélio estratificado pavimentoso contínuo com o da pele do pênis. Os ductos das glândulas
bulbouretrais (glândulas de Cowper) e das glândulas uretrais (glândulas de Littré) secretoras de muco desembocam na
parte esponjosa da uretra.
Na mulher, a uretra é curta e mede 3 a 5 cm de comprimento da bexiga até o vestíbulo da vagina, onde costuma
terminar imediatamente posterior ao clitóris. Tradicionalmente, a mucosa é reconhecida pela existência de pregas
longitudinais. À semelhança da uretra masculina, o revestimento consiste inicialmente em epitélio de transição, uma
continuação do epitélio da bexiga; contudo, na sua porção terminal, modificase para um epitélio estratificado pavimentoso.
Alguns pesquisadores relataram a existência de epitélio estratificado colunar e pseudoestratificado colunar na porção média
da uretra feminina.
Numerosas glândulas uretrais pequenas, particularmente na porção proximal da uretra, abremse em seu lúmen. Outras
glândulas, as glândulas parauretrais, que são homólogas à próstata no homem, secretam nos ductos parauretrais comuns.
Esses ductos abremse de cada lado do óstio externo da uretra; produzem uma secreção alcalina. A lâmina própria é uma
camada altamente vascularizada de tecido conjuntivo que se assemelha ao corpo esponjoso de indivíduos do sexo
masculino. No local em que a uretra penetra no diafragma urogenital (parte membranácea da uretra), o músculo estriado
dessa estrutura forma o esfíncter externo da uretra (voluntário).
Sistema Urinário
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Rim, humano, amostra a fresco, 3×.
Um corte frontal feito através do córtex e da medula de um rim não fixado obtido de necropsia é mostrado
aqui. A região hilar é visível e consiste em cálices menores (de cor cinza/branca) circundados por tecido
adiposo de cor amarelada. A parte externa do rim apresenta cor castanhoavermelhada, que corresponde ao
córtex. Distinguese facilmente da porção interna, a medula, que é ainda subdividida em uma porção externa
(ME), identificada aqui pela existência de vasos sanguíneos retos, os vasos retos (VR), e uma porção interna (MI) de cor
mais clara e mais homogênea. A medula é formada por pirâmides renais, que têm a sua base voltada para o córtex,
enquanto o ápice forma uma papila (p) direcionada para o hilo. As papilas são algumas vezes separadas apenas
parcialmente, como nesta figura, por material cortical, denominado colunas renais (ColR). A maior parte da porção
externa da pirâmide à esquerda não foi incluída no plano de corte. As papilas são extremidades livres das pirâmides que se
projetam na primeira de uma série de grandes espaços coletores de urina, denominados cálices menores (cm); a
superfície interna do cálice é branca. Os cálices menores drenam para os cálices maiores, os quais, por sua vez, abremse
na pelve renal, que leva a urina para dentro do ureter.
Uma característica interessante nesta amostra é a de que o sangue foi retido em muitos dos vasos, possibilitando,
assim, a observação de diversos vasos renais em sua topografia. Dentre os vasos que podem ser identificados na face de
corte do rim mostrada aqui estão os vasos interlobulares (VI) do córtex; as veias arqueadas (VA) e as artérias arqueadas
(AA) na base das pirâmides; as artérias interlobares (AIL) e as veias interlobares (VIL) entre as pirâmides renais; e, na
medula, os vasos que vão e vêm da rede de capilares da pirâmide. Tais vasos, tanto arteríolas quanto vênulas, são
relativamente retos e são denominados coletivamente como vasos retos (VR). (A amostra é uma cortesia do Dr. Eric A.
Pfeifer.)
Córtex e medula, rim, humano, H&E, 20×.
Um corte histológico incluindo o córtex e parte da medula é mostrado aqui. No limite entre os dois
(parcialmente marcado pela linha tracejada), estão localizados numerosos perfis de artérias arqueadas (AA) e
veias arqueadas (VA). A característica mais distinta do córtex renal, independentemente do plano de corte,
consiste na existência dos corpúsculos renais (CR). Tratase de estruturas esféricas compostas de um
glomérulo (tufo vascular glomerular) circundado pelo epitélio visceral e parietal da cápsula de Bowman. No córtex, são
também observados grupos de túbulos mais ou menos retos e dispostos radialmente a partir da base da medula (setas),
constituindo os raios medulares. Em contraste, a medula apresenta perfis de estruturas tubulares dispostas em curvas
suaves na porção externa da medula. Em seguida, giram suavemente até tornaremse retas na parte interna da medula. A
disposição dos túbulos (e dos vasos sanguíneos) confere à face de corte da pirâmide uma aparência ligeiramente estriada,
que também é evidente na amostra macroscópica (ver figura da parte superior).
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Córtex, rim, humano, H&E, 60×.
O córtex renal pode ser dividido em regiões denominadas labirinto cortical (LC) e raios medulares (RM).
O labirinto cortical contém os corpúsculos renais (CR), que são vistos como estruturas esféricas
relativamente grandes. Os túbulos contorcidos proximal e distal circundam cada corpúsculo renal. Constituem
também parte do labirinto cortical. Os túbulos contorcidos, particularmente o proximal, em virtude de sua
tortuosidade, exibem perfis variáveis, cuja maioria é oval ou circular; outros, mais alongados, têm o formato da letra J, C
ou até mesmo S. Os raios medulares são compostos de grupos de túbulos retos orientados na mesma direção e que
parecem irradiarse a partir da base da pirâmide. Quando os raios medulares aparecem em corte longitudinal, como nesta
figura, os túbulos exibem perfis alongados. Os raios medulares contêm a parte reta dos túbulos proximais (segmentos
espessos; ramo descendente da alça de Henle), parte reta dos túbulos distais (segmentos espessos; ramos ascendentes da
alça de Henle) e ductos coletores corticais.
Córtex, rim humano, H&E, 120×.
Esta figura apresenta outro perfil do córtex renal, em aumento um pouco maior, cortado em ângulo reto em
relação ao corte da figura superior. A parte periférica da fotomicrografia mostra o labirinto cortical no qual
os túbulos exibem principalmente perfis esféricos e ovais, mas também alguns perfis mais alongados e
curvos. O aspecto é idêntico ao das áreas do labirinto cortical da figura superior. Observase também a
existência de um corpúsculo renal (CR) no labirinto cortical. Em contraste, os perfis apresentados pelos túbulos do raio
medular nesta figura são muito diferentes daqueles observados na figura superior. Todos os túbulos delimitados pela linha
tracejada pertencem ao raio medular (RM), e todos aparecem em corte transversal. Uma análise geral do raio medular
revela vários tipos distintos de túbulos, de acordo com o seu tamanho, com o formato do lúmen e com o tamanho das
células tubulares. Essas características, bem como as do labirinto cortical, são consideradas na Prancha 76.
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Túbulos contorcidos proximais e distais, rim, humano, H&E, 240×.
Nesta figura, uma área do labirinto cortical, são observados seis perfis de túbulos contorcidos distais
(CD). Os túbulos contorcidos proximais (não marcados) apresentam um diâmetro externo ligeiramente
maior que os túbulos distais. Os túbulos proximais exibem uma borda em escova, enquanto os túbulos distais
apresentam uma superfície luminal mais nítida e bem delineada. O lúmen dos túbulos proximais
frequentemente tem formato estrelado, o que não ocorre com os túbulos distais. Em geral, aparece menor número de
núcleos em um corte transversal de um túbulo proximal, em comparação com um segmento equivalente de um túbulo
distal.
Os pontos anteriormente citados também podem ser utilizados, em sua maioria, para distinguir as porções retas dos
segmentos espessos proximal e distal nos raios medulares, conforme ilustrado na figura à direita.
Parte reta dos túbulos proximais e distais, rim, humano, H&E, 240×.
Nesta figura, todos os perfis tubulares do raio medular são arredondados, exceto o túbulo contorcido
proximal (CP) incluído no canto inferior direito da figura (que pertence ao labirinto cortical adjacente). Em
segundo lugar, o número de perfis tubulares retos proximais (P) e distais (D) é aproximadamente igual no
raio medular, conforme mostrado pela identificação de cada túbulo nesta figura. Observe que, diferentemente
da parte reta dos túbulos distais, a parte reta dos túbulos proximais exibe uma borda em escova e apresenta um
diâmetro externo maior, e muitos deles exibem um lúmen estrelado. O raio medular também contém ductos coletores
corticais (DCC).
Corpúsculos renais, rim, humano, H&E, 360×.
O corpúsculo renal é visto como uma estrutura esférica, cuja periferia é composta de uma cápsula fina que
envolve um espaço estreito e claro, o espaço urinário (asteriscos), e um tufo capilar ou glomerular, visto
como uma grande massa celular. A cápsula do corpúsculo renal, conhecida como cápsula renal ou Bowman,
é formada por duas partes: uma camada parietal, que está marcada (CB), e uma camada visceral. A camada
parietal consiste em células epiteliais simples pavimentosas. A camada visceral consiste em células denominadas
podócitos (Pod), que estão localizadas na superfície externa do capilar glomerular. Exceto nos locais onde revestem
nitidamente o espaço urinário, como é o caso das células marcadas na figura à esquerda, pode ser difícil distinguir os
podócitos das células endoteliais capilares. Para complicar a correta identificação, as células mesangiais também
constituem um componente do glomérulo. Em geral, os núcleos dos podócitos são maiores e se coram menos intensamente
que os núcleos das células endoteliais e mesangiais.
Um túbulo contorcido distal (CD) e dois túbulos contorcidos proximais (CP) estão marcados na figura à esquerda. As
células do túbulo distal estão mais aglomeradas em um dos lados. Essas células aglomeradas constituem a mácula densa
(MD), situada adjacente à arteríola aferente.
Na figura à direita, tanto o polo vascular quantoo polo urinário do corpúsculo renal estão evidentes. O polo vascular
caracterizase pela existência de arteríolas (a), uma das quais está entrando ou deixando o corpúsculo (seta de ponta
dupla). A arteríola aferente contém células musculares lisas modificadas com grânulos, as células justaglomerulares (não
evidentes nesta figura). No polo urinário, a camada parietal da cápsula de Bowman é contínua com o túbulo contorcido
proximal (CP). Aqui, o espaço urinário do corpúsculo renal é contínuo com o lúmen do túbulo proximal, e as células de
revestimento modificamse, passando de epitélio simples pavimentoso para simples cuboide ou baixo colunar, com uma
borda em escova.
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Medula, rim, humano, H&E, 240×.
Esta figura mostra um corte realizado através da porção externa da medula. Esta região contém os
segmentos espessos proximais e distais, segmentos delgados e ductos coletores medulares. Todos os túbulos
são paralelos e aparecem em corte transversal; por conseguinte, apresentam perfis circulares. A parte reta
dos túbulos proximais (P) exibe um lúmen estrelado típico e uma borda em escova (ou a superfície celular
apical fragmentada a partir da qual a borda em escova foi parcialmente rompida). Esses túbulos apresentam diâmetros
externos que, em geral, são maiores que os da parte reta dos túbulos distais (D). Conforme assinalado anteriormente e
mostrado aqui, a parte reta dos túbulos distais exibe maior número de núcleos que os segmentos comparáveis das células
da parte reta do túbulo proximal. Observe também que o lúmen do túbulo distal é mais arredondado, e a superfície apical
das células é mais nítida. Os ductos coletores (DC) têm diâmetros externos aproximadamente iguais aos dos túbulos
proximais e maiores que os dos túbulos distais. As células que formam os ductos coletores são cuboides e menores que as
dos túbulos proximais; por conseguinte, os segmentos de túbulos coletores exibem número relativamente maior de núcleos
que os segmentos comparáveis das células dos túbulos proximais. É interessante contálos. Por fim, os limites entre as
células que constituem os túbulos coletores são geralmente evidentes (asteriscos); isso serve como um dos aspectos mais
confiáveis para a identificação desses ductos.
Os segmentos delgados (Del) são os que apresentam paredes mais finas entre todos os túbulos renais encontrados na
medula. São formados por um epitélio cuboide baixo ou simples pavimentoso, conforme mostrado aqui, e o lúmen é
relativamente grande. Em certas ocasiões, um corte inclui a região de transição de um segmento espesso para um delgado
que pode ser reconhecida até mesmo em um corte transversal feito através do túbulo. Uma dessas transições é evidente
nesta figura (o túbulo com duas setas no lúmen). De um lado, a célula tubular (seta apontando para a esquerda) é
característica do segmento proximal, pois apresenta uma borda em escova distinta. O outro lado do túbulo (seta apontando
para a direita) é composto de células cuboides baixas, que se assemelham às células que formam os segmentos delgados.
Além dos túbulos uriníferos e dos ductos coletores, há muitas outras estruturas tubulares pequenas nesta figura. Os vasos
sanguíneos pequenos são de paredes finas e revestidos por endotélio.
Pirâmide renal, rim, humano, H&E, 20×.
Esta figura mostra uma pirâmide renal em pequeno aumento. A pirâmide é uma estrutura cônica composta
principalmente de túbulos retos medulares, ductos e vasos sanguíneos retos (vasos retos). A linha tracejada à
esquerda da fotomicrografia está colocada na junção entre o córtex e a medula; por conseguinte, marca a base
da pirâmide. Observe os vasos arqueados (va) que ficam no limite entre o córtex e a medula. Esses vasos
definem a linha limítrofe. Os poucos corpúsculos renais (CR), na parte superior à esquerda, pertencem à coluna renal da
medula. São denominados corpúsculos justamedulares.
A pirâmide é um tanto distorcida nesta amostra, conforme evidenciado pelas regiões de túbulos em corte longitudinal,
na parte inferior à esquerda, e pelos túbulos em corte transversal e oblíquo em outras regiões. De fato, parte da pirâmide
foi dobrada, o que explica a mudança no plano de corte dos túbulos.
A porção apical da pirâmide (ponta de seta), conhecida como papila renal, está alojada em uma estrutura semelhante a
uma taça ou funil, denominada cálice. O cálice coleta a urina que deixa a extremidade da papila a partir dos ductos
papilares (de Bellini). (A extremidade da papila não é observada no plano de corte, nem as aberturas dos ductos neste
pequeno aumento.) A superfície da papila voltada para o lúmen do cálice menor consiste em epitélio simples colunar
(EpSC) ou cuboide (em alguns locais, esse epitélio foi separado da superfície da papila e aparece como uma delgada fita de
tecido). O cálice é revestido por epitélio de transição (EpT). Embora não seja evidente no pequeno aumento mostrado aqui,
o limite entre o epitélio colunar que reveste a papila e o epitélio de transição que recobre a superfície interna do cálice é
marcado com losangos.
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Ureter, macaco, H&E, 160×.
A parede do ureter da área retangular na fotomicrografia de orientação é examinada em maior aumento nesta
figura. É possível reconhecer imediatamente o revestimento epitelial espesso, o qual é distinto e nitidamente
delimitado do restante da parede. Tratase do epitélio de transição (urotélio) (EpT). O restante da parede é
composto de tecido conjuntivo (TC) e de músculo liso. Este último pode ser identificado como uma camada
de coloração mais escura. O corte também mostra certa quantidade de tecido adiposo (TA), um componente da camada
adventícia.
O epitélio de transição e seu tecido conjuntivo de sustentação constituem a mucosa (Muc). Não há uma submucosa
distinta, embora o termo seja algumas vezes aplicado ao tecido conjuntivo que está mais próximo do músculo.
A camada muscular (Mus) é formada por uma camada longitudinal interna (MLl), uma camada circular média (MLc)
e uma camada longitudinal externa (MLl).
No entanto, a camada longitudinal externa é encontrada somente na extremidade inferior do ureter. Em um corte
transversal realizado através do ureter, as camadas interna e externa de músculo liso são vistas em corte transversal,
enquanto a camada circular média de células musculares aparece em corte longitudinal.
Epitélio de transição, ureter, macaco, H&E, 400×.
Esta figura mostra em maior aumento a camada de músculo liso longitudinal interna (MLl). Observe que
os núcleos aparecem como perfis redondos, indicando que as células musculares foram cortadas
transversalmente. Esta figura também mostra bem o epitélio de transição (EpT). As células superficiais do
epitélio de transição (urotélio) são caracteristicamente maiores, e algumas delas são binucleadas (seta). As
células basais são menores e, em geral, seus núcleos aparecem aglomerados devido à pequena quantidade de citoplasma
presente em cada célula. As células intermediárias parecem consistir em várias camadas e são compostas de células
maiores que as células basais, mas menores que as células superficiais.
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Bexiga, humano, H&E, 60×.
Esta fotomicrografia mostra a maior parte de toda a espessura da bexiga. Uma característica incomum
consiste na existência de um dos ureteres (U) atravessando a parede da bexiga em direção ao lúmen vesical,
no qual esvazia o seu conteúdo. O epitélio de transição (EpT) que reveste a bexiga é visto à direita. Abaixo
do epitélio há uma camada relativamente espessa de tecido conjuntivo (TC) contendo vasos sanguíneos (VS)
de vários calibres. Observe que o tecido conjuntivo exibe uma coloração mais eosinófila que o músculo liso da muscular
(Mus) subjacente. O conjunto de epitélio e tecido conjuntivo constitui a mucosa da bexiga. A muscular consiste em
músculo liso disposto em três camadas indistintas. Devese assinalar que, à medida que o ureter atravessa a parede da
bexiga, ele apresenta uma camada de músculo liso disposta longitudinalmente (MLl). Em certas ocasiões, são observadas
artérias (A) e veias (V) de calibre médio na muscular.
Epitélio de transição, bexiga, humano, H&E, 250×.
Este aumento maior do retângulo à esquerda da figura superior mostra o epitélio de transição (EpT) e o
tecido conjuntivo (TC) subjacente, que formam a mucosa do ureter. Adjacentes à mucosa, são observados
feixes de músculo liso em corte longitudinal (MLl), que pertencem ao ureter. Existe um pequeno vaso
linfático (Lin) no tecido conjuntivo adjacente ao músculo liso. Observe os linfócitos, identificados pelos seus
pequenos núcleos esféricos e densamente corados, dentro do lúmen do vaso.
Epitélio de transição, bexiga, humano, H&E, 250×.
Este maior aumento do retângulo à direita da figura superior mostra o epitélio de transição (EpT) da bexiga
e o tecido conjuntivo (TC) subjacente da parede vesical. Com frequência, o epitélio de transição caracterizase
pela existência de células superficiais em formato de cúpula. Além disso, muitas dessas células são
binucleadas (setas). A espessura do epitélio de transição é variável. Quando a bexiga está totalmente
distendida, são observadas apenas três camadas de células. Aqui, na bexiga contraída, a impressão é de que há até 10
camadas de células. Essa impressão decorre do dobramento das células umas sobre as outras à medida que o músculo liso
se contrai, promovendo a redução da superfície de revestimento. O tecido conjuntivo consiste em feixes de fibras
colágenas entremeados com quantidade variável de linfócitos identificados pelos seus núcleos esféricos e intensamente
corados. Observase também no tecido conjuntivo da mucosa uma veia (V) repleta de eritrócitos.
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