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Farmacodinâmica I Profª Bruna Kogici Mohammed Hateem Farmacologia Estudo dos efeitos das substâncias químicas sobre a função dos sistemas biológicos. Farmacocinética Farmacodinâmica Oque o organismo faz com o fármaco O queo fármaco faz no organismo Farmacodinâmica Algumas Definições http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/glossario/glossario_d.htm Droga: substância ou matéria-prima que tenha a finalidade medicamentosa ou sanitária; Fármaco: substância química de estrutura definida que afeta a função fisiológica de modo específico; Prednisona Medicamento: produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico; Remédio: substância ou recurso utilizado para combater uma dor, uma doença. Pró-Droga: substância química que se torna ativa após a sua transformação no organismo Exemplos: Pró-Fármaco Metabólito Ativo Prednisona Prednisolona Enalapril Enalaprilato Aciclovir TrifosfatodeAciclovir Prednisona Prednisolona Enalapril Enalaprilato Aciclovir Monofosfato de Aciclovir Medicamento de Referência (ou Inovador, de Marca, ou Original) Apresentam eficácia terapêutica, segurança e qualidade comprovadas cientificamente no momento do registro, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Laboratórios farmacêuticos investem anos em pesquisas para desenvolver os medicamentos de referência. Geralmente são medicamentos com novos princípios ativos ou que são novidades no tratamento de doenças. A eficácia e a segurança precisam ser comprovadas. Pesquisa Clínica Lei 9787/1999 300mil a 1 milhão Medicamentos Genéricos Produto igual ou comparável ao de referência (ou inovador ou original ou de marca) em quantidade de princípio ativo, concentração, forma farmacêutica, modo de administração e qualidade, que pretende ser com ele intercambiável. É geralmente produzido após expiração ou renúncia da patente e de direitos de exclusividade, comprovando sua eficácia, segurança e qualidade através de testes de biodisponibilidade e equivalência terapêutica. O medicamento genéricos é designado conforme a DCB ou, na ausência, a DCI. ANVISA Não tem nome comercial ou fantasia Medicamento Similar Aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, preventiva ou diagnóstica, do medicamento de referência registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca; Lei 9787/1999 Produto Farmacêutico Intercambiável Equivalente terapêutico de um medicamento de referência, comprovados, essencialmente, os mesmos efeitos de eficácia e segurança; Lei 9787/1999 RDC nº 58/2014 - ANVISA Ementa: Dispõe sobre as medidas a serem adotadas junto à Anvisa pelos titulares de registro de medicamentos para a intercambialidade de medicamentos similares com o medicamento de referência. RDC nº 58/2014 - ANVISA Art. 2º Será considerado intercambiável o medicamento similar cujos estudos de equivalência farmacêutica, biodisponibilidade relativa/bioequivalência ou bioisenção tenham sido apresentados, analisados e aprovados pela ANVISA. RDC nº 58/2014 - ANVISA Lista disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/medicamentos-similares Biodisponibilidade Indica a velocidade e a extensão de absorção de um princípio ativo em uma forma de dosagem, a partir de sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina. Bioequivalência Consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados sob a mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio (s) ativo (s), e que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo desenho experimental. Farmacocinética Objetivos da Farmacocinética Desenvolver modelos e expressões matemáticas que descrevam o destino dos fármacos no organismo; Determinar constantes de velocidade envolvidas nos processos cinéticos de transferência dos fármacos no organismo; Quantificar parâmetros relacionados à quantidade de fármaco no organismo e aos espaços líquidos no quais ele se distribui; Efetuar predições e extrapolações com base nos modelos farmacocinéticos. Absorção Absorção Passagem do Fármaco do local da administração para a corrente sanguínea. Intestino Delgado Enterócito Sistema Porta-Hepático Fatores modificadores que influenciam na absorção de drogas: Farmacêuticos Via de Administração Forma Farmacêutica Solução Taxa de dissolução x Absorção Preparações com liberação controlada Vias de Administração de Drogas Via Enteral: processo de absorção em algum segmento do trato gastrointestinal. Via oral, sublingual, retal. 33 Vias de Administração de Drogas Via Parenteral: processo de absorção da droga ocorre fora do trato gastrointestinal. Via Intramuscular, Intravenosa/Endovenosa, Subcutânea, Intratecal (Espaço subaracnóide ou raquidiano), Epidural (Canal medular), Plexular (Plexos Nervosos Periféricos). Superfícies epiteliais / Mucosas (Utilizadas principalmente para a administração de drogas com ação localizada) Mucosa ocular, Nasal, Vaginal Vias de Administração de Drogas Via Inalatória - Pulmão Atinge concentração local elevada / Absorção na circulação é parcial Minimiza efeitos colaterais sistêmicos Vias de Administração de Drogas Vias de Administração e Biodisponibilidade Vantagens e Desvantagens das Vias de Administração Físico - Químicos Formação de Quelantes (Ex: Tetraciclina + Cátions di ou trivalentes = formação de complexos estáveis que não são absorvidos pelo TGI) Adsorção (Ex: Carvão Ativado) Fisiológicos Influência do pH Presença ou Ausência de Alimentos no TGI Taxa de Esvaziamento Gástrico Patológicos Doenças que alteram a taxa de esvaziamento gástrico; Decúbito lateral direito; Diabetes Melitus; Doenças que reduzem a área de absorção. Posaconazol Albendazol Cetoconazol Metformina AINE’s Alendronato Atenolol Tetraciclina Fluoroquinolonas Distribuição Pra onde vai o fármaco??? Líquidos intersticiais Líquidos intracelulares Distribuição Passagem do fármaco da corrente sanguínea para os tecidos. * A distribuição não é uniforme! O que pode interferir na Distribuição? Débito cardíaco Fluxo sanguíneo regional Características Físico-Químicas do Fármaco DC = VS x FC Fatores Modificadores: Ligação com proteínas plasmáticas Barreiras orgânicas – Barreira Hematoencefálica e Barreira Hematoplacentária Deposição Tecidual Volume de Distribuição Ligação com Proteínas Plasmáticas (PP) Plasma: - Albumina (Fármacos ácidos ligam-se facilmente / Forma de reserva) *Desnutrição / Insuficiência Renal (Com lesão glomerular) / Doenças Hepáticas - α glicoproteína ácida (Fármacos básicos ligam-se facilmente) - Proteínas carreadoras (Transferrina) - Imunoglobulinas (Sistema Imune) Fármacos Ligados a PP Não Ligados a PP (facilmente metabolizados e eliminados) Barreiras Orgânicas Barreira Hemato-encefálica: camada contínua de células endoteliais unidas por junções estreitas, consequentemente o cérebro é inacessível a muitas substâncias. *Inflamação pode romper sua integridade Barreira Hemato-Encefálica Barreiras Orgânicas Barreira Hematoplacentária: apresenta permeabilidade seletiva. *Poucos estudos! Experimentos realizados em mamíferos Deposição Tecidual Exemplos: Cloroquina (retinotoxidade e depósito na córnea – concentra-se nas estruturas oculares que contém melanina) Inseticidas Organofosforados (deposição no tecido adiposo) Tetraciclina (deposição seletiva nos ossose dentes resultando em manchas) Volume Real de Distribuição É uma medida da extensão da distribuição além do plasma. Pode ser conceituado como o volume no qual o fármaco deve dissolver-se para que sua concentração se iguale à do plasma. [ ] fármaco no sangue ≠ [ ] fármaco nos tecidos Exemplo: Foi administrada dose de 1000mg de determinado fármaco e a concentração plasmática máxima alcançada foi de 10mg/mL, qual o seu volume de distribuição? Volume de Distribuição Dexclorfeniramina: 3,8L/kg Cetirizina: 0,4L/kg Pravastatina: 0,5L/kg Cerivastatina* Conceito Matemático não Anatômico Plasma – 3L Líquido Extracelular – 12L Líquido Intracelular – 26L Total ≃ 40L Volume Aparente de Distribuição Relaciona a concentração plasmática e a quantidade de fármaco no organismo em um dado tempo: Vda = X/C Vda = Volume Aparente de Distribuição – L/kg X = Dose Administrada - mg C = Concentração plasmática do fármaco – mg/L Referências Lei 5991/73 Lei 9787/99 Livro Farmacologia Rang e Dale (Tradução da 5°edição Americana). Editora Elsevier As Bases Farmacológicas da Terapêutica – Goodman e Gilman, 12ª edição. DIPIRO, et.al. Clinical Pharmacokinetics-a self instructional course, 1996 bkogici@hotmail.com