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Princípios do Desenvolvimento Sustentável Novos Cenários sobre o Tema

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13/04/2018 Princípios do Desenvolvimento Sustentável: Novos Cenários sobre o Tema
https://www.campusonline1.ead.uniceub.br/mod/book/tool/print/index.php?id=156134 3/13
Introdução da Aula
Na aula “Princípios do Desenvolvimento Sustentável: Novos Cenários sobre o Tema”, a proposta será analisar os
princípios aplicados ao direito ambiental e que se relacionam com a ideia de sustentabilidade. Dentre estes, se
destaca o princípio da precaução, instrumento jurídico de relevância ímpar para a aplicação e compreensão dos
conceitos em matéria ambiental.
Ao final desta aula, você deverá:
• Compreender a dinâmica do desenvolvimento sustentável enquanto princípio fundamentador;
• Avaliar a relação do desenvolvimento sustentável com os princípios do direito ambiental e
• Identificar os diferentes tipos de aplicação do princípio da precaução no plano ambiental.
 
Reflexão
É possível mapear o desenvolvimento? Entender as incertezas e os riscos oriundos do processo de tomada
de decisão? Qual a melhor maneira de enquadrar a sustentabilidade no progresso civilizatório?
13/04/2018 Princípios do Desenvolvimento Sustentável: Novos Cenários sobre o Tema
https://www.campusonline1.ead.uniceub.br/mod/book/tool/print/index.php?id=156134 4/13
Tópico 1 - Princípios Aplicados ao Direito Ambiental
em Espécie
Evidenciado que o desenvolvimento sustentável está nos holofotes, é importante examiná-lo da perspectiva
metodológica. A partir da análise do desenvolvimento sustentável como princípio, as matérias que ainda não
foram objeto de legislação específica podem ser tratadas pelos diferentes atores envolvidos no direito ambiental.
Um dos fundamentos normativos aplicáveis ao princípio do desenvolvimento sustentável é o artigo 4º da Lei de
Introdução das Normas do Direito Brasileiro (LINDB):
 
À época em que foi forjado, o princípio do desenvolvimento sustentável poderia se enquadrar como princípio
geral do Direito. No entanto, nos dias atuais, acredita-se que o desenvolvimento sustentável deve atuar como
princípio normativo.
Ainda que não tenha a redação expressa no texto constitucional de 1988, a interpretação sistemática dos artigos 225,
170 e 3º permitem alcançar a ideia de sustentabilidade progressista contida na expressão meio ambiente
ecologicamente equilibrado.
Atenção
Assim, não há consenso doutrinário sobre a aplicação dos tipos de princípios e sua natureza quando
da proteção e regulação ambiental. Logo, ora se defende que o desenvolvimento sustentável é um
princípio explícito, ora apresenta-se como implícito (ANTUNES, 2016).
Atualmente, o princípio do desenvolvimento sustentável apresenta-se como fundamentador – capaz de lastrear as
ações dos Estados e demais atores na proteção ambiental – e como princípio normativo, dotado de capacidade
sancionaria no âmbito dos sistemas nacionais e em determinadas esferas internacionais.
Estudo complementar
A leitura do artigo sobre “O julgamento da Corte Internacional de Justiça (CIJ) em aspectos ambientais”, de
Luciana Fernandes Coelho, demonstra os diferentes níveis de sanção.
Há a crítica sobre os princípios de que eles podem ser objeto de justificativa para excessos. Creio que é uma crítica
pertinente, motivo pelo qual deve se apreciar alguns dos princípios mais relevantes aplicados à regulação ambiental. 
 
O princípio da dignidade da pessoa humana é considerado o núcleo fundador da ordem jurídica democrática.
Tendo em vista esta qualificação, no texto constitucional de 1988 ele é classificado como princípio
fundamentador. No plano internacional, a sua repercussão se apresenta como princípio pro homine.
A sua incursão para forjar a aplicação do princípio do desenvolvimento sustentável apresenta-se na Declaração de
Estocolmo, proclamada em 1972, nos princípios 1 e 2: 
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios
gerais de direito.
13/04/2018 Princípios do Desenvolvimento Sustentável: Novos Cenários sobre o Tema
https://www.campusonline1.ead.uniceub.br/mod/book/tool/print/index.php?id=156134 5/13
 
Princípio 1
Princípio 2
 
 
 
 
Posteriormente, na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – a Rio 92 – ele
encontra posição de destaque:
 
Princípio 1 – Os seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com o desenvolvimento
sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com o meio ambiente.
 
Atualmente, a dignidade humana apresenta-se como principal fundamentador para tratar o meio ambiente em
uma perspectiva antropocêntrica.
Nesta linha antropocêntrica, o princípio do desenvolvimento tem o seu papel de destaque nesta relação. Antunes
(2016) defende que o grau maior de proteção ambiental está conectado à razão direta do maior nível de bem-estar
social e renda da população.
Por essa razão, as principais declarações internacionais sobre meio ambiente sempre enfatizam a necessidade de
desenvolvimento econômico e que este deverá ser sustentável.
 
De outro lado, o meio ambiente não pode ser protegido se o crescimento não leva em conta as consequências da
destruição ambiental. Esses problemas não podem ser tratados separadamente por instituições e políticas
fragmentadas, vez que fazem parte de um sistema complexo de causa e efeito.
No Relatório Brundtland, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento estabeleceu que o
meio ambiente e o desenvolvimento não constituem desafios separados. Estão inevitavelmente
interligados, porquanto o desenvolvimento não se mantém se a base de recursos ambientais se deteriora.
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https://www.campusonline1.ead.uniceub.br/mod/book/tool/print/index.php?id=156134 6/13
 
Como visto, os principais problemas ambientais se encontram nas áreas mais pobres e que as grandes vítimas do
descontrole ambiental são os mais desafortunados. Há uma relação perversa entre condições ambientais e
pobreza, de modo que a qualidade ambiental somente poderá ser melhorada com melhor distribuição de renda.
Por essa razão, houve ênfase no surgimento da ideia de “consciência ambiental” ou “pegada ambiental”.
 
 
O princípio do desenvolvimento materializa-se no direito ao desenvolvimento sustentável. É a reunião e a
interpretação sistemática de diferentes textos normativos nacionais e internacionais.
A zona de fricção está na relação do princípio do desenvolvimento com o princípio da precaução. O nível ótimo
de proteção ambiental encontra-se na compreensão e na harmonização de ambos os princípios. 
 
Por sua vez, o princípio democrático coloca a democracia como alicerce do direito ambiental. Suas principais
origens estão nos movimentos reivindicatórios dos cidadãos.
‹ ›
E arremata no seu artigo 9º:
Todos os aspectos do direito ao desenvolvimento estabelecidos na presente Declaração são indivisíveis e
interdependentes, e cada um deles deve ser considerado no contexto do todo.
Sem e ste atrito (zona de fricção) não há movimento. Por essa razão, o desenvolvimento sustentável reúne a
conciliação das condições que permitem a melhoria da qualidade de vida com a preservação do meio
ambiente e o desenvolvimento (PEREIRA, 2012).
 
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Na regulação ambiental, sua expressão normativa encontra-se nos direitos à informação e à participação.
Quanto ao direito à informação, o artigo 5º, XXXIII, da Constituição Federal estabelece que:
Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindívelà segurança da sociedade e do Estado.
 
Por sua vez, a Lei de Acesso à Informação (LAI) complementa em seu artigo 2º: 
 
Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para
realização de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções
sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres.
 
A partir desta normativa, organizações não governamentais, por exemplo, que recebam verbas da compensação
ambiental deverão dar publicidade às informações sobre a aplicação e a gestão de tais recursos.
Quanto ao marco regulatório, no que tange ao aspecto do direito público, depende da tramitação da
Administração Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, conforme a autonomia
administrativa conferida pelo artigo 18 do texto constitucional.
 
 
 
No âmbito privado, depende do conserto entre os atores (se
influentes, ou não), ou do nível de Governança sobre o tema.
Como exemplo, a Convenção CITES (de 1973),
implementada pelo Decreto Legislativo 54/1975 e pelo
Decreto 3.607/2000, demonstra a oscilação deste tipo de
governança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O princípio democrático também avança no direito dos cidadãos de participar de discussões para a elaboração de
políticas públicas ambientais, bem como na possibilidade de obter informações dos órgãos públicos sobre matéria
referente à defesa do meio ambiente e de empreendimentos utilizadores de recursos ambientais e que tenham
significativas repercussões sobre o ambiente, resguardado o sigilo industrial. 
 
 
A participação do cidadão e da sociedade civil no processo de tomada de decisão é um dos aspectos mais
importantes que compõe o conteúdo do princípio democrático.
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Desde a década de 1990 a participação social tornou-se um dos princípios organizativos dos processos de formulação
de políticas públicas e de deliberação democrática no âmbito local (MILANI, 2008).
De acordo com o pensamento de MILANI (2008, p. 552):
 
Fomentar a participação dos diferentes atores políticos e criar uma rede que informe, elabore, implemente e
avalie as políticas públicas são, hoje, peças essenciais nos discursos de qualquer política pública (auto)
considerada progressista.
 
Além do desdobramento da participação social (em especial em políticas públicas), avanço do conteúdo democrático
alcança o direito de petição, estabelecido no artigo 5º, inciso XXIV da Constituição. Concentra-se na possibilidade
que o cidadão tem de acionar o Poder Público para que este, no exercício de sua autotutela, ponha fim a uma
situação de ilegalidade ou de abuso de poder.
Diversos exemplos podem surgir desta situação, como:
 
1
2
3
4
5
Exigência de que o Estado puna o possuidor de um depósito clandestino de produtos tóxicos
 
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) está “impregnado” com o conteúdo democrático. Além de ser tornado
público, o EIA deve ser submetido à audiência pública.
 
Atenção
É importante frisar que a exigência de EIA só é legal nas hipóteses em que o órgão ambiental
demonstre a potencialidade de um impacto negativo a ser causado ao meio ambiente (ANTUNES,
2016), pois a exigência da Avaliação Ambiental Prévia não se confunde com a exigência de prévio
Estudo de Impacto Ambiental.
 
 
Vale destacar também medidas judiciais fundadas no princípio democrático. A Ação Popular – dotada de
envergadura constitucional (artigo 5º, LXXIII) – tem como finalidade anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade da qual o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural.
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Por sua vez, outros instrumentos que acionam a tutela do
Poder Judiciário podem ser manejados para concretizar o
princípio democrático. Dentre eles, é importante destacar a
Ação Civil Pública (Constituição, artigo 129, inciso III e
artigo 134, com redação dada pela Emenda Constitucional
80/2014) e o Controle de Constitucionalidade (concentrado
e difuso) em matéria ambiental (como, por exemplo, a ADPF
101). 
 
 
 
Há também o déficit de aplicação do princípio democrático no âmbito ambiental (ANTUNES, 2016). Concentra-
se na prática administrativa do Direito Ambiental brasileiro, em que o licenciamento ambiental é o carro-chefe.
Transforma a participação de terceiras partes interessadas em mera assistência privilegiada, sem que as suas opiniões
sejam, efetivamente, levadas em consideração, ou sem que elas possam estabelecer mecanismos formais de solução
de conflitos.
É importante tratar também de outros princípios que – até implicitamente – estão no texto constitucional, mas
possuem envergadura acadêmica e científica própria. É o caso do princípio da precaução. 
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Tópico 2 - O Princípio da Precaução
A doutrina (ANTUNES, 2016) considera o princípio da
precaução o mais destacado dentre os princípios, o de maior
polêmica e o de maior complexidade. Com origem no Direito
alemão (Vorsorgeprinzip), na década de 1970, iniciou-se
preocupação com a necessidade de avaliação prévia das
consequências sobre o meio ambiente dos diferentes projetos
e empreendimentos que se encontravam em curso ou em vias
de implantação.
A concepção foi incorporada no projeto de lei de proteção da qualidade do ar – aprovado em 1974. Este projeto
estabelecia controles para uma série de atividades potencialmente danosas, tais como ruídos, vibrações e muitas
outras relacionadas à limpeza atmosférica (ANTUNES, 2016).
 
Em sua formulação original, a precaução tinha como escopo desenvolver em todos os setores da economia processos
que reduzissem significativamente as cargas ambientais, principalmente aquelas originadas por substâncias
perigosas. 
 
 
Com o passar do tempo, houve a construção de outras
formulações do princípio. Houve a expansão de seu conteúdo
para o direito internacional (constitucionalização do direito
internacional e, posterior Internacionalização do Direito). 
 
 
 
 
 
 
Referido princípio não é baseado em ansiedade ou emoção, pois tem a pretensão de ser uma regra de decisão
racional, baseado na ética, que tem como objetivo usar o melhor dos “sistemas de ciências” de processos complexos
para tomar decisões mais sábias (ANTUNES, 2016). 
 
A conceituação deste princípio apresenta problemas, sobretudo no que diz respeito à legitimidade dos seus termos. O
que é decisão racional? O que é decisão sábia?
Atualmente, não existe um consenso internacional quanto ao seu significado (ANTUNES, 2016). Com isso,
consegue-se estabelecer apenas a definição negativa, isto é, o que o princípio da precaução não é. Não é
baseado na ideia de “risco zero”. Porém, pretende alcançar riscos ou riscos mais baixos ou mais aceitáveis.
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Esta argumentação sobre o que seria “decisão racional” ou “decisão sábia” abre espaço para críticas como a de Marti
Koskenniemi (2005), em que argumentos ascendentes (fundados na norma jurídica estabelecida entre os Estados
no plano internacional) e argumentos descendentes (fundamento estabelecido em elementos morais).
 
Estudo complementar
A leitura sobre “O risco na sociedade contemporânea e o princípioda precaução no direito ambiental”, de
Denise Hammerschmidt, avança na discussão desta questão.
 
O princípio da precaução não pode garantir a consistência entre os casos. Cuida-se do típico princípio que obedece
a casuística, isto é, cada caso será um pouco diferente, tendo os seus próprios fatos, incertezas, circunstâncias e
tomadores de decisão e o elemento de julgamento não pode ser eliminado. 
 
 
 
 
 
De outro lado, há restrição doutrinária (ANTUNES, 2016)
quanto à precaução. Para determinados autores, o princípio
não pode ser interpretada como uma cláusula geral, aberta e
indeterminada.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mirra (2001, p. 93-94) defende que:
 
Com a sua consagração, diversamente, a orientação que passou a ser seguida é a de que, mesmo diante de
controvérsias no plano científico com relação aos efeitos nocivos de determinada atividade ou substância sobre o
meio ambiente, presente o perigo de dano grave ou irreversível, a atividade ou substância em questão deverá ser
evitada ou rigorosamente controlada.
 
Assim, é necessário definir o que se pretende prevenir e qual o risco a ser evitado.
 
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Saiba mais
Só é possível interpretar o princípio da precaução com os parâmetros do caso concreto. Confira o exemplo.
Como exemplo desta relação, existe outro ditado popular interessante: “se correr o bicho pega, se ficar, o
bicho come”. Isso pode ser visto no inseticida DDT (diclorodifeniltricloroetano), que foi o primeiro
pesticida moderno, pós Segunda Guerra Mundial, para combater os mosquitos transmissores da malária e
do tifo.
Ao aplicar o princípio da precaução – Silent Spring, de Rachel Carson (citada por ANTUNES, 2016) – o
DDT é um dos causadores de câncer nas pessoas e alta taxa de mortalidade entre os pássaros.
A Lei Federal 11.936/2009 baniu o DDT do Brasil. Como resultado preliminar, houve aumento de 35% dos
casos de malária em 1 ano, com 71 mil casos no Estado do Amazonas. Em 2016, houveram 18 mil casos
em Cruzeiro do Sul, sobretudo em virtude do aumento do desmatamento (no Estado do Pará).
Venezuela e Equador não baniram o DDT – e não tiveram aumento nos casos de Malária. Então, o que
fazer?
A questão representa o que se pode chamar de equidade intergeracional, isto é, as ações presentes devem
ser pautadas por um comportamento ético em relação às gerações futuras.
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Encerramento
Complexidade. Esta é a definição mais interessante de como enquadrar a metodologia do desenvolvimento
sustentável. Suas ações estão conectadas à ideia de desenvolvimento e progresso científico, mas é necessário
compreender os riscos e as consequências das escolhas tomadas no processo de tomada de decisão.
Agora que finalizamos, você está apto a realizar os exercícios desta aula.
Fique atento a sua performance e frequência nas atividades!

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