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Princípios Norteadores do Direito Ambiental

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Como escreve Rodrigues (2018),
Direito Ambiental
Aula 2: Princípios Norteadores do Direito Ambiental
Apresentação
Nesta aula, estudaremos os princípios norteadores do Direito Ambiental, uma vez que se trata de disciplina autônoma, que possui
princípios próprios. Iniciaremos o conteúdo esclarecendo a importância dos princípios para o estudo do Direito, principalmente para o
Direito Ambiental. Posteriormente, verificaremos cada um dos principais princípios norteadores desta disciplina e ainda aqueles
previstos na pátria Constituição Federal de 1988.
Objetivos
Compreender a importância dos princípios para o estudo da disciplina Direito Ambiental;
Identificar os princípios norteadores do Direito Ambiental;
Verificar frente a Constituição Federal, os princípios do Direito Ambiental que se relacionam com a mesma.
 Conceito de Princípios
Derivado do latim principium, o termo princípio significa começo, início, origem, ponto de partida, ou, ainda, a ideia de verdade
primeira, que serve de fundamento ou de base para algo. Etimologicamente, princípio origina-se de principal, primeiro, demonstrando
origem de algo, de uma ação ou de um conhecimento.
Em um primeiro momento, dentro da evolução histórica do Direito, os princípios eram vistos como meras fontes de integração,
estavam no mesmo patamar dos costumes e da analogia.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Segundo Thomé (2019),
"hoje não mais se nega sua força normativa. São reconhecidos como verdadeiras normas
jurídicas, capazes de criar direitos, obrigações etc., nas mais variadas situações concretas, ainda
que não seja constatada qualquer lacuna. A grande diferença, contudo, para as tradicionais regras
jurídicas é que os princípios são dotados de uma carga de abstração muito grande."
- RODRIGUES, 2018.
Dentro do estudo do Direito, os princípios são vetores, considerados os mandamentos, o alicerce de determinado sistema jurídico,
influenciando todas as normas que o compõem, criando um sentido lógico, harmônico, racional e coerente. Deles se extraem as
diretrizes básicas que permitem compreender a forma pela qual a proteção do meio ambiente é vista na sociedade.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Na conceituação de Celso Antônio Bandeira de Melo “e o mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele”. Para Sirvinskas
“são normas que exigem a realização de algo, da melhor forma possível, de acordo com as possibilidades fácticas e jurídicas. Os
princípios não proíbem, permitem ou exigem algo em termos de tudo ou nada; impõem a optimização de um direito ou de um bem
jurídico, tendo em conta a reserva do possível, fáctica ou jurídica”.
Nos princípios estão as proposições primárias do Direito; neles estão vinculados os valores fundamentais de uma sociedade.
Princípios do Direito Ambiental
Por ser uma ciência autônoma, o Direito Ambiental é fundamentado por princípios próprios que regulam seus objetivos e diretrizes e
que auxiliam no entendimento e na identificação da unidade e coerência existentes entre todas as normas jurídicas que compõem o
sistema legislativo ambiental.
"o Direito Ambiental, ciência dotada de autonomia científica, apesar de apresentar caráter
interdisciplinar, obedece a princípios específicos, pois, de outra forma, dificilmente se obteria a
proteção eficaz pretendida sobre meio ambiente. Neste sentido, seus princípios caracterizadores
têm como escopo fundamental orientar o desenvolvimento e a aplicação de políticas públicas que
servem como instrumento fundamental de proteção ao meio ambiente e, consequentemente, à
vida humana."
- THOMÉ, 2019.
Em junho de 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio-92, realizada na cidade
do Rio de Janeiro, também estabeleceu 27 princípios ambientais globais, fruto da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento. A Declaração do Rio teve por fim:
Pelos princípios se extraem as diretrizes básicas que permitem compreender a forma pela qual a proteção do meio ambiente é vista na
sociedade.
Rodrigues (2018) esclarece que os princípios se encontram enraizados na Constituição Federal de 1988 (CF/88) e que deles decorrem
outros que lhe são derivados, mas não expressos pelo legislador; por isso, a enumeração dos princípios do Direito Ambiental não é
uniforme na doutrina.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano que ocorreu em 1972, na cidade de Estocolmo, capital da Suécia,
estabeleceu 26 princípios que praticamente resumem as preocupações com o desenvolvimento e o meio ambiente. Esses princípios
foram importantes fontes para os princípios norteadores do Direito Ambiental Brasileiro.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
"Estabelecer uma nova e justa parceria global mediante a criação de novos níveis de cooperação
entre os Estados, os setores-chaves da sociedade e os indivíduos, trabalhando com vistas à
conclusão de acordos internacionais que respeitem os interesses de todos e protejam a
integridade do sistema global de meio ambiente e desenvolvimento, reconhecendo a natureza
integral e interdependente da Terra, nosso lar."
- BRASIL, 1992
 Principais Princípios do Direito Ambiental
 Clique no botão acima.
Princípio do Direito Humano
É considerado uma extensão do direito à vida; portanto, um direito humano. A Constituição da República Federativa do Brasil
(CRFB) de 1988 estabelece, em seu Art. 1º, III, que, entre os fundamentos do Estado Democrático de Direito, está o da
dignidade da pessoa humana, o fundamento precípuo de todo o sistema constitucional.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana. (BRASIL, 1988.)
O Princípio Fundamental do Direito Humano está vinculado ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (como direito
fundamental à sadia qualidade de vida), o qual deve ser protegido para as gerações presentes e futuras, conforme dispõe o Art.
225, caput, da CRFB. Também está previsto na Declaração de Estocolmo como princípio comum para inspirar e guiar os povos
do mundo na preservação e na melhoria do meio ambiente.
Dentro da Declaração de Estocolmo, esse princípio encontra-se consagrado nos Princípios nº 1 e nº 8, que dispõem:
Princípio 1 - O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas, em
um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna, gozar de bem-estar e é portador solene de obrigação
de proteger e melhorar o meio ambiente, para as gerações presentes e futuras.
[...]
Princípio 8 - O desenvolvimento econômico e social é indispensável para assegurar ao homem um ambiente de vida e trabalho
favorável e criar, na Terra, as condições necessárias à melhoria da qualidade de vida. (BRASIL, 1972.)
Quanto à Declaração Rio-92, esse princípio encontra amparo no Princípio nº 1, o qual esclarece que “os seres humanos estão
no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia
com a natureza”.
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei nº 6.938/81, em seu Art. 2°, assim dispõe sobre esse princípio:
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia
à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à
proteção da dignidade da vida humana. (BRASIL, 1981.)
Sirvinskas (2018) destaca que
“há crítica a esse princípio, pois o acesso ao meio ambiente ecologicamente equilibrado deve ser preservado para todas as
formas de vida, e não só a humana. Cuida-se de uma visão biocêntrica e não somente antropocêntrica”.
Princípio do Desenvolvimento Sustentável
O conceito de desenvolvimento sustentável foi apresentado ao mundo em 1987, por meio do relatóriointitulado Nosso Futuro
Comum, também conhecido como Relatório de Brundtland. Nele, a expressão em destaque é conceituada como
“o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender
suas próprias necessidades”.
Trata-se de um dos mais importantes princípios do Direito Ambiental. O Princípio do Desenvolvimento sustentável procura
coadunar proteção ao meio ambiente com desenvolvimento socioeconômico, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida
de todos nós.
A CRFB/88 expressa esse princípio ao referenciar o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras
gerações. No caput do Art. 225, a Constituição afirma que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Ainda a Constituição, no capítulo da Ordem Econômica, também faz menção à defesa do meio ambiente ao afirmar que a
ordem econômica fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social, observada, dentre outros princípios, a proteção ambiental, conforme disposto no
Art. 170, VI, da CRFB:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos
existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
[...]
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e
serviços e de seus processos de elaboração e prestação. (BRASIL, 1988.)
O desenvolvimento sustentável exige dos governos políticas públicas de saneamento, educação ambiental, fiscalização no
efetivo cumprimento das normas ambientais, diminuição do consumismo, eliminação da pobreza e da poluição.
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Princípio da Ubiquidade
Por meio desse princípio, o bem ambiental não encontra qualquer fronteira; ele está presente em todos os lugares, fruto
principalmente de sua natureza difusa. Como escreve Rodrigues (2018),
“por sua característica difusa de bem onipresente e de titularidade fluida, o bem ambiental jamais fica delimitado a uma
determinada circunscrição espacial ou temporal”. Rodrigues (2018),
Esse princípio evidencia que o objeto de proteção do meio ambiente deve ser levado em consideração sempre que uma
política, atuação, legislação sobre qualquer tema, atividade ou obra tiver de ser criada e desenvolvida. Isso ocorre porque o
Direito Ambiental tutela a vida e a qualidade de vida; assim, tudo que se pretende fazer, criar ou desenvolver deve, antes, passar
por uma consulta ambiental para saber se há ou não possibilidade de degradação ao meio ambiente.
Princípio da Cooperação
É indispensável cooperar para controlar, evitar, reduzir e eliminar eficazmente os efeitos prejudiciais que determinadas
atividades produzam no meio ambiente.
Esse princípio está previsto nos Princípios nº 22 e nº 24 da Conferência de Estocolmo. Reza a redação do Princípio 22 da
citada Conferência:
Os Estados devem cooperar para continuar desenvolvendo o direito internacional, no que se refere à responsabilidade e à
indenização das vítimas da poluição e outros danos ambientais, que as atividades realizadas dentro da jurisdição ou sob
controle de tais Estados, causem às zonas situadas fora de sua jurisdição. (BRASIL, 1972.)
Já o Princípio 24 estabelece: “Todos os países, grandes e pequenos, devem ocupar-se com espírito e cooperação e em pé de
igualdade das questões internacionais relativas à proteção e melhoramento do meio ambiente”.
Quanto à Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, estabelecida na Rio-92, o Princípio da Cooperação está
previsto em diversos princípios. São eles: Princípios nº 5, nº 7, nº 9 e nº 12.
Princípio 5: Todos os Estados e todos os povos cooperarão na tarefa fundamental de erradicar a pobreza como condição
indispensável ao desenvolvimento sustentável, por forma a reduzir as disparidades nos níveis de vida e melhor satisfazer as
necessidades da maioria dos povos do mundo.
[...]
Princípio 7: Os Estados cooperarão com espírito de parceria global para conservar, proteger e recuperar a saúde e integridade
do ecossistema da Terra. Tendo em conta as diferentes contribuições para a degradação ambiental global, os Estados têm
responsabilidades comuns, mas diferenciadas. Os países desenvolvidos reconhecem a responsabilidade que lhes cabe na
procura do desenvolvimento sustentável a nível internacional, considerando as pressões exercidas pelas suas sociedades
sobre o ambiente global e as tecnologias e os recursos financeiros de que dispõem.
[...]
Princípio 9: Os Estados deverão cooperar para reforçar as capacidades próprias endógenas necessárias a um
desenvolvimento sustentável, melhorando os conhecimentos científicos através do intercâmbio de informações científicas e
técnicas, e aumentando o desenvolvimento, a adaptação, a difusão e a transferência de tecnologias incluindo tecnologias
novas e inovadoras.
[...]
Princípio 12: Os Estados deverão cooperar na promoção de um sistema econômico internacional aberto e apoiado que
conduza ao crescimento econômico e ao desenvolvimento sustentável em todos os países de forma a melhor tratar os
problemas de degradação ambiental. As medidas de política comercial motivadas por razões ambientais não devem constituir
um instrumento de discriminação arbitrária ou injustificada ou uma restrição disfarçada ao comércio internacional. As ações
unilaterais para lidar com desafios ambientais fora da área de jurisdição do país importador devem ser evitadas. As medidas
ambientais para lidar com problemas ambientais transfronteiriços ou globais devem, tanto quanto possível, ser baseados num
consenso internacional. (BRASIL, 1992.)
Perante as Conferências Internacionais da Organização das Nações Unidas, esse princípio busca a cooperação entre os
países, seja por meio da cooperação técnica e científica para diminuir a degradação do meio ambiente, seja por uma
cooperação social a fim de reduzir a pobreza mundial, o consumismo e a poluição em todas as suas formas. Em nosso país, a
cooperação é entre o poder público em todas as esferas da federação e também as empresas na busca da preservação e
proteção do meio ambiente.
A CRFB/1988, em seu Art. 4°, IX, estabelece o Princípio da Cooperação ao disciplinar: “A República Federativa do Brasil rege-se
nas suas relações internacionais pelos Princípios da Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade”.
Princípio da Participação ou Democrático
Esse princípio assegura a todos os cidadãos o direito pleno de participar na elaboração de políticas públicas ambientais. São
mecanismos de participação popular na elaboração de políticas públicas ambientais:
1. A participação de iniciativa popular nos procedimentos legislativos, a realização de referendos sobre leis e a atuação de
representantes da sociedade civil em órgãos colegiados dotados de poderes normativos.
2. A atuação direta da sociedade na defesa do meio ambiente, participando na formulação e na execução de políticas
ambientais, mediante ação de representantes da sociedade civil em órgãos colegiados responsáveis pela formulação de
diretrizes e pelo acompanhamento da execução de políticas públicas.
3. A participação popular direta na proteção do meio ambiente, a utilização de instrumentos processuais que permitem a
obtenção da prestação jurisdicional na área ambiental e que estão à disposição do cidadão e da coletividade brasileira na
tutela do meio ambiente, como a Ação Popular, a Ação Civil Pública e o Mandado de Segurança Coletivo.
A participação popular e o acesso à informação são elementos básicos para garantir a proteção do meio ambiente e um
permanente envolvimento nas questões ambientais.
Esse princípio está previsto no Princípio nº 10 da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que narra:
A melhor formade tratar as questões ambientais é assegurar a participação de todos os cidadãos interessados ao nível
conveniente. Ao nível nacional, cada pessoa terá acesso adequado às informações relativas ao ambiente detidas pelas
autoridades, incluindo informações sobre produtos e atividades perigosas nas suas comunidades, e a oportunidade de
participar em processos de tomada de decisão. Os Estados deverão facilitar e incentivar a sensibilização e participação do
público, disponibilizando amplamente as informações. O acesso efetivo aos processos judiciais e administrativos, incluindo os
de recuperação e de reparação, deve ser garantido. (BRASIL, 1992.)
Princípio da Educação Ambiental
Educação ambiental está outorgada nas seguintes legislações: CRFB/1988, no Art. 225, §1°, VI; na Lei nº 9.795, de 27 de abril
de 1999, que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental; e na Política Nacional do Meio Ambiente, Lei nº 6.938/81, em
seu Art. 2º, X, que expressam:
CRFB, Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
[...]
VI - Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio
ambiente. (BRASIL, 1988.)
Lei 6.938/81, Art. 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da
qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
[...]
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para
participação ativa na defesa do meio ambiente. (BRASIL, 1981.)
Perante a Carta Constitucional para assegurar a efetividade do direito de preservar e defender o meio ambiente, deve o poder
público promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio
ambiente.
A Lei nº 9.795/99, que dispõe sobre a Educação Ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental, em seu Art. 1°,
conceitua a educação ambiental como sendo “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.
A norma continua em seu Art. 2° esclarecendo que “a educação ambiental é um componente essencial e permanente da
educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em
caráter formal e não formal”.
Segundo o Art. 5° da Política Nacional de Educação Ambiental, são objetivos fundamentais da educação ambiental:
I. o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações,
envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos.
II. a garantia de democratização das informações ambientais.
III. o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social.
IV. o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio
ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania.
V. o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção
de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia,
justiça social, responsabilidade e sustentabilidade.
VI. o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia.
VII. o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da
humanidade. (BRASIL, 1999.)
A norma também estabelece princípios próprios instituídos no Art. 4° e seus incisos. São eles:
I. enfoque humanista, holístico, democrático e participativo.
II. concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o sócio
econômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade.
III. o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade.
IV. a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais.
V. a garantia de continuidade e permanência do processo educativo.
VI. permanente avaliação crítica do processo educativo.
VII. abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais.
VIII. o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural. (BRASIL, 1999.)
O Princípio da Educação Ambiental está previsto na Declaração de Estocolmo, no Princípio nº 19, que consagra:
É indispensável um trabalho de educação em questões ambientais, visando tanto às gerações jovens como os adultos,
dispensando a devida atenção ao setor das populações menos privilegiadas, para assentar as bases de uma opinião pública,
bem informada e de uma conduta responsável dos indivíduos, das empresas e das comunidades, inspirada no sentido de sua
responsabilidade, relativamente à proteção e melhoramento do meio ambiente, em toda a sua dimensão humana. (Brasil,
1972.)
Princípio do Poluidor-Pagador
Um dos principais princípios do Direito Ambiental, ele impõe ao poluidor o dever de arcar com as despesas de evitar a
ocorrência de danos ambientais (caráter preventivo) e, ocorrido o dano, em razão da atividade desenvolvida, ser responsável
por sua reparação (caráter repressivo).
Objetiva evitar o dano (caráter preventivo), mas, uma vez ocorrido, deverá ser responsabilizado (caráter repressivo). Assim, o
poluidor terá de arcar com todo o prejuízo, de forma integral, pelos danos que causou ao bem ambiental.
Como escreve Thomé (2019), esse princípio é
considerado como fundamental na política ambiental, pode ser entendido como um instrumento econômico que exige do
poluidor, uma vez identificado, suportar as despesas de prevenção, reparação e repressão dos danos ambientais.
Para sua aplicação, os custos sociais externos que acompanham o processo de produção (v.g. valor econômico decorrentes
de danos ambientais) devem ser internalizados, ou seja, o custo resultante da poluição deve ser assumido pelos
empreendedores de atividades potencialmente poluidoras, nos custos da produção. Assim, o causador da poluição arcará com
os custos necessários à diminuição, eliminação ou neutralização do dano ambiental. (THOMÉ, 2019.)
Tem como fundamento legal o Art. 14, § 1º, da Lei nº 6.938/81, e o Art. 225, § 3º, da CRFB:
Lei 6.938/81, Art. 14
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência
de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. (BRASIL, 1981.)
CRFB, Art. 225
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. (BRASIL, 1988.)
Sirvinskas (2018) ressalva que “o fato de o poluidor ser obrigado a reparar os danos causados não significa que ele poderá
continuar a poluir”. E continua o autor: “Não sendo possível a recomposição, o poluidor deverá ressarcir os danos em espécie,
cujo valor deverá ser depositado no fundo para o meio ambiente”.
O Princípio do Poluidor-Pagador tem como fundamento o Princípio nº 13 da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, o qual prevê que
os Estados irão desenvolver legislaçãonacional relativa à responsabilidade e à indenização das vítimas de poluição e de outros
danos ambientais. Os Estados irão também cooperar, de maneira expedita e mais determinada, no desenvolvimento do direito
internacional no que se refere à responsabilidade e à indenização por efeitos adversos dos danos ambientais causados, em
áreas fora de sua jurisdição, por atividades dentro de sua jurisdição ou sob seu controle. (BRASIL, 1992.)
O Princípio nº 16 da Declaração do Rio também abraçou esse princípio ao consagrar que
as autoridades nacionais deverão esforçar-se por promover a internalização dos custos ambientais e a utilização de
instrumentos econômicos, tendo em conta o princípio de que o poluidor deverá, em princípio, suportar o custo da poluição,
com o devido respeito pelo interesse público e sem distorcer o comércio e investimento internacionais. (BRASIL, 1992.)
Princípio do Usuário-Pagador
Consiste na cobrança de um valor econômico pela utilização de um bem ambiental. Esse princípio estabelece que quem utiliza
o recurso ambiental deve suportar seus custos. Tal valor não se deve constituir, porém, em uma taxa abusiva ou em
enriquecimento sem causa.
Sirvinskas (2018) destaca que tal princípio “está relacionado ao usuário de um serviço público qualquer. Ou seja, só deve pagar
pelo serviço o usuário efetivo do bem, por exemplo, a água, o esgoto etc.”.
Não tem a natureza reparatória e punitiva prevista no princípio do Poluidor-Pagador, pois não está associado a infração ou
ilicitude.
A Lei nº 6.938/81, em seu Art. 4º, VII, dispõe que a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) visará “à imposição, ao poluidor
e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de
recursos ambientais com fins econômicos” (grifo nosso).
Princípio da Prevenção
A prevenção refere-se ao dano conhecido. Ocorre quando o perigo é certo e se tem elementos seguros para afirmar que uma
atividade específica é efetivamente perigosa.
Nesse caso, existe o conhecimento dos efeitos de determinadas atividades e das medidas que se impõem no sentido de evitá-
las ou, pelo menos, minimizá-las.
Esse princípio tem o objetivo de impedir a ocorrência de danos ao meio ambiente, adotando-se medidas acautelatórias prévias
à instalação, obra ou implantação de determinado empreendimento ou atividade considerada efetiva ou potencialmente
poluidora.
O Princípio da Prevenção está previsto no caput do Art. 225 da Constituição Federal de 1988, ao narrar que é dever do Poder
Público e da coletividade defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
Exemplo
Exemplo de aplicação do Princípio da Prevenção é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para a instalação de obra ou
atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente.
Thomé (2019) disciplina que esse princípio é
orientador no Direito Ambiental, enfatizando a prioridade que deve ser dada às medidas que previnam (e não simplesmente
reparem) a degradação ambiental. A finalidade ou o objetivo principal do princípio da prevenção é evitar que o dano possa
chegar a produzir-se. Para tanto, necessário se faz adotar medidas preventivas. (THOMÉ, 2019.)
Princípio da Precaução
Por esse princípio, não existe prova definitiva de que o dano ao meio ambiente ocorrerá. Trata-se de mera possibilidade,
ameaça de que o dano ambiental irá materializar-se.
Como escreve Thomé (2019),
“o Princípio da Precaução é considerado uma garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do
conhecimento, não podem ser ainda identificados”. Thomé (2019)
Segundo Milaré (2018),
a invocação do Princípio da Precaução é uma decisão a ser tomada quando a informação científica é insuficiente, inconclusiva
ou incerta e haja indicações de que os possíveis efeitos sobre o meio ambiente, a saúde das pessoas ou dos animais ou a
proteção vegetal possam ser potencialmente perigosos e incompatíveis com o nível de proteção escolhido. (MILARÉ, 2018.)
O Princípio da Precaução decorre do Princípio nº 15 da Declaração do Rio, assim descrito:
Para que o ambiente seja protegido, será aplicada pelos Estados, de acordo com as suas capacidades, medidas preventivas.
Onde existam ameaças de riscos sérios ou irreversíveis não será utilizada a falta de certeza científica total como razão para o
adiamento de medidas eficazes em termos de custo para evitar a degradação ambiental. (BRASIL, 1992.)
ATENÇÃO
O Princípio da Precaução não deve ser confundido com o princípio da Prevenção, muito embora possa ser entendido, para
alguns autores, como um desdobramento deste. O Princípio da Prevenção pressupõe uma razoável previsibilidade dos danos
que poderão ocorrer a partir de um determinado impacto; já o Princípio da Precaução pressupõe, ao contrário, uma razoável
imprevisibilidade dos danos que poderão ocorrer, dada a incerteza científica dos processos ecológicos envolvidos.
Princípio da Responsabilidade Ambiental
Engloba a responsabilidade civil, penal e administrativa da pessoa física e da pessoa jurídica que causa dano ao meio
ambiente. É possível que uma única conduta lesiva ao meio ambiente impute ao causador do dano responsabilidade civil,
penal e administrativa. Essas responsabilidades podem ocorrer de forma individual ou cumulativamente.
O Princípio da Responsabilidade Ambiental teve sua origem na responsabilidade objetiva consagrada no Art. 14, § 1º, da Lei nº
6.938/81 (PNMA), e no § 3º do Art. 225 da Constituição Federal de 1988.
PNMA, Lei nº 6.938/91, Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da
qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência
de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério
Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao
meio ambiente. (BRASIL, 91.)
CRFB, Art. 225
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. (BRASIL, 1988.)
Por esse princípio, o poluidor, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responderá por suas ações ou omissões
que causarem dano ao meio ambiente, ficando sujeito a sanções cíveis, penais ou administrativas.
Princípio da Obrigatoriedade da Intervenção Estatal na Defesa do Meio Ambiente
Dispõe o Art. 225, caput, da Constituição Federal que cabe ao poder público o dever de defender e preservar o meio ambiente
ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações. Nesse sentido, tal princípio decorre da natureza indisponível
do direito ao meio ambiente saudável. Segundo Thomé (2019) Ele tem por base a atuação obrigatória do Estado na proteção
ambiental em decorrência da natureza indisponível do meio ambiente, “cuja proteção é reconhecida hoje como indispensável à
dignidade e à vida de toda pessoa – núcleo essencial dos direitos fundamentais” (THOMÉ, 2019).
Está disciplinado no Art. 174 da Constituição Federal de 1988:
“Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização,
incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado” (BRASIL, 1988).
Também consta no Princípio 17 da Declaração de Estocolmo de 1972 que se deve
“confiar às instituições nacionais competentes a tarefa de planificar, administrar e controlar a utilização dos recursos
ambientais dos Estados, com o fim de melhorar a qualidade do meio ambiente” (BRASIL, 1972).
Tais dispositivos consignam expressamente odever do Poder Público em atuar na defesa do meio ambiente, tanto no âmbito
administrativo, quanto no âmbito legislativo e até no jurisdicional, cabendo ao Estado adotar as políticas públicas e os
programas de ação necessários para cumprir esse dever imposto.
Princípio do Equilíbrio Resultado Global
Por meio dele, determina-se que sejam pesadas todas as implicações de uma intervenção no meio ambiente, buscando-se
adotar a solução que melhor concilie um resultado globalmente positivo. Tendo como característica básica a ponderação de
valores, esse princípio é voltado para a Administração Pública, a qual deve sopesar todas as causas que podem ser
desencadeadas por determinada intervenção no meio ambiente, adotando-se a solução que busque o desenvolvimento
sustentável.
Princípio do Limite
É o princípio pelo qual a Administração Pública tem o dever de fixar parâmetros para as emissões de partículas, de ruídos e de
presença de corpos estranhos no meio ambiente, levando em conta a proteção da vida e do próprio meio ambiente. Está
diretamente ligado ao exercício do Poder de Polícia do Estado, pois cabe a este fiscalizar e orientar a sociedade quanto aos
limites em usar e aproveitar o bem ambiental.
Segundo Milaré (2018), esse princípio “resulta de intervenções necessárias à manutenção, preservação e restauração dos
recursos ambientais com vista à sua utilização racional e disponibilidade permanente”.
Tal princípio possui fundamento no Art. 225, §1°, V, da Constituição Federal, e no Art. 9°, I, da Lei nº 6.938/81 (PNMA).
CRFB, Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
[...]
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a
vida, a qualidade de vida e o meio ambiente. (BRASIL, 1988.)
PNMA, Lei n. 6.938/91, Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental. (BRASIL, 1991.)
Princípio da Função Socioambiental da Propriedade Privada
Consagra a sobreposição do interesse público ao interesse privado. O poder estatal (em tese, ilimitado) será limitado todas as
vezes que atingir direitos e garantias individuais. Contudo, o interesse na proteção do meio ambiente, por ser de natureza
pública, deve prevalecer sempre sobre os interesses individuais privados, ainda que legítimos.
A Constituição Federal de 1988, ao mesmo tempo em que garante o Direito de Propriedade em seu Art. 5º, XXII, deixa claro que
este tem uma função social a cumprir, prevista tanto no Art. 5º, XXIII, quanto no Art. 170, III, no Art. 182, §2º (função social da
propriedade urbana), e no Art.186, II (função social da propriedade rural).
CRFB, Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:
[...]
XXII - é garantido o direito de propriedade.
CRFB, Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:
[...]
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social.
CRFB, Art. 170 - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
III - função social da propriedade.
CRFB, Art. 182 - A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais
fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus
habitantes.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade
expressas no plano diretor.
CRFB, Art. 186 - função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de
exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
[...]
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente. (BRASIL, 1988.)
 Atividade
1. O Superior Tribunal de Justiça, no acórdão que é fruto do processo REsp n. 1667087/RS, Recurso Especial 2017/0085271-2, relator
Ministro Og Fernandes, julgado em 07/08/2018 e publicado DJe 13/08/2018, escreveu:
Em questões ambientais, deve haver a preponderância dos princípios da precaução e do poluidor-pagador, insculpidos em nosso
ordenamento jurídico, de modo a preservar a teleologia constitucional – Art. 225 da Carta Maior – de que todos temos direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (STJ, 2018.)
Diante de parte do acórdão apresentado pelo STJ, explique com as suas palavras o que compreendeu sobre os princípios da
Precaução e do Poluidor-Pagador.
2. Na perspectiva da tutela do direito difuso ao meio ambiente, o ordenamento constitucional exigiu o estudo de impacto ambiental
para instalação e desenvolvimento de certas atividades. Nessa perspectiva, o estudo prévio de impacto ambiental está concretizado
no Princípio:
a) da Precaução.
b) da Prevenção.
c) da Vedação ao Retrocesso.
d) do Poluidor-Pagador.
e) do Limite.
3. Ciente de que a atividade de minério, por sua natureza, causa degradação ao bem ambiental, e diante de desastres ambientais
como os que ocorreram no município de Mariana, fruto do rompimento da barragem de Fundão, e na cidade de Brumadinho, onde
houve o desmoronamento da barragem de rejeitos de minério de ferro da mina Córrego do Feijão, qual (quais) princípio(s) do Direito
Ambiental você verifica que foi (foram) violado(s) pelas empresas mineradoras?
 Desastre ambiental de Brumadinho. Fonte: Disponível em: jornaldacidadeonline.com.br. Acesso em: 22 abr. 2019.
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4. Dispõe o Art. 170, VI, da Constituição Federal de 1988:
A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
[...]
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e
serviços e de seus processos de elaboração e prestação. (BRASIL, 1988.)
Esse artigo e inciso da Constituição Federal estão vinculados ao:
a) Princípio do Limite.
b) Princípio da Prevenção.
c) Princípio da Intervenção Estatal na Propriedade Privada.
d) Princípio da Precaução.
e) Princípio do Desenvolvimento Sustentável.
5. Muitos dos princípios da política global do meio ambiente, formulados inicialmente na Conferência de Estocolmo em 1972 e
revistos e ampliados na Rio-92, foram integrados ao nosso ordenamento jurídico e, em grande parte, recepcionados pela Constituição
Federal de 1988. Identifique quais princípios, das duas declarações, estão previstos no Art. 225, caput, da Constituição Federal de
1988.
Notas
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 22 abr. 2019.
______. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm. Acesso
em: 22 abr. 2019.
______. Lei nº 9.795,de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação
Ambiental e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em: 22 abr.
2019.
______. Ministério do Meio Ambiente (MMA). CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO -
RIO-92. 1992, Rio de Janeiro. Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Brasília, 1992. Disponível em:
http://www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/agenda21/Declaracao_Rio_Meio_Ambiente_Desenvolvimento.pdf. Acesso
em: 25 jul. 2019.
______. CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE HUMANO. Estocolmo, 1972. Declaração da
Conferência de ONU no Ambiente Humano. Brasília, 1972. Disponível em:
https://apambiente.pt/_zdata/Politicas/DesenvolvimentoSustentavel/1972_Declaracao_Estocolmo.pdf. Acesso em: 25 jul.
2019.
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 18. ed. Revistas dos Tribunais. 2018.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito Ambiental Esquematizado. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de Direito Ambiental. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
THOMÉ, ROMEU. Manual de Direito Ambiental. 9. ed. Bahia: JusPodium, 2019.
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6 Importantes princípios do direito ambiental <https://www.inbs.com.br/6-principios-direito-ambiental-2017/> .
Princípio da Precaução <http://www.mma.gov.br/component/k2/item/7512-princ%25C3%25ADpio-da-
precau%25C3%25A7%25C3%25A3o> .
Compreendendo as dimensões do desenvolvimento sustentável <https://www.youtube.com/watch?v=pZ2RsinirlA> .
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https://www.inbs.com.br/6-principios-direito-ambiental-2017/
http://www.mma.gov.br/component/k2/item/7512-princ%25C3%25ADpio-da-precau%25C3%25A7%25C3%25A3o
https://www.youtube.com/watch?v=pZ2RsinirlA

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