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Comente o conceito de Percepção Invertida para karl Marx

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Comente o conceito de Percepção Invertida para karl Marx
 Segundo a teoria marxista, o fenômeno da percepção invertida da realidade é a tendência a confundir os efeitos pelas causas.
 Partindo do pressuposto de que, segundo Marx, a estrutura é quem determina a superestrutura de uma sociedade, ou seja, o econômico é quem determina em última instância as manifestações culturais de uma sociedade (leis, ideologias, valores, etc), Engels chama a atenção para o fato de que a sociedade, por uma dinâmica própria, cria funções da qual não pode prescindir (a de juiz, por exemplo), e que as pessoas indicadas para essas funções passam a constituir um novo seguimento específico da divisão social do trabalho naquela sociedade, e passam a ter uma visão particular da realidade e a defender interesses especiais, específicos, opostos aos interesses dos que lhes outorgaram esses mandatos, tornando-se independentes frentes a estes; exemplo disso, segundo Engels, é a própria concepção de Estado, que de forma idealizada representaria os interesses de toda a coletividade, todavia, ainda segundo Engels, acaba por defender os interesses das classes socialmente dominantes.
 Segundo Engels, um exemplo de percepção invertida ocorre no caso do legislador, quando legisla sobre leis tributárias, economia, propriedade privada, direito de herança, etc., o qual está sofrendo uma determinação do econômico, embora em última instância, de maneira imperceptível. O jurista, por sua vez, crê que a legislação seja estabelecida de forma autônoma e que é ela (a legislação) que exerce influência sobre a sociedade, sobre a economia, etc., embora, ainda segundo Engels, ocorra o inverso. Isso acontece, segundo Engels, devido à divisão social do trabalho, que faz com que as pessoas enxerguem a realidade por uma ótica própria, uma lógica própria, abalizada por sua visão de mundo, seu grupo social e sua profissão, como no caso do jurista, por exemplo, que acredita manejar normas juristas estabelecidas a priori.
 Ainda segundo Engels, a própria codificação das leis reflete, embora de maneira subentendida, os interesses da classe dominante, embora as constituições nacionais se pretenda a serem universalistas.
 Nesse caso, o direito passa a funcionar como se tivesse uma lógica própria, quando, segundo Engels, ele retroage sobre a economia, da qual sofre influência inicial.

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