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A pesca no Brasil UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Cassiano Monteiro Neto Luana Prestrelo Objetivos Características da produtividade da costa e da produção do pescado brasileiro Caracterização dos principais recursos pesqueiros Distribuição dos principais recursos ao longo da costa Aspectos da pesca no Estado do Rio de Janeiro Focando em alguns dos principais pontos de pesca Informações básicas do perfil da pesca no Brasil 22,5 •56% da população •8.500 Km de litoral •4,3 milhões de Km² de ZEE •17 estados costeiros •aprox. 400 mil pescadores •418 mil t. aguas marinhas •185 mil t. aguas contin. •140 mil t. de cultivos (19% marinhos) REGIÃO NORDESTE REGIÃO SUDESTE REGIÃO SUL REGIÃO NORTE DISTRIBUIÇÃO % DA POPULAÇÃO COSTEIRA 6 40 46 9 29,3 38,8 9,4 22,5 Produtividade ZEE: 4,3 milhões de Km2 Plataforma Correntes Produtividade: S e SE; NE; N Biomassa Exportação < importação Produção Produção brasileira no período de 1960 a 2001 (IBGE e IBAMA) Como um país como Brasil com 8.500 Km de litoral e 4,3 x106 Km2 de ZEE pesca tão pouco e outros países da AL (ex. Chile e Peru), com menor extensão pescam muito mais? •A extensão de litoral e da ZEE nada tem a ver com produção marinha •A produção biológica depende basicamente do aporte de nutrientes, e penetração da luz •Brasil é essencialmente um país de águas tropicais e sub-tropicais; a diversidade prevalece sobre a abundância •A produção pesqueira, portanto, apóia-se na produção primária Os condicionantes naturais da Produção Clorofila-a no Sul-Sudeste Imagem da NOAA de 09/12/97, mostrando interação Malvinas – Brasil e aportes continentais do Rio da Prata e Lagoa dos Patos. Concentração de clorofila-a diminui de vermelho para roxo (Imagem cedida por Garcia, C.A.E., 1999) Ressurgência em Arraial do Cabo Imagem AVHRR mostrando a ressurgência costeira de Arraial do Cabo e meandros ciclônicos da corrente do Brasil (Imagem produzida por J.A. Lorenzzetti, INPE, Brasil) Sedimentos Corrente das Guianas Isohalinas Isaac, 2002 Foz do Amazonas Clorofila a, imagem Sea WiFFS. (Fratantoni & Glickson, 2002) Além das ressurgências dos Cbos. Frio e Sta. Marta Grande os outros locais de maior produtividade são controlados pelas descargas continentais Produção Principais produtos exportados, 2006-2007 Produção Principais produtos importados, 2006-2007 Principais Recursos Pesqueiros Sardinha Camarão Lagosta Com a sobrepesca dos estoques tradicionais, começa a pesca de espécies de águas profundas. Principais Recursos Pesqueiros Sardinha verdadeira (Sardinella brasiliensis) Principal pesca industrial do S e SE (grandes traineiras - cerco) Pesca artesanal com tarrafa e cerco 1973 - 228 mil t (37% de todo pescado brasileiro) 1990 – 32 mil t Grande crise: colapso Produção anual de sardinha verdadeira de 1964 a 2001 (IBGE e IBAMA) Principais Recursos Pesqueiros Camarão: rosa, branco, sete- barbas, barba-ruça e santana. 1972 – 16.629 t 1998 – 1.901 t N, NE, SE e S Sobrepesca de recrutamento: pesca industrial sobre os adultos na plataforma e artesanal nos juvenis nos estuários e baías Condição crítica de sobrepesca Medidas de manejo Produção anual de camarão-rosa no litoral Norte e Sul/Sudeste (IBGE e IBAMA) Principais Recursos Pesqueiros Lagosta (Panulirus argus e P. laevicauda) 1979 - 11.032 t 1999 – 6.000 t NE Pesca industrial e artesanal – covos Aumento na produção: expansão da área e esforço de pesca Elevado nível de sobrepesca Medidas de manejo, como limitação da frota, defeso, tamanho mínimo de captura, dentre outros Produção anual de lagosta 1965 a 2001 (IBGE e IBAMA) Principais Recursos Pesqueiros Pargo (Lutjanos purpureus) 1977 – 7.547 t 1990 – 1.600 t NE Colapso Aumento da captura até 1999. Recuperação e/ou expansão da área de captura Produção anual de pargo 1964 a 2001 (IBGE e IBAMA) Principais Recursos Pesqueiros Caranguejo uçá Amapá a Santa Catarina – Maranhão e Pará 50% da produção N e NE devido aos vastos manguezais. Plenamente explorado Produção anual de caranguejo uçá 1990 a 2001 (IBGE e IBAMA) Principais Recursos Pesqueiros Atuns (Katsuwonus pelamis, Thunnus albacares, T. alalunga, T. atlanticus) espadarte (Xiphias gladius) dourado (Coryphaena hyppurus), cavala (Scomberomorus cavalla) serra (Scomberomorus brasiliensis) agulhões (Istiophorus albicans, Makaira nigricans e trapterus albidus) tubarões Atlântico sul Atuns: 1995 30 mil t (5% produção do atlântico) Plena exploração ou sobrepesca Produção anual de atum e outros 1977 a 2001 (IBGE, IBAMA e IP/SP) Principais Recursos Pesqueiros Peixes demersais: corvina (Micropogonias furnieri) castanha (Umbrina canosai) pescada-olhuda (Cynoscion guatucupa striatus) pescadinha-real (Macrodon ancylodon) SP, SC e RS 1977 – 53.669 t 1988 – 24.934 t Plenamente exploradas Produção anual de peixes demersais do sul/sudeste de 1975 a 2001 (IBGE, IBAMA e IP/SP) Pesca demersal Peixes e crustáceos: arrasto de parelha (recursos costeiros), arrasto com portas (principalmente camarão), linha de mão, espinhel de fundo, rede de emalhe, covos Atuam em espécies que estão mais disponíveis agora, por causa da queda dos recursos tradicionais, agravando ainda mais a situação dos estoques costeiros Tendência no aproveitamento de espécies de menor valor no mercado, como o papa-terra (Menticirrhus americanus) e peixe-espada (Trichiurus lepturus), ou de espécies com menor tamanho. Sinal de exaustão dos recursos tradicionais mais valorizados pelo mercado. Esforços para redes seletivas e determinação de tamanho mínimo de pescado, sem sucesso. Perfil da pesca Produção por região e espécie, 2004 Perfil da pesca Principais áreas de pesca na plataforma e as espécies mais exploradas Perfil da pesca Região Norte: principalmente pesca artesanal. No Pará a industrial é mais forte, com a pesca estuarina de camarão e piramutaba. Camarão-rosa com 95% das capturas Pesca com arrasto, redes de emalhar, anzóis e currais de pesca. Região Nordeste: principalmente pesca artesanal (75%). Lagosta (Ceará com 35,7%), pargo e camarão-rosa. Segunda maior produtora de pescado Pesca com covos, espinhéis, redes de espera e mergulho. Perfil da pesca: Norte - Nordeste Exploração de um grande número de espécies, com métodos de pesca variando desde captura manual (principalmente de crustáceos – manguezais) até pesca com de atum com espinhel A pesca industrial aparece apenas, além do Pará, no Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, sendo economicamente, os principais recursos pesqueiros camarões, lagostas, pargo e piramutaba Rio Grande do Norte e Paraíba: aumento do investimento na captura de atuns e afins A região Nordeste não apresenta formação de cardumes (baixa produtividade), porém apresenta espécies nobres, de grande aceitação no mercado internacional Perfil da pesca Região Sudeste: principalmente pesca industrial (70% da produção). Sardinha verdadeira, mas também explora outros recursos pelágicos como a corvina, cioba, garoupa, atuns e espécies de profundidade Região Sul: principalmente pesca industrial. Maior produtora de pescado no Brasil. Nas regiõesSul e Sudeste, ocorre principalmente pesca industrial: sardinha verdadeira; peixes demersais (principalmente corvina, pescada e castanha – 50%), com recorde em 1993 de 70 mil t (superando a sardinha) Atuns e afins, ocorrem ao longo de toda a costa brasileira, perto do talude Perfil da pesca A produção de sardinha e outros peixes capturados na região sudeste, supera a de lagosta da região nordeste em massa, mas não em valor. O preço cobrado pela lagosta é em torno de quinze vezes maior do que o da sardinha, assim, o total capturado de lagosta vale mais do que o de sardinha. Já o camarão-rosa supera a lagosta. Isso se reflete na exportação destes produtos. Preço comparativo de venda de pescado no mercado de São Pedro, Niterói - 1999. Perfil da pesca A pesca extrativista encontra-se estagnada, rumo a uma grave grise. Mais de 80% dos recursos estão em plena exploração ou sobrexplorados. A aquicultura vem crescendo bastante principalmente desde 2006. 800 mil empregos e importante fonte de alimento Ações a serem implementadas para melhorar esta situação: racionalização e controle do esforço de pesca, aperfeiçoamento dos instrumentos de captura, redução do desperdício, manejo dos recursos, maricultura (ajuda na recuperação dos estoques sobrexplorados) A pesca no Rio de Janeiro O Estado do Rio de Janeiro apresenta a terceira maior costa do Brasil. Apesar de representar o maior produtor da região Sudeste, é o segundo principal importador (só perde para São Paulo). Principais municípios para a pesca: Rio de Janeiro (Baía de Guanabara), Angra dos Reis, Cabo Frio, Macaé, Niterói, São Gonçalo e São Francisco de Itabapoana. Alta produtividades devido a zona de ressurgência, de Cabo Frio (RJ) até o Cabo de Santa Marta (SC). A pesca no Rio de Janeiro Cabo Frio: 15% da produção Cerco (sardinha, corvina, xerelete, anchova); arrasto (camarão-rosa, sete barbas, barba-ruça, santana, e fauna acompanhante); linha de fundo (cavala, cherne, dourado, pargo); rede de emalhar (anchova, corvina e pescada) Angra dos Reis: 85 a 90% da pesca de sardinha. Grande frota artesanal, utilizando cerco e arrasto. Municípios da Baía de Guanabara: Rede de emalhe (anchova, corvina e tainha), arrasto costeiro (camarão, pescadinha e corvina), cerco (sardinhas), linha e anzol (cherne, corvina, tainha)e espinhel (corvina, pescadas e anchova). Embarcações do Estado do Rio de Janeiro. Arrasteiro e barco de espinhel A pesca no Rio de Janeiro: Baía de Guanabara Sardinha boca-torta e savelha representam a grande maioria dos desembarques na Baía de Guanabara Niterói representa a maior frota pesqueira do rio de Janeiro, com 372 embarcações Captura das principais espécies da Baía de Guanabara de abril 2001-março 2002, com exceção da sardinha boca-torta, savelha, mexilhão, camarão, siri e caranguejo A pesca no Rio de Janeiro: Arraial do Cabo Primeira reserva extrativista marinha do Brasil: REEX-MAR de Arraial do Cabo, desde 1997 Ampliar os recursos disponíveis Permitir maior controle da exploração sustentável dos recursos naturais renováveis, desenvolvendo um modelo de gestão social População extrativista tradicional com pesca artesanal, constituída por um conjunto de saberes cumulativos de exploração sustentável dos recursos. Relação de parceria (partilha em dinheiro dos lucros, o dono do barco fica com uma porcentagem maior, a qual depende do tipo de pesca) A pesca no Rio de Janeiro: Arraial do Cabo 2.000 pescadores (1.500 só pescadores) Diversas modalidades de pesca: cerco de praia (com a colaboração de um olheiro que fornece a direção, qualidade e quantidade de pescado), pesca de linha, pesca de lula com atração luminosa, pequenas traineiras de cerco e caça submarina de polvo. Grande biodiversidade: Entre as espécies de destaque capturadas estão, a tainha (Mugil liza), a Cavala (Scomberomus cavalla), o Bonito (Euthynnus alletteratus), o Xaréu (Caranx chrysus), a Serra ( Sarda sarda), a Sardinha verdadeira (Sardinella brasiliensis) e ainda o Mero , o Namorado, o Linguado e várias espécies de cações e arraias, polvos, mexilhoes, ostras, Budião (Scarus sp.), Moréias, Baiacús, Peixe lua, Frades, dentre outros A pesca no Rio de Janeiro: Arraial do Cabo A pesca industrial, o turismo e a produção offshore de petróleo têm provocando nas últimas décadas a redução da resiliência ecossistêmica (capacidade de retomar ao estado natural) Pescado desembarcado na marina dos pescadores (Praia dos Anjos), com exceção do desembarque dos caiaques e canoas, que é feito direto na praia. Comercialização por atravessadores, não processada A pesca no Rio de Janeiro: Itaipu Pesca artesanal: com 400 pescadores em 92 embarcações (77 motorizadas e 15 canoas a remo) Cerca de 260 pescadores Complexo lagunar Itaipu-Piratininga, conectado ao mar por um canal, confere à enseada um habitat propício à reprodução e crescimento de espécies, intensificando a produção local Elevado número de espécie – 183 de peixes. A pesca no Rio de Janeiro: Itaipu Principais modos de pesca: arrasto de praia, redes de emalhe, linha de mão e cerco Algumas espécies importantes: linguado, corvina, xerelete, tainha, sardinha, garoupa, cavala e diversas espécies de raia e tubarão. O pescado é descarregado diretamente na praia. O comércio é feito por atravessadores, com a mercadoria não processada Relação de trabalho do tipo parceria Unidades de conservação Unidades de conservação das zonas costeiras e marinhas na área de influência da atividade de pesquisa sísmica do bloco de Campos Unidades de conservação Unidades de conservação das zonas costeiras e marinhas na área de influência da atividade de pesquisa sísmica do bloco de Campos Das 20 UC, metade são de proteção integral, sendo permitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais. A maior parte não apresenta plano de manejo A pesca no Brasil Objetivos Slide Number 3 Produtividade Produção Slide Number 6 Slide Number 7 Slide Number 8 Slide Number 9 Slide Number 10 Produção Produção Principais Recursos Pesqueiros Principais Recursos Pesqueiros Principais Recursos Pesqueiros Principais Recursos Pesqueiros Principais Recursos Pesqueiros Principais Recursos Pesqueiros Principais Recursos Pesqueiros Principais Recursos Pesqueiros Pesca demersal Perfil da pesca Perfil da pesca Perfil da pesca Perfil da pesca: Norte - Nordeste Perfil da pesca Perfil da pesca Perfil da pesca A pesca no Rio de Janeiro A pesca no Rio de Janeiro A pesca no Rio de Janeiro: Baía de Guanabara A pesca no Rio de Janeiro: Arraial do Cabo A pesca no Rio de Janeiro: Arraial do Cabo A pesca no Rio de Janeiro: Arraial do Cabo A pesca no Rio de Janeiro: Itaipu A pesca no Rio de Janeiro: Itaipu Unidades de conservação Unidades de conservação
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