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2008 - A História da Teoria do Equilibrio Patrimonial

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A HISTÓRIA DA TEORIA DO EQUILÍBRIO PATRIMONIAL: A DOUTRINA DA ESTÁTICA DE VINCENZO 
MASI, E A TESE DAS PROPORÇÕES SIMETRICAS DE ANTÔNIO LOPES DE SÁ 
 
Autor: Anjo Gabriel 
 
“A Estática Patrimonial, como já dissemos, é doutrina do equilíbrio 
funcional e financeiro, já que tal equilíbrio pode permitir às empresas, a 
continuidade na consecução regular dos réditos; às entidades, a regular 
satisfação das necessidades. Portanto o exame das condições de equilíbrio 
entre os valores que constituem o capital ou o patrimônio se impõem, e 
será nesta tarefa que nós coadunaremos.” 
(MASI, Vincenzo. Statica Patrimoniale. 2ª ed. Padova: Casa Editrice Dottore 
Antonio Milani, 1945. V II. P. 271.) 
 
“As pesquisas que empreendemos levaram-nos à conclusão de que 
a velocidade ou prazo de tempo em que circulam os valores e o sistema de 
rédito, são, realmente, os fatores preponderantes dentro do nosso 
conhecimento, e que uma pesquisa séria em torno da matéria conduzir-
nos-ia a conclusões valorosas, capazes de dar consistência a uma teoria do 
equilíbrio do capital” 
(SÁ, Antonio Lopes Teoria do capital das empresas. Rio de Janeiro: FGV, 
1965. p. 42.) 
Resumo 
O fenômeno do equilíbrio patrimonial motivou magnânimas pesquisas e teorias de modo 
que foi considerado um dos principais alvos da inquirição contábil, e até objeto de nossa ciência, 
nas definições e doutrinas científicas existentes e emanadas entre a década de 20 e 70, como até, 
nos dias atuais. Tal fato gerou ensinamentos prolíficos de forma a considerarmos, teses, artigos, 
trabalhos monográficos e extensivos, eventos, congressos, obras que o sobrelevaram como um dos 
principais da Contabilidade. A evolução histórica da Contabilidade no Brasil, Portugal, e Itália, 
como no mundo, se despontou no esforço de estudar quase que especialmente, mas, não 
exclusivamente esta fatologia. De forma especial em nosso trabalho abordaremos não só os 
problemas históricos do equilíbrio, mas, as principais teorias que se elevaram sobre o mesmo, a 
doutrina da estática patrimonial de Vincenzo Masi (1893-1977), pai, e líder do patrimonialismo, e a 
teoria das proporções simétricas na promoção do equilíbrio de Antônio Lopes de Sá, pai e líder da 
atual corrente do Neopatrimonialismo. Estas duas teses em nosso entendimento proclamaram um 
excelente estudo analítico sobre a simetria do capital, o que influenciaram as demais, emanadas 
por cientistas do mundo todo. Nossa argumentação, em pesquisa exploratória, ou investigativa, 
também histórica, e analítica, terá o interesse de assim conceber a história da teoria do equilíbrio, 
em especial a de Masi, e Sá, sobre tal estado do capital, perante diversas outras citações que 
faremos também, emanadas de obras, pesquisas, e congressos de Contabilidade, sobre este 
fabuloso fenômeno ou fato patrimonial. 
 
Palavras – Chaves: História do Equilíbrio Patrimonial – Estática Patrimonial – Teoria das proporções 
simétricas dos componentes – Contribuições mundiais de Masi, e Sá – O futuro do estudo do 
equilíbrio da riqueza. 
 
1 - INTRODUÇÃO 
 
Os esforços empreendidos desde o final da década de 20, chegando a momentos de glória na 
década de 60, e alcançando hoje períodos sublimes nos estudos filosóficos da contabilidade, tinham 
como interesse não só detectar as patologias ou problemas patrimoniais, ou a demonstração e 
análise dos fatos, seja das finanças, do rédito, da produtividade, ora dos riscos, mas, de sobressaltar 
por todos estes, os estudos do equilíbrio da estrutura patrimonial, senão da marcha deste objeto, 
isto é, da dinâmica do capital das empresas e patrimônio das entidades, por isso um equilíbrio 
estático e cinemático simultaneamente. 
A cronologia que se revela sobre os estudos do equilíbrio formou em especial duas vertentes 
teóricas admiráveis: a da “estática” do professor e acadêmico jubilado, e ganhador do prêmio “Píer 
Crescenzi”* Vincenzo Masi; e a das proporções simétricas de Antônio Lopes de Sá, todavia, sobre 
este estado de harmonia tivemos várias contribuições como as de Amorim, D`auria, Franco, 
Herrmann Júnior, Dias, Foulke, Gilman, Bliss, e diversos outros , mas, em nossos entendimentos, 
aquelas formidáveis teses de Masi, e de Sá, marcavam a história dos estudo do equilíbrio, o que 
terão a nossa menção em particular. 
O professor Masi fizera uma doutrina em torno dos estudos da simetria do capital das 
empresas, e patrimônio das entidades; na década de 50 no Brasil, Sá, fizera de seu escritório 
profissional, e do centro de perícias mineiro, um laboratório, cujo interesse estava em verificar as 
medidas proporcionais do patrimônio, isto é, quais os níveis de equilíbrio, de alguma forma, por 
influência que teve também, na teoria de Masi (pois, as doutrinas são teorias específicas). 
A doutrina de Masi havia provocado uma determinação significativa nos estudos do 
equilíbrio, sendo enquadrada num dos principais campos de estudo patrimonial que a Contabilidade 
deveria auspiciar. 
A teoria do equilíbrio de Lopes de Sá revolucionara a forma de se entender e praticar a 
Contabilidade, por isso, ganhara aplausos da banca na antiga Universidade do Brasil, hoje a 
Faculdade Federal do Rio de Janeiro. 
Cremos que as duas teorias não só revolucionaram toda o gênero da “Teoria do Equilíbrio”, 
todavia, também uma, foi o aperfeiçoamento da outra: Masi colocou o equilíbrio em uma doutrina 
e Sá aperfeiçoara as idéias Masianas ostentando aspectos e leis que até então não havia sido 
designados com total exposição de idéias. Hipotetizamos, então, já, que a teoria de Sá, aperfeiçoara 
a de Masi, como se fosse uma evolução de pensamento, e de bases, pois, o mestre brasileiro aludido, 
a fizera baseando-se na “Estática Patrimonial” principalmente. 
O tema de história da teoria do equilíbrio patrimonial é justo não só para os pesquisadores 
da Contabilidade, mas, para os atuais consultores que procuram modelos de estrutura para a 
prosperidade patrimonial. Podemos dizer que existem muitos aspectos destas duas principais 
teorias, que revolucionaram o estudo histórico do equilíbrio, que não é de conhecimento de todos, 
por isso, também a justificativa de fazer tal trabalho, em prol de uma divulgação do conhecimento e 
das leis que estes dois grandes mestres emitiram no devir do século XX, à Ciência Contábil. 
O assunto é importante, pois, sem o equilíbrio, e o entendimento teórico e prático do seu 
comportamento, é impossível fazer uma sã gestão, ou seja, conseguir a prosperidade da riqueza, 
objetivo geral almejado por todos os contadores. 
A abordagem é relevante em nosso entender porque trata de obra de célebres cientistas ou 
tratadistas da Contabilidade: especialmente, o professor Vincenzo Masi (1893-1977), pai do 
patrimonialismo responsável pelo grande arcabouço patrimonial e pela autonomia e qualidade 
científica da contabilidade; tal como o professor Antônio Lopes de Sá seu continuador, tratadista 
que mais publicou e mais escreveu livros de Contabilidade no mundo, pai do Neopatrimonialismo 
corrente conhecida por todos, como perseguidora de um aperfeiçoamento da linha de Masiana, 
tendo como padrão o patrimônio ou o fenômeno patrimonial das células sociais ou aziendas. 
Nossa pesquisa se dividirá nos seguintes passos: 
 
*
 - Refere-se a Pietro de Crescenzi figura insigne da idade Média. 
1) Trataremos dos antecedentes históricos do equilíbrio, na Contabilidade; 
2) A doutrina da estática de Vincenzo Masi como reunião dos conceitos sobre o 
equilíbrio; 
3) Comentários e abordagens das idéias e definições dos pesquisadores e cientistas 
diversos, sobre tal fato; 
4) Os estudos e pesquisas de Lopes de Sá, que culminaram na Teoria das proporções 
simétricas dos componentes do capital de funcionamento; 
5) Contribuições mútuas para o desenvolvimento mundial da análise do equilíbrio;6) O futuro de nossa pesquisa, sobre o equilíbrio patrimonial numa filosofia 
Neopatrimonialista. 
 
O objetivo de nosso trabalho é propor a história da teoria do equilíbrio tendo em vistas 
principais estes dois insignes mestres, Vincenzo Masi, e Antônio Lopes de Sá, mas, compreendendo 
também as idéias de outros pensadores no curso da Contabilidade do século XX, que denotaram 
conceitos e definições, de ascensão a tal fenômeno ou estado patrimonial. 
 
2 – O FATO DO EQUILÍBRIO PATRIMONIAL EM ANTECEDENTES DA HISTÓRIA 
 
Para tudo na vida existe um equilíbrio, uma harmonia a ser concebida, que gira sobre os 
fatores positivos e negativos que temos, pelos balanços que ora fazemos, até pela mente, numa 
medição eqüitativa oferecida e firmada por nossa intuição. 
Na ciência da Contabilidade sempre houve estudos para o equilíbrio e do equilíbrio 
patrimonial, pois, ela sempre produziu balanços. 
O balanço é, pois, uma medida eqüitativa do equilíbrio1. 
Até em etimologia podemos nos assegurar que a palavra “balanço” significa a mesma coisa 
que “equilíbrio”, por um erro de grafia, que em vez de colocar a “balança”, ficara no masculino, 
“balanço”, porque a balança é instrumento de medição do equilíbrio; então, passou-se a designar 
tal vocábulo como um sinônimo do Equilíbrio, ou instrumento de medida deste estado. 
Os estudos do equilíbrio sempre existiram até na pré-história, na qual existia o homem 
contábil primitivo. 
O professor Vincenzo Masi (1964: 41-45) bem nos conta que na dita “Contabilidade 
Natural”, uma da mais antigas formas contábeis concebidas, o homem tinha a primeira industria 
natural, cujos balanços formavam-se por dois estados. Eram os meios materiais de subsistência e as 
necessidades a serem debeladas (Veja Figura 1). 
 
Figura 1: O equilíbrio concebido por intuição na era da Contabilidade Natural 
 
 
 
 
1
 – Alguns doutrinadores comentam que a palavra “Balanço” é uma corruptela provinda do termo original do 
Latim “Bi” ou “Bini” que significa “dois”; e “Lancis”, que significa “Lados” ou “pratos”, ou seja, “dois pratos” 
ou “dois lados” que nada mais era do que o significativo feminino de “Balança” que ficou no masculino 
“Balanço”(NÓBREGA, 1959) 
 = MEIOS PATRIMONAIS NECESSIDADES
S 
 
 
Fonte: Elaboração Própria. Obs: Esta figura nada mais retrata que um Balanço 
Natural, que fornecia o equilíbrio entre os meios e necessidades patrimoniais ou de riqueza. 
Ele existia na intuição, ou na mente dos mais antigos homens contábeis da história, e sempre 
designavam o equilíbrio. 
 
Na mais antiga história do homem, portanto, o balanço foi mental, ou ao menos desenhado 
nas cavernas, o que nos traria não só a visão dos bens, mas, os grupos humanos que deles 
precisavam se servir, e assim tudo se formava conforme os balanços que demonstramos 
anteriormente, no chamado “balanço” do equilíbrio mental ou intuitivo, provocado por um ligeiro 
esforço da razão. 
E foram muitos os desenhos nas cavernas alguns dos quais, existente até no Brasil 
exploradas por Filho e Pereira (2007), como demonstramos adiante nas gravuras (Figuras 2 e 3): 
 
Figura 2: Desenhos criptográficos que data da pré-história 
 
Fonte: Enciclopédia Mirador Internacional. Obs: Estes desenhos retratam o mais comum 
patrimônio da época, os semoventes, que nada mais designava do que os meios patrimoniais para se 
debelar as necessidades dos grupos que transparecem nos símbolos registrados, temos, inclusive, ao 
lado do primeiro homem ao centro, atrás do boi abaixo na figura, duas crianças, o que expressa a 
existência das famílias na prática de agricultura agropecuária. Os balanços se formavam então de 
meios e necessidades. 
 
Figura 3: Desenhos Contábeis pictográficos encontrados na Serra da Capivara no Piauí/ Maranhão – 
Brasil 
 
EQUILÍBRIO 
Fonte: Filho e Pereira (2007). Obs: O desenho expressa contas, e animais que eram ou 
caçados, ou capturados para a criação, na época. Tudo conforme o balanço que ora anteriormente 
desenhamos, havia os meios patrimoniais para se utilizar, e as necessidades a serem derrotadas. Tal 
gravura tem-se a hipótese de ser de dez a quinze mil anos antes de cristo aproximadamente, o que 
não deixe de indicar que seja mais antiga a sua idade, nas fases ainda, da idade da pedra, o que a 
enquadra na pré-história própria para os estudos arqueológicos. 
 
Os desenhos nada mais significavam do que os balanços patrimoniais de meios e 
necessidades humanas a serem satisfeitas, tendo um grosso sinal de equilíbrio, visto que, rudimentar 
ainda era a noção de qualificar a riquezas em dimensões mais gráficas ou inteligíveis como nos dias 
de hoje (pois, nem alfabeto organizado ou definido, naquela época existia, e sim um grosso meio de 
se falar ou comunicar). 
Depois, quando surgiu a conta escrita, a ostentação do equilíbrio era mais evidente. 
Mas, o equilíbrio da mecânica de contas era simplesmente nominal, e não possuía um nível 
de estudo substancial, ao menos no inconsciente humano. 
A forma de se mostrar o equilíbrio era pelas contas. 
Veja por exemplo este balanço de contas (Figura 4): 
 
Figura 4 : Um balanço Sumeriano que data de 2.500 a 3.000 antes de Cristo. 
Fonte: Cosenza (2001: 47). Obs: Tal desenho representa nada mais do que um 
balanço, agora com contas mais representativas e claras. O balanço era organizado em duas 
partes, ou seja, a parte da frente, e o verso, designando os “dois lados”. Neste caso temos 
apenas uma demonstração de bens, todavia, as contas mostravam nada mais do que o 
equilíbrio. 
 
Esta é uma demonstração, pelas contas, do equilíbrio entre duas partes patrimoniais. 
Neste caso as duas partes são representadas pelo “rosto” – parte da frente -, e “verso” – 
parte de trás-, mas, não deixa de ser dois pratos de uma “balança” ou de um “balanço patrimonial” 
rudimentar e bem histórico. 
Embora sem ter necessariamente os “valores” em moeda – porque nem esta noção sólida 
ainda havia -, mas, com qualidade e quantidades era de sobre maneira uma informação sobre um 
especifico equilíbrio harmônico das riquezas. 
Ajuntou-se a isso tudo, outras práticas mais evoluídas na era Romana antiga, quando os 
balanços públicos com valores e qualidades eram expostos em praça pública mostrando as entradas 
e saídas financeiras (dois lados de um balanço), senão bens permanentes e outros elementos 
patrimoniais (MASI, 1971: 410-413; SÁ, 1997: 30-32). 
Tudo isso eram formas de se expressar a equação do equilíbrio. 
Assim foi até a idade média, senão o fim desta era, quando se descobrira o débito e o 
crédito, a causa e efeito, que nada mais denotam em síntese, que o equilíbrio patrimonial. 
A igualdade do débito e crédito revela nada mais que o Ativo e o Passivo, a receita e o 
resultado, a despesa e o custo, a se formarem uma harmonia. 
Até Luca Pacioli (1494), houvera muitos débitos e créditos, mas, ele que ensinou com 
metodologia o mesmo sistema em respeito a um equilíbrio normal e patrimonial do balanço. 
Mas, também, o equilíbrio está em tudo e em todos, e não apenas na história da 
Contabilidade. 
Como pelas coisas, e até nas pessoas forma-se um equilíbrio (entre o amor, o desejo, a 
vontade, a paixão, a razão, e outros sentimentos emocionais e intelectuais), tudo que existe tem um 
equilíbrio, a tudo, existe um débito e um crédito, tal como numa generalização que o professor 
Sacristan y Zayala reproduzido por Gonçalves da Silva transcrito por Viana fizera: 
“Como tudo é suscetível de ser contado, tudo pode ser 
contabilizado. Se houvesse um meio de fixar uma valorização 
exata para os atos morais, até estes atos poderiam ser 
contabilizados. Em definitivo, o Todo-Poderoso haverá de levarou de liquidar a conta de nossas boas ou nossas más ações”( 
Apud - VIANA, Cibilis da Rocha. Teoria Geral da Contabilidade. 
Volume I, 5. Ed., Porto Alegre: Livraria Sulina Editora, 1971. p. 
93) 
 
Se não deixássemos de apelar para uma generalização basta até colocarmos o equilíbrio 
contábil em cada coisa, como dizia D`auria (1959) nos seus princípios de Contabilidade Pura, 
afirmando que tudo poderia ser objeto da Contabilidade até nossa moral, porque dela, e de cada 
elemento do universo, se forma um balanço, ou seja, se tem um equilíbrio. Foi então na visão de 
equilíbrio mostrado pelos balanços univérsicos ou existentes, que D`auria fizera sua tese de 
“Universalismo Sistemático” na Contabilidade. 
Portanto, estes foram alguns dos antecedentes históricos sobre o equilíbrio contábil, 
iniciando-se na Contabilidade Natural, até nas coisas atuais que foram embasadas em cientistas 
modernos; sempre houve uma menção do equilíbrio patrimonial, lembrando que numa 
generalização, o equilíbrio está presente em tudo, até nos momentos de nossa vida, e em nosso 
pensamento, ou ação. 
 
3 – O PATRIMONIALISMO DE VINCENZO MASI (1893-1977) E OS SEUS CAMPOS DE ESTUDOS, 
RESSALTANDO UMA DOUTRINA DO EQUILÍBRIO 
 
Na linha de correntes doutrinárias Italianas, e contábeis do mundo, existiu sempre uma 
ligada ao aspecto material-patrimonial, em nível gerencial, e nesta mentalidade um dos seus maiores 
defensores e precursores foi Fabio Besta (1845-1922) da escola de Veneza. 
O mestre, pois, numa linha de gerencialismo, defendia que o objeto da contabilidade era o 
governo econômico, na forma de “controle econômico” do patrimônio, ou das grandezas ativas e 
passivas, tudo objetivando uma ocular, satisfatória, e prudente administração e gestão das 
riquezas aziendais. 
No ano escolástico 1912-1915 integrou na escola de Veneza, um aluno chamado Vincenzo 
Masi que teve contato com o ensino de Besta (1922) nas idéias de gestão econômica das empresas 
ligada ao materialismo das contas , ou seja, o conteúdo patrimonial, embora, o mestre tenha se 
inclinado mais para a atividade de controle e gerenciamento, do que o objeto deste, apesar de haver 
dito menções notáveis deste alvo. 
Terminando Masi, em 1919 o curso – devido ao serviço da guerra – de Contabilidade, com a 
tese sobre “Agendologia” ou “Aziendologia”2, baseando-se nos estudos caros de Rossi, Besta e Taylor 
sobre as ciências ou sistemas científicos que estudavam toda a azienda, anos depois, após um outro 
curso de docente e formador, foi cumprir já com a sua tese de doutorado, um cargo de acadêmico-
professor na Universidade de Economia e Comércio de Bolonha, em 1935( portanto, dezessete anos 
depois de sua tese ser defendida, e alcançar a laureação). 
Antes desta época, no curso de suas pesquisas sobre a Contabilidade e sobre as idéias do 
governo ou controle econômico das aziendas, Masi indagava o que seria o verdadeiro conteúdo da 
Contabilidade, e quais que eram os seus instrumentos, conseguindo em maturidade científica colocar 
a descoberta de uma essência definida como o patrimônio das células sociais, e seus instrumentos, 
como a informação da contas; o mestre a chamou de “Ciência do Patrimônio” como sempre fora no 
devir dos tempos, mas, devido à confusão mental, não ainda era ostentado. 
A maior confusão na época de Masi, era a de querer reconhecer a informação como objeto 
da Contabilidade, até mesmo em algumas obras dos alunos de Besta, sendo que este dizia que as 
contas representavam fenômenos de gestão, e não qualquer gestão, mas, a administração e controle 
dos patrimônios das aziendas ou células sociais. 
Masi, englobou a informação contábil apenas como um instrumento da Contabilidade para 
que ela fosse estudante dos fenômenos patrimoniais. Então, ele a postou num campo de estudos 
denominado de “relevação”( conjunto de meios e técnicas contabilísticas), para que a confusão 
entre os meios de demonstração, e objeto patrimonial terminassem, fora que quase 
simultaneamente outra corrente doutrinária queria supor3. 
Definiu então, como disse Carqueja (2003) que a Contabilidade é a ciência do patrimônio 
desde a noite dos tempos mais longínquos. 
Assim definira tais campos de estudos patrimoniais: a Estática, Dinâmica, e a Relevação. 
1. A Estática Patrimonial seria o estudo das qualidades e quantidades do capital das 
empresas e patrimônio das entidades, pelo ângulo de equilíbrio estrutural e 
financeiro de suas partes. 
2. A Dinâmica Patrimonial o estudo dos movimentos e marchas fenomênicas dos 
investimentos, financiamentos, custos, receitas, e réditos do capital e do patrimônio. 
 
2
 - Na verdade a tese de Masi chamava-se “A agendologia como doutrina da constituição, da vida e organização 
das aziendas” conforme relatou Antinori na revisão de sua obra editada em 1997(MASI, Vincenzo. La 
Ragioneria Nell`età Moderna e Contemporanea. Texto revisado e completado por Carlo Antinori. Milão: Giuffré 
Editore, 1997.). Sobre o termo “Agendologia”, como igual a “Aziendologia”, não há problemas de dupla 
impostação, porque a palavra “agenda” no latim, é a mesma coisa que “Azienda” em Italiano, então, tanto faz, 
utilizar um ou outro termo, deixando a critério do leitor fazer a escolha( ambas são adequadas). 
3
 – Estamos falando da “Economia Aziendal” que teve a perspectiva de criar um estudo de toda a Azienda, 
pensando que a Contabilidade era apenas uma relevação, pela confusão que havia até o momento; Gino Zappa, 
resolvera tirar o nome Contabilidade, e colocar “Economia Aziendal” para que a parte do controle e gestão fosse 
guiada pela administração – respeitando a linha da confusão entre a “informação” e “fenômeno” contábil -, 
assim, tendo nossa disciplina, a função apenas de metodologia de informação, ou seja, mecânica de contas e 
demonstrações dos fatos. A peleja foi feia. Estes dois mestres defendiam mentalidades diferentes, apesar da 
verdade ser uma só. Todavia Zappa nunca respondeu às críticas, sendo seu pensamento entendido na sua maior 
parte como correto em Itália, mas, não no restante do planeta. Até o momento as discussões que querem colocar 
a Contabilidade apenas como informação ainda subsistem, mesmo demonstrando ilogicidade dos termos. Masi, 
definira nossa disciplina como “Ciência do Patrimônio” como uma defesa contra tais idéias, ou até mesmo um 
antídoto contra as mentalidades que já existiam, e que Zappa fizera consolidar em suas tentativas doutrinais, e 
em sua obra maior(ZAPPA, Gino. Il Rédito di Impresa. 2ª edição.Milão: Dott. A. Giuffrè - Editore, 1950.) 
3. A Relevação Contábil um conjunto de informações que nos fazem conhecer a 
estática e a dinâmica patrimonial, ou os fenômenos patrimoniais. 
Estes três campos de estudos que guiavam as suas pesquisas, e os seus portentosos 
volumes. 
Mas, a forma com que desenvolveu as suas pesquisas foi transmitida vários anos depois de 
sua definição dos campos de estudo, e objetivo patrimonial que data de 1926 em artigo publicado 
na “Rivista Italiana di Ragioneria” (Revista Italiana de Contabilidade). 
 
4 – A DOUTRINA DA ESTÁTICA E DO EQUILÍBRIO PATRIMONIAL 
 
Na Física quando Galileu-Galilei (1564-1642) queria apontar o equilíbrio dos corpos chamou o 
mesmo fenômeno de “Estática”. 
Na Contabilidade aos fins da década de 30, o professor Masi, utilizara um termo de equilíbrio 
voltado para a Contabilidade, o que ele denominou não somente “Estática”, mas, “Estática 
Patrimonial”. 
A doutrina do equilíbrio seria de fato a da “Estática Patrimonial” como afirmava o professor 
Vincenzo Masi (1893-1977), que a Contabilidade estudaria a sanidade da estrutura financeira, e as 
proporções das qualidades e quantidades da riqueza aziendal. 
A doutrina “Estática” é, pois, no entender Masiano um sinônimo de “doutrina do Equilíbrio 
patrimonial”. 
Os primeirosvolumes da estática patrimonial datam de 1939, nos quais, Masi se esforçou em 
reunir as doutrinas dos norte-americanos - como Foulke, Gilman e Bliss –, Franceses – Calmés e 
Quesnay -, e Italianos – Ceccherelli, e Besta principalmente -, em torno da análise dos balanços do 
equilíbrio. 
A segunda edição revista e ampliada de tal obra data de 1945, na qual o I volume trata do 
capital e sua mensuração nas empresas, e no segundo volume trata sobre o patrimônio das 
entidades, o qual no último livro de mais de 250 páginas especificou os problemas do equilíbrio geral 
do capital e do patrimônio (Veja a figura 5). 
Figura 5: Capa da Famosa obra “Statica Patrimoniale” de 1945, elaborada pelo professor Vincenzo 
Masi (1893-1977) 
 
Fonte: Elaboração Própria. Obs: Esta obra é o segundo Volume da série estática patrimonial; o 
primeiro data do mesmo ano e trata sobre o capital das empresas. Este volume já trata do 
patrimônio das entidades. Porém, nele há um livro conclusivo o “L`Equilibrio Statico del capitale delle 
imprese e del patrimônio degli enti”( O equilíbrio estático do capital das empresas e do patrimônio 
das entidades), o qual disserta não somente sobre os conceitos de capital, mas, o equilíbrio em si, 
sua análise e sua constatação nas empresas e entidades. 
 
Para o mestre a estática é doutrina do equilíbrio, não só funciona mas, financeiro: 
 
“Na perseguição do seu fim, a estática patrimonial 
estuda os caminhos do equilíbrio funcional nas empresas e 
nas entidades de toda natureza, e, sucessivamente, e mais 
amplamente, aqueles sobre os quais estende o equilíbrio 
financeiro... 
“A estática patrimonial, no setor que nos interessa, é 
portanto o estudo dos valores coexistentes em um patrimônio 
em dado momento, mas é estudo sobretudo das condições de 
equilíbrio as quais devem satisfazer os valores que, 
coexistentes, constituem o capital de uma empresa e o 
patrimônio de uma entidade.” 
(MASI, Vincenzo. Statica Patrimoniale. 2ª ed. Padova: Casa 
Editrice Dottore Antonio Milani, 1945. V II. P. 272.)( O negrito é 
nosso). 
 
Portanto, ao se analisar a estrutura logicamente estaremos observando a solvência, 
liquidez, e as medidas de proporções que competem à cobertura das exigibilidades, ou 
desembolsos a serem realizados pela empresa ou entidade. 
O problema do equilíbrio seria, pois, resolvido pela análise financeira e estrutural, por meios 
dos quocientes, índices, e percentuais estatísticos e matemáticos de didática avançada na 
Contabilidade: 
 
“Na condução do estudo das condições de equilíbrio 
estático do patrimônio aziendal, ocorre proceder com 
convenientes métodos que podem ser contábeis, estatísticos e 
também mistos... 
Nós nos serviremos dos dados que podem oferecer os 
procedimentos de relevação patrimonial e daqueles podem ser 
recolhidos e elaborados mercê os procedimentos estatísticos.” 
(MASI, Vincenzo. Statica Patrimoniale. 2ª ed. Padova: 
Casa Editrice Dottore Antonio Milani, 1945. V II. P. 274.) 
 
O balanço – designativo até histórico do equilibrio - seria a medida principal dos estudos do 
equilíbrio estático do capital das empresas e entidades: 
“O balanço de funcionamento, nas empresas, 
manifesta, na sua expressão qualitativa e quantitativa de 
elementos e de valores, mais lata e mais correta, esta posição 
de equilíbrio estático do capital de funcionamento, entre 
momentos imediatamente precedentes e sucessivos que em 
continuidade se renovam no incessante vir a ser.” 
(MASI, Vincenzo. Op. Citada. p. 273) 
 
Por isso consideramos no início de nosso trabalho o balanço até mental, como medida 
histórica e primitiva do equilíbrio; agora com as palavras de Masi, temos uma confirmação de nossas 
idéias e pensamentos até metafísicos, que nos foram dada em inspiração divina. 
O mestre foi claro em dizer: “ o primeiro problema que se apresentará é aquele do estudo de 
coordenação dos bens, créditos , dívidas e atribuições dos quais resulta constituído o capital de 
funcionamento”(MASI, 1945: 275). 
Fora muito perspicaz em colocar o equilíbrio do capital como o de coordenação dos valores, 
pois, toda a qualidade que assume uma quantidade, deve ter ligação tanto no Ativo, quanto no 
Passivo Patrimonial. 
Ou seja, os meios e necessidades para possuírem um equilibrio deveriam ter equivalências de 
grandezas. Um estoque deve ter relações com fornecedores, mas de modo que se transforme em 
dinheiro no tempo suficiente, para mudar-se em disponibilidades para o pagamento do mesmo 
fornecedor que criou o bem de venda. Esta condição é chamada de correlação patrimonial, Masi 
(1945: 275), a chamava de correlação entre os investimentos e financiamentos, mas, entendemos 
que a outra forma que utilizamos se generaliza mais facilmente no fenômeno mencionado. Portanto, 
esta condição ou fenomenologia é fundamental para os estudos das aplicações e origens do capital, 
junto com as variações redituais, para os estudos de equilíbrio da estrutura da riqueza. 
Masi, para delimitar termos colocava os problemas de dinâmica separados, embora, 
reconhecendo a sua influência na estática, resolveu tratá-los em especial, no caso, do equilíbrio 
descreveu o mesmo “por si” para validar as abordagens de sua pesquisa: 
“É porém um problema de dinâmica patrimonial o 
estudo dos investimentos e dos correlativos financiamentos, 
mas isso não pode ser conduzido na ausência daqueles 
conhecimentos de estática patrimonial, e por isto também de 
equilíbrio estático do capital de funcionamento, sem o qual se 
poderia por em prática os super ou subinvestimentos, super ou 
subfinanciamentos, com graves conseqüências além daquelas 
nos resultados da gestão, isto é nas manifestações do 
fenômeno do rédito da empresa também na mesma 
funcionalidade e solvibilidade do seu capital.” 
(MASI, Vincenzo. Idem. p. 281) 
 
Tal concepção é original de Ceccherelli (1950) o qual nas suas “Le prospettive economiche e 
finanziarie nelle aziende commerciali” (As prospectivas econômicas e financeiras nas aziendas 
comerciais) – obra consultada e contada por Masi -, fizera um estudo em mais de 450 empresas 
procurando uma razão entres as proporções; como o problema era por demais complexo tivera que 
criar um nome para o fenômeno, assim sendo, o chamou de correlação entre financiamentos e 
investimentos (origens e aplicações de capital), o que generalizamos agora para correlação 
patrimonial. 
O mestre Masi acabou por apropriar alguns estudos das prospectivas de Ceccherelli, para 
defender a sua doutrina da estática patrimonial, como este das empresas mercantis em Lucros: 
Tabela 1: O equilíbrio estático médio nas empresas lucrativas segundo pesquisa de Ceccherelli 
Substância Valores Contrasubstância Valores 
% % 
Implantações.................................... 
Mercadorias .................................... 
Valores e Créditos .......................... 
12 
34 
54 
Capital Próprio 
............................... 
Capital de Crédito 
.......................... 
43 
57 
Total 100 Total 100 
Fonte: MASI (1945: 294). Obs: Esta medida proporcional Ceccherelli a tinha obtido 
pesquisando cerca de 187 empresas comerciais lucrativas. Possivelmente ele utilizou uma média de 
três ou cinco balanços, cremos, portanto, cerca de 561 a 935 peças demonstrativas apenas nas 
empresas comerciais. Como vemos cerca de quase 90% em ativo está em Mercadorias, valores e 
Créditos, e a estrutura do passivo, conta com 57% em terceiros e 43% em recursos próprios. Estas 
empresas são as lucrativas. Masi se embasou em tais estudos para firmar a sua doutrina de Estática 
Patrimonial. 
 
Assim dentro de uma media ou de uma mesma medida de patrimônio, de alguma forma esta 
demonstração poderia ser uma base para o equilíbrio. E se os estudos históricos comparados 
constataram cerca de quase 90% em estoques,disponibilidades ou valores, e créditos, o que não 
dizer que eles podem valer agora? Para o momento atual? Possuem este certa validade sim, tais 
medidas e mensurações para termos uma idéia do que pode ser uma estrutura comercial 
equilibrada. Mas, logicamente, nestes mais de 70 anos que envolveram as pesquisas de Ceccherelli, 
os mercados mudaram muito, principalmente na forma de manter os estoques4. O que não revela 
que ter grandes estoques e créditos a se receber seja por si um sinal de desequilíbrio, quando esteja 
havendo boas correlações entre a atividade, passividade, investimentos, e financiamentos. 
Segundo o professor Masi agora citando Bliss diversas empresas poderiam apresentar algum 
equilíbrio com no seguinte quociente de liquidez: 
 
Tabela 2: Os quocientes médios indicativos de Equilíbrio segundo a pesquisa de Bliss 
Empreendimentos Número de 
Aziendas 
Observadas 
Quociente de Liquidez 
Anos Observados Quociente 
Automobilística( Fábricas ) ................................... 
Automobilística (Acessórios) ................................ 
Conservação de Carnes ......................................... 
Fábricas de Papel .................................................. 
Químicas ............................................................... 
Comércio (em geral) ............................................. 
5 
6 
4 
2 
4 
3 
1915-21 
1916-21 
1913-21 
1913-21 
1915-21 
1914-21 
2,67 
2,62 
2,- 
3,08 
2,12 
2,67 
 
4
 – Diga-se estas mudanças que tiveram causa na moderna Contabilidade e análise dos custos (especialidade 
contábil), que depois se desprendeu e formou uma Administração dos Recursos Materiais e Patrimoniais da 
matéria de administração (que nada mais é que uma análise de materiais utilizada na Contabilidade). Hoje temos 
diversos sistemas para reduzir o custo das compras e otimizar os investimentos em estoques, temos os de 
“Movimento e reposição” o “Just-in-Time”( tempo certo ou justo), alguns já aplicáveis em indústrias e 
comércios que facilitam o uso de estoques mínimos e vendas elevadas ao máximo. Portanto, as proporções hoje 
de estoque devem ser menores que na época de Ceccherelli na qual as empresas faziam vultosas compras, ou 
investimentos em grandes lotes de estoques para efetuar as suas operações, até por uma questão inflacionária. 
Mas, isto não indica também que elas não tenham grande proporção de Ativo Circulante, ou ainda, uma razoável 
proporção percentual, não igual aos tempos do mestre, mas, razoavelmente consideráveis. 
Couros e Peles ...................................................... 
Algodão ................................................................ 
Elétricas( máquinas, etc.) ..................................... 
Explosivos ............................................................ 
2 
4 
3 
2 
1913-21 
1913-21 
1914-21 
1915-21 
7,49 
2,90 
3,18 
6,31 
Total de empresas 35 70 anos no total 
das observações 
de cada empresa 
Resultados 
Maiores 
que 2,00 
Fonte: Masi (1945: 397). Adaptado para o português, e para a formação da tabela, pois, 
demonstramos apenas algumas empresas e não todas, estudadas por Bliss. Obs: Perceba que na 
experimentação de Bliss, os quocientes de Liquidez ou de “Disponibilidades gerais ou ordinárias”- 
como diriam os Italianos, e o próprio Masi – seriam maiores que 2,00 em média. Esta posição 
histórica, apoiada em outras pesquisas empíricas e experimentais, que acreditamos ter formado 
aquela tese de 2 para 1 da liquidez; o famoso “Two for one”- que para cada unidade de dívida deve-
se ter duas para o pagamento. Foi neste trabalho histórico que havia gerado e consolidado a idéia do 
“dois para um” acreditamos segundo as fontes informativas e literárias que consultamos. Estes 
quocientes foram os médios encontrados, que passaram a se chamar de “standards” ou “padrão” 
para a análise financeira dos bancos, consultores, e contadores em geral. Esta pesquisa histórica, da 
famosa obra de Bliss “Financial and Operating ratios”( Finanças e Quocientes Operacionais) de 1923, 
repassada por Masi, raríssimas vezes foi mencionada nos estudos modernos de análise de Balanço, 
ou de temas de ciência. 
 
Masi, ainda, no seu estudo de análise de balanço (datado de 1939, o qual já havia produzido 
a primeira edição dos grandes volumes de sua Estática) definiu as patologias em número de quatro 
espécies, os super e subinvestimentos, e os super e subfinanciamentos. Que poderiam ser ligados a 
quaisquer elementos, ou seja, aos estoques, créditos, disponíveis, imobilizados, dívidas a curto prazo, 
fornecedores, etc. 
“Ocorre portanto perguntarmos antes de tudo se existiriam ou 
não super e subinvestimentos e super e subfinanciamentos. O 
desequilíbrio, em sede financeira, de fato reassume neste 
quatro grupos de causas: 
1º superinvestimentos 
2º subinvestimentos 
3º superfinanciamentos 
4º subfinanciamentos 
A isto ocorre ajuntar os fatores, no setor reditual, que 
concorrem às situações do rédito. 
Por estes motivos é oportuno proceder metodicamente 
analisando as causas dos super e subinvestimentos e super e 
subfinanciamentos, já que uns e outros podem mais ou menos 
profundamente influenciar a solvibilidade e a redibilidade da 
empresa. 
(MASI, Vincenzo. Analisi finanziarie e reddituali in relazione al 
capitale in gestione nelle imprese. Milano: Cada editrice Dottor 
Francesco Vallardi, 1939. p. 148. )( O negrito é nosso). 
Então assim desenvolveu com bases teóricas e experimentais, toda a sua doutrina da estática 
que assim concluía: 
“Em outros termos a estática patrimonial, nas 
empresas e nas entidades, tem tarefa de importância basilar 
porque por meio do estudo das condições as quais sujeita-se o 
equilíbrio estático, funcional e financeiro estende dados para 
uma prudente ação administrativa patrimonial futura, estende 
isto é à dinâmica patrimonial um orgânico instrumento sem o 
qual a gestão patrimonial procederia incerta e vacilante.” 
“Mas a estática patrimonial fornece também o 
material para o estudo das alterações do equilíbrio funcional e 
financeiro nas empresas e nas entidades, isto é dos super e 
subinvestimentos e dos super e subfinanciamentos, que nos 
reservaremos de examinar em sede de dinâmica patrimonial.” 
(MASI, Vincenzo. Statica Patrimoniale. 2ª ed. Padova: Casa 
Editrice Dottore Antonio Milani, 1945. V II. P. 519.) 
 
Portanto, para o mestre os fenômenos de super e subinvestimentos, tal como os de super e 
subfinanciamentos seriam uma alteração do equilíbrio patrimonial, uma variação da estrutura 
financeira e patrimonial, que teria que ser examinada por ele, em outros dois volumes extensivos os 
da “Dinamica Patrimoniale”( Dinâmica patrimonial). 
Concluía, portanto, na citação acima, pela estática, e pelo estudo de suas patologias e 
sanidades, o mestre fundamentou toda uma das mais importantes doutrinas que depois seria a 
maior base ao Dr. Lopes de Sá, em sua tese de doutorado – sobre o equilíbrio ou as proporções 
simétricas dos componentes do capital de funcionamento. 
Em sua época Masi, fizera uma genialidade: a de assumir a Estática Patrimonial nos estudos 
da Contabilidade, como atinentes ao equilíbrio, e estudá-lo como uma sub-doutrina de uma 
doutrina maior ligado ao patrimônio, que foi o patrimonialismo, que criara cientificamente. Fora 
realmente um evento marcante, um conceito moderno e novo, e não apenas com valor histórico, 
mas, cultural para se assumir até nos dias de hoje. 
O professor Italiano realmente desprendeu barreiras criando uma doutrina do equilíbrio, de 
aceitação mundial, com fundamentos bastante firmes que não se rompem sem muita dificuldade. 
 
5 - O EQUILÍBRIO COMO “OBJETO” DA CONTABILIDADE NA CONCEPÇÃO E DOUTRINADE JAIME 
LOPES AMORIM 
 
Tão importante é o estudo do equilíbrio que fortes doutrinadores o designaram como objeto 
da Contabilidade. 
Três anos exatamente, após a definição de “Ciência do Patrimônio”, que data de 1926, o 
professor Jaime Lopes Amorim emitira a sua concepção de Contabilidade, e de seu objeto. 
Para ele a Contabilidade seria a ciência do “Equilíbrio Estático”. 
Como definindo tal ciência como estudante de um equilibrio, e não qualquer um, mas, o 
estático, praticamente relevava a dotes sublimes o fenômeno de harmonia momentânea do capital, 
e da doutrina da “estática”. 
Várias pelejas surgiram desta rigorosa conceituação, inclusive com Lopes de Sá que 
considerava o equilíbrio como um estado, ou um fenômeno de um objeto maior, o patrimônio, 
então, que no estudo contábil, a análise da simetria teria valor até com excelência, mas, não com 
exclusividade. 
Então, muito menos poderia considerá-lo como um dogma de objeto da ciência Contábil. 
Nesta influência até mesmo o português Fernando Caetano Dias (1953: 45), concordou, 
todavia, reconhecendo que haveria um “Equilíbrio Nominal” e um “Substancial”, sendo que, aquele 
que se apresentava em um balanço era apenas o da relevação, ou seja, o estático, e não o 
substancial, ou das qualidades dos fenômenos, apesar de nele ser expresso. Poderíamos dizer que o 
equilíbrio do balanço era um estado pseudo, falso, e o verdadeiro equilíbrio seria aquele designado 
pelo desempenho do comportamento patrimonial. 
Isto é, poder-se-ia verificar balanços equilibrados com patrimônios em desequilíbrio, e vice-
versa pela lei da equação contábil das mesmas peças balanceantes. 
O balanço é apenas uma relevação, uma demonstração do equilibrio, podendo estar 
desequilibrado o patrimônio mesmo “fechado” a “balança”. 
Ou seja, patrimônios em desequilíbrios se denotam com balanços sempre equilibrados, 
porque a equação contábil do débito e do crédito, sempre providenciará o Ativo como igual ao 
Passivo, o que revelará uma igualdade de valores. 
Resumindo haverá sempre balanços iguais em valores, logo, denotando uma eqüitativa 
forma de equilíbrio, no entanto, o mesmo em substância não existirá dependendo do mau 
comportamento da riqueza patrimonial. Tudo em si depende da qualidade da substância patrimonial, 
ou seja, aquela que se expressa no giro, nos lucros, no capital próprio, na produtividade, produção, 
operação recuperadora de gastos, baixos custos, liquidez suficiente, entre outros fenômenos mais. 
O mestre Dias (1943) de alguma maneira fizera evoluir a concepção de equilibrio de Amorim 
para o ângulo substancial e dinâmico, não deixando de transparecer o aspecto patrimonial como 
um gênero dos estudos de contabilidade, juntos com os de solvência e finanças, que nele deveriam 
estar, por serem de um objeto marcado por uma contenção maior. 
 
6 – OUTRAS CONCEPÇÕES DE CIENTISTAS SOBRE O EQUILÍBRIO E SUA IMPORTÂNCIA NOS ESTUDOS 
DO CAPITAL 
 
De outras maneira outros mestres desenvolveriam estudos do equilibrio como D`auria, 
Foulke, Herrmann Júnior, Florentino, Pfaltzgraf, Garcia Garcia, e diversos outros no Brasil, Portugal, 
América Latina, Estados Unidos, Itália, e até da Ásia. 
 De qualquer forma todos contribuíram, porém, houve estudos que seriam de grande 
importância citá-los. 
Se citássemos, porém, todos os tratadistas que pregaram sobre o equilíbrio, se esgotariam as 
páginas de nosso trabalho, o que não é aqui a nossa intenção, pois, não vamos citar todos, apenas 
alguns. 
No Brasil, o professor Herrmann Júnior (1972, 1975) apoiou seus estudos em, 
possivelmente, consultas as obras de Masi, acabando por concluir e definir o estudo do equilíbrio 
como atinente às relações de interdependência entre a produção, o rendimento, as finanças, e a 
resultabilidade. 
O Dr. Francisco D`auria fora mais profundo nos seus estudos sobre o equilibrio, a ponto de 
mencionar os fenômeno de suficiência e proporcionalidade, colocando na análise qualitativa e 
quantitativa diversos detalhes para o estudo da simetria estrutural: 
“Deduzimos, ainda, que o capital tem função de 
estabilidade e de mobilidade(...) O capital maior ou menor 
determina seu proporcional aumento... 
 Os objetivos patrimoniais, isto é, a consecução 
de um resultado econômico individual ou social, requerem 
uma composição de riqueza em condições qualitativas e 
quantitativas convenientes e à disposição do órgão 
administrador... 
Estabelecidas estas premissas, resta saber quais 
as proporções entre disponibilidades e o vulto dos negócios a 
realizar e quais as proporções entre o capital próprio e as 
disponibilidades, entre capital próprio e de terceiros. Da 
primeira destas relações decorre uma razoável suficiência ou 
uma desproporção comprometedora da regularidade 
funcional do organismo econômico; a segunda relação 
indicará: uso moderado ou abuso de crédito. Destas hipóteses 
se conclui que é objeto de ponderação o limite de capital em 
função do círculo de negócios a realizar.” 
“Aplicando estas observações ao caso concreto 
de um empreendimento(...) verificam-se as proporções entre 
capital próprio e imobilização. Se o vulto da atividade faz com 
que seja o capital imobilizado inteiramente ou quase, capital 
fixo, ressalta a necessidade de financiamento passivo, como 
provisão suplementar para alimentar o capital circulante. 
(D`AURIA, Francisco. Variação do Valor Efetivo do Capital. São 
Paulo: Ed. Atlas, 1953. p. 14; 25-26.)( O negrito é nosso) 
 
Vimos que D`auria tinha as suas convicções que um capital para manter o seu objetivo, 
deveria ter um proporcional aumento, ou uma medida de composição de riqueza qualitativa e 
quantitativa adequada. 
Mencionava então, os problemas ligados à sustentação das disponibilidades pelo capital 
próprio (o dinheiro contido no capital original da empresa), a relação entre créditos e disponíveis 
(que indicaria excesso de vendas a prazo, ou carência de dinheiro), a participação do capital de 
terceiros (abuso de débitos ou endividamento), e a imobilização de capital (que poderia ser base 
para se obter recursos de terceiros), como medidas importantes para se estabelecer decisões 
administrativas sobre os comportamentos dos investimentos e financiamentos. 
O mestre ainda comentava sobre as proporções do capital próprio e de terceiros, a 
comparação desta relação, com as disponibilidades, como condição fundamental para este estudo. 
O professor Tolstoi Klein (1954) fora mais expositivo em deduzir inúmeras leis, como ele 
mesmo havia apelidado, de “leis sobre o Equilíbrio Contábil”. 
Para ele em sua “Contabilidade Superior” o resultado e as variações (custos e receitas) 
teriam fundamental relação pra com o equilíbrio do capital: 
“Primeira Lei do Equilíbrio Contábil 
- Os débitos se contrapõem aos créditos na base da igualdade 
dos seus valores. 
Segunda Lei do Equilíbrio Contábil 
- As mutações provocam sempre um equilíbrio patrimonial na 
base da igualdade dos seus valores. 
Terceira Lei do Equilíbrio Contábil 
- Do resultado das variações é que depende o equilíbrio ou 
desequilíbrio patrimonial. 
Quarta Lei do Equilíbrio Contábil 
- O aumento do ativo com capitais de Terceiros Provoca igual 
aumento do passivo.” 
(KLEIN, Tolstoi C. Contabilidade Superior: Estrutura e Análises 
de Balanços. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Aurora, 1954. p. 67-68. ) 
Em torno dos estudos da simetria Lopes de Sá (1953: 86-89), em sua “Filosofia da 
Contabilidade” considerava o resultado estático como uma resultante, e o resultado dinâmico como 
uma variante, para o equilíbrio patrimonial. 
O professor Aldo Amaduzzi, da Itália, considerava que o sistema de equilibrio da empresa 
deveria ser estudado nas suas bases fundamentais, e no tempo por ser determinativo dos valores 
dinâmicos em relação ao futuro: 
“Necessário é construir tal sistema,mostrando-
lhe, com lógica quantitativamente determinada, as suas 
bases fundamentais; e de tal sistema que se deve pesquisar 
as condições de equilíbrio, de um equilíbrio que seja expresso 
em grandezas relativas a um futuro mais ou menos próximo, 
de um equilíbrio dinâmico, isto sim; e de tais condições deve-
se pesquisar as espécies de variações que o tempo pode 
produzir...” 
“Os conceitos, que teorizam aquelas 
manifestações, resultam também esses ligados cada um ao 
outro, e no tempo, são determinados os valores 
quantitativos.” 
 (AMADUZZI, Aldo. Per la determinatezza degli studi 
aziendali. Rivista Italiana di Ragioneria, Federazioni Nazionale 
dei Collegi dei Ragioneri, nº 1, Ano XLII, Série 2ª, Gennaio - 
Febbraio, 1949. p. 1.)(O negrito é nosso.) 
Temos também a pesquisa experimental de Roy Foulke (MELLO, 1954: 183) determinava os 
pontos de equilíbrio padrão entre capital de terceiro e o próprio: 
Tabela 3: Os quocientes-padrão da pesquisa de Foulke 
Nº de 
empresas 
Ramo da Atividade Média dos 5 
anos(%) 
Mediana 
(%) 
57 Camisaria, roupa para homem 55,3 64,8 
43 Cervejaria 25,1 22,4 
57 Colchoaria 36,6 34,0 
48 Confeitaria 23,4 19,2 
22 Conservas de frutas e legumes 74,1 85,8 
133 Empreiteiros, Construção Civil 68,8 84,3 
39 Empreiteiros, Eletricidade 45,6 60,1 
Total de Empresas Pesquisadas: 399 de ramos dos mais variados 
Fonte: MELLO (1954: 183) adaptado colhendo apenas os resultados de algumas empresas e 
não de todas que foram demonstradas na pesquisa de Foulke e transcritas por Mello. Obs: A 
pesquisa de Roy Foulke foi uma das mais famosas da história da análise norte-americana de alguma 
maneira ela fortaleceu a idéia que a doutrina anglo-saxônica tinha sobre o quociente-padrão, que 
depois não se tornou apenas padrão para as finanças, ou para a análise geral de balanços, todavia, 
para até os custos variados de produção. A pesquisa de Foulke indica os seguintes resultados para 
uma média de proporção das empresas colhidas e estudadas. Na verdade são medidas, ou resultados 
médios, que podem ser guias para o equilíbrio patrimonial, ou até substancial, visto que se 
transpareciam na estática, em especial da participação das fontes de financiamento, o capital de 
terceiro e o próprio. Eram, pois, resultados médios indicativos de equilíbrio, ou guias para a 
consecução e observação dos mesmos nas empresas. É histórica a colocação desta pesquisa, não só 
no país norte-americano, mas, nas pesquisas contábeis mundiais. 
Portanto muitos outros mestres colocavam a sua posição sobre o equilíbrio, ou sempre 
argumentavam, sem, no entanto, prescindí-lo das averbações. 
Vejamos como fora uma dessas importantes teses brasileiras sobre o equilibrio do capital ou 
patrimônio, sob o codinome geral de “Fundamento Científico da Contabilidade” do professor e 
Doutor Hilário Franco. 
 
7- A IMPORTÂNCIA DO EQUILÍBRIO NO FUNDAMENTO CIENTÍFICO DA CONTABILIDADE: A TESE DE 
HILÁRIO FRANCO NO AUSPICIOSO V CONGRESSO DE CONTABILIDADE BRASILEIRO 
 
Com a linha doutrinária da estática patrimonial, os estudos contábeis sobre o equilíbrio se 
despontaram. 
Tal como ocorreu em Portugal com Jaime Lopes Amorim, ocorrera no Brasil no V Congresso 
de Contabilidade em 1950, com Hilário Franco, porém, com a exceção deste mestre, em não 
considerar o objeto exclusivo da Contabilidade como o equilíbrio do capital ou patrimônio. 
Sua tese chamou-se então de “Fundamento Científico da Contabilidade” ganhadora dos 
mais altos encômios e da unânime aprovação dos membros da banca do V Congresso Brasileiro de 
Contabilidade (Vede adiante a Figura 6). 
Figura 6: Capa da obra da teoria de Hilário Franco “Fundamento Científico da Contabilidade” a qual 
trazia inúmeras leis sobre o equilíbrio patrimonial. 
 
Fonte: Elaboração Própria. Obs: Esta foto traz a capa de uma das mais importantes obras 
que no Brasil se defendeu sobre os fundamentos científicos da Contabilidade. Pelo frontispício temos 
a sua data marcada em 1950. Temos pela história Brasileira inicialmente os trabalhos de Francisco 
D`auria, e Herrmann Júnior sobre a qualidade científica da Contabilidade apresentados em 
Congresso, e finalmente esta obra que foi uma das primogênitas a defenderem o vigor científico de 
nossa ciência, ainda, com várias leis do Equilíbrio da riqueza que Franco denominou de “Leis da 
Composição Patrimonial”. 
 
Na verdade queria o mestre conforme Masi, atribuir à Contabilidade o dote de ciência 
tentando arrefecer a discussão do seu caráter superior e intelectual, de forma que se aplainassem os 
debates da Economia Aziendal, que podendo até para ele, ser considerada como uma disciplina em 
particular, não poderia subtrair o ramo de ciência da Contabilidade. 
O mestre também queria que se suprimissem as idéias que consideravam nossa disciplina 
como “Ciência Matemática”, portanto, fizera a sua tese para que a mesma fosse reconhecida como 
uma “Ciência Patrimonial”, ou ainda, que tinha por excelência o estudo do equilíbrio dos 
empreendimentos. 
A verdade é que, o mestre para defender os substratos dos fundamentos científicos da 
Contabilidade, acabava por deduzir leis da estrutura e composição patrimonial, isto é, as suas 
famosas leis do Equilíbrio. 
O mestre definiu cinco leis para o equilíbrio patrimonial que denominou de “composição 
patrimonial”: 
 
“1) A permutação de valores ativos não aumenta nem 
diminui a aplicação dos capitais. 
2) A permutação de valores passivos não aumenta nem 
diminui a obtenção de capitais. 
3) O aumento ou diminuição de valores ativos, com 
igual aumento ou diminuição de valores passivos, não altera a 
situação líquida do patrimônio. 
4) Há uma proporção necessária e definida entre os 
capitais próprios e os de terceiros. 
5) Há uma proporção necessária e definida entre os 
vários grupos que compreendem a aplicação dos capitais.” 
(FRANCO, Hilário. Fundamento Científico da 
Contabilidade. São Paulo: Ed. Revisora Gramatical, 1950. p. 28) 
 
O mestre se guiou pelos conceitos dos fenômenos de permutação, e variação (aumento ou 
diminuição) para formar as suas leis de composição patrimonial. 
E também formulou cinco leis de variação patrimonial com escopo na harmonia, que só caba 
a nós citarmos apenas duas leis para uma explicitação ao leitor, e para a exposição: 
 
“1) O aumento de ativo sem igual aumento de passivo 
acarreta aumento da situação líquida positiva ou diminuição da 
situação líquida negativa... 
3) O aumento de passivo sem igual aumento de ativo 
determina diminuição da situação líquida positiva ou aumento 
da situação líquida negativa...” 
(FRANCO, Hilário. Op. Citada. P. 28-29.) 
 
Portanto, ficou claro que um aumento ou diminuição dos valores Ativos sem um igual 
aumento ou diminuição do Passivo provoca influência no equilibrio. 
 Pode, pois, existir aumento do Ativo sem resultado da atividade, e aumento do 
endividamento, sem uma diminuição do Ativo com aumento de resultados - quando se elimina ativos 
obsoletos ou da operação patrimonial. O mesmo se dá no Passivo: quando ele aumenta com 
aumento dos resultados e sem muita queda do Ativo, não quer dizer necessariamente que as dívidas 
são negativas para o equilíbrio. Quando ele diminui (o passivo de terceiros) junto com a situação 
líquida, e o ativo, pode indicar falência do desempenho. Cada caso é um caso e é a relatividade que 
guia estas noções. 
Portanto, como as leis do equilibrio de Franco foram bem famosas na História da 
Contabilidade Brasileira, sua obra teve um papel de influência relevante, e que se guiou em outras 
pesquisas do mestre (até em sua análise de balanços, quando abordava sobre os quocientes-padrões 
ou ideais a serem considerados), mas, com um particular interesse. 
Também podemos dizer que a influência de semelhança das Leis de Franco, teve algum 
subsidio daobra de Klein (1954), apesar dele propor uma sua originalidade, houve sim, aspectos 
símiles e de influência, o que não indica, porém, a falta de consulta de suas obras, pois o mesmo 
autor havia assim o citado. 
O professor Lopes de Sá, na época, assistiu e participou do V Congresso Brasileiro de 
Contabilidade, que fora realizado em Belo Horizonte. Não é sem razão, que a melhor tese, a de 
Hilário Franco, que ganhou o concurso em unânime aprovação, tenha ao mesmo tempo influenciado 
e muito, o professor mineiro na elaboração de suas obras, tal como, de sua futura tese sobre o 
equilíbrio patrimonial do capital das empresas. 
 
8 – OS ESTUDOS DE ANTÔNIO LOPES DE SÁ SOBRE AS PROPORÇÕES SIMÉTRICAS NO INÍCIO DA 
DÉCADA DE 50 E 60 
 
Um contador brasileiro filho de pais Italianos e Portugueses (família Taranto da Itália, e Lopes 
de Sá de origem portuguesa, de Beira Alta), Antônio Lopes de Sá se despontou como pesquisador e 
mestre no final da década de 40 e início da de 50, estudando principalmente em bases Italianas, tal 
como em bases brasileiras que havia em sua época, nas obras de Carlos de Carvalho, Francisco 
D`auria, e não por menos, em outras obras Européias, latinas, e norte-americanas. 
Desde tenra idade trabalhando inicialmente como operário, o mestre ao 17 anos, ingressou 
na Escola Técnica de Comércio Brasileira de Belo Horizonte, aos 19 anos concluindo o seu curso, 
depois de 3 anos formado (ingressara no curso em 1944, diplomando-se em 1946), já como diretor e 
professor, fizera então a sua primeira obra os “Lineamentos da Contabilidade Geral” editada em 
1949( com apenas 22 anos). 
Assim, o professor no início da década de 50, particularmente antes de 1953, passava a 
estudar balanços de empresas diversas no moldes dos renomados norte-americanos e na doutrina 
dos Italianos principalmente, mas, não preterindo outras bases Brasileiras, Latinas, e Européias 
mutuamente. 
Na terceira edição de sua obra “Análise de Balanços ao Alcance de Todos” editada em 1962 
publicando já, conhecimentos de suas pesquisas experimentais em cerca de 800 balanços, 
fornecendo resultados trazidos por inúmeros quocientes, formando uma média de equilíbrio entre as 
relações auferidas. 
 Sendo estes resultados, por exemplo, do sistema de liquidez comum, nas seguintes 
empresas estudadas: 
 
 
Tabela 4: Média de quocientes na pesquisa de Lopes de Sá em 800 balanços 
Empresas Resultados 
Químicas 
Cigarros 
Roupas Feitas 
Sedas e Acetatos 
Drogas (Remédios) 
Material Elétrico 
Conservas 
Moveis de Madeira 
2,81 
3,69 
2,99 
2,01 
2,87 
3,12 
1,61 
3,51 
Fonte: Sá(1962: 92) Adaptado para apenas alguns resultados. Obs: O resultado desta pesquisa 
indica também pouquíssimos quocientes abaixo de 2,00; todavia, o professor Lopes de Sá(1962:92), 
foi muito cauteloso e sempre se asseverou de dizer “É lógico que tais quocientes não podem ser 
chamados de ideais”, porque não acreditava muito no famoso “Two for one” e o caminho de sua 
pesquisa de certa forma acabou derrubando esta tese, quando em seqüência, criara a teoria da 
liquidez dinâmica do capital. 
 
No quociente de participação relativa da origem dos capitais estes foram os resultados da 
pesquisa: 
 
Tabela 5: Média dos Quocientes de participação relativa das origens dos capitais da Pesquisa de 
Lopes de Sá em 800 balanços 
Empresas Resultados 
Químicas 
Cigarros 
Roupas Feitas 
Sedas e Acetatos 
Drogas (Remédios) 
Material Elétrico 
Conservas 
Moveis de Madeira 
1,33 
1,62 
0,47 
1,15 
0,93 
0,85 
0,89 
0,76 
Fonte: Sá (1962: 109) Adaptado para alguns quocientes. Obs: Os resultados destes cálculos 
são bem expressivos. O quociente de participação relativa das origens de capitais é obtido com a 
divisão do capital próprio pelo capital de terceiros a curto prazo. A maior parte das empresas possui 
cerca de quociente maior que 0,40. Ou seja, para cada um real de capital de terceiros a curto prazo, 
existem cerca de 0,40 de capitais próprios, o que indica geralmente, cautelosa situação na maioria 
dos casos, geralmente, tais quocientes devem ser relativamente maiores que 0,50 ou 1. Mas, só por 
isso também não indicaria também, ótima situação. 
 
Da imobilização de capital estes foram os resultados dos quocientes: 
 
Tabela 6: Média dos Quocientes de Imobilização de Capital próprio na pesquisa de Lopes de Sá em 
800 balanços 
Empresas Resultados 
Químicas 
Cigarros 
Roupas Feitas 
Sedas e Acetatos 
Drogas (Remédios) 
Material Elétrico 
Conservas 
Moveis de Madeira 
0,99 
0,44 
0,39 
0,57 
0,26 
0,56 
0,33 
0,60 
Fonte: Sá (1962: 142) Adaptado para alguns quocientes. Obs: A pesquisa de Sá também 
comprovara estes quocientes de imobilização, o maior quociente desta extração por nós realizada é 
de 0,99(das empresas químicas), ou seja, raramente tal grande de capital é imobilizada, o que indica 
resultados de quocientes relativamente baixos em relação ao capital próprio. A relação matemática é 
obtida por uma divisão do Ativo Fixo pelo capital próprio. 
 
E por último, em nossa apresentação neste trabalho, ele também apresentou os resultados 
dos quocientes de giro dos estoques: 
Tabela 7: Média dos quocientes de Giro dos Estoques na pesquisa de Lopes de Sá em mais de 800 
balanços 
Empresas Resultados 
Químicas 
Cigarros 
Roupas Feitas 
Sedas e Acetatos 
Drogas (Remédios) 
Material Elétrico 
Conservas 
Moveis de Madeira 
15,77 
87,89 
22,67 
10,34 
10,69 
4,18 
11,01 
17,88 
Fonte: Sá (1962: 151) Adaptado para alguns quocientes. Obs: É muito importante observar 
bem estes quocientes, ou estes resultados, pois, expressam que pela média daquela pesquisa, o giro 
geralmente foi veloz nas empresas auferidas, algumas delas (como a de Cigarros) giravam cerca de 
87,89 vezes o que indica cerca de 4,09 dias, ou 4 dias completos (em 360 dias), é, pois, um giro muito 
veloz. O mais lento resultado é o das empresas de materiais elétricos com 4 vezes completas de giro 
dos seus estoques, o que determina cerca de 90 dias ou 3 meses para a sua completa renovação. 
Lembremo-nos que o resultado é de giro dos bens para a venda. Ou seja, obtido pelo Custo de 
Mercadorias Vendidas, dividido pelos estoques. 
 
Mencionamos, pois, o resultado de apenas alguns dos quocientes estudados, pois, o mestre 
fizera mais pesquisas em sua obra, com os 800 balanços coletados. 
Vimos que Lopes de Sá, desde 1953(data da primeira edição desta sua obra), ou até muito 
antes, já desenhava o quadro de sua tese, com as pesquisas que coletara sobre os quocientes 
médios, ou determinando medidas para o equilíbrio do capital das empresas. 
Com tais estudos e experiências começou a se inclinar para a doutrina da Estática Patrimonial 
de Vincenzo Masi, considerando que pelos quocientes de análise não conseguiria padronizar como os 
norte-americanos, mas estimular medidas que compenetrariam na eficácia do campo de estudos dos 
equilíbrios das empresas representadas pelos balanços. 
Dessa forma, chegava até a julgar como bons, alguns tipos de comportamentos, como os 
seguintes, atinentes ao quociente relativo da origens do capital( capital próprio/capital de terceiros( 
a curto prazo)): 
Empresa, com capital inferior a $ 1.000.000,00 .................. 0,50 
Empresa, entre $ 1.000.000,00 e $ 5.000.000,00 .................. 0,66 
Empresa, Superior a 5.000.000,00 ........................................ 0,75 
 
Estes andamentos que poderiam ter o tom de “normais” Sá (1962: 104) chegara a emitir com 
bases atuais na sua época, que também eram comprovados pela experiência em inúmeras empresas, 
até como consultor e analista. 
As investigações que no início da década de 50, começaram com 800 balançosde 30 sub-
ramos dos negócios evoluiu para 7110 balanços de cerca de 1422 empresas, num empreendimento 
maior, até financiado para custear as despesas de terminação, com peças contábeis de várias regiões 
do país, e de 17 ramos do gênero de atividades, resultando em uma grande pesquisa. 
O resumo desse empreendimento científico ficou expresso numa obra chamada “O 
Equilíbrio do Capital das Empresas” editada em 1959(Veja figura 9); tal obra que forneceu valor de 
base a sua tese de doutorado editada em 1965, numa parceria da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 
com o ISC (Instituto Superior de Contabilidade), defendida na antiga Universidade do Brasil. 
 
9 – A TEORIA DAS PROPORÇÕES SIMÉTRICAS DE ANTÔNIO LOPES DE SÁ E CONTRIBUIÇÕES À 
TEORIA DO EQUILÍBRIO MUNDIAL, E À DOUTRINA MASIANA DA ESTÁTICA 
 
Os empreendimentos experimentais que o professor Lopes de Sá fizera na década de 50 
terminaram na sua tese de doutorado - encetada com suas análises de balanços em ramos de 
negócio diversos - terminada com a sua defesa em 1964; segundo ele mesmo nos conta a história de 
sua teoria, o mestre se inspirou nas teses de Proust (1754- 1826) e Dalton (1766-1844)5, 
conseguindo reunir cerca de 10 anos, em média, de coletas experimentais. 
Na verdade podemos afirmar que não seriam apenas 10 anos, mas, então 15 anos, entre as 
suas atividades de contador e escritor, e suas experiências de análise de balaços, que culminaram na 
sua pesquisa do equilibro. 
Na verdade sua tese chama-se : “Teoria das Proporções dos Componentes na Promoção do 
Equilíbrio do capital de Funcionamento e as Tendências Contemporâneas da Pesquisa Científica na 
Contabilidade”(Veja Figura 8), na contra capa da obra editada pela FGV( Fundação Getúlio Vargas) e 
ISC(Instituto Superior de Contabilidade) em uma parceria( Veja Figura 10), com o vulgo de “Teoria 
do Equilibrio”, ou “das proporções simétricas” como apelidamos, ou das “Proporções dos 
 
5
 – Proust foi o primeiro na química a estabelecer o princípio da composição dos elementos; Dalton formulou por 
sua vez a teoria das proporções definidas; Proust dizia que “os corpos que se combinam guardam entre si 
relações constantes”; e vem do próprio Sá (1965: 6) a história dessa inspiração: “Embora o procedimento 
analógico não nos impressionasse, na perseguição metódica das verdades científicas, o fato é que foi a lei de 
Proust que nos estimulou à pesquisa”. 
Componentes na Promoção do Equilibro do Capital de Funcionamento” em tom mais abrangente, 
como queira entender o leitor, podemos portanto, denominar abreviadamente a tese do Dr. Sá. 
Todavia, editada foi pela com o nome de “Teoria do Capital das Empresas” (Veja a Figura 7) 
devido a ser um estudo ligado ao gênero do equilibrio do capital. 
Como já dissemos por uma correlação de parceria com o ISC (Instituto Superior de 
Contabilidade), poderíamos compreender que ela seguira o leme de uma coletânea de volumes, de 
uma série chamada de “Cadernos de Contabilidade”( Veja Figura 9) cujo primeiro número data de 
1963, outra tese de doutorado e livre docente, a do professor Américo Matheus Florentino6 (grande 
nome brasileiro das letras gerenciais e de análise de custos). 
Figura 7: A capa da Obra da tese de Doutorado de Lopes de Sá com o nome “Teoria do Capital das 
Empresas”, de edição em 1965 
 
Fonte: Elaboração Própria. Obs: A capa da obra editada pela Fundação Getúlio Vargas, e com 
a parceria do Instituto Superior de Contabilidade, como coleção “Cadernos de Contabilidade” no seu 
número 2, trouxe o codinome “Teoria do Capital das Empresas”, o que expressava nada mais do que 
a “Teoria do Equilíbrio” de Antônio Lopes de Sá que se figurou numa exaustiva pesquisa, de mais de 
10 anos, em cerca de 1422 empresas, de ramos de negócios diversos. Encapamos esta obra para a 
conservação, visto que, ela é uma das teses de um dos mais prolíficos cientistas brasileiros, ou das 
letras portuguesas, e um dos mais importantes do mundo, por isso a revestimos cuidadosamente 
para conservar até porque está obra é de 1965, portanto, já possui cerca de 43 anos. 
Assim Sá apresenta a sua tese como um estudo longo, mas embasado principalmente na 
doutrina da Estática, do Equilíbrio Patrimonial, de Masi: 
 
6
 – O volume número 1 da coleção “Cadernos de Contabilidade” trazia a tese de doutorado do amigo, colega de 
trabalho, e contemporâneo de Lopes de Sá, o professor Américo Matheus Florentino – autor com diversas obras 
no território nacional Brasileiro - com o nome “Classificação de Patrimônio para uma Análise Econômica dos 
Balanços das Empresas”(1963), de excelente abordagem sobre a análise econômica, inclusive, com outras teses 
como a da pulsação do Ativo Circulante, a da inclusão de Despesa no Ativo, e de quocientes de análise, 
favorecendo sempre o ângulo de produtividade e operacionalidade, e uma essencial classificação econômica, 
conforme aquela que os Balanços Russos de sua época preconizavam tão bem. 
“Quem diz Estática Patrimonial, diz de fato doutrina do 
equilíbrio de valores refletindo os elementos patrimoniais: 
equilíbrio que encontra a sua base na mesma natureza de tais 
elementos enquanto por meio da sua assídua transformação 
esse é assegurado. Não é portanto a estática expressão de 
Imobilidade, de permanência, mas de equilíbrio de forças 
patrimoniais juntamente manifestadas e mensuradas daqueles 
valores da Substância e da Contrasubstância.” 
(MASI, Vincenzo. Statica Patrimoniale. 2ª ed. Padova: Casa 
Editrice Dottore Antonio Milani, 1945. V II. P. 272; In: SÁ, 
Antonio Lopes Teoria do capital das empresas. Rio de Janeiro: 
FGV, 1965. p. 3) 
Em 7 linhas gerais de negócios que se subdividem em 17 ramos, como dissemos, apropriou 
cerca de 12 quocientes básicos para os estudos estruturais de forma até a aperfeiçoar os estudos de 
Masi (colocando uma grande dose experimental de verificação). 
Apresentando as conclusões de Ceccherelli, Foulke, Vianelli, como as de Masi, 
principalmente, passava a entender os seus pontos-de-vistas, de uma forma também agregativa, 
pois, concluía aspectos muito importantes, segundo nosso entendimento, até em relação a uma 
revolução na época nos estudos da harmonia do capital (que muitos comentavam como importante, 
mas, eram poucos que aprofundavam as pesquisas, sendo estes citados até agora que na literatura 
mundial se destacaram). 
Figura 8: A contra-capa da Tese de Sá a chamada “Teoria do Capital das Empresas” 
 
Fonte: Elaboração Própria. Obs: Veja que este frontispício marca a essência desta obra, 
trazendo o seu verdadeiro nome: “Teoria das Proporções dos Componentes do Capital de 
Funcionamento na Promoção do Equilíbrio e as Tendências Contemporâneas da Pesquisa Científica 
na Contabilidade” editada em 1965, tinha Sá apenas 38 anos. 
 
Em contrário a outros pesquisadores, no desenvolvimento de sua tese, na análise da Teoria 
das proporções dos componentes, Sá considerou a estrutura do capital como essencialmente 
dinâmica, na interdependência de causa e efeito, entre a composição e proporção, admitindo a 
variação destas grandezas, no giro dos valores e formação do rédito, tangendo as seguintes vozes 
para as considerações do equilíbrio: 
“I – O equilíbrio processa-se através de uma 
composição harmônica e interdependente dos elementos que 
estruturam o patrimônio, possibilitando a livre circulação da 
riqueza e a obtenção do rédito suficiente. 
II – Não existe equilibrio absoluto posto que a situação 
harmônica é atingida no tempo através de uma sucessão de 
estados, podendo, em certo momento, o desequilíbrio de uma 
fase ser apenas aparente.” 
(SÁ, Antonio Lopes. Teoria do capital das empresas. Rio de 
Janeiro: FGV, 1965. p. 69)( O negrito é nosso). 
É notável que Sá considerava o equilíbrio como uma composiçãointerdependente dos 
elementos, que mais do que composição e proporção, tinha uma condição fundamental: a de 
possibilitar ou proporcionar a livre circulação dos valores da riqueza, juntamente com o lucro, ou 
resultados satisfatórios. Portanto, logo, nunca deixou de desconsiderar os efeitos da dinâmica ligados 
inteiramente à estática, e mais, como condição fundamental. 
O professor Masi (1945: 281) também considerava a velocidade dinâmica como elemento 
considerável para a Estática, no fenômeno chamado de correlação entre financiamentos e 
investimentos, tanto foi, que considerou que seria “porém um problema de dinâmica patrimonial o 
estudo dos investimentos e dos correlativos financiamentos”, todavia, o tratamento de Sá foi mais 
inclinado pela e para a circulação dos valores, pois, ele notara que as estruturas não eram 
semelhantes por causa de posições de giros diferentes, como em caso, os Bancos, como veremos 
adiante no decorrer desta abordagem. 
Portanto, Masi (1945: 281), mesmo considerando a correlação entre os financiamentos e 
investimentos, não havia ostentado de forma explicita uma inclinação forte derivada da circulação 
dos valores em relação ao equilíbrio, embora, tivesse em todos os momentos de sua obra a 
mencionado de forma formidável, todavia, a dinâmica desta fenomenologia estava contida na dita 
“correlação patrimonial” que Ceccherelli (1950) também considerava. 
Além disso, sobre o problema de correlação patrimonial, Masi (1945: 281), dizia que “Daqui 
descende a importância daquela função Estática que explica a Contabilidade coordenando 
financiamentos e investimentos”, então o professor o considerava também como dentro de uma 
função estática. Daí nossa menção que sua inclinação não estava totalmente ligada à dinâmica, até 
porque ele queria delimitar os assuntos, ou seja, tratar cada um em separado apesar das suas 
convicções que as noções dinâmicas não poderia ser entendidas com a “ausência dos conhecimentos 
da Estática” e vice-versa, como afirmava várias vezes na sua gigantesca e superior obra. 
Sá assumia o giro dos valores, e a circulação dos bens, como elementos inseparáveis do 
tratamento do equilíbrio, sem os quais, não se poderia medi-lo ou tê-lo de forma significativamente 
eficaz. 
Nos campos do equilíbrio. Sá considerou as empresas mercantis, uma conveniente 
proporção, com os seguintes movimentos: 
Tabela 8 – A harmônica estrutura do comércio na pesquisa de Sá 
Elementos Até % 
Imobilizações 5 
Bens de Venda 75 
Créditos e Valores 20 
Capital Próprio 40 
Capital de Terceiros 60 
Tempo do Giro de Estoques e Créditos 60 a 90 dias 
Tempo do Giro dos Débitos gerais e dos 
Fornecedores 
90 a 120 dias 
Fonte: Sá(1965: 77) Adaptado. Obs: A pesquisa de Sá colocara estes limites para o equilíbrio 
de um comércio, apesar de ser uma investigação histórica, já de décadas, possui conhecimentos que 
valem para os tempos de hoje, todavia, com algumas alterações como já dissemos com relação aos 
valores proporcionais em estoque, especialmente. No entanto isto não invalida a pesquisa, muito 
pelo contrário a fortalece, pois, ela possui essências universais, leis realmente científicas, fortes para 
os rigores do tempo e do espaço, dizendo que estas proporções, ou até 75% de estoque mantendo 
um giro de 60 a 90 dias no máximo junto com os créditos, abaixo dos prazos dos débitos e 
fornecedores, estaria equilibrada a empresa desde que tenha lucros. 
 
Estão muito claras as conclusões que o mestre Sá tinha produzido em sua tese, ou seja, além 
dos percentuais específicos, ele considerou também a variável tempo nas suas abordagens. 
Por exemplo, se um Bem de Venda estivesse em limites altos com 75% de todo o Ativo, 
poderíamos crer que ele deveria ter uma velocidade que se incluísse dentro dos 30 e 60 dias, neste 
caso, tendo um giro de 6 a 12 vezes no ano, bem mais rápido, que possivelmente os fornecedores 
que deveriam girar de 90 a 120 dias, ou seja, deveriam ter um giro igual ou maior do que tais 
elementos. 
Mas, o exemplo de Sá serve para quaisquer empresas comerciais, e isto, sempre, ainda, 
independente das proporções, nos limites ora auferidos por ele, deveriam elas ter uma 
compatibilidade circulatória suficiente, a ponto dos elementos do Ativo se renovarem em tempo 
menor que os do Passivo. 
Estas foram importantes conclusões de Sá, aplicáveis nas empresas comerciais. 
Figura 9: Obra “O equilíbrio do Capital das Empresas” de Lopes de Sá editada em 1959 
 
Fonte: Elaboração Própria. Obs: A contracapa da obra de Sá retrata a pesquisa que lhe dera 
os maiores fundamentos de sua tese, portanto, “O equilíbrio do Capital das Empresas” é uma obra 
que transmite os dados analíticos da sua experimentação, as empresas, os anos de investigação, os 
ramos de negócios, as conclusões obtidas, algumas leis sobre a variação dos custos, receitas, e 
estrutura patrimonial com o giro de valores; tudo como um compêndio do que seria a sua tese de 
doutorado ampliada que foi editada cerca de 6 anos depois, pois, esta, data de 1959, e fora 
publicada em Belo Horizonte, pelos “Estabelecimentos Gráficos Santa Maria S/A”, e financiada por 
empresas, algumas das quais cremos serem clientes do próprio professor, e que cederam recursos 
devido à qualidade consultiva, útil, e didática do seu conteúdo, que reconhecemos ter, inclusive, 
sintomas mais nítidos do Neopatrimonialismo em comparação com outras obras suas de anos 
anteriores e de anos posteriores. Esta obra trata de conceitos Neopatrimoniais nítidos, assim 
entendemos. 
Para as indústrias, foram estas as suas conclusões: 
Tabela 9 – A média de proporção das empresas industriais na pesquisa de Sá em 1965 
Elementos Até % 
Imobilizações 49 
Bens de Venda 21 
Créditos e Valores 30 
Capital Próprio 55 
Capital de Terceiros 45 
Tempo do Giro de Estoques e Créditos 30 a 65 dias 
Tempo do Giro dos Débitos gerais e dos 
Fornecedores 
75 dias 
Fonte: Sá (1965: 86). Obs: Segue o mesmo critério o mestre de demonstrar as estruturas 
percentuais com um limite, e o prazo de circulação dos valores como medida fundamental. 
Neste caso o giro deveria ser mais rápido, pois, os débitos giram em média de 75 dias, então, 
os bens de vendas e créditos de funcionamento deveriam se movimentar de 30 a 65 dias para se ter 
uma segurança no equilíbrio. 
Além disso, a estrutura proporcional de uma indústria é totalmente diferente da de um 
comercial, enquanto, esta guarda maiores valores em estoques, aquela guarda imobilizações como 
maior percentual dos Investimentos Totais. 
Também os capitais próprios colocam-se em maior volume em relação ao de terceiro, o que 
revela um nível razoável de sustentabilidade acima da metade do Passivo. 
Nos Bancos, Sá(1965:91) havia comprovado que a circulação do capital é muito veloz, por 
isso não havia tanta facilidade em se dar desequilíbrios. Também concluira que o maior investimento 
é o de empréstimo, e o menor de imobilizações, todavia, não denotou uma estrutura que 
considerasse ótima, até porque eram muito variadas, e na maioria dos casos, encontrara menos 
tendências aos desequilíbrios devido à velocidade de capital que possuem tais aziendas. Apresentou, 
então, uma estrutura média em sua pesquisa: 
Tabela 10 – Estrutura média do patrimônio dos Bancos na pesquisa de Sá 
Investimentos % Financiamentos % 
Caixa e Carteira 60 Capital Próprio 8 
Antecipações 8 Depósitos 65 
Títulos 22 Débitos c/ Correspondentes 18 
Outros Valores e Créditos 10 Débitos Diversos 9 
Total do Ativo 100 Total do Passivo 100 
Fonte: Sá(1965:90). Obs: Nesta estrutura vemos coisa interessante: a maior parte 
dos investimentos é composta de capital circulante, porque o dinheiro e o crédito, são como 
se fossem os “estoques” dos bancos, enquanto os valores imobilizados reúnem apenas uma 
proporção dentro dos 10% de “Outros”.