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DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 1 Estimados concurseiros e futuros colegas no serviço público, iniciamos aqui nosso curso de Direito Empresarial, voltado à preparação dos candidatos ao concurso para provimento do Cargo de ANALISTA JUDICIÁRIO do Superior Tribunal de Justiça (STJ), área judiciária. Trata-se de uma excelente oportunidade para ingressar no serviço público em uma carreira sólida e com adequada remuneração. Para a área concernente ao presente curso — judiciária — serão 16 vagas, sendo uma para portadores de deficiência física, com formação em nível de graduação superior em Direito, com a remuneração, nos termos do edital, de R$ 6.611,39. Este Curso abarcará várias questões de Direito Empresarial das principais bancas organizadoras de concursos (ESAF, CESPE, FGV, FCC, etc.). Apresentaremos questões na forma certo/errado — estilo da prova a ser aplicada — assim como questões de múltipla escolha, pois ambas são formas fundamentais para consolidar o conhecimento De acordo com o edital, a matéria que poderá ser demandada é a seguinte: DIREITO EMPRESARIAL 1 Fundamentos do direito empresarial. 1.1 Origem e evolução histórica, autonomia, fontes e características. 1.2 Teoria da empresa. 1.3 Empresário: conceito, caracterização, inscrição, capacidade; empresário individual; pequeno empresário. 1.4 Microempresa e empresa de pequeno porte (Lei Complementar nº 123/2006). 1.5 Prepostos do empresário. 1.6 Institutos complementares: nome empresarial, estabelecimento empresarial, escrituração. 2 Registro de empresa. 2.1 Órgãos de registro de empresa. 2.2 Atos de registro de empresa. 2.3 Processo decisório do registro de empresa. 2.4 Inatividade da empresa. 2.5 Empresário irregular. 3 Propriedade industrial. 3.1 Lei nº 9.279/1996. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 2 3.2 O Instituto Nacional da Propriedade Industrial. 3.3 Propriedade industrial e direitos autorais. 3.4 Patentes. 3.5 Desenho industrial. 3.6 Marca: espécies. 3.7 Procedimento de registro. 3.8 Indicações geográficas. 4 Títulos de crédito. 4.1 Conceito de títulos de crédito, características e princípios informadores. 4.2 Classificação dos títulos de crédito: letra de câmbio, nota promissória, cheque, duplicata, endosso e aval. 4.3 Títulos de crédito comercial, industrial, à exportação, rural, imobiliário, bancário. 4.4 Letra de arrendamento mercantil. 5 Ação cambial. 5.1 Ação de regresso. 5.2 Inoponibilidade de exceções. 5.3 Responsabilidade patrimonial e fraude à execução. 5.4 Embargos do devedor. 5.5 Ação de anulação e substituição de título. 6 Protesto de títulos e outros documentos de dívida: legislação, modalidades, procedimentos, efeitos, ações judiciais envolvendo o protesto. 7 Direito societário. 7.1 Sociedade empresária: conceito, terminologia, ato constitutivo. 7.2 Sociedades simples e empresárias. 7.3 Personalização da sociedade empresária. 7.4 Classificação das sociedades empresárias. 7.5 Sociedade irregular. 7.6 Teoria da desconsideração da personalidade jurídica. 7.7 Desconsideração inversa. 7.8 Regime jurídico dos sócios. 7.9 Sociedade limitada. 7.10 Sociedade anônima. 7.11 Lei nº 6.404/1976. 7.12 Sociedade em nome coletivo. 7.13 Sociedade em comandita simples. 7.14 Sociedade em comandita por ações. 7.15 Operações societárias: transformação, incorporação, fusão e cisão. 7.16 Relações entre sociedades: coligações de sociedades, grupos societários, DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 3 consórcios, sociedade subsidiária integral, sociedade de propósito específico. 7.17 Dissolução, liquidação e extinção das sociedades. 7.18 Concentração empresarial e defesa da livre concorrência. 8 Contratos mercantis. 8.1 Características. 8.2 Compra e venda mercantil. 8.3 Comissão mercantil. 8.4 Representação comercial. 8.5 Concessão mercantil. 8.6 Franquia (franchising). 8.7 Contratos bancários: depósito bancário, mútuo bancário, desconto bancário, abertura de crédito. 8.8 Contratos bancários impróprios: alienação fiduciária em garantia, arrendamento mercantil (leasing), faturização (factoring), cartão de crédito. 8.9 Contrato de seguro. 8.10 Contratos intelectuais: cessão de direito industrial, licença de uso de direito industrial, transferência de tecnologia, comercialização de logiciário (software). 9 Direito falimentar. 9.1 Lei nº 11.101/2005. 9.2 Teoria geral do direito falimentar. 9.3 Processo falimentar. 9.4 Pessoa e bens do falido. 9.5 Regime jurídico dos atos e contratos do falido. 9.6 Regime jurídico dos credores do falido. 9.7 Recuperação judicial. 9.8 Recuperação Levando em consideração a abrangência da matéria cobrada, as aulas também poderão ser de alguma utilidade para aqueles que desejam iniciar os estudos em Direito Comercial ou recordar seus principais pontos, e igualmente servir como material de referência para outros exames em que este tema seja exigido. Nosso objetivo aqui não é esgotar o assunto, e sim prepará-lo de modo objetivo para a prova do STJ. Além do conhecimento e embasamento teórico que o aluno tem que DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 4 dominar, é fundamental, na preparação para concursos, que o aluno faça e refaça os exercícios das matérias a ser estudadas, para que os conhecimentos apreendidos sejam verdadeiramente solidificados, aperfeiçoados e lapidados. Prova disso é que, mesmo após a realização de uma leitura atenta e debruçada sobre determinado material, quando vamos responder às questões ficamos com um “montão” de dúvidas. Parece até que não aprendemos direito, e aí dizemos: “mas eu estudei isto? como não sei responder à questão?”. Nestes casos, o aluno aprende, mas às vezes a sua visão e entendimento não foi pontual, não memorizou os pontos mais relevantes, correndo o risco de errar questões relativamente fáceis pela ausência de prática e por não ter visto o assunto com “outros olhos”, outro viés. Os EXERCÍCIOS propiciam exatamente isto aos alunos, lapidarem seus conhecimentos teóricos para atentarem facetas não percebidas ao longo do estudo teórico, além também de revisarem e rememorarem a teoria. Uma das grandes vantagens dos Cursos do Ponto dos Concursos é a abordagem específica de TODOS OS PONTOS PREVISTOS NOS EDITAIS, fechando as lacunas possíveis de matérias e questões a serem cobradas pelo examinador, mas com um aliado fundamental: EXERCÍCIOS COMENTADOS. Os livros (doutrina), a despeito de trazerem uma maior vastidão de assuntos, são pouco específicos, objetivos e direcionados para a sua prova. Ao contrário, como já dito, os Cursos do Ponto, de uma maneira geral, tentam levar ao aluno os principais tópicos a serem cobrados na prova, com base em cada item do edital. Nesta linha, da mesma forma que nos Cursos de Teoria e Exercícios ministrados por nós, o CURSO de DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – STJ terá uma abordagem mais direta, com comentários precisos a respeito dos assuntos levantados nas questões, ministrando assuntos de forma resumida, mas necessária aoembasamento legal e/ou teórico a respeito dos temas. Predispomo-nos a sermos orientadores dos estudos de cada um de vocês, e não Professores que meramente passam o conhecimento técnico. Acreditamos que, com a exaustiva resolução de questões e com uma metodologia mais prática e didática, conseguiremos tratar dos principais tópicos de DIREITO EMPRESARIAL do Edital do STJ! DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 5 Após esta breve introdução, gostaria de apresentar-me para vocês: Meu nome é ANTONIO CARLOS NÓBREGA, 33 anos, tenho formação jurídica e moro em Brasília desde 2008. Alguns talvez já me conheçam, pois fui professor da matéria referente à Legislação Básica de Seguros, quando, inclusive, tive oportunidade de apresentar uma aula referente à Lei das S.A., de Direito Empresarial para o ICMS/DF e de diversos cursos de Direito do Consumidor. Ingressei no serviço público em 10 de outubro de 2008, quando tomei posse no cargo de Analista de Finanças e Controle da Controladoria-Geral da União, umas das chamadas Carreiras Típicas de Estado, após aprovação no respectivo concurso público. Dois anos antes, já havia obtido êxito na aprovação no concurso público para provimento do cargo de Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações da Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL. Na carreira jurídica, durante cinco anos fiz parte dos quadros de um renomado escritório de advocacia que atua no mercado de seguros, sediado no Rio de Janeiro e com representações em todo o Brasil, quando tive a oportunidade de defender e orientar grandes empresas do ramo junto à esfera judicial e administrativa. Atuei, ainda, no combate à fraude contra o seguro, tendo sido responsável pela coordenação do Departamento Jurídico Criminal do escritório. Antes disso, no início da minha carreira, fiz parte da equipe de um escritório que desenvolve atividades dentro do mercado de capitais, oportunidade em que tive contato com a Comissão de Valores Mobiliários, Banco Central e outros atores do Sistema Financeiro Nacional, atuação para a qual era exigida a especialização no ramo do Direito Societário. Diante da necessidade de constante atualização, que me era demandada, participei de diversos cursos na Escola Nacional de Seguros - FUNENSEG, por onde publiquei um ensaio sobre o Contrato de Seguro e o Código de Defesa do Consumidor. Além disso, concluí duas pós-graduações, uma em Direito Empresarial e a outra em Direito do Consumidor. Na área acadêmica, tive a oportunidade de coordenar um curso de combate à fraude contra o seguro no Rio de Janeiro, ocasião em que lecionei matérias ligadas ao Direito Civil, Direito e Processo Penal e legislação específica atinente ao DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 6 universo do seguro. Amigo candidato, todos sabemos das dificuldades de aprovação em um concurso público de âmbito nacional, como o que você está prestes a enfrentar. As minúcias dos temas tratados e a grande concorrência de talentos bem preparados para ocupação das vagas oferecidas causam, inicialmente, certa apreensão e ansiedade. Mas você não está sozinho nesta jornada. Já é hora de pensar que a aprovação é um sonho possível, e que a posse em cargo público será a recompensa final pela perseverança e dedicação daqueles que não hesitarem em transpor os obstáculos naturais deste caminho. Informamos a todos que este Curso de DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – Analista Judiciário - Área Judiciária - STJ será ministrado em SETE AULAS e se inicia nas linhas abaixo. Será um curso relativamente tranquilo, pois poderemos praticar, de forma paulatina, à medida que forem estudando, até chegarmos à data da prova, programada para o dia 25 de abril de 2012. O Curso será disponibilizado o mais rapidamente possível, com uma aula por semana, para que possamos oportunizar o material muito tempo antes da realização da prova. A programação das aulas será a seguinte: Disciplinas Data da divulgação das apostilas Fundamentos do direito empresarial: origem e evolução histórica, autonomia, fontes e características; teoria da empresa; empresário: conceito, caracterização, inscrição, capacidade; empresário individual; pequeno empresário; microoempresa e empresa de pequeno porte; prepostos do empresário; estabelecimento; nome empresarial; escrituração. Registro de empresa: órgãos de registro de empresa; atos de registro de empresa; processo decisório do registro de empresa; inatividade da empresa; empresário irregular. 13/03/12 (AULA DE HOJE) DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 7 Direito societário — parte I: sociedade empresária, conceito, terminologia, ato constitutivo; sociedades simples e empresárias; personalização da sociedade empresária; classificação das sociedades empresárias; sociedade irregular; teoria da desconsideração da personalidade jurídica; desconsideração inversa; regime jurídico dos sócios; sociedade limitada. 20/03/12 Direito Societário — parte II: sociedade anônima, Lei nº 6.404/1976; sociedade em nome coletivo; sociedade em comandita simples; sociedade em comandita por ações; operações societárias: transformação, incorporação, fusão e cisão; Relações entre sociedades: coligações de sociedades, grupos societários, consórcios, sociedade subsidiária integral, sociedade de propósito específico; dissolução, liquidação e extinção das sociedades; concentração empresarial e defesa da livre concorrência. 27/03/12 Títulos de crédito: conceito de títulos de crédito, características e princípios informadores; classificação dos títulos de crédito, letra de câmbio, nota promissória, cheque, duplicata, endosso e aval; títulos de crédito comercial, industrial, à exportação, rural, imobiliário, bancário; letra de arrendamento mercantil. Ação cambial: ação de regresso; inoponibilidade de exceções; responsabilidade patrimonial e fraude à execução; embargos do devedor; ação de anulação e substituição de título. Protesto de títulos e outros documentos de dívida: legislação, modalidades, procedimentos, efeitos, ações judiciais envolvendo o protesto. 03/04/12 Direito falimentar: Lei nº 11.101/2005; teoria geral do direito falimentar; processo falimentar; pessoa e bens do falido; regime jurídico dos atos e contratos do falido; regime jurídico dos credores do falido; recuperação judicial; recuperação extrajudicial. 10/04/12 Propriedade industrial: Lei nº 9.279/1996; o Instituto Nacional da Propriedade Industrial; propriedade industrial e direitos autorais; patentes; desenho industrial; marca; procedimento de registro; indicações geográficas. 14/04/12 DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 8 Contratos mercantis: características; compra e venda mercantil; comissão mercantil; representação comercial; concessão mercantil; franquia (franchising); contratos bancários: depósito bancário, mútuo bancário, desconto bancário, abertura de crédito; contratos bancários impróprios: alienação fiduciária em garantia, arrendamento mercantil (leasing), faturização (factoring), cartão de crédito; contrato de seguro; contratos intelectuais: cessão de direito industrial, licença de uso de direito industrial, transferência de tecnologia, comercializaçãode logiciário (software). 17/04/12 E então candidato, vamos começar nosso caminho em direção à aprovação? AULA 1 Responda Certo ou Errado 1. (OAB-Nacional - OAB - II Exame 2007 CESPE, adaptada) Considerando o atual estágio do direito comercial (ou empresarial) brasileiro, assinale a opção correta. I – O Código Civil de 2002, assim como o Código Comercial de 1850, adotou a teoria da empresa. II – O Código Civil de 2002 revogou totalmente o Código Comercial de 1850. III – A Constituição da República estabelece a competência privativa da União para legislar sobre direito comercial (ou empresarial). 2. (IRB – Advogado ESAF 2006, adaptada) A recepção do instituto empresa pelo Código Civil resultará em: I – retornar a discussão sobre ato de comércio como intermediação na circulação de mercadorias. II – realçar a idéia de atividade sobre a de ato. III – incorporar novos ofícios e profissões ao campo do direito mercantil. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 9 3. (SEFAZ - RJ - Fiscal de Rendas FGV 2010, adaptada) Segundo o art. 966 do Código Civil, é considerado empresário: I – quem é sócio de sociedade empresária dotada de personalidade jurídica. II – quem é titular do controle de sociedade empresária dotada de personalidade jurídica. III – quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços. 4. (CESPE/DP DF 2001, adaptada) Até os dias atuais, remanesce a dificuldade em se distinguir os atos comerciais dos atos civis. Em virtude dessa dificuldade, alguns autores chegaram até mesmo a propalar a inexistência de objeto próprio para o direito comercial, sustentando que tal direito não consistia uma disciplina autônoma. Tendo em vista essa circunstância, julgue os itens subsequentes. I – No Brasil, ante a dificuldade de um conceito doutrinário e científico para os atos de comércio, passaram a ser adotados critérios de direito positivo, de modo que são considerados atos de comércio aqueles que a lei designar como tais. II – Tanto o Código Comercial quanto o antigo Regulamento 737, de 1850, enumeram, exemplificativamente, os atos considerados comerciais pelo direito brasileiro. III – As atividades imobiliárias e agrícolas eram consideradas atividades civis regidas pelo direito civil, de acordo com o Regulamento 737, de 1850. 5. (CESPE/DP DF 2001, Adaptada) O Direito comercial provém das práticas tradicionais e do direito consuetudinário utilizados pelos antigos comerciantes medievais. Por isso, ainda hoje, mantém-se o prestígio dos usos e costumes entre suas normas. Muitos dos costumes adotados, até mesmo os atinentes às obrigações comuns dos comerciantes, foram paulatinamente transformados em lei e, depois, sistematizados em um código. Acerca dos costumes comerciais e as obrigações comuns dos comerciantes, julgue os itens a seguir. I – Os usos e costumes comerciais são regras subsidiárias do direito DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 10 comercial e não se devem opor a dispositivos legais imperativos ou de ordem pública. II – Os usos e costumes comerciais devem ter teor e vigência provados por quem os invoca em juízo, se assim determinar o juiz. III – Seguir ordem de contabilidade e escrituração não é obrigação comercial regida pelo direito comercial; no entanto, é obrigação exigível dos comerciantes por força do direito tributário. 6. (OAB Unificada — 2007.2, adaptada) Com relação ao nome empresarial, julgue os seguintes itens: I – O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. II – Em princípio, o nome empresarial, após ser registrado, goza de proteção em todo território nacional. III – As companhias somente podem adotar denominação social. 7. (OAB/SP 2008 — Exame nº136, adaptada) De acordo com a legislação em vigor, são atos próprios do registro público de empresas I – A matrícula dos atos constitutivos das sociedades empresárias e a autenticação dos instrumentos de escrituração dos agentes auxiliares de comércio. II – A matrícula dos leiloeiros e o arquivamento dos atos constitutivos das sociedades anônimas. III – A autentificação das traduções feitas por tradutores públicos e a dos instrumentos de escrituração empresarial. 8. (AFT 2010 – ESAF, adaptada) Sobre a disciplina dos prepostos no Livro do Direito de Empresa do Código Civil, julgue os itens abaixo. I – Considera-se o gerente autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados, mesmo quando a lei exigir poderes especiais. II – Em regra, considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 11 III – O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder, pessoalmente, pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas. 9. (Juiz Substituto TJ-MS – 2008 – FGV, adaptada) Em relação às microempresas e empresas de pequeno porte, julgue os itens a seguir. I – Para os efeitos da Lei Complementar 123/06, consideram-se microempresas e empresas de pequeno porte somente as sociedades empresárias e o empresário definido no art. 966 do Código Civil. II – As sociedade de cujo capital participe outra pessoa jurídica se incluem no regime diferenciado das microempresas e empresas de pequeno porte. III – As sociedades por ações não se incluem no regime diferenciado das microempresas e empresas de pequeno porte. 10. (Antônio Nobrega — 2012 – Ponto dos Concursos) Com relação à obrigatoriedade da inscrição dos empresários e sociedades empresárias nas Juntas Comerciais, julgue os seguintes itens. I – O registro é obrigatório, sob pena de descaracterizar a atividade empresarial. II – O registro é obrigatório e, na sua ausência, o empresário será considerado irregular, não podendo requerer recuperação judicial. III – O registro é obrigatório e, na sua ausência, o empresário será autuado e multado. 11. (FGV – Fiscal de Rendas/RJ, 2010, adaptada) Com relação ao estabelecimento empresarial, julgue os itens abaixo: I – é o complexo de bens organizado para o exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária. II – refere-se tão-somente à sede física da sociedade empresária. III – desponta a noção de aviamento. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 12 12. (FGV – Fiscal de Rendas/RJ, 2010, adaptada) A respeito do trespasse do estabelecimento empresarial, analise as afirmativas a seguir: I – O contrato de trespasse de estabelecimento empresarial produzirá efeitos quanto a terceiros só depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis e de publicado na imprensa oficial. II – Com relação aos créditos de natureza civil vencidos antes da celebração do contrato de trespasse, o vendedor do estabelecimento continuará por eles solidariamente obrigado, pelo prazo de um ano contado a partir da publicação do contrato de trespasse na imprensa oficial. III – Nãose admite, mesmo por convenção expressa entre os contratantes, o imediato restabelecimento do vendedor do estabelecimento no mesmo ramo de atividades e na mesma zona geográfica. 13. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) A respeito das regras previstas no Código Civil, julgue os itens abaixo: I – Para que uma sociedade empresarial possa alienar um de seus estabelecimentos sempre é necessária a autorização de todos os seus credores, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir da notificação. II – Não há impedimento legal para que o estabelecimento seja objeto unitário de direitos e negócios jurídicos. III – De acordo com o Código Civil, havendo autorização expressa, é possível ao alienante do estabelecimento fazer concorrência ao adquirente, logo após a transferência, não sendo necessário respeitar o prazo de cinco anos. 14. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) Considerando as afirmativas abaixo, relativas ao regime legal atinente aos prepostos, julgue os itens abaixo: I – as limitações aos poderes dos gerentes dependem de arquivamento para serem oponíveis a terceiros, ainda que sejam conhecidas da pessoa que tratou com o gerente. II – o preposto não pode fazer-se substituir no desempenho de sua preposição, ainda que haja autorização escrita, tendo em vista a DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 13 pessoalidade de sua função. III – ainda que não haja autorização por escrito, os preponentes são responsáveis pelos atos praticados pelos prepostos dentro do estabelecimento e relativos à atividade da empresa. 15. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) Considerando as afirmativas abaixo, relativas às responsabilidades dos preponentes, julgue os seguintes itens: I – os atos praticados pelos prepostos fora do estabelecimento somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos verbalmente ou por escrito. II – os preponentes são responsáveis pelos atos dos prepostos praticados no estabelecimento, ainda que não sejam relativos à atividade da empresa. III – ainda que haja má-fé, os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. Questões de múltipla escolha 16. (TRT - 3ª Região - MG – Juiz, 2012) Assinale a opção correta, após a análise das afirmativas abaixo: I – Segundo o Código Civil de 2002, podem exercer atividade de empresário os que tiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos, assim estão excluídos da possibilidade de ser empresário os DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 14 absolutamente incapazes e os relativamente incapazes. É, todavia, possível que, antes de dezoito anos, a pessoa possa exercer atividade de empresário, sem qualquer restrição, desde que seja menor com mais de quatorze anos e que seja emancipado pelos pais. A emancipação também pode ocorrer pelo casamento, ou pelo exercício de emprego público ou pela colação de grau em curso de ensino superior ou tratando-se de menor com dezesseis anos completos, por ter economia própria, pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego. II – O instrumento de emancipação dos menores deve ser arquivado no Registro Público de Empresas Mercantis, também conhecido como Junta Comercial, que é o órgão competente para o registro de todos os atos concernentes à atividade empresária. III – São proibidos de efetivo exercício de atividade empresarial os funcionários públicos, a não ser como acionistas ou quotistas de sociedade empresária. Também estão proibidos de exercer o comércio os militares, a não ser que tenham sido reformados, os leiloeiros, corretores e despachantes aduaneiros e, por fim, também o falido, cuja inabilitação se dá a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, ocasião em que ele fica autorizado novamente a exercer ofício empresarial, exceto se condenado por crime falimentar. IV – Aquele que é proibido de exercer e, mesmo assim, exerce atividade empresarial estará desenvolvendo uma atividade irregular e sujeito a uma série de penalidades estabelecidas em leis próprias: sendo funcionário público que participe de gerência ou administração de empresa privada, pode haver a perda do cargo (penalidade administrativa), mas não há penalidade descrita na Lei de Contravenções Penais. V – A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, e a exercer, responderá pelas obrigações contraídas. Os atos praticados pelo proibido de comerciar terão plena validade em relação a terceiros. a) Somente as afirmativas I, II e V estão corretas; b) Somente as afirmativas II, III e V estão corretas. c) Somente as afirmativas I, III e V estão corretas. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 15 d) Somente as afirmativas I, IV e V estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 17. (OAB-SC - Exame de Ordem - 1 - Primeira Fase, 2007) Assinale a alternativa correta: a) A denominação da sociedade limitada deve designar o seu objeto, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios. b) A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo vocábulo “cooperada”. c) O nome de sócio que é pessoa jurídica pode compor a firma de sociedade limitada. d) O nome empresarial pode ser alienado. 18. (CESPE - OAB-SP - Exame de Ordem - 3 - Primeira Fase, 2008) No Brasil, o estabelecimento empresarial regulado pelo Código Civil é tratado como: a) pessoa jurídica. b) patrimônio de afetação ou separado. c) sociedade não-personificada. d) universalidade. 19. (CESPE - 2008 - OAB-SP - Exame de Ordem - 3 - Primeira Fase, 2008) Acerca do contrato de trespasse e negócios empresariais afins, assinale a opção correta. a) O trespasse equipara-se à cisão parcial para todos os efeitos legais. b) A cessão de todas as participações de uma sociedade, assim como ocorre com o trespasse, altera a titularidade nominal sobre o respectivo DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 16 estabelecimento. c) O trespasse equipara-se à incorporação de sociedades para todos os efeitos legais. d) O trespasse pode ocorrer entre empresários individuais, assim como entre sociedades empresárias, ou entre estas e aqueles. 20. (CESPE - OAB-SP - Exame de Ordem - 2 - Primeira Fase, 2008) Com relação aos empresários, às sociedades e às relações de família, assinale a opção correta. a) Os casados sob o regime da comunhão universal podem contratar sociedade entre si. b) O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los com ônus real. c) Tanto os herdeiros do cônjuge de sócio quanto o cônjuge de sócio que tenha se separado judicialmente podem exigir desde logo a parte que lhes couber na quota social. d) Diferentemente do que sucede com a fiança, qualquer dos cônjuges, sem autorização do outro, pode prestar aval. 21. (VUNESP - TJ-RJ - Juiz, 2011)Quanto ao nome empresarial, assinale a alternativa correta. a) Nas sociedades limitadas, os administradores que omitirem a palavra “limitada” no uso da firma ou denominação social serão responsáveis solidariamente, desde que ajam com dolo comprovado e assumam obrigações com valor superior a 10 salários mínimos vigentes no país. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 17 b) A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do território nacional, independentemente de registro na forma da lei especial. c) É de 4 (quatro) anos o prazo para o prejudicado intentar ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato. d) Equipara-se ao nome empresarial, para efeitos de proteção legal, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. 22. (Juiz – MG, 2009) É CORRETA a afirmação de que o empresário opera sob firma: a) Constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa de sua pessoa ou do gênero de atividade. b) Constituída por seu nome completo, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa de sua pessoa ou do gênero de atividade. c) Constituída por seu nome, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa de sua pessoa ou do gênero de atividade. d) Do seu antecessor, seguida por seu nome, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa de sua pessoa ou do gênero de atividade. 23. (CESPE-PGM-NATAL, 2008) Heitor, empresário, casado com Luciana sob o regime de comunhão parcial de bens, vendo-se em situação financeira delicada, haja vista que não possuía dinheiro suficiente para pagar seus fornecedores, decidiu vender um dos imóveis do patrimônio da empresa. A partir da situação hipotética apresentada e de acordo com o disposto no Código Civil acerca do direito de empresa, assinale a opção correta. a) Heitor necessitará de outorga conjugal para promover a venda do DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 18 bem, porque o negócio envolverá a alienação de imóvel. b) Heitor somente poderá alienar o imóvel sem necessidade de outorga conjugal se fosse casado no regime de separação de bens. c) Independentemente do regime de bens do casamento, Heitor pode promover a alienação do imóvel da empresa sem outorga conjugal. d) Caso fique provado que a alienação do imóvel será realizada em benefício do casal, a eventual discordância da esposa de Heitor com elação à venda do referido imóvel preserva a possibilidade de requerer o suprimento judicial da outorga. 24. (ESAF –Auditor do Tesouro Municipal, Recife, 2003) A escrituração mercantil, por permitir a verificação das mutações patrimoniais e, dado seu valor probatório, deve: a) facilitar a análise dos agentes da fiscalização. b) permitir avaliar a eficácia da ação administrativa. c) garantir a apuração dos tributos devidos pelo empresário. d) dar aos credores informações sobre as operações contratadas. e) estar escoimada de imperfeições. 25. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) Considerando as afirmativas abaixo, relativas à exibição dos livros comerciais, marque a opção correta: I – o sigilo dos livros comerciais não pode ser oposto às autoridades fiscais. II – o empresário só é obrigado a apresentar os livros comerciais diante de ordem judicial. III – para que as autoridades fiscais tenham acesso aos livros DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 19 comerciais, é necessária autorização judicial. IV – o Código Civil não consagrou o princípio do sigilo dos livros comerciais, sendo possível qualquer autoridade administrativa ter acesso a tais documentos. a) apenas a alternativa I está correta. b) apenas as alternativas II e III estão corretas. c) todas as alternativas estão incorretas. d) apenas a alternativa IV está correta. e) apenas as alternativas I e IV estão corretas. 26. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) – Em relação à regularidade da escrituração, aponte a afirmativa incorreta: a) a escrituração deverá obrigatoriamente ser feita em português. b) não é possível a utilização de códigos de números ou abreviaturas, ainda que constem de livro próprio, regularmente autenticado. c) é proibida a existência de intervalos ou espaços em branco na escrituração. d) a escrituração deverá ser feita em moeda corrente. e) a escrituração deverá ser feita por ordem cronológica de dia, mês e ano. 27. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) - Considerando as afirmativas apresentadas abaixo referentes à escrituração, marque a opção correta: I – o Código Civil prevê a obrigatoriedade do livro diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. II – os pequenos empresários estão dispensados da escrituração mercantil. III – se a sede da empresa for no exterior, as sucursais localizadas no território nacional estão dispensadas da observância das regras de escrituração previstas DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 20 no Código Civil. IV – os empresários são obrigados a conservar em boa guarda os livros comerciais demais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados. a) todas as afirmativas estão incorretas. b) somente as afirmativas III e IV estão incorretas. c) somente as afirmativas I e IV estão incorretas. d) somente a afirmativa II está incorreta. e) somente a afirmativa III está incorreta. 28. (COPEVE-UFAL - CASAL - Advogado, 2010) Assinale a opção incorreta quanto ao empresário individual. a) Trata-se de pessoa natural, desprovida de personalidade jurídica, que exerce atividade de empresa sem a presença de qualquer modelo societário. b) Responde, pessoal e ilimitadamente, por todas as obrigações que contrair no exercício da atividade empresarial. c) É obrigatória sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis de sua sede antes do início da exploração de sua atividade, mediante o arquivamento de seu contrato social. d) Somente pode ser empresário aquele que estiver no pleno gozo de sua capacidade civil e não estiver legalmente impedido. e) Seu nome empresarial deve ser da espécie firma, abreviado ou por extenso, podendo ser-lhe aditado designação mais precisa do gênero de sua atividade. 29. (FCC - TCM-BA - Procurador Especial de Contas, 2011) É correto afirmar: a) O impedimento legal quanto à capacidade civil não obsta o exercício pessoal da atividade empresarial. b) Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, mesmo que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, a não ser que o exercício da profissão constitua elemento de DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 21 empresa. c) É facultativa a inscrição do empresário no Registro Público de EmpresasMercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. d) Não haverá tratamento legal favorecido ou diferenciado a qualquer empresário em face de sua envergadura ou pela natureza de suas atividades. e) É considerado empresário quem exerce profissionalmente atividade, econômica ou não, organizada para a produção, criação ou circulação de bens ou de serviços. 30. (FCC - MPE-CE - Promotor de Justiça, 2011) Se o empresário tornar- se incapaz: a) poderá, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, independentemente de autorização judicial, que estará implícita nos poderes conferidos ao curador nomeado pelo juiz. b) não poderá, ainda que por meio de representante, continuar a empresa, salvo, por intermédio deste, até a liquidação, e os bens que possuir, estranhos à atividade empresarial, não responderão pelas dívidas contraídas para o funcionamento dela. c) poderá, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, devendo, para isso, preceder autorização judicial que é revogável e não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz possuía ao tempo da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela. d) somente poderá continuar a empresa, se o curador nomeado pelo juiz puder exercer atividade de empresário, respondendo a caução, que este prestar, pelas dívidas que assumir durante o exercício da empresa, se os bens do incapaz vinculados à atividade empresarial forem insuficientes para o pagamento das dívidas caso venha a ser decretada a falência do incapaz. e) só poderá continuar a exercer atividade empresária como sócio não administrador e desde que autorizado pelo juiz no processo de interdição, não ficando, porém, outros bens, exceto as cotas societárias, sujeitos ao pagamento das dívidas contraídas no exercício da empresa. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 22 Gabarito Questão 1: I – E, II – E, III – C. Questão 2: I – E, II – C, III – E. Questão 3: I – E, II – E, III – C. Questão 4: I – C, II – E, III – C. Questão 5: I – C, II – C, III – E. Questão 6: I – C, II – E, III – C. Questão 7: I – E, II – C, III – E. Questão 8: I – E, II – C, III – C. Questão 9: I – E, II – E, III – C. Questão 10: I – E, II – C, III – E. Questão 11: I – C, II – E, III – C. Questão 12: I – C, II – C, III – E. Questão 13: I – E, II – C, III – C. Questão 14: I – E, II – E, III – C. Questão 15: I – E, II – E, III – E. Questão 16: B Questão 17: A Questão 18: D Questão 19: D Questão 20: B Questão 21: D Questão 22: A Questão 23: C Questão 24: E Questão 25: A Questão 26: B Questão 27: E Questão 28: C Questão 29: B Questão 30: C Comentários 1. (OAB-Nacional - OAB - II Exame 2007 CESPE, adaptada) Considerando o atual estágio do direito comercial (ou empresarial) brasileiro, assinale a opção correta. I – O Código Civil de 2002, assim como o Código Comercial de 1850, adotou a teoria da empresa. � II – O Código Civil de 2002 revogou totalmente o Código Comercial de 1850. � III – A Constituição da República estabelece a competência privativa da União para legislar sobre direito comercial (ou empresarial). � DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 23 Comentários à questão 1 A questão exige do candidato o conhecimento acerca da história do Direito Empresarial/Comercial, especialmente quanto aos Atos de Comércio e a Moderna Teoria de Empresa. Apenas o Código Civil de 2002 adotou a teoria da empresa, de origem italiana, passando a enfatizar a atividade econômica organizada. O Código Civil de 2002 considera como sendo empresário (individual ou societário) quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços (art. 966). O Código Comercial de 1850, por sua vez, adotava a teoria dos atos de comércio. Os Atos de Comércio podem ser conceituados como todos os atos de intermediação de bens, realizados de forma habitual/profissional, com o intuito de lucro. Ademais, o rol dos atos de comércio era taxativo, apenas enquadrando-se como comerciante quem realizasse tais atos. Portanto, o item I está errado. Quanto ao item II, o Código Civil de 2002 revogou parcialmente o Código Comercial de 1850, apenas a sua 1ª parte, vigorando ainda a sua 2ª parte, referente ao comércio marítimo, ou seja, a afirmação está errada: Art. 2.045. Revogam-se a Lei no 3.071, de 1º de janeiro de 1916 - Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei nº 556, de 25 de junho de 1850. O item III é o único correto, pois está conforme o art. 22, I, da CF-88. De fato, compete privativamente à União legislar sobre Direito Comercial. Não nos aprofundaremos neste tema, por ser mais atinente ao Direito Constitucional. 2. (IRB – Advogado ESAF 2006, adaptada) A recepção do instituto empresa pelo Código Civil resultará em: I – retornar a discussão sobre ato de comércio como intermediação na circulação de mercadorias. � II – realçar a idéia de atividade sobre a de ato. � DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 24 III – incorporar novos ofícios e profissões ao campo do direito mercantil. � Comentários à questão 2 Como já visto, no exercício anterior, o Código Civil de 2002 adotou a Teoria da Empresa. A Empresa passou a ser vista como atividade econômica organizada. Repise-se: foco na atividade e não no ato de comércio. O art. 966 do Código Civil de 2002 sintetiza o aspecto fundamental desta nova teoria: “Considera-se empresário (individual ou societário) quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.” A teoria anterior utilizava-se de um rol taxativo de atos de comércio e só era considerado comerciante quem realizasse tais atos. O problema é que esta lista acabou ficando obsoleta diante da complexidade social. Exemplo: as imobiliárias, que vendiam bens imóveis, não tinham tal direito, pois não praticavam atos de comércio (e, portanto, não eram consideradas sociedades comerciais). Por conta dessa dificuldade, passou-se a adotar a teoria da empresa, revogando-se os atos de comércio. Ante o exposto, fica claro que o item I está errado e o item II está correto. O item III pode causar certa dificuldade, pois, de fato, a adoção da teoria da empresa pode acarretar a inclusão de novos ofícios e profissões ao campo do direito mercantil. Porém, ele também está errado. A exigência da banca, nesta questão, foi em relação ao resultado imediato da adoção da teoria da empresa: realçar idéia de atividade sobre o ato. É claro que, considerando-se empresário quem realizar atividade empresarial organizada pode acabar por resultar em novas profissões sendo consideraras empresárias (e, por outro lado, outras, que não se organizarem como empresa deixarão de ser), porém, isto é um resultado mediato, indireto. A consequência e o resultado imediato — e também o objetivo — da adoção da teoria da empresa é enfatizar a atividade como elemento identificador do empresário e não aumentar ou diminuir as profissões que podem ser empresárias. Se isto acontecer, será mero resultado reflexo. 3. (SEFAZ - RJ - Fiscal de Rendas FGV 2010, adaptada) Segundo o art.DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 25 966 do Código Civil, é considerado empresário: I – quem é sócio de sociedade empresária dotada de personalidade jurídica. � II – quem é titular do controle de sociedade empresária dotada de personalidade jurídica. � III – quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços. � Comentários à questão 3 Novamente, o conhecimento do texto legal insculpido no art. 966 do Código Civil, citado na questão anterior, é suficiente para a solução desta questão. Deste modo, o único item correto é o III. O sócio de sociedade empresária não é empresário, em razão deste fato, pois será apenas titular de quotas ou ações desta sociedade. O mesmo ocorre com o controlador, que é apenas o sócio ou o grupo de sócios que possui participação no capital suficiente, de modo permanente, para decidir as deliberações da assembléia-geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia, além de utilizar efetivamente este poder para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia. Mais sobre isto será visto nas aulas seguintes, quanto tratarmos de sociedades empresárias e, especificamente, da sociedade anônima. 4. (CESPE/DP DF 2001, adaptada) Até os dias atuais, remanesce a dificuldade em se distinguir os atos comerciais dos atos civis. Em virtude dessa dificuldade, alguns autores chegaram até mesmo a propalar a inexistência de objeto próprio para o direito comercial, sustentando que tal direito não consistia uma disciplina autônoma. Tendo em vista essa circunstância, julgue os itens subsequentes. I – No Brasil, ante a dificuldade de um conceito doutrinário e científico para os atos de comércio, passaram a ser adotados critérios de direito positivo, de modo que são considerados atos de comércio aqueles que a lei designar como tais. � DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 26 II – Tanto o Código Comercial quanto o antigo Regulamento 737, de 1850, enumeram, exemplificativamente, os atos considerados comerciais pelo direito brasileiro. � III – As atividades imobiliárias e agrícolas eram consideradas atividades civis regidas pelo direito civil, de acordo com o Regulamento 737, de 1850. � Comentários à questão 4 A primeira afirmativa é verdadeira, pois não se chegou a nenhuma conclusão científica sobre o que eram os atos de comércio, sendo necessária a edição do Regulamento 737/1850 para definir o que estes atos seriam: Art. 19. Considera-se mercancia: § 1º A compra e venda ou troca de effeitos moveis ou semoventes para os vender por grosso ou a retalho, na mesma especie ou manufacturados, ou para alugar o seu uso. § 2º As operações de cambio, banco e corretagem. § 3° As emprezas de fabricas; de com missões; de depositos; de expedição, consignação e transporte de mercadorias; de espectaculos publicos. § 4.° Os seguros, fretamentos, risco, e quaesquer contratos relativos ao commercio maritimo. § 5. ° A armação e expedição de navios. [texto conforme o original] No mesmo raciocínio, o item II está errado, pois o Código Comercial não definia os atos de comércio e foi necessário defini-los no Regulamento supra, que tratava do Processo Comercial. O terceiro item está correto, já que estas atividades não estavam incluídas no rol de atos de comércio do Regulamento 737/1850, como se pode ver pelo trecho citado. 5. (CESPE/DP DF 2001, adaptada) O Direito comercial provém das práticas tradicionais e do direito consuetudinário utilizados pelos antigos comerciantes medievais. Por isso, ainda hoje, mantém-se o prestígio dos usos e costumes DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 27 entre suas normas. Muitos dos costumes adotados, até mesmo os atinentes às obrigações comuns dos comerciantes, foram paulatinamente transformados em lei e, depois, sistematizados em um código. Acerca dos costumes comerciais e as obrigações comuns dos comerciantes, julgue os itens a seguir. I – Os usos e costumes comerciais são regras subsidiárias do direito comercial e não se devem opor a dispositivos legais imperativos ou de ordem pública. � II – Os usos e costumes comerciais devem ter teor e vigência provados por quem os invoca em juízo, se assim determinar o juiz. � III – Seguir ordem de contabilidade e escrituração não é obrigação comercial regida pelo direito comercial; no entanto, é obrigação exigível dos comerciantes por força do direito tributário. � Comentário à questão 5 O primeiro item está certo. Não havendo nenhum mistério sobre o assunto. A lei prevalece sobre os costumes, mas nada impede que estes sirvam como elementos integradores do Direito para suprir lacunas ou desfazer ambiguidades. O próprio Código Civil, em seu art. 113, determina que “os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”. O art. 4ª da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (antiga Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro — LICC) também dispõe que, “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”. A adoção dos costumes como normas de Direito Empresarial apenas se dá como extensão deste princípio positivado nestas normas. O item II também está correto, pois é determinação expressa do art. 337 do CPC que “a parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o determinar o juiz”. O item III, por sua vez, não está correto, tendo em vista que, como vimos, esta determinação decorre do sistema do Direito Empresarial, embora a regra esteja contida no art. 1.179 do Código Civil: Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 28 escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. Todo empresário deve, além de realizar o balanço patrimonial e o de resultado econômico anuais, manter um sistema de escrituração contábil periódico, ou seja, um sistema que indique todas as suas entradas e saídas financeiras. O termo livro não significa que seja exatamente um livro, podendo ser substituído por fichas, no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica (art. 1.180 do Código Civil). O que importa é que este sistema registre seu movimento financeiro. 6. (OAB Unificada — 2007.2, adaptada) Com relação ao nome empresarial, julgue os seguintes itens: I – O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. � II – Em princípio, o nome empresarial, após ser registrado, goza de proteção em todo território nacional. � III – As companhias somente podem adotar denominação social. � Comentários à questão 6 O primeiro item está correto, pois a regra é expressa no art. 1.164 do Código Civil: Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. O nome empresarial é considerado direito personalíssimo. Assim como toda pessoa física possui um nome,tanto os empresários individuais quanto as sociedades empresárias devem possuir um. O “nome empresarial é aquele sob o qual o empresário e a sociedade empresária exercem suas atividades e se obrigam nos atos a elas pertinentes” (art. 1º, caput, da IN/DNRC 116/2011). O item II, no entanto, está errado, pois, a princípio, o nome empresarial só tem proteção na área de competência da Junta Comercial DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 29 na qual foi registrado, como dispõe o art. 1.166 do Código Civil: Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. O item III está correto, pois companhia é sinônimo de sociedade anônima é o Código Civil, em seu art. 1.160, diz expressamente que esta deverá utilizar denominação social como nome empresarial: “A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada pelas expressões ‘sociedade anônima’ ou ‘companhia’, por extenso ou abreviadamente”. 7. (OAB/SP 2008 — Exame nº136, adaptada) De acordo com a legislação em vigor, são atos próprios do registro público de empresas I – A matrícula dos atos constitutivos das sociedades empresárias e a autenticação dos instrumentos de escrituração dos agentes auxiliares de comércio. � II – A matrícula dos leiloeiros e o arquivamento dos atos constitutivos das sociedades anônimas. � III – A autentificação das traduções feitas por tradutores públicos e a dos instrumentos de escrituração empresarial. � Comentários à questão 7 Esta questão demanda conhecimento sobre a Lei de Registro Público de Empresas Mercantis (Lei 8.934/1994). Conforme o artigo 32 da Lei 8.934/1994, os atos de registro praticados pelas Juntas Comerciais são: � Matrícula. � Arquivamento. � Autenticação. A matrícula é um ato pela qual as Juntas registram alguns profissionais DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 30 auxiliares do comércio, como intérpretes, tradutores públicos, leiloeiros, etc. O arquivamento trata do ato no qual são registrados os atos constitutivos dos empresários individuais e das sociedades empresárias, entre outros. Nas alíneas do art. 32, II, da Lei 8.934/1994, vemos que o arquivamento compreende: � Dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas. � Dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. � Dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil. � Das declarações de microempresa. � De atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que possam interessar ao empresário e às empresas mercantis. Já a autenticação diz respeitos aos livros empresariais, que devem ser autenticados para serem considerados regulares. Assim, o primeiro item está totalmente equivocado, pois o ato de registro dos atos constitutivos de qualquer sociedade chama-se arquivamento e não matrícula. Igualmente, os agentes auxiliares de comércio não precisam autenticar seus instrumentos de escrituração, mas devem estar matriculados nas Juntas Comerciais. O item II está correto. As sociedades empresárias — como as sociedades anônimas — devem arquivar seus atos constitutivos nas Juntas Comerciais, assim como os agentes auxiliares do comércio — como os leiloeiros — devem matricular-se nas mesmas. O item III está errado, já que só os instrumentos de escrituração empresarial necessitam de autenticação e não as traduções dos tradutores públicos. 8. (AFT 2010 – ESAF, adaptada) Sobre a disciplina dos prepostos no Livro do Direito de Empresa do Código Civil, julgue os itens abaixo. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 31 I – Considera-se o gerente autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados, mesmo quando a lei exigir poderes especiais. � II – Em regra, considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto. � III – O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder, pessoalmente, pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas. � Comentários à questão 8 Os prepostos são os auxiliares do empresário. Qualquer pessoa que exerça função em uma empresa — seja de chefia ou não — será um preposto. O primeiro item está errado, pois, quando a Lei exigir poderes especiais, o gerente não está autorizado a praticar tais atos, como determina o art. 1.173 do Código Civil: Art. 1.173. Quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se o gerente autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados. Já o segundo item está correto, pois é o que dita o art. 1.171 do Código Civil, assim como o item III, que repete o que determina o art. 1.169 do mesmo Código: Art. 1.169. O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 32 Art. 1.171. Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto, salvo nos casos em que haja prazo para reclamação. 9. (Juiz Substituto TJ-MS – 2008 – FGV, adaptada) Em relação às microempresas e empresas de pequeno porte, julgue os itens a seguir. I – Para os efeitos da Lei Complementar 123/06, consideram-se microempresas e empresas de pequeno porte somente as sociedades empresárias e o empresário definido no art. 966 do Código Civil. � II – As sociedade de cujo capital participe outra pessoa jurídica se incluem no regime diferenciado das microempresas e empresas de pequeno porte. � III – As sociedades por ações não se incluem no regime diferenciado das microempresas e empresas de pequeno porte. � Comentários à questão 9 O primeiro item está errado, tendo em vista que a LC 123/2006 também beneficia as sociedades simples e as cooperativas, que não são sociedades empresárias. A terminologia adotada de microempresas e empresários de pequeno porte, por um lado, foi infeliz, pois confunde ao incluir sociedades não empresárias, mas, por outro lado, utilizou termos comuns e coloquiais, sendo difícil escolher uma alternativa mais apropriada. Igualmente, seria errado excluir as sociedades simples e as cooperativas, pois, embora não sejam sociedades empresárias, participam do comércio e prestação de serviços como um todo, sendo interessante ao Estado fomentar estas atividades, concedendo-lhes os mesmos benefícios. O item II também está errado, pois o art. 3º, §4º, da LC 123/2006, impõe diversas vedações, impedindo que certas sociedades possam beneficiar-se do regime especial: I - de cujo capital participe outra pessoajurídica; II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 33 pessoa jurídica com sede no exterior; III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica; VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar; IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; X - constituída sob a forma de sociedade por ações. Pelo inciso I, supra, sociedades de cujo capital participe outra pessoa jurídica não recebem os benefícios do regime diferenciado. Já o item III está correto, pois as sociedades por ações também não podem receber os benefícios do regime diferenciado, em razão do inciso X da mesma norma. 10. (Antônio Nobrega — 2012 – Ponto dos Concursos) Com relação à obrigatoriedade da inscrição dos empresários e sociedades empresárias nas DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 34 Juntas Comerciais, julgue os seguintes itens. I – O registro é obrigatório, sob pena de descaracterizar a atividade empresarial. � II – O registro é obrigatório e, na sua ausência, o empresário será considerado irregular, não podendo requerer recuperação judicial. � III – O registro é obrigatório e, na sua ausência, o empresário será autuado e multado. � Comentários à questão 10 Esta questão demanda conhecimentos doutrinários mais do que conhecimentos normativos. A inscrição do empresário na Junta Comercial é uma obrigação importantíssima a todos que pretendem exercer a atividade empresarial. Tanto que o Código Civil impõe essa dever expressamente: Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. Porém, a empresa é uma situação de fato. A não observação desta obrigação não descaracteriza a atividade empresária, mas qualifica o empresário como irregular. É o que dispõe o enunciado 199 do CJF, aprovado na III Jornada de Direito Civil: A inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua regularidade, e não da sua caracterização. Assim, o item I não está correto, pois o registro não é determinante para caracterizar a atividade empresarial, mas sua regularidade. Isto nos leva ao fato que a primeira parte do segundo item está correta, assim como a consequência apontada, que é o impedimento de DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 35 requerer recuperação judicial. O item III está errado, já que, embora acerte em apontar a irregularidade do empresário, não há nenhuma multa a ser paga por este fato, mas apenas suportar as restrições legais. 11. (FGV – Fiscal de Rendas/RJ, 2010, adaptada) Com relação ao estabelecimento empresarial, julgue os itens abaixo: I – é o complexo de bens organizado para o exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária. � II – refere-se tão-somente à sede física da sociedade empresária. � III – desponta a noção de aviamento. � Comentários à questão 11 Estão questão trata exclusivamente do estabelecimento empresarial que, de acordo com o texto lapidado no art. 1.142 do Código Civil, é “todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária”. Disto extrai-se que o item I está correto, pois é a letra da Lei. A universalidade ou somatório dos bens reunidos pelo empresário para exploração de determinada atividade econômica poderão ser chamados de estabelecimento empresarial, constituindo a base física do empreendimento. O estabelecimento compõe-se de elementos corpóreos e incorpóreos, tais como veículos, materiais em estoque, imóveis, tecnologia desenvolvida, equipamento necessário para a realização da atividade econômica, marcas, patentes, etc. Todos esses bens reunidos e devidamente organizados passam a ter um sobrevalor, que é devidamente tutelado pelo direito, conforme será visto adiante. Pode-se afirmar que tais bens, nesta forma de organização, adquirem um valor superior à soma de cada um deles em separado, chamando-se de fundo de comércio. Deste modo, o item II é incorreto, pois a sede física é apenas um bem imóvel que pode ou não fazer parte do estabelecimento — conjunto de bens — , caso seja próprio ou não. Não se deve confundir o que o senso comum DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 36 chama de estabelecimento, que é o local físico no qual se exerce a atividade empresária (e, infelizmente, o Direito do Trabalho ainda refere-se a estabelecimento nesta conotação) e o conceito técnico-jurídico de estabelecimento, que é “o complexo de bens organizado para o exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária”, tal como o item “I”. O item III está correto, pois faz alusão ao conceito de aviamento, que é o valor agregado aos bens organizados no estabelecimento, de acordo com a noção de fundo de comércio. 12. (FGV – Fiscal de Rendas/RJ, 2010, adaptada) A respeito do trespasse do estabelecimento empresarial, analise as afirmativas a seguir: I – O contrato de trespasse de estabelecimento empresarial produzirá efeitos quanto a terceiros só depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis e de publicado na imprensa oficial. � II – Com relação aos créditos de natureza civil vencidos antes da celebração do contrato de trespasse, o vendedor do estabelecimento continuará por eles solidariamente obrigado, pelo prazo de um ano contado a partir da publicação do contrato de trespasse na imprensa oficial. � III – Não se admite, mesmo por convenção expressa entre os contratantes, o imediato restabelecimento do vendedor do estabelecimento no mesmo ramo de atividades e na mesma zona geográfica. � Comentários à questão 12 O trespasse é a alienação onerosa do estabelecimento inteiro — não de um ou mais bens isolados —, deixando de integrar o patrimônio de um empresário (alienante), passando paraoutro (adquirente). O negócio jurídico envolvendo a alienação do estabelecimento comercial apresenta algumas regras, insculpidas no Código Civil, e essas regras apresentam a solução para a nossa questão. O item I apresenta redação que se harmoniza com o texto estatuído no art. 1.144 e o item II com o teor do art. 1.146 do Código Civil: DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 37 Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. Ambos, portanto, estão corretos. É recomendável ao candidato atenção ao prazo de um ano previsto neste último dispositivo legal, bem como ao fato de que tal lapso corre, quanto aos créditos vencidos, do momento da publicação. O item III está incorreto, pois afirma que “mesmo por convenção expressa” a proibição do art. 1.147 do Código Civil deve ser observada. Ora, conforme a própria letra deste artigo, a autorização expressa pode afastar a regra daquele dispositivo: Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência. 13. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) A respeito das regras previstas no Código Civil, julgue os itens abaixo: I – Para que uma sociedade empresarial possa alienar um de seus estabelecimentos sempre é necessária a autorização de todos os seus credores, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir da notificação. DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 38 II – Não há impedimento legal para que o estabelecimento seja objeto unitário de direitos e negócios jurídicos. III – De acordo com o Código Civil, havendo autorização expressa, é possível ao alienante do estabelecimento fazer concorrência ao adquirente, logo após a transferência, não sendo necessário respeitar o prazo de cinco anos. Comentários à questão 13 O item I está errado. Com efeito, a autorização dos credores para que ocorra a alienação do estabelecimento só é necessária se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo e desde que tais credores não tenham sido pagos, na esteira da redação do art. 1.145: Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação. O item II harmoniza-se com o texto legal do art. 1.143, além de conter a própria definição de trespasse. Caso este item estivesse errado, seria proibido o trespasse: Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. O item III trata da questão da autorização expressa prevista no art. 1.147, debatida na questão anterior. 14. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) Considerando as afirmativas abaixo, relativas ao regime legal atinente aos prepostos, julgue os itens abaixo: DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 39 I – as limitações aos poderes dos gerentes dependem de arquivamento para serem oponíveis a terceiros, ainda que sejam conhecidas da pessoa que tratou com o gerente. � II – o preposto não pode fazer-se substituir no desempenho de sua preposição, ainda que haja autorização escrita, tendo em vista a pessoalidade de sua função. � III – ainda que não haja autorização por escrito, os preponentes são responsáveis pelos atos praticados pelos prepostos dentro do estabelecimento e relativos à atividade da empresa. � Comentários à questão 14 A questão trata novamente dos prepostos. Os arts. 1.169, 1.170 e 1.171 apresentam regras gerais relativas ao regime jurídico destes auxiliares do empresário. No tocante especificamente ao gerente, tal figura é um preposto encarregado permanentemente da administração da empresa, ou de certos departamentos e unidades (art. 1.172). O gerente é empregado, estando subordinado hierarquicamente aos seus superiores. Neste passo, é importante não confundi-lo com o administrador da sociedade, que é nomeado pelo contrato social e tem a responsabilidade de conduzir os negócios da empresa com maior liberalidade, podendo ou não ser sócio. Os gerentes podem praticar os atos necessários ao desempenho de suas funções, desde que a lei não exija a outorga de poderes especiais, de acordo com a regra do art. 1.173. O parágrafo único daquele dispositivo determina que, havendo dois ou mais gerentes no mesmo departamento, consideram-se solidários os poderes a eles conferidos, salvo estipulação diversa. O art. 1.174 nos apresenta uma relevante regra. Com efeito, as limitações aos poderes conferidos aos gerentes devem ser arquivadas no devido registro para que possam ser opostas a terceiros. Todavia, há uma exceção prevista no mesmo dispositivo. Assim, caso a pessoa que tratou com o gerente tenha conhecimento da limitação, não poderá se beneficiar da falta de registro, o que indica que a assertiva I está incorreta. Os prepostos devem atuar com zelo e diligência no desempenho de suas funções, sem exceder os limites dos poderes que lhe foram outorgados pelo DIREITO EMPRESARIAL – EXERCÍCIOS – ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ PROFESSOR: ANTÔNIO NÓBREGA Profs. Antônio Nóbrega e Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 40 preponente. Frise-se que esta função é personalíssima, não sendo possível o preposto “fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas.” (art. 1.169) Contudo, candidato, repare que o texto legal do aludido art. 1.169 prevê que, com a autorização escrita, é possível ocorrer a substituição. Deste modo, evidencia-se que a afirmativa constante no item II não é compatível com a legislação vigente. Em relação aos atos praticados pelos prepostos em geral, a regra do art. 1.178 é cristalina, ao determinar que “os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, ainda que não autorizados por escrito”. A afirmativa III está em consonância com este texto legal, portanto, correto. Por fim, note o candidato que, de acordo com o texto insculpido no parágrafo único daquele mesmo artigo, a regra é diversa quando se trata de atos praticados fora do estabelecimento, que só “obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito (...)” 15. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) Considerando as afirmativas abaixo, relativas às responsabilidades dos preponentes, julgue os seguintes itens: I – os atos praticados pelos prepostos fora do estabelecimento
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