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DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula I – Direito Empresarial – (Auditor Fiscal – RF) Prof. Antonio Nóbrega Prezado candidato, Estamos de volta para dar continuidade aos nossos exercícios acerca da matéria de Direito empresarial para o concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal. Hoje trabalharemos a disciplina Fundamentos do Direito empresarial e Teoria da Empresa. A matéria estabelecimento integra esta disciplina, porém, foi vista em nossa aula demo. Hoje, trabalharemos os seguintes temas: Disciplinas Fundamentos do direito empresarial e teoria da empresa: empresa e empresário; estabelecimento; conceitos de microempresa e empresa de pequeno porte (Lei Complementar nº 123/2006); institutos complementares do Direito Empresarial: nome empresarial, prepostos e escrituração; registro de empresa. Inicialmente, é relevante ressaltar que esta aula encontra-se dividida em duas partes. A primeira apresenta questões na forma certo/errado, retiradas de provas das mais diversas bancas ou por nós elaboradas, enquanto a segunda é composta por questões de múltipla escolha. Ao fim de cada parte, é apresentado o gabarito dos exercícios com os respectivos comentários acerca dos enunciados. Ademais, para um entendimento mais profundo da matéria e melhor consolidação do conteúdo cobrado no edital, também iremos trazer à baila alguma teoria sobre os temas que estão sendo discutidos, com referência à doutrina e à respectiva legislação. Registre-se, por fim, que o número de questões relativas a cada tópico é determinado de acordo com a importância dos respectivos temas e com a frequência em que são cobrados em concursos públicos. Outrossim, algumas questões também tratam de tópicos vistos no encontro passado, tendo em vista a relação com o que está sendo estudado nesta aula, além de reforçar o que já foi debatido. E então candidato, vamos aos trabalhos? DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 2 AULA 1 Responda Certo ou Errado 1. (OAB-Nacional - OAB - II Exame 2007 CESPE, adaptada) Considerando o atual estágio do direito comercial (ou empresarial) brasileiro, assinale a opção correta. I – O Código Civil de 2002, assim como o Código Comercial de 1850, adotou a teoria da empresa. II – O Código Civil de 2002 revogou totalmente o Código Comercial de 1850. III – A Constituição da República estabelece a competência privativa da União para legislar sobre direito comercial (ou empresarial). 2. (IRB – Advogado ESAF 2006, adaptada) A recepção do instituto empresa pelo Código Civil resultará em: I – retornar a discussão sobre ato de comércio como intermediação na circulação de mercadorias. II – realçar a idéia de atividade sobre a de ato. III – incorporar novos ofícios e profissões ao campo do direito mercantil. 3. (SEFAZ - RJ - Fiscal de Rendas FGV 2010, adaptada) Segundo o art. 966 do Código Civil, é considerado empresário: I – quem é sócio de sociedade empresária dotada de personalidade jurídica. II – quem é titular do controle de sociedade empresária dotada de personalidade jurídica. III – quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 3 4. (CESPE/DP DF 2001, adaptada) Até os dias atuais, remanesce a dificuldade em se distinguir os atos comerciais dos atos civis. Em virtude dessa dificuldade, alguns autores chegaram até mesmo a propalar a inexistência de objeto próprio para o direito comercial, sustentando que tal direito não consistia uma disciplina autônoma. Tendo em vista essa circunstância, julgue os itens subsequentes. I – No Brasil, ante a dificuldade de um conceito doutrinário e científico para os atos de comércio, passaram a ser adotados critérios de direito positivo, de modo que são considerados atos de comércio aqueles que a lei designar como tais. II – Tanto o Código Comercial quanto o antigo Regulamento 737, de 1850, enumeram, exemplificativamente, os atos considerados comerciais pelo direito brasileiro. III – As atividades imobiliárias e agrícolas eram consideradas atividades civis regidas pelo direito civil, de acordo com o Regulamento 737, de 1850. 5. (CESPE/DP DF 2001, Adaptada) O Direito comercial provém das práticas tradicionais e do direito consuetudinário utilizados pelos antigos comerciantes medievais. Por isso, ainda hoje, mantém-se o prestígio dos usos e costumes entre suas normas. Muitos dos costumes adotados, até mesmo os atinentes às obrigações comuns dos comerciantes, foram paulatinamente transformados em lei e, depois, sistematizados em um código. Acerca dos costumes comerciais e as obrigações comuns dos comerciantes, julgue os itens a seguir. I – Os usos e costumes comerciais são regras subsidiárias do direito comercial e não se devem opor a dispositivos legais imperativos ou de ordem pública. II – Os usos e costumes comerciais devem ter teor e vigência provados por quem os invoca em juízo, se assim determinar o juiz. III – Seguir ordem de contabilidade e escrituração não é obrigação comercial regida pelo direito comercial; no entanto, é obrigação exigível dos comerciantes por força do direito tributário. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 4 6. (OAB Unificada — 2007.2, adaptada) Com relação ao nome empresarial, julgue os seguintes itens: I – O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. II – Em princípio, o nome empresarial, após ser registrado, goza de proteção em todo território nacional. III – As companhias somente podem adotar denominação social. 7. (OAB/SP 2008 — Exame nº136, adaptada) De acordo com a legislação em vigor, são atos próprios do registro público de empresas I – A matrícula dos atos constitutivos das sociedades empresárias e a autenticação dos instrumentos de escrituração dos agentes auxiliares de comércio. II – A matrícula dos leiloeiros e o arquivamento dos atos constitutivos das sociedades anônimas. III – A autentificação das traduções feitas por tradutores públicos e a dos instrumentos de escrituração empresarial. 8. (AFT 2010 – ESAF, adaptada) Sobre a disciplina dos prepostos no Livro do Direito de Empresa do Código Civil, julgue os itens abaixo. I – Considera-se o gerente autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados, mesmo quando a lei exigir poderes especiais. II – Em regra, considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto. III – O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder, pessoalmente, pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 5 9. (Juiz Substituto TJ-MS – 2008 – FGV, adaptada) Em relação às microempresas e empresas de pequeno porte, julgue os itens a seguir. I – Para os efeitos da Lei Complementar 123/06, consideram-se microempresas e empresas de pequeno porte somente as sociedades empresárias e o empresário definido no art. 966 do Código Civil. II – As sociedade de cujo capital participe outra pessoa jurídica se incluem no regime diferenciado das microempresas e empresas de pequeno porte. III – As sociedades por ações não se incluem no regime diferenciado das microempresas e empresas de pequeno porte. 10. (AntônioNobrega — 2012 – Ponto dos Concursos) Com relação à obrigatoriedade da inscrição dos empresários e sociedades empresárias nas Juntas Comerciais, julgue os seguintes itens. I – O registro é obrigatório, sob pena de descaracterizar a atividade empresarial. II – O registro é obrigatório e, na sua ausência, o empresário será considerado irregular, não podendo requerer recuperação judicial. III – O registro é obrigatório e, na sua ausência, o empresário será autuado e multado. 11. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) Considerando as afirmativas abaixo, relativas ao regime legal atinente aos prepostos, julgue os itens abaixo: I – as limitações aos poderes dos gerentes dependem de arquivamento para serem oponíveis a terceiros, ainda que sejam conhecidas da pessoa que tratou com o gerente. II – o preposto não pode fazer-se substituir no desempenho de sua preposição, ainda que haja autorização escrita, tendo em vista a pessoalidade de sua função. III – ainda que não haja autorização por escrito, os preponentes são responsáveis pelos atos praticados pelos prepostos dentro do estabelecimento e relativos à atividade da empresa. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 6 12. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) Considerando as afirmativas abaixo, relativas às responsabilidades dos preponentes, julgue os seguintes itens: I – os atos praticados pelos prepostos fora do estabelecimento somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos verbalmente ou por escrito. II – os preponentes são responsáveis pelos atos dos prepostos praticados no estabelecimento, ainda que não sejam relativos à atividade da empresa. III – ainda que haja má-fé, os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. 13. (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2012) Consoante a doutrina predominante, por constituírem fonte subsidiária, os usos e costumes somente se aplicam aos casos em que se verifique lacuna na lei mercantil. Os usos e costumes contra legem, portanto, não são considerados como fonte e carecem de qualquer eficácia. 14. (CESPE - EBC - Analista – Advocacia - 2011) A denominação Planalto Cosméticos Ltda. é uma espécie de nome empresarial embasado em elemento fantasia. 15. (CESPE - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2012) De acordo com a legislação pertinente, as microempresas ou empresas de pequeno porte que não optarem pelo SIMPLES Nacional poderão integrar e realizar negócios de compra e venda de bens, para os mercados nacionais e internacionais, por meio de sociedade de propósito específico, nos termos e condições estabelecidos pelo Poder Executivo federal. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 7 Questões de múltipla escolha 16. (TRT - 3ª Região - MG – Juiz, 2012) Assinale a opção correta, após a análise das afirmativas abaixo: I – Segundo o Código Civil de 2002, podem exercer atividade de empresário os que tiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos, assim estão excluídos da possibilidade de ser empresário os absolutamente incapazes e os relativamente incapazes. É, todavia, possível que, antes de dezoito anos, a pessoa possa exercer atividade de empresário, sem qualquer restrição, desde que seja menor com mais de quatorze anos e que seja emancipado pelos pais. A emancipação também pode ocorrer pelo casamento, ou pelo exercício de emprego público ou pela colação de grau em curso de ensino superior ou tratando-se de menor com dezesseis anos completos, por ter economia própria, pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego. II – O instrumento de emancipação dos menores deve ser arquivado no Registro Público de Empresas Mercantis, também conhecido como Junta Comercial, que é o órgão competente para o registro de todos os atos concernentes à atividade empresária. III – São proibidos de efetivo exercício de atividade empresarial os funcionários públicos, a não ser como acionistas ou quotistas de sociedade empresária. Também estão proibidos de exercer o comércio os militares, a não ser que tenham sido reformados, os leiloeiros, corretores e despachantes aduaneiros e, por fim, também o falido, cuja inabilitação se dá a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, ocasião em que ele fica autorizado novamente a exercer ofício empresarial, exceto se condenado por crime falimentar. IV – Aquele que é proibido de exercer e, mesmo assim, exerce atividade empresarial estará desenvolvendo uma atividade irregular e sujeito a uma série de penalidades estabelecidas em leis próprias: sendo funcionário público que participe de gerência ou administração de empresa privada, pode haver a perda do cargo (penalidade administrativa), mas não há penalidade descrita na Lei de Contravenções Penais. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 8 V – A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, e a exercer, responderá pelas obrigações contraídas. Os atos praticados pelo proibido de comerciar terão plena validade em relação a terceiros. a) Somente as afirmativas I, II e V estão corretas; b) Somente as afirmativas II, III e V estão corretas. c) Somente as afirmativas I, III e V estão corretas. d) Somente as afirmativas I, IV e V estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 17. (OAB-SC - Exame de Ordem - 1 - Primeira Fase, 2007) Assinale a alternativa correta: a) A denominação da sociedade limitada deve designar o seu objeto, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios. b) A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo vocábulo “cooperada”. c) O nome de sócio que é pessoa jurídica pode compor a firma de sociedade limitada. d) O nome empresarial pode ser alienado. 18. (ESAF - SET-RN - Auditor Fiscal do Tesouro Estadual - 2005) A obrigação de manter a escrituração das operações comerciais seja em livros seja de forma mecanizada, em fichas ou arquivos eletrônicos, a) serve para que, periodicamente, se apure a variação patrimonial. b) permite que se apure o cumprimento das obrigações e sua regularidade. c) serve para preservar informações de interesse dos sócios das sociedades empresárias. d) constitui prova do exercício regular de atividade empresária. e) facilita a organização de balancetes mensais para prestação de contas aos sócios. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 9 19. (ESAF - SET-RN - Auditor Fiscal do Tesouro Estadual - 2005) Os requisitos previstos em lei para que as pessoas naturais sejam qualificadas como empresários destinam-se a a) garantir o cumprimento de obrigações contraídas no exercício de atividade profissional. b) impedir, em face do registro obrigatório, que incapazes venham a ser considerados empresários. c) facilitar a aplicação da teoria da aparência. d) por conta da inscrição no Registro de Empresas, servirem para dar conhecimento a terceiros sobre os exercentes da profissão. e) facilitar o controle dos exercentes de atividades empresariais. 20. (CESPE - OAB-SP - Exame de Ordem - 2 - Primeira Fase, 2008) Com relação aos empresários, às sociedades e às relações de família, assinale a opção correta. a) Os casados sob o regime da comunhão universal podem contratar sociedade entre si. b) O empresário casado pode, sem necessidade deoutorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los com ônus real. c) Tanto os herdeiros do cônjuge de sócio quanto o cônjuge de sócio que tenha se separado judicialmente podem exigir desde logo a parte que lhes couber na quota social. d) Diferentemente do que sucede com a fiança, qualquer dos cônjuges, sem autorização do outro, pode prestar aval. 21. (VUNESP - TJ-RJ - Juiz, 2011) Quanto ao nome empresarial, assinale a alternativa correta. a) Nas sociedades limitadas, os administradores que omitirem a palavra “limitada” no uso da firma ou denominação social serão responsáveis solidariamente, desde que ajam com dolo comprovado e assumam obrigações com valor superior a 10 salários mínimos vigentes no país. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 10 b) A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do território nacional, independentemente de registro na forma da lei especial. c) É de 4 (quatro) anos o prazo para o prejudicado intentar ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato. d) Equipara-se ao nome empresarial, para efeitos de proteção legal, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. 22. (Juiz – MG, 2009) É CORRETA a afirmação de que o empresário opera sob firma: a) Constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa de sua pessoa ou do gênero de atividade. b) Constituída por seu nome completo, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa de sua pessoa ou do gênero de atividade. c) Constituída por seu nome, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa de sua pessoa ou do gênero de atividade. d) Do seu antecessor, seguida por seu nome, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa de sua pessoa ou do gênero de atividade. 23. (CESPE-PGM-NATAL, 2008) Heitor, empresário, casado com Luciana sob o regime de comunhão parcial de bens, vendo-se em situação financeira delicada, haja vista que não possuía dinheiro suficiente para pagar seus fornecedores, decidiu vender um dos imóveis do patrimônio da empresa. A partir da situação hipotética apresentada e de acordo com o disposto no Código Civil acerca do direito de empresa, assinale a opção correta. a) Heitor necessitará de outorga conjugal para promover a venda do bem, porque o negócio envolverá a alienação de imóvel. b) Heitor somente poderá alienar o imóvel sem necessidade de outorga conjugal se fosse casado no regime de separação de bens. c) Independentemente do regime de bens do casamento, Heitor pode promover a alienação do imóvel da empresa sem outorga conjugal. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 11 d) Caso fique provado que a alienação do imóvel será realizada em benefício do casal, a eventual discordância da esposa de Heitor com elação à venda do referido imóvel preserva a possibilidade de requerer o suprimento judicial da outorga. 24. (ESAF –Auditor do Tesouro Municipal, Recife, 2003) A escrituração mercantil, por permitir a verificação das mutações patrimoniais e, dado seu valor probatório, deve: a) facilitar a análise dos agentes da fiscalização. b) permitir avaliar a eficácia da ação administrativa. c) garantir a apuração dos tributos devidos pelo empresário. d) dar aos credores informações sobre as operações contratadas. e) estar escoimada de imperfeições. 25. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) Considerando as afirmativas abaixo, relativas à exibição dos livros comerciais, marque a opção correta: I – o sigilo dos livros comerciais não pode ser oposto às autoridades fiscais. II – o empresário só é obrigado a apresentar os livros comerciais diante de ordem judicial. III – para que as autoridades fiscais tenham acesso aos livros comerciais, é necessária autorização judicial. IV – o Código Civil não consagrou o princípio do sigilo dos livros comerciais, sendo possível qualquer autoridade administrativa ter acesso a tais documentos. a) apenas a alternativa I está correta. b) apenas as alternativas II e III estão corretas. c) todas as alternativas estão incorretas. d) apenas a alternativa IV está correta. e) apenas as alternativas I e IV estão corretas. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 12 26. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) – Em relação à regularidade da escrituração, aponte a afirmativa incorreta: a) a escrituração deverá obrigatoriamente ser feita em português. b) não é possível a utilização de códigos de números ou abreviaturas, ainda que constem de livro próprio, regularmente autenticado. c) é proibida a existência de intervalos ou espaços em branco na escrituração. d) a escrituração deverá ser feita em moeda corrente. e) a escrituração deverá ser feita por ordem cronológica de dia, mês e ano. 27. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) - Considerando as afirmativas apresentadas abaixo referentes à escrituração, marque a opção correta: I – o Código Civil prevê a obrigatoriedade do livro diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. II – os pequenos empresários estão dispensados da escrituração mercantil. III – se a sede da empresa for no exterior, as sucursais localizadas no território nacional estão dispensadas da observância das regras de escrituração previstas no Código Civil. IV – os empresários são obrigados a conservar em boa guarda os livros comerciais demais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados. a) todas as afirmativas estão incorretas. b) somente as afirmativas III e IV estão incorretas. c) somente as afirmativas I e IV estão incorretas. d) somente a afirmativa II está incorreta. e) somente a afirmativa III está incorreta. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 13 28. (COPEVE-UFAL - CASAL - Advogado, 2010) Assinale a opção incorreta quanto ao empresário individual. a) Trata-se de pessoa natural, desprovida de personalidade jurídica, que exerce atividade de empresa sem a presença de qualquer modelo societário. b) Responde, pessoal e ilimitadamente, por todas as obrigações que contrair no exercício da atividade empresarial. c) É obrigatória sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis de sua sede antes do início da exploração de sua atividade, mediante o arquivamento de seu contrato social. d) Somente pode ser empresário aquele que estiver no pleno gozo de sua capacidade civil e não estiver legalmente impedido. e) Seu nome empresarial deve ser da espécie firma, abreviado ou por extenso, podendo ser-lhe aditado designação mais precisa do gênero de sua atividade. 29. (FCC - TCM-BA - Procurador Especial de Contas, 2011) É correto afirmar: a) O impedimento legal quanto à capacidade civil não obsta o exercício pessoal da atividade empresarial. b) Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, mesmo que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, a não ser que o exercício da profissão constitua elemento de empresa. c) É facultativa a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. d) Não haverá tratamento legal favorecido ou diferenciado a qualquerempresário em face de sua envergadura ou pela natureza de suas atividades. e) É considerado empresário quem exerce profissionalmente atividade, econômica ou não, organizada para a produção, criação ou circulação de bens ou de serviços. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 14 30. (FCC - MPE-CE - Promotor de Justiça, 2011) Se o empresário tornar- se incapaz: a) poderá, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, independentemente de autorização judicial, que estará implícita nos poderes conferidos ao curador nomeado pelo juiz. b) não poderá, ainda que por meio de representante, continuar a empresa, salvo, por intermédio deste, até a liquidação, e os bens que possuir, estranhos à atividade empresarial, não responderão pelas dívidas contraídas para o funcionamento dela. c) poderá, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, devendo, para isso, preceder autorização judicial que é revogável e não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz possuía ao tempo da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela. d) somente poderá continuar a empresa, se o curador nomeado pelo juiz puder exercer atividade de empresário, respondendo a caução, que este prestar, pelas dívidas que assumir durante o exercício da empresa, se os bens do incapaz vinculados à atividade empresarial forem insuficientes para o pagamento das dívidas caso venha a ser decretada a falência do incapaz. e) só poderá continuar a exercer atividade empresária como sócio não administrador e desde que autorizado pelo juiz no processo de interdição, não ficando, porém, outros bens, exceto as cotas societárias, sujeitos ao pagamento das dívidas contraídas no exercício da empresa. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 15 Gabarito Questão 1: I – E, II – E, III – C. Questão 2: I – E, II – C, III – E. Questão 3: I – E, II – E, III – C. Questão 4: I – C, II – E, III – C. Questão 5: I – C, II – C, III – E. Questão 6: I – C, II – E, III – C. Questão 7: I – E, II – C, III – E. Questão 8: I – E, II – C, III – C. Questão 9: I – E, II – E, III – C. Questão 10: I – E, II – C, III – E. Questão 11: I – E, II – E, III – C. Questão 12: I – E, II – E, III – E. Questão 13: C Questão 14: C Questão 15: E Questão 16: B Questão 17: A Questão 18: D Questão 19: A Questão 20: B Questão 21: D Questão 22: A Questão 23: C Questão 24: E Questão 25: A Questão 26: B Questão 27: E Questão 28: C Questão 29: B Questão 30: C DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 16 Comentários 1. (OAB-Nacional - OAB - II Exame 2007 CESPE, adaptada) Considerando o atual estágio do direito comercial (ou empresarial) brasileiro, assinale a opção correta. I – O Código Civil de 2002, assim como o Código Comercial de 1850, adotou a teoria da empresa. II – O Código Civil de 2002 revogou totalmente o Código Comercial de 1850. III – A Constituição da República estabelece a competência privativa da União para legislar sobre direito comercial (ou empresarial). Comentários à questão 1 A questão exige do candidato o conhecimento acerca da história do Direito Empresarial/Comercial, especialmente quanto aos Atos de Comércio e a Moderna Teoria de Empresa. Apenas o Código Civil de 2002 adotou a teoria da empresa, de origem italiana, passando a enfatizar a atividade econômica organizada. O Código Civil de 2002 considera como sendo empresário (individual ou societário) quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços (art. 966). O Código Comercial de 1850, por sua vez, adotava a teoria dos atos de comércio. Os Atos de Comércio podem ser conceituados como todos os atos de intermediação de bens, realizados de forma habitual/profissional, com o intuito de lucro. Ademais, o rol dos atos de comércio era taxativo, apenas enquadrando-se como comerciante quem realizasse tais atos. Portanto, o item I está errado. Quanto ao item II, o Código Civil de 2002 revogou parcialmente o Código Comercial de 1850, apenas a sua 1ª parte, vigorando ainda a sua 2ª parte, referente ao comércio marítimo, ou seja, a afirmação está errada: Art. 2.045. Revogam-se a Lei no 3.071, de 1º de janeiro de 1916 - Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei nº 556, de 25 de junho de 1850. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 17 O item III é o único correto, pois está conforme o art. 22, I, da CF-88. De fato, compete privativamente à União legislar sobre Direito Comercial. Não nos aprofundaremos neste tema, por ser mais atinente ao Direito Constitucional. 2. (IRB – Advogado ESAF 2006, adaptada) A recepção do instituto empresa pelo Código Civil resultará em: I – retornar a discussão sobre ato de comércio como intermediação na circulação de mercadorias. II – realçar a idéia de atividade sobre a de ato. III – incorporar novos ofícios e profissões ao campo do direito mercantil. Comentários à questão 2 Como já visto, no exercício anterior, o Código Civil de 2002 adotou a Teoria da Empresa. A Empresa passou a ser vista como atividade econômica organizada. Repise-se: foco na atividade e não no ato de comércio. O art. 966 do Código Civil de 2002 sintetiza o aspecto fundamental desta nova teoria: “Considera-se empresário (individual ou societário) quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.” A teoria anterior utilizava-se de um rol taxativo de atos de comércio e só era considerado comerciante quem realizasse tais atos. O problema é que esta lista acabou ficando obsoleta diante da complexidade social. Exemplo: as imobiliárias, que vendiam bens imóveis, não tinham tal direito, pois não praticavam atos de comércio (e, portanto, não eram consideradas sociedades comerciais). Por conta dessa dificuldade, passou-se a adotar a teoria da empresa, revogando-se os atos de comércio. Ante o exposto, fica claro que o item I está errado e o item II está correto. O item III pode causar certa dificuldade, pois, de fato, a adoção da teoria da empresa pode acarretar a inclusão de novos ofícios e profissões ao campo do direito mercantil. Porém, ele também está errado. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 18 A exigência da banca, nesta questão, foi em relação ao resultado imediato da adoção da teoria da empresa: realçar idéia de atividade sobre o ato. É claro que, considerando-se empresário quem realizar atividade empresarial organizada pode acabar por resultar em novas profissões sendo consideraras empresárias (e, por outro lado, outras, que não se organizarem como empresa deixarão de ser), porém, isto é um resultado mediato, indireto. A consequência e o resultado imediato — e também o objetivo — da adoção da teoria da empresa é enfatizar a atividade como elemento identificador do empresário e não aumentar ou diminuir as profissões que podem ser empresárias. Se isto acontecer, será mero resultado reflexo. 3. (SEFAZ - RJ - Fiscal de Rendas FGV 2010, adaptada) Segundo o art. 966 do Código Civil, é considerado empresário: I – quem é sócio de sociedade empresária dotada de personalidade jurídica. II – quem é titular do controle de sociedade empresáriadotada de personalidade jurídica. III – quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços. Comentários à questão 3 Novamente, o conhecimento do texto legal insculpido no art. 966 do Código Civil, citado na questão anterior, é suficiente para a solução desta questão. Deste modo, o único item correto é o III. O sócio de sociedade empresária não é empresário, em razão deste fato, pois será apenas titular de quotas ou ações desta sociedade. O mesmo ocorre com o controlador, que é apenas o sócio ou o grupo de sócios que possui participação no capital suficiente, de modo permanente, para decidir as deliberações da assembléia-geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia, além de utilizar efetivamente este poder para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia. Mais sobre isto será visto nas aulas seguintes, quanto tratarmos de sociedades empresárias e, especificamente, da sociedade anônima. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 19 4. (CESPE/DP DF 2001, adaptada) Até os dias atuais, remanesce a dificuldade em se distinguir os atos comerciais dos atos civis. Em virtude dessa dificuldade, alguns autores chegaram até mesmo a propalar a inexistência de objeto próprio para o direito comercial, sustentando que tal direito não consistia uma disciplina autônoma. Tendo em vista essa circunstância, julgue os itens subsequentes. I – No Brasil, ante a dificuldade de um conceito doutrinário e científico para os atos de comércio, passaram a ser adotados critérios de direito positivo, de modo que são considerados atos de comércio aqueles que a lei designar como tais. II – Tanto o Código Comercial quanto o antigo Regulamento 737, de 1850, enumeram, exemplificativamente, os atos considerados comerciais pelo direito brasileiro. III – As atividades imobiliárias e agrícolas eram consideradas atividades civis regidas pelo direito civil, de acordo com o Regulamento 737, de 1850. Comentários à questão 4 A primeira afirmativa é verdadeira, pois não se chegou a nenhuma conclusão científica sobre o que eram os atos de comércio, sendo necessária a edição do Regulamento 737/1850 para definir o que estes atos seriam: Art. 19. Considera-se mercancia: § 1º A compra e venda ou troca de effeitos moveis ou semoventes para os vender por grosso ou a retalho, na mesma especie ou manufacturados, ou para alugar o seu uso. § 2º As operações de cambio, banco e corretagem. § 3° As emprezas de fabricas; de com missões; de depositos; de expedição, consignação e transporte de mercadorias; de espectaculos publicos. § 4.° Os seguros, fretamentos, risco, e quaesquer contratos relativos ao commercio maritimo. § 5. ° A armação e expedição de navios. [texto conforme o original] DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 20 No mesmo raciocínio, o item II está errado, pois o Código Comercial não definia os atos de comércio e foi necessário defini-los no Regulamento supra, que tratava do Processo Comercial. O terceiro item está correto, pois estas atividades não estavam incluídas no rol de atos de comércio do Regulamento 737/1850, como se pode ver pelo trecho citado. 5. (CESPE/DP DF 2001, adaptada) O Direito comercial provém das práticas tradicionais e do direito consuetudinário utilizados pelos antigos comerciantes medievais. Por isso, ainda hoje, mantém-se o prestígio dos usos e costumes entre suas normas. Muitos dos costumes adotados, até mesmo os atinentes às obrigações comuns dos comerciantes, foram paulatinamente transformados em lei e, depois, sistematizados em um código. Acerca dos costumes comerciais e as obrigações comuns dos comerciantes, julgue os itens a seguir. I – Os usos e costumes comerciais são regras subsidiárias do direito comercial e não se devem opor a dispositivos legais imperativos ou de ordem pública. II – Os usos e costumes comerciais devem ter teor e vigência provados por quem os invoca em juízo, se assim determinar o juiz. III – Seguir ordem de contabilidade e escrituração não é obrigação comercial regida pelo direito comercial; no entanto, é obrigação exigível dos comerciantes por força do direito tributário. Comentário à questão 5 O primeiro item está certo. Não havendo nenhum mistério sobre o assunto. A lei prevalece sobre os costumes, mas nada impede que estes sirvam como elementos integradores do Direito para suprir lacunas ou desfazer ambiguidades. O próprio Código Civil, em seu art. 113, determina que “os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”. O art. 4ª da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (antiga Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro — LICC) também dispõe que, “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”. A adoção dos costumes como normas de Direito Empresarial apenas se dá como extensão deste princípio positivado nestas normas. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 21 O item II também está correto, pois é determinação expressa do art. 337 do CPC que “a parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o determinar o juiz”. O item III, por sua vez, não está correto, pois, como vimos, esta determinação decorre do sistema do Direito Empresarial, embora a regra esteja contida no art. 1.179 do Código Civil: Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. Todo empresário deve, além de realizar o balanço patrimonial e o de resultado econômico anuais, manter um sistema de escrituração contábil periódico, ou seja, um sistema que indique todas as suas entradas e saídas financeiras. O termo livro não significa que seja exatamente um livro, podendo ser substituído por fichas, no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica (art. 1.180 do Código Civil). O que importa é que este sistema registre seu movimento financeiro. 6. (OAB Unificada — 2007.2, adaptada) Com relação ao nome empresarial, julgue os seguintes itens: I – O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. II – Em princípio, o nome empresarial, após ser registrado, goza de proteção em todo território nacional. III – As companhias somente podem adotar denominação social. Comentários à questão 6 O primeiro item está correto, pois a regra é expressa no art. 1.164 do Código Civil: DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 22 Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. O nome empresarial é considerado direito personalíssimo. Assim como toda pessoa física possui um nome, tanto os empresários individuais quanto as sociedades empresárias devem possuir um. O “nome empresarial é aquele sob o qual o empresário e a sociedade empresária exercem suas atividades e se obrigam nos atos a elas pertinentes” (art. 1º, caput, da IN/DNRC 116/2011). O item II, no entanto, está errado, pois, a princípio, o nome empresarial só tem proteção na área de competência da Junta Comercial na qual foi registrado, como dispõe o art. 1.166 do Código Civil: Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações,no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. O item III está correto, pois companhia é sinônimo de sociedade anônima é o Código Civil, em seu art. 1.160, diz expressamente que esta deverá utilizar denominação social como nome empresarial: “A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada pelas expressões ‘sociedade anônima’ ou ‘companhia’, por extenso ou abreviadamente”. 7. (OAB/SP 2008 — Exame nº136, adaptada) De acordo com a legislação em vigor, são atos próprios do registro público de empresas I – A matrícula dos atos constitutivos das sociedades empresárias e a autenticação dos instrumentos de escrituração dos agentes auxiliares de comércio. II – A matrícula dos leiloeiros e o arquivamento dos atos constitutivos das sociedades anônimas. III – A autentificação das traduções feitas por tradutores públicos e a dos instrumentos de escrituração empresarial. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 23 Comentários à questão 7 Esta questão demanda conhecimento sobre a Lei de Registro Público de Empresas Mercantis (Lei 8.934/1994). Conforme o artigo 32 da Lei 8.934/1994, os atos de registro praticados pelas Juntas Comerciais são: � Matrícula. � Arquivamento. � Autenticação. A matrícula é um ato pela qual as Juntas registram alguns profissionais auxiliares do comércio, como intérpretes, tradutores públicos, leiloeiros, etc. O arquivamento trata do ato no qual são registrados os atos constitutivos dos empresários individuais e das sociedades empresárias, entre outros. Nas alíneas do art. 32, II, da Lei 8.934/1994, vemos que o arquivamento compreende: � Dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas. � Dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. � Dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil. � Das declarações de microempresa. � De atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que possam interessar ao empresário e às empresas mercantis. Já a autenticação diz respeitos aos livros empresariais, que devem ser autenticados para serem considerados regulares. Assim, o primeiro item está totalmente equivocado, pois o ato de registro dos atos constitutivos de qualquer sociedade chama-se arquivamento e não matrícula. Igualmente, os agentes auxiliares de comércio não precisam autenticar seus instrumentos de escrituração, mas devem estar matriculados nas Juntas Comerciais. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 24 O item II está correto. As sociedades empresárias — como as sociedades anônimas — devem arquivar seus atos constitutivos nas Juntas Comerciais, assim como os agentes auxiliares do comércio — como os leiloeiros — devem matricular-se nas mesmas. O item III está errado, pois só os instrumentos de escrituração empresarial necessitam de autenticação e não as traduções dos tradutores públicos. 8. (AFT 2010 – ESAF, adaptada) Sobre a disciplina dos prepostos no Livro do Direito de Empresa do Código Civil, julgue os itens abaixo. I – Considera-se o gerente autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados, mesmo quando a lei exigir poderes especiais. II – Em regra, considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto. III – O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder, pessoalmente, pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas. Comentários à questão 8 Os prepostos são os auxiliares do empresário. Qualquer pessoa que exerça função em uma empresa — seja de chefia ou não — será um preposto. O primeiro item está errado, pois, quando a Lei exigir poderes especiais, o gerente não está autorizado a praticar tais atos, como determina o art. 1.173 do Código Civil: Art. 1.173. Quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se o gerente autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados. Já o segundo item está correto, pois é o que dita o art. 1.171 do Código Civil, assim como o item III, que repete o que determina o art. 1.169 do mesmo Código: DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 25 Art. 1.169. O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas. Art. 1.171. Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto, salvo nos casos em que haja prazo para reclamação. 9. (Juiz Substituto TJ-MS – 2008 – FGV, adaptada) Em relação às microempresas e empresas de pequeno porte, julgue os itens a seguir. I – Para os efeitos da Lei Complementar 123/06, consideram-se microempresas e empresas de pequeno porte somente as sociedades empresárias e o empresário definido no art. 966 do Código Civil. II – As sociedade de cujo capital participe outra pessoa jurídica se incluem no regime diferenciado das microempresas e empresas de pequeno porte. III – As sociedades por ações não se incluem no regime diferenciado das microempresas e empresas de pequeno porte. Comentários à questão 9 O primeiro item está errado, pois a LC 123/2006 também beneficia as sociedades simples e as cooperativas, que não são sociedades empresárias. A terminologia adotada de microempresas e empresários de pequeno porte, por um lado, foi infeliz, pois confunde ao incluir sociedades não empresárias, mas, por outro lado, utilizou termos comuns e coloquiais, sendo difícil escolher uma alternativa mais apropriada. Igualmente, seria errado excluir as sociedades simples e as cooperativas, pois, embora não sejam sociedades empresárias, participam do comércio e prestação de serviços como um todo, sendo interessante ao Estado fomentar estas atividades, concedendo-lhes os mesmos benefícios. O item II também está errado, pois o art. 3º, §4º, da LC 123/2006, impõe diversas vedações, impedindo que certas sociedades possam beneficiar-se do regime especial: DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 26 I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica; II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior; III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica; VIII - que exerça atividadede banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar; IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; X - constituída sob a forma de sociedade por ações. Pelo inciso I, supra, sociedades de cujo capital participe outra pessoa jurídica não recebem os benefícios do regime diferenciado. Já o item III está correto, pois as sociedades por ações também não podem receber os benefícios do regime diferenciado, em razão do inciso X da mesma norma. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 27 10. (Antônio Nobrega — 2012 – Ponto dos Concursos) Com relação à obrigatoriedade da inscrição dos empresários e sociedades empresárias nas Juntas Comerciais, julgue os seguintes itens. I – O registro é obrigatório, sob pena de descaracterizar a atividade empresarial. II – O registro é obrigatório e, na sua ausência, o empresário será considerado irregular, não podendo requerer recuperação judicial. III – O registro é obrigatório e, na sua ausência, o empresário será autuado e multado. Comentários à questão 10 Esta questão demanda conhecimentos doutrinários mais do que conhecimentos normativos. A inscrição do empresário na Junta Comercial é uma obrigação importantíssima a todos que pretendem exercer a atividade empresarial. Tanto que o Código Civil impõe essa dever expressamente: Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. Porém, a empresa é uma situação de fato. A não observação desta obrigação não descaracteriza a atividade empresária, mas qualifica o empresário como irregular. É o que dispõe o enunciado 199 do CJF, aprovado na III Jornada de Direito Civil: A inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua regularidade, e não da sua caracterização. Assim, o item I não está correto, pois o registro não é determinante para caracterizar a atividade empresarial, mas sua regularidade. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 28 Isto nos leva ao fato que a primeira parte do segundo item está correta, assim como a consequência apontada, que é o impedimento de requerer recuperação judicial. O item III está errado, pois, embora acerte em apontar a irregularidade do empresário, não há nenhuma multa a ser paga por este fato, mas apenas suportar as restrições legais. 11. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) Considerando as afirmativas abaixo, relativas ao regime legal atinente aos prepostos, julgue os itens abaixo: I – as limitações aos poderes dos gerentes dependem de arquivamento para serem oponíveis a terceiros, ainda que sejam conhecidas da pessoa que tratou com o gerente. II – o preposto não pode fazer-se substituir no desempenho de sua preposição, ainda que haja autorização escrita, tendo em vista a pessoalidade de sua função. III – ainda que não haja autorização por escrito, os preponentes são responsáveis pelos atos praticados pelos prepostos dentro do estabelecimento e relativos à atividade da empresa. Comentários à questão 11 A questão trata novamente dos prepostos. Os arts. 1.169, 1.170 e 1.171 apresentam regras gerais relativas ao regime jurídico destes auxiliares do empresário. No tocante especificamente ao gerente, tal figura é um preposto encarregado permanentemente da administração da empresa, ou de certos departamentos e unidades (art. 1.172). O gerente é empregado, estando subordinado hierarquicamente aos seus superiores. Neste passo, é importante não confundi-lo com o administrador da sociedade, que é nomeado pelo contrato social e tem a responsabilidade de conduzir os negócios da empresa com maior liberalidade, podendo ou não ser sócio. Os gerentes podem praticar os atos necessários ao desempenho de suas funções, desde que a lei não exija a outorga de poderes especiais, de acordo com a regra do art. 1.173. O parágrafo único daquele dispositivo DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 29 determina que, havendo dois ou mais gerentes no mesmo departamento, consideram-se solidários os poderes a eles conferidos, salvo estipulação diversa. O art. 1.174 nos apresenta uma relevante regra. Com efeito, as limitações aos poderes conferidos aos gerentes devem ser arquivadas no devido registro para que possam ser opostas a terceiros. Todavia, há uma exceção prevista no mesmo dispositivo. Assim, caso a pessoa que tratou com o gerente tenha conhecimento da limitação, não poderá se beneficiar da falta de registro, o que indica que a assertiva I está incorreta. Os prepostos devem atuar com zelo e diligência no desempenho de suas funções, sem exceder os limites dos poderes que lhe foram outorgados pelo preponente. Frise-se que esta função é personalíssima, não sendo possível o preposto “fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas.” (art. 1.169) Contudo, candidato, repare que o texto legal do aludido art. 1.169 prevê que, com a autorização escrita, é possível ocorrer a substituição. Deste modo, evidencia-se que a afirmativa constante no item II não é compatível com a legislação vigente. Em relação aos atos praticados pelos prepostos em geral, a regra do art. 1.178 é cristalina, ao determinar que “os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, ainda que não autorizados por escrito”. A afirmativa III está em consonância com este texto legal, portanto, correto. Por fim, note o candidato que, de acordo com o texto insculpido no parágrafo único daquele mesmo artigo, a regra é diversa quando se trata de atos praticados fora do estabelecimento, que só “obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito (...)” 12. (Antonio Nóbrega – Ponto dos Concursos/2011) Considerando as afirmativas abaixo, relativas às responsabilidades dos preponentes, julgue os seguintes itens: I – os atos praticados pelos prepostos fora do estabelecimento somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos verbalmente ou por escrito. II – os preponentes são responsáveis pelos atos dos prepostos praticados no estabelecimento, ainda que não sejam relativos à atividade da empresa. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 30 III – ainda que haja má-fé, os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. Comentários à questão 12 Como debatido na questão anterior, a regra para os atos praticados fora do estabelecimento pelos prepostos é diferente daquela que deve ser observada quando estes atos são praticados no interior de tais locais (parágrafo único do art. 1.178). Destarte, a afirmativa I, em rápida leitura, pode parecer correta. Contudo, tendo em vista que o dispositivo legal em comento se refere somente aos poderes conferidos por escrito, sem fazer alusão à eventual autorização verbal, denota-se a inexatidão daquela asserção. A afirmativa II também está incorreta. Paraque o preponente seja responsável pelo ato praticado dentro do estabelecimento, tal ato deve ser relativo à atividade da empresa, de acordo com o mesmo art. 1.178. O terceiro item também é contrário ao texto normativo, já que a má-fé é causa suficiente para gerar a ineficácia dos assentos lançados nos livros ou fichas do preponente (art. 1.177). Desta forma, todos os itens estão errados. 13. (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2012) Consoante a doutrina predominante, por constituírem fonte subsidiária, os usos e costumes somente se aplicam aos casos em que se verifique lacuna na lei mercantil. Os usos e costumes contra legem, portanto, não são considerados como fonte e carecem de qualquer eficácia. Comentários à questão 13 A questão está certa. Nada que é contra legem — contra à lei — pode prevalecer. Sendo assim, os usos e costumes que atentem contra a lei não podem ser lícitos; eles só podem valer para suprir lacuna da lei ou resolver regra dispositiva que não foi expressamente pactuada. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 31 14. (CESPE - EBC - Analista – Advocacia - 2011) A denominação Planalto Cosméticos Ltda. é uma espécie de nome empresarial embasado em elemento fantasia. Comentários à questão 14 Os princípios que norteiam a formação do nome empresarial são o princípio da veracidade e o princípio da novidade. O Código Civil só trata explicitamente deste último princípio, quando informa que: Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. Já o princípio da veracidade é melhor descrito na Instrução Normativa nº 116 de 2011 do DNRC (Departamento Nacional do Registro do Comércio), cujos principais trechos reproduziremos. Repare na utilização dos termos firma e denominação, que são os dois tipos de nome empresarial existentes no Direito Brasileiro: Art. 2º Firma é o nome utilizado pelo empresário individual, pela sociedade em que houver sócio de responsabilidade ilimitada e, de forma facultativa, pela sociedade limitada e pela empresa individual de responsabilidade limitada. Art. 3º Denominação é o nome utilizado pela sociedade anônima e cooperativa e, em caráter opcional, pela sociedade limitada, em comandita por ações e pela empresa individual de responsabilidade limitada. Art. 4º O nome empresarial atenderá aos princípios da veracidade e da novidade e identificará, quando assim exigir a lei, o tipo jurídico da empresa individual de responsabilidade limitada ou da sociedade. Parágrafo único. O nome empresarial não poderá conter palavras ou expressões que sejam atentatórias à moral e aos bons costumes. Art. 5º Observado o princípio da veracidade: I - o empresário e o titular da empresa individual de responsabilidade limitada só poderão adotar como firma o seu próprio nome, aditando, se DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 32 quiser ou quando já existir nome empresarial idêntico ou semelhante, designação mais precisa de sua pessoa ou de sua atividade, devendo o titular acrescer a sigla EIRELLI; II - a firma: a) da sociedade em nome coletivo, se não individualizar todos os sócios, deverá conter o nome de pelo menos um deles, acrescido do aditivo “e companhia”, por extenso ou abreviado; b) da sociedade em comandita simples deverá conter o nome de pelo menos um dos sócios comanditados, com o aditivo “e companhia”, por extenso ou abreviado; c) da sociedade em comandita por ações só poderá conter o nome de um ou mais sócios diretores ou gerentes, com o aditivo “e companhia”, por extenso ou abreviado, acrescida da expressão “comandita por ações”, por extenso ou abreviada; d) da sociedade limitada, se não individualizar todos os sócios, deverá conter o nome de pelo menos um deles, acrescido do aditivo “e companhia” e da palavra “limitada”, por extenso ou abreviados; III - a denominação é formada com palavras de uso comum ou vulgar na língua nacional ou estrangeira e ou com expressões de fantasia, com a indicação do objeto da sociedade ou empresa individual de responsabilidade limitada, sendo que: a) na sociedade limitada, deverá ser seguida da palavra “limitada”, por extenso ou abreviada; b) na sociedade anônima, deverá ser acompanhada da expressão “companhia” ou “sociedade anônima”, por extenso ou abreviada, vedada a utilização da primeira ao final; c) na sociedade em comandita por ações, deverá ser seguida da expressão “em comandita por ações”, por extenso ou abreviada; d) na empresa individual de responsabilidade limitada deverá ser seguida da expressão “EIRELI”; e) para a empresa individual de responsabilidade limitada e para as sociedades limitadas enquadradas como microempresa ou empresa de pequeno porte, inclusive quando o enquadramento se der juntamente com a constituição, é facultativa a inclusão do objeto; f) ocorrendo o desenquadramento da empresa individual de DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 33 responsabilidade limitada ou da sociedade da condição de microempresa ou empresa de pequeno porte, é obrigatória a inclusão do objeto respectivo no nome empresarial, mediante arquivamento da correspondente alteração do ato constitutivo ou alteração contratual. § 1º Na firma, observar-se-á, ainda: a) o nome do empresário ou do titular da empresa individual de responsabilidade limitada deverá figurar de forma completa, podendo ser abreviados os prenomes; b) os nomes dos sócios poderão figurar de forma completa ou abreviada, admitida a supressão de prenomes; c) o aditivo “e companhia” ou “& Cia.” poderá ser substituído por expressão equivalente, tal como “e filhos” ou “e irmãos”, dentre outras. § 2º O nome empresarial não poderá conter palavras ou expressões que denotem atividade não prevista no objeto da sociedade ou empresa individual de responsabilidade limitada. Como deve ter ficado claro no texto da Instrução Normativa, o princípio da veracidade significa que o nome empresarial deve apenas conter informações verdadeiras, ou seja, não deve confundir aqueles com quem o empresário ou a sociedade empresária tratar. A firma é formada pelo nome do empresário ou, no caso das sociedades empresárias, de pelo menos um deles, com o sobrenome por extenso e os outros nomes, opcionalmente, abreviados. Também opcionalmente, poderá utilizar na firma algum apelido ou descrição da atividade. Sendo assim, são firmas válidas: Fulano da Silva, B. Silva, Beltrano Silva & Cia, C. da Silva & Cia. Produtores de Eventos, Sicrano da Silva Bigodudo & Cia Reformas. Por óbvio, segundo o princípio da veracidade, os nomes dos sócios constantes na firma deverão corresponder à realidade, assim como qualquer outra descrição, por exemplo, a atividade. Já a denominação é muitas vezes confundida com a marca, pois utiliza-se, ao invés do nome dos sócios, de uma expressão de uso comum (ou vulgar, aqui, no sentido de coloquial) ou expressões fantasiosas (ou seja, originais). Porém, como já dito, não se deve confundi-las. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 34 Vejamos o nosso exemplo da Lanches Saborosos: esta expressão pode ser o nome de fantasia, assim como uma marca registrada, porém, nada impede que a expressão também conste no nome empresarial, como uma denominação, na forma Lanches Saborosos Refeições Ltda. As duas primeiras palavras formam a expressão de uso comum, a terceira indica o objeto e a quarta o tipo societário. Embora semelhantes, o nome de fantasia e o nome empresarial continuam distintos, pois o primeiro é uma forma reduzida dosegundo. Na denominação, a expressão pode ser qualquer uma que não seja ilegal (não atente contra à moral e aos bons costumes) e não confunda o consumidor ou qualquer um que venha tratar com a sociedade empresária — pois só sociedades empresárias (e somente algumas delas, como se pode ver no texto da IN 116, art. 3º) podem ter denominação. O objeto, obviamente, deve indicar a atividade de forma verídica. Há uma diferença importantíssima entre a firma e a denominação: quando o empresário usa firma, ele a assina ao contratar. Isto é, a firma serve de assinatura para o empresário. No caso da denominação, não. O representante utilizará sua própria assinatura ao realizar os contratos em nome da sociedade empresarial. 15. (CESPE - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2012) De acordo com a legislação pertinente, as microempresas ou empresas de pequeno porte que não optarem pelo SIMPLES Nacional poderão integrar e realizar negócios de compra e venda de bens, para os mercados nacionais e internacionais, por meio de sociedade de propósito específico, nos termos e condições estabelecidos pelo Poder Executivo federal. Comentários à questão 15 A questão está errada. O certo é as microempresas ou empresas de pequeno porte que optarem. Vejamos o art. 56 da LC nº 123: Art. 56. As microempresas ou as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional poderão realizar negócios de compra e venda, de bens, para os mercados nacional e internacional, por meio de sociedade de propósito específico, nos termos e condições estabelecidos pelo Poder Executivo federal. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 35 16. (TRT - 3ª Região - MG – Juiz, 2012) Assinale a opção correta, após a análise das afirmativas abaixo: I – Segundo o Código Civil de 2002, podem exercer atividade de empresário os que tiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos, assim estão excluídos da possibilidade de ser empresário os absolutamente incapazes e os relativamente incapazes. É, todavia, possível que, antes de dezoito anos, a pessoa possa exercer atividade de empresário, sem qualquer restrição, desde que seja menor com mais de quatorze anos e que seja emancipado pelos pais. A emancipação também pode ocorrer pelo casamento, ou pelo exercício de emprego público ou pela colação de grau em curso de ensino superior ou tratando-se de menor com dezesseis anos completos, por ter economia própria, pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego. II – O instrumento de emancipação dos menores deve ser arquivado no Registro Público de Empresas Mercantis, também conhecido como Junta Comercial, que é o órgão competente para o registro de todos os atos concernentes à atividade empresária. III – São proibidos de efetivo exercício de atividade empresarial os funcionários públicos, a não ser como acionistas ou quotistas de sociedade empresária. Também estão proibidos de exercer o comércio os militares, a não ser que tenham sido reformados, os leiloeiros, corretores e despachantes aduaneiros e, por fim, também o falido, cuja inabilitação se dá a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, ocasião em que ele fica autorizado novamente a exercer ofício empresarial, exceto se condenado por crime falimentar. IV – Aquele que é proibido de exercer e, mesmo assim, exerce atividade empresarial estará desenvolvendo uma atividade irregular e sujeito a uma série de penalidades estabelecidas em leis próprias: sendo funcionário público que participe de gerência ou administração de empresa privada, pode haver a perda do cargo (penalidade administrativa), mas não há penalidade descrita na Lei de Contravenções Penais. V – A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, e a exercer, responderá pelas obrigações contraídas. Os atos praticados pelo proibido de comerciar terão plena validade em relação a terceiros. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 36 a) Somente as afirmativas I, II e V estão corretas. b) Somente as afirmativas II, III e V estão corretas. c) Somente as afirmativas I, III e V estão corretas. d) Somente as afirmativas I, IV e V estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. Comentários à questão 16 Esta longa questão trata da incapacidade e dos impedimentos para o exercício da atividade empresarial. É uma questão complexa, pois não trata apenas do Direito Empresarial, mas estabelece conexões com o Direito Civil, o Direito Penal e o Direito Administrativo. O primeiro item trata da questão da emancipação, atinente ao Direito Civil. De fato, a uma simetria entre a capacidade civil e a capacidade empresarial. O incapaz não pode exercer a empresa. Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. Porém, como determina o art. 5º, do CC/2002, e seu parágrafo, o menor emancipado estará apto para todos os atos da vida civil. O item I, assim, estaria correto se não fosse por um pequeno detalhe. Onde se lê “quatorze anos”, o certo seria “dezesseis anos”. O item II também trata da emancipação, pois o instrumento de emancipação dos menores deve ser arquivado no Registro Público de Empresas Mercantis. A regra provém do art. 976 do CC/2002: Art. 976. A prova da emancipação e da autorização do incapaz, nos casos do art. 974, e a de eventual revogação desta, serão inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas Mercantis. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 37 O item III já trata dos impedidos. Temos dois tipos de vedações ao exercício de empresa: a incapacidade e os impedimentos legais. Quanto a estes, o Código Civil, ao contrário do Código Comercial de 1850, não arrolou os diversos casos de impedimento. Apenas o §1º do art. 1.011 menciona impedimentos à administração de sociedades empresárias, que a doutrina estende aos empresários individuais: Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação. Além disso, por regra, quem exerce cargo público ou é militar não pode ser empresário individual, como, por exemplo: � Servidores públicos federais — art. 117, X, da Lei 8.112/1990. � Magistrados — art. 36, I, da LC 35/1979. � Membros do Ministério Público — art. 44, III, da Lei 8.625/1993. � Militares — art. 29 da Lei 6.880/1980. Veja que estas pessoas não podem ser empresárias individuais, mas podem ser sócias de sociedades empresárias, contanto que estas sejam de responsabilidade limitada e elas não exerçam funções de administração ou gerência. Em síntese, deverão ser sócios investidores, cujos detalhes veremos nas aulas de Direito Societário. O item IV trata da regularidade do empresário. O erro deste item encontra-se no fato de haver, na Lei de Contravenções Penais, o seguinte dispositivo: Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício: DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 38 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses,ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. Já o item V está correto, pois é a letra da Lei do Código Civil, que assim dispõe: Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas. Estando corretos os itens II, III e V, a resposta certa é a A. 17. (OAB-SC - Exame de Ordem - 1 - Primeira Fase, 2007) Assinale a alternativa correta: a) A denominação da sociedade limitada deve designar o seu objeto, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios. b) A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo vocábulo “cooperada”. c) O nome de sócio que é pessoa jurídica pode compor a firma de sociedade limitada. d) O nome empresarial pode ser alienado. Comentários à questão 17 Outra questão sobre o nome empresarial, cuja solução é relativamente fácil. A resposta correta é a letra A, pois é menção literal do §2º do art. 1.158 do CC/2002. A resposta B está errada, pois, conforme o art. 1.159, CC/2002, o vocábulo é “cooperativa” e não “cooperada”. A resposta C contraria o §1º do mesmo art. 1.158, da resposta A, que assim diz: “a firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social”. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 39 A resposta D está errada, pois, como já foi visto, o nome empresarial não pode ser alienado. 18. (ESAF - SET-RN - Auditor Fiscal do Tesouro Estadual - 2005) A obrigação de manter a escrituração das operações comerciais seja em livros seja de forma mecanizada, em fichas ou arquivos eletrônicos, a) serve para que, periodicamente, se apure a variação patrimonial. b) permite que se apure o cumprimento das obrigações e sua regularidade. c) serve para preservar informações de interesse dos sócios das sociedades empresárias. d) constitui prova do exercício regular de atividade empresária. e) facilita a organização de balancetes mensais para prestação de contas aos sócios. Comentários à questão 18 A alternativa D é a correta. Não há nenhum dispositivo específico, mas decorre da sistemática do ordenamento jurídico. 19. (ESAF - SET-RN - Auditor Fiscal do Tesouro Estadual - 2005) Os requisitos previstos em lei para que as pessoas naturais sejam qualificadas como empresários destinam-se a a) garantir o cumprimento de obrigações contraídas no exercício de atividade profissional. b) impedir, em face do registro obrigatório, que incapazes venham a ser considerados empresários. c) facilitar a aplicação da teoria da aparência. d) por conta da inscrição no Registro de Empresas, servirem para dar conhecimento a terceiros sobre os exercentes da profissão. e) facilitar o controle dos exercentes de atividades empresariais. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 40 Comentários à questão 19 Esta questão também não apresenta uma resposta que espelha um dispositivo da lei de forma exata. O candidato precisa ter noções da sistemática do ordenamento jurídico e da doutrina teórica. A resposta correta é a letra A, pois as obrigações do empresário têm a função de garantir a segurança jurídica. 20. (CESPE - OAB-SP - Exame de Ordem - 2 - Primeira Fase, 2008) Com relação aos empresários, às sociedades e às relações de família, assinale a opção correta. a) Os casados sob o regime da comunhão universal podem contratar sociedade entre si. b) O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los com ônus real. c) Tanto os herdeiros do cônjuge de sócio quanto o cônjuge de sócio que tenha se separado judicialmente podem exigir desde logo a parte que lhes couber na quota social. d) Diferentemente do que sucede com a fiança, qualquer dos cônjuges, sem autorização do outro, pode prestar aval. Comentários à questão 20 A questão mescla Direito de Família com Direito Empresarial. De fato, o regime matrimonial impõe certas restrições à atividade empresária. A resposta correta é a B, pois é a que reproduz o texto expresso da Lei. O Código Civil de 2002, em seu art. 278, dispõe que: Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 41 A resposta A encontra-se errada, pois o art. 977 do CC/2002 dispõe que: Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. A resposta C também contraria a Lei, pois o art. 1.127 assim diz: Art. 1.027. Os herdeiros do cônjuge de sócio, ou o cônjuge do que se separou judicialmente, não podem exigir desde logo a parte que lhes couber na quota social, mas concorrer à divisão periódica dos lucros, até que se liquide a sociedade. Quanto à resposta D, sua solução também encontra-se na letra da Lei. O Art. 1.647, III, do CC/2002, determina que: Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; III - prestar fiança ou aval; IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. Esta questão nos ensina duas coisas. Primeiro, que a maioria das soluções às questões apresentadas em concurso encontra-se na própria letra da Lei. É de suma importância que o prezado candidato conheça a legislação. Em segundo lugar, quando se diz que tal ramo do Direito é autônomo, esta autonomia não DIREITO EMPRESARIAL (Auditor Fiscal – RF) PROFESSOR: ANTONIO NÓBREGA Prof. Antônio Nóbrega www.pontodosconcursos.com.br 42 é absoluta e muitas vezes meramente didática. O Direito é um sistema cujas partes todas se integram. O Direito Empresarial comunica-se com o Direito Constitucional, Administrativo, Tributário, Penal, Contratual, de Família, sendo necessário que o estudo de todos. 21. (VUNESP - TJ-RJ - Juiz, 2011) Quanto ao nome empresarial, assinale a alternativa correta. a) Nas sociedades limitadas, os administradores que omitirem a palavra “limitada” no uso da firma ou denominação social serão responsáveis solidariamente, desde que ajam com dolo comprovado e assumam obrigações com valor superior a 10 salários mínimos vigentes no país. b) A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do território nacional, independentemente de registro na forma da lei especial. c) É de 4 (quatro) anos o prazo para o prejudicado intentar ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato. d) Equipara-se ao nome empresarial, para efeitos de proteção legal, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. Comentários à questão 21 Nesta questão sobre o nome empresarial, mais uma vez, temos a resposta na letra da Lei. É a alternativa D, que corresponde ao parágrafo único do art. 1.155, do CC/2002: Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei,
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