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Aula 09 LUIZ BIVAR JR

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CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA: 
JUDICIÁRIA 
PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 
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AULA 09 
PRISÕES E MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS (arts. 282 e seguintes 
do CPP. Lei nº 12.403/2011) 
Olá, caros alunos!! 
Chegamos à última aula de nosso curso online de processo penal para 
Analista Judiciário do STJ. Antes de tudo, espero sinceramente que tenham 
gostado do curso. Buscarei sempre melhorá-lo, aula após aula. 
Hoje falaremos sobre as PRISÕES CAUTELARES e MEDIDAS 
CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO, abordando também a LIBERDADE 
PROVISÓRIA. Trata-se de tema relevante, pois foi recentemente alterado 
pela Lei nº 12.403/2011. 
I) INTRODUÇÃO: 
Prisão é a privação, mais ou menos intensa, da liberdade ambulatória 
de uma pessoa. Em outras palavras, é o cerceamento legal da liberdade de 
locomoção (o motivo deve estar predeterminado em lei). Nos termos do art. 
5º, LXI, da Constituição Federal “ninguém será preso senão em flagrante 
delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente 
militar, definido em lei.” 
A prisão sempre foi (ou, pelo menos, deveria ser) uma medida de 
exceção no sistema penal brasileiro. A regra é o acusado responder ao 
processo em liberdade, só devendo ser preso durante o processo caso se 
mostre realmente necessário. Isso ficou agora ainda mais claro com o 
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advento da Lei nº 12.403/2011 que, como veremos, trouxe um rol de 
medidas cautelares diversas da prisão (arts. 319 e 320, CPP). Assim, antes 
de decretar a prisão cautelar do agente, o juiz deverá verificar se é possível 
impor qualquer das medidas cautelares diversas. 
II) MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO: 
A grande novidade trazida pela Lei nº 12.403/2011 foi, sem dúvida 
alguma, o rol de medidas cautelares diversas da prisão (arts. 319 e 320, 
CPP) que agora poderão ser impostas pelo juiz como alternativas ao cárcere. 
Só a título de curiosidade, segundo o Conselho Nacional de Justiça, em 
dezembro de 2010, o Brasil contava com aproximadamente 440.000 presos, 
sendo que, desse total, 44% (ou seja, mais de 200.000 presos) eram presos 
provisórios. Isso significa que quase a metade da população carcerária 
brasileira está presa sem ter sido ainda condenada. Daí a importância da Lei 
nº 12.403/2011 e dessas medidas cautelares diversas da prisão. 
Antes do advento da referida lei dizíamos que o sistema cautelar de 
prisões brasileiro era bipolar, ou seja, no decorrer do processo, havia 
apenas duas opções: o agente respondia preso ou solto. Com a Lei nº 
12.403/2011 o sistema de prisões brasileiro passou a ser multicautelar. 
Agora, o juiz conta com um rol de 10 (dez) medidas cautelares diversas da 
prisão que podem ser impostas como alternativas ao cárcere. 
Essas medidas podem ser impostas isolada ou cumulativamente. 
Assim, nada impede que o juiz cumule duas ou mais dessas medidas 
cautelares. 
Requisitos: 
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As medidas cautelares diversas da prisão sujeitam-se aos requisitos 
gerais de toda e qualquer medida cautelar penal (fumus comissi delicti e 
periculum libertates), além dos requisitos do art. 282 e 283, § 1º do CPP. 
a) Fumus comissi delicti e periculum libertates: devemos 
entender o fumus comissi deliciti como uma probabilidade de 
condenação, ou seja, devem existir provas da materialidade e 
indícios de autoria. Ademais, exigi-se o periculum libertates, isto 
é, o risco que a liberdade do agente representa. Significa dizer que 
caso se espere o regular andamento do processo, para a final 
obtermos um decreto condenatório, a prisão provavelmente terá 
ser tornado algo inútil, seja por que o réu já fugiu, ameaçou 
testemunhas, etc; 
b) Requisitos do art. 282, CPP: a medida cautelar deve ser 
necessária para a aplicação da lei penal, para a investigação ou 
instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para 
evitar a prática de infrações penais. Além disso, exige-se a 
adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato 
e condições pessoais do indiciado ou acusado. Resumindo, a 
medida deve ser necessária e adequada (princípio da 
proporcionalidade ou da razoabilidade); 
c) Requisito do § 1º do art. 283 do CPP: qualquer das medidas 
cautelares que veremos em seguida só poderá ser aplicada se a 
infração for punida com pena privativa de liberdade. 
Espécies: 
As medidas cautelares diversas da prisão estão previstas nos artigos 
319 e 320 do CPP. São elas: 
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a) comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições 
fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; 
b) proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, 
por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado 
permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas 
infrações; 
c) proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por 
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado 
dela permanecer distante; 
d) proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja 
conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; 
e) recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga 
quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; 
f) suspensão do exercício de função pública ou de atividade de 
natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de 
sua utilização para a prática de infrações penais; 
g) internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes 
praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos 
concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código 
Penal) e houver risco de reiteração; 
h) fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o 
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu 
andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; 
i) monitoração eletrônica; 
j) proibição de se ausentar do país, nos termos do art. 320 do CPP. 
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Não há prazo máximo de duração das referidas medidas cautelares. 
Assim, de acordo com a jurisprudência, tais medidas podem durar enquanto 
o processo estiver em andamento e estiverem presentes os seus requisitos. 
Finalmente, nos casos de descumprimento aplica-se o § 4º do art. 282 
do CPP. Nesse caso, o juiz, de ofício ou mediante requerimento do Ministério 
Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, 
impor outra em cumulação ou, em último caso, decretar a prisão preventiva. 
III) PRISÕES CAUTELARES: 
Vistas as medidas cautelares diversas da prisão trazidas pela Lei nº 
12.403/2011, passemos agora ao estudo das prisões cautelares. 
Prisão cautelar, provisória ou processual é aquela que ocorre 
antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória (comojá 
vimos, a prisão durante o processo só deve ocorrer em último caso, quando 
estritamente necessária). Exemplos de prisão cautelar ou provisória: Prisão 
Preventiva e Prisão Temporária. A prisão em flagrante, como veremos 
adiante, é uma prisão pré-cautelar que não se justifica por si só. 
Nos casos em que a prisão ocorre após o trânsito em julgado da 
sentença penal condenatória será chamada de prisão definitiva. 
a) Requisitos das Prisões Cautelares: 
As prisões cautelares sujeitam-se aos mesmos requisitos das medidas 
cautelares diversas da prisão, acrescendo-se alguns pressupostos próprios, 
que serão estudados quando tratarmos de cada tipo de prisão. 
b) Disposições Gerais sobre as prisões: 
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Antes de passarmos ao estudo de cada prisão cautelar, destaco alguns 
requisitos gerais sobre as prisões. 
Em regra, o instrumento formal que autoriza uma prisão é o mandado 
de prisão. Nos termos do art. 285 do CPP: 
“Art. 285 – A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o 
respectivo mandado. 
Parágrafo único – O mandado de prisão: 
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade; 
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, 
alcunha ou sinais característicos; 
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão; 
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a 
infração; 
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.” 
A falta da exibição do mandado não obsta a prisão nos casos em que a 
infração for inafiançável (art. 287). Nesse caso, o preso deve ser 
imediatamente apresentado à autoridade que tiver expedido a ordem. 
A prisão daquele que se encontrar em outra comarca (fora da 
jurisdição do juiz processante) deverá ser requerida por meio da carta 
precatória, que conterá o inteiro teor do mandado (art. 289 do CPP). 
Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de 
comunicação, do qual constará o motivo da prisão e o valor da fiança, se 
arbitrada (redação dada pela Lei nº 12.403/2011). 
Caso o acusado esteja sendo perseguido e passe para o território de 
outro município ou comarca, a autoridade (ou particular) que o estiver 
perseguindo poderá efetuar a prisão no lugar onde o alcançar no outro 
município. Nesse caso, o preso deve ser imediatamente apresentado à 
autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de prisão em 
flagrante, providenciará a remoção do preso (art. 290 do CPP). 
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O art. 295 do CPP traz a previsão da prisão especial que, apesar de 
críticas, não foi abolida pela Lei nº 12.403/2011. Nos termos do referido 
artigo: 
“Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição 
da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação 
definitiva: 
I - os ministros de Estado; 
II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o 
prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos 
municipais, os vereadores e os chefes de Polícia; 
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia 
Nacional e das Assembleias Legislativas dos Estados; 
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito"; 
V–os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Territórios; 
VI - os magistrados; 
VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República; 
VIII - os ministros de confissão religiosa; 
IX - os ministros do Tribunal de Contas; 
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, 
salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o 
exercício daquela função; 
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, 
ativos e inativos. 
§ 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste 
exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. 
§ 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este 
será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento. 
§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os 
requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de 
aeração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência 
humana. 
§ 4o O preso especial não será transportado juntamente com o preso 
comum. 
§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do 
preso comum.” 
De acordo com o art. 295 do CPP, a prisão especial será feita em 
quartéis ou prisões especiais (admiti-se, entretanto, que se reserve alas 
especiais dentro de presídios comuns). Atualmente a prisão especial nada 
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mais é do que separar e transportar separadamente essa modalidade de 
presos dos presos comuns (nada impede que dois ou mais presos especiais 
dividam a mesma cela). 
A prisão especial só existe enquanto tiver natureza cautelar, ou seja, 
antes de transitar em julgado a sentença. Caso já haja decisão condenatória 
com trânsito em julgado, não há mais que se falar em prisão especial, sendo 
estes colocados juntos como os presos comuns. Algumas autoridades, 
entretanto, continuam com direito à prisão especial mesmo depois da 
sentença já ter transitado em julgado. Exemplo: presos que, ao tempo do 
fato, eram funcionários da Administração da Justiça Criminal (art. 84, § 2º, 
da Lei nº 7.210/84 – LEP). 
Observação: Os jurados continuam com o direito à prisão especial. 
Isso ocorre, pois, embora a Lei nº 12.403/2011 tenha alterado a redação do 
art. 439 do CPP e retirado tal previsão, o art. 295 do Estatuto Processual 
Penal continua fazendo menção expressa a eles em seu inciso X. 
c) PRISÃO EM FLAGRANTE: 
Nos termos do art. 5º, LXI, da Constituição, “ninguém será preso 
senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de 
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou 
crime propriamente militar, definidos em lei”. 
A palavra “fragrante” vem do latim flagrare e significa “aquilo que 
queima, arde”. O flagrante nada mais é do que a visibilidade do delito, ou 
seja, o agente é surpreendido no exato momento da prática do delito. 
Veremos, entretanto, que existem vários tipos de flagrante. 
Com a Lei nº 12.403/2011, ficou nítido que o flagrante passou a 
constituir uma prisão pré-cautelar, uma vez que não se justifica por si só. 
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Isso fica bem claro com a nova redação do art. 310 do CPP. Nos termos 
deste artigo: 
“Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá 
fundamentadamente: 
I - relaxar a prisão ilegal; ou 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os 
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem 
inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; 
ou 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que 
o agente praticou o fato nas condições constantesdos incisos I a III do 
caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - 
Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado 
liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos 
processuais, sob pena de revogação.” 
Notem que, mesmo tendo sido preso em flagrante, o juiz, ao receber o 
auto de prisão e percebendo a legalidade da prisão, deverá converter o 
flagrante em preventiva, quando presentes seus requisitos, e se revelarem 
inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão, ou, 
não se mostrando a prisão necessária, conceder a liberdade provisória. 
Vemos, então, que ninguém fica preso durante o processo simplesmente por 
ter sido preso em flagrante. 
Espécies de flagrante: 
a) Obrigatório e facultativo: está previsto no art. 301 do CPP. 
Qualquer pessoa do povo pode prender em flagrante (flagrante 
facultativo), enquanto que para a autoridade policial e seus agentes, o 
flagrante é obrigatório. Conforme doutrina majoritária, mesmo o policial de 
folga está sujeito ao flagrante obrigatório. 
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b) Real ou próprio (art. 302, I e II, CPP): ocorre quando o agente 
está cometendo a infração ou acaba de cometê-la; 
c) Impróprio ou quase-flagrante (art. 302, III, do CPP): ocorre 
quando o agente é perseguido, logo após, pela autoridade, ofendido ou por 
qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração. Essa 
perseguição deve ser ininterrupta, admitindo-se o rodízio de policiais. Não se 
exige, porém, contato visual a todo instante. Essa perseguição deve ser 
iniciada logo após a infração; 
d) Ficto ou Presumido (art.302, IV, do CPP): ocorre quando o 
agente é encontrado, logo depois, com armas, objetos ou papéis que façam 
presumir ser ele autor da infração. Note que o agente deve ser encontrado 
logo depois da infração. A expressão “logo depois” do flagrante ficto contém 
um lapso temporal superior ao da expressão “logo após” do flagrante 
impróprio; 
e) Preparado ou Provocado: é aquele em que existe a figura do 
agente provocador (“isca”). Também é chamado de delito putativo por obra 
de agente provocador. Ocorre quando o agente é induzido a cometer uma 
infração que não cometeria espontaneamente e que não tem a mínima 
chance de se consumar (existe a figura do agente provocador que induz o 
agente a cometer a infração). É ilegal e a prisão deve ser relaxada. Para o 
STF trata-se de modalidade de crime impossível (Súmula nº 145 do STF). 
Exemplo: policial que se faz passar por vítima de estupro para capturar 
estuprador que está a solta; 
f) Esperado: neste não há que se falar em agente provocador. 
Ocorre quando a autoridade toma conhecimento, com antecedência, de que 
uma infração penal será praticada, tomando todas as cautelas para evitar 
que ela se consume. Esse flagrante é legal e a prisão pode ser mantida. 
Exemplo: previamente avisados de que haveria um roubo em uma agência 
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bancária, policiais se dirigem, pouco antes, para o local do crime, onde ficam 
esperando os criminosos para efetuar a prisão; 
g) Fabricado ou forjado: ocorre quando se atribui a alguém um 
crime que ele nunca praticou, fabricando-se toda a situação. Esse flagrante 
é ilegal, e aquele que tiver forjado a situação responderá por crime. 
Exemplo: policial que coloca droga no automóvel do agente, alegando que a 
droga foi encontrada lá; 
h) Retardado ou Prorrogado: ocorre nas organizações criminosas 
(Lei 9.034/95) e em caso de drogas (Lei nº 11.343/06). Essas leis autorizam 
que o agente infiltrado em uma organização criminosa, ao se deparar com 
uma situação de flagrante, não efetue a prisão naquele momento, podendo 
prorrogá-la ou retardá-la no tempo, esperando a melhor oportunidade para 
efetuar a prisão, após reunir as provas de que necessita. 
Observações sobre o flagrante: 
a) Os crimes permanentes admitem o flagrante enquanto não cessar a 
permanência do crime (art. 303 do CPP). Ex: no sequestro 
considera-se em flagrante enquanto o agente tiver em cativeiro; 
b) Os crimes de ação penal pública condicionada à representação e 
ação penal privada admitem a prisão em flagrante. No entanto, o 
auto de prisão em flagrante só poderá ser lavrado se houver a 
prévia manifestação de vontade da vítima ou do seu representante 
legal; 
c) Os deputados e senadores; os magistrados e membros do 
Ministério Público e os advogados, por crimes cometidos no 
exercício de suas funções, somente poderão ser presos em 
flagrante se a infração for inafiançável. Já o Presidente da 
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República; o menor de 18 anos e os agentes diplomáticos não estão 
sujeitos ao flagrante; 
d) Nota de culpa (art.306, § 2º do CPP): é o documento que deve ser 
entregue ao preso em flagrante, em até 24 horas depois de sua 
prisão, contendo os motivos da prisão, o nome do condutor e das 
testemunhas. A não expedição da nota de culpa, no prazo legal, 
gera o relaxamento da prisão; 
e) O flagrante, nos termos do art. 306, CPP, será imediatamente 
comunicado ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do 
preso ou à pessoa por ele indicada. Ademais, em até 24 horas após 
a prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em 
flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, 
cópia integral para a Defensoria Pública. Chamo a atenção dos 
senhores, para o fato de que a Defensoria só receberá cópia do 
auto de prisão em flagrante, nos casos em que o agente não indica 
o nome de seu advogado. 
d) PRISÃO PREVENTIVA (arts. 311 a 316, CPP): 
A prisão preventiva é a prisão cautelar por excelência. Conforme 
estudado, com a Lei nº 12.403/2011, essa modalidade de prisão passou a 
constituir a extrema ratio da ultima ratio, ou seja, a prisão deve ser a última 
opção dentro do direito penal (este último já é a última opção do sistema). 
A preventiva será cabível tanto durante a fase do inquérito policial
quanto durante o processo. 
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Somente o juiz poderá decretá-la, de ofício (se no curso da ação 
penal), ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do 
assistente, ou por representação da autoridade policial. 
Requisitos: 
a) Em primeiro lugar, a prisão preventiva (por se tratar de uma 
medida cautelar) deve observar os mesmos requisitos das 
medidas cautelares diversas da prisão; 
b) Requisitos Gerais do art. 313, CPP. Nos termos deste artigo, 
será admitida a prisão preventiva: 
b.1) nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade 
máxima superior a 4 (quatro) anos; 
b.2) se tiver sido condenado por outro crime doloso, em 
sentença transitada em julgado (reincidente em crime doloso); 
b.3) se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a 
mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com 
deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de 
urgência; 
b.4) Também será admitida a prisãopreventiva quando houver 
dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não 
fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o 
preso ser colocado imediatamente em liberdade após a 
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção 
da medida. 
Notem, senhores, que esse requisitos são alternativos, de modo que 
basta a presença de qualquer uma dessas 4 (quatro) situações; 
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c) Pressupostos Específicos do art. 312, CPP: exige-se a presença 
de, pelo menos, um. 
c.1) Garantia da ordem pública: existe o risco do 
cometimento de novas infrações. Aqui se busca restabelecer a 
paz social; 
c.2) Garantia da ordem econômica: esse requisito possui o 
mesmo significado do anterior (risco do cometimento de novas 
infrações), porém aplica-se a crimes específicos, isto é, àqueles 
que abalam a ordem econômica do Estado. Principais exemplos: 
crimes contra o sistema financeiro nacional, contra a ordem 
econômica e tributária, de lavagem de dinheiro, etc; 
c.3) Para garantir a conveniência da instrução criminal: 
ocorre nos casos em que o acusado, solto, dificulta ou impede o 
regular andamento processual, seja porque ameaça 
testemunhas, forja provas, apaga os vestígios deixados pelo 
delito, etc. A prisão surge assim para permitir que o processo 
retome o seu curso normal; 
c.4) Para assegurar a aplicação da lei penal: ocorre nos 
casos em que há risco concreto de fuga por parte do acusado; 
c.5) nos casos de descumprimento de qualquer das 
obrigações impostas por força de outras medidas 
cautelares: esse requisito foi introduzido pela Lei nº 
12.403/2011 e permite a decretação da preventiva caso o 
agente descumpra as outras medidas cautelares anteriormente 
impostas. 
Observações: 
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a) A prisão preventiva poderá ser decretada e revogada quantas vezes 
for necessário, conforme estejam ou não presentes os seus 
requisitos; 
b) Não cabe a prisão preventiva nos seguintes casos: 
• Nas contravenções penais; 
• Nos crimes culposos; 
• Quando o acusado tiver agido acobertado por uma excludente 
da ilicitude (art. 23 do CP) c/c art. 314, CPP; 
• Diante do clamor público ou da simples revolta ou repulsa 
social; 
• Diante da simples gravidade do crime; 
e) PRISÃO TEMPORÁRIA (Lei nº 7.960/89): 
Diferentemente do que ocorre na preventiva, a prisão temporária 
somente será cabível durante a fase do inquérito policial. Alem disso, será 
decretada pelo juiz, mediante requerimento do Ministério Público ou 
representação da autoridade policial. Notem que a temporária não pode ser 
decretada de ofício pelo juiz. 
Requisitos (art.1 da Lei nº 7.960/89): 
a) Que haja fundadas razões de autoria ou participação do indiciado 
em um dos seguintes crimes (inciso III): 
• homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); 
• sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 
2°); 
• roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); 
• extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); 
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• extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° 
e 3°); 
• estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, 
caput, e parágrafo único); 
• atentado violento ao pudor (REVOGADO PELA LEI Nº 
12.015/2009); 
• rapto violento (REVOGADO PELA LEI Nº 11.106/05). 
• epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); 
• envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou 
medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado 
com art. 285); 
• quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; 
• genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro 
de 1956), em qualquer de sua formas típicas; 
• tráfico de drogas (art. 33 da Lei n° 11.343, de 2006); 
• crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho 
de 1986). 
b) Que a prisão se mostre imprescindível para as investigações 
policiais (inciso I); 
c) quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer 
elementos necessários ao esclarecimento de sua identificação. 
Para a decretação da temporária, exige-se necessariamente a 
presença do inciso III do art. 1º da Lei nº 7.960/89 (que seja um dos crimes 
elencados na lei), conjugado com o inciso I (imprescindibilidade da prisão 
para as investigações policiais) ou com o inciso II (indiciado não tem 
residência fixa ou não fornece elementos necessários ao esclarecimento de 
sua identidade). 
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Não se exige, assim, a presença de todos os requisitos, e sim o II + 
III ou I + III ou I + II + III. 
Prazo de duração: 
O prazo de duração da prisão temporária é, em regra, de 5 (cinco) 
dias, prorrogáveis por igual período, em caso de extrema e comprovada 
necessidade. 
Em se tratando de crimes hediondos e equiparados (tráfico de drogas, 
tortura, terrorismo) o prazo máximo de duração é de 30 (trinta) dias, 
prorrogáveis por igual período, em caso de extrema e comprovada 
necessidade. 
9 Observação: Expirado o prazo pelo qual foi fixada a prisão 
temporária, o preso deve ser posto imediatamente em liberdade pela 
autoridade policial, que não precisará de ordem judicial, sob pena de 
responder pelo crime de abuso de autoridade. 
LIBERDADE PROVISÓRIA (arts. 321 a 350 do CPP): 
Como já mencionado, a prisão, no direito brasileiro, é medida de 
exceção. A regra é o acusado responder ao processo em liberdade, somente 
devendo ser preso após o trânsito em julgado de sentença condenatória em 
que se impôs pena privativa de liberdade. Com a nova redação do art. 310, 
CPP dada pela Lei nº 12.403/2011, tal ideia ficou ainda mais clara: 
“Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá 
fundamentadamente: 
I - relaxar a prisão ilegal; ou 
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II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os 
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem 
inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que 
o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do 
caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - 
Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado 
liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos 
processuais, sob pena de revogação.” 
Como se pode perceber, a regra é a liberdade, a exceção é a sua 
privação nos termos da lei, que só deve ocorrer em casos de absoluta 
necessidade. Tenta-se, assim, conciliar os interesses sociais que, de um 
lado, exigem a aplicação de uma pena ao autor de um crime e, de outro, 
protegem o direito do acusado de não ser preso, senão quando consideradoculpado por sentença condenatória transitada em julgado. 
É nesse contexto que surge o instituto da liberdade provisória, previsto 
no art. 5º, LXVI, da Constituição da República. De fato, ninguém será levado 
à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou 
sem fiança. 
A liberdade provisória é uma contracautela que substitui a custódia 
provisória, com ou sem fiança. Diz-se contracautela, pois a cautela é a 
prisão. Assim, a liberdade provisória é uma contraposição, cujo antecedente 
lógico é a prisão cautelar. 
Espécies: 
Com a Lei nº 12.403/2011 passamos a ter as seguintes espécies de 
liberdade provisória: 
a) Liberdade Provisória Obrigatória (ou Desvinculada): 
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Nessa primeira modalidade de liberdade provisória, o agente será 
colocado em liberdade independentemente do pagamento de fiança e sem se 
sujeitar a qualquer vinculação ou condição. Ocorrerá em 2 (dois) casos: 
i) Art. 69, parágrafo único, da Lei nº 9.099/95: a Lei dos 
Juizados Especiais Criminais estabelece que ao autor do fato 
(acusado) que, após a lavratura do termo circunstanciado, for 
imediatamente encaminhado ao Juizado Especial ou assumir o 
compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em 
flagrante, nem se exigirá fiança; 
ii) Art. 48, § 2º da Lei nº 11.343/2006: aplica-se para o usuário de 
drogas (art. 28 da referida lei). Nesse caso, não se imporá prisão 
em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente 
encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o 
compromisso de a ele comparecer. 
• Observação: a Lei nº 12.403/2011 alterou a redação do art. 
321 do CPP, extinguindo antiga hipótese de liberdade provisória 
obrigatória para os casos em que o “réu se livrava solto”. 
b) Liberdade Provisória Permitida (ou Vinculada): 
Esse tipo de liberdade provisória ocorre em determinadas hipóteses 
em que o legislador admitiu a concessão desse instituto, porém sujeitou o 
acusado ao cumprimento de certas condições, sob pena de revogação. As 
condições às quais o réu estará sujeito encontram-se previstas nos arts. 327 
e 328 do Código de Processo Penal: 
a) obrigação de comparecer a todos os atos do processo (art. 327 
do CPP); 
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b) proibição de o réu mudar de residência, sem prévia permissão da 
autoridade processante (art. 328, 1ª parte, do CPP); 
c) proibição de o réu ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua 
residência, sem comunicar à autoridade processante o lugar 
onde será encontrado (art. 328, 2ª parte, do CPP). 
Como se vê, o legislador permite a concessão de liberdade provisória, 
porém sujeita o acusado a certas condições. O réu fica livre, mas vinculado 
ao processo. 
A Liberdade Provisória Permitida (ou vinculada) admite os seguintes 
subtipos: 
a) Liberdade com fiança; 
b) Liberdade com fiança, mais as cautelares diversas do art. 319; 
c) Liberdade sem fiança; 
d) Liberdade sem fiança, porém com as medidas cautelares diversas 
do art. 319; 
e) Liberdade Provisória do art. 310, parágrafo único, CPP; 
f) Liberdade Provisória do art. 350, CPP. 
Basicamente, o que diferencia os subtipos de liberdade provisória 
descritos acima é a imposição ou não de fiança e das outras cautelares 
diversas da prisão. 
A Lei nº 12.403/2011, relativamente ao tema da liberdade provisória, 
trouxe várias opções ao magistrado, podendo conjugar o instituto da fiança 
com as outras medidas cautelares diversas da prisão. A fiança será estudada 
em breve. 
Antes, porém, chamo a atenção para a liberdade provisória prevista no 
parágrafo único do art. 310 do CPP. Nos termos do referido dispositivo: 
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“Art. 310. (...) 
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que 
o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do 
caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - 
Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado 
liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos 
processuais, sob pena de revogação.” 
Esse dispositivo permite ao juiz conceder liberdade provisória ao 
acusado, independentemente de fiança ou da imposição de qualquer outra 
cautelar diversa, desde que sua conduta se encaixe no art. 23 do Código 
Penal (causas excludentes da ilicitude do fato), pouco importando se o crime 
é inafiançável ou não. O fundamento para a existência desse dispositivo é 
que o acusado agiu acobertado por uma excludente da ilicitude, ou seja, de 
acordo com o direito, não havendo, portanto, razão para que permaneça 
preso. 
Não podemos nos esquecer também da Liberdade Provisória prevista 
no art. 350 do CPP: 
“Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação 
econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-
o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras 
medidas cautelares, se for o caso. 
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer 
das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do 
art. 282 deste Código.” 
O caso em questão refere-se aos crimes que admitem fiança, mas o 
réu, por motivo de pobreza, encontra-se impossibilitado de prestá-la. Nesse 
caso, o juiz poderá conceder liberdade provisória, sujeitando-o, entretanto, 
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a determinadas condições (arts. 327 e 328 do CPP), além de outras medidas 
cautelares (art. 319), se for o caso. 
Essa liberdade provisória prevista no art. 350 do CPP depende de três 
requisitos: 
a) somente pode ser concedida nos casos em que se admite fiança; 
b) o réu deve ser pobre; 
c) sujeição às condições previstas nos arts. 327 e 328 do CPP, além 
de outras medidas cautelares, se for o caso. 
Visto isso, passemos agora ao estudo da Fiança. 
Fiança: 
A Lei nº 12.403/2011 valorizou o instituto da fiança que agora consta 
do rol de medidas cautelares diversas da prisão (art. 319, CPP). 
A liberdade provisória com fiança ocorre em determinadas infrações 
onde o legislador permitiu que o acusado, mediante a prestação de uma 
garantia, goze de liberdade provisória. Assim, com bem dispõe a 
Constituição Federal (art. 5º, LXVI), ninguém será levado à prisão ou nela 
mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Trata-se então de uma caução, de uma garantia real, servindo para designar 
os meios que sirvam para assegurar o cumprimento de uma obrigação 
processual do réu. A fiança é um direito subjetivo e constitucional do 
acusado, pois, se presentes todos os requisitos exigidos por lei, a fiança 
deve ser concedida. 
A fiança se destina ao pagamento das custas do processo, de uma 
eventual pena pecuniária (multa) ou para garantir o ressarcimento da vítima 
diante do crime que foi praticado. Será arbitrada pela autoridade policial nos 
casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superiorCURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O SUPERIOR 
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a 4 (quatro) anos, sendo concedida pelo juiz nos demais casos (art. 322 do 
CPP). 
O arbitramento da fiança, nos termos do art. 326 do CPP, deverá levar 
em consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e 
vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua 
periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo, 
até final julgamento. 
De acordo com o art. 325 do CPP, o valor da fiança pode variar de 1 
(um) a 200 (duzentos) salários mínimos. Esse valor poderá ainda ser 
reduzido até o máximo de dois terços ou aumentado em até 1000 (mil) 
vezes, se assim o recomendar a situação econômica do réu ou do indiciado. 
Notem que, com a Lei nº 12.403/2011, o instituto da fiança voltou a ser 
valorizado por nossa legislação, podendo atingir valores exorbitantes. 
As infrações inafiançáveis estão elencadas nos arts. 323 e 324 do CPP. 
Assim, não será concedida fiança: 
• nos crimes de racismo (art. 5º, XLII, da Constituição Federal); 
• nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; 
• nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, 
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (art. 5º, 
XLIV, da Constituição Federal); 
• aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança 
anteriormente concedida ou infringido, sem justo motivo, 
quaisquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 do 
CPP; 
• em caso de prisão civil ou militar; 
• quando presentes os motivos que autorizam a decretação da 
prisão preventiva (art. 312). 
• OBSERVAÇÃO: a proibição de concessão de fiança e liberdade 
provisória que constava no § único dos arts. 14 e 15, bem como 
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no art. 21 da Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) 
foi declarada inconstitucional pelo STF (ADIN nº 3.112-1). 
Passemos agora ao estudo de três termos relacionados à fiança: 
quebra, cassação e perda da fiança. 
Ocorrerá o quebramento da fiança nos casos descritos no art. 341 do 
CPP. São eles: 
a) quando o acusado, regularmente intimado para o ato processual, 
deixar de comparecer, sem motivo justificado; 
b) quando o acusado, deliberadamente praticar ato de obstrução ao 
andamento do processo; 
c) quando o acusado, descumprir medida cautelar imposta 
cumulativamente com a fiança; 
d) quando o acusado, resistir injustificadamente a ordem judicial; 
e) quando o acusado, praticar nova infração penal dolosa. 
Na quebra, o acusado perderá metade do valor pago, cabendo ao juiz 
decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, 
decretar a prisão preventiva (art. 343). 
Quando se reconhecer não ser cabível a fiança será ela cassada em 
qualquer fase do processo. É, portanto, caso em que a fiança é concedida 
por engano da autoridade. Será também cassada quando reconhecida a 
existência de delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do 
delito, ou seja, são aqueles casos em que a imputação passa de um delito 
afiançável para outro inafiançável. Nos termos do art. 340, parágrafo único, 
do CPP, haverá ainda a cassação da fiança quando, exigido o reforço, ele 
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não for prestado. Como consequência, o valor pago a título de fiança é 
integralmente devolvido e o réu terá que se recolher à prisão (arts. 338 a 
340, CPP). 
O reforço da fiança será exigido quando a autoridade tomar por 
engano fiança insuficiente; quando houver depreciação material ou 
perecimento dos bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos 
metais ou pedras preciosas e quando for inovada a classificação do delito 
(art. 340 do CPP). São, assim, casos em que o valor arbitrado se mostra 
insuficiente ou inexato. 
Ademais, nos termos do art. 344 do CPP, ocorrerá a perda ou 
perdimento do valor da fiança quando o acusado, uma vez condenado, não 
se apresenta para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta. 
Nesse caso, o montante pago a título de fiança será perdido e o réu deverá 
se recolher à prisão. 
Finalmente, a fiança será restituída sem desconto, transitada em 
julgado a sentença que houver absolvido o réu ou declarado extinta a ação 
penal (art. 337 do CPP), salvo a hipótese da prescrição da pretensão 
executória (hipótese em que haverá o desconto das custas processuais e 
eventual indenização). 
c) Liberdade Provisória Proibida (ou Vedada): 
Ocorrerá nas seguintes hipóteses: 
i) Tráfico de Drogas: nos termos do art. 44 da Lei nº 11.343/2006, 
os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 da referida 
lei, são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e 
liberdade provisória; 
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ii) Lavagem de Dinheiro: esse crime também não admite liberdade 
provisória. De acordo com o art. 3º da Lei nº 9.613/98 “os crimes 
disciplinados nesta Lei são insuscetíveis de fiança e liberdade 
provisória e, em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá 
fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade”; 
iii) Organizações Criminosas: esse delito também possui proibição 
expressa para concessão de liberdade provisória. O art. 7º da Lei nº 
9.034/95 é categórico: “não será concedida liberdade provisória, com 
ou sem fiança, aos agentes que tenham tido intensa e efetiva 
participação na organização criminosa”. 
Os casos elencados acima não admitem liberdade provisória. Logo, 
tendo sido o agente preso em flagrante, deverá permanecer preso durante o 
inquérito e o processo. 
• Cuidado: mesmo nesses casos em que a lei proíbe a concessão de 
liberdade provisória, nada impede que a prisão seja relaxada, caso 
considerada ilegal. 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1) (CESPE/Procurador do BACEN/2009) Acerca da prisão 
preventiva, assinale a opção correta: 
a) É decretada para garantir a ordem pública, a ordem econômica, por 
necessidade da instrução criminal e para a segurança da aplicação da lei 
penal. 
b) Para que seja decretada, é necessário que haja indícios do fato e suspeita 
fundada acerca da autoria. 
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c) Para o juiz fundamentar sua decisão, basta a remissão genérica às 
hipóteses legais. 
d) A falta de fundamentação da decisão que a decreta poderá ser suprida 
sem representação da autoridade ou requerimento do MP. 
e) É decretada imediatamente, sempre que for possível a condução 
coercitiva do acusado para submeter-se ao reconhecimento das vítimas e 
testemunhas. 
Comentário:
O item correto é a letra “A”. Os pressupostos específicos para decretação da 
prisão preventiva estão previstos no art. 312 do CPP. Registro apenas que, 
com a Lei n. 12.403/11, o referido artigo traz mais um pressuposto para sua 
decretação: nos casos de descumprimento das medidas cautelaresdiversas 
da prisão. 
O item “b” está incorreto, pois para a decretação da preventiva exigem-se 
provas da materialidade e indícios de autoria. A questão fala “indícios do 
fato” ao invés de provas da materialidade. 
O item “c” também está incorreto, já que, para a decretação da prisão 
preventiva, não basta a simples remissão as hipóteses legais. Por exemplo, 
não basta que o juiz, em sua decisão, diga que a prisão está sendo 
decretada como garantia da ordem pública. É preciso que fundamente no 
caso concreto, apontando exatamente qual a conduta do agente que se 
enquadra na hipótese legal. 
O item “d” está incorreto, já que a falta de fundamentação da decisão que 
decreta a preventiva não poderá ser suprida. 
Finalmente, a assertiva “e” está incorreta, uma vez que a prisão não é uma 
providência automática. Sua decretação pressupõem os requisitos do art. 
312 do CPP. 
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2) (CESPE/AGU/Procurador Federal/2004) Julgue o item abaixo: 
Considere a seguinte situação hipotética. Márcio atropelou Cláudio, que 
atravessava via pública fora da faixa de pedestres e veio a falecer. Durante 
o processo, verificou-se que Márcio tentava impedir a produção de provas, 
ameaçando testemunhas. Nessa situação, poderá ser decretada a prisão 
preventiva de Márcio, para a conveniência da instrução criminal. 
Comentário:
Item INCORRETO. Apesar do art. 312 do CPP estabelecer que caberá a 
decretação da prisão preventiva para garantir a conveniência da instrução 
criminal, a presente questão traz um exemplo de crime culposo, ao 
mencionar que “Márcio atropelou Cláudio, que atravessava via pública fora 
da faixa de pedestres (...)”. Logo, conforme jurisprudência dominante, não 
se admite a prisão preventiva nos crimes culposos. 
3) (CESPE/PGE-CE/Procurador de Estado/2008) Julgue o item 
abaixo: 
É motivo suficiente para a decretação da prisão cautelar o fato de o réu 
jamais ter sido localizado, tendo sido citado em edital e tendo deixado de 
comparecer em juízo na data aprazada para seu interrogatório. (Cespe/PGE-
CE/Procurador de Estado/2008/Questão 88/ assertiva C) 
Comentário:
Item INCORRETO. A prisão cautelar, por configurar uma medida de exceção, 
não pode ser decretada automaticamente. Assim, o simples fato do réu não 
ter sido localizado, tendo sido citado por edital e tendo deixado de 
comparecer um juízo na data designada, não representa motivo suficiente 
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para decretação da preventiva, uma vez que não se enquadra em qualquer 
dos pressupostos do art. 312 do CPP. 
4) (CESPE/PGE-CE/Procurador de Estado/2008) Julgue o item 
abaixo: 
Se ocorre excesso de prazo na conclusão do processo, que não pode ser 
atribuído à acusação ou ao juízo porque decorre da complexidade do caso e 
da necessidade de serem ouvidas testemunhas e cumpridas diligências em 
outras comarcas, há de ser concedida liberdade provisória ao acusado. 
Comentário:
Item INCORRETO. Já constitui entendimento pacífico na jurisprudência 
aquele segundo o qual o excesso de prazo na conclusão do processo, que 
não pode ser atribuído à acusação ou ao juízo porque decorre da 
complexidade do caso e da necessidade de serem ouvidas testemunhas e 
cumpridas diligências em outras comarcas, não dá ensejo à concessão de 
liberdade provisória ao acusado. 
5) (CESPE/PGE-CE/Procurador de Estado/2008) Julgue o item 
abaixo: 
A demora na instrução processual devida à instauração de incidente de 
insanidade mental em benefício da defesa gera constrangimento ilegal, 
devendo o acusado ser imediatamente posto em liberdade. (Cespe/PGE-
CE/Procurador de Estado/2008/Questão 88/assertiva E) 
Comentário:
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Item INCORRETO. A demora na instrução processual decorreu da 
instauração de incidente de insanidade mental em benefício da defesa. 
Consequentemente, como o atraso se deu por culpa exclusiva da defesa, 
não há que se falar em constrangimento ilegal a autorizar a soltura do 
acusado. Nesse sentido, temos a Súmula 64 do STJ: “Não constitui 
constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução, provocado pela 
defesa”. 
6) (CESPE/PGE-ES/Procurador de Estado/2008) Julgue o item 
abaixo: 
Determinada organização criminosa voltada para a prática do tráfico de 
armas de fogo esperava um grande carregamento de armas para dia e local 
previamente determinados. Durante a investigação policial dessa 
organização criminosa, a autoridade policial recebeu informações seguras de 
que parte do bando estava reunida em um bar e receberia o dinheiro com o 
qual pagaria o carregamento das armas, repassando, ainda no local, grande 
quantidade de droga em troca do dinheiro. Mantido o local sob observação, 
decidiu a autoridade policial retardar a prisão dos integrantes que estavam 
no bar de posse da droga, para que os policiais pudessem segui-los, 
identificar o fornecedor das armas e, enfim, prendê-los em flagrante. Nessa 
situação, não obstante as regras previstas no Código de Processo Penal, são 
válidas as diligências policiais e as eventuais prisões, em face da 
denominada ação controlada, prevista na lei do crime organizado. 
Comentário:
Item CORRETO. Essa questão trata do denominado “flagrante retardado, 
diferido ou prorrogado”, que se insere dentro das ações controladas da 
autoridade policial. Ao se infiltrarem em uma organização criminosa, os 
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agentes policiais, quando se depararem com uma situação de flagrante, 
poderão retardar o flagrante e não efetuar a prisão em um primeiro 
momento, aguardando a melhor oportunidade para fazê-la, após reunir as 
provas de que necessita. Busca-se, assim, incriminar o maior número 
possível de integrantes. A esse repeito, vejamos o art. 2º, II e V, da Lei n. 
9.034/95: 
“Art. 2o Em qualquer fase de persecução criminal são permitidos, sem 
prejuízo dos já previstos em lei, os seguintes procedimentos de 
investigação e formação de provas: 
(...) 
II - a ação controlada, que consiste em retardar a interdição policial do 
que se supõe ação praticada por organizações criminosas ou a ela 
vinculado, desde que mantida sob observação e acompanhamento para 
que a medida legal se concretize no momento mais eficaz do ponto de 
vista da formação de provas e fornecimento de informações; 
(...) 
V – infiltração por agentes de polícia ou de inteligência, em tarefas de 
investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes, 
mediante circunstanciada autorização judicial. 
Parágrafo único. A autorização judicial será estritamente sigilosa e 
permanecerá nesta condição enquanto perdurar a infiltração.” 
7) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
Em nenhum caso a prisão preventiva será decretada se o juiz verificar, pelas 
provas constantes dos autos, que o agente praticou o fato em estado de 
necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento do dever legal ou 
no exercício regular de direito. 
Comentário:
ItemCORRETO. Não caberá a prisão preventiva se o agente agiu 
acobertado por alguma excludente da ilicitude. Esse é o teor do art. 314 do 
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CPP: “a prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar 
pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas 
condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei 
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.” 
8) (CESPE/DPE-ES/Defensor Público/2009) Julgue o item abaixo: 
A prisão do depositário judicial pode ser decretada no próprio processo em 
que se constituiu o encargo, independentemente da propositura de ação de 
depósito. 
Comentário:
Item INCORRETO. De acordo com a jurisprudência atual do STF, só se 
admite a prisão civil para os casos de devedor de alimentos. Nos termos da 
Súmula Vinculante nº 25 do STF: “é ilícita a prisão civil de depositário infiel, 
qualquer que seja a modalidade do depósito.” 
9) (CESPE/DPE-ES/Defensor Público/2009) Julgue o item abaixo: 
Setores da doutrina entendem que, nas infrações permanentes, é incabível a 
prisão em flagrante, pois seria necessário, para tanto, prova de uma 
duração mínima do crime. 
Comentário:
Item INCORRETO. Os crimes permanentes admitem o flagrante enquanto 
não cessar a permanência do crime. Essa regra está expressa no art. 301 do 
CPP e não comporta discussões. A discussão que existe é se os crimes 
habituais admitiriam o flagrante. A doutrina majoritária não admite tal 
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possibilidade, por entender que, no momento da prisão, flagraríamos um 
único ato – irrelevante nos crimes habituais. A jurisprudência, porém, aceita 
o flagrante, desde que, no momento da prisão, seja possível aferir a 
habitualidade da conduta. Essa última visão é que vem prevalecendo nas 
provas de concurso, especialmente na visão do Cespe. 
10) (CESPE/PC-RN/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
Para o STF, em entendimento sumulado, há crime no chamado delito de 
ensaio, sendo, por isso, seu causador suscetível de prisão em flagrante, 
lavratura de auto de prisão e abertura de IP, com o devido indiciamento. 
Comentário:
Item INCORRETO. Delito de ensaio é sinônimo de crime impossível. Nos 
termos da Súmula 145 do STF: “não há crime, quando a preparação do 
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. Essa súmula trata 
da situação do flagrante preparado, ou seja, aqueles casos em que a 
autoridade policial induz o agente a cometer um delito, ao mesmo tempo em 
que adota todas as cautelas para que o delito não se consume (existe a 
figura do agente provocador). O flagrante preparado é ilegal e a prisão 
deverá ser relaxada. Assim, não há que se falar em prisão, lavratura do auto 
de prisão em flagrante e abertura de inquérito. 
11) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
Após assaltarem uma farmácia no centro de Belém-PA, dois homens fugiram 
em direção a Cuiabá-MT. Policiais civis do Estado do Pará que passavam 
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próximo ao local saíram em perseguição, mas só efetuaram a prisão dos 
assaltantes na capital de Mato Grosso. Nessa situação, a prisão é ilegal, uma 
vez que os referidos policiais deveriam ter acionado as autoridades policiais 
locais, pois não têm autorização legal para atuar em outra unidade da 
Federação. 
Comentário:
Item INCORRETO. Não há que se falar em ilegalidade da prisão, nos casos 
em que ocorrer perseguição para outro estado da federação. Conforme o art. 
290 do CPP: 
“Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro 
município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde 
o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois 
de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção 
do preso. 
§ 1o Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando: 
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o 
tenha perdido de vista; 
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha 
passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o 
procure, for no seu encalço. 
§ 2o Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da 
legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que 
apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a 
dúvida.” 
No caso analisado, o preso será apresentado imediatamente à autoridade 
local, providenciando-se posteriormente sua remoção. 
12) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
Em até 24 horas após a prisão em flagrante, será encaminhado ao juiz 
competente o auto de prisão acompanhado de todas as oitivas colhidas e, 
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caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a 
Defensoria Pública. 
Comentário:
Item CORRETO. Esse é o teor do § 1º do art. 306 do CPP: “Em até 24 (vinte 
e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz 
competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o 
nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).” 
13) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
Uma vez revogada a prisão preventiva no curso do processo, é vedado ao 
juiz decretá-la novamente antes do trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória, exceto nas hipóteses de delitos hediondos, quando a 
decretação será admitida mais de uma vez. 
Comentário:
Item INCORRETO. A prisão preventiva poderá ser decretada e revogada 
quantas vezes se fizer necessário, dentro de um mesmo processo. Devemos 
apenas verificar se seus requisitos estão ou não presentes. Dizemos assim 
que a preventiva possui um caráter rebus sic stantibus. 
14) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
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A prisão temporária será decretada de ofício pelo juiz, ou em face da 
representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério 
Público, e terá o prazo de cinco dias, prorrogável por igual período em caso 
de extrema e comprovada necessidade. (PC-PA/Delegado/2009/Questão 
33/Assertiva A) 
Comentário:
Item INCORRETO. A prisão temporária será decretada mediante 
representação da autoridade policial ou requerimento do Ministério Público, 
não podendo o juiz decretá-la de ofício. É nesse sentido o art. 2º, caput, da 
Lei nº 7.960/1989: “A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face 
da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério 
Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em 
caso de extrema e comprovada necessidade.” 
15) (CESPE/PC-RN/Delegado de Polícia/2009) Julgueo item 
abaixo: 
Caso alguém, após matar sua companheira, apresente-se, voluntariamente, 
à autoridade policial, comunicando o ocorrido e indicando o local do crime, 
essa apresentação voluntária tornará inviável a prisão em flagrante assim 
como a preventiva, mesmo que esse indivíduo dê argumentos de que fugirá 
do país. 
Comentário:
Item INCORRETO. Conforme jurisprudência já pacificada, a apresentação 
espontânea impede a prisão em flagrante. Nada obstante, não se impedirá a 
decretação da preventiva, se presentes os seus requisitos. Na presente 
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questão, existe o risco de fuga que, conforme o art. 312 do CPP, é um dos 
pressupostos para decretação da preventiva. Consequentemente, será 
possível a decretação da referida prisão. 
16) (Fundação Universa/Detran-DF/Agente de Trânsito/2012) 
Acerca da prisão em flagrante, assinale a alternativa correta: 
a) A falta de testemunhas da infração impedirá a realização do auto de 
prisão em flagrante; 
b) Constatado que o agente praticou o fato delituoso em legítima 
defesa, o juiz poderá conceder-lhe, mediante fiança, liberdade 
provisória; 
c) Não estando o agente em situação de flagrância, deverá o juiz, ao 
receber o auto de prisão, converter a prisão em flagrante em prisão 
preventiva; 
d) Nos termos da Lei nº 9.099/1995, não se admite prisão em 
flagrante nas infrações penais de menor potencial ofensivo; 
e) Permite-se a invasão do domicílio onde se encontra o agente, 
mesmo que seja durante a noite e sem a expedição de mandado 
pela autoridade competente. 
Comentário:
A alternativa correta é a letra “E”. 
A assertiva “a” está incorreta, pois a falta de testemunhas da infração não 
impede a lavratura do auto de prisão em flagrante. Nesse caso, admitem-se 
as testemunhas de apresentação ou instrumentárias, ou seja, os próprios 
agentes policiais assinam o auto. 
A alternativa “b” está incorreta, pois se o fato foi praticado em legítima 
defesa, então a liberdade provisória seria concedida independentemente do 
pagamento de fiança. 
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O item “c” está incorreto, uma vez que, se o agente não estava em situação 
de flagrância, então sua prisão foi ilegal. Consequentemente, nos termos do 
art. 310 do CPP, ela deverá ser relaxada pelo juiz. 
Finalmente, o item “d” está incorreto. Conforme o art. 69, parágrafo único, 
da Lei nº 9.099/1995: 
“Art. 69. (...) 
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for 
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele 
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em 
caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de 
cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a 
vítima.” 
Notem que, em tese, a prisão em flagrante é sim admissível nas infrações 
penais de menor potencial ofensivo. Basta que o autor do fato não seja 
encaminhado imediatamente ao juizado, nem assuma o compromisso de a 
ele comparecer. 
QUESTÕES DA AULA: 
1) (CESPE/Procurador do BACEN/2009) Acerca da prisão 
preventiva, assinale a opção correta: 
a) É decretada para garantir a ordem pública, a ordem econômica, por 
necessidade da instrução criminal e para a segurança da aplicação da lei 
penal. 
b) Para que seja decretada, é necessário que haja indícios do fato e suspeita 
fundada acerca da autoria. 
c) Para o juiz fundamentar sua decisão, basta a remissão genérica às 
hipóteses legais. 
d) A falta de fundamentação da decisão que a decreta poderá ser suprida 
sem representação da autoridade ou requerimento do MP. 
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e) É decretada imediatamente, sempre que for possível a condução 
coercitiva do acusado para submeter-se ao reconhecimento das vítimas e 
testemunhas. 
2) (CESPE/AGU/Procurador Federal/2004) Julgue o item abaixo: 
Considere a seguinte situação hipotética. Márcio atropelou Cláudio, que 
atravessava via pública fora da faixa de pedestres e veio a falecer. Durante 
o processo, verificou-se que Márcio tentava impedir a produção de provas, 
ameaçando testemunhas. Nessa situação, poderá ser decretada a prisão 
preventiva de Márcio, para a conveniência da instrução criminal. 
3) (CESPE/PGE-CE/Procurador de Estado/2008) Julgue o item 
abaixo: 
É motivo suficiente para a decretação da prisão cautelar o fato de o réu 
jamais ter sido localizado, tendo sido citado em edital e tendo deixado de 
comparecer em juízo na data aprazada para seu interrogatório. 
4) (CESPE/PGE-CE/Procurador de Estado/2008) Julgue o item 
abaixo: 
Se ocorre excesso de prazo na conclusão do processo, que não pode ser 
atribuído à acusação ou ao juízo porque decorre da complexidade do caso e 
da necessidade de serem ouvidas testemunhas e cumpridas diligências em 
outras comarcas, há de ser concedida liberdade provisória ao acusado. 
5) (CESPE/PGE-CE/Procurador de Estado/2008) Julgue o item 
abaixo: 
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A demora na instrução processual devida à instauração de incidente de 
insanidade mental em benefício da defesa gera constrangimento ilegal, 
devendo o acusado ser imediatamente posto em liberdade. 
6) (CESPE/PGE-ES/Procurador de Estado/2008) Julgue o item 
abaixo: 
Determinada organização criminosa voltada para a prática do tráfico de 
armas de fogo esperava um grande carregamento de armas para dia e local 
previamente determinados. Durante a investigação policial dessa 
organização criminosa, a autoridade policial recebeu informações seguras de 
que parte do bando estava reunida em um bar e receberia o dinheiro com o 
qual pagaria o carregamento das armas, repassando, ainda no local, grande 
quantidade de droga em troca do dinheiro. Mantido o local sob observação, 
decidiu a autoridade policial retardar a prisão dos integrantes que estavam 
no bar de posse da droga, para que os policiais pudessem segui-los, 
identificar o fornecedor das armas e, enfim, prendê-los em flagrante. Nessa 
situação, não obstante as regras previstas no Código de Processo Penal, são 
válidas as diligências policiais e as eventuais prisões, em face da 
denominada ação controlada, prevista na lei do crime organizado. 
7) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
Em nenhum caso a prisão preventiva será decretada se o juiz verificar, pelas 
provas constantes dos autos, que o agente praticou o fato em estado de 
necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento do dever legal ou 
no exercício regular de direito. 
8) (CESPE/DPE-ES/Defensor Público/2009) Julgue o item abaixo: 
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A prisão do depositário judicial pode ser decretada no próprio processo em 
que se constituiu o encargo, independentemente da propositura de ação de 
depósito. 
9) (CESPE/DPE-ES/DefensorPúblico/2009) Julgue o item abaixo: 
Setores da doutrina entendem que, nas infrações permanentes, é incabível a 
prisão em flagrante, pois seria necessário, para tanto, prova de uma 
duração mínima do crime. 
10) (CESPE/PC-RN/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
Para o STF, em entendimento sumulado, há crime no chamado delito de 
ensaio, sendo, por isso, seu causador suscetível de prisão em flagrante, 
lavratura de auto de prisão e abertura de IP, com o devido indiciamento. 
11) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
Após assaltarem uma farmácia no centro de Belém-PA, dois homens fugiram 
em direção a Cuiabá-MT. Policiais civis do Estado do Pará que passavam 
próximo ao local saíram em perseguição, mas só efetuaram a prisão dos 
assaltantes na capital de Mato Grosso. Nessa situação, a prisão é ilegal, uma 
vez que os referidos policiais deveriam ter acionado as autoridades policiais 
locais, pois não têm autorização legal para atuar em outra unidade da 
Federação. 
12) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
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Em até 24 horas após a prisão em flagrante, será encaminhado ao juiz 
competente o auto de prisão acompanhado de todas as oitivas colhidas e, 
caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a 
Defensoria Pública. 
13) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
Uma vez revogada a prisão preventiva no curso do processo, é vedado ao 
juiz decretá-la novamente antes do trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória, exceto nas hipóteses de delitos hediondos, quando a 
decretação será admitida mais de uma vez. 
14) (CESPE/PC-PA/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
A prisão temporária será decretada de ofício pelo juiz, ou em face da 
representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério 
Público, e terá o prazo de cinco dias, prorrogável por igual período em caso 
de extrema e comprovada necessidade. 
15) (CESPE/PC-RN/Delegado de Polícia/2009) Julgue o item 
abaixo: 
Caso alguém, após matar sua companheira, apresente-se, voluntariamente, 
à autoridade policial, comunicando o ocorrido e indicando o local do crime, 
essa apresentação voluntária tornará inviável a prisão em flagrante assim 
como a preventiva, mesmo que esse indivíduo dê argumentos de que fugirá 
do país. 
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16) (Fundação Universa/Detran-DF/Agente de Trânsito/2012) 
Acerca da prisão em flagrante, assinale a alternativa correta: 
a) A falta de testemunhas da infração impedirá a realização do auto de 
prisão em flagrante; 
b) Constatado que o agente praticou o fato delituoso em legítima 
defesa, o juiz poderá conceder-lhe, mediante fiança, liberdade 
provisória; 
c) Não estando o agente em situação de flagrância, deverá o juiz, ao 
receber o auto de prisão, converter a prisão em flagrante em prisão 
preventiva; 
d) Nos termos da Lei nº 9.099/1995, não se admite prisão em 
flagrante nas infrações penais de menor potencial ofensivo; 
e) Permite-se a invasão do domicílio onde se encontra o agente, 
mesmo que seja durante a noite e sem a expedição de mandado 
pela autoridade competente. 
Questões extraídas das seguintes provas: 
a) Procurador do Banco Central (Cespe/2009): questão 85; 
b) Procurador Federal (Cespe/2004): questão 278; 
c) Procurador do Estado do Ceará (Cespe/2008): questão 88, 
assertivas “c”; “d” e “e”; 
d) Procurador do Espírito Santo (Cespe/2008): questão 142; 
e) Delegado de Polícia Civil do Pará (Cespe/2009): questão 30, 
assertivas “c” e “d”; questão 33, assertivas “a”, “b” e “d”; 
f) Defensor Público do Espírito Santo (Cespe/2009): questões 46 e 
61; 
g) Delegado de Polícia Civil do RN (Cespe/2009): questão 73, 
assertivas “c” e “d”; 
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h) Agente de Trânsito do Detran-DF (Fundação Universa/2012); 
questão 22. 
Bem, é isso, meus amigos. Com a aula de hoje concluímos nosso 
curso online de processo penal para o STJ. 
Desejo a todos uma ótima prova no dia 06/05/2012. 
Fiquem com Deus. 
Grande abraço, 
Prof. Bivar.

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