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MODELO DE PETIÇÃO INICIAL AÇÃO IDENIZATÓRIA

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AO JUÍZO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE PINDORETAMA/CE
JOÃO BERTOLDO JÚNIOR, brasileiro, casado, taxista, portador do RG nº 987654321 - SSP/CE, inscrito no CPF sob o nº 123.456.789-00, e-mail jbertoldojr@xxx.com.br, e CELLINE MARIA SOUZA BERTOLDO, brasileira, solteira, autônoma, portadora do RG nº 123456789 - SSP/CE, inscrita no CPF sob o nº 987.654.321-00, e-mail jbertoldojr@xxx.com.br, ambos residentes e domiciliados à Rodovia CE-040, nº 2500, Centro, Pindoretama/CE, CEP: 62.860-000, por meio dos advogados digitalmente assinados, devidamente qualificados no instrumento de Procuração Ad Judicia em anexo (nº 01), vem, perante Vossa Excelência, ajuizar
AÇÃO INDENIZATÓRIA 
em desfavor do MUNICÍPIO DE BELA VISTA, pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ 03.217.916/0001-96, com endereço na R Santo Afonso, 660, Centro, CEP 79260-000, Bela Vista/MS, alicerçada nos fatos e fundamentos que passa a discorrer para, ao final, postular:
I – DO BENEFÍCIO DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA
Impende destacar que os autores se declaram, ab initio, em situação de hipossuficiência financeira, conforme documentação acostada aos autos (anexo nº 02 - justiça gratuita), na forma da lei, de sorte que não possuem condições para arcarem com os ônus pecuniários naturais do trâmite processual sem prejuízo do sustento próprio ou de suas famílias. 
Assim, requestam os benefícios da gratuidade judiciária, nos moldes autorizadores da legislação aplicável à espécie, notadamente os art. 98, caput e 99, caput e §3º, todos da Lei 13.105/2015, respectivamente, ipsis literis:
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. (...)
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. (...).
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
II – INTIMAÇÕES 
Inicialmente, solicitam que todas as publicações referentes ao presente feito sejam realizadas em nome dos defensores constituídos, quais sejam: JOÃO EDSON SOUZA ARAUJO, brasileiro, advogado, inscrito na OAB-CE sob o nº 22.732 e JOÃO LUIS NOGUEIRA MATIAS FILHO, brasileiro, advogado, inscrito na OAB-CE sob o nº 12.345, todos com endereço eletrônico: jjadvogadosassociados@gmail.com e com endereço profissional à Rua da Justiça, nº 1000, Centro, Pindoretama/CE, CEP: 62.860-000, sob pena de nulidade.
III - DA IMPOSSIBILIDADE DE CONCILIAÇÃO COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Ato contínuo, a parte autora entende ser prescindível a realização da Audiência de Conciliação, haja vista, dentre outros fundamentos, o fato de a Administração Pública não poder dispor de seus bens e direitos (Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público), a manifestação antecipada veiculada na peça contestatória no sentido de não comparecimento à audiência de Conciliação ou Mediação, em ações de conteúdo similar, e, ainda, a principiologia concatenada aos comandos constitucionais do devido processo legal, da eficiência e da celeridade/razoável duração do processo, razão pela qual registra seu desinteresse no instituto da autocomposição, nos termos do art. 319, VII combinado com o art. 334, § 5º do Código de Processo Civil.
IV – DOS FATOS
João Bertoldo é o proprietário do terreno urbano situado no endereço: Rodovia BR 060, Centro II, Bela Vista - MS, 79260-000, conforme escritura e matrícula do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis, anexados ao processo (anexo nº 03 e nº 03-A), inicialmente não-edificado. Contudo, após a seu desfalecimento em janeiro deste ano (anexo nº 04 – Atestado de Óbito), seus herdeiros, João e Celline Bertoldo, descobriram que o terreno estava sendo usado sem autorização de seu genitor.
O Réu, por sua vez, há dois anos, ocupou indevidamente o mencionado terreno e nele construiu, equipou e levou a cabo o funcionamento de uma escola pública de ensino fundamental, denominada Escola Municipal Bela Vista.
Ocorre que o Réu não adotou qualquer procedimento administrativo para a regular ocupação e expropriação do imóvel, notadamente deixando de pagar ao "de cujus" assim como a seus herdeiros a indenização correspondente à perda do mencionado bem.
De todo o exposto, não restou aos Postulantes alternativa que não a de recorrer à tutela jurisdicional do Estado a fim de que lhe seja assegurado o seu direito, consoante razões jurídicas a seguir sedimentadas. 
V – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DOS PEDIDOS
V.I – DA DESAPROPIAÇÃO INDIRETA.
	O ordenamento jurídico pátrio garante ao Poder Público o poder-dever de intervir na propriedade particular buscando a satisfação dos interesses coletivos, condicionando o exercício de tal direito à função social da propriedade. 
	No que tange aos Municípios, tal garantia encontra-se prevista, dentre outros, no art. 182, § 4º e incisos da Constituição Federal, ipsis literis:
"§ 4o. É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais"
	Sendo assim, deparando-se o poder público municipal com imóvel urbano não edificado, devem as autoridades administrativas lançar mão do regular processo de desapropriação, no caso, obedecendo ao que está previsto na Carta Magna e regulamentado no Estatuto das Cidades (Lei 10.257/01), qual seja, procedendo à notificação do proprietário para que efetive o parcelamento ou a edificação compulsória do bem; a imposição do IPTU progressivo no tempo, para, somente depois, proceder à expropriação do bem, assegurando ao proprietário a correspondente indenização, ainda que com pagamento em títulos da dívida pública.
	No caso dos autos, entretanto, em que pese o fato de se tratar de terreno urbano não-edificado, passível, portanto, de ser desapropriado, o Réu deixou de adotar as medidas procedimentais aplicáveis à espécie, praticando, em desfavor dos Autores, herdeiros do proprietário do mencionado imóvel, a chamada "desapropriação indireta", sendo responsável, portanto, por indenizá-los, com juros e correção monetária, ante a perda da propriedade, ao saberem que o Poder Público havia tomado literalmente a posse da propriedade de seu genitor sem, ratificando, cumprir os ditames constitucionais e legais.
	É evidente a violação ao princípio da prévia e justa indenização em dinheiro, com juros e correção monetária, nos termos do art. 5º, inciso XXIV, CRFB. É o que ensina o Professor José Aras, "in verbis":
"A seu turno, a desapropriação indireta corresponde a um fato administrativo pelo qual o Poder Público toma a propriedade do particular sem a observância de um regular processo administrativo de desapropriação e sem o pagamento da indenização correspondente ao bem tomado do particular." (in "Direito Administrativo", 1ª. Ed., Gen-Editora Método, São Paulo, p. 509).
	Sobre a ilicitude do desapossamento, Bessone leciona que:
Não há lei regulamentando a matéria, nem mesmo para definir-lhe os requisitos essenciais. Tudo cai, assim, no terreno do arbítrio. A combinação dos incisos XXII e XXIV do art. 5º da Constituição Federal evidencia que só a lei pode dispor sobre qualquer forma de desapropriação, sob pena de ofensa à garantia constitucional da propriedade. Se não há lei regulamentando, a chamada ‘desapropriação indireta’ constitui extravagância,ainda que placitada pelos mais altos Tribunais do País (in “Direitos reais”. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 1996. p. 227).
	O terreno, objeto da presente demanda, já se encontra incorporado ao patrimônio público, de forma a afastar o manejo de ações possessórias ou de ação reivindicatória, na forma do artigo 35 do Decreto-Lei 3.365/41. Daí porque a pretensão a ser deduzida em juízo é indenizatória.
V.II – DO DEVER DE INDENIZAR.
	O certo é que, a efetivação da desapropriação indireta, destarte, dá ensejo à obrigação do Réu em reparar os Autores ante a perda da propriedade, transmitida a esses na qualidade de herdeiros do antigo proprietário, sob pena de enriquecimento ilícito do Poder Público, também na forma do art. 37, § 6º, da CF.
	Acerca do direito à indenização, ora vindicado, ensina o Ilustre professor Celso Antônio Bandeira de Mello:
"Desapropriação indireta é a designação dada ao abusivo e irregular apossamento do imóvel particular pelo Poder Público, com sua consequente integração no patrimônio público (...).
Ocorrida esta, cabe ao lesado recurso às vias judiciais para ser plenamente indenizado..." , ("in" Curso de Direito Administrativo, 26ª Edição, Malheiros, 2009, São Paulo, pág. 882).
	Salta aos olhos, assim, o nexo de causalidade entre a conduta do Réu e os danos causados aos Autores em razão da perda do imóvel, a implicar no dever deste em indenizá-los, como demonstrado acima, em quantia correspondente ao valor atualizado do imóvel, em razão do disposto no artigo 35 do Decreto-Lei 3.365/41, devendo incidir juros compensatórios e moratórios, nos termos do artigo 15-A, § 3º, do Decreto-Lei 3.365/41, bem como consoante entendimento sumulado no Tribunal da Cidadania: 
"Súmula 12 - Em desapropriação são cumuláveis juros compensatórios e moratórios"
"Súmula 114 - Os juros compensatórios, na desapropriação indireta, incidem a partir da ocupação, calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente".
VI – DOS PEDIDOS.
Pelas fundadas razões apresentadas, considerando a violação ao direito dos autores, requestam os Postulantes que Vossa Excelência se digne em:
Deferir o pedido de gratuidade de justiça, por serem os autores hipossuficientes nos termos legais, não dispondo de recursos suficientes para arcarem com o pagamento das custas e honorários advocatícios;
A citação do Réu, na pessoa do seu representante judicial, para proceder à contestação desta ação, sob pena de serem aplicados os efeitos da revelia, nos termos do art. 344 do novel CPC;
A procedência dos pedidos, para condenar o Réu a pagar aos Autores a indenização correspondente ao valor atualizado do imóvel, acrescido dos juros moratórios e compensatórios, de acordo com os parâmetros do artigo 27 do Decreto-Lei 3.365/41;
A condenação do Réu nos ônus da sucumbência, notadamente honorários advocatícios, conforme o art. 85. do Código de Processo Civil;
Produzir todos os meios de prova em direito admitidos, protestando especialmente pela prova documental, conforme o Art. 319 do Código de Processo Civil;
A juntada dos documentos acostados à inicial. 
Dá-se à causa o valor de R$ 520.000,00 (quinhentos e vinte mil reais). 
NESSES TERMOS, PEDE DEFERIMENTO.
Pindoretama/CE, 28 de outubro de 2018.
JOÃO EDSON SOUZA ARAUJO
OAB-CE sob o nº 22.732

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