Aula 13. Geografia agrária

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Geografia Agrária
O espaço Rural
Umas das formas para diferenciar espaços urbanos de rurais é a densidade demográfica. As áreas rurais são aquelas que apresentam uma quantidade relativamente pequena de habitantes por unidade de área. Para alguns, o limite seria de 50 a 80 hab./km², logo a área rural sempre será aquela que é pouco povoada.
Contudo, é preciso tomar cuidado com a utilização do conceito de densidade demográfica para estabelecer a diferenciação entre áreas rurais e urbanas, no mapa do slide anterior era representado a densidade populacional no Brasil, mas uma média por município, cada um deles há uma área com alta densidade demográfica, que é identificada como o perímetro urbano, e outra, com baixo grau de ocupação, identificada como zona rural.
Mesmo municípios com grande densidade demográfica podem ter, dentro de si, áreas rurais. São Paulo, por exemplo, registrava em 2009 a marca de 7.247hab./km², porém apresenta áreas rurais, inclusive com produção agrícola.
Zona Sul, São Paulo capital.
Área urbana, com alta densidade populacional, no município de São Paulo.
Área rural, Minas Gerais.
Área rural, com baixa densidade populacional, município de São Paulo.
O uso da terra
Sendo caracterizado pelo baixo grau de ocupação, o espaço rural é ligado a tipos específicos de uso da terra. Não são comuns as formas de uso que dependem de grande concentração de pessoas, entre elas a industrial e, principalmente, a comercial. Apesar de estarem surgindo novos padrões de uso da terra na área rural, como o turismo e os usos mistos, os três tipos mais comuns são: a agricultura, a pecuária e a manutenção da cobertura vegetal natural.
No brasil, as pastagens e as áreas de matas, ambas plantadas ou naturais, ocupam a maior parte do território. No entanto, a agricultura ainda é a atividade rural mais importante, tanto em termos de mão de obra ocupada como, principalmente, por ser ela a base de muitas outras atividades, tanto no campo (muitas formas de pecuária),como na cidade (alimentação e fornecimento de matéria-prima para indústrias).
A agricultura: uma técnica
O processo agrícola envolve a preparação do solo, o plantio, a manutenção da plantação e a colheita. Para cada um desses procedimentos, são necessários conhecimentos específicos, técnicas apropriadas, instrumentos e uma organização específica do trabalho.
No entanto existem muitas formas de se fazer agricultura, fazendo um comparativo entre regiões como o interior da África e do Canadá, podemos notar grandes disparidades em relação a produtividade agrícola, aos bens produzidos, às técnicas utilizadas e à qualidade de vida dos trabalhadores.
Agricultura de subsistência: plantação de taioba em Camarões.
Agricultura comercial mecanizada: plantação de trigo Canadá.
Forças produtivas: as técnicas, os instrumentos e os conhecimentos utilizados para se realizar uma atividade econômica, ou seja, para se produzir. Para analisar as forças produtivas, não podemos simplesmente vê-las como mais desenvolvidas ou menos desenvolvidas, como, melhores ou piores. As escolhas técnicas não se baseiam apenas em sua eficiência, até mesmo porque esta sempre é relativa aos objetivos estabelecidos. Se o objetivo é alcançar o maior lucro possível, eficiência é uma coisa, se o objetivo é promover uma agricultura sustentável, é outra.
Relações de produção: são as relações sociais nas quais a atividade agrícola em questão está inserida, tais relações determinam aspectos como: acesso à terra, acesso ás técnicas, relações de trabalho e destino da produção.
Produção: é o total produzido, sem que se considere o rendimento da atividade produtora, por exemplo foram produzidos 137 milhões de toneladas de soja no Brasil em 2009, com base nesse dado só sabemos o total produzidos sem saber se houve eficiência ou não no processo produtivo.
Produtividade: é relacionar o total produzido a uma ideia de eficiência, ou seja o rendimento da produção, se um produtor conseguir aumentar a produção sem aumentar a área, significa que a produtividade aumentou, empreendimentos agropecuários que apresentam alto rendimento em relação à área utilizada são chamados de intensivos, ao contrário dos extensivos, que apresentam baixa produtividade.
Agricultura itinerante
Consiste de técnicas tradicionais, como a coivara.
Coivara: queimada da mata para limpar o solo a ser cultivado, o produtor transfere, da vegetação para o solo, uma grande quantidade de nutrientes, o que gera aumento de produção a curto prazo, mas a longo prazo, acaba diminuindo a fertilidade do solo, pois prejudica a atividade dos microrganismos.
Por esta técnica degradar o solo os trabalhadores precisam buscar outros solos mais férteis, na maioria dos casos os trabalhadores não são donos da terra e sim posseiros, nesse caso a terra pode ser devoluta (pertencente ao estado) ou a outras pessoas que não a estão utilizando.
Agricultura de subsistência
Esse tipo de agricultura consiste em técnicas mais rudimentares e tradicionais.
Não necessariamente toda a produção da terra é destinada para o consumo da família, pode ser vendido o excedido, no entanto o objetivo é a manutenção da vida das famílias e não o lucro.
Como não a relação da propriedade privada, o lucro e nem capital envolvido, as relações de trabalho se baseariam na organização familiar, portanto não existe trabalhadores assalariados.
Esse sistema é comum em regiões isoladas de países pobres.
Agricultura camponesa
O fundamento da agricultura camponesa é o trabalho não assalariado. Em vez de se basear no assalariamento, as relações de trabalho não capitalistas no campo podem se dar de diversas formas, as principais são: pequenas propriedades, parcerias e arrendamento.
A agricultura realizada em pequenas propriedades ainda é importante, principalmente na produção de alimentos para o abastecimento do mercado interno.
Agricultura de jardinagem
A agricultura de jardinagem é um tipo de sistema agrícola presente nos países do sudeste asiático (china e indonésia). Suas principais características fundamentais é a utilização de técnicas tradicionais aliadas a grandes quantidades de mão de obra, este tipo de agricultura ajuda a conservar o solo.
Plantation
O sistema de plantation tem sua origem no processo de colonização europeia nas Américas. No Brasil isso ocorreu com a cana-de-açúcar no nordeste , as principais características é a mão de obra escrava, latifúndios, monocultura e a produção para exportação, atualmente a única mudança é a mão de obra de baixo custo, a tecnologia é de baixo custo e esse sistema esta presente principalmente na américa latina, tendo como objetivo os mercados europeus e norte americano.
Infelizmente uma das poucas formas desse sistema ser lucrativo é o baixo salário pago aos trabalhadores, favorecendo assim aos grandes latifundiários.
Sistemas coletivistas
Dentro das sociedades em que a economia de mercado é majoritária dificilmente isso vem a acontecer, um ponto fora da reta foi em Israel aonde foi implantado um sistema coletivista chamado de Kibutzim idealizado por movimentos sionistas (projeto de cria um pais para os judeus), no entanto o sistema coletivista era muito comum em países que foram socialistas como a URSS e a China, aonde as grandes porções de terra eram controlados pelo estado e empregavam uma grande quantidade de mão de obra, no entanto esse sistema não existe mais.
A agricultura capitalista moderna
Baseia-se em um alto grau de capitalização e na organização empresarial, também conhecido como agronegócio.
Sua produção é destinada para grandes centros urbanos e para os maiores comércios.
Intensa produtividades, grande desenvolvimento intenso na mecanização e na biotecnologia.
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A modernização é uma gigantesca transformação no campo. Baseada no tripé indústria de insumos (máquinas, agrotóxicos, fertilizantes e sementes), agricultura moderna (empresa agrícola) e agroindústria ( que transformam os produtos agrícolas em bens, como combustíveis).
Modernização e expansão dafronteira agrícola no Brasil
A modernização da agropecuária teve grandes incentivos pelo governo militar para ocupação do Centro-Oeste e desenvolvimento de pesquisa, já que a região não era fértil.
A cultura de soja e pecuária bovina foram, sem dúvida, as duas principais atividades que comandaram esse processo, ou melhor, que contribuíram para a expansão da fronteira agrícola brasileira sobre o cerrado e a Amazônia.
Um problema da revolução verde é o impacto ambiental que a agricultura moderna vem causando, como desmatamento, contaminação do solo, aquecimento global, esgotamento de recursos energéticos.
A estrutura fundiária no Brasil
A posse da terra é o direito do uso dela.
A propriedade, é do individuo independente do uso dela, ou seja, é possível que alguém seja proprietário de uma área mesmo que não a utilize.
Estrutura fundiária é a divisão da terra em propriedades, que podem variar em número e tamanho, essa divisão de terra se dá de acordo com o processo histórico próprio à área analisada.
Existem países que não há propriedade privada da terra, como cuba e china, outros em que a estrutura fundiária é bem distribuída, como Japão, coreia do sul, França e Holanda.
Essa concentração da propriedade privada da terra no Brasil é consequência de um processo histórico que se inicia coma colonização.