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MATERIAIS ENDODÔTICOS ENDODÔNTIA INTRODUÇÃO A endodontia tem tido uma evolução muito rápida, exigindo do profissional um constante investimento em conhecimento e domínio na execução das técnicas. A automatização e a tecnologia têm contribuído cada vez mais para agilizar os procedimentos, oferecendo conforto, praticidade e custo acessível aos pacientes. O endodontista moderno compreende que conhecimento biológico e domínio da técnica caminham juntos INTRODUÇÃO Na prática, deve-se reconhecer o Sistema de Canais Radiculares (SCR) como sendo alvo de atenções, no que se refere ao: Entendimento da anatomia interna; Das ocorrências biológicas ali atuantes; Das soluções irrigadoras capazes de matar bactérias e dissolver matéria orgânica; Dos benefícios imbatíveis da instrumentação rotatória; Da capacidade técnica de se vedar todo este sistema. TIPOS DE MATERIAIS UTILIZADOS PARA A OBTURAÇÃO DOS CANAIS Uma série de materiais já foi proposta para a obturação dos canais, porém a grande maioria deles sucumbiu diante do tempo e dos resultados de estudos científicos. Prevaleceu: MATERIAL SÓLIDO + MATERIAL PLÁSTICO Os materiais obturadores podem ser divididos em dois grupos: Materiais em estado sólido: Cones de guta-percha; Materiais em estado plástico: Cimentos endodônticos. O objetivo principal da obturação do canal radicular é a reposição perfeita da polpa dental destruída por um material sólido, que não se altere e que seja inerte. PROPRIEDADES DO MATERIAL OBTURADOR IDEAL Segundo Grossman (1974),os materiais obturadores de canais devem apresentar as seguintes propriedades: 1) Deve ser fácil de ser introduzido no canal radicular. 2) Deve obliterar o canal, tanto lateral como apicalmente. 3) Depois de inserido, não deve apresentar contração. 4) Deve ser impermeável à umidade. 5) Deve ser bacteriostático ou pelo menos impróprio ao crescimento microbiano. PROPRIEDADES DO MATERIAL OBTURADOR IDEAL 6) Deve ser radiopaco. 7) Não deve manchar a estrutura dentinária. 8) Deve ser estéril ou passível de ser esterilizado de modo fácil e rápido. 9) Não deve irritar o tecido periapical. 10) Deve ser de fácil remoção do canal radicular, quando isto se fizer necessário. Na prática, nota-se a impossibilidade da eleição de um material obturador que preencha absolutamente todas as características desejáveis. Segue-se a prevalência de algumas características em detrimento de outras, muito em função da técnica escolhida e dos conceitos seguidos pelo profissional. CONES OBTURADORES ( GUTA-PERCHA) Material obturador mais utilizado. A guta-percha foi introduzida na Odontologia por BOWMAN (1827). Produto de secreção vegetal. CONES DE QUALIDADE: Precisam ser facilmente plastificáveis com o calor, permitindo a sua compressão e adaptação às irregularidades dos sistema de canais radiculares. CONES OBTURADORES ( GUTA-PERCHA) O SCR deve ser preenchido hermética e tridimensionalmente! Preparos biomecânicos com instrumentos rotatórios Formatação cônico-progressiva aos condutos Cones padronizados perderam sua função Cones acessórios, pelo seu formato mais cônico e pontas mais afiladas, condizem melhor com a nova tendência de se preparar os condutos. Obturação de canal radicular, apenas com um cone de guta-percha principal com conicidade variada CONES OBTURADORES ( GUTA-PERCHA) O formato diferenciado dos cones acessórios com maiores conicidades que os cones convencionais (FM, M, ML, MX EL) permitem a obturação com a utilização de apenas um cone por conduto nos casos de canais com secção circular ou levemente ovalada, acelerando esta importante fase do tratamento. Rx com 4 canais obturados com cone único. Fotos: Idomeo Bonetti Filho CONES OBTURADORES ( GUTA-PERCHA) TÉCNICAS DE OBTURAÇÃO: A técnica a ser priorizada não pode ser outra, a não ser as que empregam a condensação vertical e a termoplastificação da guta-percha. Uma tendência bem recente é da preferência pelos cones fine-medium para a grande maioria dos casos clínicos. Vantagens: Garantia de um melhor travamento deste cone no terço apical do conduto; Mediante a precisão dos preparos obtidos através da instrumentação rotatória Corte maior na ponta destes cones Material radiopaco ideal (naturalmente) A tomada radiográfica reconhecerá um material com maior densidade na porção apical do canal. CONES OBTURADORES ( GUTA-PERCHA) COMPOSIÇÃO: Guta-percha(19 a 20%) nas formas alfa e beta. Óxido de zinco(60 a 75%)- confere rigidez e atividade antibacteriana aos cones. Sulfato de bário(1,5 a 17%) - radiopacificadores. Resinas,ceras e corantes(1 a 4%). CONES OBTURADORES ( GUTA-PERCHA) VANTAGENS Boa adaptação às paredes dos canais radiculares. Possibilidade de amolecimento eplastificaçãopor meio de calor ou solventes químicos. Facilidade de remoção, se necessário. Não alteram a cor da coroa do dente se terminado corretamente na junçãoamelo-dentinária. Boa tolerância tecidual. Estabilidade físico-química. Radiopacidadeadequada. DESVANTAGENS Falta de rigidez para ser utilizados em condutos estreitos. Falta deadesividade, por esse motivo deve ser acompanhado de cimento ou com pasta. Têm pequena resistência mecânica,dificultando seu uso em canais muito curvos eatresiados. CONES OBTURADORES ( GUTA-PERCHA) Sendo termolábeis, não podem ser esterilizados pelo calor. Podem ser perfeitamente descontaminados, deixando-os submersos em solução de hipoclorito de sódio a 5,25% por um minuto. CIMENTOS ENDODÔNTICOS FUNÇÃO: Eliminar a interface entre guta-percha e as paredes do canal. TIPOS: Cimentos à base de Óxido de Zinco-Eugenol (OZE); Cimentos Resinosos; Cimentos à base de Ionômero de vidro; Cimentos à base de Hidróxido de cálcio. CIMENTOS ENDODÔTICOS TIPODE CIMENTO PRINCIPAISCARACTERÍSTICAS CIMENTOS À BASE DE OZE Pouco utilizado por apresentar muitas deficiências, dentre elas, pouca capacidade de adesão e pouco escoamento.RickertouGrossman;Ex.:Endofill; CIMENTOS RESINOSOS Apresentamradiopacidadesimilar à da guta-percha;Vantagens:reduzida toxicidade, estabilidade de cor, facilidade de manipulação(pasta/pasta) CIMENTOS À BASE DE IONÔMERO DE VIDRO Seu empregointracanalnão é justificávelcomo substituto de outros cimentos já predominantes;bom selador,capaz devedar os canalículosdentinárioscom maior eficiência; CIMENTOS CONTENDO HIDRÓXIDO DE CÁLCIO Apresentam ótimas propriedades biológicas;são os mais recentesdentre os cimentosendodônticos. Ex.: SEALER 26, o SEALAPEX Dentre as funções e propriedades dos materiais obturadores disponíveis hoje no mercado,temos amplas condições de atuação na terapia endodôntica,em busca do sucesso clínico. Seguindo-se uma tendência mundial na prática da obturação do sistema de canais radiculares,utilizando técnicas automatizadas,devemos adotar o bom senso na eleição do material adequado. Até o momento,nenhum material obturador conseguiu atingir todas as prerrogativas para ser considerado ideal. A opção pelo melhor material obturador depende diretamente da técnica empregada e da linha de pensamento do profissional,que certamente busca sempre resultados clínicos satisfatórios LIMAS A cinemática primordial das limas é a de limagem, ou seja, movimentos de introdução no canal radicular, pressão na parede do canal radicular e remoção. O corte ou desgaste ocorre no momento de remoção, retirada ou tração. Através da sua manipulação no interior do canal radicular, realizam a remoção controlada da polpa e dentina, contaminada ou não. A limagem amplia o canal radicular de forma menos regular quanto comparada aos movimentos giratórios. LIMAS As limas são instrumentos destinados especialmente ao alisamento e retificação de curvatura e irregularidades dos canais radiculares, embora contribuam também para o seu alargamento. As limas mais utilizadas cinemática primordial de limagem são: Tipo K, Hedströen, K Flex e Flexo-File. Existem muitas outras disponíveis no mercado, sendo que cada uma delas possui um “design” próprio. LIMAS Instrumento ideal: Boa flexibilidade Rendimento favorável ( corte ) Alto tempo de vida útil LIMAS Cabo: De plástico, possui cores específicas, um número e um desenho. Intermediário: Une o cabo à parte ativa e sua variação determina o comprimento do instrumento. Parte ativa: Possui o poder de corte e seu comprimento é sempre constante.( L = 16 mm ) Guia de penetração: Confere ao instrumento o poder de corte e penetração, guiando o mesmo dentro do canal. COMPOSIÇÃO DAS LIMAS LIMAS PADRONIZAÇÃO DAS LIMAS: Existe uma correlação entre o NÚMERO do instrumento, seu DIÂMETRO, a COR de seu cabo e a SÉRIE a que pertencem: CORDO CABO ESCURAS: nº e calibre MAIORES CLARAS: nº e calibre MENORES NUMERAÇÃO Os instrumentos são numerados de tal forma que divididos por 100 correspondam, em milímetros, ao diâmetro do corte da base do guia de penetração do instrumento. COMPRIMENTO Comp. da parte ativa:sempre 16mm Comp. do Intermediário: variável 21 mm – 25 mm – 31 DIÂMETRO DA PONTA Determina o nº do instrumento Ex: # 150,15 mm de diâmetro na ponta do instrumento (D1) LIMAS LIMAS CONICIDADE É o quanto aumenta em diâmetro a cada mm da lima.(A cada mm, há um aumento de 0,02 mm no diâmetro do instrumento) Exemplo: # 55 - em D10,55mm - a 1mm0,55mm + 0,02mm = 0,57mm - a 2mm0,55mm + 0,04mm = 0,59mm CALIBRE O aumento de calibre nasequênciados instrumentos é de 0,05 mm do instrumento no 10 até o 60 e de 0,1 mm deste até o 140. LIMAS Tipode lima Secção transversal Principaiscaracterísticas K(Kerr) Quadrangular Indicada na exploração inicial e instrumentação de canais retos; Boa resistência; Poder de corte e penetração pequenos; Dupla ação de alargamento e de desgaste; H (Hedströem) Circular Indicada parapulpectomiaedesobturação;Excelente capacidade de corte; Maior remoção de resíduos;Usada depois das limas K ouFlexofile(abertura de espaço); Essencialmente raspadoras; Capacidade perfurante nula Flexofile Triangular Indicada na instrumentação de canais retos e curvos;Flexibilidade; Só podem ser utilizadas em movimentos de limagem; LIMAS Tipode lima Secção transversal Principaiscaracterísticas K-Flex Losangular Capacidade de corte ainda maior que as LimasFlexo-File; grande capacidade dedesgaste da dentina;flexibilidade maior que a limas convencionais de mesmo calibre; GoldenMedium Triangular Foram propostas para resolver a problemática da ampliação de diâmetro de um instrumento de menor calibre para outro subseqüente de maior calibre durante o preparo; Nitiflex Triangular Instrumentação de canaisacentuadamente curvos;Confeccionada com liga de níquel-titânio; É altamente flexível; BROCAS Brocas e Pontas Esféricas As brocas e pontas diamantadas para alta rotação são utilizadas no acesso endodôntico nas seguintes fases: A - desgaste do esmalte no ponto de eleição; B - perfuração na direção de trepanação até a queda no vazio; C - remoção do teto. Brocas Carbite. 1 Pontas diamantadas KG Sorensen BROCAS Tipode broca Características LAAxxess Corta uma extensão perfeita linha-ângulo, sem deixar ranhuras ou irregularidades devido a sua ponta inativa (não écortante);segurança durante aterapêutica endodôntica. Peeso São utilizadas tanto naampliação da embocadurado canal radicular quanto nopreparo do conduto endodôntico; hoje está em desuso Baat Não possuem corte na extremidade de sua parte ativa; não podem sofrer movimentos pendulares (apresentam grande fragilidadenestas situações) podendo ocorrer fraturas. BROCAS Tipode broca Características Gates-Glidden O seu uso é seguro pelo fato de não possuírem corte na extremidade das suas partes ativas; alargando as entradas dos canais, ampliando os terços médio e cervical dos canais radiculares Largo São utilizadas para dar um melhor afunilamento à entrada do canal, após a sua instrumentação.Estabelecem um preparo para contenção intra-radicular, depois da obturação do canal. BROCAS Tipode broca Características Endo-Z Não possuem corte nas suas extremidades;Indicadas para oacabamento das cavidades de acesso e divergência das suas paredes, principalmente nos casos de pré-molares e molares;São notórias pela sua capacidade de corte e durabilidade. Lentulo Utilizado na inserção de pastas e cimentosendodônticos no interior do canal radicular REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS Cohen,S. & Burns,R.C. Pathways of the pulp.St Louis,Mosby,1976 De Deus,Q.D. Endodontia,Rio de Janeiro, Medsi , 1986 Lopes,H.P. & Siqueira Jr,J.F.,Endodontia-Biologia e Técnica, Rio de Janeiro,Medsi,1999 Berger CR. Endodontia, 1ª Ed. – São Paulo: ed. Pancast, p. 127-139, 1998 Bombana AC, Capriglione M. Arranjo do Consultório. In: Paiva JG, Antoniazzi. Endodontia – Bases para a prática clínica, 2 Ed – São Paulo: ed. Artes Médicas, p. 149-222, 1993 Capelette L Pallota RC, Machado MLBBL, Machado MEL. Análise Comparativa da Resistência à Torção de instumentos Endodônticos de Aço Inoxidável e Níque-Titânio. Machado MEL. Endoatlas [online]. São Paulo. Brazil. Nov. 2000. Available from world wide web; http://www.endoatlas.com.br. ISBN Pallotta RC, Machado MEL. Comparação da flexibilidade das limas tipo K, Flexofile, Hedstroen, e Nitifles. In: Seminário Brasileiro de Pesquisas Odontológicas, 1996, Águas de São Pedro. Anais: Águas de São Pedro: IADR, 1996. p. 73.
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