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Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 1 Fundamentos da Tecnologia em Robótica Introdução Nosso objetivo neste capítulo será descrever a tecnologia de um robô, devemos definir uma variedade de características sobre a maneira pela qual o robô é construído e o modo como opera. Os robôs trabalham com sensores, ferramentas e garras, e esses termos tem de ser definidos. Partes de um Robô As partes de um robô correspondem a algumas das partes de uma pessoa (e outros animais), pois os problemas de percepção, movimento e controle que os robôs devem resolver são análogos aos muitos problemas que os humanos e outras criaturas vivas também enfrentam. De fato, a fim de descobrir como solucionar esses problemas para os robôs os engenheiros freqüentemente preferem estudar como a natureza tentou solucioná-los. Robôs industriais tem quatro partes fundamentais: uma base fixa (a qual pode girar e deslizar por uma curta distância), um braço articulado (freqüentemente chamado de manipulador do robô), uma unidade de controle (o computador do robô) e um dispositivo de programação (possivelmente um teach box, ou joystick ou teclado). Braço Mecânico O braço articulado é formado por várias partes: ligamentos,juntas,atuadores de juntas, sensores de posição de juntas, punho e órgão terminal (a mão do robô). Ligamentos são as partes rígidas de um robô,comparáveis aos ossos do braço de uma pessoa. Juntas são as partes do braço de um robô que lhe permitem uma conexão móvel entre dois ligamentos (são a versão do robô de ombros, cotovelos e punhos). Tipos de Juntas • Juntas prismáticas Juntas prismáticas (também chamadas juntas lineares) movem-se em linha reta sem girar. São compostas de duas hastes que deslizam entre si de forma telescópica. Elas se estendem, retraem ou movem- se para dentro e para fora como um elevador hidráulico num posto de gasolina, ou ainda ao longo de um trilho como um carro de máquina de escrever. • Juntas de revolução (também chamadas juntas rotacionais) giram em torno de uma linha imaginária estacionária chamada eixo de rotação. Elas giram como uma cadeira giratória e abrem e fecham como uma dobradiça. • Juntas esféricas Esta conexão funciona como a combinação de três juntas de revolução, realizando a rotação em torno de três eixos. No corpo humano existem algumas juntas esféricas como a junta entre o ombro e o braço, o braço e o punho, o tronco e as pernas. Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 2 Figura: Tipos de Juntas Configurações Cinemáticas Usuais Os robôs são normalmente classificados conforme o tipo de juntas, ou mais exatamente pelo conjunto de juntas que formam o sistema de articulação do robô. A divisão em classes possibilita obter-se informações sobre características tais como: • Espaço de Trabalho • Grau de rigidez mecânica • Extensão do controle sobre a movimentação • Tipos de aplicação para cada robô. A configuração cinemática de um manipulador[#!SPONG!#] é escolhida com base na aplicação a que se destina. A classificação que se segue baseia-se nas três primeiras juntas do manipulador ("braço"), com o punho sendo descrito em separado. O código utilizado para a classificação dos robôs consiste de um conjunto de três letras, as quais referem-se ao tipo de juntas (R para revolução, P para prismática), na ordem em que ocorrem, começando pela base. Configuração articulada (RRR) Este tipo de manipulador é também chamado de antropomórfico, articulado ou em cotovelo. Esta configuração apresenta liberdade de movimentos relativamente elevada em espaços pequenos, mas geralmente não é tão forte e preciso quanto os demais. Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 3 FIGURA 10 FIGURA 10 FIGURA 10 FIGURA 10 - -- - Robô com Articulação Vertical Robô com Articulação Vertical Robô com Articulação Vertical Robô com Articulação Vertical Sua área de atuação é maior que qualquer tipo de robô, tendo uma baixa rigidez mecânica. Seu controle é complicado e difícil, devido as três juntas de revolução e devido à variações no momento de carga e momento de inércia. Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 4 Configuração esférica (RRP) Esta configuração é similar à anterior, com a diferença de que a junta do cotovelo é aqui substituída por uma do tipo prismático. A designação esférica ou polar provém do fato de que as coordenadas esféricas que definem a posição do efetuador (com relação a um sistema cuja origem coincide com a interseção dos dois eixos de rotação) são dadas pelas três primeiras variáveis de juntas. Figura: RRP Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 5 Configuração SCARA (RRP) A sigla SCARA provém do inglês e significa ``Selective Compliant Assembly Robot Arm'' (braço de robô de montagem com complacência seletiva) ou ``Selective Articulate Robot for Assembly''. Nesse caso, as palavras complacência seletiva significam que a complacência (isto é, a capacidade de ceder sob pressão e então voltar) é maior no plano horizontal (isto é, na direção lateral) que na vertical (isto é, na direção para cima/para baixo). A complacência seletiva facilita para esse robô realizar tarefas de montagens, tais como inserir pinos em buracos ou componentes de circuitos eletrônicos em soquetes. Sem a complacência tremidas seriam um problema sério. A principal vantagem desta configuração é que os atuadores das duas primeiras juntas estão livres de suportar os pesos do próprio manipulador e da carga. Além disso, como os atuadores das duas primeiras juntas podem ser alocados na base do manipulador, eles podem ser relativamente grandes, o que garante altas velocidades de movimento. Como o próprio nome indica, esta configuração é indicada para tarefas de montagem. Figura: SCARA Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 6 Configuração cilíndrica (RPP) A designação Cilíndrica para esta configuração provém do fato de que as variáveis da juntas são as coordenadas cilíndricas do efetuador com relação a um sistema fixo na base. Figura: RPP Configuração cartesiana (PPP) Um robô cartesiano ou retangular tem as três primeiras juntas prismáticas e ortogonais entre si, sendo que uma delas corre verticalmente para controlar a altura e as outras duas correm horizontalmente (uma para controlar o movimento esquerda/direita e a outra o movimento avanço/recuo). Esta configuração em geral corresponde a robôs de grande rigidez estrutural e alta precisão. Robôs desse tipo podem ser utilizados para moverem automóveis inteiros. Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 7 Figura: PPP Espaço de Trabalho A fronteira exterior de todos os pontos que um robô pode alcançar com seu órgão terminal é chamada espaço de trabalho. O espaço de trabalho depende somente do comprimento do braço do robô e da faixa de movimento permitida para as juntas. Pontos localizados fora do espaço de trabalho não podem ser alcançados pelo órgão terminal do robô, não interessando como o robô foi programado para se mover. Um conceito relativo é o espaço de trabalho programado, o qual é a fronteira exterior dos pontos que o órgão terminal do robô pode alcançar se ele segue o programa armazenado. Se você estiver além do espaço de trabalho do robô, ele não poderá Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 8 alcançá-lo (a menos que esteja manipulando alguma coisa que alcance além de seu espaço de trabalho). Se você estiver além do espaço de trabalho programado do robô, mas dentro do espaço de trabalho, ele não poderá alcançá-lo, a menos que desvie da trajetória programada (isto é, possível). Se você estiver dentro do espaço de trabalhoprogramado e pretende colocar ou tirar alguma coisa do robô, repará-lo ou tirar fotografias do robô, deverá desligá-lo para assegurar-se de que não fará nenhum movimento na sua direção. Robôs em movimento especialmente de grande porte, acumulam uma grande energia. Os robôs podem aparentar estarem desligados, mas pode mover-se repentinamente e sem advertência, pois pode estar esperando por sinais de entradas que vem de outras máquinas ou mesmo esperando um período de tempo passar.Muitos robôs tem sinais de segurança ou cercas para advertir pessoas. Além disso, faixa de segurança no piso ou um detetor a raios luminosos no perímetro podem desligar o robô caso alguém se aproxime. Algumas vezes trabalhadores de fábricas ou técnicos em robótica devem aproximar-se de robôs em movimento, a fim de executar seu trabalho; essas pessoas, no entanto, são treinadas para fazê-lo com segurança. COMPARAÇÃO DA ÁREA DE TRABALHO DOS ROBÔS. Nesta seção será feita uma análise matemática elementar para o calculo da capacidade dos robôs. As comparações são ilustradas na figura 11 e o calculo da área de trabalho segue-se após a mesma. Robôs Cartesianos - Alcançam qualquer ponto de um cubo de lado L. V = L * L * L Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 9 Robôs Cilíndricos - alcançam qualquer ponto em um cilindro de altura L e raio 2L, exceto os pontos do cilindro interno de raio L e altura L. V = 9,42 * L * L * L Robôs Esféricos - alcançam qualquer ponto de uma esfera de raio 2L, exceto a esfera interna de raio L. V = 29,32 * L * L * L Robôs de Articulação Horizontal - alcançam qualquer ponto de um cilindro de raio 2L e altura L. V = 12,56 * L * L * L Robôs de Articulação Vertical - Alcançam qualquer ponto de uma esfera de raio 2L. V = 33,51 * L * L * L Dessa forma, os robôs possuem um progressivo aumento na sua área de atuação, indo do cartesiano até o de articulação vertical. Então, a razão entre a área relativa aos casos extremos é: Vav/Vc = 33,51 Isto significa que a área de trabalho de um robô com articulação vertical com 2 vínculos de tamanho L é 33,51 vezes maior que a área de trabalho do robô cartesiano com 3 vínculos de tamanho L. Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 10 Graus de Liberdade Braços de robôs são freqüentemente descritos como tendo um certo número de graus de liberdade ou um certo número de eixos de movimento. Em robótica , o número de graus de liberdade é o número de movimentos distintos que o braço pode realizar. Normalmente o número de graus de liberdade iguala-se ao número de juntas, de forma que um robô de cinco graus de liberdade possui cinco juntas, e um robô com seis eixos tem seis juntas. A noção de graus de liberdade tem limites definidos. Por exemplo, uma junta não possui apenas uma direção de movimento, mas também limites a este movimento. Essa faixa de movimento permitido, que não tem nada a ver diretamente com graus de liberdade, é muito importante. Por exemplo, quando seguramos uma bola de tênis na mão, a seguramos mantendo a palma da mão em contato com ela. Isto ocorre porque as juntas de nossos dedos só dobram na direção da palma da mão e não em direção às costas desta. Caso nossas juntas tivessem uma faixa de movimento que lhes permitisse dobrar nas duas direções, seríamos capazes de pegar uma bola de tênis tanto com a palma como com as costas da mão. Assim, usamos os graus de liberdade adicionais das juntas de nossos punhos, cotovelo e ombro para mover nossa mão de tal forma que a palma fique de frente para a bola. Portanto ter mais juntas (punho, cotovelo e ombro) e em conseqüência mais graus de liberdade, ajuda-nos a compensar o fato de ter uma faixa de movimentos um tanto limitada em nossos dedos. Um robô precisa de apenas dois ou três graus de liberdade para ser útil, mas às vezes mais que seis graus são necessários para estendê-lo a realizar manobras, como, por exemplo, no interior de um automóvel. Acionamento de Robôs Os músculos movem as várias partes do braço. Robôs também devem ter unidades de acionamento que movem as partes do braço mecânico. Podemos classificar os tipos de acionamento em três grupos de acordo com: Tipo de movimento Acionamento Prismático e de Revolução Seja de revolução ou prismático, o acionamento é um motor. Quando é conectado a sua fonte de energia, o eixo do motor responde com um movimento de rotação. A carga fixada no eixo do motor é movida pela rotação do eixo. O acionamento prismático é um cilindro pneumático ou hidráulico, formando uma junta prismática. Um movimento linear pode ser resultado de um movimento de rotação, através do uso de uma correia dentada e cremalheira (por exemplo). Figura: Acionamento Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 11 Fonte de Energia Acionamento Elétrico Este tipo de acionamento é realizado por motores elétricos conectados a uma fonte apropriada. Robôs acionados por motores elétricos podem ser fortes e são mais baratos. Dependendo do tipo de motor, eles podem ser extremamente precisos e bastante rápidos. Vários tipos de motores elétricos são usados como acionadores de robôs. Servomotores AC e DC utilizam realimentação para controlar com precisão sua velocidade. Há motores elétricos que permitem acionamento direto (direct drive , o que significa que eles não precisam de engrenagens, correias, correntes nem diferenciais. Tais motores possuem resposta mais rápida e maior precisão de controle. Seguem as principais vantagens e desvantagens do acionamento elétrico: Vantagens Desvantagens Permite controle preciso e eficiente É incapaz de manter um momento constante em velocidades variáveis de revolução Envolve estruturas simples e de fácil manutenção É sujeito a danos devido a cargas pesadas, o bastante para parar o motor Não requer fonte de energia cara Tem uma baixa razão de potência de saída em relação ao peso do motor requerendo um motor no braço Custo relativamente baixo Acionamento Hidráulico Esta unidade é composta de: motor de movimento rotativo e cilindro para movimento deslizante. A unidade de acionamento hidráulico provoca movimento em pistões que comprimem o óleo, como mostra a figura abaixo. Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 12 FIGURA - Unidade de acionamento hidráulico Robôs acionados por fluidos hidráulicos são mais fortes e mais caros, mas podem perder precisão se seu fluido hidráulico mudar de temperatura. Também podem ter vazamentos de fluido, o que não é bom se o aspecto de limpeza for importante. Vantagens Desvantagens Mantém um momento alto e constante sob uma larga faixa de velocidades Requer uma fonte de energia cara Permite precisão de operação, algo menos que acionamento elétrico, mas mais que o pneumático Requer cara e extensiva manutenção Pode manter alto momento sobre longo período de tempo As válvulas devem ser precisas e são caras Está sujeito a vazamentos de óleo do sistema Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 13 Acionamento Pneumático Robôs acionados por ar comprimido são leves, baratos e de movimentos rápidos, mas em geral não são fortes. O acionamento pneumático é muito usado em sistemas simples de automação. Num sistema simples temos um pistão que se move até ser parado por um limite mecânico, obtendo um alto grau de precisão na parada. O acionamento pneumático é aplicado em larga escala nas indústrias e robôs possuem garras pneumáticas independentemente do tipo de acionamento do braço. Vantagens Desvantagens Permite operação emaltas velocidades Precisão pouco apurada Pode manter um momento constante (menor do que o acionamento hidráulico) Está sujeito a vibrações momentâneas no braço Fácil manutenção Custo relativamente baixo Resumindo, o driver elétrico é melhor em aplicações envolvendo: • Alta precisão de posição; • Transferência de carga de tamanho pequeno e médio; • Pequenas ambientes para sistemas de compressores de óleo e ar; O driver hidráulico trabalha melhor em situações envolvendo: • Transferência de cargas pesadas ( de 2.000 pounds ou mais); • De média para alta precisão na localização e velocidade; O driver pneumático é preferível em aplicações envolvendo: • Baixa precisão; • Necessidade de baixo custo; • Altas velocidades; Transferências de pequenas e médias cargas. Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 14 Ponto de Aplicação Acionamento Direto e Indireto As unidades de acionamento (motores) exercem forças nas juntas do robô, as quais provocam um movimento de cada barra. O movimento combinado destas barras causa o movimento do braço. Acionamento direto significa que o motor é montado diretamente na junta que se move. Se o motor é montado longe da junta, usualmente perto da base do robô, o acionamento é indireto. O movimento de acionamento indireto é transferido do motor para a junta através de correias, engrenagens, etc. As vantagens do driver indireto sobre o direto: 1. Redução do peso do braço mecânico; 2. Permite mudanças na velocidade de rotação das juntas. As desvantagens do driver indireto sobre o direto: 1. Falta de precisão da operação da junta devido a liberdade mecânica dos pontos de conexão entre os dispositivos de transferência; 2. Perdas consideráveis de potência. Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 15 Punhos e Efetuadores Punho é o nome usualmente dado às três últimas juntas do braço do robô. Estas, em geral, são juntas rotacionais, e seus eixos de rotação são mutuamente perpendiculares, configurando o que se conhece por punhos esféricos, isto é, punhos cujos eixos das juntas se intersectam num único ponto. Uma das vantagens do punho esférico é que seu uso simplifica consideravelmente a cinemática do manipulador, permitindo o desacoplamento entre a posição e a orientação do efetuador. Tipicamente, os manipuladores posuem três graus de liberdade para posicionamento . O número de graus de liberdade para orientaçào depende então do punho. São comuns os casos em que este tem um, dois ou três graus de liberdade. O braço e o punho são utilizados basicamente para o posicionamento e orientaçào do efetuador e de qualquer ferramenta que ele possa carregar. É o efetuador ou a ferramenta que em realidade executa o trabalho. Figura: Punho No sentido de sair do braço, essas juntas são conhecidas como junta de yaw, junta de pitch e junta de roll (nesta ordem). Os movimentos giratórios resultantes são chamados yaw, pitch e roll. Se você mantiver sua mão estendida a frente, de palma para baixo, com os dedos apontando para longe de você, os movimentos de yaw, pitch e roll poderão ser assim definidos: • Yaw é uma rotação ao redor de um eixo vertical que vai da parte superior à parte inferior através do punho. Isto produz um movimento da direita para a esquerda, assim como aquele usado para dizer não. • Pitch é uma rotação ao redor de um eixo horizontal que vai da esquerda para à direita através do punho. Isto produz um movimento de sobe e desce da mão, assim como aquele usado para dizer até logo. • Roll é uma rotação ao redor de um eixo horizontal que vai de trás para a frente através do punho. Isto produz um balanço lateral da mão, assim como aquele usado para dizer mais ou menos. Depois da junta de roll do punho vem o órgão terminal do robô. Alguns punhos chamados punhos de mudança rápida, vem com órgãos terminais desconectáveis, os quais podem ser rapidamente mudados, até durante uma mesma operação fabril. Os órgãos terminais podem ser classificados em dois grandes grupos garras e ferramentas especializadas. Robôs usam garras para mover objetos e usam ferramentas especializadas para executarem tarefas especiais. As garras podem ser de vários tipos: pinças mecânicas para pegar a maioria dos objetos rígidos, atrativos eletromagnéticos para pegar objetos de ferro e ventosas de sucção a vácuo para pegar objetos delicados com superfícies lisas, como espelhos, pratos largos, vidros e ovos. Mãos destras são garras avançadas que se assemelham a mão humana em versatilidade, podem ser usadas tanto para pegar e mover objetos industriais (matéria prima, bens acabados ou Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 16 material de embalagem) como para manipular e usar ferramentas projetadas para trabalhadores humanos.As ferramentas especializadas que os robôs podem usar em vez de garras incluem pistolas de pintura e de solda a ponto, tochas de solda a arco, cortadores a jato d`água e a laser e rebitadeiras automáticas. Figura: Garra de dois membros O termo end effector é uma palavra genérica para todos os sistemas montados no final do braço do robô, ou seja no fim do vínculo mais afastado da base do robô; cuja tarefa é agarrar objetos ou ferramentas e/ou transferi-los de um lugar para o outro. Exemplos de efetuadores são as garras, soldadores e pistolas de pintura. A operação do efetuador é a meta final do desempenho do robô. Todos os sistemas do conjunto (controlador, unidade motriz, etc.) são dimensionados para capacitar a ação correta do efetuador. Uma falha na operação de agarrar um objeto causa erros que comprometem o sucesso da realização do trabalho. Por isso, é essencial que a garra seja apropriada para cada ambiente de trabalho. Existem vários tipos de efetuadores em uso nas indústrias, concentraremos nosso foco no estudo das garras. A garra é comparável à mão humana. A estrutura da mão é realmente espantosa e interessante; ela possui 22 graus de liberdade, várias unidades motrizes na forma de músculos e muitos elementos sensoriais. É tão complexa e bem desenvolvida que não há garra feita pelo homem capaz de imitá-la. Dado esse fato, é óbvio que as garras são limitadas a uma faixa de operações. Devido ao desenvolvimento das indústrias e a constante renovação de processos de manufatura, houve a necessidade de se desenvolver garras capazes de realizar tipos diferentes de operações. Garras de dois membros Esse é o tipo de garra mais comum. Um grande número de variedades foram criadas, variando em tamanho e/ou movimento dos dedos, onde este pode ser de maneira paralela ou rotatória. A desvantagem básica da garra de dois membros é a sua limitação de abertura, impossibilitando o manuseio de objetos maiores que sua abertura total. Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 17 Garras de três membros Ela é basicamente similar à garra de dois membros, mas permite maior segurança no agarrar objetos, podendo segurar formas esféricas, triangulares, etc. Seus dedos são retráveis e constituídos de várias conexões. Figura: Garra de três membros Garras para objetos cilíndricos Essa garra consiste de dois dedos, cada um deles possuindo três ou mais depressões circulares, possibilitando a pega de objetos cilíndricos de diversos tamanhos. A garra para objetos cilíndricos tem duas desvantagens: i)É pesada (por ser geralmente maciça) e tem que ser suportada pelo robô durante toda a operação ii) Tem movimento limitado devido a sua extensão Figura: Garra objetos Cilindricos Garras para objetos frágeis Para pegar um objeto frágil sem quebrá-lo, os dedos da garra devem exercer um certo grau deforça. Esta força se for concentrada num simples ponto do objeto, é capaz de danificar partes delicadas. Sendo assim muitas garras para esse propósito tem sido desenvolvidas. Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 18 Figura: Garra objetos frágeis Garras de Juntas Estas garras são designadas para pegar objetos de vários tamanhos e de superfícies irregulares. As conexões são movidas por pares de cabos. Um cabo de cada par flexiona a junta, e o outro a estende. Para pegar um objeto, as juntas dos dedos envolvem-no e seguram-no firmemente. Quanto menor o tamanho das juntas dos dedos, maior é a firmeza e a capacidade de pegar objetos irregulares. Figura: Garra de Juntas Garra Eletromagnética ou à Vácuo Garras a Vácuo ou ventosas são designadas para pegar objetos lisos e chatos através de um vácuo criado nas suas ventosas. Já as Garras Eletromagnéticas são designadas para pegar objetos metálicos através de campo magnético.Ambos os tipos de garras são eficientes, já que elas podem pegar objetos de diversos tamanhos, e não requerem grande precisão na localização do objeto. As garras a vácuo são usadas para pegar objetos de superfície plana, como chapas de metal e caixas de papelão. Geralmente cada garra à vácuo possui um determinado número de ventosas conforme sua aplicação, isto para reduzir o risco de escorregamento, bem como para aumentar a capacidade de transporte. Automação – Robótica Profº. Marcos Barros 19 Figura: Garra à Vácuo Trocador Automático de Ferramentas Muitos tipos de trabalho envolvem o manuseio de peças e objetos de tamanho e formatos variados, num só ambiente de trabalho. Nesses casos, o uso de uma chave de fenda pode ser feito alternadamente com uma garra ou uma ventosa, e assim por diante. Como não há garra capaz de tal feito, visto que cada uma tem sua função própria, desenvolveu-se uma ferramenta chamada trocador automático de ferramentas. É um adaptador que permite a troca rápida de garras. Uma restrição óbvia é que todas as conexões pneumáticas, hidráulicas, etc., devem ser feitas da mesma forma. Existem algumas desvantagens no uso de trocador automático de ferramentas: • O peso é somado ao braço do robô • O custo de instalação é alto Por essas observações, fica evidente que o desenvolvimento e produção de garras é um dos importantes estágios no desenho de robôs para tarefas dedicadas.
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