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PR. JOSÉ ILDO Sociologia da Educação

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FACULDADE “ENTRE RIOS DE PIAUÍ” – FAERPI
PR. JOSÉ ILDO PEREIRA DA SILVA
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Vitória – ES Maio / 2018
PR. JOSÉ ILDO PEREIRA DA SILVA
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Trabalho apresentado à FAERPI – Faculdade “Entre Rios de Piauí”, como requisito parcial para conclusão do curso de Integralização de Crédito em Bacharel em Teologia.
Orientador: Professor Pr. Mateus Duarte
VITÓRIA - ES MAIO 2018
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Tal como a maioria dos aspectos abordados nas ciências sociais, a comunidade não pode ser rotulada. Usa-se frequentemente a palavra comunidade, mas nesta formação é importante perguntar seriamente pela sua definição.
Primeiro, é essencial referir que uma "comunidade" é uma construção mental, um modelo.
Não se pode observar ou tocar uma comunidade inteira, e não se pode experimentá-la diretamente. Tal como as palavras "monte" ou "floco de neve", uma comunidade pode adquirir várias formas, tamanhos, cores e localizações distintas, não existem duas iguais.
Uma comunidade não se resume às pessoas que a constituem. Uma comunidade, de um modo geral, já existia antes dos seus atuais membros terem sequer nascido, e provavelmente continuará a existir mesmo depois dos seus atuais membros terem desaparecido. É algo que transcende cada um dos seus componentes, os residentes atuais ou os próprios membros da comunidade.
Uma comunidade pode incluir membros que se mudaram temporariamente para outros locais. Eles podem planear um eventual regresso, mas nem todos o fazem.
Em determinados casos, uma "comunidade" pode nem sequer possuir um lugar físico, mas ser simplesmente demarcada por um grupo de pessoas que partilham um interesse comum. No entanto, nesta pesquisa para a Integralização em Ensino Religioso, uma "comunidade" à qual um mobilizador dedica a sua atenção, geralmente pertence à categoria de comunidades com um lugar físico definido.
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O QUE É UMA COMUNIDADE?
Uma Comunidade é uma Construção Sociológica
O conceito de comunidade não é apenas uma "construção" (modelo), é uma "Construção Sociológica." É um conjunto de interações, comportamentos humanos com significado e expectativas entre os seus membros. Não se trata apenas de uma ação isolada, mas de um conjunto de ações que têm como base a partilha de expectativas, valores, crenças e significados entre os indivíduos.
Para compreender o modo como uma comunidade atua e muda, torna-se necessário aprender um pouco sobre a ciência sociologia. Um mobilizador é um cientista aplicado; um cientista social. Enquanto que um cientista puro está interessado no modo de funcionamento de algo em concreto, o cientista aplicado está interessado em possuir esse conhecimento e aplicá-lo para obter resultados úteis.
Uma Comunidade possui Fronteiras pouco Concretas
Quando a comunidade identificada é uma pequena aldeia, separada de outras aldeias por uma distância de poucos quilômetros, numa área rural, as suas fronteiras parecem ser muito simples, quando se faz uma análise inicial. Pode considerar-se o padrão de interações humanas como consistindo apenas de relações entre os habitantes dessa localidade, nessa aldeia.
Mas os seus habitantes também interagem com pessoas fora da aldeia. Casam-se com pessoas de localidades vizinhas ou distantes, e podem mudar- se de local ou, por outro lado, o cônjuge pode começar a residir nessa aldeia. A determinada altura, os habitantes da aldeia terão irmãs, irmãos, primos, pais ou familiares por afinidade que vivem em outros locais. A fronteira dessa
comunidade não é bem delimitada. Podem existir comunidades dentro de comunidades mais vastas, incluindo distritos, regiões, grupos étnicos, nações e outras fronteiras. Pode haver matrimônios ou qualquer outro tipo de interação que estabelece uma ligação entre os dois lados das fronteiras nacionais. Adicionalmente, quando a tecnologia não se baseia na horticultura local, os habitantes da comunidade podem ser fisicamente móveis. Podem ser pastores nômades que percorrem longas distâncias com o seu gado. Podem ser grupos móveis de pescadores que se deslocam frequentemente de acordo com a disponibilidade do peixe. Podem ser caçadores que se movem para seguir os animais de caça.
As Comunidade Urbanas são Especiais
Nas áreas urbanas, uma comunidade pode ser um pequeno grupo de propriedades pertencentes a pessoas com uma origem comum. Essa comunidade, por seu lado, pode fazer parte de uma comunidade da vizinhança ou de um bairro ou de qualquer outro tipo de divisão urbana local. À medida que as fronteiras se alargam, existe mais heterogeneidade (diferenças de origem, língua, religião ou outras características que possam definir uma identidade comum). Por outro lado, também podem fazer parte de um município mais abrangente, que por sua vez faz parte da conglomeração que inclui toda a cidade.
Em geral (salvo algumas exceções), uma comunidade urbana tem mais fronteiras pouco definidas, é mais difícil de demarcar, mais heterogenia (variada, mista), mais complexa e mais difícil de organizar usando os métodos tradicionais de desenvolvimento de comunidades, e possui objetivos mais complexos e sofisticados do que as comunidades rurais.
A comunidade possui uma vida própria que transcende a soma de todas as vidas de todos os seus membros. Enquanto uma organização social, a comunidade é uma entidade cultural. Isto significa que é um sistema de sistemas, e que é composto de aspectos que são aprendidos e não
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transmitidos pelos genes e cromossomas. Todos os elementos sociais e culturais de uma comunidade, desde a sua tecnologia até às crenças comuns, são transmitidos e armazenados através de símbolos.
Uma comunidade, tal como outras instituições sociais, não é uma mera coleção de pessoas individuais; é um conjunto em constante mudança de relacionamentos, incluindo as atitudes e comportamentos dos seus membros. Lembre-se que o seu objetivo é o empoderamento da comunidade. Saber o que é uma comunidade, e a sua natureza social e cultural, ajudará a saber exatamente o que é ser empoderado através dos esforços.
A Cultura Aprende-se
Mencionou-se que uma comunidade é um organismo cultural, e que é algo que ultrapassa os próprios indivíduos que a constituem. A cultura nas ciências sociais é algo mais que ópera e balé, mas o que é ao certo?
A cultura consiste de todos os aspectos, incluindo as ações e as crenças que os seres humanos (enquanto seres vivos) aprendem e que são a essência da humanidade. A cultura inclui o comportamento adquirido, mas não os aspectos que são geneticamente determinados. Ao passo que parte da cultura é armazenada e transmitida durante a infância (como por exemplo, aprender a falar), o restante aprende-se na idade adulta.
Quando uma cultura se aprende inicialmente por uma criança para que se torne um adulto, esse processo denomina-se de interiorização ou socialização. Quando se reaprende uma outra cultura, tal como quando uma pessoa muda- se para uma sociedade diferente, ou quando a comunidade que rodeia o indivíduo modifica-se, então o processo denomina-se aculturação. Enquanto mobilizador, vai estar muito envolvido na criação de estímulos para mudar socialmente uma comunidade e como tal será confrontado com o processo de aculturação. Por conseguinte, as competências na área de educação para adultos são essenciais.
A definição sociológica de "cultura", que significa "sistema sócio-cultural", e que consiste da própria sociedade, não é a definição corrente de cultura, na qual as pessoas incluem normalmente a dança e a percursão, ou apenas as artes (que pertencem a apenas uma das seis dimensões de cultura, a estética). A cultura é super-orgânica (e uma comunidade é cultural). Compreender o conceito de super-orgânico é importante para compreender uma comunidade.
Tal como o nível orgânico se baseia no inorgânico(as células vivas são constituídas por átomos sem vida, etc.; um cão ou uma árvore não são uma célula apesar de serem constituídos por células), também o super-orgânico baseia-se no orgânico (a sociedade não é um ser vivo apesar de ser composta por seres vivos).
Usa-se aqui o termo "transcender" no sentido de "ir além de". Não possui nenhuma conotação religiosa neste contexto. Tal como uma árvore, enquanto ser vivo, transcende os seus átomos, moléculas e células que a compõem, também uma comunidade, ou qualquer organização social, transcende os seres vivos individuais que a constituem. A árvore e o cão não existiriam sem os seus átomos ou células, assim como uma comunidade não existiria sem os seus seres vivos individuais.
Os princípios que afetam um átomo ou uma célula (de um cão ou de uma árvore), não são os mesmos que afetam o cão ou a árvore. As forças que afetam um ser vivo individual (numa comunidade) não são as forças que afetam o desenvolvimento de uma comunidade.
Um bom mobilizador deve compreender a natureza da mudança social numa comunidade e ser capaz de identificar as suas diferenças em relação às mudanças sofridas pelos indivíduos nessa comunidade. Nesse sentido, o mobilizador deve desenvolver uma perspectiva social, e saber como uma comunidade transcende os seus indivíduos.
Uma comunidade pode ser considerada como sendo um organismo. Ela vive e funciona ainda que os seus membros se movam, nasçam ou desapareçam.
Tal como uma célula viva, planta ou animal, transcende os seus átomos, também uma instituição, padrão de comportamentos ou comunidade transcende os seus indivíduos. O comportamento de um átomo ou o ciclo de vida de uma molécula decorre de acordo com um conjunto de forças distintas daquelas que existem numa planta ou animal onde se encontra esse átomo ou molécula.
Por isso, também um ser humano está sujeito a um conjunto de forças distinto daquele que afeta uma organização social (tal como uma comunidade) na qual está inserido. Uma crença, por exemplo, é respeitada por pessoas, mas essa crença pode continuar a existir muito tempo depois das primeiras pessoas terem desaparecido. O mesmo princípio é aplicável a uma instituição como o casamento, a uma organização como a força aérea, a uma cidade como Kumasi, um hábito como o aperto de mãos, uma ferramenta como a enxada, ou um sistema como o marketing. Todos estes transcendem os indivíduos que os utilizam.
Uma sociedade é consequentemente um sistema – não um sistema inorgânico como um motor, nem um sistema orgânico como uma árvore, mas sim um sistema superorgânico constituído por ideias apreendidas, expectativas e comportamento de seres humanos. Pensa-se em três níveis de organização: inorgânico, orgânico e superorgânico.
Apesar de uma comunidade ser um sistema cultural (no sentido em que transcende os indivíduos) não se pode assumir que uma comunidade é uma unidade harmoniosa. Não o é. Está recheada de facções, lutas e conflitos, baseados em diferenças tais como a de gênero, religião, acesso à riqueza, etnia, classe, nível de educação, rendimento, propriedade, língua e muitos outros fatores.
Uma comunidade não fala nem pensa, não tem sentimentos e não se comporta como um ser humano. É uma entidade super-orgânica, e que se move, reage, cresce e se comporta com princípios, forças e mecanismos diferentes dos de um ser humano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando se afirma que uma comunidade não é igual a um ser humano, quer dizer que não possui emoções, uma cabeça, pensamentos, pernas ou um passatempo. No entanto está constituída por partes diferentes que são aplicáveis a organizações sociais e cultura e não necessariamente a seres humanos individuais.
Uma maneira importante de analisar uma comunidade consiste em analisá-la nas suas diversas facetas, ou seja, usar as suas seis dimensões culturais. Utiliza-se o termo "dimensão" dado que se trata de categorias analíticas, estabelecidas pelos homens, e que não são baseadas em partes observáveis (tais como as partes de um corpo: cabeça, braços, pernas).
Independentemente do seu tamanho ou dos diferentes modos como se pode decompor cada uma das partes da cultura, a comunidade será sempre constituída por cada uma das suas seis dimensões.
Tais dimensões da comunidade incluem os aspectos: Tecnológico; Econômico; Político; Institucional (social); Valores Estéticos; Crenças e Conceitos.
Cada uma destas dimensões de cultura é transmitida através de símbolos (e não de genes) e consistem de sistemas de ideias e comportamentos adquiridos. Elas não são "aspectos" da cultura; são dimensões.
As dimensões culturais variam em tamanho, mas, por definição, fazem parte do conjunto total. Todas elas são sistemas dentro de cada sistema social (ou cultural). Baseiam-se no comportamento adquirido, que transcende os indivíduos que aprenderam as diferentes partes do sistema. Se qualquer uma das dimensões da cultura não está presente, por definição, todas são inexistentes.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de. Pequena história da formação social brasileira. 2.ed. Rio de Janeiro: Graal, 1981.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação. São Paulo: Moderna, 2011.
 	_. História da Educação. 2.ed. rev. atual. São Paulo. Moderna, 1993. GOMES, Felipe Tiago. Escolas da comunidade. 6.ed. Brasília: CNEC, 1989.
VYGOTSKY, Lev. S. A Formação Social da Mente. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
 	_. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Icone: Editora da Universidade de São Paulo, 1988.

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