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Francisco Silveira
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
I. INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
 A. noções básicas introdutórias ao Processo do Trabalho
 B. sistemas de solução dos conflitos
 		1) autodefesa
 		2) autocomposição (modelos extrajudiciais, como as comissões de conciliação prévia, e judiciais)
 		3) heterocomposição
 C. fontes
 D. interpretação, aplicação e princípios.
 II. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
 	A. Tribunais e Juízos do Trabalho, inclusive organização interna e diferenciação com a estrutura básica da Justiça Comum
 	B. Juízos de Direito investidos de jurisdição trabalhista (excepcionalidade constitucional)
 	C. retrospectiva da organização anterior
 III. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIAS DA JUSTIÇA DO TRABALHO
 	A. jurisdição definida pela Constituição Federal
 		1) competência em dissídios individuais
 		2) competência em dissídios coletivos (clássicos e modernos)
 		3) retrospectiva da jurisdição deferida à Justiça do Trabalho 
 	B. competências absolutas e relativas
 		1) competência em razão da matéria 
 		2) competência em razão das pessoas
 		3) competência funcional
 		4) competência territorial
 		5) competência pelo valor da causa (alçada)
 	 C. modificação de competência 
 	D. conflito de competência
 IV. AÇÃO TRABALHISTA – Aqui cai tudo
 	A. natureza jurídica da ação trabalhista
 	B. elementos e classificação da ação trabalhista
 	C. ações individuais e ações coletivas (diferenciação básica)
 	D. direitos e interesses trabalhistas individuais simples, individuais homogêneos, difusos e coletivos 
 	E. condições da ação
 		1) possibilidade jurídica
 		2) interesse de agir
 		3) legitimação para agir
 	F. pressupostos processuais subjetivos e objetivos
 	G. partes e procuradores
 		1) partes: capacidade de ser parte e de estar em Juízo: a possibilidade de “jus postulandi” nos Juízos do Trabalho e as vedações perante os Tribunais do Trabalho
 		2) litisconsórcio (as ações “plúrimas)
 		3) representação e assistência processual
 			a) representação das pessoas físicas e jurídicas
 			b) assistência e representação de empregados adolescentes
 		 	c) mandatos para representação por advogado
 			d) assistência judiciária e gratuidade judiciária
 		4) substituição processual trabalhista
a) a legitimação das entidades sindicais
b) a legitimação do Ministério Público do Trabalho
 V. PROCESSO INDIVIDUAL DO TRABALHO
 	A. particularidades e normas de regência
 	B. procedimento ordinário e procedimento sumaríssimo trabalhista 
 	C. as audiências
 	D. a demanda trabalhista – petição inicial
E. a resposta do réu – contestação, exceções e reconvenção
F. a fixação do valor da causa
 	G. as nulidades no processo do trabalho
 	H. as provas no processo do trabalho
 	I. suspensão e extinção do processo
 	J. sentença e coisa julgada
 	K. recursos e impugnações especiais
1) conceitos e princípios gerais
2) duplo grau de jurisdição e causas de alçada exclusiva
3) pressupostos recursais objetivos e subjetivos
4) efeitos devolutivos e suspensivos dos recursos e a ação cautelar para emprestar efeito suspensivo a recurso 
5) particularidades dos recursos trabalhistas
6) efeito preclusivo no processo do trabalho: o “protesto” como marco para recurso posterior contra decisão interlocutória irrecorrível de imediato
7) espécies de recursos
a) recursos típicos trabalhistas
 				- recurso ordinário
- agravo de petição
- recurso de revista
- embargos em recurso de revista
- agravo de instrumento
- embargos de declaração
b) recursos cíveis no âmbito processual trabalhista
- agravo regimental
- agravo do artigo 557/CPC
- remessa oficial ou recurso de ofício (“ex officio”)
2.1. Características gerais dos sistemas europeus. Como ponto inicial da abordagem ao modelo europeu de solução de conflitos coletivos do trabalho, é preciso fixar os parâmetros de atuação das várias nações nesse campo. 
Diante da pluralidade de realidades sociais, econômicas, políticas e culturais envolvidas, é intuitiva a inexistência de uniformidade em relação ao papel do Estado no campo das relações de trabalho: a clássica dicotomia entre intervencionistas, de um lado, e abstencionistas ou voluntaristas, de outro, tem experimentado progressiva moderação, desde o ano de 1970, seja pelo crescimento do direito estatal (statutory regulation) nos países situados na denominada industrial democracy, capitaneados pela Inglaterra, seja pelo crescente deslocamento, nos paises de forte tradição intervencionista (França, Portugal, Grécia e Espanha), do centro de gravidade do sistema de relações trabalhistas da lei para a negociação coletiva, capacitada a derrogar a norma estatal. 
Nada obstante, se é certo que não há uniformidade em relação ao papel dos vários estados europeus no gerenciamento das relações de trabalho, algumas tendências têm sido identificadas, como, por exemplo, a adoção de medidas de estímulo e promoção dos órgãos e meios extrajudiciais de resolução dessas disputas coletivas. 
Em idêntico sentido, a preocupação com a autonomia negocial coletiva, responsável pela definição dos meios de composição de litígios e de seus respectivos procedimentos, tem sido prestigiada, porquanto reafirma a responsabilidade central dos atores coletivos na busca de soluções.
Prevalece, portanto, a não intervenção do Poder Público, assim compreendido enquanto a participação de órgãos dotados de potestade jurisdicional, para a resolução desses conflitos, o que contribui para elevar o grau de legitimidade das soluções, alcançadas a partir da atuação das próprias partes coletivas. 
É bastante forte a noção de todos os segmentos envolvidos, no sentido de que a finalidade última dos sistemas é facilitar a continuação do diálogo bilateral e autônomo, provisoriamente interrompido pelo conflito, meramente circunstancial e que deve ser superado. 
Nesse cenário, as fórmulas extrajudiciais de resolução de disputar são compreendidas como peças autônomas de uma engrenagem maior, que não pode ser traduzida em termos jurídicos. 
2.2. Fontes de constituição do Sistema Extrajudicial de Solução de Conflitos.Fundamentalmente, duas são as matrizes normativas dos sistemas extrajudiciais de solução de conflitos, de origens autônoma (a negociação coletiva) e heterônoma (a legislação estatal). 
Como expressão da responsabilidade de que são depositários os atores coletivos, a negociação coletiva tem representado importante canal de fixação dos meios de solução das disputas coletivas. Por esses instrumentos, são criados, organizados e administrados os procedimentos de solução dos conflitos coletivos de trabalho. 
É esse o modelo adotado na Dinamarca, na Suécia, na Holanda e na Finlândia, países com forte tradição no diálogo social e na negociação coletiva.
Diferentemente, em outros países, é o próprio Estado, por meio da legislação, quem define os mecanismos para a resolução desses conflitos, ainda que não haja a participação de órgãos judiciários nesse processo. 
É o caso, por exemplo, da Inglaterra, em que existem o Central Arbitration Comittee (CAC) e a Arbitration and Conciliation Advisory Service (ACAS), órgãos criados por lei e que exercem supletiva e facultativamente papel auxiliar nas negociações coletivas, as quais prevalecem em relação a outras formas de solução das disputas coletivas. 
Também na Grécia, existe serviço estatal de mediação e arbitragem, que tem por função “to support colectiv bargaining by providing independent mediation and arbitration service.”
É relevante notar que,na Inglaterra e na Grécia, países com diferentes tradições culturais e trabalhistas, esses órgãos de auxílio à auto-composição coletiva gozam de elevado prestígio social, ao passo que na Alemanha e em Portugal, países também com diferentes tradições culturais, os meios institucionais de solução extrajudicial de conflitos coletivos ocupam posição marginal e periférica no sistema de relações laborais.
2.3. Sistemas Judiciais e Sistemas não Judiciais e efeitos sobre a negociação coletiva.Ainda a propósito dos sistemas europeus de solução de conflitos, outra classificação se impõe: sistemas judiciais e sistemas não judiciais, sendo oportuno referir aos impactos dessas realidades sobre a eficácia da negociação coletiva. 
A esse respeito, é expressiva a análise desenvolvida pelo Professor FERNANDO VALES DAL RÉ, Catedrático da Universidade Complutense de Madrid, [1] desenvolvida no presente tópico.
Em alguns sistemas, os meios extrajudiciais de solução de conflitos individuais e coletivos configuram simples recursos auxiliares da atividade jurisdicional, “simples apêndices da atividade jurisdicional”, enquanto formas de desafogar os órgãos judiciários; há, nesses casos, clara dependência funcional entre o sistema judicial e os meios extrajudiciais, sendo certo que a existência de grande estrutura oficial ou institucional acaba por induzir à debilidade dos processos de negociação autônomos (Espanha e Grécia), embora esse dado “careça de valor universal, apenas definindo tendências sem enunciar princípios de causalidade”, pois existem experiências que produzem resultados contrários (Áustria, França e Portugal). 
Noutros casos, não existe essa dependência e os sistemas judicial e extrajudicial atuam com ampla autonomia, sem qualquer tipo de vinculação linear ou sucessiva, podendo os atores sociais buscar qualquer dessas vias como bem entenderem.
 É ainda relevante notar que, nos países que segregaram a jurisdição do trabalho da jurisdição civil, em que há também a inserção de diversos princípios processuais de caráter protecionista ou especial (v.g., oralidade, imediatidade, concentração, celeridade, liberdade de postulação gratuidade etc), nota-se o efeito cultural de desestímulo à utilização dos meios alternativos de resolução de disputas (Alemanha e na França).
Diferentemente, nos sistemas em que prevalece a “neutralidade processual” (Inglaterra, Irlanda ou Holanda, por exemplo), o impulso legislativo ou convencional aos meios extrajudiciais é expressivo, cumprindo notar que a justiça especializada existe na Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha ou Finlândia, embora sob estruturas distintas.[2]
2.4. A particular realidade do direito coletivo na Itália e na Alemanha.Como antes demonstrado, as origens históricas do direito coletivo no Brasil confundem-se com a matriz italiana, do regime fascista ou corporativista de Benito Mussolini, implantado a partir de 1919 e que vigorou entre 1922 e 1945. 
É preciso, porém, referir que a realidade normativa os sindicatos praticada na Itália sofreu profunda modificação após o fim da 2ª Grande Guerra Mundial, com a Constituição italiana de 1948, quando rompidas todas as amarras entre o Estado e os sindicatos.[3]
De fato, segundo a ordem constitucional italiana, a base principiológica que informa o sistema de solução de conflitos coletivos está fundada nos artigos 3º (à República compete remover os obstáculos de ordem econômico‑sociais, que restrinjam a liberdade e igualdade entre os cidadãos), 4º (reconhecimento do direito ao trabalho a todos os cidadão, com a adoção das medidas a tanto adequadas), 35 (tutela do trabalho em todas as suas formas), 41 (função e utilidade social da iniciativa privada), 44 (eqüidade nas relações sociais), e 46 (valorização econômica e social do trabalho). 
À luz desses preceitos, as características estruturais do sindicalismo italiano podem ser sintetizadas nos seguintes itens, segundo a lição da Professora Luísa Galantino[4]: 
1. Os preceitos que regem o sindicalismo na Itália possuem assento constitucional (art. 39, §§ 2, 3 e 4), sendo certo que, embora confiram ao legislador ordinário a responsabilidade pela edição de normas de integração, há o forte temor da imposição de restrições ou limites à atuação dos sindicatos, como conseqüência da memória histórica do período corporativo; 
2. Há intensa rivalidade entre sindicatos minoritários e majoritários; 
3. Há uma tendência natural pela aplicação pelos empresários do contrato coletivo nacional, o que acarreta a extensão do seu âmbito de eficácia;
4. Os sindicatos majoritários atuam de maneira expressiva e destacada, inclusive na elaboração do contrato coletivo nacional, participação valorizada pela lei, pelos representantes próprios; 
5. Os sindicatos recebem freqüente delegação legislativa para regulamentação contratual de determinados institutos jurídicos, apenas genericamente disciplinados pela lei, estando habilitados, nesses casos, a derrogar in pejus mesmo as normas de lei imperativas, na perspectiva de tutelar os interesses dos trabalhadores;
6. As funções sindicais são exercidas por entidades constituídas sob a forma associativa ou não, sendo exemplos dessa última hipótese as antigas comissões internas de fábricas, hoje Conselho de representantes. Também grupos ocasionais de trabalhadores podem assumir o exercício da função sindical, na defesa de seus interesses; 
7. A lei tende a valorizar os sindicatos mais representativos de trabalhadores e empresários que atuam com maior eficácia no sistema político-econômico.
Não por outras razões, diante dessa complexa realidade, o modelo sindical italiano qualifica-se como anárquico. A pluralidade de entidades e organizações sindicais ou para-sindicais voltadas à negociação coletiva favorece o surgimento de um clima de instabilidade e insegurança, em razão da presença concomitante de uma multiplicidade de normas coletivas, originárias de vários níveis, postulando reconhecimento e aplicação concreta.
Apesar dessas particularidades, fato é que a auto-condução dos interesses profissionais e econômicos à margem do Estado tem se revelado muito mais frutífera, do ponto de vista da acomodação das realidades sócio-econômicas internas às vicissitudes da economia globalizada, como confirmam algumas das experiências vivenciadas no continente europeu. 
Evidentemente, para o sucesso desse modelo, algumas premissas são indispensáveis, entre as quais a obrigatoriedade da negociação de boa-fé e o dever de prestar informações. 
Particularmente emblemático nesse campo, o exemplo alemão tem sido apontado como exemplar, ainda que também sofra os efeitos ditados pela economia globalizada. 
As relações de trabalho na Alemanha estão amparadas em algumas premissas essenciais, entre as quais[5]: 
1. No campo dos atores institucionais, prevalece, do lado operário, a noção do “sindicato único”: assegurando-se a representação de todos os segmentos por um único ente sindical, dotado de ampla capacidade negocial, eleva-se o índice de sindicalização dos trabalhadores e fortalece-se a legitimidade das decisões adotadas (em média, 33% dos trabalhadores estão filiados a sindicatos na Alemanha, índice que atinge a cifra de 70% a 80% na indústria metalúrgica); em relação aos empregadores, três são os tipos de organização: i) a Federação da Indústria Alemã (BDI) ‑ associação nacional da indústria – que representa os interesses econômicos dos empregadores; ii) a Confederação das Associações Alemãs de Empregadores (BDA), que representa os interesses sócio‑políticos e político‑salariais dos empregadores; e iii) as Câmaras de Indústria e Comércio, que representam os interesses regionais da economia industrial, e estão congregadas numa organização maior denominada Deutscher lndustrie‑und Handelstag (DIHT).
2. São consagradas a renúncia à intervenção estatal e a afirmação da obrigatoriedade da conciliação (fruto do espírito ditado pela Constituição de Weimar, ainda hoje observado);
3.A autonomia negocial coletiva tem “status” constitucional, não havendo qualquer ingerência estatal;
4. Ampla liberdade dos atores coletivos para definir o modo de resolução dos conflitos envolvendo negociação salarial, figurando o acesso ao Judiciário como último recurso;
5. Prevalece entre os atores coletivos uma forte noção de “parceria social”;
6. As disputas trabalhistas são apenas admitidas quando “socialmente adequadas”, com o que se veda a atuação político-partidária dos sindicatos;
7. Prevalece a “igualdade de armas”; de um lado o direito de greve dos trabalhadores, de outro o direito de suspensão do trabalho pelos empregados;
8. O direito de greve, essencialmente coletivo, é apenas exercido como último recurso, após frustradas todas as possibilidades possíveis de composição dos conflitos;
9. Vigora o “dever de paz”, segundo o qual, durante as negociações, não se admite a prática de qualquer ato conducente a um conflito trabalhista, e a “proporcionalidade dos meios”, ou seja, durante os conflitos não são toleradas medidas que possam onerar sobremaneira ou destruir o opositor;
Conclusão.A questão das regulação das relações de trabalho, cujo pano de fundo envolve o tema maior da dignidade da pessoa humana, da paz e da harmonia entre as sociedades, sempre se revelou sensível. Basta lembrar o contexto histórico verificado no alvorecer dos estados modernos, quando o regime liberal, ainda que forjado como reação ao absolutismo monárquico, acabou conduzindo à exacerbação da liberdade individual, com o repudio a quaisquer formas de organização coletiva ou de sociedades parciais entre os indivíduos e o Estado. Conjugada aquela concepção política individualista e liberal à realidade econômica que se seguiu, e que foi potencializada pelo processo de mecanização de importantes setores da produção (Revolução Industrial), profundas alterações nas relações sociais se fizeram sentir, fazendo com que o Estado abandonasse a postura absenteísta e passasse a editar regras em defesa dos trabalhadores. 
Embora possa parecer paradoxal, a legislação do trabalho no Brasil - sobretudo no campo do direito coletivo -, que buscou inspiração em nobres propósitos de solidariedade e de dignificação do trabalhador, não mais tem logrado cumprir a missão para a qual foi concebida. 
É possível afirmar que atravessamos um singular momento de crise de eficácia do direito do trabalho, cujas causas são múltiplas. Envolvem as diretrizes da política econômica adotada (cada vez mais condicionada e dependente de fatores externos), os avanços tecnológicos, a globalização da economia e os processos de reestruturação das empresas (que difundiram novas formas de relações de trabalho). Também confirmam essa realidade de crise os ínfimos níveis salariais praticados no mercado de trabalho, o elevado número de lesões praticadas aos direitos trabalhistas, o explosivo volume de ações na Justiça do Trabalho (cujas causas nem sempre estão ligadas ao claro objetivo patronal de locupletamento indevido) e o crescimento assustador do mercado informal de trabalho (que lança à margem da proteção legal mais da metade da mão‑de‑obra em atividade no Brasil).
Como parte desse movimento de fragmentação das relações de trabalho no Brasil, a realidade tem demonstrado o crescimento dos mercados de trabalho temporário, em tempo parcial e terceirizado, além do fomento do próprio poder público à expansão de cooperativas de mão‑de‑obra, muitas das quais fraudulentas.
Essa complexa realidade ‑‑ aqui retratada de modo parcial ‑‑ constitui um grande desafio a todos quantos envolvidos na administração das relações de trabalho no Brasil: buscar alternativas para a construção de um novo e virtuoso futuro das relações sociais, em que a valorização social do trabalho e da livre iniciativa, a dignidade do trabalhador, o diálogo social sincero e pautado na verdadeira boa‑fé de seus atores, muito além de promessas vazias, transformem‑se em realidades concretas, viabilizando a construção de um novo país, em que os conceitos de cidadania e de democracia sejam vivenciados em sua máxima dimensão. 
O estímulo à negociação direta entre os atores sociais, parceiros indissociáveis no processo de geração de riquezas, tem sido o modelo considerado ideal em diversas países social e economicamente desenvolvidos, como demonstrado ao longo deste trabalho. É, de fato, importante que os atores sociais, rompendo com posturas e concepções de mundo ultrapassadas, legadas por estados autoritários e anti-democráticos, assumam a real responsabilidade que lhes está reservada na atual quadra da história da humanidade. 
Se lograremos construir um novo modelo de legislação social em que sejam compatibilizados os interesses fundamentais de proteção à dignidade da pessoa humana, de promoção da Justiça Social e de inserção competitiva das nossas empresas no cenário econômico globalizado, estaremos dando um grande passo no sentido de conduzir o nosso Brasil ao encontro de sua vocação histórica, de grande liderança no concerto das nações mundiais.
PLANO DE AULA – 01
 
 
1. REVISÃO CONCEITUAL
 
1.1. Conceitos da Teoria Geral do Processo:
 
 - Ação
 - Jurisdição – conceito, escopo, princípios informativos;
 - Lide 
 - Competência
 - Pretensão 
 - Interesse 
 - Jurisdição
 - Processo/Autos
 - Procedimento
 - Pressupostos processuais
 - Condições da ação
 
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
 
 - 1907 - Lei 1637 cria os Conselhos Permanentes de Conciliação e Arbitragem;
 - 1922 - Lei 1869 (SP) cria os Tribunais Rurais – contratos de serviços agrícolas com valor de até 500 mil-réis;
 - 1932 – Decreto 22.132 cria as Juntas de Conciliação e Julgamento, junto ao MTB, destinadas à solução de conflitos coletivos, cujas decisões não se revestiam de força executória, o que deveria ser buscado junto à Justiça Comum;
 - 1932 – Decreto 21.364 cria as Comissões Mistas de Conciliação, destinadas à solução de conflitos coletivos: mediação inicial, arbitragem sucessiva e finalmente submissão do conflito ao Ministro do Trabalho;
 - 1934 – CF cria a Justiça do Trabalho, como órgão administrativo, vinculada ao MTB;
 - 1946 – Decreto 9.777 vincula a Justiça do Trabalho ao Poder Judiciário;
 - 1946 – CF inclui a Justiça do Trabalho entre os órgãos do Poder Judiciário;
 
3. SISTEMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS:
 
 3.1. Autocomposição: 
- renúncia 
- transação
* convenção e acordo coletivo – transação extraprocessual;
* conciliação em dissídios individuais (art. 831 da CLT);
* conciliação em CCP (art. 625-E da CLT).
 
3.2. Autodefesa:
- greve
- locaute (lockout)
* medidas instrumentais para a composição dos interesses em conflito.
 
 3.3. Heterocomposição:
 - Arbitragem
 - Jurisdição
 
4. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO:
 
4.1. Sentido metafórico da expressão: normas jurídicas emergem do convívio social e da necessidade de regramento dessa convivência. Meios que expressam ou exteriorizam o fenômeno normativo. 
 
 * As fontes do Direito Processual do Trabalho (DPT) disciplinam o exercício da jurisdição e do direito subjetivo de ação, temas que não estão submetidos à esfera dispositiva dos particulares, recebendo disciplina imperativa do Estado (caráter público do DPT).
 
4.2. Classificação (critérios): 
 
a) primárias ou mediatas (leis) e secundárias ou imediatas (costume, doutrina, jurisprudência); 
b) materiais (fato social) e formais (lei, costume, jurisprudência, doutrina, analogia, equidade, princípios gerais do direito).
 
 4.3. Princípios jurídicos de natureza processual:
 
 - funções desempenhadas:normogenética, interpretativa e supletiva.
 
 4.3.1. Princípios Gerais de DPT:
 
 - lógico: estruturação das regras de processo para a realização do direito e da justiça, evitando erros e injustiças;
 - jurídico: propiciar às partes igualdade na demanda e justiça na decisão, a partir de regras prévias e claras, evitando-se voluntarismos e surpresas;
 - político: máxima garantia aos direitos dos cidadãos, com o mínimo de sacrifício individual;
 - econômico: amplo acesso à Justiça e processos baratos e céleres.
 
 4.3.2. Princípios fundamentais de DP:
 
 	 - igualdade ou isonomia
 - devido processo legal
 - juiz natural
 - juiz imparcial
 - inafastabilidade, ubiqüidade ou universalidade da jurisdição
 - contraditório
 - ampla defesa
 - proibição da prova ilícita
 - publicidade
 - motivação das decisões
 - duplo grau (?)
 - razoável duração do processo
 
 4.3.3. Princípios comuns ao DPC e ao DPT:
 
 	 - princípio da demanda ou dispositivo
 - princípio inquisitivo
 - instrumentalidade
 - impugnação especificada
 - estabilidade da lide
 - eventualidade
 - preclusão
 - economia processual
 - perpetuatio jurisdicionis
- lealdade processual
 
4.3.4. Princípios específicos de DPT
- proteção (?) 
- conciliação
- subsidiariedade do CPC e da LEF
 - impulso oficial nas execuções
- oralidade: concentração, imediatidade e irrecorribilidade das ibnter
 - identidade física do juiz (?)
 - normatização coletiva
 - jus postulandi
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PLANO DE AULA – 02
 
 
4. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO:
 
4.1. Sentido metafórico da expressão: normas jurídicas emergem do convívio social e da necessidade de regramento dessa convivência. Meios que expressam ou exteriorizam o fenômeno normativo. 
 
 * As fontes do Direito Processual do Trabalho (DPT) disciplinam o exercício da jurisdição e do direito subjetivo de ação, temas que não estão submetidos à esfera dispositiva dos particulares, recebendo disciplina imperativa do Estado (caráter público do DPT).
 
4.2. Classificação (critérios): 
 
a) primárias ou mediatas (leis) e secundárias ou imediatas (costume, doutrina, jurisprudência); 
b) materiais (fato social) e formais (lei, costume, jurisprudência, doutrina, analogia, equidade, princípios gerais do direito).
 
 4.3. Princípios jurídicos de natureza processual:
 
 - funções desempenhadas: normogenética, interpretativa e supletiva.
 
 4.3.1. Princípios Gerais de DPT:
 
 - lógico: estruturação das regras de processo para a realização do direito e da justiça, evitando erros e injustiças;
 - jurídico: propiciar às partes igualdade na demanda e justiça na decisão, a partir de regras prévias e claras, evitando-se voluntarismos e surpresas;
 - político: máxima garantia aos direitos dos cidadãos, com o mínimo de sacrifício individual;
 - econômico: amplo acesso à Justiça e processos baratos e céleres.
 
 4.3.2. Princípios fundamentais de DP:
 - devido processo legal
 - igualdade ou isonomia
 - juiz natural
 - juiz imparcial
 - inafastabilidade, ubiqüidade ou universalidade da jurisdição
 - contraditório
 - ampla defesa
 - proibição da prova ilícita
 - publicidade
 - motivação das decisões
 - duplo grau (?)
 - razoável duração do processo
 
 4.3.3. Princípios comuns ao DPC e ao DPT:
 - princípio da demanda ou dispositivo
 - princípio inquisitivo
 - instrumentalidade
 - impugnação especificada
 - estabilidade da lide
 - eventualidade
 - economia processual
 - perpetuatio jurisdicionis
- lealdade processual
 
4.3.4. Princípios específicos de DPT
- proteção (?) 
- conciliação
- subsidiariedade do CPC e da LEF
 - impulso oficial nas execuções
- oralidade: concentração, imediatidade e irrecorribilidade interlocutórias
 - identidade física do juiz (?)
 - normatização coletiva
 - jus postulandi
 
5 – ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
 
5.1. PRINCÍPIOS DE ORGANIZAÇÃO:
- Ingresso na carreira por concurso c/ participação da OAB em todas as fases
* 3 anos de atividade jurídica – EC 45/2004 
- Promoção por antiguidade e merecimento
 - antiguidade: recusa por 2/3 dos votos
 - merecimento: 
- segurança e presteza no exercício da jurisdição;
 - freqüência e aproveitamento a cursos de aperfeiçoamento;
 - 03 listas consecutivas ou 05 alternadas;
 - recusa por retenção indevida de autos, sem justificativa.
 - vitaliciamento – participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de juízes.
- Quinto constitucional (CF, art. 94);
- Residência na Comarca, salvo autorização do Tribunal;
- Publicidade das sessões e decisões fundamentadas
- Atividade ininterrupta, sem férias coletivas, nos 1º e 2º graus e plantões permanentes;
- Distribuição imediata dos feitos;
- Prerrogativas: inamovibilidade, vitaliciedade e irredutibilidade de subsídios;
- Vedações: art. 95, § único, da CF.
 
5.2. ASPECTOS GERAIS
 
- Distribuição em todo o território nacional;
- Degraus ou instâncias jurisdicionais (TST, 24 TRT’s e 
- “jurisdicionalizada” em 1946;
- Compostas por juízes togados exclusivamente (EC 24/1999);
- Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (EC 45/2004);
- Conselho Superior da Justiça do Trabalho (EC 45/2004).
 
5.3. COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DO TST E TRT(s)
 
- Resolução Administrativa nº. 908/2002 (TST):
 - Tribunal Pleno;
 - Seção Administrativa;
 - Seção de Dissídios Coletivos (SDC);
 - Seção de Dissídios Individuais (Subseção I e II);
 - Turmas
 
* Julga recursos de revista, recursos ordinários e agravos de instrumento contra decisões de TRT(s) e dissídios coletivos de categorias organizadas em nível nacional, além de mandados de segurança, embargos opostos a suas decisões e ações rescisórias.
 
- 24 TRT (s):
1ª Região (Rio de Janeiro) 54 juízes; 
 2ª Região (São Paulo) 64 juízes; 
 3ª Região (Minas Gerais) 36 juízes; 
 4ª Região (Rio Grande do Sul) 36 juízes; 
 5ª Região (Bahia) 29 juízes; 
 6ª Região (Pernambuco)18 juízes; 
 7ª Região (Ceará) 8 juízes; 
 8ª Região (Pará) 23 juízes; 
 9ª Região (Paraná) 28 juízes; 
 10ª Região (Distrito Federal) 17 juízes; 
 11ª Região (Amazonas) 8 juízes; 
 12ª Região (Santa Catarina) 18 juízes; 
 13ª Região (Paraíba) 8 juízes; 
 14ª Região (Rondônia) 8 juízes; 
 15ª Região (Campinas/SP), 36 juízes; 
 16ª Região (Maranhão) 8 juízes; 
 17ª Região (Espírito Santo) 8 juízes; 
 18ª Região (Goiás) 8 juízes; 
 19ªRegião (Alagoas) 8 juízes; 
 20ª Região (Sergipe) 8 juízes; 
 21ª Região (Rio Grande do Norte) 8 juízes; 
 22ª Região (Piauí) 8 juízes; 
 23ª Região (Mato Grosso) 8 juízes; 
 24ª Região (Mato Grosso do Sul) 8 juízes.
 
 * Julgam recursos ordinários contra decisões de Varas do Trabalho, ações originárias (dissídios coletivos de categorias de sua área de jurisdição ‑ sindicatos patronais ou de trabalhadores organizados em nível regional), ações rescisórias de decisões suas ou das Varas e os mandados de segurança contra atos de seus juízes. A Justiça do Trabalho conta com 24 TRTs, e segundo a nova redação do artigo 112 da Constituição Federal, "A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí‑las aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho".
 
- 1378 Varas distribuídas em todo o território nacional.
 
6 – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
 
6.1. CONCEITOS INICIAIS:
 
- Jurisdição: expressão da soberania do Estado; poder-dever do Estado de resolução dos conflitos de interesses que ocorrem entre seus súditos; una e indivisível: todos os juízes estão investidos do poder de conhecer, instruir e julgar os conflitos, executando suas próprias decisões.
 
- Competência “É a medida da jurisdição”. O âmbito material, funcional, pessoal ou territorial em que se desenvolve o exercício da jurisdição. 
6.2. PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DA JURISDIÇÃO:
 
 - Indelegabilidade 
 - Inevitabilidade
 - Indeclinabilidade
 - Inércia
 - Investidura
 - Aderência
 - Juízo natural
 
6.3. COMPETÊNCIA:
 
- Critérios de classificação propostos por Chiovenda: 1) objetivo, 2) funcional; 3) territorial.
 
 - objetivo: 
 - valor da causa
 - matéria
 - funcional: natureza das funções exercidas pelo juiz no feito;
 - territorial: âmbito físico ou geográfico em que o juiz atua.
 
- Competência absoluta e relativa:
 
 - absoluta:
 - material
 - funcional
 * preliminar de mérito (art. 301, II, do CPC), suscitável a qualquer tempo ou grau de jurisdição (CPC, art. 313);
 
 - relativa:
 - territorial
 - valor da causa: prorrogável - conexão e continência (102/CPC)
 * suscitada por meio de exceção: art. 800/CLT e 114/CPC.
 
- A competência territorial na Justiça do Trabalho (art. 651 da CLT):
 
 - regra: local da prestação de serviços;
 - exceções;
 - acesso e qualidade da prova
 - acesso à jurisdição.
 
- A competência em razão da matéria:
 
 - original: i) relações de emprego: conflitos resultantes das relações de emprego, entre os quais os danos morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho; PIS/PASEP, meio ambiente de trabalho (S. 736/STF); ii) relações de trabalho: autônomo, eventual, avulso, empreitada, cooperado, temporário, representante comercial, estágio etc.
 - derivada - há necessidade de lei explicitando a competência para a Justiça do Trabalho:
 - executória: ações de cumprimento e contribuições previdenciárias.
 
- A disciplina constitucional:
 
“Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004, a competência da Justiça do Trabalho -- antes vinculada aos conflitos coletivos, aos conflitos entre trabalhadores e empregadores (CLT, art. 652 c/c o art. 114 da CF), entre pequenos empreiteiros e respectivos tomadores (CLT, art. 652, “a”, III), aos conflitos entre sindicatos ou entre sindicatos e empresas, decorrentes de diplomas negociais coletivos (Lei nº 8984/95), às execuções de contribuições sociais resultantes de seus julgados (EC 20/1998) e às disputas envolvendo trabalhadores avulsos e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão‑de‑Obra ‑ OGMO (art. 652, “a”, V, da CLT) -- passou a alcançar todas “as ações oriundas da relação de trabalho” (art. 114 da CF).”
 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004):
 
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004);
 
EMENTA: JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPETÊNCIA (EC 45/2004). AÇÃO DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS PROPOSTA POR SOCIEDADE DE ADVOGADOS. Com o advento da EC nº 45/2004, a competência da Justiça do Trabalho foi ampliada significativamente, alcançando todo o universo dos conflitos oriundos das relações de trabalho (CF, art. 114, I). Nesse sentido, qualificando‑se como profissional liberal e desenvolvendo atividades em benefício de pessoas determinadas, o advogado titulariza relações de trabalho que não se confundem, até por expressa vedação legal (art. 16 da Lei 8.906/94), com a relação de consumo disciplinada no Código de Defesa do Consumidor. Disso decorre que a ação de cobrança de honorários decorrentes da prestação de serviços de advocacia há de tramitar perante os órgãos da jurisdição especializada, pouco importando que no pólo ativo da lide figure sociedade civil que congrega profissionais da advocacia (art. 15 da Lei 8.906/94). Afinal, a união de advogados em sociedade civil não descaracteriza a natureza pessoal ou individual das atividades por eles prestadas, tampouco a responsabilidade pessoal de cada qual deles por eventuais prejuízos causados a seus constituintes (artigos 37, parágrafo único, e 40 do Regulamento Geral da Advocacia e da OAB). Agravo de petição conhecido e provido. (TRT 08038-2007-011-10-00-4 AP, RELATOR: JUIZ DOUGLAS ALENCAR RODRIGUES, AGRAVANTE: Monteiro Vilarouca Carneiro e Torres Advogados, AGRAVADO: Alessandro Nassri dos Nascimento Maués Furtado, ORIGEM: 11ª VARA DO TRABALHO DE BRASÍLIA/DF - JUÍZA PATRÍCIA BIRCHAL BECATTINI). 
I as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004);
 
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004);
 IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
 
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
 
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
 
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
 
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
 
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
 
 
EMENTA: “CONFLITO DE COMPETÊNCIA. ACIDENTE DO TRABALHO. MORTE DO EMPREGADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO PROPOSTA PELA ESPOSA E PELO FILHO DO FALECIDO. 1. Compete à Justiça comum processar e julgar ação de indenização proposta pela mulher e pelo filho de trabalhador que morre em decorrência de acidente do trabalho. É que, neste caso,a demanda tem natureza exclusivamente civil, e não há direitos pleiteados pelo trabalhador ou, tampouco, por pessoas na condição de herdeiros ou sucessores destes direitos. Os autores postulam direitos próprios, ausente relação de trabalho entre estes e o réu. 2. Conflito conhecido para declarar a competência da Justiça comum.” (STJ - CC 54210/RO 2005/0140742‑6, Ac. Segunda Seção, Relator Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, DJU de 12.12.2005). (TRT 00403-2007-821-10-00-5 RO, RELATOR: JUIZ DOUGLAS ALENCAR RODRIGUES, RECORRENTE : Empresa Brasileira de Correios e Telegrafos - ECT, RECORRENTE: Jureina Nogueira Cardoso Silva (Recurso Adesivo),RECORRIDO: Os Mesmos, ORIGEM : 01ª VARA DO TRABALHO DE GURUPI/TO - JUÍZA MARLY COSTA DA SILVEIRA).
 
“AÇÃO RESCISÓRIA. PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. Decisão rescindenda em que, após a declaração de incompetência do Juízo Cível para julgar a ação de indenização, a Vara do Trabalho da Comarca de Rio Verde ‑ GO condenou a Reclamada a pagar à esposa e à filha do empregado falecido indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho que levou aquele a óbito. Ação rescisória ajuizada com fundamento no art. 485, II, do CPC. Constatação de que as Autoras do processo originário formularam dupla pretensão de indenização, a saber: um, por dano material, por meio do qual se pretendeu a condenação da Ré ao pagamento do seguro de vida obrigatório previsto no art. 7º, XXVIII, da Constituição Federal; e outro por dano moral, resultante da dor e sofrimento causado às Autoras pela morte de seu pai e marido. Competência da Justiça do Trabalho quanto à primeira pretensão, haja vista que a obrigação de contratar seguro contra acidentes de trabalho pressupõe a existência de um contrato de trabalho ou relação de emprego. No que respeita ao segundo pedido, não detém esta Justiça Especial competência para apreciá‑lo, na medida em que as Autoras invocam como causa de pedir a dor sofrida pelo falecimento do empregado. O alegado trauma emocional guarda relação com perda do ente querido, ou seja, o que se invoca é o sofrimento próprio das Autoras, e, não, qualquer direito sonegado pertencente ao de cujus. Recurso ordinário a que se dá provimento parcial, a fim de julgar parcialmente procedente a pretensão desconstitutiva, tendo em vista a incompetência da Justiça do Trabalho para apreciar pedido de dano moral, feito em nome próprio pelas Autoras. Determinação de remessa dos autos ao MM. Juízo Cível, para que aprecie a pretensão de indenização decorrente de danos morais, como entender de direito.” (TST-ROAR ‑ 307/2003‑000‑18‑00; Ac. SBDI-II; Relator Ministro GELSON DE AZEVEDO; in DJ 25.05.2006)
 
§ 1º ‑ Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
 
§ 2º Recusando‑se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
 
“DISSÍDIO COLETIVO COMUM ACORDO ENTRE AS PARTES PRESSUPOSTO PROCESSUAL (CF, ART. 114, § 2º) RECUSA EXPRESSA DA SUSCITADA EXTINÇÃO. 1. A Emenda Constitucional 45/04 trouxe substancial alteração na disciplina jurídica do Processo Coletivo do Trabalho, ao exigir, para ajuizamento de dissídio coletivo, o comum acordo das partes em submeterem o conflito à Justiça do Trabalho. A clareza solar do § 2º do art. 114 da CF quanto à exigência não permite exegese que admita o dissídio por vontade unilateral do suscitante. Num regime democrático republicano de separação de poderes, não cabe ao Judiciário sobrepor-se à vontade legítima e expressa do Constituinte Derivado que, no caso, manifestou-se pela conveniência de limitação do Poder Normativo da Justiça do Trabalho, conforme anais da votação da referida emenda constitucional. 2. O TST, no limite de flexibilização hermenêutica que o art. 114, § 2º, da CF comporta, tem assentado que a EC 45/04 não reduziu o exercício do Poder Normativo da Justiça do Trabalho, mas apenas criou pressuposto processual adicional, consistente na necessidade do mútuo acordo das partes em conflito para a instauração do dissídio coletivo, excepcionadas as hipóteses de greve em serviço essencial, nas quais o Ministério Público pode suscitar isoladamente o dissídio.” (RODC - 16007/2006-909-09-00, Relator Ministro Ives Gandra Martins Filho, DJ de 22.02.2008).
 
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
 
EMENTA:“Norma constitucional de competência: eficácia imediata mas, salvo disposição expressa, não retroativa. 1. A norma constitucional tem eficácia imediata e pode ter eficácia retroativa: esta última, porém, não se presume e reclama regra expressa. 2. A alteração superveniente da competência, ainda que ditada por norma constitucional, não afeta a validade da sentença anteriormente proferida. 3. Válida a sentença anterior à eliminação da competência do juiz que a prolatou, subsiste a competência recursal do tribunal respectivo.” (STF, CC 6967/RJ, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ DATA‑26‑09‑1997 PP‑47476). 
“PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. EXISTÊNCIA DE SENTENÇA DE MÉRITO PROFERIDA PELA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. PROSSEGUIMENTO DO FEITO EM TAL JURISDIÇÃO. COMPETÊNCIA DO JUÍZO COMUM ESTADUAL, O SUSCITADO. 1. O Supremo Tribunal Federal, por meio de seu Plenário, referendou, em 5/4/2006, decisão do Ministro Nelson Jobim, que, no julgamento de Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3.395, concedeu liminar ad referendum, suspendendo toda e qualquer interpretação dada à EC nº 45/04 que inclua na competência da Justiça do Trabalho a apreciação de causas que sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 2. Ainda que de outro modo fosse, "as disposições concernentes a jurisdição e competência se aplicam de imediato, mas, se já houver sentença relativa ao mérito, a causa prossegue na jurisdição em que ela foi prolatada, salvo se suprimido o Tribunal que deverá julgar o recurso" (CARLOS MAXIMILIANO). 3. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo de Direito da 4ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo/SP, o suscitado. (CC 75253/SP; S3 - TERCEIRA SEÇÃO; Ministro Relator ARNALDO ESTEVES LIMA; publicado no DJ 21.05.2007, p. 542)
 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. EMBARGOS DE TERCEIRO. EXECUÇÃO FISCAL DE MULTA APLICADA POR ÓRGÃO DE FISCALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO. DECISÃO QUE INDEFERIU O PEDIDO LIMINAR. EXAME DO RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO PENDENTE. ART. 114, VII, DA CF/88. REDAÇÃO DADA PELA EC 45/2004. NÃO-APLICAÇÃO. ANÁLISE DA COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DO RECURSO, E NÃO DA CAUSA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM FEDERAL. 1. Discute-se a competência para julgamento de embargos de terceiro opostos em face de execução fiscal relativa a multa aplicada por órgão de fiscalização do trabalho, em que foi proferida decisão interlocutória, estando pendente de análise o recurso de agravo de instrumento contra ela interposto. 2. A Emenda Constitucional 45/2004, ao dar nova redação ao art. 114 da Carta Magna, aumentou de maneira expressiva a competência da Justiça Laboral. Com efeito, passou a estabelecer, no inciso VII do citado dispositivo, que compete à Justiça do Trabalho processar e julgar "as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho". Depreende-se, portanto, que a competência para processare julgar as ações em que são discutidas questões referentes a penalidades administrativas passou para a Justiça Trabalhista. 3. Conforme a jurisprudência do Pretório Excelso e desta Corte Superior, as modificações promovidas pela EC 45/2004 devem ser aplicadas imediatamente às hipóteses em que esteja pendente o julgamento do mérito. 4. Entretanto, no caso em apreço, a análise do conflito não deve envolver a aplicabilidade ou não da EC 45/2004, e sim a competência para julgamento do recurso de agravo de instrumento. Considerando que a decisão que indeferiu a liminar pleiteada foi proferida antes da mencionada alteração constitucional pelo Juízo Federal competente naquele momento, o recurso interposto contra o referido decisum deve ser examinado pelo Tribunal ao qual ele está vinculado. Precedentes. 5. Conflito conhecido para declarar a competência do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, o suscitado. (CC 63674 / MS; S1 - PRIMEIRA SEÇÃO; Ministra Relatora DENISE ARRUDA; publicado no DJ 07.05.2007, p. 261). 
EMENTA: COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004. EFICÁCIA IMEDIATA DAS NOVAS REGRAS APENAS AOS CASOS NÃO DECIDIDOS EM PRIMEIRA INSTÂNCIA. Segundo a dicção da Excelsa Corte, as regras que definem a competência dos órgãos judiciais são gravadas de eficácia imediata (CPC, art. 87), mas não retroativa, salvo disposição expressa (CC 6967/RJ, Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 26.09.1997, p. 47.476). Por isso, apreciado o mérito do conflito pelo juízo inicialmente competente, não há espaço para o deslocamento subseqüente da competência funcional para o exame do recurso correlato. Conflito negativo de competência suscitado ao STJ (CF, art. 105, I, "d", da CF). (TRT 08099-2005-010-10-00-3 RO, RECORRENTE: Empresa Santo Antônio Transporte e Turismo Ltda., RECORRENTE: União (Fazenda Nacional), RECORRIDO: Os Mesmos e Dalmo Josué do Amaral, RELATOR: JUIZ DOUGLAS ALENCAR RODRIGUES, ORIGEM: 10ª VARA DO TRABALHO DE BRASÍLIA/DF ACÓRDÃO PUBLICADO NO DJ EM 09.11.2007, PÁG. 65).
 
- A competência em razão das pessoas:
 
 - trabalhador subordinado típico – urbano e rural;
 - trabalhador subordinado atípico – eventual, avulso, doméstico e temporário;
 - entes de direito público externo;
 - servidores de cartórios extrajudiciais.
 
- A competência funcional:
 
 - natureza das funções exercidas pelos órgãos judiciários em cada relação jurídica processual.
 
- A competência em dissídios coletivos:
 
- fixada pelo âmbito de representação das categorias envolvidas – Lei 7701/88; TST: julga os dissídios coletivos que excedam a jurisdição dos Tribunais Regionais do Trabalho.
- Regimento Interno do TST:
 
Art. 216. Os dissídios coletivos podem ser: Cai tudo
I ‑ de natureza econômica, para a instituição de normas e condições de trabalho;
II ‑ de natureza jurídica, para interpretação de cláusulas de sentenças normativas, de instrumentos de negociação coletiva, acordos e convenções coletivas, de disposições legais particulares de categoria profissional ou econômica e de atos normativos;
III ‑ originários, quando inexistentes ou em vigor normas e condições especiais de trabalho decretadas em sentença normativa;
IV ‑ de revisão, quando destinados a reavaliar normas e condições coletivas de trabalho preexistentes que se hajam tornado injustas ou ineficazes pela modificação das circunstâncias que as ditaram; e
V ‑ de declaração sobre a paralisação do trabalho decorrente de greve dos trabalhadores. 
JURISDIÇÃO
 
ADA PELEGRINI GRINOVER, CÂNDIDO RANGEL DINAMARCO E ANTONIO CARLOS DE ARAÚJO CINTRA, "é uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve, com justiça. Essa pacificação é feita mediante a atuação da vontade do direito objetivo que rege o caso apresentado em concreto para ser solucionado; e o Estado desempenha essa função sempre mediante o processo, seja expressando imperativamente o preceito (através de uma sentença de mérito), seja realizando no mundo das coisas o que o preceito estabelece (através da execução forçada)." (Teoria geral do processo. 9. ed. São Paulo: Malheiros, 1993, p. 113).
 
COMPETÊNCIA 
 
CONCEITO
 
– limites legais impostos ao exercício válido e regular do poder jurisdicional Pelos órgãos do Poder Judiciário, ou, por outras palavras, a competência legitima o exercício do poder, pelo órgão jurisdicional, em um processo concretamente considerado. (ANTÔNIO CARLOS MARCATO. http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2923)
 
 - é a “medida de jurisdição” de cada órgão judicial, isto é, ela define o âmbito territorial, geográfico, funcional ou temático em que poderá atuar o magistrado ou órgão jurisdicional;
 
- LIEBMAN: a competência determina em quais casos, e em relação a quais controvérsias, cada órgão jurisdicional estará autorizado a emitir provimentos, delimitando em abstrato, ao mesmo tempo, o grupo de controvérsias que lhe são atribuídas. ("Manuale di diritto processuale civile", vol. I, nº 24, p. 44).
 
- A competência “(...) passa a ser entendida, praticamente, como medida objetiva da matéria sobre a qual está chamado em concreto a prover o órgão judicial, se entendendo deste modo por competência de um juiz o conjunto de causas sobre as quais ele exercer, segundo lei, sua fração de jurisdição." (CALAMANDREI, Piero. Direito processual civil. V.2. Campinas: Bookseller, 1999, p. 104-105).
PLANO DE AULA – UNIDADE 03
 
UNIDADE IV: AÇÃO TRABALHISTA
 
1. Ação trabalhista - Natureza jurídica: 
1.1. Noções preliminares:
 
 - jurisdição: poder-dever-função do Estado de “dizer o direito”, de resolver os conflitos intersubjetivos de interesses que ocorrem na sociedade; monopólio estatal; manifestação de soberania; uma e indivisível.
 
 - processo: o instrumento, o meio ou a técnica de que se vale o Estado para prestar a jurisdição;
 
 - ação: meio pelo qual se provoca ou deflagra a jurisdição; direito de exigir do Estado a prestação jurisdicional.
 
1.2. Retrospecto histórico:
 
 - Acesa polêmica acerca da natureza jurídica do direito de ação;
 
 - Teoria imanentista, privatista ou civilista: 
 
- ação vinculada aos domínios do direito privado (direito civil); 
- não há distinção entre actio (ação) e jus (direito); 
- a ação é o próprio direito material reagindo contra sua violação ou ameaça de violação: “o direito em pé de guerra”;
- insuficiência científica: nos casos de improcedência e nas ações declaratórias negativas, o direito de ação é plenamente exercitado por aquele que se afirma titular de direito material.
 
 - Teorias publicistas:
 
- ação é direito autônomo em relação ao direito material ou subjetivo;
 
- há conexão instrumental entre ação e direito material, mas essa conexão não constitui necessária ao exercício do direito de ação;
 
- ação como direito público, abstrato e que corresponde ao dever estatal de composição do conflito intersubjetivo de interesses;
 
 - Teoria da ação como direito concreto:
 
 - ação subordinada à preexistência do direito subjetivo material; 
 
- haverá ação como direito autônomo quando o autor logra obter sentença favorável;
 
 - Teoria da ação como direito abstrato:
 
- direito de ação como direito à prestação jurisdicional do Estado;
 
- independência total da existência ou não do direito material;
 
- basta a invocação ao Estado de um interesse protegido pelo ordenamento jurídico;
 
- basta o confronto entre os fatos contidos na petição inicial e as condições da ação; superado o crivo preliminar, a ação deverá transitar e receber exame de mérito; as condições da ação representamrequisitos para o exame do mérito das pretensões deduzidas e não para a existência da ação ou para seu exercício legítimo.
 
1.3. Moderno conceito do direito de ação:
 
- superação da visão liberal do processo individualista e fragmentado;
 
- visão tradicional: direito de ação como direito público, subjetivo, constitucional e autônomo e abstrato de exigir do Estado a prestação jurisdicional do Estado.
 
- superveniência -- ou reconhecimento -- de novas espécies de direitos ou interesses metaindividuais ou transindividuais (homogêneos, coletivos e difusos);
 
- “ação é o direito público, autônomo e abstrato, constitucionalmente assegurado à pessoa, natural ou jurídica, e a alguns entes coletivos, para invocar a tutela jurisdicional do Estado” (Carlos Henrique Bezerra Leite).
 
2. Condições da ação: possibilidade, interesse e legitimidade.
 
2.1. Noções gerais:
 
 - ação integra o rol de garantias processuais no Estado de Direito;
 
 - direito constitucional de ação ou direito de petição?
 
 - regulação infraconstitucional de seus requisitos;
 
 - presença ao longo de todo o iter procedimental;
 
 - condições de existência ou exercício da ação;
 
 - possibilidade, interesse e legitimidade.
 
2.2. Interesse processual:
 
 - configura-se o interesse processual quando a parte necessita exercitar o direito de ação para a tutela de seu interesse e, ainda, quando a pretensão deduzida seja efetivamente útil ou adequada sob o aspecto prático;
 
 - necessidade-utilidade ou necessidade-adequação.
 
2.3. Legitimidade das partes: “pertinência subjetiva da ação” (Liebman).
 
 - vínculo entre os litigantes e o objeto jurídico em disputa;
 - relação jurídica de direito material indica os legitimados primários;
 - exceção: substituição processual (CPC, art. 6º).
 * art. 195, § 2º, e 872, par. único, da CLT;
 * art. 8º, III, da CF.
 
2.4. Possibilidade jurídica do pedido:
 
 - dupla dimensão: positiva e negativa;
 - previsão em abstrato no ordenamento jurídico da pretensão deduzida;
 - ausência de vedação legal à dedução da pretensão ao estado.
 
3. Elementos da ação: partes, pedido e causa de pedir.
 
3.1. Relevância:
 
 - identificação da ação;
 - litispendência e coisa julgada;
 - segurança jurídica;
 - direito de ação.
 
3.2. Partes
 
 - elemento subjetivo da ação;
 - sujeitos – naturais ou jurídicos – que se afirmam titulares dos direitos e interesses questionados em juízo, figurando nos pólos ativo e passivo da relação jurídica processual;
 - em regra, coincide com o titular da relação jurídica material;
 - cumulação subjetiva: litisconsórcio ativo e passivo;
 - reclamante/reclamado.
 
3.3. Pedido
 
 - elemento objetivo da ação;
 - bem da vida ou “objeto” da disputa judicializada;
- imediato: prestação jurisdicional ao Estado; mediato: bem da vida;
- genérico, cominatório, alternativo e sucessivo (CPC, artigos 286 a 289).
 
 3.4. Causa de pedir
 
 - motivos fáticos e jurídicos que justificam a intervenção requestada ao Estado;
 - CPC: “fatos e fundamentos jurídicos do pedido” (art. 282, II);
 - CLT: “breve exposição dos fatos” (art. 840, § 1º);
 - teoria da substanciação: indicação das razões de fato e de direito -- não se confunde com a indicação dos preceitos normativos aplicáveis (“jura novit cúria”) -- que justificam e particularizam a pretensão deduzida. Descrição detalhada dos fatos geradores da relação de direito material que anima e fundamenta a busca do Poder Judiciário;
 - causa de pedir próxima: fundamentos jurídicos do pedido; causa de pedir remota: fatos geradores do direito postulado.
 
4. Sujeitos do processo: “jus postulandi”, representação e assistência.
 
4.1. Relação processual (sujeitos):
 
 - sujeitos parciais: 
- litigantes que participam da relação processual;
- MPT (órgão agente).
 
 - sujeitos imparciais:
 - juiz;
 - perito, tradutor e intérprete;
 - MPT (“custos legis”).
 - terceiros (testemunhas, licitantes e outros).
 
4.2. Capacidade:
 
 - para ser parte: ampla capacidade do direito civil.
 
- pessoais naturais que nascem com vida, embora s direitos do nascituro estejam preservados (CC, art. 2º);
- pessoas jurídicas – ficção criada por lei (CC, art. 40 e 45); são representadas por pessoa (s) natural (is);
 - entes abstratos – massa falida, espólio, herança jacente ou vacante, massa de bens.
 
 - para estar em juízo: capacidade de fato ou de exercício, aptidão para a prática dos atos da vida civil (CPC, art. 7º);
 
 - adquirida aos 18 anos de idade ou, antes, na forma do art. 5º do CC;
 - art. 792 da CLT;
 
 - para postular ao Judiciário:
 
 - privativa dos advogados (CF, art. 133 c/c o art. 1º, I, da Lei 8.906/94);
 - “jus postulandi” – art. 791 da CLT (ADI 1.127-8).
 - mandato tácito ou “apud acta” (S. 164/TST).
 
4.3. Cumulação subjetiva (litisconsórcio – art. 842 da CLT):
 
 - ativa;
 - passiva (art. 455/CLT; art. 2º/CLT; S. 331/TST);
 - mista. 
 
4.4. “Jus postulandi” – art. 791 da CLT.
 
4.5. Representação/Assistência:
 
 - legal ou convencional: art. 12 do CPC;
 - legal: 
 - sindicatos (artigos 513, “a”, e 791, § 1º, ambos da CLT; art. 8º, III, da CF)
 - empregador (CLT, artigos 843, § 1º, e 861)
 - menor (art. 793 da CLT);
 - trabalhador (art. 791, § 2º, da CLT)
 
5. Ações individuais.
 
 - classificam-se pelo tipo de providência solicitada ao Estado-juiz:
 - ações de conhecimento, execução e cautelar;
 - carga de eficácia da sentença cognitiva: declaratória, condenatória, constitutiva e mandamental;
 - simples e plúrimas;
 
6. Ações coletivas 
 
6.1. Ações coletivas em sentido estrito.
 
 - dissídios coletivos;
 - ações destinadas à defesa dos interesses gerais e abstratos da categoria, profissional ou econômica, que possuem por objeto, via de regra, a criação de novas normas e condições de trabalho mais benéficas do que as previstas em lei ou observadas no universo empresarial/profissional envolvido. 
 - natureza econômica, jurídica, mista;
 
6.2. Ações coletivas em sentido lato.
 
 - jurisdição trabalhista metaindividual;
 - direitos individuais homogêneos, coletivos e difusos;
 - legitimação do MPT e sindicatos;
 - índole condenatória: obrigação de fazer ou não fazer ou ao pagamento em pecúnia, quando impossível ou inviável o cumprimento de obrigação específica.
 
7. Substituição Processual trabalhista
 
7.1. Registros iniciais:
 - legitimidade ordinária e extraordinária;
 - Art. 6o do CPC: “Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.”;
 - casuística trabalhista – subordinação e liberdade de ação;
 
7.2. Realidade trabalhista:
 - art. 8º, III,da CF: “ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;”
 - Súmula 310/TST: restrição/cancelada;
 - Jurisprudência do STF:
 
“O artigo 8º, III da Constituição Federal estabelece a legitimidade extraordinária dos sindicatos para defender em juízo os direitos e interesses coletivos ou individuais dos integrantes da categoria que representam. Essa legitimidade extraordinária é ampla, abrangendo a liquidação e a execução dos créditos reconhecidos aos trabalhadores. Por se tratar de típica hipótese de substituição processual, é desnecessária qualquer autorização dos substituídos." (RE 210.029, Rel. p/ o ac. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 12-6-06, DJ de 17-8-07). No mesmo sentido: RE 193.503, RE 193.579, RE 208.983, RE 211.874, RE 213.111, Rel. p/ o ac. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 12-6-06, DJ de 24-8-07. 
 
"O Plenário do Supremo Tribunal Federal deu interpretação ao art. 8º, III, da Constituição e decidiu que os sindicatos têm legitimidade processual para atuar na defesa de todos e quaisquer direitos subjetivos individuais e coletivos dos integrantes da categoria por ele representada. A falta de publicação do precedente mencionado não impede o julgamento imediato de causas que versem sobre a mesma controvérsia, em especial quando o entendimento adotado é confirmado por decisões posteriores. A nova composição do Tribunal não ensejou a mudança da orientação seguida. Agravo improvido." (RE 197.029-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 13-12-06, DJ de 16-2-07). No mesmo sentido: RE 189.264-AgR, RE 208.970-AgR, RE 216.808-AgR, RE 219.816-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 18-12-06, DJ de 23-2-07.
 
7.3. Direitos e interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos:
 
- Art. 81 do CDC (Lei 8078/90):
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; 
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.
7.4. Ações coletivas:
 - legitimidade: art. 82 do CDC: sindicatos e MPT;
- ação de cumprimento – art. 872, par. único, da CLT;
- ação civil pública (art. 81, I, c/c o art. 82 do CDC):
- defesa de direitos e interesses difusos;
- defesa de direitos e interesses coletivos;
- ação civil coletiva (art. 81, II, c/c o art. 91 do CDC): 
 - defesa de direitos e interesses individuais homogêneos;
PLANO DE AULA 04
 
1. Demanda Trabalhista – petição inicial.
A Resposta do Réu – contestação, exceção e reconvenção.
O valor da causa – fixação. 
As nulidades no Processo do Trabalho.
 
 
PETIÇÃO INICIAL TRABALHISTA:
 
 
1.1 REGISTROS INICIAIS
 
- ato inicial de provocação ao Poder Judiciário - Inércia;
- denominações: peça vestibular, peça proemial, peça exordial, peça de ingresso etc.
- necessidade de o Autor expor os fatos com clareza;
- relevância da peça inicial.
 
Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.
 
Art. 460. É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que Ihe foi demandado.
 
 
1.2 FORMA:
 
- escrita
- verbal
- Dissídios coletivos (CLT, art. 856) e inquéritos para apuração de falta grave cometida por empregado estável (CLT, art. 853)
- Ações especiais – peça inicial escrita;
 
Art. 293. Os pedidos são interpretados restritivamente, compreendendo-se, entretanto, no principal os juros legais.
 
1.3. REQUISITOS:
 
 Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
 § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
 § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior.
- VALOR DA CAUSA?
- REQUERIMENTO PARA A PRODUÇÃO DE PROVAS
- CITAÇÃO DO RECLAMADO?
- BREVE EXPOSIÇÃO DOS FATOS DE QUE RESULTE O DISSÍDIO:
 - jus postulandi;
- fundamentos jurídicos do pedido - CPC;
 - não se confundem com a indicação de preceitos legais
 - fundamentação objetiva do pedido – ampla defesa;
 - teoria da substanciação: exposição detalhada dos fatos que resultam da relação jurídica de direito material, justificam a pretensão e identificam ou individualizam a lide;
 - causa de pedir: 
i) elemento da ação; 
ii) estabilização da lide (CPC, art. 264); 
iii) possibilidade jurídica do pedido; 
iv) permite a análise de conexão, continência, litispendência e coisa julgada.
1.4. EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL:
 
- Supletividade do CPC (art. 769 da CLT).
 
Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título.
 
- Art. 284, par. único, do CPC.
Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
- Súmula 263 do C. TST:
 
Nº 263 PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA DEFICIENTE (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Salvo nas hipóteses do art. 295 do CPC, o indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 10 (dez) dias, a parte não o fizer.
 
1.5. PEDIDO
 
- simples ou cumulado (CPC, art. 292)
- principal e acessórios (CPC, art. 293)
- Alternativos (CPC, art. 288)
- Sucessivos (CPC, art. 289)
- Cominatório (CPC, art. 287)
 
2 – A Resposta do Réu – contestação, exceção e reconvenção.
2.1. REGISTROS INICIAIS
- manifestação inicial do réu;
DA RESPOSTA DO RÉU
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias, em petição escrita, dirigida ao juiz da causa, contestação, exceção e reconvenção.
Art. 299. A contestação e a reconvenção serão oferecidas simultaneamente, em peças autônomas; a exceção será processada em apenso aos autos principais.
- formas: oral e escrita (CLT, art. 847);
 Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.- espécies: contestação (art. 300/CPC), exceção (art. 304/CPC), reconvenção (art. 315/CPC);
CLT
Art. 799 - Nas causas da jurisdiçãoda Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946)
 § 1º - As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946)
 § 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final.
- baliza a atividade cognitiva do Juiz.
2.2. CONTESTAÇÃO
- Processo (defesa processual ou objeção) – art. 301/CPC.
- Defesa Indireta ao processo: exceção de incompetência territorial, suspeição e impedimento. Implica a dilação do tempo.
- Defesa direta ao processo: art. 301/CPC:
 Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
I - inexistência ou nulidade da citação; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
II - incompetência absoluta; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
III - inépcia da petição inicial; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
IV - perempção; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
V - litispendência; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Vl - coisa julgada; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
VII - conexão; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
IX - convenção de arbitragem; (Redação dada pela Lei nº 9.307, de 23.9.1996)
X - carência de ação; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. (Incluído pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
§ 2o Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
§ 3o Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
§ 4o Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
 
- Mérito:
 
- Direta: nega os fatos alegados na petição inicial;
- Indireta (exceção substancial): admite os fatos constitutivos, mas a eles outros opõe, de natureza modificativa, impeditiva ou extintiva do direito: O réu alude a circunstâncias impeditivas do direito.
Fato constitutivo: apto a gerar efeitos patrimoniais.
Fato impeditivo:
 Art. 326 do CPC. Se o réu, reconhecendo o fato em que se fundou a ação, outro Ihe opuser impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 10 (dez) dias, facultando-lhe o juiz a produção de prova documental.
 Art. 333. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
- Princípio ou ônus da impugnação específica:
 Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo:
I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato;
III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público.2.3. RECONVENÇÃO:
- Ação do Réu contra o Autor nos mesmos autos;
- Cabimento no processo do trabalho? Art. 767/CLT.
 - Compensação e retenção;
 - Súmula 18/TST;
- requisitos:
 - competência do juiz da causa principal;
 - compatibilidade entre os ritos;
- ações de natureza dúplice:
 - inquérito judicial;
 - ação de consignação em pagamento.
 
2.4. EXCEÇÃO:
- Peça autônoma;
- Suspensão do processo.
INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE BRASÍLIA
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
 
 
Disciplina: Direito Processual do Trabalho I 
Ementa – Processo de cognição trabalhista: caracterização; princípios, institutos e regras peculiares. Constituição da República e Direito Processual do Trabalho - relações. Relações entre processo trabalhista e processo civil. Efetividade material e processual trabalhistas – instrumentos e desafios. O processo de cognição trabalhista em 1º Grau. 
Professor(a): Douglas Alencar Rodrigues 
 
 
PROCESSO DE COGNIÇÃO TRABALHISTA: CARACTERIZAÇÃO, PRINCÍPIOS, INSTITUTOS E REGRAS PECULIARES. I – Direito Processual do Trabalho e caracterização. 1 – Conceituação; 2 – Unidade ontológica do processo; 3 – Posição enciclopédica; 4 – Autonomia do direito processual do trabalho. II – Princípios constitucionais e infraconstitucionais do processo: 1 – Propedêutica. 2 – Princípios informativos (axiomas) 3. Princípios fundamentais de direito processual. 3. Princípios comuns ao direito processual civil e ao processo do trabalho. 4. Princípios específicos do direito processual do trabalho. III – Institutos e regras peculiares.
 
I - Direito Processual do Trabalho e caracterização:
 
1. Conceito: “o complexo das normas legais, dos princípios, das opiniões doutrinarias e jurisprudenciais e das práticas judiciárias destinados a regular o exercício da função jurisdicional do Estado, com vistas a solucionar os conflitos de interesses, individuais e coletivos, constitucionalmente atribuídos à Justiça do Trabalho.” (Manoel Antônio Teixeira Filho).
 
- “o complexo das normas legais, dos princípios, das opiniões doutrinarias e jurisprudenciais e das práticas judiciárias”. Fontes do Direito Processual: 1) fontes formais diretas – leis; 2) fontes formais indiretas – doutrina e jurisprudência; 3) fontes formais integrativas – analogia, costumes, equidade e princípios gerais; 4) fontes informal – praxe adotada pelos juízes do trabalho.
 
- “destinados a regular o exercício da função jurisdicional do Estado” - Jurisdição: Poder-dever que envolve a composição de conflitos de interesses individuais e coletivos; PODER: expressão da soberania do Estado; monopólio estatal – indelegabilidade e arbitragem (?); o uso arbitrário das próprias razões qualificado como fato típico (CP, art. 345). DEVER: Art. 5º, XXXV, da CF. 
 
“com vistas a solucionar os conflitos de interesses, individuais e coletivos, constitucionalmente atribuídos à Justiça do Trabalho.” - Competência trabalhista: 
Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004, a competência da Justiça do Trabalho --- antes circunscrita aos conflitos: i ) entre trabalhadores e empregadores (CLT, art. 652 c/c o art. 114 da CF); ii) entre pequenos empreiteiros e respectivos tomadores (CLT, art. 652, "a", III); iii) entre sindicatos ou entre sindicatos e empresas, decorrentes de diplomas negociais coletivos (Lei nº 8984/95); iv) envolvendo as execuções de contribuições sociais resultantes de seus julgados (EC 20/1998); e v) envolvendo trabalhadores avulsos e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão-de-Obra - OGMO (art. 652, "a", V, da CLT) --- passou a alcançar todas as ações oriundas da relação de trabalho (art. 114, I, da CF), incluídas as ações que envolvam exercício do direito de greve (art. 114, II), as ações sobre representação

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