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Direito Processual Trabalhista

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Processual Trabalhista 
 
 
Elaboração & Colaboração:​ Joana Maria Damasceno Peixoto. 
Doutrinadores: ​Carlos Henrique Bezerra Leite​¹​; Leone Pereira​²​; Mauro Schiavi​³​;                 
Maurício Godinho Delgado​4​… 
Sumário: ​01. Noções Introdutórias; ​02. Princípios; ​03. Justiça Trabalhista; ​04.                   
Processo Trabalhista; ​05. Dissídios; ​06. Recursos; ​07. Liquidação e Execução; ​08.                     
Procedimentos Especiais e Cautelares; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
______________________________________​♡​__________________________________________ 
Se você chegou até aqui, certamente foi enganado de que                   
haveria um bom resumo… A gente tenta, né? No entanto, possíveis                     
erros gramaticais, cronológicos ou de não atualização doutrinária são                 
inteiramente de sua responsabilidade de confiar no material de uma                   
estranha acadêmica de direito, até porque todos somos falhos e eu                     
não sou obrigada a nada senão em virtude de lei, conforme o art. 5º,                           
inc. II, da Constituição Federal de 1988. 
Brincadeiras à parte, tendo em vista a labuta aqui realizada para                     
auxiliar ainda que minimamente vocês, devo relembrar que ajudar                 
um colega não gera concorrência, gera admiração. Então, antes de                   
ser um bom profissional, lembre-se de ser um bom ser humano.                     
Com isso, deve-se observância à Lei nº 9.610 - Direitos Autorais - para                         
recordar que a violação de autoria constitui crime com previsão legal                     
no art. 184 do Código Penal. Bons estudos e um cheiro!   
______________________________________​♡​_________________________________________ 
Fortaleza/CE, 2020 
1 
Noções Introdutórias 
Amauri Mascaro do Nascimento: Direito processual do Trabalho é o ramo do direito 
processual destinado à solução judicial dos conflitos trabalhistas. A atuação dos tribunais 
também é ordenada pelo direito, mediante leis coordenadas num sistema, destinadas a 
determinar a estrutura e o funcionamento dos órgãos do Estado. O direito processual tem 
por finalidade principal evitar, portanto, a desordem e garantir aos litigantes um 
pronunciamento do Estado para resolver a pendência e importa a decisão. 
Mauro Schiavi: O Direito Processual do Trabalho conceitua-se como o conjunto de 
princípios, normas e instituições que regem a atividade da Justiça do Trabalho, com o 
objetivo de dar efetividade à legislação trabalhista e social, assegurar o acesso do 
trabalhador à justiça e dirimir, com justiça, o conflito trabalhista. 
Objetivos. 
• assegurar o acesso do trabalhador à justiça do trabalho; 
• impulsionar o cumprimento da legislação trabalhista e da social; 
• dirimir com justiça o conflito trabalhista (visando também os direitos fundamentais do 
empregador/tomador de serviços); 
• ​solucionar com justiça o conflito trabalhista, sendo esse tanto o individual quanto o 
coletivo. 
 
Autonomia. 
a) Teoria Monista (​Valentin Carrion​): o Direito Processual do Trabalho não tem autonomia 
em face do Direito Processual Civil, sendo aquele um desdobramento do último, haja vista 
que até os princípios do Processual Trabalhista são os mesmos do Processual Civil. 
b) Teoria Dualista (​Mauro Schiavi​): há a autonomia, sendo duas ciências com legislações 
diferenciadas e princípios diferentes, embora alguns se confundam. No entanto, não há 
como deixar de reconhecer alguns princípios peculiares do Direito Processual do Trabalho, 
os quais lhes dão autonomia e o distinguem do Direito Processual Comum. 
Observação! Há quem defenda uma autonomia relativa, diante da possibilidade de 
aplicação subsidiária. 
 
Fontes: art. 8º, CLT. 
1. Fontes Formais (​art. 22, CF/88​: competência exclusiva da União​): ​fontes formais são as 
formas de expressão do direito positivo. Direito é composto pelas normas positivadas 
através das diversas fontes formais, mais os valores que lhes estão à base e devem 
transparecer no exame de cada fato relevante para a vida das pessoas ou grupo. (​Cândido 
Rangel Dinamarco​) 
a) Lei: ​são processuais as leis portadoras de normas gerais e abstratas, alusivas ao 
processo, disciplinando o exercício da jurisdição, da ação e da defesa mediante os atos e 
formas processuais. (​Cândido Rangel Dinamarco​) 
I. CF: norma fundamental do Direito Processual do Trabalho, pois contém as regras e os 
princípios fundamentais do processo (​art. 5º​); a estrutura do Poder Judiciário (​art. 93 e ss.​) 
e toda a estrutura do Judiciário Trabalhista. 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
2 
II. Leis Processuais Trabalhistas: estão especialmente na ​CLT (​arts. 643 e ss.​); ​Lei nº 
5.584/70​ (regras do processo do trabalho) e ​Lei nº 7.701/88​ (competência do TST). 
III. Leis Processuais Civis: tanto o ​CPC quanto as leis processuais civis de maneira geral, 
que venham a comungar com os princípios do Processo do Trabalho, poderão ser fonte 
subsidiária​ do Processo do Trabalho (na falta de disposições legais ou contratuais). 
b) Regimento Interno dos Tribunais: objetivam sanar a ausência de norma processual 
trabalhista sobre determinada matéria, especialmente no que concerne à competência 
material e funcional dos seus órgãos, por isso dispõem sobre matéria administrativa e 
funcionamento interno e uniformização de procedimentos da Justiça do Trabalho. Há 
normas hierarquicamente superiores que, inclusive fazem remissão a tais instrumentos. 
c) Súmulas e enunciados de jurisprudência do TST e TRT’s’: não poderão restringir 
direitos legalmente previstos, nem criar obrigações que não estejam previstas em leis (​art. 
8º, §2º, CLT​ - inócuo). 
d) Convenções e Acordos Coletivos: ​atuação dos Intérpretes do Trabalho balizados no 
P​rincípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva. 
e) Instrução Normativa. 
 
2. Fontes Subsidiárias. 
a) Costumes: é a vontade social decorrente da aceitação de uma prática processual 
reiterada. Ademais, ainda que seja aceito, jamais deverá ser contra a lei. ​Exs: ​procuração 
tácita passada em audiência; protesto em face de decisão interlocutória proferida pelo Juiz. 
b) Princípios: considerados especialmente como fontes os princípios constitucionais do 
processo e os princípios do processo do trabalho. 
c) Equidade: o julgamento por equidade é possível nos ​dissídios coletivos de natureza 
econômica (​art. 766, CLT – não alterado pelas ​Lei 13.467/17 e ​MP 808/18​) e na arbitragem 
que pode ser de direito ou por equidade (​Lei 9.307/96​) e esse julgamento consiste em 
avaliar a finalidade social da mesma, interpretando-a de forma justa e razoável (​ex: ​art. 
852- I, §1º​). 
Nelson Nery Junior: “na concepção aristotélica, equidade não é o 
legalmente justo, mas sim a correção da justiça legal. O equitativo é o 
justo”. 
d) Jurisprudência: não há consenso na doutrina sobre a Jurisprudência ser fonte do Direito 
Processual do Trabalho, mas a própria ​CLT informa que é. A jurisprudência uniforme sobre 
determinado assunto, dá ensejo a edição de Súmulas, que tem diversas matérias sobre o 
Direito Processual do Trabalho. 
A ​EC/45 trouxe a inovação da Súmula vinculante, que pode ser editado pelo STF, 
mediante procedimento disciplinado por lei (​Lei nº 11.417/06​). Em havendo Súmula 
vinculante em matéria de processo do Trabalho essas deverão ser observadas, de formaque constituem fontes do Direito Processual do Trabalho. 
Observação! ​Doutrina: não pode ser fonte ​formal​, pois não é uma regra emanada do 
Poder Público, todavia, há doutrinadores que dizem se tratar de fonte ​secundária​, uma 
vez que sua importância para jurisprudência é imensurável. 
 
Interpretação. 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
3 
O juiz é livre para interpretar da maneira que melhor entender, contanto que não 
afronte o ordenamento jurídico brasileiro, especialmente no que concerne aos princípios 
constitucionais do processo, estando amparado pelo princípio do livre consentimento 
motivado e da imparcialidade. 
A interpretação do Direito Processual do Trabalho deverá ser sempre e principalmente 
com base nos princípios constitucionais dos processos, de forma a dar a maior efetividade 
ao texto constitucional (​princípio da máxima efetividade ou eficiência​). 
 
1. Métodos de Interpretação. 
a) Literal e Gramatical: deve ser o primeiro a ser analisado, mas não o único, sob pena de 
se cometer falhas e injustiças e não se chegar ao alcance a que a norma se propôs. 
b) Histórico: o magistrado achará o motivo sociológico da norma, a origem pela qual se 
chegou a ela, buscando as discussões que houve para se chegar a elas. 
c) Teleológico: busca investigar a finalidade social da norma, para que foi feita, querendo 
atingir que objetivos sociais. 
d) Sistemático: há uma análise da norma em comunhão com o sistema de normas no qual 
ela se insere, não se analisando exclusivamente a literalidade da norma. 
 
2. Efeitos da Interpretação. 
a) Restritivo: restringe o alcance de determinada norma processual, para que a regra 
somente incida nas hipóteses taxativas que disciplina. As normas que implicam restrição de 
direito são interpretadas restritivamente, como a renúncia e a transação. 
b) Extensivo: se dilata o alcance de determinada regra processual para disciplinar 
hipóteses não discriminadas em lei. 
 
Eficácia do Direito Processual Trabalhista. 
Norma Processual no Tempo. 
a) Princípio da Irretroatividade da Norma: a lei não pode retroagir para prejudicar (​art. 5º, 
inc. XXXVI, CF​). Assim, se vigia uma norma, ao ser realizado um determinado recurso, e 
entra em vigor outra norma processual antes do julgamento desse recurso, deverá ser 
respeitada a norma que vigia à época da decisão da qual se recorreu (​art. 915, CLT​). 
Entrando nova lei processual em vigor, enquanto um processo encontra-se em 
desenvolvimento, a lei nova regula apenas os atos processuais que se praticarão sob sua 
vigência. 
Exemplo! valor de teto do depósito recursal (requisito essencial de admissibilidade) - 
obediência aos requisitos de lei à época. 
 
b) Princípio do Efeito Imediato: ​as normas de caráter imperativo deverão ter efeito 
imediato/cogente nas relações processuais já iniciadas (​art. 912, CLT​), em que não tenha 
sido feita a coisa julgada (caso contrário aplicaria-se o Direito Adquirido), pois são normas 
de caráter públicos emanadas do Estado 
Renato Saraiva: ​os atos processuais praticados antes da entrada da lei em vigor da 
lei processual nova estarão regulados, por constituírem ato jurídico perfeito e acabado, ou 
seja, os atos praticados sob vigência da lei revogada mantém plena eficácia depois de 
promulgada a lei nova, mesmo que esta estabeleça preceitos de conteúdos diferentes. 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
4 
Todavia, no caso de lei processual nova, cujo conteúdo envolve disposições atinentes à 
jurisdição e competência, terá a mesma aplicação imediata, regendo o processo e 
julgamento de fatos anteriores à sua promulgação. 
 
Norma Processual no Espaço: ​o ​princípio aplicado é o ​da territorialidade​, ou seja, a lei 
processual trabalhista vigorará em todo o território nacional e destina-se tanto aos 
trabalhadores brasileiros, como os estrangeiros residentes no Brasil, conforme o disposto 
no ​art. 5º, caput, CF c/c art. 12, LICC​. 
Observação! ​Os Regimentos Internos dos Tribunais são ​exceção ao Princípio da 
Territorialidade. 
 
Princípios 
Princípios Gerais. 
Em suma, princípio é o mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, 
disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas, compondo-lhes o espírito e 
servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, e mantém ​04 (quatro) 
principais funções: 
a) inspiradora: busca o fundamento inicial para a criação da norma, estando muitos 
princípios atualmente positivados em lei; 
b) interpretativa: norteiam a atividade do intérprete na busca da real finalidade da lei e 
também se ela está de acordo com os princípios constitucionais; 
c) suprimento de lacunas: preencher a lacuna da inexistência de uma norma, não só 
suprindo, mas também de auxiliar, por vezes em sua interpretação; 
d) sistematização de normas: dão suporte, coerência, sentido, apoio e harmonia às 
normas; 
Mauro Schiavi: os princípios ​são normas, atuando não só como fundamentos das 
regras ou para suprimento da ausência legislativa, mas para ter eficácia no ordenamento 
jurídico como as regras positivadas (​força normativa dos princípios​). 
A mudança do Estado Liberal para Estado Social trouxe a “constitucionalização do 
direito processual”, ou seja, a Constituição passou a disciplinar os institutos fundamentais 
do direito processual. Assim, os princípios constitucionais processuais são garantidores dos 
direitos fundamentais processuais. 
 
Princípios Constitucionais. 
1. Devido Processo Legal (​art. 5º, LIV, CF/88​): direito que o cidadão tem de responder a 
um processo por regras já existentes, não podendo ser criadas normas para cada situação, 
à arbitrariedade do julgador, devendo essas ser devidamente observadas pelo Judiciário. 
Nelson Nery Junior: é o gênero do qual todos os demais princípios constitucionais 
do processo são espécies, dele decorrendo todas as consequências processuais. 
Observação! ​Entendimento Doutrinário Moderno: enfatiza que essa formalização do 
processo deve ser valorada e aplicada, mas não de forma literal, devendo ser sopesadas 
as necessidades sociais e as dificuldades de acesso à justiça do trabalhador, assim como 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
5 
a celeridade na tramitação do processo e a justiça do procedimento. Logo, defende não 
apenas o “devido processo legal formal”, mas um “devido processo legal substancial”, que 
não se distanciando dos comandos constitucionais, consegue materializar os direitos 
postulados em juízo de forma justa razoável e célere, utilizando o princípio da 
proporcionalidade, evitando arbitrariedades. 
 
Logo, deve o cidadão ser julgado por um processo, seguindo suas respectivas fases, 
não pode ser algo aleatório. 
 
2. Juiz e Promotor Natural (​art. 5º, inc. XXXVII, CF​): ​significa que nenhum processo será 
julgado por Tribunal de exceção, este criado com o único fim de se fazer política, de forma 
autoritária para o exercício do Poder Jurisdicional pelo Estado. Logo, o cidadão tem o direito 
de ser julgado por um Juiz ou Tribunal competente, pré-constituído na forma da lei, 
imparcial. 
Carlos Henrique Bezerra Leite: deverá tal princípio se aplicar ao Promotor, 
firmando-se assim o princípio do Promotor Natural, por ser esse, instituição autônoma e 
independente, não estando vinculada a qualquer outro poder,tendo as mesmas razões do 
princípio do Juiz Natural. 
Estrutura da justiça trabalhista está estruturada na Constituição e deve ser seguida. 
 
3. Igualdade (​art. 5º, caput, CF c/c art. 139, CPC​): tratar os iguais na medida das suas 
igualdades e os desiguais na medida das suas desigualdades, ou seja, o juiz deverá 
oferecer a ​paridade de armas às partes, mas também que essa igualdade não permita que 
a supremacia do mais forte, desequilibre a relação, tornando o mais fraco, inofensivo. 
Empregado é hipossuficiente, podendo ser observado que a maioria dos documentos 
que comprovam a relação de trabalho ficam com o empregador. 
Súmula 338, TST​. 
 
4. Inafastabilidade da Jurisdição ou Acesso à Justiça (​art. 5º, LXXIV, CF​): garante que 
a parte deverá ter a solução integral do mérito e a atividade satisfativa, sendo aquela 
primeira referente ao julgamento, não podendo o juiz se furtar de decidir por não haver 
norma para decidir e a segunda não podendo deixar de concretizá-la. Logo, mesmo que a 
parte não preenche os pressupostos processuais e as condições da ação e essa seja 
julgada extinta sem resolução do mérito, o direito de acesso à justiça terá sido respeitado, 
pois a parte terá ingressado com seu petitório. 
 
5. Contraditório e Ampla Defesa (​art. 5º, inc. LV, CF c/c arts. 9º e 10, CPC​): fundamento 
do caráter bilateral do processo, proporcionando a ação e a reação das partes. 
Nelson Nery Junior: por contraditório deve entender-se, de um lado, a necessidade 
de dar conhecimento da existência da ação e de todos os atos do processo, às partes e, de 
outro, a possibilidade de as partes reagirem aos atos que lhe sejam desfavoráveis. Os 
contendores têm direito de deduzir suas pretensões e defesas, de realizar as provas que 
requereram para demonstrar a existência de seu direito, em suma, direito de serem ouvidos 
paritariamente no processo, em todos os seus termos. 
 
Características. 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
6 
• ​Dever de informação: as partes têm de ser cientificadas de todos os atos ocorridos no 
processo, seja pela outra parte seja pelo Juiz. 
• ​Possibilidade de reação: as partes têm o direito de impugnar as decisões proferidas no 
processo e se manifestar sobre o que for produzido pela parte ou Juiz pelos protestos, por 
exemplo. 
• ​Previsibilidade dos atos processuais a serem praticados: o processo deverá seguir o 
regramento legal, evitando-se as decisões surpresas (​Instrução Normativa nº 39/16, TST​). 
Sobre tudo o que o Juiz decidir no processo, deverá ouvir as partes, sendo discussão na 
doutrina, se sobre matéria de fato e matéria de direito ou se somente os fatos alegados 
pelas partes. 
• ​Art. 4° Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do CPC que regulam o princípio do 
contraditório, em especial os ​artigos 9º e 10​, no que vedam a decisão surpresa. 
§ 1º Entende-se por “decisão surpresa” a que, no julgamento final do mérito da causa, em qualquer 
grau de jurisdição, aplicar fundamento jurídico ou embasar-se em fato não submetido à audiência 
prévia de uma ou de ambas as partes. 
§ 2º Não se considera “decisão surpresa” a que, à luz do ordenamento jurídico nacional e dos 
princípios que informam o Direito Processual do Trabalho, as partes tinham obrigação de prever, 
concernente às condições da ação, aos pressupostos de admissibilidade de recurso e aos 
pressupostos processuais, salvo disposição legal expressa em contrário. 
 
• ​Possibilidade de participar ativamente do procedimento e influir na formação da 
convicção do juiz:​ tem como exemplo a conciliação. 
Observação! ​Deferimento de Liminar fere o contraditório? A jurisprudência vem se 
posicionando que não há essa afronta, tendo em vista que somente ocorre em situações 
emergenciais. 
 
6. Duplo Grau de Jurisdição (​art. 5º, inc. LV, CF​): as partes têm o direito de poder 
recorrer das decisões que foram realizadas nos processos em que figuram, fazendo com 
que as decisões judiciais possam se aperfeiçoar. 
Observação! ​Divergência Doutrinária: ​acerca de ser ou não princípio constitucional, 
vez que não há previsão expressa, mas apenas previsão interpretativa. ​Mauro Schiavi 
entende que sem previsão expressa, não é princípio constitucional processual. 
 
7. Motivação das Decisões Judiciais (​art. 93, inc. IX, CF c/c arts. 11 e 371, CPC​): o Juiz 
deverá expor as razões (de fato e de direito) que o levaram a decidir. Sem a exposição de 
fundamentos não se compreende o raciocínio, havendo nítido prejuízo. Assim, pode o 
Magistrado decidir da maneira como entender, bastando que seu convencimento seja 
motivado nas fontes de direito e processo do trabalho e que seja exposto todo o seu 
entendimento as partes. 
 
8. Publicidade (​art. 93, IX, CF​): as partes devem ter absoluta ciência de tudo que ocorre no 
processo, seja mediante a presença do público nas audiências ou a possibilidade de 
qualquer pessoa acessar o processo, ou seja, os atos devem ser públicos. 
 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
7 
9. Duração Razoável do Processo (​art. 5º, LXXVIII, CF c/c art. 765, CLT​): o processo 
deverá assegurar o direito de quem o tem e a demora pode fulminar ou diminuir seu efeito, 
de maneira que o Juiz garanta a eficiência da decisão. Logo, não quer que se encurte o 
processo de forma indevida, ferindo outros princípios como o do contraditório e da ampla 
defesa, mas que não se permita dilações indevidas ou desnecessárias, bem como se evite 
burocracias, por isso, deve-se observância à (ao): 
• ​complexidade da causa: a depender do objeto da causa, pode realmente se estender um 
pouco mais; 
• ​estrutura e a quantidade de processos em cada unidade judiciária: o aumento da 
estrutura é medida de urgência; 
• ​comportamento das partes no processo: se as partes agem de boa-fé, há maior 
celeridade. 
Havendo demora comprovadamente por culpa do Estado, se poderá ajuizar ​ação de 
reparação de danos materiais contra aquele para rever os prejuízos havidos e morais por 
violência a um direito fundamental do cidadão, que é a duração razoável do processo. Se a 
culpa for da outra parte, também poderá intentar ação com o mesmo fim. 
 
Princípios Processuais Cíveis:​ ​art. 769, CLT. 
1. Princípio da Ação, da Demanda ou da Inércia do Judiciário (​art. 2º, CPC​): é dever da 
parte procurar pelo Judiciário quando se sentir prejudicada em seu direito, não havendo o 
dever do Estado de realizar essa ação de ofício. 
Observação! ​Princípio do ​Jus Postulandi​: possibilidade da parte postular sem precisar 
de advogado, sem valor máximo, como ocorre nos Juizados Especiais, pois a Justiça do 
Trabalho foi criada para amparar o trabalhador, é só ela ir até o setor de distribuição, 
onde vai ter um servidor público que vai redigir a petição. 
 
2. Disponibilidade ou Dispositivo: as partes têm a liberdade de apresentar ou não provas 
a praticar ou não os atos no processo. O juiz dependerá do que for levado aos autos para o 
julgamento, não podendo produzir provas. 
Júlio Cesar Bebber:​ o princípio dispositivo deve ser visto sob a seguinte ótica: 
a) é das partes a iniciativa das alegações e dos pedidos, ou seja, as partes limitam a 
atuação investigativa do Juiz aos fatospor elas levados aos autos; 
b) a iniciativa das provas não é privativa das partes, tendo o juiz ampla liberdade para 
determinar qualquer diligência necessária ao integral esclarecimento dos fatos 
 
3. Impulso Processual: a parte deverá dar início ao processo, sendo vedado o Juiz, fazê-lo 
de ofício (​Princípio da Ação​), porém, ele deverá dar continuidade e propulsão à solução. 
 
4. Oralidade: conjunto de ​subprincípios que interagem entre si, com o objetivo de fazer 
com que seja colhida oralmente a prova e julgada a causa pelo Juiz que a colheu. Esse 
princípio está em todas as fases do processo trabalhista, ou seja, tudo pode ser feito 
oralmente. 
a) Identidade Física do Juiz: o Juiz que colheu as provas deverá julgar o processo, pois foi 
ele quem esteve em contato com as testemunhas em seus depoimentos e conseguirá 
valorar melhor a prova. 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
8 
b) Prevalência da Palavra Oral sobre a Escrita: a palavra oral prevalece sobre a escrita, 
priorizando-se a prova produzida em audiência. 
c) Concentração dos Atos Processuais em Audiência: a audiência deverá ser uma, de 
preferência, concentrando-se todos os atos; 
d) Imediatidade do Juiz na Colheita da Prova (​Souto Maior​): a necessidade de que a 
realização dos atos instrutórios deva dar-se perante a pessoa do Juiz, que assim poderá 
formular melhor seu convencimento. 
e) Irrecorribilidade das Decisões Interlocutórias: tem o fim de acelerar o processo, 
permitindo que a decisão do juiz seja inquestionável de imediato, fazendo-se tramitar o 
processo, mas permitindo que se questione em recurso cabível, todavia, a parte deverá se 
manifestar na audiência por meio dos protestos. 
 
5. Instrumentalidade das Formas (​art. 188, CPC​): o processo não tem um fim em si 
mesmo, mas é o instrumento de concretização do direito material, ou seja, é através dele 
que se alcança a efetivação do direito. 
 
6. Cooperação (​art. 6º, CPC​): visa estabelecer um modelo de processo cooperativo, 
nitidamente inspirado no modelo constitucional, no qual haverá ampla participação de todos 
os sujeitos processuais (advogados, juiz e partes), do início ao fim da atividade jurisdicional. 
 
7. Cronológico (​art. 12, CPC​): observância da ordem cronológica dos processos 
conclusos, para que o magistrado possa decidir nos processos mais antigos em detrimento 
dos mais recentes, no entanto, há prioridades em relação aos idosos, às decisões urgentes 
e às que são de fácil resolução. 
 
Princípios Processuais Trabalhistas. 
1. Protecionismo ao Trabalhador: protege o litigante mais fraco (o trabalhador), embora 
haja o ​princípio constitucional do equilíbrio entre as partes​, haja vista que aquela 
normalmente encontra-se em desvantagem processual, sem condições de pagar um bom 
advogado, sem acesso aos documentos que ficam em posse do empregador, sem 
conhecimento das regras processuais… 
➔ Mauro Schiavi:​ princípio do protecionismo ​temperado​ ao trabalhador. 
 
• Arts. 844, CLT:​ ​exemplo​ de tentativa de equilíbrio entre as partes. 
Exemplo (de consequência)! 
• inversão do ônus da prova em favor do empregado; 
• depósito recursal, com vistas a bloquear valores a garantir a execução da demanda; 
• maior poder do Juiz do Trabalho na direção do processo tanto em conhecimento quanto 
em execução; 
• competência territorial fixada em razão do local da prestação de serviços; 
 
2. Informalidade: o processo do trabalho é mais simples do que os demais, mais célere, 
menos burocrático, ocorrendo a prática de atos de forma mais simples e objetiva, não se 
permitindo, porém, a precarização do processo. Todavia, com a tecnologia da informação, a 
informalidade tem dado mais espaço à obrigatoriedade de protocolos digitais, para garantir 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
9 
a subsistência do processo. Exceto no que tange ao ​Recurso de Revista​, o qual tem uma 
série de formalidades a serem obedecidas. 
 
• Arts. 840 e 846, CLT:​ possibilidade da petição inicial e contestação verbais. 
 
• Art. 825, CLT:​ comparecimento das testemunhas independentemente de intimação. 
 
• Art. 841, CLT: ausência de despacho de recebimento da petição inicial, sendo notificação 
da inicial, ato próprio da secretaria. 
 
3. Conciliação (​arts. 764, 846 e 850, CLT​): a conciliação, se obedecer o rito, será una e 
sempre será o melhor caminho, evitando maiores desgastes, maior quantitativo de 
processos e maior custo ao Judiciário e as partes, que perdem em valores e absolutos e 
com sua demora. 
Observação! A mediação não cabe no Processo Trabalhista, apenas ​duas tentativas da 
conciliação, haja vista o ​princípio da celeridade​. 
 
4. Celeridade: embora não seja uma característica exclusiva do Direito Processual do 
Trabalho, nele tal característica se mostra mais acentuada, uma vez que o trabalhador 
postula um crédito de ​natureza alimentar​. 
 
5. Oralidade: maior interatividade entre as partes e o juiz, com a concentração dos atos 
processuais em audiência, irrecorribilidade das decisões, identidade física do juiz, de forma 
a se priorizar a palavra em audiência e no decorrer do processo. 
Observação! O ​PJe também mudou o perfil da audiência, engessando o procedimento 
ao protocolo da contestação ao invés da entrega dela em audiência, por ​exemplo​, mas 
em audiência ainda é possível que se tenha o máxime da oralidade que a audiência 
permita, pois por vezes o juiz prefere dar prazo ao advogado da parte contrária a se 
manifestar sobre documentos em prazo concedido do que lhe outorgar prazo para se 
manifestar em audiência, devido à extensa pauta que tem a cumprir. 
 
6. Simplicidade: o Processo do Trabalho é mais simples e menos burocrático que o 
Processo Civil. 
 
7. Subsidiariedade (​art. 769, CLT​): o processo do trabalho utiliza-se do processo civil 
quando houver lacuna na lei trabalhista processual, não havendo norma a supri-la que não 
seja no processo civil, sendo assim, permitido. 
No processo de execução, o ​art. 889, CLT​, determina que também em casos 
omissos, deverá ser aplicada no Processo do Trabalho, a Lei de Execução Fiscal. 
 
8. Majoração do Juiz Trabalhista no Processo (​arts. 765 e 878​): a atuação do juiz 
trabalhista deve levar à resolução do conflito entre as partes, em razão, especialmente, das 
metas fixadas a número de julgamentos, da solução do processo em tempo razoável e do 
acesso a à justiça. 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
10 
Amauri Mascaro Nascimento​: o juiz do trabalho comanda a prova de modo mais 
amplo que o juiz de direito, sendo comum ordenar ao empregador a demonstração de fatos 
que beneficiam o empregado por considerar desiguais as posições das partes e por 
entender que a empresa sempre está mais bem aparelhada para os esclarecimentos 
necessários, e, se não atendido, presume verdadeiras as alegações da inicial do 
reclamante, a ​exemplo da aceitação de cartões de ponto, sob pena de aceitação dos 
horários indicados na inicial. 
 
9. Função Social do Processo Trabalhista: o juiz deve direcionar o processo de forma 
que caminhe de forma célere, justa e confiável, garantindo a efetividade processual, mas 
preservando-se a dignidade da pessoa humana, tanto do autor como do réu, em prestígio 
da supremacia do interesse público, pois há a preocupaçãocom a efetividade dos atos 
processuais e da realidade justa da decisão. 
Existindo no processo do trabalho o princípio da função social, há de se admitir o 
princípio da vedação do retrocesso social​, que assevera que o processo do trabalho 
deve estar sempre em evolução, melhorando sempre o acesso do trabalhador à justiça, 
acompanhando os direitos fundamentais do cidadão. 
 
10. Normatização Coletiva: trata-se da competência material atribuída à justiça Laboral 
para, solucionando o conflito coletivo de interesses, criar, dentro de determinado 
parâmetros constitucionais, normas aplicáveis no âmbito das categorias profissional e 
econômica envolvidas no conflito. 
Esse princípio está embasado no Poder Normativo da Justiça do Trabalho, sobre o 
qual há opinião dissidente a doutrina laboral, pois não seria somente aplicar o direito, mas 
criar normas jurídicas. Logo, apesar do engessamento (​EC/45​) acerca do ajuizamento do 
Dissídio Coletivo, o poder normativo da Justiça do trabalho está mantido. 
 
Justiça Trabalhista 
Organização. 
Evolução Histórica da Justiça Laboral. 
• ​1922: os primeiros órgãos da Justiça do Trabalho brasileira foram os Tribunais Rurais, 
porque a mão de obra era praticamente toda rural. 
• ​1932: surgimento das Juntas de Conciliação e Julgamento, onde somente os empregados 
sindicalizados tinham o direito de ação e suas decisões valiam como título de dívida certa 
para a execução judicial. 
• ​1934 e 1937: as ​CFs já previam a instituição da Justiça do Trabalho, embora fora do 
Poder Judiciário, mas não a estruturaram. 
• ​1946: a ​CF integrou a Justiça do Trabalho ao Poder Judiciário, mantendo seu caráter 
conciliatório e cuja competência deveria ser disciplinada por Lei Complementar. 
• ​EC 24/99: a justiça do trabalho contava com a representação dos Juízes classistas 
(denominados vogais) e a composição das ​Juntas de Conciliação e Julgamento e dos 
Tribunais (TRTs e TST) era paritária, com um representante da classe dos empregados, 
sendo eleito pelo Sindicato profissional e outro eleito pelo Sindicato patronal, que 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
11 
representava os empregadores, mas a ​EC extinguiu a representação classista, tornando as 
antigas Juntas de Conciliação e Julgamento em Varas do Trabalho. 
• ​EC/45: concedeu a competência para dirimir as controvérsias entre empregado e 
empregador e as questões da relação trabalhista. Atualmente, a justiça do trabalho 
enfrenta, por ​exemplo​, a sobrecarga dos processos, a ampliação da competência e o 
crescimento da litigiosidade pós-industrial. 
 
Órgãos da Justiça do Trabalho: art. 111, CF/88. 
1. Juízes do Trabalho: ​assumem um importante papel na efetivação dos direitos humanos 
e fundamentais, especialmente os de dimensão juslaboral, devendo buscar o justo equilíbrio 
entre o capital e o trabalho. Para tal, não deve restar inerte como mero espectador, mas 
deve sim exercer poder instrutório, quando necessário, a formar seu livre convencimento e 
aplicando os princípios constitucionais processuais e a efetivação dos Tratados 
Internacionais dos Direitos Humanos. 
Observação!​ São os Juízes e não as Varas que são realmente os órgãos do trabalho. 
 
a) Garantias:​ art. 95, CF/88. 
I. Vitaliciedade: o juiz ingressará na carreira por concurso público de provas e títulos e, 
após ​dois anos​, passará a ter cargo vitalício, sendo promovido a titular, alternativamente 
por mérito e por antiguidade, assim também ocorrendo o acesso aos TRTs. 
 
II. Inamovibilidade: o juiz só poderá ser removido da comarca de que é ​titular​, mediante 
voto da maioria absoluta do tribunal ou do CNJ, assegurada a ampla defesa. 
Observação! ​Juiz Titular e Substituto: ​o titular estará fixo numa comarca, enquanto o 
substituto poderá ainda ser remanejado a outra comarca, mas tendo as mesmas 
prerrogativas e deveres do juiz titular. 
 
III. Irredutibilidade de Subsídio. 
 
b) Vedações:​ ​art. 95, § único, CF/88. 
 
• ​Art. 112, CF/88: ​nas localidades em que não há Varas Trabalhistas, o Juiz de Direito 
acumula a função trabalhista e o recurso ordinário será dirigido ao TRT local. 
 
2. Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs).Tribunal Superior do Trabalho (TST). 
• ​Art. 115, CF/88: órgãos de revisão de segundo grau de jurisdição, compostos por juízes 
do trabalho de carreira e ainda ​1/5 por um membro do Ministério Público e ​1/5 por membro 
da classe dos advogados com mais de ​10 anos​ de exercício profissional. 
➔ Vara Itinerante: pode ser um caminhão que realiza audiências para uma demanda 
específica. 
 
• ​Art. 114, CF/88: é de competência o julgamento dos ​recursos ordinários (​= apelação no 
âmbito cível​), em revisão as decisões das Varas e de competência originária o ajuizamento 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
12 
de ação rescisória, dissídio coletivo e de greve, mandados de segurança impetrados em 
face de juízes de Varas do Trabalho, entre outras. 
 
3. Tribunal Superior do Trabalho (TST): é órgão de cúpula, mas não é órgão de revisão, o 
qual tem suas seções e funcionamento previstos no Regimento Interno do Tribunal. 
 
•​ ​Art. 65, RITST:​ Composição do TST. 
➔ Tribunal Pleno. 
➔ Órgão Especial. 
➔ Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC). 
➔ Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI), dividida em Subseções I e II. 
➔ 08​ Turmas. 
 
Junto ao TST, funcionam a Escola Nacional da Magistratura, responsável pelo 
aperfeiçoamento dos Magistrados trabalhistas e o Conselho Superior da Justiça do 
Trabalho, encarregado pela supervisão administrativa, orçamentária, financeira e 
patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus. 
 
• ​Art. 111-A, CF/88: é o órgão de cúpula da Justiça do Trabalho com jurisdição em todo o 
território nacional e composto por ​27 ministros (sendo ​1/5 do MP e ​1/5 da advocacia), 
cabendo-lhe uniformizar a interpretação da legislação trabalhista, cumprindo ainda decidir 
acerca das questões administrativas da Justiça do Trabalho. 
➔ Os Ministros do TST são nomeados pelo presidente da República, após ​lista tríplice 
elaborada pelo próprio Tribunal. 
 
4. Servidores Auxiliares (​arts. 710 e 711​): secretarias e funcionários dos gabinetes dos 
Juízes e Desembargadores, encarregados dos serviços burocráticos.À secretaria também 
cabe alguns despachos (​art. 206, CPC​), tais como juntada de documentos e manifestação 
de prazos para manifestação. 
As secretarias das Varas são dirigidas por um(a) Diretor(a) de secretaria, sob a 
supervisão do Juiz, para praticar os atos processuais de sua competência, como autuação, 
notificação, atendimento aos advogados. 
 
5. Distribuidores: localidades em que há ​mais de uma vara e ​mais de uma turma do 
TRT, haverá um órgão distribuidor, que, além de distribuir o processo, ainda marca 
audiência e notifica as partes. 
 
Jurisdição. 
Carlos Henrique Bezerra Leite: a nova concepção de acesso à justiça passa pela 
imperiosa necessidade de se estudar a ciência jurídica processual e seu objeto num 
contexto político, social e econômico, o que exige do jurista e do operador do direito o 
recurso constante a outras ciências, inclusive a estatística, que lhe possibilitarão uma 
melhor reflexão sobre a expansão e complexidade dos novos litígios para, a partir daí, 
buscar alternativas de solução desses conflitos. 
Ajurisdição constitui função típica do Poder Judiciário, exceto quando: 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
13 
• a jurisdição é exercida pelo Senado Federal para processar e julgar algumas atividades 
por crimes de responsabilidade (​art. 52, incs. I e II​); 
• há casos de imunidade de Jurisdição reconhecida, por força do princípio da soberania, aos 
estados estrangeiros e aos seus representantes diplomáticos; 
• há casos de compromisso arbitral; 
 
Espécies de Jurisdição. 
1. Quanto seu Objeto. 
a) Penal. 
b) Civil. 
 
2. Quanto seus Órgãos Judiciários encarregados de exercê-la. 
a) Comum: ​arts. 106 a 110, CF/88. 
b) Especial: ​arts. 125 e 126, CF/88. 
 
3. Quanto à Hierarquia dos Órgãos. 
a) Superior. 
b) Inferior. 
 
4. Quanto à Fonte do Direito utilizada no Julgamento. 
a) de Direito. 
b) de Equidade:​ a ​exemplo​ da sentença normativa. 
 
Jurisdição Trabalhista. 
1. Sistemas de Acesso. 
a) Jurisdição Trabalhista Individual: dedica-se à solução das reclamações individuais ou 
plúrimas trabalhistas, sendo seu processamento feito pelo ​Título X, Capítulo III, CLT e 
subsidiariamente pelo ​CPC ​a teor do ​art. 769, CLT​. 
 
b) Jurisdição Trabalhista Normativa: dedica-se aos dissídios coletivos de interesses 
intermediado pelo poder normativo exercido originalmente pelos Tribunais do Trabalho (​art. 
114, § 2º, CF/88​). 
 
c) Jurisdição Trabalhista Metaindividual: dedica-se aos interesses metaindividuais 
(difusos, coletivos, e individuais homogêneos), aplicando-se direta e 
simultaneamente/coletivamente (sem gerar novas obrigações ou normas, diferentemente da 
sentença normativa) as normas jurídicas da ​CF, LOMPU, LACP e pelo ​Título III, CDC​, 
restando à ​CLT​ e ao ​CPC​ o papel de diplomas legais subsidiários. 
É assim chamada para diferenciar do sistema trabalhista de solução de conflitos 
coletivos de interesses, consubstanciado no exercício do poder normativo e historicamente 
utilizado para a criação de normas coletivas de trabalho, aplicáveis nos âmbitos das 
categorias profissional e econômica. 
 
Competência. 
Todos os juízes exercem jurisdição, mas a exercem dentro de certos limites, pois são 
‘competentes’, garantindo assim maior efetividade e celeridade. Portanto, a competência é a 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
14 
“medida de jurisdição”, um critério de distribuição de demandas ou ainda a jurisdição na 
medida em que pode e deve ser exercida pelo Juiz. 
 
Critérios de Competência. 
a) Competência Objetiva (​arts. 114, CF c/c 652, CLT​): é a competência em razão da 
matéria | da natureza da relação jurídica controvertida para aferição da competência. 
➔ inc. “f”​: possibilidade de ​jurisdição voluntária​, pois as partes chegaram a um 
denominador comum, ajuizando a ação somente para ao juiz homologar. Difere-se de antes 
pois as partes tinham que litigar, ou seja, haviam os primeiros atos do curso processual 
normal. 
 
b) Competência Pessoal: é a competência em razão da qualidade das partes envolvidas, a 
exemplo da ​EC/45​, que em razão de ser empregado, a ação de indenização deverá ser da 
Justiça Laboral. 
 
c) Competência Funcional | Interna (​CLT c/c Regimentos Internos dos TRTs e TST​): é 
a competência em razão da hierarquia dos órgãos judiciários, ou seja, se dá em razão das 
exigências das funções exercidas pelo Juiz no processo. 
Observação! As competências acima são todas ​absolutas​, podendo o juiz conhecer de 
ofício e não havendo preclusão para a parte e para o Juiz, podendo a parte invocá-la 
antes do trânsito em julgado. 
 
d) Competência Territorial (​art. 651, CLT​): é a competência em razão do lugar, onde a 
regra geral é o local de prestação de serviços do empregado para o empregador, 
independente de ter sido contratado em outro local. 
➔ §1º: ​agente, viajante, vendedor externo autônomo e representante comercial 
autônomo: a competência será, excepcionalmente, da Vara da localidade em que a 
Empresa tenha agência ou filial a qual o empregado esteja subordinado. Inexistindo, será 
competente a da localização do domicílio do empregado ou a localidade mais próxima. 
Observação! Sendo a celebração do contrato de trabalho em lugar diverso da prestação 
do serviço, pode ser ajuizado em um ou outro (alternativa para o reclamante). 
Exemplo: contratado em Fortaleza ​+ prestou serviços em São Paulo ​+ reside em 
Crateús ​→ no foro da celebração do contrato (Fortaleza) ou da prestação de serviços 
(São Paulo). 
 
Em caso de prestar serviço em ​mais de um local, doutrina e jurisprudência divergem 
no tocante à competência para processar e julgar os conflitos, podendo ser o último local 
em que prestou serviço ou no local que privilegie o acesso do trabalhador à justiça. 
Nesse sentido, de priorização ao Princípio do Acesso à Justiça (interpretação 
extensiva) em detrimento da literalidade da regra (flexibilização), o ​TST entende que há a 
possibilidade de ajuizamento no domicílio do empregado, em razão do direito fundamental 
de acesso à justiça, quando inviabilizado o ajuizamento da reclamação fora do local de 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
15 
prestação de serviço e da celebração do contrato (oneração excessiva do exercício de ação 
da parte hipossuficiente). 
• Tribunal Superior do Trabalho. 2ª Turma. Título: ​Acórdão do processo Nº RR - 1662-84.2012.5.07.0025 
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO EM RAZÃO DO 
LUGAR. ​AJUIZAMENTO DA AÇÃO NO DOMICÍLIO DO RECLAMANTE​. PREVALÊNCIA DO DIREITO 
FUNDAMENTAL DE ​ACESSO À JUSTIÇA SOBRE A INTERPRETAÇÃO MERAMENTE LITERAL DO 
ARTIGO 651, § 3º, DA CLT​. No caso, ficou incontroverso que o reclamante, residente e domiciliado em 
Crateús - CE, foi contratado e prestou serviços no Estado de São Paulo. O trabalhador, pretendendo 
receber as verbas trabalhistas que reputa devidas, ajuizou esta reclamação trabalhista na Vara do 
Trabalho de Crateús - CE, que possui jurisdição no local de domicílio e residência do autor. A oferta 
de emprego é escassa, e o desemprego é realidade social em nosso País, o que obriga vários 
trabalhadores a se mudarem para regiões diversas, ainda que provisoriamente, deixando para trás 
seus familiares, em condições precárias, com o intuito de procurar trabalho para suprir necessidades 
vitais de subsistência própria e de sua família. É realidade, ainda, que esses trabalhadores se 
submetem a condições de emprego precárias e a empregos informais. Dessa forma, tem-se cada vez 
mais firmado o entendimento, neste Tribunal superior (como demonstram os precedentes citados na 
fundamentação), de que, em casos como este ora em exame, o direito fundamental de acesso à 
Justiça das partes trabalhistas deve preponderar sobre a interpretação meramente literal do artigo 
651, § 3º, da CLT, apontado como violado pelo recorrente. Além disso, é possível aplicar à hipótese, 
por analogia, a exceção prevista no § 1º do artigo 651 da CLT, que atribui competência à Vara do 
Trabalho do domicílio do reclamante, quando inviabilizado o ajuizamento da reclamação trabalhista no 
foro da celebração do contrato ou da prestação dos serviços. Essa interpretação, além de melhor 
corresponder à letra e ao espírito do artigo 651, caput e §§, da CLT, mostra-se mais consentânea com 
princípio constitucional de acesso à Justiça, previsto no artigo 5º,inciso XXXV, da Constituição 
Federal, e com a constatação prática de que, em muitos casos, a exigência legal de que o trabalhador 
ajuizasse a sua reclamação no lugar em que prestou serviços, mesmo quando voltou a residir no 
lugar de seu domicílio, acabaria por onerar excessivamente o exercício do direito de ação pela parte 
hipossuficiente. Assim, o Tribunal Regional do Trabalho de origem, ao manter a sentença em que foi 
reconhecida a incompetência da Vara do Trabalho de Crateús – CE, para apreciar e julgar este feito, 
local em que o autor se encontra residente e domiciliado, por entender que esta reclamação 
trabalhista deveria ter sido ajuizada no local da prestação de serviços ou da contratação do obreiro, 
violou o disposto no artigo 5º, inciso XXXV, da CF. Recurso de revista conhecido e provido. 
 
e) Competência em Razão do Valor da Causa: considera-se o montante pecuniário da 
pretensão (valor do pedido), todavia, na justiça do trabalho não ocorrerá uma diferenciação 
do órgão jurisdicional em razão do valor da causa, mas tão somente do rito a ser seguido, 
se sumaríssimo ou ordinário. 
Observação! As competências acima são todas ​relativas​, todavia a competência em 
razão do valor da causa não existe no processo do trabalho, enquanto que a competência 
territorial, por ser relativa, deve a parte invoca-la por meio de exceção de incompetência e 
caso não invocada pela parte no momento processual oportuno, prorroga-se a 
competência. 
 
Competência Material. 
Observação! Emenda Constitucional nº 45: alterou a competência da Justiça 
Trabalhista, no sentido de o que antes era exceção, passou a ser regra geral, a exemplo 
da apreciação das controvérsias que envolvem a relação de trabalho. 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
16 
Além disso, algumas matérias que já estavam pacificadas na jurisprudência sob 
jurisdição da justiça laboral entraram no ​art. 114, CF​, como é o caso do dano moral. 
Novas matérias também entraram no referido artigo, como é o caso das ações sindicais. 
Contudo, algumas também foram restringidas (competência para criar normas – 
ajuizamento do dissídio coletivo condicionado ao comum acordo das partes) e outras 
completamente excluídas (ações previdenciárias e relações entre o Poder Público e seus 
servidores estatutários). 
 
Mauro Schiavi: relação de trabalho significa “o trabalho prestado por conta alheia, em 
que o trabalhador (pessoa física) coloca, em caráter preponderantemente pessoal, de forma 
eventual ou não eventual, gratuita ou onerosa, de forma autônoma ou subordinada, sua 
força de trabalho em prol de outra pessoa (física ou jurídica, de direito público ou de direito 
privado), podendo o trabalhador correr ou não os riscos da atividade que desempenhará”. 
Passada a conceituação de relação de trabalho, atualmente a doutrina divide-se em 
três correntes acerca da abrangência da Justiça Laboral acerca das modalidades das 
relações de trabalho. 
a) Nada mudou e que o termo relação de trabalho significa o mesmo que relação de 
emprego, e a competência da JT se restringe à relação de emprego; 
b) Exige que a relação de trabalho tenha semelhanças com o contrato de emprego, por 
exemplo que haja pessoalidade, continuidade e continuidade na prestação; 
c) Admite qualquer espécie de prestação do trabalho humano, seja qual for a modalidade 
do vínculo jurídico. 
Mauro Schiavi: a competência material da Justiça do trabalho, abrange as lides 
decorrentes de qualquer espécie de prestação de trabalho humano, citando como exemplo 
que, em decorrência desse alargamento de abrangência, seria possível a um prestador de 
serviços, ajuizar reclamação trabalhista requerendo o reconhecimento do vínculo de 
emprego e, em pedido sucessivo, já requerer, caso não seja reconhecido o vínculo, que lhe 
sejam pagas as prestações decorrentes do contrato de prestação de serviços. 
 
1. Relações de Consumo: se a relação de trabalho configurar também uma relação de 
consumo, a competência não será da Justiça Trabalhista. 
• ​SDI-I: Não compete à JT decidir ação de cobrança de honorários advocatícios. 
O contrato de prestação de serviços advocatícios envolve relação de índole civil. Com esse 
entendimento a SDI-I declarou a incompetência da Justiça do Trabalho para julgar ação de cobrança 
de honorários advocatícios. A seção aceitou recurso da Cooperativa de Crédito dos Médicos de Santa 
Rosa (RS). Contratado pela cooperativa para prestar assessoria jurídica, um advogado buscou na 
Justiça do Trabalho o recebimento de verbas honorárias consideradas devidas pela prestação de 
seus serviços. As instâncias anteriores (21ª Vara do Trabalho de Porto Alegre e o Tribunal Regional da 
4ª Região (RS) declararam a incompetência da Justiça do Trabalho para julgar a questão e extinguiram 
o processo sem julgamento de mérito. Diante disso, o advogado recorreu ao TST. Ao analisar o 
recurso de revista, a Terceira Turma do TST considerou a Justiça do Trabalho competente para julgar 
a cobrança de honorários advocatícios. Para a Turma, o caso se enquadra a uma relação de trabalho 
remunerado, cuja competência é da justiça trabalhista, conforme a nova redação do artigo 114, IX, da 
Constituição Federal. Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004, ampliou-se a competência 
da Justiça do Trabalho, que passou a processar e julgar outras controvérsias decorrentes das 
relações de trabalho. Assim, a cooperativa interpôs recurso de embargos à SDI-I, reafirmando a 
incompetência da justiça trabalhista para apreciar essas ações. O relator do recurso na seção, 
ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, deu ao caso entendimento diverso da Terceira Turma. Em 
sua análise, a ação de cobrança de honorários não se insere no conceito de relação de trabalho. 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
17 
Trata-se, sim, de vínculo contratual (profissional liberal e cliente) de índole eminentemente civil, não 
guardando nenhuma pertinência com a relação de trabalho de que trata do artigo 114, inciso I e IX da 
Constituição Federal. Vieira de Mello Filho apresentou, também, duas decisões da SDI nesse mesmo 
sentido. Ainda segundo o ministro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que detém a competência 
para decidir conflito de competência (artigo 105, I, “d”), firmou entendimento, por meio de Súmula nº 
363, de que compete à Justiça Estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por 
profissional liberal contra cliente. Assim, seguindo o voto do relator, a SDI-I, por unanimidade, deu 
provimento ao recurso de embargos da cooperativa, reconhecendo a incompetência da Justiça do 
Trabalho e determinou a remessa do processo à Justiça Comum Estadual para julgar a ação. 
Ressalvaram entendimento o ministro João Oreste Dalazen e a ministra Maria de Assis Calsing. 
(​RR-75500-03.2002.5.04.0021​) 
 
2. Servidor Público Estatutário: a Justiça Trabalhista tem competência para dirimir 
questões de servidores públicos celetistas, não de servidores estatutários. 
• CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL. JUSTIÇA COMUM ESTADUAL E 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. SERVIDOR PÚBLICO. REGIME 
ESPECIAL ADMINISTRATIVOINSTITUÍDO PELA LEI Nº 1.674/84, DO ESTADO DO AMAZONAS, COM 
FUNDAMENTO NO ART. 106 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1967, NA REDAÇÃO DADA PELA EC Nº 
01/69. AÇÕES QUE NÃO SE REPUTAM ORIUNDAS DE RELAÇÃO DE TRABALHO. REGIME JURÍDICO 
ADMINISTRATIVO. NATUREZA JURÍDICA IMUTÁVEL. AFRONTA AO QUE DECIDIDO NA ADI 3.395/MC. 
INTERPRETAÇÃO DO ARTIGO 114, INCISO I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, INTRODUZIDO PELA EC 
Nº 45/2004. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO PARA DIRIMIR CONFLITOS ENTRE 
SERVIDORES PÚBLICOS E ENTES DA ADMINISTRAÇÃO AOS QUAIS ESTÃO VINCULADOS. 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM. AGRAVO REGIMENTAL PROVIDO. 1. Esta Corte, ao julgar 
hipóteses análogas à presente em que se tratava de servidor público estadual regido por regime 
especial administrativo disciplinado por lei local editada com fundamento no artigo 106 da Emenda 
Constitucional nº 1/69, firmou o entendimento de que a competência para julgar as questões relativas 
a essa relação jurídica é da Justiça Comum Estadual e não da Justiça especializada. Precedentes do 
Plenário: CC 7.201, Relator Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Min. Ricardo Lewandowski, DJe 
12.12.2008; RE 573.202, Relator Min. Ricardo Lewandowski, Dje 05.12.2008; RE 367.638/AM, Rel. Min. 
Moreira Alves, DJ 28.03.2003. 
 
3. Contratação Temporária pela Administração Pública: o TST decidiu que a Justiça 
Trabalhista era competente para dirimir conflitos trabalhistas de contratações temporárias 
do serviço público, através da ​OJ nº 205​, mas atualmente tanto os Tribunais Regionais 
como o TST têm adotado a jurisprudência do ​STF​, a qual decidiu pela incompetência da 
Justiça Trabalhista para essa pauta. 
• ​OJ, nº 205, inc. I​: inscreve-se na competência material da Justiça do trabalho dirimir dissídio 
individual entre trabalhador e ente público se há controvérsia acerca do vínculo empregatício. 
 
• ​STF - AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO AI 784188 MG (STF). ​AGRAVO REGIMENTAL. 
PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO. CONTRATO TEMPORÁRIO. ART. 37, IX, DA 
CONSTITUIÇÃO. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. PRECEDENTE. Conforme o 
julgamento proferido no RE 573202 , rel. min. Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, DJ 05.12.2008, 
compete à Justiça comum estadual o julgamento de causas que digam respeito a contratos 
temporários celebrados pela Administração Pública municipal, nos termos do artigo 37 , IX , da 
Constituição. Agravo regimental a que se nega provimento. 
 
4. Contrato de Empreitadas (​art. 652, CLT​): a pequena empreitada é aquela de pequeno 
porte, em que o empreiteiro está diretamente envolvido na prestação de serviço, com ou 
sem ajudantes, logo, a Justiça Trabalhista deverá julgar possível Reclamação Trabalhista 
ajuizada pelo pequeno empreiteiro, para requerer créditos do contrato de prestação de 
serviços ou mesmo para tentar desconfigurar a relação de empreitada e configurar o vínculo 
empregatício com o pagamento verbas atinentes. 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
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5. Contrato de Prestação de Serviço: ​entende a doutrina que por conta do alargamento 
da competência da Justiça do Trabalho, o trabalhador autônomo poderá ajuizar a 
Reclamação Trabalhista requerendo o reconhecimento do vínculo e caso esse não seja 
reconhecido, já poderá requerer o pagamento das parcelas referentes a prestação de 
serviços. 
Amauri Mascaro Nascimento: foi introduzido na Lei o que já se fazia na prática, para 
distinguir, em cada caso, o trabalho autônomo – contrato de prestação de serviços – e o 
trabalho do empregado – relação de emprego, como a ordem preferencial agora fixada por 
lei porque primeiro examinar-se-á se há relação de emprego e só diante da ausência dos 
seus elementos constitutivos é que será verificado se existe um contrato de prestação de 
serviços autônomos. 
 
6. Trabalhador de Ente de Direito Público Externo: os entes de direito público externo, a 
exemplo de uma embaixada contrata empregado em território brasileiro, terão a justiça 
laboral brasileira, competência para dirimir qualquer conflito advindo dessa relação. 
Discute-se na doutrina acerca da execução dos bens desse ente, tendo em vista que 
o ​art. 114, CF diz que “Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar”, o que excluiria 
“executar”. Contudo, é lógico que se a justiça pode julgar, ela também pode efetivar o 
julgamento. 
• ​OJ 416, SDI - I​. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO INTERNACIONAL. 
(DEJT divulgado em 14, 15 e16.02.2012) (mantida conforme julgamento do processo 
TST-E-RR-61600-41.2003.5.23.0005 pelo Tribunal Pleno em 23.05.2016). As organizações ou 
organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma 
internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito 
Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição 
brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional. 
 
7. Ações de Direito Coletivo. 
a) Greve. 
I. Ações possessórias decorrentes da greve: com a ​EC/45 e o alargamento da 
competência da justiça do trabalho, as questões atinentes à prévia da Greve, como ações 
inibitórias que assegurarão o movimento laboral, ou ainda as ações de interdito proibitório, 
que ferem o direito possessório, e por fim questões que envolvam as consequências desse 
movimento paredista, tal qual indenizações, também passaram a ser de competência da 
justiça do trabalho. 
Deverá ser observado que o ​inc. II, art. 144 não restringe o direito de ação apenas 
aos participantes da greve nem apenas a ações que envolvam o julgamento da greve em si, 
mas todos os assuntos decorrentes da greve e a todas as pessoas que se sintam atingidos 
pela greve. 
• ​Súmula Vinculante nº 23, STF​. A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação 
possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa 
privada. 
 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
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II. Greve de servidores públicos: o ​STF entende que, independentemente de versarem 
sobre greve, não poderão ser dirimidos na Justiça Laboral, vez que o servidor público está 
sob regime estatutário e não celetista. 
 
b) Ações sobre representação sindical: após a EC/45, a Justiça Trabalhista tornou-se 
competente para tais, o que antes o Juiz laboral só decidia ​incidenter tantum em ações 
como Dissídio Coletivo. 
Alguns doutrinadores têm uma interpretação extensiva acerca da palavra “sindicato” 
contida no texto constitucional, abrangendo, a seu ver, também demais entidades do 
sistema sindical brasileiro. 
 
c) Habeas Corpus, Mandado de Segurança (obs ​decisões interlocutórias​) e Habeas 
Data. 
I. HC: tem como ​exemplo os casos em que o Juiz manda prender o depositário infiel, ou 
descumprimento de ordem judicial para cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. 
Vem se entendendo que houve um alargamento dessa competência também no sentido de 
que caberá não só contra autoridades, mas também contra o empregador, que, por 
qualquer motivo, impede seu trabalhador do direito de ir e vir. 
II. MS: tem por finalidade resguardar direito líquido e certo que erautilizado antes da ​EC/45 
apenas contra o ato judicial do Diretor de Secretaria que, por exemplo, se furtasse a 
entregar os autos. Após a referida emenda, o MS cabe também contra atos de outras 
autoridades como Auditores Fiscais e Delegados do Trabalho. Além disso, também tem sido 
utilizado em razão das decisões interlocutórias, por serem irrecorríveis, alegando-se o 
direito líquido e certo que teria sido ferido, seguindo o rito da ​Lei nº 12.016/09​. 
III. HD: a ​exemplo de um empregador que não tem acesso a uma “lista de maus 
empregadores” do Ministério do Trabalho. 
 
d) Ações de indenização por dano moral e material: a Justiça do Trabalho apreciará os 
danos morais e patrimoniais que não tem natureza jurídica de verba trabalhista ​stricto 
sensu​, mas que decorrem da relação de trabalho, conforme a ​Súmula nº 392, TST​. 
Observe-se que também será da Justiça Trabalhista a competência para processar e 
julgar esse tipo de ação de herdeiros. 
 
e) Ações contra penalidades administrativas: antes da ​EC/45​, a pauta poderia ser 
discutida judicialmente na Justiça Federal, o que trazia algumas complicações, pois os 
dissídios individuais já eram de competência da Justiça Laboral e aquele poderia ter relação 
com esse segundo. 
Exemplo: uma multa lavrada em razão do não recolhimento do FGTS sobre uma 
parcela que o fiscal entendia ser salarial como bônus pago pelo empregador. Em eventual 
ação anulatória a JF confirmava a autuação. Em reclamação trabalhista, o empregado 
requerida o recolhimento do FGTS sobre a mesma parcela e o Juiz entenderia que não 
havia a obrigação da contribuição em razão de se tratar de parcela eventual. 
Por isso, atualmente, são da competência da Justiça Laboral todas as espécies de 
ações propostas pelos empregadores e tomadores de serviços para discussão das 
penalidades administrativas que lhe foram impostas pelos órgãos de fiscalização do 
trabalho, como declaratórias, anulatórias, medidas cautelares, MS e etc. 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
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f) Execuções de Contribuições Decorrentes de Sentença: discute-se acerca das 
contribuições incidentes sobre as sentenças declaratórias de vínculos, ou seja, decisões 
meramente declaratórias sem cunho condenatório. 
• ​Súmula 368, TST​. DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. IMPOSTO DE RENDA. COMPETÊNCIA. 
RESPONSABILIDADE PELO RECOLHIMENTO. FORMA DE CÁLCULO. FATO GERADOR (aglutinada a 
parte final da Orientação Jurisprudencial nº 363 da SBDI-I à redação do item II e incluídos os itens IV, 
V e VI em sessão do Tribunal Pleno realizada em 26.06.2017) - Res. 219/2017, republicada em razão de 
erro material – DEJT divulgado em 12, 13 e 14.07.2017 
I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A 
competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se 
às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que 
integrem o salário de contribuição. (ex-OJ nº 141 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998). 
 
Apesar do ​TST ter flexibilizado seu entendimento em momento posterior, o ​STF fixou 
entendimento de que realmente só poderá o Magistrado, executar as contribuições 
decorrentes das sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores objeto de 
acordo homologado que integrem o salário de contribuição não abrangendo execução de 
contribuições atinentes ao vínculo de trabalho reconhecido na decisão. 
 
Competência Funcional: ​é aquela de 1º, 2º ou 3º graus dentro de um mesmo segmento do 
Poder Judiciário, fixando a competência dos órgãos da Justiça do Trabalho para atuar no 
processo. Ademais, é absoluta, portanto pode ser conhecida de ofício, ainda que não 
invocada pelas partes. Divide-se ainda em: 
a) Originária: é a competência para conhecer da causa em primeiro plano. Salvo regra 
expressa em sentido contrário, o processo inicia-se no primeiro grau de jurisdição; 
b) Recursal: é a competência para praticar determinados atos dos processos, em havendo 
recursos das partes, como as competências dos Tribunais para julgamentos dos recursos; 
c) Executória: é a competência, fixada na lei processual, para realizar a execução do 
processo, seja por títulos executivos judiciais ou extrajudiciais (que prolatou a referida 
decisão); 
 
1. Competência Funcional das Varas:​ arts. 652, 653 e 659, CLT​. 
 
2. Competência Funcional dos TRT’s: ​CLT c/c Regimento Interno do TRT​. 
Podem estar divididos em turmas ou não, em observância aos ​arts. 678 a 680, CLT​. 
 
3. Competência Funcional do TST: ​art. 67, Regimento Interno do TST​. 
 
Conflito de Competência entre Órgãos: quando dois órgãos de declaram competentes ou 
incompetentes para apreciar determinada causa. 
• Art. 809, alí. a, CLT​: duas varas do trabalho ou entre Juiz do Trabalho e juiz de direito, 
com jurisdição trabalhista – TRT julgará o conflito. 
• Art. 808, alí. b, CLT​: entre Regionais, o TST julgará. 
• Art. 105, inc. I, alí. d, CF​: entre Juiz do Trabalho e Juiz de direito ou entre Juiz do trabalho 
e Juiz Federal, o STJ decidirá. 
• Art. 102, inc. I, alí. o, CF​: entre TST e TJ, ou TRF, o STJ julgará o conflito. 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
21 
• Art. 105, inc. I, alí. d, CF​: entre TRT e juiz de direito ou Federal, o STJ resolverá o 
conflito. 
 
Processo Trabalhista 
Partes. 
São ​sujeitos no processo todas as partes que nele atuam (juiz, partes, perito, 
servidores da justiça), mas são ​partes somente aquele que requer a tutela jurisdicional do 
Estado (reclamante) e quem a ela resiste ou que seja a demandada (reclamada). 
 
Da capacidade de ser parte na justiça do trabalho. 
Capacidade e a aptidão que a parte tem de adquirir direitos e obrigações. 
a) Capacidade de direito ou de ser parte: toda pessoa, desde que tenha adquirido a 
personalidade, tem capacidade de ser parte, para figurar nos pólos ativo e passivo de uma 
reclamação trabalhista; (​arts. 1º e 2º, CC​ – nascido com vida). 
b) Capacidade de fato ou ad processum: é a capacidade de estar em juízo sem a 
necessidade de representação ou assistência, ou seja, de estar em juízo por si só. 
 
Somente tem capacidade de estar em juízo, nas JT, as pessoas acima de 18 anos e 
os menores de 18 anos serão assistidos (​art. 793, CLT​). Os incapazes serão representados 
e os relativamente incapazes serão assistidos, nos termos da Lei Civil. 
Os menores emancipados também têm capacidade ad processum (​art. 5º, CC​). 
 
Da Representação e Assistência na Justiça do Trabalho. 
Amauri Mascaro Nascimento: representação é o ato ou a ação, mas também a 
qualidade atribuída para o fim de agir no lugar de outrem. Há a representação processual 
quando alguém vem a juízo, autorizado por lei, a postular em juízo em nome de outrem. 
Há a representação processual quando alguém vem a juízo, autorizado por lei, a 
postular em juízo em nome de outrem, defendendo em nome alheio, interesse alheio. 
Os incapazes absolutos, serão representados em juízo pois não possuem aptidão 
para praticar por si mesmos os atos do processo. Já os relativamente incapazes, por 
possuírem um grau maior de discernimento, poderão manifestar suas vontades, mas devem 
ser assistidos em juízo. O assistente não representa o relativamente incapaz, apenas o 
assiste, o auxilia para que manifeste suavontade com maior discernimento. 
 
• Art. 843, CLT​: representação voluntária ou convencional. 
➔ Cumprindo as pessoas mencionadas no ​§ 1º, art. 791, CLT​, pode atuar em nome do 
empregado ou do empregador em juízo, desde que autorizadas por ele. 
➔ Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho: uma parte (mandante) cuida de 
outorgar, por ato de vontade, mediante procuração (instrumento do mandato), poderes 
gerais ou específicos para que a outra (mandatário) pratique atos jurídicos em seu nome e 
no seu interesse. 
 
• Art. 75, CPC:​ representação para fins processuais. 
➔ Em qualquer uma das situações, a lei já determina que vai ser o representante. 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
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• Lei nº 13.467/17:​ mudanças no tocante à responsabilidade por dano processual. 
➔ Arts. 793-A, -B, -C e -D:​ litigância de má-fé. 
 
Do Jus Postulandi. 
Trata-se da capacidade de postular em juízo atribuído à própria parte (​art. 791​), 
todavia há um entendimento contraditório na doutrina, ou seja, parte entende o jus 
postulandi como princípio como garantidor do acesso à justiça, enquanto a outra parte 
entende que esse acesso é fantasioso, haja vista que atualmente o direito e seu processo 
se tornaram complexos demais para serem argumentados pela própria parte, de forma que 
acabaria por prejudicá-la mais que ajudá-la. 
 
• ​Súmula nº 425, TST​. JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE – Res. 165/2010, 
DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 
da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação 
rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal 
Superior do Trabalho. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO 
DO RECURSO DE REVISTA. JUS POSTULANDI. NÃO CABIMENTO. Verifica-se que a decisão do 
Regional está em consonância com a jurisprudência pacificada desta Corte Superior, materializada na 
Súmula nº 425, segundo a qual o jus postulandi a que se refere o art. 791 da CLT não alcança os 
recursos de competência desta Corte Superior. Agravo de instrumento conhecido e não provido. 
 
Substituição Processual pelo Sindicato no Direito Processual do Trabalho. 
De acordo com a posição do ​STF​, o ​art. 8º, CF consagrou a substituição processual 
dos membros da categoria (associados e não associados) para os direitos individuais 
homogêneos dos substituídos, vale dizer: o que tem origem comum, pois se originam da 
mesma situação fática ou jurídica, cujos titulares são determinados e o interesse é divisível, 
podendo as lesões, que devem ser em número elevado, ter ocorrido em tempos distintos e 
que as questões comuns a todos predominem sobre as individuais. 
Tais ações têm vários escopos, dentre os quais podemos citar, o interesse de facilitar 
a justiça a todos, diminuir o número de demandas, evitar decisões conflitantes sobre a 
mesma matéria, que é de grande utilidade no cenário atual de nosso Judiciário. 
Proposta a ação para a defesa de interesses individuais homogêneos, o sindicato 
deve publicar editais e dar ciência a todos os membros da categoria para que, se quiserem, 
possa intervir no feito (na qualidade de litisconsortes passivos) ou requererem suspensão 
de suas ações individuais sobre a mesma matéria para aguardar o desfecho da ação 
coletiva. Tal ação não inibe que cada um entre ainda individualmente. 
Por força da ​Súmula nº 310, TST​, todos os substituídos deverão ser individualizados 
na petição inicial através do número da CTPS ou do RG, mas a Súmula foi cancelada de 
acordo com o novo entendimento do ​STF​: 
 
• ​RECURSO DE REVISTA. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. IMPOSSIBILIDADE 
JURÍDICA DO PEDIDO​. O TRT não expendeu tese a respeito dessas matérias. Não foram opostos 
embargos de declaração. Assim, por ausência de prequestionamento, incide o teor da Súmula nº 297 
desta Corte. Recurso de revista de que não se conhece. 
ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. A legitimidade passiva ad causam é constatada em razão do 
que afirma o autor (teoria da asserção). Tem legitimidade passiva o reclamado que, em razão de ter 
participado da relação jurídica discutida nos autos, em princípio possa vir a responder pela satisfação 
Elaboradora: Damasceno ♥ 
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da pretensão manifestada em juízo, como no caso dos autos. Recurso de revista de que não se 
conhece. 
SINDICATO. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. LEGITIMIDADE ATIVA. Após o cancelamento da Súmula 
nº 310 do TST, em razão da orientação conferida pelo Supremo Tribunal Federal ao artigo 8º , III , da 
Constituição Federal , o TST passou a adotar o entendimento de que a substituição processual deve 
ser considerada de forma ampla e sem restrições, para agir por interesse de toda a categoria, bem 
como para ter legitimidade processual para atuar na defesa de todos e quaisquer direitos subjetivos 
individuais e coletivos dos integrantes da categoria por ele representada. Assim, o sindicato tem 
legitimidade para a defesa coletiva de direitos individuais homogêneos da categoria, cuja titularidade 
diz respeito a uma coletividade de empregados representados pelo sindicato. Esse é o conceito que 
se extrai do artigo 81, III, da Lei nº 8.078 /90 (Código de Defesa do Consumidor), segundo o qual 
constituem interesses individuais homogêneos os decorrentes de origem comum. No caso, o 
sindicato tem legitimidade para atuar em juízo na qualidade de substituto processual para postular o 
pagamento dos direitos trabalhistas constantes da petição inicial, não a descaracterizando o fato de 
ser necessária a individualização para apuração do valor devido a cada empregado, uma vez que a 
homogeneidade... 
 
Regularização da Representação Processual. 
A irregularidade na representação processual acarretava a extinção do processo sem 
resolução do mérito até o surgimento do ​art. 76 § 2º, NCPC​, que determina que o Juiz 
verificando a irregularidade, deverá conceder prazo razoável a parte para sanar o vício 
processual. 
No âmbito trabalhista, verifica-se a aplicabilidade do art. supracitado no ​art. 3º, I, da 
IN 39/16 c/c ​Súmula nº 383, TST c/c ​OJ 286, SDI-I, TST​, sendo totalmente compatível com 
os princípios do acesso à justiça e da primazia do julgamento de mérito, instrumentalidade 
do processo e etc. 
 
Litisconsórcio (art. 842, CLT). 
Configura-se na autorização para mais de uma pessoa figurar no polo ativo, passivo 
ou em ambos, do processo. Conforme ainda o ​art. 118, CPC​, cada litisconsorte tem o 
direito de promover o andamento do processo e todos devem ser intimados dos respectivos 
atos. 
O artigo celetista trata de litisconsórcio ativo (para propor a ação) facultativo (não há a 
obrigatoriedade), que deve ter obrigatoriamente a identidade de matéria e cujos 
empregados deverão ser da mesma empresa ou estabelecimento. 
Já no tocante ao litisconsórcio necessário, pode-se dizer que ele não é muito comum, 
a ​exemplo das Ações Anulatórias de Normas Convencionais, em que devem figurar como 
litisconsortes necessários os sindicatos que firmaram o instrumento normativo coletivo. 
• TST - REMESSA DE OFÍCIO E RECURSO ORDINARIO

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