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Fisiologia Animal e Humana

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1.Introducao
O presente trabalho surge no campo de acção da Cadeira de Fisiologia Animal e Humana, leccionada na Universidade Pedagógica com finalidade de integrar os estudantes desta colectividade na pronunciação das actividades de ensinagem. 
O sistema circulatório ou cardivascular tem um papel importante na integração dos demais sistemas e na comunicação das células com o meio externo. Ele serve ao sistema excretor como via de condução dos resíduos metabólicos, dentre uma série de outras funções, evidenciando a sua capacidade de comunicação e integração dos demais sistemas no organismo. 
Este sistema é controlado pelo coração que está situado na cavidade torácica, entre a 2ª e 5ª costelas, entre os pulmões, com 2/3 para a esquerda, ápice para baixo e para esquerda e base para cima e direita em uma região denominada Mediatismo médio. Seu ápice está ligeiramente anteriorizado enquanto que a base ligeiramente posteriorizada.
O coração humano, como o dos demais mamíferos, apresenta quatro cavidades: duas superiores, denominadas átrios e duas inferiores, denominadas ventrículos. O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através da válvula tricúspide. O átrio esquerdo, por sua vez, comunica-se com o ventrículo esquerdo através da válvula bicúspide ou mitral, cuja função é garantir que o sangue siga uma única direção, sempre dos átrios para os ventrículos.
Objectivos:
1.2 Geral
Estudar o funcionamento do sistema cardiovascular.
Especifico
Descrever a organização da circulação e sangue;
Explicar as funções do coração e a regulação da pressão sistémica
Indicar a importância desta no organismo humano. 
Conhecer os Padrões cardiovasculares nos estados de saúde e doença;
Para alcançar os objectivos propostos neste trabalho o grupo recorreu a consultas em algumas obras electrónicas, revisão bibliográficas e por fim a compilação das informações recolhidas e culminou com a efectivação deste trabalho e as bibliográficas que estão patentes na última página do mesmo.
2. Sangue
De acordo com (JACOB: 1990), o sangue é um tecido conjuntivo especializado que circula pelo sistema vascular sanguíneo dos animais. O sangue é produzido na medula óssea vermelha e tem como função: 
Promove a reparação de tecidos lesionados.
Colabora na resposta imunológica às infecções.
Conserva a temperatura corporal constante.
Assegura o transporte do oxigénio, do dióxido de carbono, dos nutrientes, das hormonas e de alguns produtos de excreção.
O sangue divide-se em parte liquida que é o plasma e sólida constituída pelas células do sangue: eritrócitos, leucócitos e plaquetas.
Plasma
O plasma representa a parte líquida do sangue. É constituído por água (cerca de 90%), sais minerais, substâncias orgânicas, glícidos, lípidos, vitaminas, proteínas e hormonas.
Glóbulos Vermelhos (eritrócitos)
São células em forma de disco bicôncavo que não possuem núcleo.
Contêm hemoglobina (molécula de cor vermelha que transporta O2 e CO2).
São produzidos no interior dos ossos (medula óssea).
Duram 120 dias.
São destruídos no baço.
Glóbulos Brancos (leucócitos)
São células com núcleo, maiores do que os eritrócitos, que desempenham um papel de:
Defender o organismo contra tumores, microrganismo e tóxinas.
Destruir as células invasoras através da diapedese e fagocitose.
Podem produzir anticorpos.
Tipos de leucócitos:
Neutrófilo (A), eosinófilo (B), basófilo (C), linfócito (D), monócito (E) e macrófagos (F). Plaquetas
São pequenos corpúsculos, anucleados, que provêm da fragmentação de células especializadas. Desempenham a função de:
Coagulação do sangue;
Participando na formação de um coágulo;
Quando há ruptura de vasos sanguíneos, reduzem a perda de sangue por hemorragia;
Formam agregados de plaquetas e libertam fibrina (proteína). 
3. Coração
O coração é um órgão muscular oco que se localiza no meio do peito, sob o osso esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda.
JACOB (1990) afirma que no coração humano, como o dos demais mamíferos, apresenta quatro cavidades: duas superiores, denominadas átrios (ou aurículas) e duas inferiores, denominadas ventrículos. O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através da válvula tricúspide. O átrio esquerdo, por sua vez, comunica-se com o ventrículo esquerdo através da válvula bicúspide ou mitral. A função das válvulas cardíacas é garantir que o sangue siga uma única direcção, sempre dos átrios para os ventrículos. O processo de contracção de cada câmara denomina-se sístole. O relaxamento, que acontece entre uma sístole e a seguinte, é a diástole.
Figura 1. Estrutura geral do coracao humano. Fonte: NETTER; 2008. 
3.1 Paredes do coração
SANTOS & MARTINS (P.192), avança que, o coração humano é um órgão cavitário que apresenta cavidade, basicamente constituído por três camadas: 
Pericárdio – é a membrana que reveste externamente o coração, como um saco. Esta membrana propicia uma superfície lisa e escorregadia ao coração, facilitando seu movimento ininterrupto; 
Endocárdio – é uma membrana que reveste a superfície interna das cavidades do coração; 
Miocárdio – é o músculo responsável pelas contracções vigorosas e involuntárias do coração; situa-se entre o pericárdio e o endocárdio. 
Figura 2. Corte longitudinal do músculo cardíaco. Fonte JACOB; 1990.
No coração humano, existem quatro cavidades internas: 
Átrio direito e átrio esquerdo, em sua parte superior; 
Ventrículo direito e ventrículo esquerdo, em sua parte inferior. 
Átrio direito
O átrio direito forma a borda direita do coração e recebe sangue rico em dióxido de carbono (venoso) de três veias: veia cava superior, veia cava inferior e seio coronário. 
A veia cava superior, recolhe sangue da cabeça e parte superior do corpo, já a inferior recebe sangue das partes mais inferiores do corpo (abdómen e membros inferiores) e o seio coronário recebe o sangue que nutriu o miocárdio e leva o sangue ao átrio direito. 
O sangue passa do átrio direito para ventrículo direito através de uma válvula chamada tricúspide, formada por três folhetos - válvulas ou cúspides. Anteriormente, o átrio direito apresenta uma expansão piramidal denominada aurícula direita, que serve para amortecer o impulso do sangue ao penetrar no átrio.
Ventrículo direito
O ventrículo direito forma a maior parte da superfície anterior do coração. O seu interior apresenta uma série de feixes elevados de fibras musculares cardíacas chamadas trabéculas carnosas. 
No óstio átrio ventricular direito existe um aparelho denominado válva tricúspide que serve para impedir que o sangue retorne do ventrículo para o átrio direito. Essa válva é constituída por três lâminas membranosas, esbranquiçadas e irregularmente triangulares, de base implantada nas bordas do óstio e o ápice dirigido para baixo e preso ás paredes do ventrículo por intermédio de filamentos. Cada lâmina é denominada cúspide. Temos uma cúspide anterior, outra posterior e outra septal. 
Átrio esquerdo
O átrio esquerdo é uma cavidade de parede fina, com paredes posteriores e anteriores lisas, que recebe o sangue já oxigenado; por meio de quatro veias pulmonares. O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, através da válva bicúspide (mitral), que tem apenas duas cúspides. O átrio esquerdo também apresenta uma expansão piramidal chamada aurícula esquerda.
Ventrículo esquerdo
O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração. No óstio átrio ventricular esquerdo, encontramos a válva átrio ventricular esquerda, constituída apenas por duas laminas denominadas cúspides, anterior e posterior. Essas válvas são denominadas bicúspides. Como o ventrículo direito, também tem trabéculas carnosas e cordas tendais, que fixam as cúspides da válva bicúspide aos músculos papilares. 
3.2 Vasos sanguíneos 
Os vasos sanguíneos são um sistema de tubos fechados que transportam o sangue por todo o corpo e o trazem de volta ao coração. A superfície interna de todo sistema circulatório é formada pelo endotélio. 
Figura 4: Camadas dos vasos sanguineos. FonteJACOB; 1990. 
Artérias
As artérias possuem paredes elásticas fortes com a finalidade de suportar a alta pressão exercida pelo coração em seu bombeamento. 
Possuem 3 camadas chamadas túnicas, a mais interna chamada túnica íntima, a túnica média e a mais externa chamada túnica adventícia. As arteríolas são capazes de controlar o fluxo sanguíneo através do aumento ou diminuição de sua “Luz”, levando sangue aos tecidos que mais o necessitam. 
Veias
 As veias têm a função de levar o sangue dos tecidos periféricos de volta ao coração. Assim como as artérias também possuem 3 camadas túnicas, porém não há a necessidade de serem tão fortes e elásticas devido a baixa pressão ao qual trabalham. 
As veias possuem um mecanismo próprio para impedir o refluxo do sangue. É o sistema de valvas semilunares que se abrem em direção ao coração em uma corrente ascendente. As veias tendem a seguir um curso paralelo ao das artérias, porém se apresentam em número pelo menos 2 vezes maior e geralmente sua luz também é maior que a das artérias.
Capilares 
Os vasos capilares – muito finos são microscópicos e permeáveis – estão presentes nos tecidos do corpo humano, cedendo nutrientes, gás oxigênio e hormônios às células. Além disso, recolhem gás carbônico e resíduos do metabolismo celular. 
Há capilares arteriais e capilares venosos. As artérias se ramificam sucessivamente, formando vasos de calibres menores chamados arteríolas. Estas continuam se ramificando e formam os capilares arteriais.  Os capilares venosos, espalhados pelo nosso corpo, juntam-se até formar vênulas. As vênulas vão se unificando até formar as veias. Assim, o sangue circula em nosso organismo por um sistema fechado de vasos, pela continuidade dos capilares venosos e arteriais nos tecidos. 
Figura 5: Diferença entre os vasos sanguineos. Fonte JACOB; 1990. 
3.3 Organização da circulação
Num circuito completo pelo corpo, o sangue passa duas vezes pelo coração humano. Nesse circuito são reconhecidos dois tipos de circulação (MARGARIDA; 2008).
Circulação Pulmonar ou pequena circulação
Compreende o trajeto do sangue desde o ventrículo direito até o átrio esquerdo. Nessa circulação, o sangue passa pelos pulmões, onde é oxigenado, ou seja, leva o sangue pobre em oxigênio do ventrículo direito, através da Artéria Tronco Pulmonar que posteriormente se divide em artéria pulmonar direita e esquerda para a superfície respiratória dos pulmões denominada Alvéolo que é a unidade funcional dos pulmões. Essas artérias vão diminuindo seu calibre durante esse trajeto e passam a arteríolas e a capilares até chegarem aos alvéolos onde ocorre a troca gasosa (Hematose). Gradualmente esses capilares assumem as características de vênulas que passam a veias que são responsáveis pelo retorno do sangue (agora rico em oxigênio) ao coração. Esse sangue retorna pelas veias pulmonares (direita/esquerda; superior/inferior) ao átrio esquerdo, finalizando assim a circulação pulmonar. Qualquer obstrução em uma artéria pulmonar freqüentemente resulta em morte. 
Figura 6. Pequena e grande circulação. Fonte NETTER 2008.
Circulação Sistêmica ou grande circulação
A circulação sistêmica é responsável por levar sangue rico em oxigênio e nutrientes do ventrículo esquerdo, através da Artéria Aorta ao corpo inteiro. O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através do óstio átrio ventricular esquerdo onde localiza-se a válva bicúspide (mitral). Do ventrículo esquerdo o sangue sai para a maior artéria do corpo, a aorta ascendente, passando pela válva aórtica - constituída por três válvulas semilunares: direita, esquerda e posterior. Daí, parte do sangue flui para as artérias coronárias, que se ramificam a partir da aorta ascendente, levando sangue para a parede cardíaca; o restante do sangue passa para o arco da aorta e para a aorta descendente (aorta torácica e aorta abdominal). Ramos do arco da aorta e da aorta descendente levam sangue para todo o corpo. 
O ventrículo esquerdo recebe sangue oxigenado do átrio esquerdo. A principal função do ventrículo esquerdo é bombear sangue para a circulação sistémica (corpo). A parede ventricular esquerda é mais espessa que a do ventrículo direito. Essa diferença se deve à maior força necessária para bombear sangue para a circulação sistémica (JACOB; 1990). 
3.4 Bombeamento Cardíaco (Mecanismo de Frank - Starling)
GUYTON & JOHN (2006) esclarecem que a quantidade de sangue bombeada pelo coração, a cada minuto, é determinada pela intensidade do fluxo sanguíneo para o coração vindo das veias, ou seja, pelo retorno venoso.
Cada tecido periférico do corpo controla seu próprio fluxo sanguíneo e, o total de todos os fluxos sanguíneos locais, retorna para o átrio direito por meio das veias. O coração, bombeia esse sangue, que chega para as artérias sistémicas, para fluir novamente por todo o circuito.
Essa capacidade intrínseca do coração de se adaptar a volumes variáveis de sangue que chegam a ele, é chamado de mecanismo de Frank-Starling. Esse mecanismo significa que, quanto mais o músculo cardíaco for distendido durante o enchimento, maior vai ser a força de contracção e, consequentemente, maior será a quantidade de sangue bombeada para a aorta.
Quando quantidade adicional de sangue flui para os ventrículos, o músculo cardíaco é distendido até comprimento maior. Isso, faz com que o músculo se contraia com mais força. Portanto, o ventrículo bombeia o sangue adicional para as artérias.
Independentemente da carga da pressão arterial até um limite razoável, o factor que determina a quantidade de sangue bombeado pelo coração, é ainda, a quantidade de sangue que chega ao coração.
3.5 Ciclo Cardíaco 
O ciclo cardíaco consiste no período de relaxamento, chamado diástole, durante o qual o coração se enche de sangue, seguido pelo período de contracção, chamado sístole.
Fases do Ciclo Cardíaco
 O ciclo cardíaco divide-se em duas fases:
Sístole Ventricular 
Contracção Isovolumétrica, ocorre entre o fechamento das valvas átrio ventriculares e a abertura das valvas semilunares. A contracção isovolumétrica provoca aumento da pressão intraventricular, até que a pressão intraventricular excede a pressão aórtica e pulmonar, provocando a abertura das valvas semilunares. 
Período de Ejecção com a abertura das valvas semilunares, o sangue é lançado nas artérias, sendo que a maioria do sangue é lançado no primeiro, o terço período de ejecção, período de ejecção rápida, o restante é lançado nos dois terços, período de ejecção lenta. Essa fase termina com o fechamento das valvas semilunares, a partir de um pequeno refluxo de sangue.
Diástole Ventricular ou Relaxamento isovolumétrica
Ocorre entre o fechamento das valvas semilunares e a abertura das valvas átrio ventriculares. Esse relaxamento provoca a diminuição na pressão intraventricular, até que a pressão intraventricular torna-se menor que a pressão atrial, provocando a abertura das valvas átrio ventriculares. 
Período de Enchimento iniciado pela abertura das valvas átrio ventriculares. Durante o primeiro terço, ocorre enchimento rápido e passivo do ventrículo. Durante o segundo terço, o sangue continua a fluir directamente para os ventrículos, mas num fluxo menor. Durante o último terço, ocorre a sístole atrial, que ejecta o sangue restante. 
3.6 Fluxo Sanguíneo
É a quantidade de sangue que passa por determinado ponto da circulação durante certo intervalo de tempo. O fluxo sanguíneo num vaso é determinado por dois factores: 
Diferença de pressão – gerada pelo coração;
Resistência Vascular – impedimento ao fluxo.
Necessidades específicas dos tecidos
Suprimento de O2; Suprimento de outros nutrientes (glicose, AA, ácidos graxos);
 Remoção de CO2; Remoção dos iões H+;
Manutenção de condições apropriadas de outros iões;
Transporte de vários harmónios e outras substâncias para os tecidos.
Existe dois tipos do fluxo sanguíneo que são fluxo laminar e fluxo turbulento.
Figura 7. Fluxo sanguíneo laminar e turbulento. Fonte GUYTON & JOHN (2006).
Fluxolaminar (A) é o fluxo normal do sangue em linhas de corrente. Em que camadas equidistantes do centro do vaso exibem mesma velocidade de fluxo, e proporcionalmente menor que a velocidade das camadas mais centrais, assumindo um perfil parabólico. Esse perfil ocorre porque as moléculas de líquido que tocam a parede praticamente não se movem, em virtude da aderência com o endotélio vascular. A seguinte camada de moléculas desliza sobre a primeira, a terceira desliza sobre a segunda, e assim sucessivamente, apresentando velocidades crescentes de fluxo da periferia para o centro. 
Fluxo turbulento (B) consiste em um fluxo de elementos sanguíneos em padrão desordenado, causado por uma intensidade de fluxo muito elevada, ou quando o sangue passa por uma obstrução no vaso, por um ângulo fechado ou por uma superfície áspera.
Causas do fluxo sanguíneo turbulento
Altas velocidades;
Voltas agudas na circulação;
Superfícies ásperas na circulação e;
Estreitamento rápido dos vasos sanguíneos.
Resistência ao Fluxo Sanguíneo
É o impedimento ao fluxo sanguíneo em um vaso, mas não pode ser medida por qualquer meio directo, é calculada a partir dos valores de fluxo e diferença de pressão. E pode ser resistência vascular periférica é a resistência de toda a circulação sistémica ao fluxo sanguíneo total (Débito Cardíaco) e resistência vascular pulmonar que é a resistência de toda a circulação pulmonar ao fluxo sanguíneo, é menor que a resistência vascular periférica porque a diferença de pressão na circulação pulmonar é bem menor do que na circulação sistémica.
3.7 Regulação do fluxo sanguíneo
Os três meios básicos pelos quais o fluxo sanguíneo é regulado são a regulação intrínseca em resposta a alterações do volume de sangue que flui até o coração auto-regulação e a regulação extrínseca.
Regulação Intrínseco do Fluxo Sanguíneo: 
Cada tecido possui a capacidade de controlar seu próprio fluxo sanguíneo em proporção às suas necessidades metabólicas. O fluxo sanguíneo é usualmente mantido no nível mínimo suficiente para suprir as necessidades singulares de cada tecido. 
Controle Agudo do Fluxo Sanguíneo
É feito por rápidas alterações na vasodilatação ou vasoconstrição local, por resposta a mudanças no metabolismo do tecido, ou seja, em resposta a mudanças na demanda de nutrientes pelos tecidos, intensidade metabólica.
Existem duas teorias que explicam a regulação do fluxo sanguíneo agudo, a teoria da vasodilatação e a teoria da falta de oxigénio.
Teoria da Vasodilatação
 Quanto maior a intensidade do metabolismo, maior será a formação de substâncias vasodilatadoras pelas células dos tecidos. Essas substâncias vasodilatadoras difundem-se para os tecidos, causando vasodilatação, o que aumenta o fluxo sanguíneo local.
Teoria da Falta de Oxigénio
Segundo esta teoria, o grau de contracção da musculatura lisa vascular depende da concentração de oxigénio, bem como de outros nutrientes como é caso de, glicose, aminoácidos e ácidos graxos. Quando a disponibilidade de oxigénio é alta os tecidos ficam com baixo metabolismo, o músculo liso contrai-se com maior tono, causando vasoconstrição, e quando o oxigénio cai em concentração, devido ao metabolismo intenso, a disponibilidade de O2 para a contracção muscular lisa vascular diminui e, portanto, a fibra relaxa, dilatando o vaso e aumentando o fluxo sanguíneo. 
Admite-se que ambas as teorias explicam de maneira eficaz o controle local do fluxo sanguíneo em resposta às necessidades metabólicas dos tecidos, sendo portanto mecanismos complementares que actuam juntos nessa regulação. A resposta de aumento do fluxo sanguíneo em função da maior demanda metabólica é chamada de hiperemia activa.
Controle a longo prazo 
Variações lentas e controladas do fluxo sanguíneo, causadas por variações nas dimensões físicas e número de vasos que suprem os tecidos. 
O mecanismo agudo auto-regulador do fluxo sanguíneo não é suficiente para normalizar o fluxo em condições de pressão arterial aumentada. Entretanto, ao longo de horas, dias e semanas, uma forma a longo prazo de regulação se desenvolve sobreposta à regulação aguda. Essa regulação não só responde a aumentos na pressão arterial, como também a mudanças na intensidade metabólica. O mecanismo de regulação do fluxo sanguíneo local a longo prazo consiste em grande parte na alteração da vascularização dos tecidos.
No controle a longo prazo, também se observa uma grande importância do oxigénio, pois o seu excesso inibe o crescimento vascular, e sua falta estimula a produção de factores angiogénicos, que promovem crescimento dos vasos. Essa angiogénicos ocorre também no desenvolvimento de circulação colateral em situações de bloqueio de determinado vaso que irriga um tecido. 
Auto-regulação do fluxo sanguíneo
Em qualquer tecido corporal, a elevação aguda da pressão arterial irá produzir um aumento imediato no fluxo sanguíneo, em menos de 1 minuto, o fluxo sanguíneo, na maioria dos tecidos, retorna praticamente a seu nível normal. Este processo é explicado por duas teorias, Teoria metabólica e a Teoria miogénica.
Teoria metabólica
Quando a pressão arterial se torna muito elevada, o excesso de fluxo proporciona quantidades altas de O2 e de outros nutrientes para os tecidos; esses nutrientes podem induzir a contracção dos vasos sanguíneos, de modo que o fluxo readquire quase o seu valor normal, apesar da alta da pressão.
Teoria miogénica
Baseia-se na observação de que a súbita distensão dos pequenos vasos sanguíneos, provoca contracção do músculo liso da parede vascular. Consequentemente, acredita-se que, quando a pressão arterial elevada distende o vaso, este processo possa causar constrição vascular e redução do fluxo sanguíneo para níveis quase normais.
Ao contrário, na presença de baixas pressões, o grau de distensão do vaso é menor, de modo que o músculo liso se relaxa, permitindo um aumento do fluxo.
Regulação Extrínseco do Fluxo Sanguíneo 
O controlo extrínseco do fluxo sanguíneo é feito pelo sistema nervoso autónomo, principalmente o simpático, e pelo sistema endócrino. O sistema nervoso autónomo simpático determina o tono vascular a partir da liberação de noradrenalina nos terminais simpáticos. Assim, a inibição simpática diminui o tônus vascular, causando vasodilatação, e a estimulação simpática aumenta o tônus vascular, causando vasoconstrição. 
Efeito da temperatura
A temperatura aumentada provoca aumento acentuado da frequência cardíaca.
A baixa da temperatura pode provocar redução da frequência cardíaca.
A força contráctil do coração é aumentada temporariamente, por aumento moderado da temperatura, mas a elevação prolongada da temperatura exaure os sistemas metabólicos do coração, causando fraqueza.
3.8 Pressão Sanguínea
É a força exercida pelo sangue contra qualquer área unitária da parede vascular. A pressão do sangue é quase sempre medida em milímetros de mercúrio (mm Hg), porque 0 manómetro de mercúrio tem sido utilizado desde a antiguidade como referência padrão para a medida da pressão do sangue.
 Regulação da pressão sistémica
GUYTON (s/a) defendem que o controle do fluxo sanguíneo é realizado de três maneiras diferentes: 
Em razão das necessidades locais dos tecidos; 
Através do sistema nervoso e 
Por mecanismos humorais.
O controle local está diretamente relacionado com o metabolismo dos tecidos. Assim, os músculos em repouso são pouco irrigados enquanto os rins, o encéfalo e, em particular, a glândula pineal são extremamente vascularizados em função das necessidades metabólicas e funcionais destes órgãos e tecidos. O mecanismo de regulação do fluxo sanguíneo é explicado por duas teorias básicas, a teoria da demanda de oxigênio e a teoria da vasodilatação. 
A teoria da demanda de oxigênio - explica o aumento do fluxo sanguíneo em consequência da pouca disponibilidade de oxigênio. 
A teoria da vasodilatação - explica a produção de substâncias vasodilatadoras como a adenosina, o dióxido de carbono, o ácido lático e a histamina em consequência das necessidades metabólicasou da disponibilidade de oxigênio. 
Regulacao humoral
É feita a partir de substâncias como hormônios e íons que são lançados na corrente circulatória. Alguns agentes são vasoconstritores como a norepinefrina e a epinefrina, a angiotensina, a vasopressina e a endotelina. 
A norepinefrina e a epinefrina também podem causar vasodilatação e causam os mesmos efeitos que a estimulação simpática. 
A angiotensina causa vasoconstrição das pequenas arteríolas em todo o organismo, provocando vasoconstrição periférica generalizada e aumento da pressão arterial. 
A vasopressina ou hormônio antidiurético é produzida no hipotálamo e armazenada na neurohipófise, é mais potente que a angiotensina na vasoconstrição e talvez seja a substância vasoconstritora mais potente do organismo. Atua também na reabsorção de água a partir dos túbulos renais. 
A endotelina é liberada quando ocorre lesão do endotélio e causa vasoconstrição evitando o sangramento, principalmente nas artérias cerebrais, renais e coronárias.
Alguns agentes são vasodilatadores como a bradicinina, a histamina e as prostaglandinas. A histamina, produzida nos mastócitos, é liberada quando ocorre lesão, inflamação ou reação alérgica. 
As prostaglandinas são comumente liberadas durante a inflamação e são produzidas pela via da ciclooxigenase no metabolismo do ácido araquidônico. A alta concentração de alguns íons como o cálcio pode causar vasoconstrição enquanto altas concentrações de potássio, magnésio, sódio e hidrogênio causa vasodilatação.
Regulação Neurológico da pressão 
Funciona como complemento do controle local do fluxo sanguíneo. O sistema nervoso autônomo simpático é fundamental na regulação da pressão arterial, enquanto o parassimpático, representado pelo nervo vago, diminui a frequência cardíaca, sendo esta a única função do parassimpático no controle da circulação. 
O sistema simpático aumenta a resistência das pequenas artérias e arteríolas, causando vasoconstrição periférica e aumento de volume e pressão nas grandes artérias e no coração 
Os Rins e a Regulação da Pressão Arterial
O aumento de líquido intravascular aumenta a pressão arterial. A presença de sódio na circulação sanguínea produz aumento da volemia por aumentar a osmolalidade. O aumento da osmolalidade estimula o centro da sede no hipotálamo e aumenta a produção de hormônio anti-diurético. 
A estimulação do centro da sede faz o indivíduo beber água em quantidade suficiente para diluir o sal até a concentração normal. Considerando-se estes fatores e acrescentando-se que a eliminação renal de sódio é mais lenta que a eliminação renal de água, fica fácil compreender porque a ingestão excessiva de sal aumenta mais a pressão arterial do que a ingestão de grandes quantidades de água. 
Sempre que há um aumento no volume de líquido extracelular a pressão arterial sobe e os rins iniciam um mecanismo que aumenta a diurese ou eliminação de água através da urina e a natriurese ou eliminação de sódio através da urina com a finalidade de fazer a pressão voltar ao normal. Este é o mecanismo básico de controle da pressão arterial pelos rins.
Débito cardíaco 
É a quantidade de sangue que o ventrículo esquerdo bombeia para a aorta a cada minuto. O débito cardíaco varia em torno de 5 a 6 litros no indivíduo adulto normal. O mecanismo de Frank-Starling do coração explica a determinação do débito cardíaco pelo retorno venoso. Segundo a lei de Frank-Starling, quanto maior a quantidade de sangue que retorna ao coração, maior será a força de contracção ventricular (GUYTON & JOHN; 2006).
Complacência Vascular
Geralmente é muito mais importante nos estudos hemodinámicos saber-se a quantidade total de sangue que pode ser armazenada em determinada parte da circulação, do que se conhecer a distensibilidade dos vasos individuais. Este valor é denominado complacência ou capacitância do leito vascular respectivo. 
Complacência e distensibilidade são bem diferentes. Um vaso altamente distensível que contém um volume muito pequeno pode ter complacência muito menor que a de um vaso muito menos distensível que contenha um volume muito grande, pois a complacência é igual a distensibilidade vezes o volume. A complacência de uma veia é cerca de 24 vezes maior que a da artéria correspondente, porque ela é 8 vezes mais distensível e seu volume é aproximadamente 3 vezes maior (8 x 3 = 24).
Complacência retardada (relaxamento por estreasse) dos vasos
A complacência retardada indica que um vaso exposto a volume aumentado vai apresentar inicialmente grande aumento da pressão, mas a distensão retardada da parede do vaso possibilita que a pressão volte ao normal. A pressão está sendo registada em pequeno segmento de uma veia ocluída em ambas as extremidades. Em outras palavras, o volume de sangue injectado causa uma imediata distensão elástica da veia mas, em seguida, as veias começaram a "arrastar-se" até maiores comprimentos e sua tensão diminui de forma correspondente. Esse efeito é característico de todo tecido muscular liso, sendo denominado relaxamento por estreasse. 
A complacência retardada é um mecanismo útil pelo qual a circulação pode acomodar grande quantidade de sangue extra quando necessário, tal como após transfusão grande demais. Assim, a complacência retardada na direcção inversa é uma das maneiras pelas quais a circulação ajusta-se automaticamente, num período de alguns minutos a horas, ã diminuição do volume sanguíneo após uma hemorragia grave.
4. Padrões cardiovasculares nos estados de saúde e doença
De acodo com MARGARIDA (2008), define-se do doença do coração ou doença cardíaca a qualquer afecção que dificulte ou impeça a boa circulação sanguínea no organismo. Destas aestacam-se as seguintes:
Aterosclerose 
Ocorre quando há o deposito de gordura na superfície arterial interna. Fazendo a artéria perder sua elasticidade. Uma das consequencias da aterosclerose é o aumento da pressão arterial sistólica, uma vez que as artérias endurecidas perdem a capacidade de relaxar durante a sístole do coração.
Além disso, as placas de gordura tornam áspera a superfície interna das artérias, favorecendo a formação de coágulos que podem causar obstruções. Já as placas de gordura que se desprendem, por sua vez, também contribuem para causar obstruções arteriais, com prejuízo para a circulação do sangue.
Outra doença dessa espécie é a angina do peito. Uma enfermidade em que a pessoa tem fortes dores no peito ao menor esforço cardíaco. A angina é conseqüência do estreitamento de uma ou mais artérias coronárias, com redução da circulação de sangue em certas regiões do miocárdio, diminuindo sua nutrição e oxigenação.
Níveis altos de colesterol 
O colesterol é uma substância produzida pelo fígado ou consumida em certos alimentos. Colesterol é necessário ao organismo e o fígado produz quantidades necessárias para as necessidades do corpo. O colesterol é geralmente classificado como "bom" ou "ruim". Alto nível de colesterol HDL, o considerado bom, é benéfico e dá alguma proteção contra doenças cardíacas. Já altos níveis de LDL, o colesterol ruim, pode ocasionar doenças cardiovasculares. O perfil de lipoproteínas pode ser feito medindo as diferentes formas de colesterol, assim como triglicérides (outro tipo de gordura) no sangue. Quando há muito colesterol LDL no corpo -- devido à dieta e taxa na qual o colesterol é processado -- ele pode ser depositado nas artérias. Isso pode ocasionar o estreitamento das artérias, doença cardiovascular e outras complicações.
Pressão alta
A pressão sanguínea alta é outro importante fator de risco para doenças cardiovasculares. Essa é uma condição na qual a pressão do sangue nas artérias é muito alta. Geralmente não há sintomas para sinalizar a pressão alta. Abaixar a pressão ao fazer mudanças no estilo de vida ou por medicação pode diminuir o risco de doenças cardiovasculares e ataque cardíaco.
Diabetes Mellitus
A diabetes também eleva o risco da pessoa ter doença cardiovascular. Com diabetes o corpo ou não consegue produzir insulina suficiente,ou não consegue usar a insulina que produz como deveria, ou ambos. Isso ocasiona o acúmulo de açúcares no sangue. Em torno de 3/4 das pessoas com diabetes morrem em decorrência de alguma forma de doença cardiovascular. Para pessoas com diabetes, é importante trabalhar com o médico formas de ajudar a administrar e controlar os fatores de risco.
Insuficiência cardíaca 
É a dificuldade do coração em enviar sangue de forma adequada ao organismo, causando assim uma deficiência generalizada de oxigenação nos diversos órgãos do corpo. Como o coração está insuficiente, o trabalho de bombeamento não ocorre de forma correta, o que causa, entre outras coisas, a retenção de líquidos no corpo. 
Sintomas 
Dependendo da câmara cardíaca afetada (ventrículo direito ou esquerdo) podemos ter a insuficiência cardíaca com maior comprometimento na região pulmonar, o que pode ocasionar a falta de ar, cianose (extremidades de cor roxa devido à falta de oxigenação de sangue pelo pulmão) ou inchaço nas pernas ou na barriga (devido à dificuldade que o coração tem em bombear o sangue). 
6. Conclusão
Após a realização do trabalho concluimos que todos os nutrientes, gases, água, sais, e outras substancias precisam circular por todas as células de nosso corpo. O sistema circulatório é o responsável por estas tarefa, e tem a função, transporte de nutrientes, transporte de gases, remoção das excreções e transporte de hormônios.
A circulação humana pode ser dividida em pequena circulação circulação pulmonar e grande circulação circuilação sistêmica, portanto o sangue ao circular passa duas vezes pelo coração, sendo considerada dupla.
No lado direito do coracao passa apenas sangue não oxigenadoou simplesmente sangue venoso enquanto que no outro lado o esquerdo somente passa o sangue oxigenado designado sangue arteial, significa que, nas veias flui o sangue rico em CO2 e, nas arterias circula o sangue oxigenado. 
A regulação da pressão arterial é uma das funções fisiológicas mais complexas, que depende de acções integradas dos sistemas cardiovascular, renal, neural e endócrino. A hipertensão arterial é uma desordem do nível médio onde a pressão arterial é regulada, e, embora tenha enorme importância clínica porque cronicamente a pressão elevada acarreta danos ao coração, vasos sanguíneos e rins, pelo menos nos estágios iniciais a hipertensão não causa alterações evidentes na função cardiovascular.
O ciclo cardíaco é um período completo da diástole e sístole cardíacas, com intervalos intercalados, que começam com qualquer evento na acção cardíaca, até o momento em que aquele mesmo evento é repetido.
A velocidade do fluxo sanguíneo é proporcional à intensidade do volume que flui e inversamente proporcional à área de secção transversa e, o fluxo sanguíneo é proporcional à intensidade do gradiente de pressão e inversamente proporcional à resistência dos vasos sanguíneos.
O sangue usualmente flui em linhas de fluxo com cada camada do sangue permanecendo a uma mesma distância da parede do vaso, este tipo de fluxo é chamado fluxo laminar e quando o fluxo laminar ocorre, a velocidade do sangue no centro do vaso é maior que na direcção da borda externa criando um perfil parabólico.
7. Bibliografia
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JACOB, Stanley W. et al. Anatomia e fisiologia humana. 5ª Edição. São Paulo. Guanabara Koogan, 1990. 
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SANTOS César Augusto e MARTINS Oliveira Brígida, Biologia 8ª classe, Diname, P 192.

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