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Histologia Animal

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Histologia e Embriologia Animal (2012) 
Módulo de Histologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE I - INTRODUÇÃO À HISTOLOGIA 
 
A Histologia compreende o estudo da função celular, assim como a estrutura da célula e, 
consequentemente abrange o estudo da célula e estrutura do tecido em relação às suas funções. 
"Literalmente, histologia significa a ciência dos tecidos”. 
 
Grego: Histo = tramas ou tecidos 
Logo = ramo do conhecimento 
 
Tecidos Orgânicos: 
São quatro, os tecidos básicos: Epitelial, Conjuntivo, Nervoso e Muscular. 
Os tecidos são agrupamentos de células. Estes por sua vez, quando reunidos formam os órgãos. O 
conjunto de órgãos denomina-se sistemas. Os sistemas são encontrados formando os 
organismos que reunidos constituem comunidades e populações. 
 
Sistemas orgânicos- Digestivo, Respiratório, Urinário, Endócrino, Reprodutor, Circulatório. 
 
As características principais dos quatro tipos básicos de tecidos estão resumidas no Quadro I. 
 
Quadro I- Principais características dos tipos básicos de tecidos 
Tecido Células Matriz extracelular Funções principais 
Nervoso Longos 
prolongamentos 
Nenhuma Transmissão impulsos 
nervosos 
Epitelial Poliédricas justapostas Pequena quantidade Revestimento, 
secreção e absorção 
Muscular Alongadas contracteis Quantidade moderada Movimento 
Conjuntivo Vários tipos Abundante Apoio e protecção 
 
 
 
 
1. Estudo dos Tecidos 
1.1. Preparação de Cortes Histológicos 
Os cortes são derivados da remoção de pequenas amostras representativas de tecidos, 
cortadas em fatias muito delgadas, apropriadas para o estudo microscópico; em geral os cortes são 
preparados pela técnica de parafina (lâminas permanentes). 
 
1.1.1. Técnica de parafina para preparo de cortes 
a) Amostra de Tecido 
A amostra deve ser pequena, obtida através de excisão cirúrgica (biópsia), ou pós-morte 
(necropsia). A amostra não deve exceder 1 cm, em qualquer dimensão. Este tamanho pode variar em 
função do tipo de equipamento existente no laboratório, onde o corte será preparado. 
 
b) Fixação 
Os fixadores endurecem os tecidos moles e previnem a sua deterioração e outras alterações 
estruturais indesejáveis nas células e nos tecidos. Actuam como coaguladores proteicos. 
Evitam a digestão das células pelas enzimas celulares por elas libertadas após a sua morte, o 
que danificaria os tecidos para o exame microscópico. Apresentam também acção anti-séptica 
matando bactérias e outros agentes causadores de doenças nos tecidos infectados, que 
poderiam, eventualmente, ameaçar a saúde dos que manuseiam tais tecidos. 
 
O fixador mais comum é a solução de formal à 10%; outros fixadores: álcool, fixador de Bouin, 
Zenker. Para o transporte até o laboratório não devem ser esquecidos os requisitos fundamentais de 
acompanhamento: condições de colecta, data da morte e data de colecta, dados de necropsia (se 
realizada). Na ausência do formal ou álcool, para transporte, pode-se acondicionar a amostra em 
isopor com gelo, mas deve-se evitar congelá-la, pois sua estrutura microscópica será alterada quando 
ocorrer o descongelamento. 
 
c) Lavagem 
O primeiro passo da técnica consiste em deixar a amostra a lavar em água corrente por um período 
de 12 horas, de forma a remover o excesso de formol. 
 
 
d) Desidratação 
O objectivo da técnica de parafina é substituir a água dos tecidos pela parafina. Como a parafina não é 
solúvel em água, é necessário primeiro retirar a mesma da amostra de tecido. Isto é feito em duas 
fases: 
1º - Substituição da água por álcool - passa-se o tecido em várias soluções de álcool com o aumento 
de graduação na concentração, num amplo período de tempo. 
- álcool 70º -1 a 2 hs 
- álcool 80º -1 h 
- álcool 90º -1 h 
- álcool 96º -1 h 
- álcool 100º- 1 h 
- álcool 100º- 1 h 
 
2º - Clarificação ou Diafanização - Substituição do álcool por um solvente de parafina miscível 
com o álcool. Usa-se o Xilol como solvente. Passa-se o tecido em várias trocas de Xilol até que o álcool 
seja substituído por este. O tecido fica meio transparente. 
 
- Xilol I -1 h → Xilol II- 1 h → Parafina I - 1 h → Parafina II -1 h 
 
e) Inclusão 
 
Coloca-se a amostra impregnada por xilol em 2 trocas de parafina líquida aquecida. O tecido fica 
inteiramente saturado com parafina, sendo que, a cera líquida passa a ocupar todos os espaços do 
tecido, que antes continham água. Este procedimento é feito dentro da estufa. A cera endurece a 
medida que esfria, onde se monta o bloco de parafina (emblocagem), para que possa ser cortado em 
fatias delgadas. 
 
f) Microtomia 
 
O bloco de parafina é colocado em peças de madeira para ser colocado no micrótomo; onde se 
desbasta a parafina até chegar ao corte; feito o desbaste gradua-se o micrótomo para cortes de 3 a 6 
um, onde sairão os cortes desprendendo-se da navalha, com suas bordas aderidas aos cortes vizinhos 
de modo a constituir uma fita da qual, cada um deles é, individualmente, separado com facilidade. 
 
g) Confecção da lâmina 
Os cortes são esticados em água morna, e depois colocados em lâminas contendo albumina de Meyer, 
para fixar o corte à lâmina (lado brilhante voltado para o vidro). Deixar escorrer o excesso de água, e 
levar as lâminas para estufa, onde se deixa secar completamente e começar a derreter a parafina. 
Outra maneira é esticar os cortes em álcool a 20% e depois passar pela gelatina, dispensando a 
albumina. 
 
h) Coloração 
 
A maioria dos tecidos são incolores, o que torna difícil sua observação ao microscópio óptico. Devido a 
isto, foram introduzidos métodos para a coloração dos tecidos de modo a tornar seus componentes 
visíveis e destacados uns dos outros. A coloração é feita usando geralmente misturas de substâncias 
químicas denominadas corantes. A maioria dos corantes usados em histologia comporta-se como 
ácidos ou básicos e tendem a formar ligações salinas com radicais ionizáveis presentes nos tecidos. Os 
componentes dos tecidos que se coram facilmente com corantes básicos são chamados basófilos, 
sendo chamados de acidófilos os que se liga a corantes ácidos. 
 
A hematoxilina não é um corante básico, mas comporta-se como tal, ligando-se as estruturas basófilas 
dos tecidos. A eosina é um corante ácido. A coloração dupla pela hematoxilina e pela eosina (H - E) é a 
mais utilizada na rotina em histologia. 
 
H - E →Hematoxilina - coram núcleos de azul 
 →Eosina - coram citoplasma róseo 
 
 
Técnica de coloração HE - Hematoxilina e Eosina 
 
- Xilol - 15' - 30' 
- Deixar Secar 
- Álcool Absoluto - 2' 
- Álcool Absoluto - 2' 
- Lavar em água destilada 
- Hematoxilina - 1'30'' 
- Lavar em água corrente 
- Deixar descansando em água - 2' (até ficar meio azulado) 
- Eosina - 30'' 
- Lavar em água - 2' 
- Álcool absoluto - 2' 
- Álcool absoluto - 2' 
- Álcool absoluto - 2' 
- Álcool absoluto - 2' 
- Deixar secar 
- Xilol - 20' 
- Montagem em Bálsamo 
- Identificação das lâminas 
 
Recomenda-se leitura adicional: 
COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p. 
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004. 
488 p. 
 
UNIDADE II - TECIDO EPITELIAL 
 
1. CARACTERÍSTICAS GERAIS 
1. Células justapostas. 
2. Ausência de substância intercelular (pouca quantidade). 
3. Células apoiadas à membrana basal. 
4. Não possuem vasos sanguíneos (avascularizados). 
5. Não possuem inervação, excepto terminações nervosas que captam estímulos.6. Regenera-se facilmente. 
 
2.TIPOS DE EPITÉLIO 
1. TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO 
2. TECIDO EPITELIAL GLANDULAR OU SECRETOR 
 
3.FUNÇÕES GERAIS 
 Revestir e Proteger 
 Absorção 
 Secreção 
 Condução de substâncias 
 Sensibilidade específica 
 
 
4.DESCRIÇÃO DOS TECIDOS 
 
4.1.TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO 
a) OCORRÊNCIA: Revestindo todas as superfícies e forrando todas as cavidades. 
 Exemplo: esófago, traqueia, útero... 
b) FUNÇÕES 
. Revestimento 
. Protecção 
. Absorção 
. Condução de substâncias 
 
4.2. ESTRUTURA 
4.2.1. MEMBRANA BASAL 
Função: 
 Adesão 
Apoio 
Sustentação 
Semi-permeabilidade 
 
Ao microscópio electrónico: 
Lâmina Basal = Material glicoproteico + Fibrilas de Colagénio 
Membrana Reticular = Material glicoproteico + Fibrilas Reticulares 
MEMBRANA BASAL (Fig.1.) = Quase todos os epitélios apresentam na sua superfície de contacto com o 
tecido conjuntivo. 
 
Fig.1- Membrana basal 
 
4.2.2. SUBSTÂNCIA INTERSTICIAL OU MATRIZ EXTRACELULAR 
Com excepção de uma camada muito delgada de glicoproteínas, que geralmente reveste as células 
epiteliais, não existe substância intersticial entre elas. Esta camada chama-se GLICOCÁLIX. Acredita-se 
que estas glicoproteínas façam parte nos processos celulares de pinocitose, e adesão entre células. 
Conforme Kessel (2001) a matriz extracelular é secretada na base da célula, a chamada de lâmina 
basal. 
 
4.2.3. FORMA DAS CÉLULAS 
As dimensões e as formas das células epiteliais variam muito. Observa-se desde células achatadas 
como um ladrilho, até células prismáticas altas, com todas as formas intermediárias. Geralmente as 
formas dos núcleos acompanham a forma das células. Exemplo: células cúbicas - núcleo esférico, 
células prismáticas - núcleo elíptico 
 
 
 
4.2.4. COESÃO ENTRE AS CÉLULAS 
As células epiteliais apresentam uma intensa adesão mútua, e para separá-las, são necessárias forças 
mecânicas relativamente grandes. Essa coesão varia com o tipo epitelial, mas é especialmente 
desenvolvida nos epitélios sujeitos a fortes trações, como por exemplo a pele. Essa coesão é em parte 
devido a acção adesiva das glicoproteínas do glicocálix. O ião cálcio também é importante para a 
manutenção da coesão entre as células. A adesão celular é reforçada por estruturas especiais, como os 
desmossomas. 
 
4.2.5. REGENERAÇÃO 
Os epitélios são tecidos cujas células têm vida limitada. Ocorre, pois uma renovação constante dessas 
células, graças a uma actividade mitótica contínua. A velocidade dessa renovação, porém, é variável, 
podendo ser muito rápida em certos casos e lenta em outras. Como exemplo extremo citamos o 
epitélio de revestimento do intestino que se renova a cada 2 a 3 dias, e o das glândulas salivares e do 
pâncreas, que levam mais de 2 meses para se renovar. Nos epitélios estratificados e pseudo-
estratificados, em geral as mitoses ocorrem nas células situadas junto à lâmina basal. 
 
4.2.6. METAPLASIA 
Em determinadas condições patológicas, certas células, podem sofrer uma série de alterações e dar 
origem a um novo tipo de tecido. Este processo se chama metaplasia; é uma alteração reversível e 
podemos citar os seguintes exemplos: 
a) O epitélio pseudo estratificado da traqueia e dos brônquios, em fumantes crónicos sob a acção 
irritante do fumo, pode ser substituído por epitélio estratificado pavimentoso. 
c) Em casos de carência de vitamina A, o epitélio dos brônquios, bexiga e vários outros são substituídos 
por epitélios estratificados pavimentosos cornificados. 
OBS: A metaplasia não é exclusiva do tecido epitelial, podendo ocorrer em outros órgãos. 
 
 
5. ESPECIALIZAÇÃO DA MEMBRANA SUPERFICIAL 
- MICROVILOS → Milhares de evaginações da membrana sob a forma de dedos de luvas, na superfície 
livre da célula. Presente nas células epiteliais com função de absorção. Os microvilos aumentam a 
eficiência dos processos de absorção, ampliando muito a superfície de contacto das células com o 
ambiente. Exemplo: Intestino, Rim. 
 
- CÍLIOS E FLAGELOS → Na superfície das células epiteliais ciliadas existem grande quantidade de 
estruturas móveis e alongadas chamadas CÍLIOS. O movimento ciliar é geralmente coordenado, 
provocando uma corrente de fluido em uma só direcção, na superfície das células Epiteliais ciliadas. 
Exemplo: Traqueia. 
Os flagelos são encontrados nos mamíferos e apenas nos espermatozóides; tem uma estrutura 
semelhante à dos cílios. Diferem, entretanto nas suas dimensões, sendo mais longos que estes. 
 
- ESTEREOCÍLIOS → São constituído por longos microvilos, que podem ou não se juntar por 
anastomose. São encontrados na região apical das células de revestimento do epidídimo e do canal 
deferente. 
 
 
5. CLASSIFICAÇÃO DO EPITÉLIO DE REVESTIMENTO 
O epitélio de revestimento é classificado de acordo com a forma das células e com número e arranjo 
das camadas celulares. 
5.1. CLASSIFICAÇÃO (Fig.2) 
- Quanto a forma das células: plano, cúbico ou cilíndrico. 
- Quanto ao número de camadas: uma camada - simples; mais de uma camada -estratificado. 
 
Células especializadas em absorção ou filtração estão dispostas em camada única, portanto é um 
epitélio simples ou uniestratificado. 
 
Células expostas a grande uso e desgaste estão ordenadas em muitas camadas, o arranjo é então 
denominado epitélio estratificado. 
 
 
Fig.2- Classificação dos diferentes tipos de epitélio de revestimento 
 
 
5.1.1. EPITÉLIO PAVIMENTOSO OU PLANO 
a) SIMPLES → Consiste de uma camada única de células achatadas, que se assemelham os ladrilhos 
de pavimento. O núcleo das células é centralmente localizado, sendo esférico ou oval. 
Denominações especiais: 
- ENDOTÉLIO → reveste internamente o coração, vasos sanguíneos e linfáticos. 
- MESOTÉLIO → forra as cavidades pleurais, pericárdicas e peritoneais, e a face externa dos órgãos 
contidos em cavidades. 
 
b) ESTRATIFICADO → Consiste em muitas camadas celulares; as células superficiais são achatadas, 
porém as células profundamente situadas são mais espessas (Figura 1 e 2). 
 
Por convenção, a classificação do epitélio estratificado é dada pela forma das células superficiais. 
•Epitélio estratificado pavimentoso resiste ao uso e desgaste e protege os tecidos subjacentes. As 
células profundas ou basais vão sofrendo continuamente divisões celulares; as novas células são 
empurradas em direcção à superfície onde descamam. 
 
•Conforme as células se deslocam para a superfície, elas afastam-se da fonte de nutrição que se 
origina dos vasos sanguíneos do tecido conjuntivo subjacente. Como consequência deste movimento e 
da falta gradativa de nutrientes, as células diminuem, tornam-se rígidas e finalmente morrem. 
 
•Em locais secos como a pele, as células superficiais contêm uma escleroproteína chamada queratina. 
Este material resiste a traumas e a infecções bacterianas e micóticas, além de ser impermeável. A este 
tipo de epitélio damos o nome de epitélio estratificado pavimentoso queratinizado (Figura 3). 
 
• Nas superfícies húmidas, como aquelas encontradas na boca, vagina, as células do epitélio 
estratificado plano não contém queratina e é denominado epitélio estratificado pavimentoso não 
queratinizado (Figura 4). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig.3- Epitélio pavimentoso não queratinizado (esófago) Fig.4- Epitélio pavimentoso queratinizado(pele grossa 
 
c) EPITÉLIO CÚBICO 
SIMPLES → Consiste em uma camada única de células que se assemelham aos cubos. O núcleo é 
esférico e central. Sua ocorrência é recobrindo os pequenos ductos em certasglândulas (ex. salivares), 
e forma as unidades secretoras de outras glândulas (ex. tireóide). 
FUNÇÃO→ Secreção e absorção. 
 
ESTRATIFICADO → Raro, apenas revestindo alguns ductos de glândulas. 
 
d) EPITÉLIO CILÍNDRICO 
SIMPLES → Consiste em uma camada única de células que se assemelham a colunas verticais. A 
extremidade de cada célula, que assenta sobre a lâmina basal, é conhecida como região basal da 
célula. A sua extremidade é conhecida como região apical da célula. O núcleo é central ou próximo da 
região basal da célula. A sua ocorrência é revestindo o estômago, intestinos, útero, vesícula biliar 
(Figura 5). 
 
FUNÇÃO → Secreção e absorção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Epitélio cilíndrico simples (vesícula biliar) 
 
ESTRATIFICADO→ Encontra-se somente em alguns locais do corpo; reveste os grandes ductos de 
certas glândulas (glândulas mamárias) e conjuntiva do olho. 
 
PSEUDO - ESTRATIFICADO → É um epitélio que nos dá ideia de estratificação, mas na realidade é um 
epitélio simples com todas as células apoiadas sobre uma lâmina basal. A aparência estratificada 
resulta do facto das células variar em altura e nem todas atingem a superfície. Pelo facto das células 
possuírem diferentes alturas, seus núcleos localizam-se em diferentes níveis, fornecendo a ilusão de 
que o epitélio é estratificado. Este epitélio é encontrado nas superfícies da parte superior do sistema 
respiratório. 
 
CILÍNDRICO ESPECIALIZADO → A estrutura de muitas células cilíndricas estão adaptadas para o 
desempenho de funções especiais (Fig. 6), tais como: 
 
1.Células Caliciformes - São glândulas unicelulares cuja função é de produzir muco. A secreção mucosa 
acumula-se na porção apical da célula, que assume a forma de um cálice. As células caliciformes estão 
presentes em grande número no epitélio de revestimento do sistema respiratório e também nos 
intestinos. 
2.Células Absortivas - São células cuja superfície livre apresenta uma borda estriada ou em escova. Ao 
microscópio electrónico observam-se os microvilos. Este arranjo aumenta muito a área de superfície 
livre da célula, incrementando a absorção. Estas células são encontradas no revestimento dos 
intestinos, túbulos contorcidos dos rins. 
3.Células Cilíndricas Ciliadas - Apresentam na sua superfície livre processos móveis, os cílios, que 
possuem um batimento coordenado. Ocorrem no epitélio de revestimento dos brônquios pulmonares, 
trompas uterinas, traqueia. No sistema respiratório, o muco contém partículas estranhas que foram 
inaladas e posteriormente capturadas, é deslocado pelos cílios em direcção à faringe, onde este 
material é deglutido ou expectorado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 – Epitélio cilíndrico especializado (revestimento interno da traqueia) 
 
 
e) EPITÉLIO DE TRANSIÇÃO → É um epitélio estratificado que ocorre exclusivamente no sistema 
urinário (Figura 7). O número de estratos é variável, dependendo se o órgão está contraído ou 
distendido. 
•No estado de contracção →Este epitélio tem várias camadas, e as suas células superficiais são 
volumosas e esféricas. 
• No estado de distensão → Podem ser encontrado 2 ou 3 estratos celulares, e as células superficiais 
tornam-se estiradas e achatadas. 
 
O arranjo deste epitélio permite os órgãos cavitários, como a bexiga, distender-se sem que ocorra 
ruptura ou separação das células do revestimento. 
 
 
Figura 7 – Epitélio de transição (Bexiga) 
 
 
TECIDO EPITELIAL GLANDULAR 
 
As glândulas são formadas por um grupo de células especializadas cuja função é secreção. Entende-se 
por secreção a produção e libertação, pelas células, de um fluido contendo substâncias como muco, 
enzimas ou hormonas. As células secretoras de uma glândula são conhecidas como parênquima. O 
tecido conjuntivo do interior da glândula, que sustenta as células secretoras, é chamado de estroma. 
 
As glândulas se classificam em: Glândulas Exócrinas 
 Glândulas Endócrinas 
1. GLÂNDULAS EXÓCRINAS 
Possuem ductos que transportam a secreção glandular para a superfície do corpo ou para o interior 
(luz) de um órgão cavitário. Exemplo: Sudoríparas, salivares... 
 
As glândulas exócrinas classificam-se de acordo com (Fig. 8): 
a) Quanto ao ducto: 
Simples → o ducto não se ramifica. Exemplo: Glândula sudorípara 
Composta → o ducto ramifica-se, em geral repetidamente. Exemplo: Pâncreas. 
 
b) Quanto a forma da porção secretora: 
Tubulosa → Em forma de tubos. Exemplo: Glândulas estomacais e intestinais. 
Acinosa ou alveolar → Forma arredondada. Exemplo: Parótida e pâncreas. 
Tubuloalveolar→ Presença das duas formas. Exemplo: Sublinguais e salivares. 
 
 
Figura 8 – Tipos de Glândulas Exócrinas 
 
c) Quanto ao produto de secreção: 
Serosa → Secreta um fluido aquoso. Exemplo: Parótida 
Mucosa→ Secreta um fluído espesso e viscoso, glicoproteico denominado muco. Exemplo: célula 
caliciforme. 
Seromucosas ou mistas → Compostas por uma mistura de unidades secretoras. Exemplo: glândulas 
salivares. 
 
d) Quanto ao modo de extrusão: 
Merócrinas → Nestas glândulas, a secreção é libertada para a superfície livre de vesículas recobertas 
por membranas, não resultando em perda de citoplasma. Exemplo: parte exócrina do pâncreas. 
Apócrinas → Nestas glândulas, a secreção e, possivelmente, uma parte do citoplasma da célula 
secretora são perdidas para a superfície livre da célula. A parte celular restante, então regenera a 
porção perdida. Exemplo: glândulas sudoríparas axilares e glândulas mamárias. 
Holócrina →Nestas glândulas, a célula inteira morre e destaca-se formando a secreção da glândula. As 
células perdidas são substituídas a partir da divisão das células vizinhas. Exemplo: glândulas sebáceas 
da pele. 
 
OBS: Em muitas glândulas exócrinas, existe um tipo especial de célula contráctil ramificada entre as 
células secretoras e a membrana basal, chamada célula MIOEPITELIAL. Estas células contêm 
miofibrilas e auxiliam na expulsão da secreção do ácino para o interior do ducto. Exemplo: glândulas 
mamárias, salivares, sudoríparas. 
 
 
2. GLÂNDULAS ENDÓCRINAS 
Estas glândulas não possuem ductos e sua secreção verte directamente na corrente sanguínea, onde 
será distribuída para todo o corpo. A secreção das glândulas endócrinas contém substâncias químicas 
denominadas HORMONAS, que regulam a actividade celular, normalmente a distância da glândula que 
lhes deu origem. 
Classificam-se: 
VESICULAR → Possui grande quantidade de capilares. As células dispõem-se formando vesículas. 
Exemplo: Tireóide (Figura 9). Neste tipo de glândula o produto de secreção pode ser armazenado 
dentro da vesícula. 
CORDONAL→ As células dispõem-se formando cordões. O produto de secreção é elaborado e 
armazenado intracelularmente. Exemplo: paratireóides, hipófise, supra-renal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9. Glândula endócrina (tiróide) 
 
 
Recomenda-se leitura adicional: 
COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p. 
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004. 
495 p. 
KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511 p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE III - TECIDO CONJUNTIVO 
O tecido conjuntivo ou tecido conectivo está amplamente distribuído pelo corpo. A principal 
função do tecido conjuntivo é o preenchimento dos espaços intercelulares docorpo e fazer a 
ligação de órgãos e de tecidos diversos e entre outros, como, preenchimento, sustentação, 
transporte e defesa. 
No diagrama apresenta-se os diferentes tipos de tecido conjuntivo: 
 
 
 
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À EMBRIOGÉNESE 
a) Tecido conjuntivo Embrionário ou Mesenquimatoso 
b) Tecido conjuntivo Embrionário Gelatinoso, mucoso ou Gelatina de Whorton 
c) Tecido conjuntivo Adulto 
 
CARACTERISTICAS GERAIS 
- Células esparsas 
- Grande quantidade de líquido intersticial 
- Bem vascularizado e bem inervado 
 
CONSTITUIÇÃO 
- Células 
- Substância intercelular (amorfa ou fibrilar) 
- Líquido intercelular ou tissular 
 
1. TECIDO CONJUNTIVO EMBRIONÁRIO OU MESENQUIMAL 
É o tecido conjuntivo que se forma primariamente, podendo formar todos os demais tipos de tecidos 
conjuntivos. A sua ocorrência é restrita aos embriões (Fig. 9). 
 
 
Figura 9. Tecido conjuntivo mesenquimatoso (mesênquima) 
 
 
CARACTERISTICAS: As suas células apresentam-se da seguinte forma: 
- Com forma irregular 
- Ricas em prolongamentos citoplasmáticos 
- Núcleo grande e vesiculoso 
- Citoplasma homogéneo 
- Substância intercelular líquida e fluida 
 
OCORRÊNCIA: Ocorre nos embriões preenchendo todos os espaços. 
FUNÇÃO: Dar origem a todos os demais tecidos conjuntivos. 
 
2. TECIDO CONJUNTIVO EMBRIONÁRIO GELATINOSO, MUCOSO OU GELATINA DE WHORTON 
 
CARACTERÍSTICAS: As suas células são de dois tipos (Fig. 10): 
a. Mesenquimatosas 
b. Fibroblastos com prolongamentos citoplasmáticos reduzidos. 
→A substância intercelular é viscosa, gelatinosa e com algumas fibrilas. 
 
 
Figura 10. Tecido conjuntivo do cordão umbilical 
 
OCORRÊNCIA: Cordão Umbilical 
FUNÇÃO: Conduzir elementos na fase fetal; Sustentar os vasos do cordão umbilical. 
 
OBS. O tecido conjuntivo mesenquimal é mais rico em água do que o gelatinoso. 
 
 
3. TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO ou FIBRILAR 
É encontrado formando e revestindo órgãos, ligando tecidos, e ocorre por todo o organismo. Mantém 
as mesmas características gerais e constituição. 
 
Como característica especifica apresenta grande quantidade de fibras na substância intercelular 
(Figura 10). 
 
 
Figura 10- Tecido fibrilar frouxo 
 
3.1 CONSTITUIÇÃO: 
- Células 
- Substância intercelular (amorfa ou fibrilar) 
- Líquido intercelular ou tissular 
 
3.2 CÉLULAS 
Fibroblasto - síntese de substâncias; fibrócito - célula adulta 
Macrófago: fixo e móvel - defesa por fagocitose 
Plasmócito: defesa específica 
Mastócito: Interpõe-se nos processos alérgicos 
Adipócito: Armazena substâncias energéticas 
Encontram-se ainda leucócitos, que saem dos capilares para desempenhar suas funções. Os mais 
comuns são os linfócitos, mas também podem aparecer eosinófilos e neutrófilos. 
 
 
3.3 DESCRIÇÃO DAS CÉLULAS 
 
FIBROBLASTOS: Tem como função realizar a síntese de substância intercelular e síntese de colagénio. 
Apresentam citoplasma abundante com muitos prolongamentos citoplasmáticos e o núcleo é grande e 
ovóide. São as células mais comuns deste tecido. 
 
FIBRÓCITO (Fig. 11): São menores, poucos prolongamentos e aspecto fusiforme. Apresentam-se com 
metabolismo quiescente. Embora fibrócitos possam ainda secretar constituintes da matriz em 
quantidades diminutas; a reparação principal do tecido conjuntivo envolve a formação de novos 
fibroblastos, muitos dos quais são derivados dos pericitos. 
 
Figura 11. Fibrócito 
 
Obs. Um pericito é uma célula tipo mesenquimal, associada com as paredes de vasos sanguíneos pequenos. 
Como é uma célula relativamente indiferenciada, serve como suporte para estes vasos, mas pode se 
diferenciar em um fibroblasto, célula de músculo liso ou macrófago conforme a necessidade. 
 
MACRÓFAGO (Fig 12): Tem como função a defesa através da fagocitose de corpos estranhos. Podem 
unir-se para fagocitar partículas grandes, sendo desta forma chamada de célula macrofagocitária de 
corpo estranho ou gigante; constituem células muito grandes com 100 núcleos ou mais. A sua forma é 
irregular quando em acção, e arredondadas em repouso. O seu núcleo é arredondado e central. 
Movimenta-se e fagocita por meio de pseudópodes curtos e largos (por isso sua forma é irregular 
quando em acção). 
Fagocitam →restos de células, material intercelular alterado, bactérias e partículas inertes que 
penetram no organismo. 
 
Figura 12- Macrófago 
 
Os macrófagos originam-se dos monócitos - células sanguíneas que atravessam os capilares, 
penetrando no tecido conjuntivo (por diapedese), onde se transformam em macrófagos. Portanto o 
monócito e o macrófago são as mesmas células, em diferentes estágios de maturação. Os macrófagos 
do tecido podem proliferar localmente produzindo novas células. O monócito origina-se da medula 
óssea. 
 
Os macrófagos estão presentes na maioria dos órgãos e constituem o sistema fagocitário 
mononuclear. Apresentam nomes diferentes dependendo do local em que se encontram. São células 
importantes no sistema imunológico. 
 
PLASMÓCITOS (Fig.13): São células ovóides, citoplasma muito basófilo, e núcleo esférico e excêntrico. 
Estas células foram originalmente classificadas como células do tecido conjuntivo porque eles estão 
comumente presentes no tecido conjuntivo frouxo associado a certos epitélios húmidos. Entretanto, 
uma vez que eles se originam de linfócitos B de órgãos linfóides secundários e de tecido conjuntivo das 
mucosas, eles são mais apropriadamente considerados como um componente do tecido linfóide. Por 
isso, os plasmócitos são frequentemente descritos como pertencentes tanto ao tecido conjuntivo 
frouxo como ao tecido linfóide. 
 
Figura 13. Plasmócito 
São poucos numerosos no conjuntivo normal, excepto nos locais sujeitos a penetração de bactérias e 
proteínas estranhas ao organismo, como por exemplo, mucosa intestinal e traqueal. Apresentam-se 
em grande número nas áreas onde existem inflamações crónicas. 
 
Os anticorpos (Ac) circulantes, encontrados no sangue, são sintetizados pelos plasmócitos. Os Ac são 
proteínas específicas, fabricadas pelo organismo em resposta à penetração de moléculas estranhas, 
que recebe o nome de antígeno (Ag). 
 
Todos os Ac formados são específicos para o Ag que provocou sua formação, e se combina com o 
mesmo. Pode também ocorrer reacção cruzada, entre um Ac e um Ag muito semelhante ao que 
desencadeou sua formação. 
 
Os plasmócitos são importantes células efectoras da resposta imune: desenvolver imunidade significa 
ficar a salvo ou isento de reinfecção. O tipo mais comum de imunidade desenvolve-se quando células 
imunologicamente responsivas respondem a macromoléculas estranhas e produzem respostas imunes 
específicas direccionadas contra elas. Uma macromolécula capaz de estimular respostas imunes 
específicas é denominada antígeno. A proteína de secreção, produzida por um plasmócito, que 
interage especificamente com um antígeno é denominada anticorpo. Os anticorpos, conhecidos mais 
precisamente de imunoglobulinas, são transportados no plasma sanguíneo e constituem uma classe 
de gama-globulinas. 
 
MASTÓCITOS (Fig. 14): Apresenta-se como uma célula globosa, grande, sem prolongamentos 
citoplasmáticos; o seu citoplasma apresenta-se carregado de grânulos basófilos. O seu núcleo é 
esférico e central. Os mastócitos colaboram com as reacções imunes e tem um papel importante na 
inflamação, reacções alérgicas e na expulsão de parasitos. 
 
Figura 14- Mastócito 
Ocorrência: são numerosos em alguns conjuntivos como, por exemplo, a pele, membranas mucosas, 
pulmão, útero e trato gastrintestinal.Apresenta pelo menos duas populações, uma delas é denominada como mastócito do tecido 
conjuntivo: encontrado na pele e cavidade peritoneal (há heparina nos seus grânulos); a segunda 
população é denominada de mastócito da mucosa e está presente na mucosa intestinal e pulmões (os 
seus grânulos apresentam condroitim sulfatado em vez de heparina). 
 
Estão ausentes no tecido conjuntivo que envolve os pequenos vasos sanguíneos situados no interior 
do cérebro e medula espinhal. Sendo estes protegidos contra os efeitos potencialmente destruidores 
do edema característico das reacções alérgicas. 
 
Os grânulos dos mastócitos contêm mediadores químicos como a histamina e glicosaminoglicanas 
(heparina ou condroitim sulfatada), protéases neutras, factor quimiotáctico para eosinófilos, 
leucotrienos ou SRL-A (substância de reacção lenta da anafilaxia). A histamina promove um aumento 
da permeabilidade vascular, importante na inflamação. 
 
A libertação dos mediadores químicos armazenados nos mastócitos provoca reacções alérgicas 
denominadas “reacções de sensibilidade imediata”, porque tem lugar poucos minutos após a 
penetração do Ag em indivíduos sensíveis. Exemplo: Choque anafiláctico 
 
Observações importantes: 
→A superfície dos mastócitos apresenta receptores específicos para IgE (anticorpo), produzido pelos 
plasmócitos. 
 
→O PROCESSO DE EXTRUSÃO DOS GRÂNULOS NÃO DANIFICA A CÉLULA QUE CONTINUA VIVA E 
SINTETIZA NOVOS GRÂNULOS. 
 
CÉLULAS ADIPOSAS (Fig. 15): São células arredondadas quando isoladas ou achatadas quando em 
grupos. O seu núcleo e o citoplasma estão intensamente comprimidos na periferia da célula, sendo 
que o espaço restante está preenchido por vacúolos contendo gorduras no seu interior. 
 
Figura 15- Célula adiposa 
Tem como função armazenar gorduras que servirão como reserva alternativa de energia. 
 
4. SUBSTÂNCIA INTERCELULAR 
 
4.1. CONSTITUIÇÃO - FIBRAS - colágenas, elásticas e reticulares 
 - SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA 
 
 
FIBRAS 
 
→Fibras Colágenas: Brancas “ïn vivo” (Fig. 16) 
As fibras estão reunidas em feixes de fibras; estas são formadas por feixes de fibrilas e estas, por sua 
vez, são constituídas por um conjunto de miofibrilas. 
 
Figura 16- Fibras de colagénio 
PROPRIEDADES: 
. Transformam-se em gelatina quando fervidas. 
. São muito resistente à pressão e tração devido ao arranjo de sua disposição paralela. 
. Não são ramificadas, sendo muito longas e dispostas frequentemente em feixes. 
. É a fibra mais comum do organismo. 
.O colagénio é sintetizado por diversos tipos celulares: fibroblastos, osteoblastos, odontoblastos, 
condrócitos e célula muscular lisa. 
 
 
→Fibras Elásticas: Amarelo “in vivo”(Fig. 17) 
- São menos espessas que as de colagénio e são ramificadas. 
- Ocorrem no tecido conjuntivo fibrilar (ex.: Art. de grande calibre) 
 
Figura 17- Fibras de colagénio e fibras elásticas 
PROPRIEDADES: 
. Cedem à tração e pressão, mas terminadas as forças, retornam ao estágio normal. 
. Resistem à cocção (não se alteram a fervura). 
. As fibras elásticas são sintetizadas por fibroblastos, condrócitos e células musculares lisas. 
 
 
→ Fibras Reticulares: São fibras muito delicadas e também as mais delgadas (Fig. 18) 
PROPRIEDADES: 
. Disposição em forma de rede. 
. Não são coráveis 
. Não são vistos ao M.O., somente quando impregnadas em Nitrato de Prata; 
. São abundantes nos órgãos hemocitopoiéticos. 
 
 
Figura 18. Fibras reticulares 
 
 
→SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA (intercelular) 
 . É uma substância incolor 
. Homogénea 
. Preenche os espaços entre as células e as fibras do conjuntivo. É de consistência viscosa; 
. Representa uma barreira à penetração de partículas estranhas no interior do tecido. 
 
A SFA é uma mistura complexa de moléculas aniónicas (glicosaminoglicanas e proteoglicanas) e 
glicoproteínas multiadesivas. 
 
4. LÍQUIDO INTERSTICIAL OU FLUÍDO TECIDULAR 
- É o líquido que ocorre entre tecidos 
- Tem como função transportar elementos no interstício 
→Em condições normais, a quantidade de líquido intersticial é insignificante. 
 
 
5. EQUILIBRIO OSMÓTICO E HIDROSTÁTICO (Fig. 19) 
A água presente na substância intercelular do conjuntivo origina-se do sangue, passando através da 
parede dos capilares para os espaços intercelulares dos tecidos. A parede dos capilares é impermeável 
às macromoléculas, porém deixa passar água, iões e moléculas pequenas, inclusive algumas proteínas 
de peso molecular baixo. 
 
O sangue conduz para o tecido conjuntivo diversos nutrientes de que as células necessitam e leva 
para os órgãos de desintoxicação e eliminação (fígado, rim, intestino) os produtos de refugo do 
metabolismo; compreende-se assim a importância da passagem de água dos capilares para o 
conjuntivo e vice-versa. 
 
 
 
Figura 19- Equilíbrio hidrostático e osmótico 
 
Há duas forças que atuam sobre a água contida nos capilares. Uma é a pressão hidrostática do sangue 
(pressão arterial), consequência principalmente da contracção cardíaca e que tende a forçar a 
passagem da água para fora dos capilares. A outra força, que tem sentido contrário, é a pressão 
osmótica do plasma sanguíneo, que atrai água para dentro dos capilares. Essa pressão osmótica deve-
se principalmente às proteínas do plasma, pois os iões e pequenas moléculas, que passam facilmente 
pela parede capilar, estão presentes fora dos vasos e dentro dele, em concentração muito semelhante. 
A pressão osmótica exercida pelos iões e moléculas pequenas é aproximadamente igual dentro dos 
capilares e fora, anulando-se mutuamente. Como as macromoléculas proteicas não passam para os 
espaços intercelulares do conjuntivo, a pressão osmótica (coloidosmótica) que eles exercem no 
interior dos capilares não é contrabalançada por pressão semelhante existente fora do capilar. 
 
Em condições normais, ocorre uma passagem de água para fora dos capilares na porção arterial deles, 
isto é, na extremidade do capilar ligado a uma arteríola. Essa saída de água decorre do fato de que aí a 
pressão hidrostática vence a pressão coloidosmóica. Mas a pressão hidrostática decresce ao longo do 
capilar, sendo mínima na sua extremidade venosa, isto é, na extremidade do capilar ligado a uma 
vénula. Enquanto a pressão hidrostática do sangue cai, a pressão coloidosmótica aumenta, em 
consequência da saída de água, que acarreta uma concentração progressiva das proteínas. O aumento 
da concentração das proteínas e a queda da pressão hidrostática fazem com que, na parte venosa do 
capilar, a pressão osmótica prevaleça sobre a p. hidrostática, atraindo água para o interior do capilar.
 
 
EDEMA 
 
Em condições patológicas diversas, a quantidade de líquido intersticial pode aumentar muito, 
formando o edema, que se caracteriza nos cortes histológicos por uma separação maior entre os 
elementos figurados do conjuntivo, provocada pelo acúmulo de líquido. Macroscopicamente, o edema 
apresenta-se como um aumento de volume que cede facilmente a pressão localizada, a qual dá 
origem a uma depressão que desaparece lentamente. 
 
O edema pode ser provocado por obstrução dos vasos linfáticos, como ocorre em certas infestações 
parasitárias (Filariose) e em certos casos de câncer, e também por obstrução venosa pelas veias, como 
ocorre na insuficiência cardíaca. Outra causa é a desnutrição, mais especificamente a deficiência 
proteica. A falta de proteínas na alimentação acarreta uma deficiência de proteínas plasmáticas, 
com a consequente queda na pressão coloidosmótica e consequenteacúmulo de água no tecido 
conjuntivo. 
 
5. CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO CONJUNTIVO FIBRILAR 
 
Classifica-se com os seguintes critérios: 
- Quanto ao tipo de fibras 
- Distribuição e concentração das fibras 
- Orientação das fibras 
 
5.1. Quanto ao tipo de fibras 
5.1.1 Tec. conjuntivo fibrilar elástico: predomínio de fibras elásticas. Ex. artérias de grande calibre. 
5.1.2 Tec. conjuntivo fibrilar colagénico: Predomínio de fibras colagéneas. Ex. Derme e tendões. 
5.1.3 Tec. conjuntivo fibrilar reticular: Predomínio de fibras reticulares. Ex. órgãos linfóides. 
 
5.2. Quanto a distribuição das fibras: 
5.2.1 Tec. conjuntivo fibrilar frouxo ou areolar: Possui todos os elementos do tecido conjuntivo. Suas 
fibras são encontradas esparsas. Ocorre ligando os órgãos, envolvendo os vasos sanguíneos, e é o 
tecido que mais ocorre no organismo. Apresenta como função preenchimento dos espaços e ligação. 
 
5.2.2 Tec. conjuntivo fibrilar denso ou fibroso: Há predomínio de fibras colageneas, seguido de 
elásticas e reticulares. Ocorre na derme, gânglios linfáticos e tendões. 
 
5.3. Quanto a orientação das fibras: 
5.3.1 Tec. conjuntivo fibrilar (fibroso) denso irregular ou não modelado ou irregularmente 
constituído: As fibras estão dispostas sem nenhum arranjo definido. Ex. derme. 
 
5.3.2 Tec. conjuntivo fibrilar denso regular ou modelado ou regularmente constituído: As fibras estão 
dispostas regularmente, normalmente em paralelo, entre as quais ocorrem fibroblastos, fibrócitos e 
macrófagos. Ex. tendões e ligamentos. 
Recomenda-se leitura adicional: 
COMARCK, D. H. Fundamentos de Histologia. 2ºed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 371p. 
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004. 
495 p. 
KESSEL, R.G. Histologia Médica Básica. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001, 511 p. 
 
 
 
UNIDADE IV - TECIDO CARTILAGINOSO 
O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida. Desempenha a 
função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies articulares onde absorve choques, facilita os 
deslizamentos e é essencial para a formação e crescimento dos ossos longos. A cartilagem é um tipo de 
tecido conjuntivo composto exclusivamente de células chamadas condrócitos e de uma matriz extracelular 
altamente especializada. 
 
Característica: principal é a de possuir sua substância intercelular consistente (Fig. 20). 
 
Figura 20- Tecido cartilagíneo 
 
 1- Células: condroblastos e condrócitos 
 
2- Substância Intercelular ou matriz cartilaginosa: 
 ⇒ Fibras: Colagénicas e elásticas 
⇒ Amorfa: predomina a condroitim sulfato, responsável pela consistência da cartilagem. 
 
3- Líquido Tissular: ocorre em mínima quantidade. 
 
Ocorrência e Distribuição: Orelha, nariz, anéis da traqueia, epífises ósseas, esqueleto do embrião. 
 
Funções: Sustentação e flexibilidade 
→Sendo que de acordo com a região, podem ser mais rígidas. 
 
 
Descrição dos componentes 
 
Células 
- Condroblastos: célula jovem activa, com grande quantidade de energia e grande potencial. 
Função: produzir substância intercelular formando a matriz da cartilagem 
Característica: Forma oval e núcleo também oval; citoplasma rico em complexo de golgi e R.E. 
granular, localizada na periferia da cartilagem. 
- Condrócitos: Secretam colágeno (tipo II) e condronectina (Fig. 21) 
Função: Dividir-se e formar novos condroblastos, quando houver necessidade (caso contrário 
permanece inactivo). 
Características: Forma arredondada, núcleo arredondado, citoplasma rico em gotículas de lípidos e 
glicogénio, localiza-se no centro da cartilagem, podendo aparecer isolados ou em grupos. Quando 
reunidos formam grupos isógenos porque se originam de um único condroblasto. 
 
Figura 21- Condrócito 
 
 
1.CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO CARTILAGINOSO 
1. Quanto a orientação das fibras 
a) Cartilagem hialina 
b) Cartilagem elástica 
c) Cartilagem fibrosa 
 
a)Cartilagem Hialina (Fig. 22) 
Apresenta como característica suas fibras dispersas na substância fundamental amorfa, sendo que 
fibras e substância apresentam o mesmo índice de refracção. 
 
Ocorre na traqueia, esqueleto do embrião, laringe, epífises dos ossos longos e partes do nariz. 
- Suas fibras colagénicas são distribuídas irregularmente, mas mesmo assim, garantem a função de 
sustentação. 
- O tecido que envolve a grande maioria dos tecidos cartilaginosos hialinos é o pericôndrio. 
 
Figura 22- Cartilagem hialina 
 
b) Cartilagem Elástica (Fig. 23) 
Apresentam como característica além das fibras colagénicas uma rica rede de fibras elásticas dispersas 
na substância fundamental amorfa. 
- Suas fibras elásticas são mais espessas que as fibras colagénicas 
- Apresenta pericôndrio 
Pode ser encontrada: Orelha, nariz, epiglote, tuba de Eustáquio, pavilhão auditivo. 
 
 
Figura 22- Cartilagem elástica (orelha) 
 
c) Cartilagem Fibrosa (Fig. 23) 
A sua principal característica é ser formada por fibras colagénicas orientadas em feixes paralelos, que 
lhe conferem maior resistência. Não apresenta Pericôndrio 
-É encontrada nos discos intervertebrais e algumas inserções articulares (Escápula-Umeral). 
 
 
Figura 23 – Cartilagem fibrosa 
 
 
 
 
 
Pericôndrio (Fig. 24) 
Todas as peças cartilaginosas hialinas e elásticas são envolvidas por uma camada de tecido conjuntivo 
denso, (na sua maior parte). 
 
É formado por um tecido conjuntivo rico em fibras colagénicas na parte mais superficial, porem 
gradativamente mais rico em células à medida que se aproxima da cartilagem. Morfologicamente, as 
células do pericôndrio são semelhantes aos fibroblastos. 
 
Figura 24- Cartilagem hialina e pericôndrio 
 
Matriz 
É formada em 40% por fibrilhas de colagénio embebidas em substância fundamental amorfa. Nos 
preparos comuns, o colagénio não se destaca da substância fundamental amorfa por dois motivos. 
- Porque está principalmente sob a forma de fibrilhas, a maioria das quais de dimensões 
submicroscópicas. 
- Porque as fibrilas têm o índice de refracção muito semelhante ao da substância fundamental amorfa 
que as envolve. 
 
A parte amorfa da matriz é constituída principalmente por glicosaminoglicanas combinadas com 
proteínas, formando proteoglicanas. 
 
OBS. as proteoglicanas ligam-se quimicamente ao colagénio e está associação é responsável pela 
resistência da cartilagem as pressões. 
 
 
2.CONDRIOGÉNESE (HISTOGÉNESE) 
 
A cartilagem origina-se do mesênquima. Os passos para a sua formação são: 
1) Transformação das células mesenquimatosas em condroblastos 
2) Formação da matriz cartilaginosa 
3) Centralização dos condroblastos na matriz cartilaginosa que passam a denominar-se condrócitos 
4) Novos condroblastos surgem na periferia 
5) As células mesenquimatosas da periferia forma o pericôndrio 
 
Crescimento 
Ocorre de duas maneiras: 
- Aposicional: de fora para dentro (Pericôndrio) 
- Intersticial: de dentro para fora (Condrócito) 
 
Aposicional: A estrutura responsável é o pericôndrio. 
 O crescimento ocorre da seguinte forma: 
- As células mesenquimais (condriogénicas) dão origem ao condroblasto que produz substância 
intercelular e se transforma em condrócito. O processo repete a histogénese da cartilagem, 
determinando que a mesma cresça de fora para dentro. 
 
Intersticial: A estrutura responsável é o condrócito (por divisão mitótica dos condrócitos pré-
existentes). Estes condrócitos dividem-se por mitose, renovam-se, transformandoem condroblastos 
que iniciam a síntese da matriz cartilaginosa e convertem-se novamente em condrócitos. Desta forma 
ocorre o crescimento de células de dentro para fora. 
 O crescimento intersticial é menos importante e quase só ocorre nas primeiras fases de vida da 
cartilagem. 
 
A medida que a cartilagem se torna cada vez mais rígida e espessa, o crescimento intersticial deixa de 
ser viável e a cartilagem passa a crescer somente por aposição. 
 
Nutrição 
- Não há nenhum vaso sanguíneo ou linfático na matriz, portanto é avascularizado. 
- A sua nutrição é feita através do pericôndrio. 
- Os vasos que estão no pericôndrio trazem nutrientes que através da difusão pela matriz nutrem as 
células. 
- A via de transporte dos nutrientes é a água de solvatação dos componentes da matriz, pois nas 
cartilagens praticamente não existe água em estado livre. 
 
Regeneração 
Regeneração fibrosa: Ocorre pela acção do pericôndrio 
Os fibroblastos dividem-se e invadem a lesão, passando a sintetizar substância fibrilar. Logo a seguir 
ocorre uma restauração fibrosa no local lesado da cartilagem. Mais raramente pode ocorrer 
restauração do tipo celular (da própria cartilagem), sendo na maioria dos casos do tipo fibrilar. 
 
 
UNIDADE V - TECIDO ÓSSEO 
 
Conceito: 
É uma forma de tecido conjuntivo constituído por células e substância intercelular que contém cerca 
de 70% de compostos inorgânicos (Fig. 25). 
 
Figura 25- Tecido ósseo (ósseo compacto e esponjoso) 
 Funções: 
* Protecção de órgãos internos (ex.: craniana e torácica). 
* Depósito de sais de Ca e P e outros elementos. 
* Sustentação (rigidez). 
* Serve de molde ao corpo. 
* Alavancas para inserção muscular. 
* Produção de elementos sanguíneos. 
Propriedades: 
* Altamente resistente a tração, pressão, compressão e extensão. * Apresenta um alto grau de 
mineralização. 
* Está em constante remodelação. 
 
Constituintes do Tecido Ósseo 
* Células - Osteoprogenitoras, Osteoblastos, Osteócitos e Osteoclastos 
* Substância Intercelular - Fibrosa (colagénio) 
 Amorfa com sais inorgânicos e orgânicos 
* Líquido Tecidular - Ausente ou reduzido na substância osteóide e matriz óssea, mas abundante no 
osso adulto, sendo representado por plasma, linfa e outros elementos. 
 
1. DESCRIÇÃO DOS COMPONENTES 
CÉLULA OSTEOPROGENITORA: 
- São pequenas células fusiformes que residem em todas as superfícies ósseas não reabsortivas. Elas 
constituem a camada profunda do periósteo que reveste cada osso e também o endósteo que reveste 
a cavidade medular, canais haversianos. 
- Estas células do periósteo ou do endósteo que são estimuladas a proliferar dão origem a 
osteoblastos, em regiões que são bem vascularizadas, e a condroblastos em regiões que não são 
vascularizadas. 
- Estas células participam na reparação das fracturas. 
OSTEOBLASTOS (Fig. 26): 
- Dão origem ao tecido ósseo; 
- No osso adulto são encontradas em áreas de destruição ou regeneração; 
- Forma cúbica ou angular; 
- Apresentam Fosfatase Alcalina que participa da impregnação da matriz orgânica do osso com 
fosfatos. 
 
 
Figura 26- Tecido ósseo (Osteoblastos) 
 
OSTEÓCITOS (Fig. 27): 
- Encontrados em maior número; 
- Forma estrelada; 
- Núcleo compacto; 
Obs.: São as células encontradas no interior da matriz óssea, ocupando lacunas dos quais partem os 
canalículos. 
 
Figura 27- Tecido ósseo – osteoblastos e osteócitos 
 
OSTEOCLASTOS (Fig. 28): 
- Células móveis, gigantes, multinucleadas (6 a 50 ou + núcleos); 
- São células capazes de destruir a cartilagem e o osso; 
- Os osteoclastos derivam dos monócitos do sangue. Após atravessar a parede dos capilares do osso, 
os monócitos fundem-se para formar os osteoclastos. 
 
Figura 28- Tecido ósseo (osteoclasto) 
 
SUBSTÂNCIA INTERCELULAR OU MATRIZ 
Parte inorgânica - representa cerca de 50% do peso da matriz óssea. Os iões mais encontrados são os 
de fosfato e cálcio. Há também bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato. 
* O Ca e P formam cristais de Hidroxiapatita (Ca10 (PO4)6(OH)2) , onde se arranjam ao longo das fibrilas 
do colagénio e são envolvidos por substância fundamental amorfa. 
 
Parte orgânica - formada por fibras de colagénio e por pequena quantidade de substânciafundamental 
que contém proteoglicanas e glicoproteínas. 
 
* A associação de hidroxiapatita com fibras colagénicas é responsável pela dureza e resistência 
característica do tecido ósseo. 
 
Removendo o Ca do osso - mantém a forma intacta, porém tornam-se flexíveis como tendões. 
Removendo o Colagénio (parte orgânica) - através da incineração - o osso também fica com sua forma 
intacta, porém tão quebradiço que dificilmente pode ser manipulado sem se partir. 
 
PERIÓSTEO E ENDÓSTEO 
São as membranas conjuntivas que revestem o osso externamente e internamente. 
Periósteo - É formado por tecido conjuntivo denso, muito fibroso em sua parte externa, e mais celular 
e vascular na porção interna, junto ao tecido ósseo (Fig. 29). 
 
Figura 29- Tecido ósseo- periósteo 
 
 
 
Endósteo - Formado por uma delgada lâmina de tecido conjuntivo frouxo, revestindo as cavidades dos 
ossos esponjosos, canal medular, canais de havers, e canais de volkmann. 
 
No tecido conjuntivo do endósteo e principalmente do periósteo, existem vasos sanguíneos, que se 
ramificam e penetram nos ossos, através de canais encontrados na matriz óssea. 
Principais funções: 
 Nutrir o tecido ósseo, pois dos seus vasos partem ramos que penetram nos ossos pelos canais 
de Volkmann. 
 Servem de fonte de osteoblastos para o crescimento dos ossos. 
 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO ÓSSEO 
* Tecido ósseo rudifibroso ou imaturo ou primário; 
* Tecido ósseo laminoso ou maturo ou secundário (lamelar). 
 
Os dois tipos possuem as mesmas células e os mesmos constituintes da matriz. Porém, no tecido 
ósseo primário, as fibras colagénicas formam conjuntos dispostos irregularmente; e no tecido 
ósseo secundário essas fibras se organizam em lamelas, que adquirem uma disposição muito peculiar. 
 
 
TECIDO ÓSSEO RUDIFIBROSO OU IMATURO OU PRIMÁRIO 
 
Está presente nos embriões, pontos de inserção dos tendões nos ossos, e alvéolo dentário. 
 
Apresenta fibras colagénicas sem organização definida; tem menor quantidade de minerais e maior 
percentagem de osteócitos. É o primeiro tecido ósseo a ser formado, sendo substituído 
gradativamente por tecido ósseo secundário. No adulto é pouco frequente. 
 
TECIDO ÓSSEO LAMINOSO OU SECUNDÁRIO OU MADURO (Fig. 30 e 31) 
 
É o mais desenvolvido no adulto. 
Como característica apresenta fibras colagénicas organizadas em lamelas, que ficam paralelas umas às 
outras, ou se dispõem em camadas concêntricas em torno de canais com vasos, formando o sistema 
de Harvers. As lacunas com osteócitos estão em geral situadas entre as lamelas ósseas, em cada 
lamela, as fibras colagénicas são paralelas umas as outras. 
 
Figura 30- Osso maduro compacto (sistemas de Havers) 
 
 
Figura 31- Esquema de um osso longo 
 
Separando um grupo de lamelas, ocorre frequentemente uma acumulação de proteoglicanas 
(proteínas+ glicosaminoglicanas), que recebe o nome de substância cimentante. 
 
Cada sistema de Harvers ou ósteon (Figs 32 e 33) é constituído por um cilindro longo, às vezes 
bifurcado, paralelo à diáfise e formado por 4 a 20 lamelas ósseas concêntricas. 
 
No centro deste cilindro ósseo existe um canal, o canal de Harvers, que contém vasos, nervos e tecido 
Conjuntivo Frouxo. Oscanais de Harvers comunicam-se entre si, com a cavidade medular e com a 
superfície externa do osso, por meio de canais transversais ou oblíquos, os canais de Volkmann. Estes 
se distinguem dos de Harvers por não apresentarem lamelas ósseas concêntricas. 
 
 
 
Figuras 32 e 33- Sistema de Havers 
 
3.HISTOGÉNESE 
O tecido ósseo é formado por um processo chamado de ossificação intramenbranosa que 
ocorre no seio de uma membrana conjuntiva, ou pelo processo de ossificação endocondral que se 
inicia sobre um modelo cartilaginoso, o qual é destruído gradualmente e substituído por tecido ósseo 
que se forma à partir de células vindas do conjuntivo adjacente. 
 
Tanto na ossificação intramembranosa (Fig. 34) como na endocondral (Fig. 35), o primeiro tecido 
ósseo formado é do tipo primário. Este é pouco a pouco removido e substituído por tecido secundário 
ou lamelar. 
 
Figura 34- Ossificação intramembranosa 
 
Figura 35- Ossificação endocondral 
 
4. HISTOFISIOLOGIA 
Sustentação e protecção 
O tecido ósseo forma o esqueleto que serve de apoio às partes moles do organismo e no qual se 
inserem os músculos voluntários (esqueléticos). Os ossos longos constituem sistemas de alavancas que 
aumentam a força gerada pela contracção muscular. Por sua resistência, os ossos representam uma 
protecção para o sistema nervoso central, contido na caixa craniana e no canal vertebral. Protegem 
também a medula óssea. 
 
Plasticidade 
Apesar da sua resistência às pressões e da sua dureza, o tecido ósseo é muito plástico, sendo capaz de 
remodelar sua estrutura interna em resposta a modificações nas forças e que está submetido 
normalmente. Assim é que a posição dos dentes na arcada dentária pode ser modificada por pressões 
laterais exercidas por aparelhos ortodônticos sobre os mesmos. Ocorre reabsorção óssea no lado em 
que a pressão atua e deposição no lado oposto, que está sujeito a uma tração. Desse modo, o dente 
praticamente caminha na espessura do maxilar. Essa capacidade de reconstrução não é exclusiva do 
osso alveolar, sendo este apenas um exemplo da plasticidade do tecido ósseo, o que contrasta com a 
aparência inerente de um osso seco. 
 
Reserva de cálcio 
O esqueleto contém 99% do cálcio do organismo e funciona como uma reserva deste elemento, cuja 
taxa no sangue (calcemia) e nos tecidos varia muito pouco. O ião cálcio é importante na contracção 
muscular, transmissão do impulso nervoso, coagulação sanguínea, adesão celular... 
 
Há um intercâmbio contínuo entre o cálcio do plasma sanguíneo e o dos ossos. O cálcio absorvido da 
dieta e que faria aumentar a taxa sanguínea é depositado imediatamente no tecido ósseo e, 
inversamente, o cálcio dos ossos é mobilizado quando diminui sua percentagem no sangue. 
 
5. VASCULARIZAÇÃO 
 
Os vasos sanguíneos formam no periósteo uma rede + ou - espessa. Deste ponto tem início pequenos 
ramos arteriais finos que penetram na medula óssea através de perfurações de nutrição e participam 
da rede capilar que a irriga. Os vasos linfáticos se situam principalmente na capa externa do periósteo. 
 
 
6. INERVAÇÃO 
 
É feito por fibras nervosas mielínicas e amnielínicas que formam um plexo frouxo. Uma parte destas 
fibras acompanha os vasos sanguíneos e penetram com os mesmos nos canais de nutrição. Outra 
parte das fibras termina no periósteo como ramificações livres. 
 
 
7. REPARAÇÃO DAS FRACTURAS (Fig. 36) 
 
Nas fracturas ocorre hemorragia local, pela lesão dos vasos sanguíneos do osso e do periósteo. Nota-
se também destruição da matriz e morte de células ósseas junto ao local fracturado. 
 
Para iniciar a reparação, o coágulo sanguíneo e os restos celulares e de matriz devem ser removidos 
pelos macrófagos. O periósteo e o endósteo próximos à área fracturada respondem com uma intensa 
proliferação de seus fibroblastos, que formam um tecido muito rico em células, constituindo um 
colar em torno da fractura e penetrando entre as extremidades ósseas rompidas. 
 
Figura 36- Reparação de uma fractura num osso longo 
 
Nesse anel ou colar conjuntivo, bem como no conjuntivo que se localiza entre as extremidades ósseas 
fracturadas, surge tecido ósseo imaturo, tanto pela ossificação endocondral de pequenos pedaços 
de cartilagem que aí se forma, quanto por ossificação intramembranosa. 
 
Podem ser encontrados no local de reparação ao mesmo tempo: 
 Áreas de cartilagem; 
 Áreas de ossificação intramembranosa e 
 Áreas de ossificação endocondral. 
 
Este processo evolui de modo a aparecer, após algum tempo, um calo ósseo, constituído por tecido 
ósseo imaturo que se formou de modo desordenado, mas que une provisoriamente as extremidades 
do osso fracturado. 
 
Com a volta gradual do osso às suas actividades, irá ocorrer a remodelação do calo ósseo; sendo esta 
remodelação essencial para que o osso retorne a sua estrutura anterior, ou seja, antes de ocorrer a 
fractura. 
 
Pouco a pouco o tecido ósseo primário do calo vai sendo reabsorvido e substituído por tecido ósseo 
lamelar, até que a estrutura que o osso apresentava antes da fractura seja totalmente refeita. 
 
Sugestões de leitura: 
COMARCK, D.H. Fundamentos de Histologia. 2ªed., Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2003, 371p. 
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro: 2004, 
488p. 
 
 
UNIDADE VI - TECIDO HEMOCITOPOIÉTICO 
 SANGUE 
 
Definição 
O sangue é um tecido conjuntivo fluido, no qual as células, ou elementos figurados estão suspensos 
em uma matriz líquida chamada plasma. 
 
Funções 
a) Transporte de oxigênio e dióxido de carbono, pela afinidade pela Hemoglobina. 
b) Transporte de hormônios 
c) Remoção de restos metabólicos 
d) Manutenção do equilíbrio ácido básico 
e) Controle da temperatura corporal 
f) Defesa contra infecções 
 
 Garante a homeostasia do meio interno. 
 
Composição 
Constituído por: 
 Plasma - substância intercelular líquida - que contém proteínas ( albumina, fibrinogénio e 
gamaglobulinas) 
 Células 
- Eritrócitos ou glóbulos vermelhos ou hemácias 
- Leucócitos ou glóbulos brancos 
- Trombócitos ou plaquetas 
Cor 
 Decorre da presença do pigmento hemoglobina do citoplasma dos eritrócitos. O sangue é um líquido 
viscoso e opaco de cor escarlate quando oxigenado e vermelho escuro quando desoxigenado. 
 
 
 
1. DESCRIÇÃO DAS CÉLULAS 
 
1.1. Eritrócitos (Fig. 37) 
Forma →Discos bicôncavos, anucleados e arredondados nos mamíferos, 
 Discos biconvexos, nucleados e elípticos nas aves, répteis e anfíbios. 
Tamanho →Variam em torno de 4 a 7 µm de diâmetro e 2 µm em espessura. 
 O nº total varia com o sexo, idade, atividade fisica... 
Estrutura→O eritrócito é composto por uma membrana ou estroma e a hemoglobina. 
 
Figura 37- Eritrócitos 
 
O tempo de duração dos eritrócitos é em torno de 120 dias, sendo após este tempo eliminadas da 
circulação. São destruídas por fagócitos no baço, fígado e medula óssea. A membrana é eliminada 
do organismo, enquanto que a hemoglobina é reaproveitada pelo organismo. A hemoglobina é 
desdobrada em ferro e bilirrubina. 
 
1.2. Leucócitos (Fig. 38) 
Quando isolados são incolores, e quando juntos mostram uma coloração branca. Possuem suas 
funções somente quando deixam o sistema circulatório e entram nos tecidos. 
 
São células nucleadas, móveis e realizam suas funções nos tecidos. O nº circulante é bem menor em 
relação as hemácias, e ainda variam em situações patológicas, fisiológicas como o stress, exercícios,alimentação, sexo, idade. 
 
 
Figura 38- Tipos de Leucócitos (eosinófilo, neutrófilo, basófilo, linfócito e monócito, respectivamente) 
 
Os leucócitos classificam-se de acordo com a presença ou não de grânulos: 
 
1.2.1. Granulócitos 
a) Eosinófilos: diâmetro - 9 a 15 µm 
* Núcleo bilobulado, rodeado de grânulos acidófilos; 
* Função pouco conhecida, porém presume-se que suas funções principais sejam: 
 Fagocitar e destruir certos complexos Ag-Ac. 
 Limitar e circunscrever processos inflamatórios. 
b) Basófilos: diâmetro 10 a 12 µm 
*Núcleo bilobulado ou forma irregular; podendo apresentar-se com aspecto de letra “S”. 
*Citoplasma carregado de grânulos, os quais muitas vezes obscurecem totalmente o núcleo. 
*São raros no sangue. 
Funções - talvez participem nos estados alérgicos e no stress. 
 
c) Neutrófilos: diâmetro 10 a 12 µm 
*Núcleo lobulado ou segmentado - variando de 2 a 5 lóbulos, núcleo pouco volumoso. 
*Núcleo não lobulado - formas imaturas - bastão, metamielócitos e mielócitos. 
*Grânulos pouco visíveis devido a suas pequenas dimensões. 
Função: constitui a primeira linha de defesa celular contra a invasão de microorganismo, 
sendo fagócitos activos de partículas de pequenas dimensões. 
 
1.2.2. Agranulócitos: 
a) Linfócitos: diâmetro 6 a 8 um. 
*São células esféricas. 
*Núcleo esférico, sua cromatina se dispõem em grumos grosseiros de modo que o núcleo aparece 
escuro nos preparados usuais. 
Funções: relacionado a respostas à antígenos, sintetizando e liberando anticorpos à circulação. Os 
linfócitos funcionalmente são de 2 tipos: os circulantes de longa vida -linfócito T, e os circulantes de 
vida curta - linfócitos B. 
b) Monócitos: diâmetro 9 a 22 µm 
*É o maior de todos os leucócitos; 
*Núcleo ovóide, com forma de rim ou de ferradura, geralmente excêntrico, e mais claro que os demais 
leucócitos. 
*Os monócitos do sangue representam uma fase na maturação da célula mononuclear fagocitária 
originada na medula óssea. Estas células passam para o sangue, onde circulam em torno de 3 dias e 
depois vão para os tecidos convertendo-se em macrófagos onde fagocitam restos celulares e 
substâncias estranhas. 
 
 
2. Trombócitos ou plaquetas (Fig.39) 
São corpúsculos ovais ou irregulares, e anucleados, que corresponde a metade de um eritrócito em 
diâmetro. Originam-se da fragmentação do citoplasma dos megacariócitos maduros. 
 
Funções: Hemostasia de aderência, coagulação sanguínea, retracção do coágulo. 
 
As plaquetas tampam pequenos defeitos no revestimento endotelial dos vasos sanguíneos e 
bloqueiam a hemorragia através da coagulação. Normalmente, o revestimento dos vasos possui uma 
superfície lisa; quando ocorre uma falha no endotélio, esta superfície se modifica. Então, as plaquetas, 
que fluem no sangue ao longo do lúmem, aderem à superfície modificada e circundam a falha, de tal 
forma que o defeito desaparece. 
 
Quando um vaso sanguíneo é cortado, ocorre hemorragia. O sangue flui para o exterior através da 
parede aberta do vaso e as plaquetas começam a aderir à área danificada. A contínua acumulação de 
plaquetas reduz a área afectada e, posteriormente fecha a abertura. Este processo é auxiliado pela 
contracção da musculatura lisa da parede do vaso, que contribui ainda mais para o fechamento da 
abertura. Além disso, o sangue adjacente à área de agrupamento de plaquetas pode coagular. 
 
 
 
Figura 39- Plaquetas sanguíneas 
 
3. PLASMA 
É de cor âmbar, é o componente fluido do sangue. Constitui cerca de 55% do volume sanguíneo dos 
quais: 
90% água 
7% proteínas (albumina, fibrinogénio e gamaglobulinas); 
1% substâncias inorgânicas - K, Cl, Na, HCO3; 
1% substâncias orgânicas não proteicas; 
 Restante - gases dissolvidos, hormonas e pigmentos. 
 
 
FUNÇÕES DAS PROTEÍNAS PLASMÁTICAS 
1. Exercem pressão sanguínea 
2. Auxiliam na coagulação sanguínea 
3. Contribuem com a viscosidade do sangue em relação a pressão sanguínea; 
4. Servem como tampões, mantendo constante a concentração de íon hidrogénio no sangue; 
5. Auxiliam no transporte de Fe e hormonas; 
6. Contribuem no desenvolvimento da imunidade, através das gamaglobulinas. 
 
As proteínas plasmáticas são formadas no fígado pelos hepatócitos a partir de aminoácidos. Os 
plasmócitos são responsáveis pela síntese das gamaglobulinas, que são os anticorpos. 
 
4. MEDULA ÓSSEA 
As células do sangue geralmente não se multiplicam na corrente sanguínea e, tendo duração 
relativamente curta, são continuamente substituídas por células novas originadas da medula óssea 
vermelha, que é constituída por tecido mielóide. 
 
Os eritrócitos, granulócitos, monócitos e plaquetas são produzidos exclusivamente na medula óssea. 
Os linfócitos originam-se directamente da medula óssea, e também em outros órgãos, mas por divisão 
mitótica de células derivadas daquelas. As células precursoras saem da medula óssea e levadas pelo 
sangue vão fixar-se nos órgãos formados por tecido linfóide (gânglios, tonsilas, baço, timo, nódulos 
linfóides), onde proliferam e produzem linfócitos para o sangue. 
 
A medula óssea é encontrada no canal medular dos ossos longos e cavidades dos ossos esponjosos. 
Consiste de uma rede tridimensional de fibras reticulares que sustentam células reticulares; as artérias 
nutridoras que suprem a medula ramificam-se em arteríolas e capilares que, por sua vez, se abrem nos 
sinusóides. O revestimento endotelial dos sinusóides permite que um grande número de células 
sanguíneas recentemente formadas passe para circulação, passando entre as células endoteliais 
destes capilares. 
Distinguem-se: 
MEDULA ÓSSEA VERMELHA - ou Hematógena, que deve sua cor à presença de numerosos eritrócitos 
em diversos estágios de maturação; 
MEDULA ÓSSEA AMARELA - Rica em células adiposas e que não produz células sanguíneas. 
Nos recém-nascidos toda a medula óssea é vermelha, e, portanto, activa na produção de células do 
sangue. Com o avançar da idade, porém, a maior parte da medula óssea transforma-se em amarela, 
existindo medula óssea vermelha no adulto apenas no esterno, costelas, vértebras, no adulto jovem 
nas epífises proximais do fémur e úmero. 
 
FUNÇÕES 
MEDULA ÓSSEA VERMELHA: 
. Produção de células sanguíneas 
. Armazenamento de Fe - ferritina e hemossiderina 
. Produção de células indiferenciadas que, levadas pelo sangue, vão se estabelecer nos órgãos 
linfóides. Estas células são precursoras dos linfócitos T e B. 
 
MEDULA ÓSSEA AMARELA: 
Actua como órgão de reserva nutritiva por sua riqueza em células adiposas. Representa uma 
reserva de tecido hemocitopoiético. Nas situações em que a produção de células sanguíneas deve ser 
aumentada (hemorragias frequentes, destruição excessiva de hemácias), parte da medula óssea 
amarela se transforma em medula óssea vermelha e retorna a actividade hematógena, devido a 
células indiferenciadas existentes entre as células adiposas. 
 
 
Sugestão de Leitura 
COMARCK, D.H. Fundamentos de Histologia. 2ªed., , Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2003, 371p. 
GARTNER, L.P.; HIATT, J.L. Atlas Colorido de Histologia. 4ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 
2007, 431p. 
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1990. 
488 p. 
SNELL, R.S. Histologia Clínica. Rio de Janeiro, Interamericana, 1985. 686 
 
 
 
 
 
UNIDADE VII - TECIDO LINFÓIDE 
 
1. GENERALIDADES 
O tecido linfóide (Fig. 40), também conhecido como tecido percular, é uma variedade do tecido 
conjuntivo presente em órgãos como os rins, intestinos enos gânglios linfáticos. 
O tecido percular ou linfa é formado a partir da filtração do excesso de líquido linfático extravasado 
dos capilares sanguíneos. As células mais abundantes no tecido linfático são os linfócitos. Esse 
tecido, no entanto, é desprovido de hemácias e de trombócitos. 
 
Figura 40- Tecido linfóide 
O sistema linfático está ligado ao sistema circulatório sanguíneo. A linfa, captada nos demais 
tecidos por capilares específicos, é direccionada por ductos específicos mais ou menos espessos até 
o sistema sanguíneo venoso, onde esta mistura-se ao sangue. 
Este tecido é formado por um conjunto de células reticulares, fibras reticulares e macrófagos fixos. Nas 
malhas deste tecido existem células livres, principalmente linfócitos T e B em diversas fases de 
maturação, macrófagos livres e plasmócitos. 
 
 
Há 3 tipos de tecido linfóide: 
Tecido linfóide frouxo - predomínio de células fixas. 
Tecido linfóide denso - predomínio de células livres (linfócitos). 
Tecido linfóide denso nodular - forma estruturas esféricas. 
Tecido linfóide denso cordonal - formam estruturas em forma de cordões. 
 
O conjunto dos órgãos linfóides, mais a acumulação de tecido linfóide em outros órgãos, os linfócitos 
do sangue e linfa, e os linfócitos e plasmócitos do tecido conjuntivo, constituem o sistema imunitário, 
cuja função é o reconhecimento e defesa contra macromoléculas que penetram no organismo 
isoladamente ou como parte da estrutura superficial de um vírus ou microorganismos. 
 
A medula óssea e o timo são considerados órgãos linfóides primários ou centrais, sendo sua função 
marcar os linfócitos. Os demais órgãos (linfonodo, tonsila, baço e os nódulos linfóides espalhados pelo 
organismo) são denominados de secundários, tendo como função reagir frente a antígenos. 
 
 
2. ÓRGÃOS LINFÓIDES 
 
2.1.NÓDULOS LINFÓIDES OU FOLÍCULOS LINFÓIDES 
 
São encontrados isolados no tecido conjuntivo frouxo (Figura 41) de diversos órgãos 
(principalmente na lâmina própria do tubo digestivo, vias respiratórias e vias urinárias). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 41- Nódulo linfóide abaixo do epitélio de revestimento da língua 
Esses nódulos não apresentam cápsula conjuntiva e podem ocorrer em grupos, formando acúmulos, 
como as placas de Peyer no íleo. Os nódulos são estruturas temporárias, podendo aparecer e 
desaparecer de um determinado local. Cada nódulo linfático é uma estrutura esférica com 0,2 a 1 mm 
de diâmetro. 
 
Frequentemente, o interior do nódulo apresenta uma região menos corada, o centro germinativo. Este 
aspecto deve-se ao fato da região central de muitos nódulos ser rica em linfócitos imaturos, que tem 
núcleos mais claros, e devido a isto, contrastam com os linfócitos menores e de núcleos mais escuros, 
localizados na periferia do nódulo. 
 
A presença do centro germinativo indica que o nódulo está em grande actividade no sentido da 
produção de linfócitos. O centro germinativo pode aparecer e desaparecer num nódulo, conforme o 
estado funcional deste. 
 
Nos nódulos (tecido linfóide nodular) predominam as células livres, constituídas principalmente por 
linfoblastos, linfócitos grandes, médios e pequenos, e plasmócitos em diversos estágios de maturação; 
e células fixas: macrófagos e células reticulares. 
 
2.2 LINFONODOS OU GÂNGLIOS LINFÁTICOS (Fig. 42) 
 
São órgãos encapsulados constituídos por tecido linfóide e que aparecem espalhados pelo corpo, 
sempre no trajecto dos vasos linfáticos. 
 
Figura 42- Nódulo linfático 
Os nódulos linfáticos são arredondados ou reniformes (um lado convexo e outro côncavo onde está o 
hilo, pelo qual penetram as artérias nutridoras e saem as veias). A linfa que atravessa os nódulos 
linfáticos penetra pelos vasos linfáticos, que desembocam na borda convexa do órgão (vasos 
aferentes) e saem pelos linfáticos do hilo (vasos eferentes). 
 
A cápsula de tecido conjuntivo denso que envolve os nódulos linfáticos envia trabéculas para o seu 
interior, dividindo o parênquima em compartimentos incompletos. O parênquima do nódulo linfático 
é dividido numa região cortical, que se localiza abaixo da cápsula, ausente no hilo, e numa região 
medular, que ocupa o centro do órgão e seu hilo. 
 
Além destas regiões, descreve-se também uma zona paracortical, localizada entre a cortical e a 
medular. Esta região é mal definida morfologicamente. 
 
ESTRUTURA HISTOLÓGICA 
Região Cortical - tecido linfóide frouxo, que forma os seios subcapsulares e peritrabeculares, e por 
nódulos linfóides (tecido linfóide denso). 
Região Medular - constituída pelos cordões medulares (tecido linfóide denso); seios medulares (tecido 
linfóide frouxo). 
Região Paracortical - constituída por tecido linfóide denso. 
 
HISTOFISIOLOGIA 
Os nódulos linfáticos são verdadeiros filtros da linfa. Estão espalhados por todo o corpo, e a linfa antes 
de atingir o sangue, atravessa pelo menos um nódulo linfático 
 
A linfa aferente chega aos seios subcapsulares, passa pelos seios peritrabeculares e daí para os seios 
medulares, saindo pelos linfáticos eferentes. Estes podem ser comparados ás cavidades de uma 
esponja, pelos quais a linfa circula muito lentamente. Isto favorece um contato íntimo e demorado 
com os macrófagos aí situados, o que facilita a fagocitose de moléculas e partículas estranhas trazidas 
pela linfa. 
 
 
 
2.3.AMIGDALAS OU TONSILAS (Fig. 43) 
São órgãos constituídos por aglomerados de tecido linfóide, colocados abaixo do epitélio da boca e da 
faringe. Distinguem-se as amígdalas: faríngicas, palatinas e linguais. 
 
Figura 43- Amígdalas palatinas 
Ao contrário dos nódulos linfáticos, as amígdalas não se situam no trajecto de vasos linfáticos. 
Produzem linfócitos, muitos dos quais penetram no epitélio e o atravessam, caindo na boca e na 
faringe. 
 
TONSILAS PALATINAS: São em número de duas, localizadas na parte oral da faringe. Nelas o tecido 
linfóide denso forma uma faixa sob o epitélio estratificado plano; esta faixa contem nódulos linfáticos, 
em geral com centros germinativos (Fig.44). 
 
Fig. 44- Corte histológico de uma amígdala 
 
Cada amígdala tem 10 a 20 invaginações epiteliais que penetram profundamente no parênquima, 
formando as criptas. Essas criptas contêm células epiteliais descamadas, linfócitos vivos e mortos e 
bactérias, podendo aparecer como pontos purulentos nas amigdalites. 
 
Separando o tecido linfóide dos planos profundos há uma faixa de tecido conjuntivo denso, a cápsula 
da amígdala. Essa cápsula representa uma barreira à propagação das infecções das amígdalas. 
 
AMÍGDALA FARINGICA: Esta amígdala é única e situa-se na porção superoposterior da faringe, sendo 
recoberta pelo epitélio típico das vias respiratórias. Esta amígdala é formada por pregas da mucosa e 
contém tecido linfóide difuso e nódulos linfóides. Esta amígdala não possui criptas. A cápsula é mais 
fina em relação à palatina. 
AMÍGDALAS LINGUAIS: Possuem pequeno diâmetro, porém são mais numerosas. Situam-se na base 
da língua, sendo recobertas por epitélio estratificado plano. Em cada amígdala, o epitélio forma uma 
invaginação que se aprofunda muito, originando uma cripta. 
 
2.4.TIMO 
Na anatomia humana, o timo é um órgão linfático que está localizado na porção antero-superior da 
cavidade torácica (Fig. 45 e 46). Limita-se superiormente pela traqueia, a veia jugular interna e a 
artéria carótida comum, lateralmente pelos pulmões e inferior e posteriormente pelo coração. É 
vital contra a auto-imunidade. Ao longo da vida, o timo involui (diminui de tamanho) e é 
substituído por tecido adiposo nos idosos, o que acarreta

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