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Patologia Geral Caso SI 1 1. Diferenciar inflamação aguda e crônica. Descrever os tipos celulares mais encontrados nas inflamações agudas, crônicas e alérgicas. Introdução A inflamação é o evento destinado a eliminar a causa inicial de uma lesão celular, bem como as células e tecidos necróticos que resultam dessa lesão, além de iniciar o processo de reparo. Ela realiza sua função protetora diluindo, destruindo ou neutralizando os agentes nocivos (como toxinas). Sem inflamação, as infecções prosseguiriam sem controle e as feridas jamais cicatrizariam. Embora faça parte dos mecanismos de defesa contra grande número de agressões, em muitos casos ela própria pode também causar danos ao organismo. Agressões exógenas (físicas, químicas ou biológicas) ou endógenas (estresse metabólico) constituem o que se denominam agentes inflamatórios. Inflamação Aguda X Crônica ●Inflamação aguda é de início rápido e de curta duração (poucos minutos a poucos dias), e caracteriza-se pela exsudação de líquido e proteínas plasmáticas, além do acúmulo de leucócitos polimorfonucleares. ●Inflamação crônica é de duração mais longa (dias a anos) e é caracterizada pelo influxo de linfócitos e macrófagos com proliferação vascular associada e fibrose (cicatrização). *As duas formas básicas de inflamação podem se sobrepor, e muitas variáveis modificam seu curso e aspecto histológico. de Histologia Os leucócitos são células temporárias, esféricas e com a principal função de defesa do organismo contra infecções. São produzidas na medula óssea (assim como os eritrócitos) ou em tecidos linfoides. Em linhas gerais, o sistema imune é responsável por reconhecer e destruir substâncias de potencial perigoso ao organismo. Os leucócitos são divididos em dois grupos, os granulócitos (também chamados de leucócitos polimorfonucleares) que são aqueles que apresentam grânulos específicos no citoplasma, núcleo irregular/ segmentado e como exemplo se tem os neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Os agranulócitos (também chamados de leucócitos mononucleares) que são aqueles sem grânulos no citoplasma, têm núcleo mais regular e os principais representantes desse grupo são os linfócitos e os monócitos. Os mononucleares vão receber nomes diferentes de acordo com o local onde se encontram (macrófagos estão nos tecidos enquanto monócitos estão no sangue). Tipos Celulares na Inflamação Em geral, em inflamações agudas, o grupo de células inflamatórias mais presentes é o de leucócitos polimorfonucleares, sendo o neutrófilo a célula predominante nesse tipo de inflamação. Já nas inflamações crônicas, o grupo mais frequente é o de leucócitos mononucleares, sendo os linfócitos e os macrófagos as células encontradas em maior quantidade. Uma inflamação de causa alérgica apresenta predomínio de eosinófilos. *É importante se atentar a palavra “predominante”, pois ela indica que existem outras células nessas inflamações, porém, que há um predomínio de determinada célula. Linfócitos São os leucócitos de menor tamanho e são responsáveis pela defesa imunológica do organismo. Eles reconhecem moléculas estranhas e as combatem por resposta humoral (imunoglobulinas). São células com tempo de sobrevivência variada, são esféricas, com pouco citoplasma, com núcleo esférico e roxo Podem ser classificados de acordo com as moléculas encontradas em sua superfície. Os linfócitos B se diferenciam em plasmócitos e sintetizam imunoglobulinas (anticorpos que formam a imunidade de base humoral), já os linfócitos T são . células efetoras e reguladoras que podem eliminar células estranhas, neoplásicas ou alteradas por vírus (imunidade de base celular), se originam na medula e sofrem maturação no timo. Os linfócitos B se formam e amadurecem na medula óssea já na sétima semana de vida, podendo apresentar dois tipos de resposta imune, uma primária (há clones de Linfócitos B que formam plasmócitos para a síntese de imunoglobulinas) ou secundária (há a formação de células de memória). Monócitos São as maiores células do sangue, tem núcleo em forma de rim ou são ovoides, são núcleos mais claros que os dos linfócitos. Apresentam microvilosidades e vesículas de pinocitose em sua superfície Sua principal função é se diferenciar em macrófagos (participam do sistema mononuclear fagocitário) para fagocitarem células mortas, bactérias e substâncias estranhas. Eles também apresentam antígenos aos linfócitos. Neutrófilos São células com núcleo formado por de 2 a 5 lóbulos (mais frequentemente 3) ligados entre si por finas pontes de cromatina. Em mulheres, o núcleo ainda apresenta o Corpúsculo de Bahr. Os grânulos do citoplasma são pequenos e azurófilos (lisossomos). Constituem a primeira linha de defesa contra invasão de micro-organismos, protegem as células de agentes oxidantes e fagocitam bactérias, fungos e células mortas. Eosinófilos Têm o mesmo tamanho dos neutrófilos, são menos numerosos que eles, seu núcleo é bilobulado. Seus grânulos são acidófilos (laranja ou rosado). Limitam o processo alérgico, têm ação antiviral, destroem parasitas e fagocitam o complexo antígeno-anticorpo. Basófilos Têm núcleo volumoso e retorcido (em forma de S), sua meia vida é de cerca de 2 dias e apresenta grânulos metacromáticos (corados em roxo). Participam de reações alérgicas, liberam histamina e outros mediadores de inflamação e têm ação imunomoduladora (dos linfócitos T). 2. Discutir os sinais flogísticos da inflamação. Os cinco sinais, denominados flogísticos ou cardinais, da inflamação são tumor, calor, rubor, dor e perda de função. Esses sinais são característicos da inflamação aguda, pois nas inflamações crônicas eles são atenuados ou desaparecem. Para entender esses sinais deve-se ter em mente pelo menos uma base das fases da inflamação. A primeira fase, chamada de fase irritativa, é onde acontecem modificações morfológicas e funcionais dos tecidos agredidos, o que promove a liberação de mediadores químicos que desencadeiam as próximas fases. A segunda fase, chamada de fase vascular, é onde acontecem alterações hemodinâmicas no local de agressão, alterando-se a circulação e a permeabilidade vascular. A terceira fase, chamada de fase degenerativa-necrótica, é a fase em que se origina um material necrótico graças a alterações irreversíveis nas células causadas pela ação do agente agressor ou pelas fases anteriores. Por fim, a última fase da inflamação é a fase produtiva-reparativa, onde se tem uma proliferação celular local a fim de concluir a destruição do agente agressor e reparar o tecido lesado. Quanto aos sinais flogísticos, o tumor vai ser causado pela fase vascular e pela produtiva-reparativa, tanto pelo extravasamento de líquido e células dos capilares quanto pela própria proliferação celular local. O calor e o rubor são causados pela fase vascular, onde há o aumento do volume de sangue local (hiperemia arterial) e o consequente aumento da temperatura local e da coloração avermelhada. A dor é o sinal causado pela compressão de fibras nervosas pelo edema, pela agressão às fibras nervosas e pela ação farmacológica que pode afetar as terminações nervosas. Por fim, a perda de função é o sinal fruto do edema e da dor, pois ambos dificultam as atividades locais, principalmente considerando inflamações articulares.
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