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Gabarito AD2 2016-1- QEP 1) Defina pilhas galvânicas exemplificando com a pilha de Daniel. Apresente-a e mostre todos os processos que ocorrem na produção de energia elétrica e como se calcula a força eletromotriz de uma pilha. A pilha galvânica é um dispositivo onde ocorre espontaneamente uma reação de oxidação e redução, capaz de produzir energia elétrica. Um exemplo de pilhas Galvânicas seria a Pilha de Daniell que consiste numa reação química de oxidação e redução entre zinco e cobre que é capaz de produzir corrente elétrica. Zn0 (s) + Cu2+(aq) ↔ Zn2+(aq) + Cu0 (s). Para exemplificar a Pilha, Daniell montou um sistema com dois eletrodos interligados, constituídos de uma placa de Zinco (Zn) numa solução de ZnSO4 e uma placa de Cobre (Cu) numa solução de CuSO4. As duas soluções são ligadas por uma ponte salina, ou por uma parede porosa. O eletrodo de Zinco é o ânodo, com carga negativa - placa de maior potencial de oxidação O eletrodo de Cobre é o cátodo, com carga positiva - placa de menor potencial de oxidação Os elétrons circulam do eletrodo de maior potencial de oxidação para o de menor potencial de oxidação. No caso da pilha de Daniell os elétrons vão do zinco para o cobre, ou seja do polo negativo para o polo Positivo. Ânodo ocorre a reação de oxidação – Zn0 ==> Zn2+ + 2é (Semirreação do ÂNODO) Cátodo ocorre a reação de redução - Cu2+ + 2é ==> Cu0 (Semirreação do CÁTODO) A solução de CuSO4, inicialmente era azul devido a presença dos cátions Cu2+. Entretanto, com a ocorrência da reação de redução, a concentração da solução diminui e, consequentemente, a solução fica incolor. A redução do Cu2+ forma o Cu0 que se deposita na placa de cobre. E, dessa forma, observa-se que a massa da placa de cobre fica maior com o passar do tempo. O zinco é o mais reativo e sofre oxidação, doando os elétrons para o cobre, diminuindo a massa da placa de zinco. Somando as duas semirreações, chega-se à reação global da pilha de Daniell: Semirreação no ânodo: Zn (s) ↔ Zn2+(aq) + 2e- Semirreação no cátodo: Cu2+(aq) + 2 e- ↔ Cu (s) Reação Global: Zn (s) + Cu2+( aq) ↔ Zn2+(aq) + Cu (s) A pilha de Daniell é representada pela seguinte notação: Zn°/Zn2+//Cu2+/Cu° Ânodo - Ponte Salina (//) - Cátodo A força eletromotriz (f.e.m.) é uma grandeza escalar cuja unidade é o volt, designando a tensão existente nos terminais de uma bateria ou gerador elétrico. Desse modo, conhecendo a f.e.m. de um gerador podemos calcular a energia que ele fornece ao circuito durante certo tempo. A f.e.m (∆E0) de uma pilha, em condições-padrão (soluções 1mol/L e a 25°C) é a diferença entre o E0 do oxidante (catodo) e o E0do redutor (anodo). Com base nas semirreações da Pilha de Daniell podemos calcular a força eletromotriz Semirreação no ânodo: Zn( s) ↔ Zn2+(aq) + 2 e- Semirreação no cátodo: Cu2+(aq) + 2 e- ↔ Cu(s) Para fazer o cálculo utilizamos a tabela de potencial padrão de redução Zn2+ + 2e- ==> Zn0 Eo = - 0,76 V Cu2+ 2e- ==> Cu0 E0 = + 0,34 V Aplica-se a fórmula ∆E0 = E0 CÁTODO – E0 ÂNODO Temos, portanto: ∆E0 = 0,34 - (- 0,76) ∆E0 = 0,34 + 0,76 = 1,10 V Outro modo de explicar As Pilhas galvânicas possuem por princípio a transferência de elétrons de forma espontânea, através do contato entre dois metais com diferentes potenciais, ocorrendo uma reação de oxi-redução, em um meio eletrolítico. Exemplo: Pilha de Daniel fonte: https://eletroquimicas.wordpress.com/pilha-de-daniell/ A pilha de Daniel é composta por duas semi-células contendo em uma delas uma barra do metal cobre (Cu0) imerso em uma solução de um sal de cobre (Sulfato de cobre 1mol.L-1) a outra semi-célula é formada por uma barra do metal zinco (Zn0) e um sal de zinco (sulfato de zinco 1 mol.L-1). As semi-células são interligadas por uma ponte salina contendo uma solução de cloreto de potássio, responsável pelo equilíbrio iônico através do transporte dos íons entre as duas soluções. Um fio condutor liga as duas barras metálicas, através deste fio ocorre a transferência de elétrons do pólo negativo (Zn) para o pólo positvo (Cu). As reações envolvidas no processo são: Polo negativo: Zn0 � Zn+2 + 2e- Polo positivo: Cu+2 + 2e- � Cu0 Equação global: Zn0 + Cu+2 � Zn+2 + Cu0 A fem ou ddp é calculada através da diferença de potencial entre os dois metais ddp = > potencial de redução – < potencial de redução Para a pilha de Daniel temos: Ered Zn = - 0,76 V Ered Cu = + 0,34 V ddp Pilha de Daniel = (+0,34) - (-0,76) ddp igual = 1,1 V 2) No texto fala-se de região anódica e região catódica. Usando a pilha de Daniel como exemplo Quais são essas regiões? Justifique. De acordo com descrição da pilha de Daniell, a região anódica é onde ocorre a semirreação de oxidação e a região catódica é onde ocorre a semirreação de redução. Verifica-se pelo texto que a formação da ferrugem é um bom exemplo para descrever as regiões anódicas e catódicas pelo processo chamado de corrosão eletroquímica. O ferro se oxida facilmente quando exposto ao ar úmido (oxigênio (O2) e água (H2O)). Essa oxidação resulta no cátion Fe2+, formando o polo negativo (que perde elétrons) da pilha: Ânodo: Fe(s) → Fe2+ + 2e-, semirreação de oxidação Entre os vários processos de redução que podem ocorrer a mais significativa é a da água: Cátodo: 2H2O + 2é � H2 + 2OH–, semirreação de redução Enquanto os cátions Fe2+ migram para o polo negativo (cátodo), os ânions OH- migram para o polo positivo (Ânodo) e ocorre a formação do hidróxido ferroso [Fe(OH)2]. Fe2+ + 2OH– → Fe(OH)2 Num meio com baixo teor de oxidação, o Fe(OH)2 sofre a seguinte transformação: 3Fe(OH)2 ==> Fe3O4 + 2H2O + H2 Caso o teor de oxigênio seja elevado, tem-se 2Fe(OH)2 + H2O 1/20 O2 ==> 2Fe(OH)3. O Fe(OH)3 perde água e se transforma em Fe2O3.H2O, que possui uma coloração castanho-avermelhada que é a ferrugem que conhecemos: 2Fe(OH)3 → Fe2O3.H2O + 2H2O Outro modo de explicar Anódica é a semicélula que contém o eletrodo de zinco, porque é onde ocorre a reação de oxiredução (Perde de elétrons). Catódica onde se encontra o eletrodo de cobre, porque é onde ocorre a reação de redução (recebe elétrons). 3) No texto temos a seguinte definição: A corrosão química, também conhecida como seca, por não necessitar de água, corresponde ao ataque de um agente químico diretamente sobre o material, sem transferência de elétrons de uma área para outra. E dá como exemplo: No caso de um metal, o processo consiste numa reação química entre o meio corrosivo e o material metálico, resultando na formação de um produto de corrosão sobre a sua superfície. Um exemplo desse processo é a corrosão de zinco metálico em presença de ácido sulfúrico: Zn + H2SO4 → ZnSO4 + H2. a) Você concorda com o exposto no texto de que nesta reação não há transferência de elétrons? Justifique. Há transferência de elétrons sim. Zn + H2SO4 ⇒ ZnSO4 + H2 ZnO ==> Zn2+ + 2e 2H+1 + 2e ==> H2 Há transferência de 2 elétrons Outro modo de explicar Não está correto o exemplo dado da reação do metal (Zn metálico) em presença de ácido sulfúrico, pois há transferência de elétrons e consequentemente oxiredução. b) Essa reação poderia ser usada para gerar energia (fem)? De acordo com o potencial padrão de redução temos: Zn0 ==> Zn2+ + 2e ==== E0 = -0,76 V (anodo) 2H+1 + 2e ==> H2 ==== E0 = 0,0 V (cátodo) ∆E0 = E0 CÁTODO – E0 ÂNODO Temos, portanto: ∆E0 = 0,0 - (- 0,76) ∆E0 = + 0,76 V Outro modo de explicar Sim, se usarmos a ddp entre o Zn e o H2 teremos: Equação de oxidação: Zn0 � Zn+2 + 2e- Equação de redução:2H+1 + 2e- � H20 Equação Global: Zn0 + 2H+1 � Zn+2 + H20 Ered Zn = - 0,76 V Ered H = 0 V ddp reação = (0) - (-0,76 ) ddp igual = +0,76 V Resultado positivo indica reação espontânea logo podemos dizer que gera energia 4) No texto temos um exemplo de proteção catódica através da fixação do zinco no casco de um navio (ferro). Pesquise outro exemplo sobre o uso deste processo, com um metal diferente do zinco. Descreva o exemplo, identifique os metais envolvidos deixando claro qual deles está servindo como protetor e qual está sendo protegido, justifique o uso do metal escolhido para esta proteção através de seu conhecimento sobre oxirredução. Coloque as reações envolvidas no processo. Coloque a fonte de sua pesquisa. Há dois tipos de proteção catódica para estruturas metálicas: galvânica e por corrente impressa. Na galvânica, também chamada de proteção por ânodos de sacrifício, utiliza-se um metal mais eletronegativo (ânodo galvânico) que a tubulação, observando-se que a perda de elétrons da estrutura para o meio (o que causa a corrosão) é compensada pela ligação da estrutura metálica ao ânodo de sacrifício - normalmente, um eletrodo de cobre e sulfato ou magnésio. O direcionamento da corrente elétrica preserva a tubulação metálica, e a corrosão ocorre no ânodo. A Proteção catódica por corrente impressa, baseia-se também em transferir a corrosão a um ânodo enterrado. Porém, ele utiliza uma fonte externa de energia, de corrente contínua, chamada de retificador. Dessa forma, se faz a ligação entre o ânodo instalado no solo e a tubulação (cátodo) a ser protegida. Existem vários metais que podem ser utilizadas como ânodo de sacrifício como zinco, magnésio, alumínio, etc. Este metal de sacrifício ou ânodo de sacrifício é colocado em contato com o objeto que se quer proteger e deve possuir um potencial de oxidação maior que o objeto que se quer proteger, para, assim, oxidar-se no lugar dele. Exemplos: 1) Utilização do Magnésio (Mg) para proteger o Ferro De acordo com as semirreações de redução abaixo: Fe2+ + 2 e- → Fe(s) E0 = - 0,44 V Mg2+ + 2 e- → Mg(s) E0 = - 2,37 V Verifica-se que o magnésio possui potencial de redução menor que o do ferro e, desta forma, a tendência do magnésio de se oxidar é maior que a do ferro. Sendo assim, liga- se uma peça de ferro a esse metal, formando uma pilha galvânica, em que o ferro é o cátodo e o magnésio funciona como ânodo. Isso significa que, em contato com o ar, o magnésio irá oxidar-se, e não o ferro: Mg(s) → Mg2+ + 2 e- Observa-se que a oxidação do magnésio fornece elétrons, que irão reduzir os íons Fe2+ a ferro metálico (Fe(s)), impedindo assim que ele seja corroído: Fe2+ + 2 e- → Fe(s) Para proteção do Ferro também pode-se utilizar o Zinco, conforme descrito no texto, já que o zinco possui potencial de redução menor que o do ferro também. Zn2+ + 2 e- → Zn(s) E0 = - 0,76 V Bibliografia PERUZZO. F.M.; CANTO. E.L., Química na abordagem do cotidiano, volume 2, 4ª edição, ed moderna, São Paulo, 2006. FELTRE, Ricardo. Fundamentos de Química: vol. único. 4ª.ed. São Paulo: Moderna, 2005. 700 p. Outro modo de explicar A correção desta questão vai depender da resposta de cada aluno, o importante é observar se está correta a relação entre os papéis de cada metal (protetor – o que sofre a oxidação) ou protegido. A justificativa deve estar associada a diferença de potenciais entre eles observando quem terá o maior potencial de oxidação entre os dois escolhidos para que seja usado como anodo de sacrifício. Por fim observar as reações se estão corretas e balanceadas.
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