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12/4/2017 1 Material externo e frouxo da superfície terrestre Em agricultura e geologia, solo é a camada que recobre as rochas, sendo constituído de proporções e tipos variáveis de minerais de húmus Solos minerais Derivados das atividades de erosão (clima sobre rochas e outros materiais inorgânicos) Solos orgânicos Derivados da sedimentação em pântanos e brejos 12/4/2017 2 Composição do solo Desenvolvimento do solo decorrente de interações complexas Material parental (rochas, areia, ...), topografia, clima e organismos vivos Sistemas biológicos Plantas Animais Microrganismos: grande diversidade e abundância Bactérias: grupo mais numeroso e mais diversificado (3 x 106 a 5 x 108/g de solo seco) Streptomyces Os actinomicetos Micromonospora solos secos e quentes Ordem de grandeza: milhões/g de solo. há outros m.os. concorrentes; Obs: 1 a síntese 2 Bacillus/ Chlostridium/Arthrobacter Pseudomonas/Rhizobium/Nitrobacter Cianobactérias/Bactérias fotossintéticas Bilhões/g de solo 12/4/2017 3 Fungos: 5 x 103 - 9 x 105/g de solo seco - limitados à superfície do solo, favorecidos em solos ácidos, ativos decompositores de tecidos vegetais , melhoram a estrutura física do solo - Leveduras solos de vinhedo, pomares, solos com abundância em folhas, troncos, frutas que caem no solo Algas: 103 - 5 x 105/g de solo seco - abundantes na superfície, acúmulo de matéria orgânica em solos nus e erodidos - Chlorophyta, Chrysophyta Protozoários e vírus: equilíbrio das populações, predadores de bactérias, parasitas de bactérias, fungos, plantas, etc. Fotoautrotóficas superfície do solo Algas + fungos auxiliam na transformação do material rochoso em solo Terras improdutivas e com erosão 12/4/2017 4 Fungos: 5 x 103 - 9 x 105/g de solo seco - limitados à superfície do solo - favorecidos em solos ácidos - ativos decompositores de tecidos vegetais - melhoram a estrutura física do solo Algas: 103 - 5 x 105/g de solo seco - abundantes na superfície - acúmulo de matéria orgânica em solos nus e erodidos Protozoários e vírus: equilíbrio das populações, predadores de bactérias, parasitas de bactérias, fungos, plantas, etc. Szabolcs (1994) Plataforma de sustentação dos ecossistemas Integra as esferas do planeta Mediador dos processos globais Alteração em qualquer característica implica na alteração das demais 12/4/2017 5 Micro-organismos mobilizados em microcolônias aderidas às partículas de solo Microbiologia de Brock, 2010, 12a Ed. Processos Biológicos do Solo Inter-relações e Funções no Ecossistema Siqueira & Trannin, 2003 12/4/2017 6 Biomassa Microbiana Parte viva da matéria orgânica do solo, composta por todos os organismos menores que 5x10-3 mm3 Fungos, bactérias, actinomicetos, leveduras e microfauna (protozoários) - Cerca de 98% do C-orgânico do solo é matéria orgânica morta - 2% do C-orgânico do solo é composto pela fração viva 5 a 10% - Raízes 15 a 30% - Macrofauna 60 a 80% - Microrganismos (1 a 5% da MOS total) BIOMASSA Decomposição da matéria orgânica e produção de húmus Controle biológico de patógenos Alteração das características físicas do solo (e.g. agregação) Produção de metabólitos diversos: antibióticos, ácidos orgânicos, hormônios, alelopáticos Decomposição de xenobióticos Nutrição vegetal. Fixação biológica de N2 Soja no Brasil: Economia de US$ 3.0 bilhões anual Redundância funcional 12/4/2017 7 Resíduos orgânicos Celulose Polissacarídeo de maior ocorrência natural Insolúvel em água Principal componente dos vegetais Decomposição: celulases, celobiohidrolases Hemicelulose e pectina Segundo maior componente dos vegetais Polissacarídeo de pentoses, hexoses e ácidos urônicos Ex: Xilanas, mananas e galactanas Pectinas = importante componente da lamela média da parede celular das plantas Decomposição: Bacillus: xilanas; Erwinia, Clostridium, Pseudomonas e Bacillus: produzem protopectina, pectina e ácido péctico; fungos patogênicos produzem enzimas que facilitam sua penetração Lignina 25% da fitomassa seca produzida na biosfera (35% da madeira) Biopolímero mais abundante na biosfera (recalcitrância) Estrutura complexa sub-unidades aromáticas sem ligações idênticas Em materiais lignocelulósicos, protege a celulose e a hemicelulose Baixa velocidade de degradação = Baixa incorporação do C à biomassa microbiana Decomposição: apenas fungos 12/4/2017 8 Importante na atividade dos processos bioquímicos responsáveis pela reciclagem de nutrientes e outros benefícios para a ecologia do solo Hiltner (1904) zona de influência das raízes- 0,01 a 3 mm da superfície 12/4/2017 9 Compostos Excretados pelas Plantas na Rizosfera (Rizodeposição) Modificado de Alexander, 1977; Curl & Truelove, 1986 Rizosfera A Grande Maioria é Benéfica Efeito Rizosférico 12/4/2017 10 Fixação do N2 Processo em que o N2 é reduzido a amônio (NH4+), o qual é convertido a uma forma orgânica Fixação atmosférica Relâmpagos levam à formação de NO (~ 5-8% de todo o nitrogênio fixado) Fixação industrial - Amoníaco (NH3) a partir de azoto (N2) e hidrogênio (H2) - fertilizantes Combustão de combustíveis fósseis - Liberação de monóxido e dióxido de nitrogênio (NOx) Fixação biológica Biodisponibilização no N2 em compostos orgânicos - nitrogenase BACTÉRIAS DE VIDA LIVRE (nutrição) SIMBIOSE (associação verdadeira) Complexo enzimático da nitrogenase: dinitrogenase e dinitrogenase redutase Duas unidades protéicas (ambas capazes de transportar elétrons): Ferro-proteína (Fe-proteína, dinitrogenase redutase) Molibdênio-Ferro-proteína (MoFe-proteína, dinitrogenase) Ferridoxina (agente redutor) Contém átomos de Fe, Mo e S Sensível ao O2 Reduz H+ em gás hidrogênio Necessita do cofator FeMo-co para ser funcional Só é sintetizada na ausência de nitrogênio fixado e O2 Codificada pelo operon nif 12/4/2017 11 a ferridoxina, na sua forma reduzida, transfere um elétron para a unidade Fe-proteína da nitrogenase a Fe-proteína, então reduzida, doa o elétron recebido para a MoFe-proteína a MoFe-proteína acumula os elétrons. Após 8 transferências, essa unidade terá acumulado 8 elétrons e, então, fará a redução do N2 à NH3 para cada elétron transferido da Fe-proteína para a MoFe-proteína são consumidos 2 ATPs. Para reduzir uma molécula de N2 são necessários 8 elétrons e, portanto, 16 ATPs Como consequência da reação de fixação, para cada molécula de N2 fixada é produzida uma molécula de H2. A produção do H2 durante o processo é inevitável e acaba por consumir parte dos elétrons que poderia ser utilizada na fixação de N2 Nitrogenases alternativas Algumas bactérias fixadoras de N2 sintetizam nitrogenases desprovidas de molibdênio Vanádio (e ferro) ou apenas ferro em substituição ao molibdênio A síntese só ocorre quando não há molibdênio disponível Proteção da nitrogenase contra O2 Anaerobiose Tensão baixa de oxigênio (Azospirillum, Bacillus e Klebsiella) Proteção respiratória (Azotobacter) Proteção conformacional Produção de polissacarídeos (Azotobacter) Produção de heterocistos (cianobactérias) Formação de nódulos (Rhizobium presença deleghemoglobina nos nódulos) 12/4/2017 12 Microbiologia de Brock, 10a Ed. Microrganismos de vida livre fixadores de N2 Anabaena, Nostoc Cianobactérias aeróbias Oscillatoria Cianobactérias microaerófilas Rodopseudomonas Cianobactérias facultativas Chromatium Cianobactérias anaeróbias Azotobacter, Beijerinckia Bactérias aeróbias Mycobacterium, Thiobacillus, Azospirillum, Aquaspirillum Bactérias microaerófilas Klebsiella, Paenibacillus, Enterobacter Bactérias facultativas Clostridium, Desulfovibrio Bactérias anaeróbias * PGPR: Plant growth promoting rhizobacteria (Rizobactérias promotoras do crescimento de plantas) 12/4/2017 13 Nostoc, Anabaena Líquens Nostoc5 Angiospermas Nostoc Gimnospermas Anabaena Pteridófitas Azotoacter, Azospirillum4, Beijerinckia Gramíneas Burkholderia2, Acetobacter3, Azospirillum, Frankia (plantas actinorrizas) Não-leguminosas Rhizobium1 Leguminosas 1 Rhizobium meliloti X alfafa R. japonicum X soja R. trifolli X trevo R. phaseoli X feijão 2 Burkholderia X arroz 3 Acetobacter X arroz 4 Azospirillum X milho 5 Nostoc X trigo Sistemas simbióticos Associações microrganismos X não-leguminosas (gramíneas) Fixação de N2 através de simbiose exógena ou endógena (formação de para-nódulos, colonização endofítica) Fonte em potencial de N2 para sistemas agrícolas Grãos de grande importância econômica têm associação simbiótica com microrganismos fixadores de N2 Ex: arroz, trigo e milho Acetobacter diazotrophicus X arroz Aumento do crescimento da planta pela transferência da capacidade de fixação biológica de N2, bem como outros fatores (produção de auxina) (Sevilla & Kennedy, 2000. Biol. Fertil. Soils) Nostoc X trigo Co-existência causada pela colonização dos para-nódulos de trigo, externa e internamente, favorece as condições para fixação do N2 (Gantar & Elhai, 1999. New Phytol.) Azospirillum X trigo Aumento da atividade da nitrogenase, detectada pela redução de acetileno, em trigo tratado com Azospirillum (fitormônio) (Saikia et al., 2004. Cereal Res. Commun.) 12/4/2017 14 Para-nódulos: nódulos quimicamente induzidos. São raízes laterais modificadas com reservas de carbono, similares aos nódulos encontrados no córtex da raiz; microrganismos podem modular ou interferir no seu desenvolvimento Endofíticos (raízes ou nódulos): microrganismos que colonizam tecido vivo de planta sem danos ao hospedeiro Paenibacillus brasilensis: PGPR fixadora de N2 e produtora de substância antifúngica von der Weid et al., 2005. World Journal of Microbiology and Biotechnology Paenibacillus polymyxa: PGPR fixadora de N2 colonizando raiz de cevada. Colonização por P. polymyxa e formação de biofilme em raiz de planta (A and B) em experimentos no solo (D, E, and F) são comparados e a localização bacteriana nos espaços intercelulares está mostrada em C. As raízes D, E e F foram visualizadas direto no solo. (A) Formação de biofilme em raízes de A. Thaliana, após 2 h de incubação. (B) Formação de biofilme após 5h de incubação (setas) (painel C). (D) Biofilme bacteriano após 1 semana de incubação (solo). (E) Formação de biofilme em raiz colonizada após 1 semana de incubação, em barley (F) Raiz controle. Timmusk, Grantcharova & Wagner, 2005. Appl. Environm. Microbiol. 12/4/2017 15 Associações microrganismos X leguminosas Leguminosas: plantas que albergam suas sementes em vagens. Grande importância econômica (soja, trevo, alfafa, feijão, ervilhas) Rhizobium, Bradyrhizobium, Sinorhizobium, Mesorhizobium, Azorhizobium presença dos genes nod Nodulação: vantagem seletiva, possibilita crescimento das plantas em solos pobres em N2 Leghemoglobina (ptna de ligação a O2): controla concentração de oxigênio no interior do nódulo, mantendo-a baixa e constante, atuando como de alternando-se entre oxidada (Fe3+) e reduzida (Fe2+) Especificidade microrganismo X leguminosa Etapas da formação do nódulo: 1) Reconhecimento e ligação (lectinas e ricadesina ligante Ca2+) 2) Excreção dos fatores de nodulação (encurvamento do pêlo) 3) Invasão do pêlo radicular (conduto de infecção) 4) Transporte para a raiz principal 5) Formação dos bacteróides (desenvolvimento do estado fixador) 6) Divisão continuada (planta e bactéria) e formação do nódulo radicuar maduro 12/4/2017 16 Associações Frankia X plantas actinorrizas Bactéria filamentosa (Actinomicetales) presente no solo, saprofítica quando em liberdade Penetra nas raízes de plantas e ocorre a formação de nódulos, onde fixa o N2 atmosférico (amônio X fonte de carbono) Formação de vesículas envoltas por envelope lipídico para proteção contra O2 Cianobactérias e suas associações Anabaena e Nostoc podem ser encontrados em associações, apesar de as cianobactérias serem de vida livre, em sua maioria Associação endógena ou exógena A fixação do N2 ocorre apenas em ambiente pobre em compostos nitrogenados Separação espacial da fotossíntese (proteção contra O2) - heterocistos Fitopatógenos Rhizoctonia - causa podridão de raiz em várias plantas, ex.: Rhizoctonia solani (tomates) Agrobacterium tumefaciens produz tumores no tronco das plantas Burkholderia cepacia causa podridão de raiz em cebolas 12/4/2017 17 Desnitrificação Redução dissimilatória de NO3 - ou NO2 - a N2O e N2, respectivamente Reação extensamente conhecida em bactérias (Pseudomonas e Paracoccus) Formação de produtos gasosos, facilemente perdidos no ambiente Formação biológica de N2 processo prejudicial (agricultura) processo benéfico (tratamento de esgotos) Enzimas reguladas de maneira coordenada Repressão do processo em presença de O2 Presença do nitrato necessária para a ocorrência do processo
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