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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE, ESTADO DE MINAS GERAIS.
LEONARDO, já qualificado nos autos em epígrafe, vem através de seu advogado infraassinado, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, nos moldes do artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal, por não se conformar com a respeitável Sentença anteriormente proferida.
Requer o recebimento e processamento do presente, com as anexas razões recursais.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data
_________________________________
Advogado
________________________
OAB. Nº
RAZÕES DE APELAÇÃO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Processo nºXXXXXXX
Comarca de BELO HORIZONTE-MG
Apelante: LEONARDO
Apelado: Justiça Pública do Estado de BELO HORIZONTE
DOUTO PROCURADOR,
COLENDA CÂMARA.
A respeitável Decisão, não traz aos autos a correta e eficaz aplicação da Justiça, conforme será demonstrado pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
1. DOS FATOS.
O réu foi denunciado por roubo, tipificado no art.157 §2ºinciso I, cominado com art.14, inciso II, ambos do código penal, sob a acusação de ter adentrado em estabelecimento comercial simulando portar arma de fogo, ameaçando um cliente que ainda estava no então estabelecimento.
Quando citado, apresentou sua defesa e no depoimento das testemunhas de acusação não houve esclarecimentos sobre os fatos alegados, pois não foi localizada a testemunha, e na data dos fatos não houve qualquer interesse da mesma em testemunhar os fatos ocorridos.
Em seu interrogatório, o réu, confirmou os fatos narrados, inclusive o fato de que se arrependeu do crime que iria cometer, antes de faze-lo.
Constavam no processo, a folha de antecedentes criminais, a qual era negativa e também a folha de antecedentes infracionais, onde havia uma representação da prática de crime análogo ao de tráfico de drogas, com decisão definitiva de cumprimento de ação socioeducativa.
O Magistrado concedeu prazo as partes se manifestarem nas alegações finais por memoriais, o ministério público requereu a condenação nos termos da denúncia, o advogado, contudo renunciou aos poderes e assim abriu vista para a defensoria pública apresentar as alegações finais.
2. DO DIREITO.
Em sentença o Juiz julgou procedente a pretensão punitiva do Estado, e no momento de fixar a pena base, reconheceu também a existência de maus antecedentes em razão da infração penal cometida quando o réu ainda era menor, portanto inimputável, aumentando a pena em 6 meses, e na terceira fase aplicando 1/3 da pena, justificando a desnecessária apreensão de arma de fogo, já que o réu não portava nenhuma.
Inicialmente ressalta-se, que a Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LV, assegura a todo acusado o contraditório e a ampla defesa, com todos os meios e os recursos inerentes.
Assim, a omissão do advogado de defesa em reação a apresentação das alegações finais, evidencia-se o cerceamento de defesa, tendo em vista que ninguém pode ser condenado sem que os atos essenciais de defesa no processo sejam apresentados.
E quanto ao aumento de pena em razão da INFRAÇÃO PENAL foi aplicada de forma equívoca, já que Leonardo era menor e inimputável, assim, de modo que fere explicitamente o princípio da primariedade do réu, não havendo que se falar em crime.
Dessa forma, resta demonstrado a ofensa do princípio do contraditório e ampla defesa, dando causa a nulidade suscitada no artigo 564, IV do Código de Processo Penal. Conforme consolidado pelo Supremo Tribunal Federal, na súmula 523 “No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu”.
2.2 DO MÉRITO.
A defesa ainda requer que seja revisto o PRINCÍPIO DO ARREPENDIMENTO EFICAZ, vide art.15, cp, uma vez que sua conduta não contribuiu para natureza lesiva da vítima, tendo arrependido antes da consumação.
Da pena Restritiva de Direito
Ademais, a pena aplicada pelo d. Juízo “a quo”, não se torna necessária e principalmente proporcional, uma vez que, conforme demonstrado na instrução, o réu preenche os requisitos necessários do artigo 14, inciso II e art. 15, ambos do código penal, nos quais houve apenas a modalidade ´´tentadada´´. Assim, requer substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, sem qualquer perigo de dano para a sociedade.
3. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
Seja o presente recurso conhecido e provido, sendo anulada a respeitável Sentença, com fulcro no inciso IV, do artigo 564, do Código de Processo Penal, súmula 523 do STF, e art.15 do código penal conseguinte o retorno dos autos à vara de origem, para que seja assegurado ao acusado o direito de apresentar alegações finais.
Na hipótese da não aceitação das teses anteriores, que seja desclassificado o crime de roubo, artigo 157 do Código Penal.
d) Finalmente, caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, requer-se a substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos, aplicando o artigo 44, III do Código Penal.
Local e data
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Advogado
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OAB nº

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