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MONOGRAFIA RECURSO DE REVISTA E O INSTITO DA TRANSCENDÊNCIA

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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
CURSO DE DIREITO
JAQUELINE CORRÊA
 O INSTITUTO DA TRANSCENDÊNCIA NO RECURSO DE REVISTA FRENTE Á ANÁLISE DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS.
Joaçaba/SC.
2015
JAQUELINE CORRÊA
O INSTITUTO DA TRANSCENDÊNCIA NO RECURSO DE REVISTA FRENTE Á ANÁLISE DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS.
Trabalho de Conclusão de Curso de Pós Graduação da Universidade do Oeste de Santa Catarina UNOESC – Campus de Joaçaba como requisito parcial à obtenção do grau de Especialista em Direito do Trabalho e Previdenciário.
Orientador: Marcelo Caon Pereira. 
Joaçaba/SC.
2015
JAQUELINE CORRÊA
O INSTITUTO DA TRANSCENDÊNCIA COMO UM NOVO REQUISITO DO RECURSO DE REVISTA 
.
Trabalho Final do Curso de Pós Graduação apresentado a Área das Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade do Oeste de Santa Catarina UNOESC – Campus de Joaçaba, como requisito parcial à obtenção do grau de Especialista em Direito do Trabalho e Previdenciário.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
Prof Marcelo Caon Pereira (Orientador)
______________________________________________
Prof 
______________________________________________
Prof
Joaçaba/SC.
2015
TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Declaro, para todos os fins de direito e que se fizerem necessários, que assumo total responsabilidade pelo aporte ideológico e referencial conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do Oeste de Santa Catarina- UNOESC, a Banca Examinadora e o Professor Orientador de todo e qualquer reflexo acerca do Trabalho de Curso. 
Estou ciente de que poderei administrativa, civil e criminalmente em caso de plágio comprovado do Trabalho de Curso. 
Joaçaba/SC, dezembro de 2015.
___________________________________________________
Jaqueline Corrêa
RESUMO
Através do presente estudo objetiva-se analisar o instituto da transcendência, analisar o histórico desse instituto no ordenamento brasileiro, passando pelo projeto lei nº 3.267/2000, pela medida provisória nº 2226/2000, e por fim pela ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil nº 2527, que aborda o possível vício de iniciativa na criação da norma processual que introduz o instituto da transcendência na Consolidação das Leis do Trabalho, pretende se também entender o recurso de revista de uma maneira ampla e geral, para por fim entender o instituto da transcendência como um novo requisito no recurso de revista. A problemática parte de uma premissa menor para uma maior utilizando se do método indutivo, e está assentada na hipótese de que grande número de processos que chegam até o Tribunal Superior do Trabalho hoje acarreta na morosidade do judiciário, ensejando injustiças e que nos faz repensar qual é o real papel do Superior Tribunal do Trabalho. 
Palavras Chaves: Transcendência, Recurso de Revista, Medida Provisória, Ação Direta de Inconstitucionalidade. 
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	10
2. HISTÓRICO DO INSTITUTO DA TRANSCEDÊNCIA..............................................25 
2.1 O PROJETO DE LEI Nº 3.267/2000	11
2.2 A MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2226/2001	11
2.3 A ADI Nº 2527	11
3 O RECURSO DE REVISTA	11
3.1 HISTÓRICO RECURSO DE REVISTA 	11
3.2 HIPÓTESES DE CABIMENTO DO RECURSO DE REVISTA.....................................11
3.2.1 Aspectos Gerais...............................................................................................................11
3.2.2 Artigo 896 A CLT, Divergência de Lei Federal e Divergência Jurisprudencial.............11
3.2.3 Artigo 896 B CLT, Divergência de Lei Estadual.............................................................11
3.2.4 Artigo 896 C CLT, Violação Direta e Literal da Constituição Federal ..........................11
3.2.5 Prequestionamento...........................................................................................................11
3 O INSTITUTO DA TRANSCENDÊNCIA COMO NOVO REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE NO RECURSO DE REVISTA 	26
3.1 CRISE DOS TRIBUNAIS SUPERIORES BRASILEIROS/MOROSIDADE DAS DECISÕES E A CORTE SUPERIOR AMERICANA
	28
4 CONCLUSÃO	63
5 REFERÊNCIAS	65
�
INTRODUÇÃO
Há crescente demanda de ações na justiça do trabalho resulta em um número cada vez mais alto de ações que chegam ao Tribunal Superior do Trabalho, visto que não há um critério objetivo que filtre estas ações, afim de que, sejam apreciadas apenas aquelas que ultrapassem o exclusivo interesse das partes, o que hoje resulta no assoberbamento do judiciário e morosidade das decisões. Além de insatisfação das partes que aguardam a definição do seu direito, o que enseja em injustiças, pois uma das partes se beneficia com a morosidade enquanto a outra vê seu direito se arrastando ao longo dos anos.
Frente a estas problemáticas, o instituto da Transcendência visa criar critérios objetivos que filtrem as ações que chegam até o Tribunal Superior do Trabalho, quando da análise dos requisitos da admissibilidade do recurso de revista, a transcendência poderá ser jurídica, política, econômica e social. 
O projeto de lei nº 3267/2000 pretendia instituir o critério da transcendência, restou prejudicado em razão da Medida Provisória nº 2226/2001, que acrescentou a Consolidação das Leis do Trabalho- CLT o artigo 896 - A. No entanto o Conselho dos Advogados do Brasil considerando o dispositivo inconstitucional interpôs Ação Direita de Inconstitucionalidade, sendo a mesma analisada liminarmente onde foi dado parcial provimento as alegações do Conselho Federal da OAB, mas que no tocante ao critério da transcendência no recurso de revista não o considerou inconstitucional, assim hoje o presente artigo é legal, todavia sem eficácia jurídica, isso porque falta à regulamentação de como o Instituto funcionará, tal missão ficou a cargo do Tribunal Superior do Trabalho, este por intermédio de seu presidente nomeou uma comissão temporária composta por alguns ministros do TST para discutir e estabelecer as formas para o seu efetivo funcionamento. 
Então o presente trabalho se propõe a estudar o instituto da transcendência, mas também repensar o papel da Justiça do Trabalho como corte extraordinária, bem como o mau uso dos apelos.
No primeiro capitulo abordaremos o projeto de lei nº 3.267/2000, onde começa os primeiros debates acerca do que vem a ser esse novo instituto, após vamos analisar a medida provisória 2.226/2000 a qual acrescenta o artigo 896-A à Consolidação das Leis do Trabalho - CLT , e por fim a Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pelo Conselho Federal da OAB, que aborda sobre o possível vício de iniciativa na forma da criação da norma processual por meio de medida provisória, de que maneira o Supremo Tribunal Federal enfrentou esse problema na ADI nº 2527. 
No segundo capitulo, vamos traçar um perfil geral a acerca do Recurso de Revista, o qual possuí natureza extraordinária, com finalidades especificas e limitações de cabimento, tendo sempre como objetivo maior a busca da supremacia e da uniformização do Direito do Trabalho. 
No terceiro capítulo vamos adentrar no estudo do Instituto da Transcendência como um novo requisito no Recurso de Revista, vamos estudar seus objetivos e suas particularidades, por derradeiro vamos traçar um paralelo entre as cortes superiores americanas, como estas funcionam e como funciona hoje o nosso Superior Tribunal do Trabalho, e falar um pouco sobre a crise dos tribunais, a morosidade das decisões frente ao grande número de processos que chegam ao seu crivo todos os dias. 
. 
HISTÓRICO DO REQUISITO DA TRANSCENDÊNCIA. 
	O Instituto da Transcendência tem gerado muita polêmica entre os doutrinadores, alguns se mostram a favor do instituto outros são contra, assim também ocorre com os membros do poder legislativo,
já o Conselho Federal da OAB é contra o mesmo. 
	A questão surgiu quando os Ministros do TST (Tribunal Superior do Trabalho), então sobrecarregados com o montante de processos que chegavam diariamente para julgamento, acharam por bem, criar um instituto para filtragem dos processos, baseando se no exemplo da Corte Superior Americana, que julga apenas uma parte dos processos que então lhe são confiados.
	Assim foi encaminhado pelos Ministros de Estado e Emprego e Estado e Justiça, para o então, Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, exposição de motivos que explicava porque o Instituto da Transcendência era crucial para o bom funcionamento daquela Corte, então, logo o projeto nº 3267/2000 foi encaminhado para aprovação com pedido de urgência à Câmara dos Deputados, a Câmara então rejeita o pedido de urgência, nomeia relatora que se mostra contra ao instituto, logo após o então presidente solicita a retirada do Projeto, haja vista a elaboração da Medida Provisória nº 2.226/2001, que logo em seguida enseja na Ação Direta de Inconstitucionalidade, proposta pelo Conselho Federal da OAB, vejamos nos tópicos a seguir. 
2.1 O PROJETO DE LEI Nº 3267/2000;
O então Presidente Fernando Henrique Cardoso, no uso de suas atribuições previstas do artigo 64, § 1, da CF (Constituição Federal )que aduz “o Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa”, encaminha a mensagem 831 ao membros do Congresso Nacional, nesta mensagem o presidente submete a deliberação daquele Congresso a apreciação do projeto de lei que acrescentava dispositivos a CLT, dispondo sobre os requisitos de admissibilidade do Recurso de Revista , bem como a exposição dos motivos nº 31 datada de 09 de julho de 2000, por Paulo Jobim Filho, Ministro de Estado e Emprego, interino, e por José Gregori, então Ministro de Estado e Justiça, abaixo a transcrição dos motivos levantados pelos Srs. Ministros: 
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, 
Técnica a ser adotada para o desafogamento dos Tribunais Superiores, simplificação dos recursos e caracterização dessas Cortes como instâncias extraordinárias é a da demonstração da relevância federal ou transcendência política, social, econômica ou jurídica das causas que merecerão a apreciação pelos Tribunais Superiores.
A inserção dessa espécie de requisito para a admissibilidade dos recursos de natureza extraordinária é de suma importância para não vulgarizar os tribunais superiores. Se todos os processos acabarem desembocando nas Cortes Superiores, o que era extraordinário passa a ser o ordinário, com a desenganada intenção das partes de rediscutir indefinidamente as questões nas quais litigam.
A Suprema Corte americana adota tal técnica, ao escolher os processos que irá julgar, conforme sua relevância. Uma vez decidida a questão, com a formação do precedente, a jurisprudência formada passa a ser aplicada pelos juízes e cortes inferiores, podendo ser revista apenas se a Suprema Corte considerar que surgiram novos argumentos que justifiquem uma revisão de sua decisão originária.
Sob o império da Carta Polltica de 1967/1969, o Supremo Tribunal Federal, como instância uniformizadora da jurisprudência em torno da interpretação da Constituição e da lei federal, funcionou com técnica semelhante, consistente na arguição de relevância da questão federal, que deveria ser demonstrada no recurso extraordinário, para que este pudesse transitar pelo STF (CF 67/69, art. 119, 111 e § 111). O insucesso do sistema da arguição de relevância
no Supremo Tribunal Federal deveu-se à necessidade de o STF justificar motivadamente a não apreciação meritória de todos os processos que deixassem de ser julgados. Assim, não havia efetiva diminuição de processos, continuando o STF com a sobrecarga inviabilizadora de uma apreciação mais acurada dos processos que efetivamente fossem julgados pela sua relevância. 
	Assim, a melhor técnica a ser adotada é, efetivamente, aquela vivenciada pela Suprema Corte Americana, que atua, com discricionariedade na seleção das causas que vai julgar, em face da repercussão geral que teriam na sociedade e na economia, sem necessidade de justificar o motivo pelo qual não apreciará as demais causas. 
	Caberia, nesse contexto, a parte demonstrar transcendência política, econômica, social ou jurídica da causa, fundamentadamente, para que os Tribunais Superiores as examinem. 
	O presente projeto elenca em seu § 1º os critérios de transcendência, que justificaram uma atuação das Cortes Superiores. 
	Como em nosso sistema jurídico o duplo grau de jurisdição já assegura ás partes a revisão, por um colegiado, da decisão proferida por um juiz singular, obtendo-se rejulgamento integral da causa, com reexame de fatos e provas e do direito aplicado à hipótese, conclui-se que os tribunais superiores, não têm mais a missão de fazer justiça, no sentindo de reexaminar a causa, mas de garantir a aplicação uniforme do direito federal em todo o território nacional. Assim, sua missão transcende o interesse das partes para afetar o próprio interesse da sociedade organizada em Estado Federal, é que merecerão ser julgadas pelas Cortes, com seu poder discricionário, aquilatar se a decisão concreta se revela transcendente. Do contrário, continuarão os Tribunais Superiores a funcionar como 3º e 4 º instância ordinária, julgando de forma sumária os processos que lhe chegam, em sistema que apresenta maior discricionariedade do que se adotaria explicitamente. 
	Com a adoção do critério de transcendência das questões federais, poderão os tribunais superiores ter condições de apreciar com tranquilidade, segurança, consciência e precisão as causas que lhe forem dirigidas, dedicando seu tempo àquelas que, efetivamente, terão repercussão tal na comunidade, que exigem detida análise de todos os aspectos que as envolvam, de modo que a solução seja a que menos atenda aos interesses das partes. 
	Os §§ 2º e 3º se justificam tendo em vista que em relação ás questões transcendentes mormente que envolvam impacto de vulto no patrimônio público, muitas vezes não convenientemente defendido, em face das notórias deficiências da advocacia de Estado, a falha processual é buscada como tábua de salvação para se obter vantagem de direito material reconhecidamente contrária ao ordenamento jurídico. 
	Tal é o caso das ações relativas a planos econômicos, cujas diferenças inflacionárias não foram reconhecidas pelo STF, e que, principalmente em relação a empresas estatais, só as recebem os empregados que contaram com o tropeço dos patronos empresarias em percalços processuais, pois a questão de fundo já se encontrava pacificada. Daí o quadro de inaceitável discriminação entre empregados que recebem as referidas diferenças, quando as massas dos trabalhadores não fizeram jus a elas, apenas por falhas processuais. 
	Respeitosamente- Paulo Jobim Filho – Ministro de estado e Emprego, interino; José Gregori, Ministro de estado da Justiça. 
	O Projeto Lei nº 3267/2000, foi decretado pelo Congresso Nacional, o mesmo acrescentava o artigo 896 A na CLT (Consolidação das leis do Trabalho),vejamos: 
Art. 896-A. O Tribunal Superior do Trabalho não conhecerá de recurso oposto contra decisão em que a matéria de fundo não ofereça transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza jurídica, política, social ou econômica.
§ 1 Considera-se transcendência:
I - jurídica, o desrespeito patente aos direitos humanos fundamentais ou aos interesses coletivos indisponíveis, com comprometimento da segurança e estabilidade das relações jurídicas;
II- política, o desrespeito notório ao principio federativo ou à harmonia dos Poderes constituídos;
III- social, a existência de situação extraordinária de discriminação, de comprometimento do mercado de trabalho ou de perturbação notável à harmonia entre capital e trabalho;
IV - econômica, a ressonância de vulto da causa em relação a entidade de direito público ou economia mista, ou
a grave repercussão da questão na política econômica nacional, no segmento produtivo ou no desenvolvimento regular da atividade empresarial.
§ 2O Tribunal, ao apreciar recurso oposto contra decisão que contrarie a sua jurisprudência relativa à questão transcendente, salvo o caso de intempestividade, dará prazo para que a parte recorrente supra o não-preenchimento de pressuposto extrínseco do recurso.
§ 3 O Tribunal não conhecerá de recurso fundado em aspecto processual da causa, salvo com apoio em disposição constitucional direta e literalmente violada, quando o tema de fundo estiver pacificado em sua jurisprudência no sentido da decisão proferida pelo tribunal inferior.
Art. 2 O Tribunal Superior do Trabalho regulamentará, no prazo de sessenta dias da publicação desta lei, o procedimento de seleção dos recursos transcendentes e de uniformização na aplicação dos critérios de transcendência.
Art. 3 Esta lei entrará em vigor sessenta dias após a data de sua publicação.
	Em 27/04/2001, foi designado relator para o PL nº 3267/2000 na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, ônus atribuído à Deputada Zulaiê Cobra, cujo parecer, datado de 30 de maio de 2001, ensejou na conclusão da Comissão em 05/06/2001, o voto da Deputada foi o seguinte: 
O Projeto introduz novo requisito para a admissibilidade do recurso de revista, a “transcendência”, que se assemelha a arguição de relevância, que já existiu no nosso ordenamento jurídico, à época limitada aos recursos endereçados ao Supremo Tribunal Federal – STF. 
Não há, porém, previsão constitucional para fundamentar a arguição de relevância ou transcendência, da matéria a ser submetida ao Tribunal Superior do Trabalho-TST, conforme previsto no projeto do Poder Executivo. 
Saliente-se que a Reforma do Poder Judiciário, aprovada na Câmara os Deputados, introduz instrumento semelhante apenas para o Supremo Tribunal Federal. Isso significa que essa casa já se manifestou sobre a matéria e decidiu que tal instituto deve estar restrito a nossa Corte Suprema. 
Aliás, toda a exposição de motivos que a companha a mensagem nº 830/00(rectius: nº831/00) do PL nº 3267, de 2000, faz referência expressa ao Supremo Tribunal Federal. Não há menção ao Tribunal Superior do Trabalho. 
A comparação com a Suprema Corte Americana, na exposição de motivos, é temerária, uma vez que os sistemas jurídicos e judiciários americanos e brasileiros são bastante diversos. Transpor para o nosso ordenamento jurídico um instrumento existente em outro ordenamento, sem a necessária adaptação, pode gerar mais problemas do que soluciona-los. 
Saliente-se que a exposição de motivos frisa o papel da Suprema Corte Americana que poderia, grosso modo, ser comprada ao nosso Supremo Tribunal Federal, jamais ao Tribunal Superior do Trabalho. 
A mais alta corte trabalhista não é a última instância da jurisdição trabalhista. Isso significa que as partes, mesmo que seus recursos não sejam conhecidos pelo TST em virtude da “transcendência”, podem ainda recorrer ao Supremo Tribunal Federal, que não possuí instrumento semelhante até o momento. 
Assim, o projeto pode não apresentar o efeito pretendido, apenas transferindo recursos de um Tribunal para outro. 
Além disso, o termo “transcendência”, não nos parece termo juridicamente aplicável, em virtude da possibilidade de ampla conceituação, e a definição de “transcendência” presente no §1 do projeto pode gerar controvérsia na sua interpretação. 
A “transcendência jurídica” é definida como “desrespeito patente aos direitos humanos fundamentais”. Na prática ao contrário do pretendido, isso significa que nenhum recurso trabalhista deixará de ser apreciado pelo TST, pois direitos humanos fundamentais incluem todos os direitos trabalhistas.
Ocorre normalmente a confusão quanto aos direitos humanos fundamentais, pois muitos acreditam que apenas os direitos e garantias individuais são direitos fundamentais. 
Tal posição está equivocada. Com efeito, os primeiros direitos fundamentais a serem positivados e reconhecidos pelos Estados foram direitos individuais ou as liberdades públicas, que visam a proteção do individuo contra o Estado. 
A evolução natural dos direitos fundamentais foi a proteção dos direitos sociais, pois já não bastava a não interferência do Estado para garantir a dignidade humana. Tornou-se necessária a atuação positiva do Estado para garantir os direitos sociais. Nesse sentindo o direito do trabalho é considerado um direito humano fundamental. 
Assim, a transcendência jurídica mencionada engloba os direitos trabalhistas, ou seja, toda a matéria submetida ao TST. 
Além disso, a definição de “transcendência politica”, nada mais é do que complementação da jurídica, uma vez que o princípio federativo e a harmonia dos poderes são matérias jurídicas, estando constitucionalmente previstas. 
De qualquer forma, apesar da tentativa de definir a “transcendência”, o §1º do art. 896-A do projeto pode ser interpretado de maneira subjetiva, gerando a instabilidade das relações jurídicas. 
A redação dos parágrafos 2º e 3º do mencionado artigo do projeto é confusa, dando margem a interpretações divergentes. 
O §2º concede prazo extra para que a parte supra “o não conhecimento de pressuposto extrínseco do recurso”, caso a decisão recorrida contrarie a jurisprudência do tribunal relativa à questão transcendente. 
Deduz que a parte tenha prazo complementar para fundamentar o seu recurso na questão transcendente, todavia, não está clara a redação, e portanto, sujeita a entendimento diverso. 
O inciso §3º determina que o recurso fundamentado em aspectos processuais não será conhecido, salvo se violada norma constitucional, é feito também exceção para a regra gerada quando “o tema de fundo estiver pacificado em sua jurisprudência no sentindo da decisão ser proferida pelo tribunal inferior”. Isso significa que se a decisão recorrida estiver de acordo com a jurisprudência do tribunal, o recurso será conhecido, mas nesse caso, sequer haveria necessidade de recurso, que serviria apenas para confirmar a decisão já prolatada pelo Tribunal Regional. 
Por último o art. 2º do projeto determina que o TST regulamente “o procedimento de seleção dos recursos transcendentes e de uniformização na aplicação dos critérios de transcendência”. Tal determinação é inconstitucional, pois fere o principio da separação dos poderes. 
Além disso, o direito processual é de competência privativa da União (art. 22 da Constituição Federal) e, portanto, cabe ao Congresso Nacional, dispor sobre a matéria (art. 48 da Constituição Federal). O artigo representa verdadeira delegação de competência, sem, contudo, observar as regras constitucionais específicas sobre esse tipo de elaboração legislativa (art. 68 da CF). 
A técnica legislativa do projeto também merecia reparos, pois, entre outros aspectos, o art. 1º determina que o acréscimo legal seja feito ao Decreto-lei nº 542/43, que apenas aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho e com ela não se confunde. A referência deveria ser feita a CLT. 
Diante o exposto, opinamos pela inconstitucionalidade e injuridicidade e, no mérito, pela rejeição do PL nº 3267, de 2000, restando prejudicada a análise da técnica legislativa. 
Sala da Comissão, em 30 de maio de 2001. 
	O Plenário da Câmara de 20 de julho de 2001 rejeitou o pedido de urgência. Houve novo pedido de urgência em 29 de agosto de 2001, o qual sequer foi analisado pela Câmara. 
Então, no dia 10 de setembro de 2001, o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, pela mensagem 969, solicita a retirada do projeto de Lei nº 3267/200. Isto porque, o Poder Executivo já havia editado a Medida Provisória 2226, que tratava da transcendência, porém também houve a inclusão também de outro tema nesta medida, vejamos no próximo tópico. 
2.2 A MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2226/2001.
	A medida provisória editada pelo então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, tratava-se do mesmo
conteúdo disposto no então projeto de lei nº 3267/2000, agora restado prejudicado, vejamos: 
O Presidente da República no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei: 
Art. 1º A Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar acrescida do seguinte dispositivo: 
Art. 896-A O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. 
Art. 2º O Tribunal Superior do Trabalho regulamentará, em seu regimento interno, o processamento da transcendência do recurso de revista, assegurada a apreciação da transcendência em sessão pública, com direito a sustentação oral e fundamentação da decisão. 
Art. 3º O art. 6º da Lei no 9.469, de 10 de julho de 1997, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo, renumerando-se o atual parágrafo único para § 1º: 
§ 2º O acordo ou a transação celebrada diretamente pela parte ou por intermédio de procurador para extinguir ou encerrar processo judicial, inclusive nos casos de extensão administrativa de pagamentos postulados em juízo, implicará sempre a responsabilidade de cada uma das partes pelo pagamento dos honorários de seus respectivos advogados, mesmo que tenham sido objeto de condenação transitada em julgado.
Art. 4º Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 4 de setembro de 2001; 180o da Independência e 113º da República. 
	Ambos, o projeto de lei 3.267/2000, bem como a medida provisória 2226/2001, tiveram origem no Poder Executivo, mas especificamente na Casa Civil da presidência da República, no tocante a medida provisória este foi encaminhada aos membros do Congresso Nacional, assim como fora o projeto de lei, com a exposição de motivos, aqui ensejando os motivos de urgência e relevância necessários para a edição de Medidas Provisórias, a exposição de motivos nº 0024MTE AGU, assinada pelo Ministro de Estado e Emprego, Francisco Dornelles e pelo advogado Geral da União, Gilmar Ferreira Mendes e relatava o seguinte : 
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, 
Tenho a honra de submeter à apreciação de Vossa Excelência projeto de medida provisória, que acresce dispositivo à Consolidação das Leis do Trabalho-CLT. 
Referido acréscimo deve-se a necessidade urgente e inadiável de viabilização de funcionamento do tribunal Superior do Trabalho como corte Suprema de resguardo e uniformização da jurisprudência brasileira. 
O dispositivo consta do PL 3697/00� por três vezes contou com pedido de urgência constitucional, sem que o Congresso nacional tivesse examinado a questão. Daí a sua veiculação por medida provisória, dada urgência e relevância da matéria. 
O Tribunal Superior do Trabalho encontra-se, atualmente, em situação de colapso, pela total incapacidade de fazer frente ao volume descomunal de processos que lhe chegam diariamente. Mesmo tendo julgado mais de 120.000 processos no ano de 2000, terminou o ano com o saldo de 140.000 aguardando julgamento. Atualmente, cada um de seus ministros possui um estoque de 10.000 processos para julgar. O Tribunal não dispõe sequer de espaço físico para guardar tamanha quantidade de processos, tendo alugado um prédio só para esse fim e sendo obrigado a alugar um segundo com a mesma destinação, em face do comprometimento das estruturas do prévio alugado.
O STF e o STJ encontram-se em situação semelhante, ainda que não tão dramática no que diz respeito, a precariedade de instalações, e tem se verificado, que a técnica a ser adotada para o desafogamento dos Tribunais Superiores, simplificação dos recursos e caracterização destas Cortes como instâncias extraordinárias é a demonstração da relevância federal ou transcendência politica, social, econômica ou jurídica das causas que merecerão a apreciação pelos Tribunais Superiores. 
A inserção dessa espécie de requisito para admissibilidade dos recursos de natureza extraordinária é de suma importância para não vulgarizar os tribunais superiores. Se todos os processos acabarem se desembocando nas Cortes Superiores, o que era extraordinário passa a ser ordinário, com a desenganada intenção das partes de rediscutir indefinidamente as questões nas quais litigam. 
As Supremas Cortes Americanas e Argentinas, apenas para dar de dois exemplos no continente americano, adotam tal técnica a escolher os processos que iram julgar, conforme sua relevância. Essa seleção permite a apreciação consciente e aprofundada das questões de maior importância para a sociedade, dando-se uma sinalização clara para as instâncias inferiores, sem se perder numa avalanche de processos repetitivos, com julgamentos padronizados, o que pode distorcer a adequação da hipótese fática a tese jurídica albergada pelo Tribunal.
Caberia, nesse contexto, a parte demonstrar a transcendência política, econômica, social ou jurídica da causa para que o TST a examinasse.
Como o nosso sistema jurídico o duplo grau de jurisdição já se assegura ás partes a revisão, por um colegiado, da decisão proferida pelo juiz singular, obtendo-se julgamento integral da causa, com reexame de fatos e provas de direito aplicável à hipótese, conclui-se que os Tribunais Superiores não tem a missão de fazer justiça, no sentindo de reexaminar a causa, mas de garantir a aplicação uniforme do direito federal em todo o território nacional. Assim, a missão transcende o interesse das partes, ligando-se a defesa ao interesse do Estado Federado, de que suas normas não sejam desobservadas por alguma das unidades que compõe a federação. 
Daí que apenas as questões que transcendem o interesse das partes, para afetar o próprio interesse da sociedade organizada em Estado Federal, é que merecerão ser julgados pelas Cortes Superiores, e caberá a essas Cortes, com seu poder discricionário, aquilatar se a questão concreta se revela transcendente. Do contrário, continuarão os tribunais superiores a funcionar como 3º e 4º, instância ordinária, julgando de forma sumária os processos que lhe chegam, em sistema que apresenta maior discricionariedade do que se adotaria explicitamente. 
Com a adoção do critério da transcendência das questões federais, poderão os tribunais superiores ter condições de apreciar com tranquilidade, segurança, consciência e precisão as causas que lhe forem dirigidas, dedicando seu tempo àquelas que, efetivamente, terão repercussão tal na comunidade, que exigem detida análise de todos os aspectos que a envolvam, de modo que a solução seja a que melhor atenda aos interesses da sociedade. 
A medida assegura as garantias mínimas estampadas nos arts. 5º LV, e 93, IX, da Constituição Federal, ao dispor que o TST, ao disciplinar o processamento da transcendência em seu regimento interno, deve garantir que a transcendência seja apreciada em sessão pública, com fundamentação e direito a sustentação oral.
Por outro lado, além daquela alteração na Consolidação das Leis do Trabalho, propõe- se também o acréscimo de um paragrafo ao art. 6º 
da Lei nº 9.469, de 10 de julho de 1997, para disciplinar a responsabilidade pelo pagamento de honorários de advogado, quando as partes que litigam em juízo firmarem acordo ou transação para extinguir ou encerrar o processo judicial. 
Respeitosamente, 
2.3. A AÇÃO DIRETA DE INSCONTITUCIONALIDADE Nº 2527 
	
	O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, em 12 de setembro de 2001, interpôs ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, contra a íntegra da Medida Provisória nº 2226 de 04 de setembro de 2001, argumentava a petição que 
“à medida provisória como se pode constatar de seu teor, a) cria incidente relativo ao recurso de revista, e b) se propõe a acabar com os pagamentos de honorários de advogado por parte do Poder Público, em ações que ele tenha sido vencido, ainda que a condenação em honorários tenha
transitado em julgado. ” Nós vamos nos ater a somente ao descrito no tópico “a” desta petição, que é o objeto do nosso trabalho. 
	Traz a ADI, que a medida provisória ofenderia o artigo 62; o artigo 246; o artigo 22 I; o artigo 24 XI; o §3º do artigo 111; o artigo 1º, o artigo 37, caput; o artigo 5º, caput, com seus incisos, II, XXXVI, e LV da Constituição Federal Brasileira. 
	Vejamos o que nos diz cada um desses artigos: 
Art. 62- Em caso de relevância e urgência o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
...
Art. 246- É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação dessa emenda, inclusive. 
...
Art. 22- Compete privativamente a União legislar sobre: 
direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho. 
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Art. 24- Compete a União aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
XI. procedimentos em matéria processual. 
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Art. 111 §3º - A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho�.
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Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal constitui-se em Estado Democrático de Direito...
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, e à propriedade, nos termos seguintes: 
Ninguém será obrigado a fazer ou a deixar de faze alguma coisa se não em virtude de lei; 
XXXVI. a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. 
LV. aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
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Art. 37 – A administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, e também ao seguinte. 
	Ofensa ao artigo 62: Traz a ADI 2527, que a Medida Provisória só pode ser expedida em casos de relevância e urgência, e que para haver relevância necessário é que a matéria a ser objeto da deliberação governamental seja tal que “ açambarque um interesse público fundamental, superior, inconfundível. Inigualável, cuja regulamentação mereça prioridade�”. Já urgência “é aquela que não pode esperar, que demanda solução imediata, sob pena de não acudir ou socorrer a situação de fato posta�”. 
	Prossegue relatando que a competência do Tribunal Superior do Trabalho está prevista na legislação há muitos anos, portanto desnecessária era, a sua alteração pelo ato provisório, que não havia urgência, e que a situação poderia esperar até porque a matéria estava no Congresso Nacional, na sede legislativa própria. Desse modo considera inconstitucionais os artigos 1º e 2º da Medida Provisória 2226. 
	Ofensa ao artigo 246: traz a ADI, que Medida Provisória não pode ser editada para regulamentar artigo, cuja redação já tenha sido alterada por meio de emenda promulgada após 1995. E os artigos 1º e 2º do ato provisório regulam a competência do Tribunal Superior do Trabalho para apreciar os recursos de revista encontrada no artigo 111 da Constituição “ a lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho”, assim alude que não restaria dúvidas que a medida provisória está a regulamentar o §3º do artigo 111 da Lei Fundamental�.
	Ofensa ao §3º do artigo 111, ao artigo 22 I, e ao artigo 24 IX: o artigo 2º da medida provisória violaria o §3º do artigo 111 da Constituição. Quando prescreve que o Tribunal Superior do Trabalho “regulamentará, o regimento interno, o processamento da transcendência do recurso de revista”. Assim, estaria a delegar a ato normativo sem estrutura legal, qual seja, o regimento do TST, a competência da superior Corte Trabalhista, dessa forma esta a afrontar a lei que estabelece que somente a lei poderá dispor sobre a competência do TST�.
	 Aborda que o processamento de incidente relativo a recurso de revista, é indiscutivelmente matéria de direito processual, assim somente a lei poderia regular tal processamento de transcendência, frente ao que estabelecem os artigos 22 I, e 24 IX, da CF. 
	A ADI traz que, um Estado que pretende ser democrático, deve se regular por meio de leis, que as competências dos tribunais devem ser estabelecidas por normas legais. Que a medida provisória, ao tentar introduzir o conceito de transcendência, delegando a sua regulamentação ao regimento interno do Tribunal Superior do Trabalho, ofendeu um postulado básico do Estado Democrático, violando expressamente os artigos 22 I, 24 IX, e §3º do artigo 111 da Constituição Federal. 
	Ainda conforme a ADI 2527 quanto a ofensa ao artigo 1º; ao artigo 5º, caput; com seu inciso II, e ao artigo 37: O artigo 1º da Medida Provisória quando prevê que o Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência não estabeleceu, nem indicou, para que será feita essa apreciação. 
	E realmente pode existir várias teses possíveis para que o Tribunal Superior do Trabalho, examine a transcendência. Reconhecendo a pode por bem editar súmulas, bastando um único julgamento para tanto. Como também pode entender que a matéria seja apreciada por seu pleno, e não por suas turmas, como normalmente acontece. Também a reconhecendo poderia entender por bem conhecer do recurso de revista ainda que não cumpra os requisitos de admissibilidade, então várias são as possíveis condutas que a corte poderia tomar. Poderia até quem sabe, não a reconhecendo, deixar de conhecer o recurso de revista adequadamente deduzido. 
	A conteúdo do artigo 1º não estabeleceu qual é a consequência da apreciação da transcendência, qual serio o efeito de se reconhecê-la ou não. E a transferência de competência indevida que se pretendeu fazer da regulamentação do instituto pelo Tribunal Superior do Trabalho, no seu artigo 2º, vai se mostrar incapaz de equilibrar a deficiência legal, uma vez que se restringiu essa transferência de competência apenas ao processamento da transcendência, ao seu rito, e não para as consequências do seu recebimento. 
	A ADI aduz que os artigos 1º e 2º da Medida Provisória 2226, são fracos no seu aspecto normativo para respeitarem o Estado de Direito uma vez que são insuficientes as partes para garantir segurança em suas relações com o Estado e com o Poder Judiciário, segurança essa que só pode ser alcançada quando a respeito ao princípio da legalidade e isso se dá com a edição de norma clara e precisa. 
 	A ADI 2526, traz o entendimento de Canotilho, vejamos: 
A segurança jurídica postula o princípio da precisão ou determinação dos atos normativos, ou seja, a conformação material e formal dos atos normativos em termos linguisticamente claros, compreensíveis e não contraditórios. Nesta perspectiva se fala de princípios jurídicos de normação jurídica concretizadores das exigências de determinabilidade, clareza e fiabilidade da ordem jurídica e, consequentemente, da segurança jurídica do direito. 
O princípio da determinabilidade das leis reconduz-se sob o ponto de vista intrínseco, a duas ideias fundamentais. A primeira é da exigência de clareza das normas legais, pois de uma lei obscura ou contraditória pode não ser possível, através da interpretação, obter um sentido inequívoco capaz de alicerçar uma solução jurídica para o problema concreto. A segunda aponta para a exigência de densidade suficiente na regulamentação legal, pois um ato legislativo (ou um ato normativo em geral) que não contém uma disciplina suficientemente concreta (densa determinada)
não oferece uma medida jurídica capaz de: 1) alicerçar posições juridicamente protegidas dos cidadãos; 2) constituir uma norma de atuação para a administração; 3) possibilitar, como norma de controle, a fiscalização da legalidade e da defesa dos direitos e interesses dos cidadãos. (CANOTILHO, 2003, p. 251). 
	
	Assim conforme o que foi posto a ADI considerou inconstitucional o artigo 1º e 2º da Medida Provisória 2226, por ofensa ao artigo 1º, princípio do estado de direito, ao artigo 5º, caput, princípio da segurança jurídica, artigo 37, princípio da legalidade, todos da Constituição Federal. 
	Quanto a ofensa ao artigo 5º caput, o inciso LV e o inciso XXXVI, dizem respeito as inconstitucionalidades da medida provisória quanto ao pagamento de honorários advocatícios por parte do Poder Público em ações que ela tenha sido vencido, mas não adentraremos nessa discussão porque não é o objeto do nosso trabalho. 
	No que diz respeito a liminar à ação Direta de Inconstitucionalidade aborda que os artigos 1º, 2º e 3º devem ter sua eficácia suspensa liminarmente por estarem presentes o periculum in mora e conveniência da suspensão. 
	Aduz que a possível introdução do critério da transcendência ensejaria no não conhecimento de recursos, conforme a interpretação do Tribunal Superior do Trabalho, o que privaria as partes ao apelo de que têm direito. E que também o Supremo Tribunal Federal poderia ser prejudicado, uma vez que, uma vez que os processos não fossem conhecidos pelo TST também deixariam de ser pelo STF, em grau de recurso extraordinário. 
	Alega que mesmo que TST não entenda que a transcendência é um requisito de admissibilidade, consideram que sua inserção no processamento dos recursos de revistas, ocasionará um desvio de finalidade, e pelo fato de poder ser inconstitucional os artigos 1º e 2º da referida medida provisória, poderá ensejar um futuro questionamento da validade das causas que venham a ser julgadas, ou mesmo não julgadas, com a apreciação da transcendência. 
	Continua a Ação Direta de Inconstitucionalidade, abordando sobre o artigo 3º da medida provisória, no tocante aos honorários. 
	A ação foi julgada liminarmente, o acórdão data de 23/11/2007, traz o seguinte teor: 
O Tribunal, por maioria, nos termos do voto da relatora, Ministra Ellen Gracie (Presidente), deferiu em parte a liminar para suspender o artigo 3º da Medida Provisória nº 2.226, de 4 de setembro de 2001, vencidos parcialmente os senhores Ministros Nelson Jobim, que a deferia enquanto os artigos 1º e 2º; Maurício Corrêa, que a deferia enquanto os artigos 1º, 2º e parte do 3º. Ausente justificadamente nesse julgamento, o Senhor Ministro Gilmar Mendes. Não votou o Senhor Ministro Eros Grau por suceder ao Senhor Ministro Maurício Corrêa, que votou somente com relação ao artigo 3º, por suceder ao Senhor Ministro Nelson Jobim, que proferira voto quanto aos artigos 1º e 2º. 	
	Assim, temos que os artigos 1º e 2º estão vigentes, todavia sem eficácia, por falta de regulamentação de como o critério de transcendência se dará, tal regulamentação ficou a cargo do Tribunal Superior do Trabalho. 
O RECURSO DE REVISTA 
HISTÓRICO RECURSO DE REVISTA
Nas palavras de Martins Filho [2000], quando foi instalada a Justiça do Trabalho, no ano de 1941, o sistema recursal trabalhista previa o recurso ordinário das JCJs� para os TRTs� e o recurso extraordinário dos TRTs para o TST�, que exercia a função de órgão de cúpula do sistema e última instância decisória. Em 1943, frente à inexistência de norma que previsse o recurso extraordinário da Justiça do Trabalho para o STF�, este último reconheceu a necessidade do recurso para o STF, caso contrário poderia haver violação da constituição sem que o STF pudesse exercer o seu controle de constitucionalidade das decisões judiciais trabalhistas. Diante desse fato, havia dois recursos extraordinários: um dos TRTs para o TST e outro deste para o STF, sendo clara a natureza semelhante dos dois apelos e das duas instâncias. 
A questão foi solucionada com a criação do recurso de revista como apelo próprio dos TRTs para o TST, por meio da Lei n° 861/49, ressurgindo a nomenclatura de velha tradição colonial e imperial da "revista" prevista nas Ordenações Afonsinas como recurso que se interpunha ao Príncipe, em relação às sentenças de maior alçada do Reino, como também na Constituição Imperial, que previa o recurso de revista das decisões de 2ª instância para o Supremo Tribunal de Justiça. 
Continua Martins Filho [2000], que a grande reforma da CLT�, originada pelo Decreto Lei n° 229/67, mesmo anterior a promulgação da Carta Política de 1967, mencionava o recurso de revista para as Turmas do TST, quando das seguintes hipóteses : divergência na interpretação de lei, salvo se a decisão recorrida estivesse em consonância com pré-julgado ou jurisprudência pacífica do TST; violação de "norma jurídica" o que importava em todas as fontes de direito, autônomas e heterônomas, federais, estaduais e municipais.
Com a Lei nº 7.701/88, o Pleno do TST estava dividido em duas seções especializadas, uma para apreciação de dissídios coletivos (SDC�) e outra para dissídios individuais (SDI�), sendo que, em relação ao recurso de revista para o TST, foram previstas três possibilidades de apreciação (CLT, art. 896, alíneas "a" a "c"): divergência jurisprudencial em torno de lei federal; divergência jurisprudencial em torno de lei estadual ou municipal, convenção ou acordo coletivo, sentença normativa ou norma regulamentar empresarial, desde que esses instrumentos normativos tenham vigência em âmbito territorial que ultrapasse a jurisdição de um único TRT; e violação de lei federal ou da Constituição da República em processo de execução de sentença, a via recursal ficou limitada à demonstração de ofensa à dispositivo constitucional.
Ainda conforme Martins Filho [2000], com a Lei nº 9.756/98, foi incluído o art. 557 do CPC, com seu § 1ºA, que autorizou, além da denegação do seguimento de recurso, o provimento do recurso por despacho do relator, quando a decisão estivesse em confronto com a jurisprudência pacificada dos tribunais superiores. O que deu maior celeridade ao processamento dos recursos no TST, desafogando as pautas das sessões de julgamento em relação às matérias já pacificadas na Corte. Os pressupostos específicos e limitados de admissibilidade seriam fixados pelo Decreto Lei n° 229/67, deixando clara sua natureza extraordinária. Com o advento da lei nº 9.957/00, no tocante ao recurso de revista nas ações sujeitas ao rito sumaríssimo, limitou o às hipóteses de violação da Constituição ou contrariedade a súmula do TST (CLT, art. 896, §6º). 
Aduz Giglio (2007), que o recurso de revista era em sua origem chamado recurso extraordinário, isto porque suas funções são muito semelhantes, limitadas, porém, apenas no processo trabalhista. Tendo o legislador percebido que a existência de dois recursos com o mesmo nome causava confusões, resolveu chamar o trabalhista de revista. 
No mesmo sentido afirma Leite (2009), que no texto original do art. 896 da CLT, o recurso de revista era intitulado recurso extraordinário, o que somente foi alterado a partir da lei n. 861, de 13.10.1949. Daí a afirmação usual de que, guardadas as respectivas finalidades, o recurso de revista, a exemplo do recurso extraordinário para o STF e do recurso especial para o STJ, possui natureza extraordinária, já que a sua satisfação não se presta á observância do duplo grau. Também não é utilizado em princípio para corrigir justiça ou injustiças dos acórdãos proferidos pelos Tribunais Regionais do Trabalho. Mas sim, o objeto do recurso de revista consiste apenas em impugnar acórdão regional que contenha determinados vícios, ou seja, a interposição do recurso de revista não exige o simples fato da sucumbência, tal como ocorre com os recursos de natureza ordinária. É correto que o recurso de revista, assim como todos os demais recursos visam aprimorar a excelência, a qualidade dos pronunciamentos judiciais
em geral e conter os excessos e ilegalidades que por ventura podem ocorrer nas decisões proferidas pelos tribunais regionais. Mas não restam dúvidas que os objetivos específicos do recurso de revista estão na supremacia do direito nacional, cujo conceito é mais amplo de que o de direito federal, em face do direito local ou regional. Direito nacional é o que é aplicado em todo território nacional, ultrapassando a autonomia dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Direito Federal é também aplicado em todo o território nacional, mas a sua incidência vincula somente a União e seus entes decentralizados. Por exemplo, o código civil é uma lei nacional, já a lei 8.112/90 (regime jurídico único dos servidores federais) é uma lei federal. Numa palavra o recurso de revista se preza a corrigir a decisão que violar a literalidade da lei e a uniformizar a jurisprudência nacional concernente à aplicação dos princípios e normas de direito material e processual do trabalho.
Giglio (2007), afirma que, não diferenciando a lei entre decisões terminativas e definitivas, mas sim apenas fazendo menção ás proferidas em recurso ordinário, parece não restar dúvidas o cabimento da revista contra aquelas que, sem apreciar o mérito encerram o debate da fase cognitiva, tais como as que reconhecem à ilegitimidade da parte, a prescrição, a existência de coisa julgada ou de litispendência. Entende ainda o autor que, a decisão do Tribunal que reconhecer que havendo ocorrido à nulidade ou a existência de irregularidade sanável, determinar a baixa dos autos ao juízo de primeiro grau, para um novo pronunciamento deste, não tem caráter terminativo, posto que embora não decida o mérito, não encerra o processo, mas sim de decisão interlocutória, e contra estas não cabe qualquer recurso. Desse modo para as decisões interlocutórias dos Tribunais Regionais não é cabível recurso de revista. E não basta que a parte obedeça aos pressupostos subjetivos (haver sido vencida) e objetivos (subscrição por quem tem poderes regulares, estar no prazo, efetuar depósito da condenação, se for o caso, e o pagamento das custas), e que se trate de decisão proferida em recurso ordinário pelo Tribunal Regional, em demanda individual, para que tenha direito ao recurso de revista, para este recurso extraordinário a própria lei estabelece outros pressupostos recursais específicos.
HIPÓTESES DE CABIMENTO DO RECURSO DE REVISTA 
Aspectos Gerais: 
Aduz Martins (2007), que o Recurso de Revista não vai fazer um reexame geral da decisão do Tribunal Regional do Trabalho, é um apelo acima de tudo técnico e extraordinário, tendo sua admissibilidade subordinada ao atendimento de pressupostos, assim é de suma importância que a parte demonstre divergência jurisprudencial, ou violação literal de dispositivo de lei ou da Constituição para o seu conhecimento. Também é válido quando demonstrar divergência de lei estadual, convenção ou acordo coletivo, sentença normativa ou acordo de empresa de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do TRT prolator. Assim, entende o autor que o objetivo do Recurso de Revista é a uniformização da jurisprudência dos Tribunais Regionais por meio das Turmas do TST.
De acordo com os ensinamentos de Giglio (2007), deve o recurso de revista obedecer a pressupostos subjetivos e objetivos os quais são observados a todo tipo de recursos, assim cabe recurso de revista para decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho em grau de recurso ordinário e em dissídio individual, as hipóteses estão previstas no artigo 896 da CLT, vejamos: 
 Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. 
Giglio (2007), com a redação do artigo 896 da CLT, torna-se claro que o recurso de revista é admissível somente contra as decisões proferidas em recurso ordinário, em dissídios individuais pelos Tribunais Regionais do Trabalho, não há mais como entender cabível o recurso de revista contra julgamentos de agravo de petição, agravo de instrumento, agravo regimental ou qualquer outro recurso que não seja o ordinário, salvo quando houver ofensa a literal disposição da Constituição. 
Malta (2007), a violação literal que o artigo 896 da CLT se refere pode ser de lei federal de natureza material ou processual ou da Constituição Nacional, violação de lei estadual, costume, portaria, atos normativos, ou posturas municipais não enseja revista. Já os decretos-leis e as medidas provisórias são equiparadas á lei federal assim como os tratados federais, portanto, passíveis de revista. 
De acordo com a súmula do TST nº 221, a indicação do preceito legal apontado como ferido é indispensável. 
Ensina Pereira (2015) em se tratando de execução fiscal ou controvérsia que envolva a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), quando a decisão for proferida em divergência jurisprudencial ou com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal, na forma do artigo 896, §10º, da CLT, com redação da Lei nº 13.015/14, cabe recurso de revista: 
Artigo 896, §10º, da CLT- cabe recurso de revista por violação a lei federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal nas execuções fiscais e nas controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei no 12.440, de 7 de julho de 2011. 
Ainda, conforme Pereira (2015), no rito sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade à Súmula do TST, por violação direta da Constituição Federal ou, ainda, conforme o artigo 896, §9º, da CLT, com redação da Lei nº 13.015/14, por contrariedade à Súmula Vinculante do STF.
Artigo 896, §9º, da CLT - nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Federal.
Para Leite (2009), os pressupostos genéricos tratam-se dos pressupostos de validade (capacidade postulatória, petição inicial apta, competência do juízo, imparcialidade do juiz, capacidade processual, citação válida), mas além destes acrescenta também o valor das custas processuais, o qual poderá ser alterado em razão do resultado do julgamento do recurso ordinário, ou seja, havendo a alteração da sucumbência, a parte então vencida fica obrigada a pagar ás custas independente de nova intimação. Já as pessoas jurídicas em geral, salvo a União, que sempre foi isenta de emolumentos, eram dispensadas ao pagamento prévio das custas para a interposição do recurso, com o advento da lei 10.537 de 27.08.2002, acrescentou o artigo 790- A á CLT e passou a dispor que todas as pessoas jurídicas de direito público, bem como o Ministério Público do Trabalho, são isentas ao pagamento de custas, também são isentos os benificiários da justiça gratuita, os que defendem interesses sob a proteção da assistência judiciária sindical. No que tange ao depósito recursal a revista segue as mesmas regras do recurso ordinário, apenas acrescentando
que o valor para o deposito recursal que é pressuposto de admissibilidade para o recurso de revista é o dobro do que o fixado para o recurso ordinário, traz a súmula 128 do TST: 
I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. (ex-Súmula nº 128 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.03, que incorporou a OJ nº 139 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998)
II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. (ex-OJ nº 189 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. 
Conforme Malta (2007), o prazo para interposição da revista é de oito dias contados da publicação da conclusão do acórdão recorrido no jornal que divulga oficialmente os pronunciamentos do tribunal recorrido, havendo advogado funcionando no pleito a publicação só é válida se contiver o seu nome. Já o depósito para recurso ordinário tem um teto, se o valor da condenação na vara superar esse teto, o recorrente de revista deve completar o depósito já feito até o limite do teto para o recurso de revista. O valor do depósito pode ser reajustado bimestralmente. Havendo acréscimo na condenação, como sucede quando se reforma a sentença da vara para impor-se ao réu o pagamento de horas extras tidas como improcedentes no primeiro grau, mas nada disse o acórdão sobre o novo valor da condenação, continua vigorando para efeito de custas e depósito o valor fixado pela vara e inexiste deserção. Se a reclamação tiver sido julgada improcedente e se o recurso ordinário interposto pelo reclamante tiver sido provido para a demanda ser julgada procedente, o reclamado, recorrente de revista, deverá depositar o valor do depósito necessário para o recurso ordinário acrescido do valor do depósito correspondente ao recurso de revista, observados os limites legais. Traz a súmula 128 do TST, que o depósito da condenação deve ser complementado até o limite legal se acrescida condenação pelo acórdão regional, sob pena de deserção. 
	Ainda conforme o autor, no que se refere às custas a parte vendedora na primeira instância, se vencida na segunda, está obrigada independente de intimação, a pagar ás custas fixadas na sentença originária das quais ficará isenta a parte então vencida. 
Conforme Martins (2007), o recurso de revista é apresentado para o presidente do Tribunal Regional do Trabalho, que poderá recebe-lo ou denegá-lo (§1º do art. 896 da CLT). Não há previsão legal para a delegação do despacho de admissibilidade do recurso de revista para o vice-presidente do tribunal, todavia, há necessidade de que o despacho seja fundamentado a fim de indicar os motivos de seu não recebimento. Poderá o presidente do tribunal reconsiderar seu despacho conhecendo o recurso, do contrário, se o presidente manter o despacho que indeferiu o recurso, a solução adequada para contestar tal decisão é o agravo de instrumento, endereçado ao TST. Somente se o recurso for admitido é que a parte será intimada a apresentar contrarrazões no prazo de oito dias, haja vista que se o recurso não for admitido não há necessidade de contrarrazões. 
Continua Martins (2007), mesmo após as contrarrazões o juiz presidente do TRT pode reexaminar os pressupostos de admissibilidade do recurso, como consta no parágrafo único do artigo 518 do CPC. O efeito será sempre devolutivo, de acordo com a determinação do §1º do artigo 896 da CLT. Apenas quando da impetração de mandado de segurança é que pode dar efeito suspensivo ao recurso de revista, quando ficar demonstrado direito adquirido que importe prejuízo irreparável ao recorrente. O mesmo efeito pode ser adquirido com cautelar desde que presentes a fumaça do bom direito e o perigo da demora. Com o efeito devolutivo ao recurso de revista a parte poderá solicitar a extração da carta de sentença, visando a execução provisório do julgado. 
3.2.2 Artigo 896 a CLT: Divergência de Lei Federal e Divergência Jurisprudencial: 
Conforme Martins (2007) ocorrerá divergência jurisprudencial quando um mesmo dispositivo de lei federal tiver interpretação divergente a de outro tribunal, neste caso a interpretação divergente se dará em relação a outro Tribunal Regional, tanto quanto ao Pleno ou as Turmas, não é possível a indicação de divergência jurisprudencial do mesmo tribunal, seja por meio de suas turmas ou pleno. Assim, os Tribunais Regionais deverão proceder a unificação de suas jurisprudências. No que diz respeito ao TST, é possível indicar jurisprudência divergente de acordão requerido à seção de dissídios individuais, que tem por função justamente unificar a jurisprudência trabalhista das turmas daquele tribunal. Desse modo, não é admitido o recurso de revista com fundamento em acórdão de turma do TST, pois os acórdãos das turmas podem ser modificados pela seção de dissídios individuais em recurso de embargos. 
Ensina Pereira (2015), importante observar o fato de que a divergência jurisprudencial não pode ser oriunda de turmas ou pleno de um mesmo TRT, na forma da Orientação Jurisprudencial nº 111 da SDI�-1 do TST: “não é servível ao conhecimento de recurso de revista aresto oriundo de mesmo Tribunal Regional do Trabalho, salvo se o recurso houver sido interposto anteriormente à vigência da Lei nº 9.756/1998.
De acordo com Malta (2007), é pacifico o entendimento de que não cabe revista amparada em jurisprudência divergente de suas Turmas. A divergência dos julgados que podem ensejar a revista pode ser entre: decisões de tribunais regionais distintos; decisões de turmas de tribunais regionais diferentes; decisões de grupos de turmas ou de tribunal regional em composição plena e de turma de outro tribunal regional; qualquer dessas decisões e pronunciamentos da seção especializada em dissídios individuais do Tribunal Superior do Trabalho. 
 Conforme o entendimento do autor, ainda que se aponte jurisprudência divergente, a revista pode não ser conhecida se a decisão estiver de acordo com o enunciado do Tribunal ou com jurisprudência que ali se uniforme. Neste caso o relator pode negar seguimento à revista por simples decisão monocrática. Menciona a súmula 333 do TST, que não ensejam o conhecimento de revista ou embargos decisões superadas por iterativa, notória e atual jurisprudência do pleno, trazendo o sentido de que ficando evidenciado que, se a jurisprudência citada para justificar o conhecimento da revista não está de acordo com o que prevalece na seção de dissídios individuais do TST, a revista não será conhecida. 
Conforme os ensinamentos de Pereira (2015), quando a decisão recorrida estiver em contrariedade à súmula ou tese jurídica prevalente no próprio TRT, desde que estas não sejam conflitantes com Súmula do TST ou Orientação Jurisprudencial SDI-1 do TST, na forma do artigo 896, §6º, da CLT, com redação da Lei nº 13.015/14, servirá como paradigma para viabilizar o reconhecimento do recurso de revista por divergência: 
Artigo 896, §6º, da CLT - após o julgamento do incidente a que se refere o § 3o, unicamente a súmula regional ou a tese jurídica prevalecente no Tribunal Regional do Trabalho e não conflitante com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho servirá como paradigma para viabilizar o conhecimento do recurso de revista, por divergência.
Pereira (2015), novidade introduzida pela Lei nº 13.015/14 acerca da obrigatoriedade da uniformização de jurisprudência nos tribunais regionais do trabalho, estabelecida pela nova redação do artigo 896, §3º, da CLT e regulamentada pelo Ato nº 491/14 do TST.
Segundo o artigo 896, § 4º e § 5º, da CLT, com a
redação da Lei nº 13.015/14, no TST, em se tratando de recurso de revista, caso o relator, de ofício ou mediante provocação das partes ou do Ministério Público do Trabalho, observe a existência de decisões atuais e conflitantes no âmbito do mesmo Tribunal Regional do Trabalho sobre o tema objeto de recurso de revista, deve suspender o julgamento e determinar, em decisão irrecorrível, o retorno dos autos ao tribunal de origem, a fim de que proceda à uniformização da jurisprudência.
Essa providência, no sentido de determinar a uniformização da jurisprudência pelo TRT, também pode e deve ser determinada pelo seu próprio presidente, ao emitir juízo de admissibilidade sobre o recurso de revista, em decisão igualmente irrecorrível.
Após o julgamento do incidente de uniformização de jurisprudência, como dito de início, apenas a súmula regional ou a tese prevalecente no Tribunal Regional do Trabalho e não conflitante com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho deve servir de paradigma para viabilizar o conhecimento do recurso de revista, por divergência. Pereira (2015). 
	Para Martins (2007), o § 4º do artigo 896 da CLT prevê que a divergência possível de ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se considerando como tal a ultrapassada por súmula, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do TST. Jurisprudência já superada pelo TST não será usada como fundamento para a interposição do recurso de revista. A jurisprudência iterativa é a reiterada, que normalmente já se utiliza por meio de súmulas do TST. A expressão notória, no entanto, é ampla, entende-se que é jurisprudência predominante e de conhecimento de todos os membros do TST, embora se confunda com iteratividade. Por derradeiro, a atual jurisprudência do TST presume que se prevaleça sobre a anterior, por ser mais recente e refletir o entendimento predominante da Corte Trabalhista, pois o objetivo da uniformização da jurisprudência já foi obtido. 
No que tange a divergência de jurisprudência, a súmula nº 337 do TST, traz:
Comprovação de divergência. Recurso de revista e Embargos. Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário que o recorrente: I. junte certidão ou cópia autenticada do acordão paradigma ou cite a fonte oficial ou repositório em que foi publicada.
II. transcreva nas razões recursais, as emendas e/ou trechos dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio mencionando as teses que identifiquem os casos confrontados, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso. 
	
Para Martins (2007), a orientação da súmula nº 337 do TST, é semelhante à posição do STF, quanto ao recurso extraordinário, sumulada no artigo nº 291 desta corte. Mesmo que os acórdãos paradigmas já estejam nos autos do processo ou venham a ser juntados com o recurso, é fundamental que o recorrente transcreva nas razões recursais as ementas ou trechos dos acórdãos trazidos à colação, citando as teses que identifiquem os casos em confronto. O inciso II da súmula, informa que a concessão de registro de publicação como repositório autorizado de jurisprudência do TST torna válida todas as suas edições anteriores. 
Quando o recurso se fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará prova da divergência mediante certidão, cópia autenticada ou pela citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, também em mídia eletrônica, em que tiver sido publicada a decisão divergente, ou ainda pela indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. 
A súmula nº 296, inciso I, do TST traz: “a divergência jurisprudencial ensejadora da admissibilidade, do prosseguimento e do conhecimento do recurso há de ser específica, revelando a existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal, embora idênticos os fatos que as ensejaram”. 
	De acordo com Pereira (2015), o que estabelece o pressuposto da especificidade é que o conflito apto a ensejar o recurso de revista não pode estar relacionado a questões de fato divergentes, mas sim a questões de direito que, aplicadas a fatos idênticos, receberam tratamento contrário por parte dos tribunais.
Dada essas circunstâncias, somente estará satisfeita a premissa da divergência específica quando a parte demonstrar claramente e de forma analítica no seu recurso de revista que a situação ou base fática que ensejou as interpretações divergentes eram a mesma, ou seja, que os fatos eram idênticos ou muito semelhantes.
3.2.3 Artigo 896 b da CLT : Divergência de Lei Estadual: 
Para Martins (2007), a lei estadual quer dizer a norma oriunda do Poder Legislativo estadual. Pode ser sobre qualquer matéria, não poderá ser, porém, uma norma emanada do Poder Executivo. Referente a alínea b do artigo 896 da CLT diz respeito não só ao regulamento da empresa, mas a tudo o que vem antes da oração, como acordo, convenção coletiva, sentença normativa, pois é usada a conjunção ou, que portanto refere-se a toda frase. A interpretação divergente ocorre somente em relação à divergência de lei estadual e não a lei municipal, a lei estadual deve ser uma lei trabalhista, um verdadeiro regulamento de empresa no âmbito estadual. No entanto, muitas vezes pode ser difícil encontrar um acórdão nesse sentido, pois outras turmas do tribunal podem não ter julgado o mesmo caso. 
O exame de convenção ou acordo coletivo de trabalho, sentença normativa ou regulamento de empresa envolve a apreciação de fatos e provas, o que é vedado pela súmula nº 126 do TST �e a súmula nº 279 do STF �, pois o recurso de revista não tem objetivo de corrigir a má apreciação da prova produzida, ou a injustiça da decisão, mas sim a interpretação correta da lei pelos diferentes tribunais trabalhistas. A norma coletiva na maioria das vezes é estadual, raramente vai ser possível se obter um acórdão de outro tribunal sobre o tema, pois naquela região a norma coletiva não será aplicada. No que diz respeito à divergência de regulamentação de empresa, há necessidade de que seja de observação obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator do acórdão, como ocorre, por exemplo, com o regulamento da empresa do Banco do Brasil, o regulamento de empresa que envolver apenas a área de jurisdição do TRT prolator do acórdão não ensejará o Recurso de Revista, quanto à interpretação jurisprudencial divergente. 
Aduz Pereira (2015), que quando a divergência jurisprudencial tiver por objeto à interpretação de lei estadual, convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área que exceda a competência territorial do tribunal prolator, é dever da parte comprovar que os limites de aplicação dessas normas realmente excedem a jurisdição do TRT, conforme a súmula 147 da SDI-1 do TST, “é inadmissível o recurso de revista fundado tão-somente em divergência jurisprudencial, se a parte não comprovar que a lei estadual, a norma coletiva ou o regulamento da empresa extrapolam o âmbito do TRT prolator da decisão recorrida”. 
Malta (2007), no tocante a violação da norma coletiva, eles entendem que se o acórdão de um Tribunal Regional determinar em contrário à sentença normativa é cabível a revista. Já a violação da Constituição Federal, precisa ser direta, é necessária que o recorrente mencione expressamente qual foi o preceito constitucional violado. 
 
3.2.4 Artigo 896 c CLT: Violação direta e literal da Constituição Federal: 
Martins (2007), quanto da violação direta e literal à Constituição, está não poderá ser uma afronta indireta, reflexa ou disfarçada, como da violação genérica ao inciso II do artigo 5º da Constituição Federal �, como argumento de violação de lei federal, pois neste caso não haveria violação da Constituição, mas a norma federal, a afronta deve ser a letra da disposição constitucional. 
Necessário se faz a indicação
do dispositivo violado conforme o que aduz a súmula nº 221do TST, vejamos: 
A admissibilidade do Recurso de Revista por violação tem como pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como violado. 
Martins (2007), a violação tanto poderá ser de lei material, como processual, tanto poderá ser a matéria trabalhista como a prevista no Código Civil. Lei Federal é também o tratado ou convenção internacional, que no ordenamento brasileiro tem natureza de lei ordinária federal. Não é lei federal o decreto, a portaria , a instrução; a lei complementar é lei federal. 
Não se admitirá recurso contra violação literal de lei estadual, mas somente lei federal ou da Constituição Federal. 
Ainda conforme Martins (2007), só será admitido o recurso de revista contra acórdão proferido em agravo de petição, na liquidação de sentença ou em processo de execução, inclusive em embargos de terceiros, se houver inequívoca violação da Constituição. Assim, é indispensável à demonstração da violação direta e literal da Constituição Federal, justamente, pelo fato do processo já estar na fase de execução e ter que ser resolvido o mais rapidamente possível para o recebimento do crédito do reclamante, sendo o caso se coibir os recursos meramente protelatórios. Neste caso a violação da Lei Fundamental, ocorrerá, principalmente em relação à coisa jurídica julgada e o ato jurídico perfeito. 
3.2.5 Prequestionamento: 
	Para Pereira (2015), seja nas situações de recurso de revista fundamentado em divergência jurisprudencial, seja na hipótese de recurso de revista amparado em violação de lei federal ou da Constituição, cabe à parte demonstrar, como pressuposto adicional de admissibilidade, o prequestionamento da matéria no juízo a quo.
O prequestionamento significa primeiro, ter a parte suscitado determinada questão de direito em um momento processual anterior ao do recurso de revista e, segundo, ter o juízo a quo realizado a sua apreciação.
Martins (2007), interpretação razoável de preceito de lei, ainda que não seja boa, não enseja na admissibilidade do conhecimento do recurso de revista, é fundamental que a violação esteja ligada a literalidade do preceito. Para a interposição do recurso revista há necessidade de que a matéria debatida na instância inferior haja adotado, explicitamente, tese a respeito. Não se admite pré-questionamento implícito, cabendo à parte interessada a interposição de embargos de declaração objetivando o pronunciamento sobre o tema sob pena de preclusão, que ocorrerá se não forem opostos embargos declaratórios para que seja suprimida a omissão apontada no recurso de revista. 
De acordo com Malta (2007), o recurso de revista deve se ater ao que foi objeto de acordo regional recorrido, isto é a matéria pré-questionada, com base na súmula nº 297 do TST entende se por pré-questionada a matéria quando a decisão impugnada tenha adotado alguma tese, incumbe à parte interessada interpor embargos de declaração tendo como objetivo o pronunciamento sobre o tema, estando sujeito a pena de preclusão. Vejamos a Orientação Jurisprudencial nº 256 da SDI-I do Tribunal Superior do Trabalho: 
Para fins de pré-questionamento de que trata a súmula 297, há necessidade de que haja, no acordão de maneira clara, elementos que levem a conclusão de que o Tribunal Regional adotou uma tese contrária à lei ou a enunciado. 
	Assim, percebemos a complexidade do Recurso de Revista e de seus requisitos e critérios de admissibilidade, a seguir passaremos a ver o novo possível requisito de admissibilidade do recurso de revista, a transcendência. 	
3.	 O INSTITUTO DA TRANSCEDÊNCIA COMO UM NOVO REQUISITO DO RECURSO DE REVISTA.
Leite (2009), com o objetivo de dificultar a interposição do recurso de revista, o presidente da República editou a medida provisória n. 2.226, de 4.9.2001, que se encontra em vigor, retrata no artigo 896 A da Consolidação das Leis do Trabalho, “O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica”. 
Assim temos um novo pressuposto específico de admissibilidade prévia do recurso de revista, de outra forma, em se tratando de transcendência não há o juízo primeiro de admissibilidade exercido perante o TRT. O artigo 2º da referida medida provisória no seu artigo 2º delegou ao TST a missão de delimitar objetivamente o processamento e a apreciação da transcendência como um novo pressuposto especifico de admissibilidade. 
Para Schiavi (2014), embora a doutrina tenha fixado a transcendência como mais um requisito de admissibilidade do recurso de revista, mais um pressuposto subjetivo a ser preenchido pelo recorrente no ato da interposição do recurso, o autor entende a transcendência mais como uma prejudicial do mérito, do recurso. Além disso, somente o TST poderá apreciar a transcendência e não os Tribunais Regionais, por isso entende ser uma prejudicial do mérito. 
Para Giglio (2007), o termo transcendência não tinha até agora um significado jurídico, sendo apenas utilizado na filosofia, mas talvez tenha sido escolhido por se aproximar, mas não repetir a relevância da experiência frustrada de selecionar os Recursos para o Supremo Tribunal Federal, de sua origem etimológica do latim “transcendentia” se extrai o sentido pretendido pelo legislador: subir, escalar, atravessar, ultrapassar, transpor, superar, porém na prática deve prevalecer o significado comum que é de superioridade ou de importância.
Conforme Leite (2009), o vocábulo transcendência, que é qualidade de transcendente comporta inúmeros significados, a lei faz sentido no tocante há algo muito relevante, de tal importância a ponto de merecer julgamento completo por parte do TST, de todo modo consubstancia a marca da subjetividade conceitual. 
O autor se mostra pessimista com a implantação da transcendência, argumentando que ele criará obstáculos que atrapalharam a celeridade dos recursos. Vejamos as palavra sde Leite (2009): 
O esforço de se restringir o recurso de revista, através do requisito da transcendência acabará por criar novos obstáculos á celeridade processual, pois á evidência estimulará sobremaneira a discussão da matéria de fundo que ofereça a transcendência, o aumento de sustentações orais no TST, o que exigirá a diminuição dos processos em pauta, a proliferação de aditamentos ao recurso de revista para a supressão do não preenchimento do pressuposto extrínseco do recurso.
 Carrion (2013), aduz que toda a iniciativa para tornar a justiça mais rápida e mais justa tem de ser bem vinda. O TST tem uma carga enorme de processos, a quantidade de recursos deve ser reduzida por um critério técnico e não por um critério tão subjetivo. Assim afirma José Alberto Couto Maciel, “essa transcendência não é matéria de direito, mas entendimento subjetivo do Ministro, dependendo dele exclusivamente dizer sobre a relevância da matéria, pois na verdade não se trata de transcendência de palavra espiritual dirigida ao criador”. Com ele também concorda José Eduardo Haddad “è evidente que a medida não trará qualquer benefício no sentido de simplificar o recurso, ao contrario, a subjetividade do critério somente tornará mais difícil a sua apreciação”. 
Em entendimento contrário Martins Filho [2000]: 
O critério de transcendência previsto para a admissibilidade do recurso de revista para o TST concede ao Tribunal e seus ministros, uma margem de discricionariedade no julgamento do recurso de revista, porque permite uma seleção prévia dos processos que, pela sua transcendência jurídica, política, social ou econômica, mereçam pronunciamento da Corte. (...) A rigor, qualquer procedimento de seleção de causas julgadas pelas Cortes Superioras constituí juízo de conveniência e não, propriamente, pronunciamento jurisdicional, uma vez que não se aprecia questão de direito material ou processual, mas se faz uma avaliação da

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