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CURSO ONLINE – AFO P/ AGENTE E ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL (TEORIA E EXERCÍCIOS) 
PROFESSOR DEUSVALDO CARVALHO 
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AULA 01: ORÇAMENTO PÚBLICO: PLANO PLURIANUAL – PPA, LEI 
DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO E LEI ORÇAMENTÁRIA 
ANUAL – LOA 
 
Colega concursando! 
 
Na aula Zero abordamos acerca do tópico,  Créditos adicionais. 
Continuando o assunto conforme o conteúdo programático, na aula de 
hoje disserto sobre o seguinte tópico: 
AULA 01 2.1 Orçamento público, 2.3 Diretrizes orçamentárias. 
Atenção! No fim desta nota de aula estamos apresentando a lista com 
todos os exercícios nela comentados, para que o aluno, a seu critério, os 
resolva antes de ver o gabarito e ler os comentários correspondentes. 
 
Prezado estudante! Está motivado? A motivação é sua! É algo intrínseco, 
portanto, procure encontrá-la! Portanto, motive-se para este concurso 
porque seu esforço certamente será recompensado. 
 
Ao estudar para concurso, nunca vá desanimado, posto que não se 
entra numa “guerra” “derrotado”. 
 
Estudando esta nota de aula você está apenas treinado para o grande 
dia da competição. Muitos poderão ocupar o lugar no pódio, existe 
bastante espaço, portanto, conquiste o seu. 
Seu objetivo é conquistar uma vaga na Polícia Federal? Não importa que 
você seja o primeiro ou o último colocado, o mais importante é estar 
dentro do DPF, ocupando o cargo de Agente ou Escrivão. 
 
Por favor! Estude-a com calma porque esse assunto fará diferença na 
hora da prova, haja vista que questões sobre esse assunto estão 
sempre visitando as provas de concursos. 
 
Ânimo e muita força de vontade para a conquista de seu sonho! 
 
Conforme informado na aula zero, seguem algumas informações sobre 
os cargos de Agente e Escrivão da PF: 
1. Inicia-se na 3ª classe chegando à classe Especial em até 15 anos; 
2. Vencimentos atuais: 3ª classe, R$ 7.800,00 e Classe Especial, R$ 
13.500,00; 
3. Para promoção a Classe especial exige-se um curso denominado de: 
“curso especial de polícia”, na Academia Nacional de Polícia. São 3 
meses, sendo um presencial e dois na forma virtual. Deve-se apresentar 
monografia em grupo ou individual e o curso é reconhecido como Pós-
graduação, nível de especialização. 
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Na próxima aula seguem mais informações! 
 
Reflexão! 
"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, 
mas na intensidade com que acontecem. 
Por isso existem momentos inesquecíveis, 
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis". 
(Fernando Pessoa) 
 
Recomendação! Para o estudo desse assunto é importante que esteja ao 
seu alcance a Constituição Federal – artigos 163 a 169, LRF e a Lei nº. 
4.320/64. 
 
Bom estudo! 
 
1. ORÇAMENTO PÚBLICO 
 
Conceito 
É o ato pelo qual o Poder Legislativo aprova e autoriza aos demais 
Poderes (Executivo, Judiciário, Ministério Público e o próprio Legislativo), 
por um período determinado, a realização das despesas destinadas ao 
funcionamento dos serviços públicos em geral e outros fins previstos em 
políticas econômicas, bem como prevê a arrecadação de receitas do 
poder público. 
 
Dito de outra forma, o orçamento é uma prévia autorização do 
Legislativo para que o poder público arrecade as receitas e execute as 
despesas num período determinado. 
 
Ao contrário da iniciativa privada, o orçamento e planejamento públicos 
são obrigatórios e estão previstos na Constituição Federal – CF e 
regulamentados em diversas normas, entre elas, a Lei nº 4.320/64, Lei 
de Responsabilidade Fiscal – LRF e demais Portarias do Ministério do 
Planejamento Orçamento e Gestão – MPOG e da Secretaria do Tesouro 
Nacional – STN. 
 
A obrigatoriedade de o setor público realizar planejamento e orçamento 
está inserida no art. 174 da CF. Esse artigo estabelece que como agente 
normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na 
forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, 
sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor 
privado. 
 
A expressão planejamento é abrangente e às vezes refere-se tanto ao 
orçamento quanto ao planejamento. Entretanto, para fins de concurso 
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público, o termo planejamento está ligado ao Plano Plurianual e o 
vocábulo orçamento, ao Orçamento Anual (LOA), ambos previstos na 
CF. 
 
O que vem a ser o orçamento público? 
Orçamento público é um processo contínuo, dinâmico e flexível, que 
traduz em termos financeiros, para determinado período (um ano), os 
planos e programas de trabalho do governo. 
Entenda o termo flexível como a possibilidade de serem implementadas 
mudanças ou alterações nos gastos inicialmente fixados, durante a 
execução da lei orçamentária anual. 
 
É comum, não só no Brasil, mas também em outros países, que a lei 
orçamentária não seja executada exatamente como foi aprovada pelo 
Legislativo. 
 
Assim sendo, muitas alterações ocorrerão ao longo do exercício 
financeiro, até mesmo porque o orçamento não uma peça “imexível”, 
posto que existem discricionariedades administrativas na realização de 
determinados gastos e outras despesas, a exemplo dos dispêndios 
urgentes e imprevisíveis, necessidades que surgem ao longo da 
execução orçamentária. 
 
Atenção! Para fins de concurso, o processo orçamentário brasileiro é 
rígido em relação às receitas, haja vista que grande parte das receitas 
públicas está vinculada a determinados tipos de gastos ou 
investimentos, a exemplo das transferências constitucionais para 
estados e municípios, manutenção do ensino, saúde, seguridade social e 
outras receitas próprias geradas pelas entidades. 
 
Veja esta questão cobrada pelo CESPE e considerada correta: 
(CESPE – Técnico Judiciário – TRE Alagoas) O orçamento brasileiro tem 
alto grau de vinculações, tais como transferências constitucionais para 
estados e municípios, manutenção do ensino, seguridade social e 
receitas próprias de entidades. Essas vinculações tornam o processo 
orçamentário extremamente rígido. 
 
Após essas considerações, podemos dizer que o orçamento público é o 
ato pelo qual o Poder Executivo prevê a arrecadação de receitas e fixa 
a realização de despesas para o período de um ano e o Poder Legislativo 
lhe autoriza, através de LEI, a execução das despesas destinadas ao 
funcionamento da “máquina administrativa”. 
 
2. OBJETIVO DO ORÇAMENTO PÚBLICO 
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O Estado é um instrumento de organização política da sociedade e tem 
com objetivo atingir a plena satisfação das necessidades da população. 
 
É princípio fundamental do Estado moderno que os Poderes constituídos 
devam organizar e exercer suas atividades com ação planejada, 
transparente e responsável, objetivando ao desenvolvimento econômico, 
social e bem estar de seu povo. 
 
Para cumprir com suas finalidades o Estado deve realizar planejamento. 
Esse planejamento, conforme as normas atuas (Constituição Federal – 
CF/88), será concretizado através dos instrumentos de planejamento da 
administração pública: plano plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, 
Lei Orçamentária Anual e Planos e Programas Nacionais Regionais e 
Setoriais. 
 
Nenhum desses instrumentos de planejamento é mais importante do 
que o outro, porém, é através do orçamento público (lei orçamentária 
anual) que o governo prevê a arrecadação de receitas e fixa as despesas 
para o período de um ano. 
 
Assim sendo, podemos dizer que o objetivo principal do orçamento 
público é a realização do controle da arrecadação dereceitas e dos 
gastos do poder público. 
 
Dito de outra forma, é através do orçamento público que o governo põe 
em prática as ações políticas para o cumprimento das demandas da 
sociedade, tais como segurança, educação, saúde, assistência social etc. 
 
Natureza jurídica do orçamento. 
Apesar das divergências doutrinárias, hoje é posição dominante, 
inclusive já decidida reiteradas vezes pelo Supremo Tribunal Federal- 
STF, que o orçamento é uma lei formal. 
 
As leis orçamentárias (Lei do Plano Plurianual, Lei de Diretrizes 
Orçamentárias – LDO e Lei Orçamentária Anual –LOA) apenas tratam de 
receitas e despesas públicas conforme os planejamentos realizados. 
Assim sendo, em realidade essas leis são atos administrativos em sua 
essência e não criam direitos subjetivos. 
 
Sendo uma lei formal, a simples fixação de gastos na lei orçamentária 
anual não cria, em princípio, direito subjetivo, não sendo possível se 
exigir, em tese, por via judicial, que um programa de trabalho específico 
planejado e inserido na lei orçamentária seja realizado. 
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A Lei orçamentária possui as seguintes características: 
É uma lei formal – formalmente o orçamento é uma lei, mas, em diversas 
situações, não obriga o Poder Público a realizar a despesa, que pode, por 
exemplo, deixar de realizar um gasto, mesmo que autorizado pelo legislativo. 
Entretanto, muitos tipos de gastos são obrigatórios, a exemplo das despesas 
mínimas com educação, saúde etc. Portanto, o orçamento é apenas uma lei 
formal. 
É uma lei temporária – a lei orçamentária tem vigência limitada (um ano). 
Porém, nem sempre coincide com o exercício financeiro. 
É uma lei ordinária – todas as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) são leis 
ordinárias. Os créditos suplementares e especiais também são aprovados como 
leis ordinárias; 
É uma lei especial – denominada “lei de meios” possui processo legislativo 
um pouco diferenciado das leis comuns, posto que se trata de matéria 
específica (receitas e despesas). 
 
3. AMPLITUDE DO ORÇAMENTO PÚBLICO 
 
De forma geral podemos dizer que o orçamento público é composto 
pelos atuais instrumentos de planejamento previstos na CF, ou seja, 
podemos denominar de orçamento público os seguintes instrumentos de 
planejamento: 
Plano Plurianual – PPA (art. 165, I - CF); 
Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO (art. 165, II – CF); 
Lei Orçamentária Anual – LOA (art. 165, III – CF); 
Planos e programas nacionais, regionais e setoriais (art. 165, § 
4º - CF). 
Cada uma das normas acima citadas possui suas próprias características 
e especificidades. 
 
O PPA é denominado de planejamento estratégico de médio prazo, a 
LOA, é o planejamento operacional (curto prazo), ou seja, é o 
orçamento propriamente dito e a LDO é a norma que traça as metas e 
prioridades da administração pública e orienta a elaboração da LOA, é o 
elo entre o PPA e a LOA. 
 
Cada um dos instrumentos de planejamento acima possui conceitos e 
conteúdos próprios, os quais, em seguida, passaremos a estudá-los 
individualmente. 
 
4. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO – DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
As administrações públicas federal, estadual e municipal, para 
cumprirem com suas finalidades básicas de prestar serviços à sociedade 
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e realizar investimentos, necessitam de recursos, ou seja, receitas. 
Esses recursos são necessários para a realização dos gastos, as 
denominadas despesas públicas. 
 
Entretanto, a tarefa de arrecadar receitas e realizar gastos necessita ser 
efetivada de forma planejada, ou seja, é semelhante a uma família ou 
uma pessoa, que, em princípio, não poderia gastar mais do que o que 
ganha. 
 
Existe um ditado popular onde diz que aquele que gasta tudo o que 
ganha é imprudente e aquele que gasta mais do que o que ganha é 
irresponsável. 
 
Dessa forma, tanto o poder público quanto as pessoas devem planejar 
como, quando e em que gastar as suas rendas. 
 
Para arrecadar receitas e realizar despesas de forma planejada a 
administração pública utiliza-se obrigatoriamente dos instrumentos de 
planejamento (PPA, LOA e LDO). Esses Instrumentos de Planejamento 
estão previstos na Constituição da República. 
 
Os instrumentos de planejamento previstos na Constituição Federal-CF 
de 1988 estão regulamentados em diversas normas, em especial, na Lei 
nº. 4.320/64, Lei Complementar nº. 101/2000 – LRF e ainda em 
diversas portarias da Secretaria do Tesouro Nacional - STN e do 
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG. 
 
Questionamento! Existe diferença entre orçamento e planejamento na 
administração pública? 
Legalmente não, haja vista que, de forma ampla, a Lei do Plano 
Plurianual – PPA, a Lei Orçamentária Anual – LOA e a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias – LDO, todos são instrumentos de planejamento da 
Administração Pública previstos na CF/88. 
 
Entretanto, doutrinariamente e para fins de concursos públicos, quando 
empregamos os termos plano e planejamento, geralmente a 
referência é o Plano Plurianual (PPA) e quando se menciona a palavra 
orçamento, estamos nos referindo à Lei Orçamentária Anual (LOA). 
 
O PPA é o planejamento estratégico de médio prazo da administração 
pública brasileira, previsto na Constituição Federal de 1988 e elaborado 
para viger por quatro anos. O instrumento jurídico do PPA é a Lei do 
Plano Plurianual. 
 
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O Orçamento (LOA) é a concretização do planejamento de médio prazo 
(PPA), denominado de “planejamento” operacional. Seu instrumento 
jurídico é a Lei Orçamentária Anual – LOA que possui vigência de um 
ano. 
 
Uma observação importante! O PPA e a LDO (art. 165, incisos I e II da 
CF) são inovações da CF/88. 
 
Antes da CF/88 não existia o plano plurianual, mas sim, instrumentos 
semelhantes, a exemplo do Plano Plurianual de Investimentos - PPI, 
Plano Nacional de Desenvolvimento - PND, etc. 
 
Cuidado! Ainda hoje existem questões de concursos mencionando o 
termo “Plano Plurianual de Investimentos” como se fosse o Plano 
Plurianual. Está errado! O PPA é inovação da CF/88 e é diferente do PPI. 
 
Fique atento! A LDO também é inovação da CF/88. 
 
Depois de editada a Lei de Responsabilidade Fiscal, norma que 
estabelece regras de finanças públicas voltadas para a responsabilidade 
na gestão fiscal, entendo que não há mais como estudar sobre planos, 
orçamentos e gestão pública sem apoio em suas diretrizes, 
principalmente quando se trata de concursos públicos. 
 
4.1. PREVISÃO CONSTITUCIONAL DOS INSTRUMENTOS DE 
PLANEJAMENTO 
 
Repito! A Constituição Federal prevê que as Leis de iniciativa do Poder 
Executivo estabelecerão os seguintes instrumentos de planejamento da 
administração pública (art. 165, incisos I, II e III e § 4º). 
Plano Plurianual – PPA (art. 165, I - CF); 
Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO (art. 165, II – CF); 
Lei Orçamentária Anual – LOA (art. 165, III – CF); 
Planos e programas nacionais, regionais e setoriais (art. 165, § 4º - CF). 
A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma 
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública 
federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as 
relativas aos programas de duração continuada (art. 165, § 1º da CF). 
 
A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades 
da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o 
exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei 
orçamentária anual, disporá sobre as alteraçõesna legislação tributária 
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e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de 
fomento (art. 165, § 2º da CF). 
 
O § 5º do art. 165 da CF estabelece que a lei orçamentária anual 
compreenda: 
◊ o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, 
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
◊ o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou 
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
◊ o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e 
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como 
os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
 
Atenção! Essas normas constitucionais referentes ao PPA, LDO e LOA 
são muito cobradas em concursos. Leia esse assunto com bastante 
atenção, observem bem os detalhes! 
 
Foi cobrado em concurso! 
(CESPE – ACE/TCU) A lei orçamentária anual compreende três 
orçamentos: o fiscal, o da seguridade social e o de investimento das 
empresas. Os orçamentos fiscal e da seguridade social englobam os 
poderes, órgãos e entidades da administração direta, autarquias, 
fundações e empresas em que o ente da Federação, direta ou 
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. 
 
Resolução 
Conforme disposto no § 5º do art. 165 da CF/88, a lei orçamentária 
anual compreenderá três espécies de orçamentos: 
O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e 
entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público; 
O orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou 
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
O orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos 
a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e 
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
Cada um desses orçamentos possui característica própria. Observe que 
o orçamento de investimento é para as empresas em que a União, 
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito 
a voto. 
 
O comando da questão tenta confundir o candidato informando que os 
orçamentos fiscal e da seguridade social contemplam as empresas em 
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que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social 
com direito a voto. Isso não é verdade porque o orçamento que abrange 
ou contempla as empresas em que a União, direta ou indiretamente, 
detenha a maioria do capital social com direito a voto é o de 
INVESTIMENTOS. 
 
Atenção! Apesar da existência das três espécies de orçamentos na LOA, 
essa situação não “fere” ou descaracteriza o princípio da unidade, ou 
seja, mesmo assim a lei orçamentária anual se torna um documento 
único de previsão de receitas e fixação de despesas. 
Item Errado. 
 
4.2. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO NA LEI 4.320/64 
 
A Lei nº. 4.320/64 – que Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro 
para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos 
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal estabelece que a Lei do 
Orçamento contenha a discriminação da receita e despesa de forma a 
evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do 
Governo, obedecidos aos princípios da unidade universalidade e 
anualidade (art. 2°). 
 
Observem que a Lei nº. 4.320/64 não versa acerca do PPA e LDO, posto 
que estes planos são inovações da CF/88. 
 
Como visto acima, a Lei nº. 4.320/64 estabelece normas gerais de 
direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços 
da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Assim 
sendo, cada Estado/DF e os Municípios deverão ter suas próprias leis 
orçamentárias, devendo observar apenas as normas gerais e 
constitucionais. 
 
Aliás, os Estados e o Distrito Federal têm competência para legislar 
concorrentemente com a União sobre direito financeiro. Quanto aos 
Municípios, estes podem apenas suplementar a legislação federal e a 
estadual, ou seja, não existe previsão constitucional da possibilidade de 
legislar concorrentemente com a União. 
 
Já que estamos falando nessa lei, vamos adiantar! Ela foi votada como 
Lei Ordinária e foi recepcionada com estatus de Lei Complementar na 
Constituição Federal de 1988 (art. 165, § 9º, da CF). 
 
Observe o texto constitucional: 
“§ 9º Cabe à lei complementar: 
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I- dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a 
organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei 
orçamentária anual; 
II- estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração 
direta e indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de 
fundos”. 
 
Portanto, atualmente essa norma (Lei nº. 4.320/64), somente pode ser 
modificada ou revogada por lei complementar nacional. 
 
4.3. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO NA LRF 
 
A Lei Complementar nº. 101/00 – LRF, norma que estabelece regras de 
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá 
outras providências, praticamente não se refere ao Plano Plurianual e 
deu total ênfase à Lei de Diretrizes Orçamentárias e ainda regulamentou 
alguns procedimentos quanto à Lei Orçamentária Anual. 
 
O PPA, a LDO e a LOA representam os pilares básicos do planejamento 
na administração pública brasileira dos Entes da Federação e seus 
respectivos Poderes. São normas instituídas através de leis formais – 
princípio da legalidade, de iniciativa do Chefe do Poder Executivo e de 
discussão e votação do Poder Legislativo. 
 
4.4. INICIATIVA DOS PROJETOS DE LEI (PPA, LDO E LOA). 
 
Todos os instrumentos de planejamento obedecem ao princípio da 
legalidade, são votados como lei, portanto, os encaminhamentos de 
seus projetos de lei ao Congresso Nacional são de iniciativa privativa 
do Presidente da República (art. 84, inciso XXIII, da CF). 
 
Atenção! O ilustre constitucionalista Alexandre de Moraes descreve que 
a iniciativa das leis orçamentárias é exclusiva e obrigatória para 
Estados e Municípios e ainda argumenta que se trata de uma iniciativa 
legislativa vinculada, uma vez que deverá ser remetida ao Congresso 
Nacional no tempo estabelecido pela própria Constituição Federal (in 
Direito Constitucional, 16ª edição, p. 594). 
 
Importante! Diante de uma questão de concurso sobre a competência 
privativa ou exclusiva para envio das leis orçamentárias ao Legislativo, 
fique atento para o seguinte: 
 
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Caso não seja mencionado, “segundo a doutrina”, e se houver 
informação de que a competência é privativa, está correto, posto que 
se encontra conforme a CF (art. 84, inciso XXIII, da CF). 
Caso seja mencionado, “segundo a doutrina”, aí sim, a competência é 
exclusiva do Presidente da República. 
Quanto à divisão de responsabilidades sobre as leis orçamentárias 
devemos entender assim: 
 
1º. Todos os órgãos e Poderes, em princípio, devem planejar. Planejar 
significa elaborar suas propostas orçamentárias. 
2º. A responsabilidade pela elaboração e execução dos instrumentos de 
planejamento, basicamente (LOA e PPA), é de todos os órgãos e 
Poderes públicos. Entretanto, compete somente ao Poder Executivoapresentar os projetos de lei do PPA, LDO e LOA ao Legislativo. 
3º. O Poder Executivo apresenta o projeto de lei da LOA somente depois 
de consolidar, em um único documento, a proposta de todos os órgãos e 
Poderes. 
Concluindo, todos os entes, seus órgãos e Poderes elaboram suas 
propostas e encaminham ao Executivo (MPOG), que as consolida e envia 
um único Projeto de Lei ao Poder Legislativo (princípio da unidade). 
 
Os instrumentos de planejamento devem estar plenamente integrados e 
coordenados entre si, ou seja, a LOA deverá conter o que foi planejado 
no PPA e ainda estar em consonância com a LDO e a LRF. 
 
Atenção! Muito importante! A Constituição Federal veda a edição de 
Medida Provisória sobre: planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, 
orçamentos anuais e créditos adicionais suplementares (art. 62, § 1º, I, 
d). Portanto, essas matérias não podem ser tratadas por meio de 
Medidas Provisórias, exceto a abertura de créditos extraordinários, 
para atender despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de 
guerra, comoção interna ou calamidade pública (CF, art. 167, § 3º). 
Também, não se pode tratar desses planos através de Lei Delegada (CF, 
art. 68, III). 
 
O Presidente da República apresenta ao Poder Legislativo (Comissão 
Mista Permanente de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização) 
projetos de lei sobre o PPA, LDO, LOA e de créditos adicionais, cabendo 
ao Congresso Nacional aprová-los ou rejeitá-los. Essa atividade do Poder 
Legislativo pode ser denominada de competência para dispor sobre 
orçamentos. 
 
Muito importante! A doutrina entende que não há possibilidade de o 
Congresso Nacional rejeitar o projeto de Lei de Diretrizes 
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Orçamentárias, uma vez que a CF determina que a sessão legislativa 
não será interrompida sem a aprovação da LDO (art. 57, § 2º, da CF). 
 
Essa regra é só para a LDO, ou seja, pode o Congresso Nacional entrar 
em recesso sem a aprovação do PPA ou da LOA. 
 
4.5. MAIS UM INSTRUMENTO DE PLANEJAMENTO PREVISTO NA 
CF/88 
 
A Constituição Federal estabeleceu mais um instrumento de 
planejamento que ficou esquecido por vários anos, tendo sido 
recentemente implementado, a exemplo do Plano de Aceleração do 
Crescimento – PAC/2007. 
 
Na CF existe previsão de que o poder público deverá elaborar planos e 
programas nacionais, regionais e setoriais em consonância com o 
plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional (art. 165, § 4º, 
da CF). 
A respeito desses planos e programas nacionais, regionais e setoriais, 
foi cobrado no concurso para Técnico de Finanças e Controle da atual 
CGU: 
 
(ESAF – TFC) A Constituição de 1988, em seu art. 165, determina que a 
lei orçamentária anual compreenderá: 
- O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, 
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
- O orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou 
indiretamente, detenha a maioria do capital com direito a voto; 
- O orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e 
órgãos a ela vinculadas, da administração direta ou indireta, bem como 
os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
Além dos orçamentos anuais acima indicados, a nova constituição 
estabelece que leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
a) o plano plurianual, as diretrizes compensatórias e as atualizações 
fiduciárias 
b) o plano bianual, as diretrizes orçamentárias e as atualizações 
permanentes 
c) o plano plurianual, as diretrizes estratégicas e as atualizações 
permanentes 
d) o plano trianual, as diretrizes orçamentárias e as atualizações 
fiduciárias 
e) o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os planos e 
programas nacionais, regionais e setoriais 
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Resolução 
a) Incorreta. Não existe previsão na CF/88 para que leis de iniciativa do 
Poder Executivo estabeleçam diretrizes compensatórias e as 
atualizações fiduciárias (moeda). 
b) Incorreta. De todos os instrumentos inseridos nessa opção, existe 
previsão na CF/88 somente das diretrizes orçamentárias. 
c) Incorreta. Na CF/88 existe o plano plurianual (planejamento 
estratégico), mas não existem as diretrizes estratégicas e as 
atualizações permanentes. 
d) Incorreta. Idem ao comentário da opção “b”. 
e) Correta. Estes são os instrumentos de planejamento previstos na 
CF/88: o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os planos e 
programas nacionais, regionais e setoriais. 
Apesar de se tornar um pouco repetitivo, é importante abordarmos de 
forma especifica sobre cada um dos instrumentos de planejamento da 
administração pública. O objetivo é a fixação ou uma melhor assimilação 
do conteúdo. 
 
5. PLANO PLURIANUAL – PPA 
 
O que é o Plano Plurianual – PPA? 
O Plano Plurianual é o planejamento estratégico de médio prazo da 
Administração Pública e tem por finalidade estabelecer de forma 
regionalizada as diretrizes, objetivos e metas (DOM) da administração 
pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e 
para aquelas relativas aos programas de duração continuada. 
 
(DOM) é processo de “decoreba” – D (diretrizes) O (objetivos) M 
(metas). 
 
É assim mesmo! Concursando(a) tem que procurar formas de 
assimilação! 
 
Repetindo, o PPA é doutrinariamente conhecido como o planejamento 
estratégico de médio prazo da administração pública brasileira. 
 
Quando e como se elabora o PPA? 
Ao assumir o mandato, em seu 1º ano de mandato, o Chefe do Poder 
Executivo elabora o seu planejamento de gastos, ou seja, estabelece o 
que pretende executar, em termos de obras e serviços, a exemplo de 
investimentos em segurança pública, saúde, educação, reajuste dos 
servidores (isso na teoria!), novos concursos, etc. 
 
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Enquanto o governo elabora seu planejamento para os próximos 4 anos, 
ele está executando o último ano do PPA de seu antecessor, ou seja, ao 
assumir o governo ele herda um ano de planejamento do governo 
anterior. 
 
Conforme visto acima, apesar de o PPA ser elaborado para um período 
de quatro anos, ele não coincide com o mandato presidencial. 
 
A proposta de Plano Plurianual poderá receber emendas dos 
parlamentares. Essas emendas são apresentadas na Comissão Mista 
de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, onde serão apreciadas e 
votadas. 
 
Depois de apreciadas as emendas dos parlamentares, o projeto de lei 
será submetido ao Congresso Nacional na forma do Regimento Comum. 
 
Atenção! Muito cobrado em concurso! 
O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso 
Nacional, propondo modificações no Projeto de PPA, enquanto não 
iniciada a votação, na Comissão Mista, da parte cuja alteração é 
proposta. 
 
Observe que os parlamentares apresentam emendas e o Presidente da 
República, mensagem de alteração do projeto de lei do PPA. E ainda, a 
proposta de alteração (mensagem) encaminhada pelo Presidente da 
República somente poderá ser aceita na Comissão Mista enquanto não 
iniciada a votação da parte cuja alteração é proposta. 
 
Foi cobrado em concurso! 
(CESPE/MPU 2010 - TÉCNICO DE APOIO ESPECIALIZADO/ORÇAMENTO) 
Durante o processo de apreciação do plano plurianual (PPA), devem ser 
observadas as mesmas regras de alteração do projeto pelo Poder 
Executivo válidas para a Lei Orçamentária Anual (LOA), que somente 
permitem modificação por meio de mensagem presidencial enquanto 
não iniciadaa votação, na Comissão Mista de Orçamento, da parte cuja 
alteração é proposta. 
 
Resolução 
Perfeito! Todos os projetos de lei dos instrumentos de planejamento 
(PPA, LDO, LOA) devem ser observadas as mesmas regras para fins de 
modificação, tanto pelos Parlamentares quanto pelo Presidente da 
República. 
Observe as regras legais – CF/88: 
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às 
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diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos 
adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, 
na forma do regimento comum. 
§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não 
poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual. 
§ 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao 
Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se 
refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão 
mista, da parte cuja alteração é proposta. 
CERTO. 
 
Como o PPA é executado? 
O planejamento para quatro anos (lei do PPA) será concretizado - 
realizado passo a passo, ano a ano, através da Lei Orçamentária Anual – 
LOA, ou seja, o PPA e a LOA devem estar coordenados e integrados 
entre si, haja vista que a CF estabelece em seu art. 166, § 1º, que 
nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro 
poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei 
que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. 
 
Assim, conforme exposto, o que foi planejado para quatro anos (PPA) 
será colocado em prática anualmente através da LOA. 
 
Foi cobrado em concurso! 
(CESPE - Procurador Consultivo – TCE/PE) Conforme a Constituição 
Federal, qualquer investimento considerado relevante sob a ótica 
econômica somente pode ser iniciado se estiver presente no plano 
plurianual, mesmo que tenha de ser executado integralmente dentro de 
um mesmo exercício financeiro. 
 
Resolução 
O comando da questão refere-se à vedação imposta pelo § 1º do art. 
167 da CF/88 que assim determina: 
“Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro 
poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual ou sem lei 
que autorize a inclusão sob pena de crime de responsabilidade”. 
 
Interpretando: 
1º. Em princípio todo investimento que ultrapasse um exercício 
financeiro (mais de um ano), deverá constar no plano plurianual; 
2º. Caso haja necessidade da realização de um investimento com 
duração superior a um ano e este não esteja contemplado no PPA, há 
obrigatoriedade de autorização legislativa mediante a edição de uma lei 
especial. Atenção! A iniciativa dessa lei é exclusiva do Executivo. 
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3º. Um investimento que não ultrapasse um exercício financeiro 
(duração inferior a um ano), seja ele relevante ou não, pode ser 
realizado, desde que esteja incluído na lei orçamentária anual ou 
autorizado pelo Legislativo em lei especial. Esse investimento pode ser 
realizado através da abertura de créditos adicionais especiais ou 
extraordinários. 
Pode-se observar que há um erro no comando da questão, posto que os 
investimentos com duração inferior a um exercício financeiro não 
necessitam, obrigatoriamente, estar incluídos no PPA. 
 
Observações: 
a) Nos termos do art. 12 da Lei 4.320/64, “investimento” é um grupo 
de despesa de capital; 
b) Exercício financeiro corresponde ao período de tempo no qual é 
executado o orçamento público. De acordo com o art. 34 da Lei 
4.320/64, no Brasil o exercício financeiro coincide com o ano civil. 
Opção incorreta. 
 
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, através de 
sua Secretaria Federal de Orçamento, elaborou o Manual Técnico de 
Orçamento – MTO, objetivando estabelecer procedimentos unificados 
para todos os Poderes da administração pública federal. Esse manual 
estabelece as políticas, diretrizes, metodologia e procedimentos para a 
elaboração dos orçamentos na administração pública federal. 
 
Esse manual regulamentou os princípios básicos que devem reger o 
PPA: 
� Identificação clara dos objetivos e prioridades do Governo; 
� Integração do planejamento e do orçamento; 
� Promoção da gestão empreendedora; 
� Garantia da transparência; 
� Estímulo às parcerias; 
� Gestão orientada para resultados; 
� Organização das ações de Governo em programas. 
 
Encaminhamento do PPA 
É competência do Chefe do Poder Executivo encaminhar ao Legislativo 
no prazo máximo de quatro meses antes do encerramento do primeiro 
exercício financeiro do mandato, o PPA, ou seja, o Executivo deve 
cumprir tal obrigação legal em até 31 de agosto. 
 
 
 
 
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Exemplificando: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em outras palavras, a vigência da lei que instituir o Plano Plurianual é 
quadrienal, iniciando-se no segundo ano do mandato presidencial e 
encerrando-se no primeiro ano do mandato presidencial subseqüente. 
 
Exemplo: Suponha-se que o Presidente da República tenha sido eleito 
em X-1 e sua posse ocorreu em 1º de janeiro de X0. 
Mandato presidencial atual: 4 anos 
Ano de X0 
O Presidente eleito cumpre um ano de PPA 
de seu antecessor. 
Ano de X0 
Enquanto o governo cumpre um ano de seu 
antecessor, elabora-se o seu PPA. 
Ano de X0 
O governo eleito deverá encaminhar o seu 
PPA ao Congresso nacional em até 4 meses 
antes do encerramento do exercício 
financeiro, ou seja, até 31 de agosto de X0. 
Ano de X0 
O Congresso Nacional deverá devolver o PPA 
aprovado até o encerramento da sessão 
legislativa, ou seja, até 22 de dezembro. 
Vigência: até X4 (4 anos). 
Anos de X1 – X2 e X3 
O governo trabalha com o seu PPA “deixa o 
homem trabalhar”! 
Ano de X3 
Em 31/12 encerra o mandato do Presidente 
eleito em X-1 e empossado em X0. 
Ano de X3 Eleição do novo Presidente 
Ano de X4 
Posse do novo Presidente e execução do 
último ano do PPA de seu antecessor 
empossado em X0. 
Esse regramento acima se encontra disposto no inciso I do § 2º do art. 
35 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT. 
 
Devolução do PPA: 
O Poder Legislativo deverá devolvê-lo ao chefe do Executivo, para 
sanção ou veto, até o encerramento da sessão legislativa (art. 35, § 2º, 
inciso I, – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, da 
CF). 
Como apareceu o termo “sessão legislativa”, vamos adiantar! 
1º ano de mandato: o 
Chefe do Executivo 
governa com a proposta –
PPA, de seu antecessor e 
elabora e encaminha o 
seu PPA para os próximos 
4 anos. 
 
2º ano de mandato: o 
Chefe do Executivo 
trabalha com seu PPA 
aprovado pelo Poder 
Legislativo. 1º ano de 
prática de seu 
planejamento. 
3º ano de 
mandato. 
2º ano de 
execução 
de seu 
PPA. 
4º ano de 
mandato. 
3º ano de 
execução 
de seu 
PPA. 
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O quadro abaixo demonstra os prazos acerca da legislatura, sessão 
legislativa e o período legislativo: 
Legislatura Período de 4 anos (CF, art. 44, parágrafo único) 
Sessão Legislativa Será de 2 de fevereiro a 22 de dezembro (CF, art. 57 – EC nº 
50). 
Período Legislativo 
1º período: vai de 2 de fevereiro a 17 de julho (CF, art. 57 - 
EC nº 50). 
2º período: vai de 1º de agosto a 22 de dezembro (CF, art. 
57 - EC nº 50). 
EC = emenda constitucional. 
 
Macetes para fins de concurso! 
O encaminhamento dos projetos de lei referentesao PPA, LDO e LOA, 
tem sempre como referência até o término do exercício financeiro. 
Já a devolução dos projetos de lei, pelo Legislativo, os parâmetros são: 
PPA e LOA – até o encerramento da sessão legislativa (art. 35, § 2º, incisos I e III, 
do ADCT – CF); 
LDO – até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa (art. 35, § 2º, 
inciso II, do ADCT – CF). 
 
A vigência do PPA coincide com a do mandato presidencial? O PPA 
elaborado pelo governo, ao assumir o mandato, é colocado em prática 
somente no seu segundo ano de mandato e terminando no primeiro ano 
do mandatário subseqüente. 
 
Portanto, sua vigência não coincide com o mandato do chefe do Poder 
Executivo, apesar de sua duração ser de quatro anos. 
 
Foi cobrado em concurso! 
(CESPE – ACE/TCU) O Congresso Nacional reúne-se, anualmente, na 
Capital Federal, de 15 de fevereiro a 30 de junho e de 1.º de agosto a 
15 de dezembro. Uma das situações que impede o início do recesso 
parlamentar em 1.º de julho é a não-aprovação do projeto de lei de 
diretrizes orçamentárias até o encerramento do primeiro período da 
sessão legislativa. Acerca das disposições da Constituição Federal sobre 
a lei orçamentária anual, julgue os itens a seguir. 
 
Resolução 
É importante destacar inicialmente que a época da elaboração da 
questão em referência o período de reunião do Congresso Nacional era 
diferente do estabelecido pela emenda constitucional nº. 50/2006. 
 
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Atualmente, conforme disposto na EC nº. 50, o Congresso Nacional deve 
se reunir anualmente na Capital Federal de 02 de fevereiro a 17 de julho 
e de 1º de agosto a 22 de dezembro. 
 
O § 2º do art. 57 da CF/88 determina que a sessão legislativa não será 
interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes 
orçamentárias. 
 
Por outro lado, o art. 35, § 2º, II do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias determina que o projeto de lei de diretrizes orçamentárias 
será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do 
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do 
primeiro período da sessão legislativa. 
Considerando o regramento constitucional anterior a opção estaria 
correta, porém, atualmente está incorreta porque os prazos 
mencionados no comando da questão contrariam a EC nº. 50. 
 
Foi cobrado em concurso! 
(CESPE – ACE/TCU) Instituído pela Constituição Federal de 1988, o 
plano plurianual, de vigência coincidente com a do mandato do chefe do 
Poder Executivo, estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os 
objetivos e as metas da administração pública federal para as despesas 
de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas 
de duração continuada. 
 
Resolução 
Assim fica fácil! Mas é isso mesmo que vem sendo cobrado em 
concurso! 
Conforme exposto acima, a vigência do PPA não coincide com o 
mandato presidencial. Ver o gráfico exemplificativo acima. Portanto, 
opção incorreta. 
 
Investimentos de duração superior a um ano: 
Todo tipo de investimento que ultrapasse um exercício financeiro, ou 
seja, mais de um ano, deverá estar incluído no Plano Plurianual ou em 
Lei especial que o autorize. O exercício financeiro no Brasil coincide com 
o ano civil, que vai de 1º de janeiro a 31 de dezembro, assim determina 
a Lei nº 4.320/64. 
 
A Constituição Federal determina que nenhum investimento, cuja 
execução ultrapasse um exercício financeiro, poderá ser iniciado sem 
prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, 
sob pena de crime de responsabilidade (art. 167, § 1º). 
 
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Para não esquecer! A Lei do Plano Plurianual deve estabelecer, de forma 
regionalizada: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diretrizes são orientações ou princípios que nortearão a captação, 
gestão e gastos de recursos durante um determinado período, com 
vistas a alcançar os objetivos de Governo nos 4 anos de legislatura. 
Objetivos consistem na discriminação dos resultados que se pretende 
alcançar com a execução das ações governamentais que permitirão a 
superação das dificuldades diagnosticadas. 
 
Metas são a tradução quantitativa e qualitativa dos objetivos. 
 
Atenção! É importante enfatizar que a finalidade do PPA é estabelecer as 
Diretrizes, Objetivos e Metas, porque geralmente os elaboradores de 
provas de concursos tentam confundir os candidatos com as finalidades 
da LDO, que é estabelecer as Metas e Prioridades da Administração 
Pública. 
 
Síntese: 
Plano Plurianual 
Estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e 
metas da administração pública federal para as despesas de 
capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos 
programas de duração continuada. 
Lei de Diretrizes 
Orçamentárias 
Compreende as metas e prioridades da administração 
pública federal, incluindo as despesas de capital para o 
exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da 
lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na 
legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação 
das agências financeiras oficiais de fomento. 
Significado do termo “despesas de capital e outras delas decorrentes”: 
geralmente as despesas de capital são aquisições de móveis, imóveis, 
construção de estradas, prédios públicos, usinas etc. O governo planeja 
essas despesas no PPA porque em geral são despesas a serem 
As Diretrizes Objetivos e Metas da administração pública 
 Para as despesas de capital e outras delas decorrentes; e 
 Para as relativas aos programas de duração continuada. 
Plano Plurianual - PPA 
Diretrizes 
 
Objetivos 
 
Metas 
 
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realizadas em períodos superiores a um ano ou que beneficiarão a 
sociedade por longo tempo. 
 
Ao realizar um investimento, a exemplo da construção de uma estrada, 
o governo realiza despesas de capital. Posteriormente, para realizar a 
manutenção dessa estrada, realiza-se despesas correntes, por isso o 
termo “e outras delas decorrentes”. 
 
Exemplo: O governo planeja e insere no PPA, a duplicação de 
determinado trecho de uma rodovia federal, com prazo para conclusão 
de 3 anos e valor de 4 bilhões de reais. Esse gasto é um investimento 
(despesa de capital). Para manutenção da rodovia duplicada o governo 
estima gastar mais 10 mil reais por ano na sua manutenção. Essa é uma 
despesa de custeio (despesa corrente). 
 
Assim sendo, no nosso exemplo, o governo insere no PPA as despesas 
de capital (duplicação da rodovia) e as despesas correntes decorrentes 
desse investimento (manutenção da rodovia). 
 
Foi cobrado em concurso! 
(ESAF – APO/MPOG – 2008) O Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias e a Lei do Orçamento Anual são componentes básicos do 
planejamento governamental. Identifique a única opção incorreta no que 
diz respeito ao planejamento governamental. 
a) O planejamento governamental estratégico tem como documento 
básico o Plano Plurianual. 
b) A Lei Orçamentária Anual compreende o orçamento fiscal e, ainda, o 
orçamento das autoridades monetárias e das empresas financeiras de 
economia mista. 
c) O planejamento governamental operacional tem como instrumentos a 
Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei do Orçamento. 
d) A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreende o conjunto de metas e 
prioridades da Administração Pública Federal,incluindo as despesas de 
capital para o exercício financeiro subseqüente. 
e) A Lei Orçamentária Anual (LOA) é o orçamento propriamente dito e 
possui a denominação de LOA por ser a consignada pela Constituição 
Federal. 
 
Resolução 
Atenção! O comando da questão pede a opção INCORRETA. 
a) O PPA é o planejamento estratégico de médio prazo dos entes da 
federação. Todos os entes federados devem, obrigatoriamente, elaborar 
o seu plano plurianual. 
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Assim, o PPA é o instrumento de planejamento de médio prazo do 
Governo Federal que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, 
objetivos e metas da Administração Pública Federal para as despesas de 
capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de 
duração continuada. 
Os princípios básicos que norteiam o PPA são: 
- Identificação clara dos objetivos e das prioridades do Governo; 
- Integração do planejamento e do orçamento (princípio básico do orçamento-
programa; 
- Promoção da gestão empreendedora; 
- Garantia da transparência; 
- Estímulo às parcerias; 
- Gestão orientada para resultados; e 
- Organização das ações de Governo em programas. 
CERTO. 
b) O § 5º do art. 165 da CF estabelece a Lei Orçamentária Anual 
compreende os seguintes tipos de orçamentos: 
◊ o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e 
entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público; 
◊ o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou 
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
◊ o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos 
a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e 
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
O orçamento das autoridades monetárias existia antes da CF/88 e era 
elaborado pelo Banco Central do Brasil, no qual se denominava 
orçamento monetário. Esse orçamento era aprovado por Decreto do 
Executivo. 
Portanto, a CF/88 instituiu o princípio da unidade orçamentária, no qual 
estabelece que cada Ente da Federação tenha apenas um único 
orçamento para os Poderes. 
Assim sendo, com a promulgação da CF/88 eliminou-se orçamento das 
autoridades monetárias e das empresas financeiras de economia mista. 
INCORRETA. 
c) A LOA e a LDO são os instrumentos de planejamento denominados de 
planejamento operacional da administração pública. CERTO. 
d) A Lei Orçamentária Anual (LOA) é o orçamento propriamente dito e 
que de fato contempla o que foi planejado no PPA. Portanto, “em tese”, 
a LOA se constitui no cumprimento, ano a ano, das diretrizes, objetivos 
e metas estabelecidas no PPA. CERTO. 
 
6. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO 
 
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Conforme mencionado, a LDO é também criação da Constituição de 
1988. O Presidente da República deve enviar o projeto anual de LDO 
até oito meses e meio antes do encerramento do exercício 
financeiro. O Congresso Nacional deverá devolvê-lo para sanção até o 
encerramento do primeiro período da sessão legislativa, que não será 
interrompida sem a aprovação do projeto (art. 57, § 2º da CF). 
 
No Congresso, o projeto de LDO poderá receber emendas, desde que 
compatíveis com o plano plurianual. As emendas serão apresentadas na 
Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização – CMPOF, 
onde receberão parecer, sendo apreciadas pelas duas casas na forma do 
regimento comum. 
 
Da mesma forma que o PPA, o Presidente da República poderá enviar 
mensagem ao Congresso Nacional para propor modificações no projeto 
de lei da LDO, enquanto não iniciada a votação na CMPOF, da parte cuja 
alteração é proposta. 
 
O que a LDO estabelece? 
A LDO Compreende as metas e prioridades (MP) da administração 
pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício 
financeiro subseqüente. Orienta a elaboração da lei orçamentária anual, 
disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá sobre 
a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 
 
De acordo com o § 2º do art. 165 da CF, a LDO deverá: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ainda existem outras matérias que podem ser tratadas na LDO: 
� Estrutura e organização dos orçamentos; 
� Disposições relativas à dívida pública federal; 
Compreender as metas e prioridades da administração pública federal, 
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente; 
Orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual; 
Dispor sobre as alterações na legislação tributária; e 
Estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de 
fomento 
LDO 
Metas Prioridades 
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� Disposições relativas às despesas da União com pessoal e encargos 
sociais; 
� Disposições sobre a fiscalização pelo Poder Legislativo e sobre as 
obras e serviços com indícios de irregularidades graves; etc. 
O Governo poderá inserir regras na LDO estabelecendo, por exemplo, 
que não serão destinados recursos na LOA para as obras em andamento 
com indícios de irregularidades apontadas pelo TCU. Assim, o governo 
estaria vinculando a destinação de recursos somente para aquelas obras 
que as irregularidades fossem sanadas. 
 
Foi cobrado em concurso! 
 
(ESAF – AFC/CGU – 2008) De acordo com a Constituição Federal, foi 
reservada à Lei de Diretrizes Orçamentárias a função de: 
a) dispor sobre alterações na legislação tributária. 
b) estabelecer critérios e forma de limitação de empenho, nos casos 
previstos na legislação. 
c) definir, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos, as metas e 
prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de 
capital para o exercício financeiro subseqüente. 
d) disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e 
privadas. 
e) dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas. 
 
Resolução 
Observe que o comando da questão pede o que a CF reservou à LDO. 
a) De acordo com a Constituição Federal, a LDO deve compreender as 
metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as 
despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente e ainda: 
Orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual; 
Dispor sobre as alterações na legislação tributária; e 
Estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais 
de fomento. 
Outras matérias que podem ser tratadas na LDO: 
►Estrutura e organização dos orçamentos; 
►Disposições relativas à dívida pública federal; 
►Disposições relativas às despesas da União com pessoal e encargos sociais; 
�Disposições sobre a fiscalização pelo Poder Legislativo e sobre as obras e 
serviços com indícios de irregularidades graves; etc. 
CERTO. 
b) A alínea “b” do Inciso I do art. 4º da LRF estabelece que a LDO deve 
estabelecer critérios e forma de limitação de empenho, nos casos 
previstos na própria LRF. Assim, essa é uma função da LDO, porém, 
estabelecido pela LRF. 
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Quando deve haver limitação de empenho? A LRF prevê duas 
situações: 
1ª. Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita 
poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário 
ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais. Nesse caso, os 
Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos 
montantes necessários,nos trinta dias subseqüentes, limitação de 
empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela 
lei de diretrizes orçamentárias (art. 9º, LRF). 
2ª. Para fins de obter resultado primário necessário à recondução da 
dívida ao limite. Nesse caso, deve-se realizar, entre outras medidas, a 
limitação de empenho prevista no art. 9º da LRF (art. 31, § 1º, II – 
LRF). ERRADO. 
c) Não é função de a LDO definir, de forma regionalizada, as diretrizes, 
os objetivos, as metas e prioridades da administração pública federal, 
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente. 
Essa função é do plano plurianual – PPA. ERRADO. 
d) A LRF estabeleceu que a LDO deva disciplinar as transferências de 
recursos a entidades públicas e privadas (art. 4º, I, “f”). ERRADO. 
e) A LRF prevê como função da LDO dispor sobre o equilíbrio entre 
receitas e despesas (art. 4º, I, “a”). ERRADO. 
 
Essência da LDO: 
A LDO é o instrumento propugnado na Constituição Federal para fazer a 
ligação (transição) entre o PPA (planejamento estratégico) e a lei 
orçamentária anual - LOA. 
 
A Lei de Diretrizes Orçamentárias tem por função principal o 
estabelecimento dos parâmetros necessários à alocação dos recursos no 
orçamento anual, de forma a garantir, dentro do possível, a realização 
das diretrizes, objetivos e as metas contempladas no plano plurianual. 
É papel primordial de a LDO ajustar as ações de governo, previstas no 
PPA, às reais possibilidades de caixa do Tesouro Nacional. 
 
A LDO é, em realidade, uma cartilha que direciona e orienta a 
elaboração do Orçamento Geral do Ente Público, o qual deve estar, para 
sua aprovação, em plena consonância com as disposições do Plano 
Plurianual, porém, nem todas as matérias constantes na LDO estão 
inseridas no PPA. 
 
Foi cobrado em concurso! 
(CESPE/MPU 2010 - TÉCNICO DE APOIO ESPECIALIZADO/ORÇAMENTO) 
Embora deva ser compatível com o PPA, a Lei de Diretrizes 
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Orçamentárias (LDO) contém matérias que, por sua própria natureza, 
não devem constar do PPA. 
 
Resolução 
Perfeito! A LDO deve ser compatível com o PPA. Porém, pela sua 
característica e especificidade a LDO contem matéria própria, por 
exemplo: equilíbrio entre receitas e despesas, critérios e forma de 
limitação de empenho, normas relativas ao controle de custos e à 
avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos 
orçamentos, demais condições e exigências para transferências de 
recursos a entidades públicas e privadas. 
CERTO. 
 
Importância da LDO após a LRF: 
Com a vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias passou a ter mais relevância, ou seja, ganhou mais 
ênfase. 
 
Importante! Muito cobrado em concursos! A LRF estabeleceu que a LDO 
deverá dispor sobre: 
� Equilíbrio entre receitas e despesas; 
� Critérios e forma de limitação de empenho, a ser verificado no final de cada 
bimestre quando se verificar que a realização da receita poderá comprometer 
os resultados nominal e primário estabelecidos no anexo de metas fiscais e 
para reduzir a dívida ao limite estabelecido pelo Senado Federal; 
� Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos 
programas financiados com recursos dos orçamentos; 
� Demais condições e exigências para as transferências de recursos a 
entidade públicas e privadas. 
 
Foi cobrado em concurso! 
(CESPE/MPU 2010 - TÉCNICO DE APOIO ESPECIALIZADO/CONTROLE 
INTERNO) A LDO é responsável pelo estabelecimento de normas, 
critérios e limitações de empenho para os entes da Federação. 
 
Resolução 
A LRF estabelece em seu art. 4o que a lei de diretrizes orçamentárias 
deverá atender as determinações constitucionais e ainda: 
a) equilíbrio entre receitas e despesas; 
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivado caso a 
haja frustração de receita, ou seja, no caso de a receita arrecadada ser 
inferior à previsão; 
e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados 
dos programas financiados com recursos dos orçamentos. 
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Existe uma pegadinha na questão! A LDO da União NÃO pode 
estabelecer normas, critérios e limitações de empenho para os entes da 
Federação. A LDO da União é aplicável só à União. Cada Ente da 
Federação possui sua própria LDO. ERRADO. 
 
O § 1º do art. 4º da LRF estabelece que integrará o projeto de lei de 
diretrizes orçamentárias o Anexo de Metas Fiscais, em que serão 
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, 
relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante 
da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois 
seguintes, ou seja, três exercícios financeiros. 
Conteúdo do Anexo de Metas Fiscais: 
O § 2º do art. 4º da LRF menciona que o Anexo de Metas Fiscais 
conterá, ainda: 
I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; 
II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de 
cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as 
fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com 
as premissas e os objetivos da política econômica nacional; 
III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, 
destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de 
ativos; 
IV - avaliação da situação financeira e atuarial: 
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e 
do Fundo de Amparo ao Trabalhador; 
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial; 
V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da 
margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. 
 
O § 3º do art. 4º da LRF determina que a lei de diretrizes orçamentárias 
contenha Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos 
contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, 
informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem. 
O § 4º do art. 4º da LRF, propugna que a mensagem que encaminhar o 
projeto da União apresentará, em anexo específico, os objetivos das 
políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as 
projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas 
de inflação, para o exercício subseqüente. 
 
Atenção! Bastante cobrado em concurso! A LDO deverá conter dois 
anexos: o de Metas Fiscais e o de Riscos Fiscais. 
 
Para fixar! No Anexo de Metas Fiscais serão estabelecidas metas anuais, 
em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, 
resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o 
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exercício a que se referirem e para os dois seguintes, ou seja, para 3 
exercícios. 
 
Finalidade e conteúdo do Anexo de Riscos Fiscais: 
No Anexo de Riscos Fiscais serão avaliados os passivos contingentes e 
outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as 
providências a serem tomadas, caso se concretizem. 
 
Resumindo: 
 
Ênfase da LRF na LDO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foi cobrado em concurso! 
(ESAF - Analista Contábil-Financeiro - SEFAZ - CE – 2006) Assinale a 
opção falsa em relação à Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO prevista 
no art. 165 da Constituição Federal. 
a) A iniciativa da lei é prerrogativa do Poder Executivo. 
b) Deverá orientar a elaboração da lei orçamentária anual. 
c) A LDO deverá trazer as modificações na legislação tributária queimpactarão a arrecadação do exercício seguinte. 
d) Compreenderá as metas de despesa de capital para o exercício 
financeiro subseqüente. 
e) Estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais 
de fomento. 
 
Resolução 
O comando da questão pede a opção FALSA em relação às diretrizes da 
LDO. 
a) Certo. Conforme a Constituição Federal, a iniciativa de todos os 
instrumentos de planejamento (PPA, LDO, LOA e Planos e Programas 
Nacionais, Regionais e Setoriais) é PRIVATIVA do chefe do Poder 
LRF
LDO
Equilíbrio 
entre receita 
e despesa 
Critérios e 
forma de 
limitação de 
empenho... 
Normas 
relativas ao 
controle de 
custos... 
Anexo de Metas 
Fiscais - metas 
anuais relativas a 
receitas, 
despesas, etc. 
Anexo de Riscos 
Fiscais - avaliação 
dos passivos 
contingentes... 
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executivo. Atenção! A doutrina entende que a iniciativa das leis 
orçamentárias é EXCLUSIVA e vinculada do chefe do Executivo. 
Assim, a apresentação de qualquer projeto de lei de orçamento por 
parlamentar é inconstitucional. 
b) Certo. A LDO Compreende as metas e prioridades (MP) da 
administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o 
exercício financeiro subseqüente. Orienta a elaboração da lei 
orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária 
e estabelecerá sobre a política de aplicação das agências financeiras 
oficiais de fomento. 
Atenção! A LDO é o elo entre o PPA e a LOA e se insere dentro do 
planejamento operacional. 
c) Falsa. As alterações na legislação tributária que podem ser 
estabelecidas na LDO podem impactar mais de um exercício. 
Exemplo: o governo pode inserir na LDO para 2007 um artigo 
concedendo incentivo ou ampliação de incentivo ou benefício de 
natureza tributária. Essa renúncia de receita pode impactar os exercícios 
financeiros de 2008, 2009 e 2010, ou seja, diversos exercícios 
financeiros. 
d) Certo. Entre as funções da LDO compreende as metas de despesa de 
capital para o exercício financeiro subseqüente. 
e) Certo. A LDO estabelece a política de aplicação das agências 
financeiras oficiais de fomento, conforme previsão no art. 165 da CF/88. 
 
7. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL – LOA 
 
A LOA tem por finalidade a concretização dos objetivos e metas 
estabelecidos no Plano Plurianual. É o que poderíamos chamar de 
orçamento por excelência ou orçamento propriamente dito. 
 
É através da LOA que o governo realiza ano a ano o que foi planejado 
para ser executado em quatro anos. Esse planejamento de quatro anos 
está inserido no PPA. 
Objetivo e finalidade da lei de orçamento: 
É na lei orçamentária que o governo prevê a arrecadação de receitas e 
fixa a realização de despesas para o período de um ano e o Poder 
Legislativo lhe autoriza, através de LEI, a execução das despesas 
destinadas ao funcionamento da “máquina administrativa”. 
 
Em realidade, todos os Poderes e o Ministério Público elaboram suas 
propostas orçamentárias, porém, quem executa a maior parte das 
despesas é o Poder Executivo, mesmo porque essa é a sua principal 
função. 
 
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Basicamente, em termos de elaboração da proposta orçamentária, 
genericamente falando, funciona da seguinte forma: 
 
Todos os Poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário e mais o Ministério 
Público), e demais órgãos (Unidades Orçamentárias) elaboram as suas 
propostas orçamentárias e encaminham para o Poder Executivo 
(Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG), que realiza 
a consolidação de todas as propostas e encaminha um projeto de Lei de 
Orçamento ao Congresso Nacional. 
 
Atenção! Muito importante! Nenhuma proposta orçamentária, nem 
mesmo a do Poder Legislativo, pode ser encaminhada diretamente ao 
Congresso Nacional. Essa competência é, conforme a CF/88, privativa 
do Presidente da República (art. 84, Inciso XXIII, da CF). Para a 
doutrina, a competência é exclusiva e vinculada, conforme visto acima. 
 
Nunca é demais mencionar! Alexandre de Moraes descreve que a 
iniciativa acima mencionada é exclusiva e obrigatória para Estados e 
Municípios e ainda argumenta que se trata de uma iniciativa legislativa 
vinculada, uma vez que deverá ser remetida ao Congresso Nacional no 
tempo estabelecido pela própria Constituição Federal (in Direito 
Constitucional, 16ª edição, p. 594). 
 
Foi cobrado em concurso! 
(CESPE – ACE/TCU) Os órgãos do Poder Judiciário, as casas do 
Congresso Nacional e o Ministério Público, amparados na autonomia 
administrativa e financeira que lhes garante a Constituição Federal, 
devem elaborar as respectivas propostas orçamentárias dentro dos 
limites estipulados na lei de diretrizes orçamentárias e encaminhá-las ao 
Congresso Nacional no mesmo prazo previsto para o envio do projeto de 
lei orçamentária do Poder Executivo, ou seja, até quatro meses antes do 
encerramento do exercício. 
Conforme mencionado acima, nenhuma proposta orçamentária pode ser 
enviada diretamente ao Congresso Nacional - CN, independentemente 
da autonomia de cada poder, a proposta orçamentária de cada órgão ou 
Poder deverá ser encaminhada ao Executivo, para fins de consolidação e 
respectivo envio ao CN. 
 
Cuidado! Às vezes temos visto questionamentos, em concurso, sobre 
quem tem competência para dispor sobre orçamento público no Brasil. 
Essa competência é exclusiva do Congresso Nacional. 
 
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O termo dispor refere-se a: votar, apresentar e rejeitar emendas, 
manter ou derrubar vetos do Presidente da República, aprovar créditos 
adicionais, fiscalizar, etc. 
 
Questionamento importante! Caso o Presidente da República se 
omita, deixando de encaminhar a proposta orçamentária ao Congresso 
Nacional, pode, qualquer parlamentar, apresentar essa proposta? 
 
Não, essa competência é exclusiva do Presidente da República. A 
proposta apresentada por parlamentar caracteriza inconstitucionalidade 
formal. 
 
Na prática, como se elabora o orçamento público? Essa tarefa é 
bastante complexa e é chamada de processo de elaboração da proposta 
orçamentária e pode ser resumido da seguinte forma: 
 
É semelhante ao orçamento familiar, onde são orçados os gastos do 
mês em função das receitas recebidas, assim: 
 
Orçamento do mês de agosto - 2007 
RECEITAS DESPESAS 
Salário mensal 3.500,00 Moradia 
Outras rendas 500,00 Aluguel 300,00 
 Educação 
 Mensalidade escolar 400,00 
 Saúde 
 Plano de saúde 150,00 
 Despesas médicas 250,00 
 Lazer 
 Viagens e turismo 800,00 
 Concursos 
 Investimento – cursos para 
concursos e aquisição de livros 1.200,00 
 Outras despesas 900,00 
Total 4.000,00 Total 4.000,00 
Na Administração Pública, as receitas a serem arrecadadas já estão 
previstas em Lei. Incumbe ao Poder Executivo prever a sua arrecadação 
para o ano subseqüente e a fixação das despesas em função dessas 
receitas. 
 
Ao Congresso Nacional compete autorizar, através de lei, a execução 
orçamentária – princípio da legalidade. É similar ao quadro apresentado 
abaixo: 
 
 
 
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Proposta orçamentária para o ano de – 2008 – em bilhões 
RECEITAS PREVISTAS DESPESAS FIXADAS 
Tributária 3.500,00 Pessoal 
Patrimonial 500,00 Civil 3.000,00 
De serviços 1.000,00 Militar 1.000,00 
Industrial 500,00 Material de consumo 2.000,00 
Agropecuária 500,00 Investimento 3.000,00 
Operações de crédito2.000,00 
Alienação de bens 1.000,00 
Total 9.000,00 Total 9.000,00 
Lembrando que a proposta orçamentária para 2008 deverá ser 
elaborada em 2007 e encaminhada ao Poder Legislativo até 4 meses 
antes do encerramento do exercício. O encerramento do exercício 
financeiro no Brasil é legal, ou seja, previsto na lei 4.320/64 e vai de 
01/01 a 31/12. 
 
Observe que as despesas devem ser iguais as receitas, é o denominado 
princípio do equilíbrio orçamentário. 
 
Questionamento! Das receitas acima previstas, se fosse arrecado 
somente 8.000,00, poderia ser comprometido os 9.000,00 fixados de 
despesa? 
 
Em princípio sim (art. 167, II, CF). Nessa situação, o CN autorizou 
(fixou) a realização de 9.000,00 de despesas. Caso fossem 
comprometidos os 9.000,00 de despesas e tendo arrecadado somente 
8.000,00, os 1.000,00 empenhados poderiam ser inscritos em restos a 
pagar. 
 
Entretanto, para os últimos dois quadrimestres do último ano de 
mandato de Presidente, Governador, Prefeito ou outro gestor de cargo 
eletivo, a LRF regulamentou essa prática. Assim sendo, os 1.000,00 de 
despesas que ultrapassaram as receitas arrecadadas, conforme nosso 
exemplo, só poderiam ser inscritas em restos a pagar, caso houvesse 
disponibilidade de caixa suficiente em 31/12 para honrar o compromisso 
no ano seguinte. 
Essa regra está inserida na Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (art. 9º, 
c/c o art. 42, § 1º). 
 
Caso haja disponibilidade financeira em 31/12, o governante poderia 
comprometer 9.000,00, pagar 8.000,00 com o que foi arrecadado e ficar 
devendo 1.000,00 para pagamento no ano subseqüente. 
 
Não sendo os últimos dois quadrimestres do último ano de mandato de 
Presidente, Governador, Prefeito ou outro gestor de cargo eletivo, pode-
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se empenhar os 1.000,00 e inscrevê-los em restos a pagar mesmo que 
não haja disponibilidade de caixa em 31/12. 
 
Qual é o conteúdo da LOA? A LOA conterá a discriminação da receita e 
despesa de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o 
programa de governo, obedecidos aos princípios de unidade, 
universalidade e anualidade (art. 2º, da Lei nº 4.320/64). 
 
Atenção! Não são somente esses princípios, existem outros previstos 
na CF e em outras normas, os quais mencionaremos quando 
estudarmos os princípios orçamentários. 
 
Conforme estudado acima, a LDO é o instrumento norteador da 
elaboração da lei orçamentária anual, posto que possui como função 
primordial orientar a elaboração da LOA (art. 65, § 2º, da CF). 
 
Foi cobrado em concurso! 
(CESPE – MJ/DPF – Administrativo – Téc. Contabilidade) Segundo os 
dispositivos legais, o orçamento público deverá obedecer aos princípios 
da unidade, universalidade e anualidade. 
 
Resolução 
O comando da questão está exatamente conforme disposto no art. 2º da 
Lei nº 4.320/64, que enumera esses três princípios (unidade, 
universalidade e anualidade) 
Na prática o orçamento anual viabiliza a realização anual dos programas 
de governo mediante a quantificação das metas e a alocação de 
recursos para as ações orçamentárias (projetos, atividades e operações 
especiais). 
 
Quais são os órgãos técnicos centrais e setoriais da cúpula 
administrativa responsáveis pela elaboração do orçamento da 
União? 
 
A elaboração dos orçamentos da União é de responsabilidade conjunta 
dos órgãos central (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – 
MPOG – Secretaria de Orçamento Federal – SOF) e setoriais, dentro de 
cada Ministério, e das unidades orçamentárias. 
 
A elaboração orçamentária inicia-se com o levantamento de informações 
para definição do rol de programas, ações e localização dos gastos a 
serem realizados. 
 
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Importante! A LOA é também doutrinariamente reconhecida como o 
planejamento operacional da administração pública. 
 
Atenção! Esse preceito constitucional abaixo mencionado é muito 
exigido nos concursos públicos! 
 
Conforme o § 8º do art. 165 da Constituição Federal, o Congresso 
Nacional pode, na própria LOA, autorizar: 
 
 
 
 
 
 
 
Existem dois tipos de autorização para a abertura de créditos adicionais. 
A autorização “genérica”, inserida na própria lei orçamentária e a 
autorização “específica” aprovada em lei especial, durante a execução 
orçamentária. 
 
Funciona assim: a autorização genérica é somente para abertura de 
créditos adicionais suplementares e poderá ser inserida na LOA. A 
autorização específica é para a abertura de créditos adicionais 
suplementares, especiais e extraordinários. 
 
Exemplo: Ao enviar o projeto de lei da LOA ao Congresso Nacional, o 
Presidente da República poderá inserir um artigo com os seguintes 
dizeres: fica o chefe do Poder executivo autorizado a abrir créditos 
adicionais suplementares durante o exercício financeiro em até 10% das 
receitas correntes – autorização genérica. 
 
Esgotados os créditos autorizados na LOA, o Chefe do Poder Executivo 
poderá solicitar a abertura de créditos suplementares através de um 
projeto de lei específica – autorização específica. 
 
Muita atenção! Existem três tipos de créditos adicionais 
(suplementares, especiais e extraordinários). Na LOA o Congresso 
Nacional somente poderá autorizar a abertura de crédito adicional 
suplementar. 
 
Portanto, a CF veda que o Legislativo autorize, na própria lei 
orçamentária anual, que o Executivo realize a abertura dos créditos 
especial e extraordinário. 
 
� a contratação de qualquer modalidade de operação de crédito; 
� abertura de crédito adicional, somente o suplementar; 
� a realização de operações de crédito por antecipação da receita 
orçamentária – ARO. 
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A autorização para a abertura de créditos suplementares na LOA é uma 
exceção ao princípio da exclusividade. Essa autorização na LOA estaria 
fugindo, “em tese”, ao escopo orçamentário. Em princípio, a LOA 
deveria tratar somente de previsão de receitas e fixação de despesas. 
 
O § 5º do art. 165 da Constituição Federal estabelece que a Lei 
Orçamentária Anual compreenderá: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto ao orçamento da seguridade social é importante mencionar que 
envolve três grandes áreas: 
� saúde; 
� Previdência; 
� Assistência social. 
 
São áreas de grande carência e relevância social e atende basicamente 
a sociedade mais necessitada. 
 
Foi cobrado em concurso! 
� o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e 
entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público; 
� o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou 
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
� o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela 
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações 
instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
O orçamento fiscal será referente: 
 Aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração 
direta e indireta; 
Inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder público. 
O orçamento de investimento será referente: 
 Às empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do 
capital social com direito a voto; 
O orçamento da seguridade social será referente: 
A todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou 
indireta; 
os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo

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