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CURSO ONLINE – AFO - POLÍCIA FEDERAL (TEORIA E EXERCÍCIOS) 
PROFESSOR DEUSVALDO CARVALHO 
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AULA 05 - DÍVIDA ATIVA 
Prezado(a) aluno(a)! 
Desejo bons estudos e que tenha bom proveito de nossas aulas! 
A abrangência de nossas aulas extrapola o conteúdo exigido para o 
concurso da Polícia Federal, porém, é preferível “pecar” por excesso e 
abordar todos os tópicos possíveis de serem exigidos para evitar 
quaisquer surpresas. 
O conteúdo DÍVIDA ATIVA encontra-se no tópico 2.5 Receita pública: 
categorias, fontes, estágios e dívida ativa. Portanto, esta nota de 
aula complementa o tópico receita pública. 
Reflexão! 
Fácil e difícil 
Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que se 
expresse sua opinião... 
Difícil é expressar por gestos e atitudes, o que realmente queremos dizer. 
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias... 
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus próprios erros. 
Fácil é fazer companhia a alguém, dizer o que ela deseja ouvir... 
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer a verdade quando for 
preciso. 
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre a mesma... 
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. 
Carreira Policial Federal – Agente e Escrivão: 
Depois da posse o Agente e o Escrivão podem ser lotado em 
Delegacias do Interior ou na sede de uma das Superintendências 
Regionais - SRs, localizada nas vinte e sete capitais do Brasil. 
Nas SRs podem ser lotados nas seguintes delegacias: 
DELEFAZ – Delegacia Fazendária – combate os crimes contra a 
fazenda pública, a exemplo de contrabando, descaminho, falsificação 
e adulteração de produtos, importações e exportações fraudulentas 
etc.; 
DELEPREV – Delegacia previdenciária – combate os crimes 
previdenciários, geralmente trabalha em forma de “força tarefa”, 
atuando juntamente com Auditores Federais; 
DEPOM – Delegacia Especial de Policiamento marítimo – Combate os 
crimes em rios e mares, nas zonas de fronteira e costeira. Dotada de 
embarcações (lanchas, barcos e botes); 
DELEMAPH – Delegacia de Meio Ambiente a Patrimônio Histórico – 
Combate os crimes ambientais e relativos ao patrimônio histórico. 
Atividades de extração de madeira, minérios, areia, contrabando de 
animais silvestres, enfim, crimes contra a fauna e a flora; 
Existem ainda diversas outras Delegacias, a exemplo da DELEPAT 
(combate os crimes contra o patrimônio público), DELEARM (atua no 
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programa de desarmamento, emite registro e concede porte de 
armas), DELESP (atua fiscalizando as empresas de segurança 
privada). 
Geralmente os Escrivães atuam nos NUCARTs – Núcleos cartorários e 
ainda distribuídos nas Delegacias. Podem exercer funções de chefia, 
bem como ministrar aula na ANP e muitas outras atividades. 
Os Agentes podem pleitear vaga no COT – Comando de Operações 
Táticas, seleção criteriosa e cursos de formação; 
Na próxima aula farei mais alguns comentários. 
Bons estudos! 
 
1. DÍVIDA ATIVA 
Dívida ativa refere-se a valores a receber, créditos a favor do ente 
estatal que não foram cumpridos nos prazos devidos. São dívidas de 
terceiros perante a Fazenda Pública, não quitadas no prazo devido. 
Por representarem direitos, tais valores constam representados no 
ativo, tendo sido apuradas sua certeza e liquidez para o recebimento. 
Trata-se, pois, de uma fonte potencial de recursos financeiros, com 
impacto positivo pela recuperação de valores de inadimplentes. 
Atenção! Não confundir dívida ativa com a dívida passiva (dívida 
pública), que são obrigações da Fazenda Pública perante terceiros, 
valores a pagar que constam no passivo. 
Lei nº 4.320/64: 
Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não 
tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem 
arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias. 
§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do 
prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, 
como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e 
certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título. 
§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa 
natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos 
adicionais e multas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais créditos da 
Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, 
contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, 
exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, 
custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos 
públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis 
definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações 
em moeda estrangeira, de subrogação de hipoteca, fiança, aval ou outra 
garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais. 
§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira será 
convertido ao correspondente valor na moeda nacional à taxa cambial 
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oficial, para compra, na data da notificação ou intimação do devedor, pela 
autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida 
Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atualização monetária e os juros 
de mora, de acordo com preceitos legais pertinentes aos débitos 
tributários. 
§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos 
parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva 
atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que 
tratam o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o 
art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978. 
§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da 
Fazenda Nacional. 
Dívida Ativa são créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária 
ou não tributária, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento 
e que, devido a inadimplência, foram inscritos como Dívida Ativa, 
após apurada a sua liquidez e certeza. 
A Lei nº 4.320/64 informa que a dívida ativa será composta de 
créditos da Fazenda Pública de natureza tributária e não tributária, ou 
seja, abrange quaisquer valores a receber não quitados no prazo 
devido pelo devedor. 
O crédito tributário decorre da obrigação tributária, conforme 
estabelecido pela legislação pertinente: o Código Tributário Nacional. 
Já o crédito não tributário abrange todos os demais valores (não 
classificados como tributários), sendo provenientes de obrigações 
previstas em lei, regulamento ou contrato. Observa-se que os 
créditos de natureza não tributária citados na Lei nº 4.320/64, art. 
39, §2º, são apenas exemplificativos. 
Assim, a dívida ativa constitui-se em um conjunto de créditos 
(valores a receber) de diversas naturezas em favor da Fazenda 
Pública, vencidos e não pagos pelos devedores. 
Importante! O valor inscrito em dívida ativa abrange inclusive 
atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos 
correspondentes devidos. 
A realidade nacional demonstra que a Dívida Ativa representa uma 
parcela do ativo de grande destaque na estrutura patrimonial de 
qualquer órgão ou entidade pública, devido ao seu significativo valor. 
A dívida ativa será registrada e controlada de forma segregada dos 
demais créditos e, quando finalmente recebida, a respectiva receita 
será escriturada/identificada como sendo proveniente de dívida ativa. 
 
2. COMPETÊNCIA PARA INSCRIÇÃO DO CRÉDITO EM DÍVIDA 
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Conforme informa o art. 39, §1º da Lei nº 4.320/64, os créditos da 
Fazenda Pública, vencidos e não quitados, devem ser inscritos em 
Dívida Ativa, na forma de legislação específica e em registro próprio, 
após apurada a sua liquidez e certeza. 
A inscrição trata-se de ato de controle administrativo da legalidade e 
regularidade (§ 3º, art. 2º da Lei n° 6.830/80), por meio da qual um 
débito, vencido e não-pago, é cadastrado para controle e cobrança 
em dívida ativa. 
Procedida a inscrição e sendo infrutíferas as tentativas de 
recebimento do valor, será proposta ação de cobrança judicial, 
instruída com a Certidão de Dívida Ativa extraída do Termo de 
Inscrição. 
Dessa forma, o ato de inscrição em Dívida Ativa cumpre não somente 
o procedimento contábil expresso na Lei nº 4.320/64, mas possibilita 
a criação do título executivo extrajudicial: a Certidão de Dívida Ativa. 
Na verdade, o objetivo da Fazenda Pública, ao inscrever o crédito em 
dívida ativa, é receber o que lhe é devido e, para tanto, usará 
inclusive a ação de cobrança judicial. A contabilidade pública apenas 
efetua os necessários registros para controle do patrimônio público. 
Atenção! Cada ente da Federação deve outorgar a órgão específico a 
competência para este procedimento. Obrigatoriamente a inscrição do 
crédito em Dívida Ativa ocorrerá em órgão diverso daquele de origem 
do crédito. 
Na União, cabe a inscrição de seus créditos em dívida ativa, de 
natureza tributária ou não tributária, à Procuradoria-Geral da 
Fazenda Nacional – PGFN, órgão atualmente subordinado técnica e 
juridicamente à Advocacia-Geral da União. 
Assim, os diversos órgãos da administração pública federal, 
detentores de créditos vencidos e não recebidos em favor da União, 
os remeterão à PGFN, para fins de inscrição em dívida ativa. 
Fluxograma da inscrição de créditos em dívida ativa: 
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(www.pgfn.fazenda.gov.br) 
Após a inscrição do crédito em dívida ativa, incide sobre o débito o 
encargo legal, por força do Decreto-Lei n° 1.025/69, no valor de 20% 
(vinte por cento) do valor principal. Caso o pagamento seja efetuado 
pelo contribuinte antes do encaminhamento para ajuizamento da 
ação de execução fiscal, é aplicado um desconto no encargo legal, 
que passa ter o percentual de 10% (dez por cento) sobre o valor da 
dívida, conforme disposto no art. 3° do Decreto-Lei n° 1.569/77. 
Lembre-se! A Dívida Ativa compreende, além do valor principal, 
atualização monetária, juros, multa e demais encargos previstos. 
O órgão competente específico do ente, para inscrição em dívida 
ativa, irá apurar a liquidez e certeza dos créditos, qualificando a 
inscrição como ato de controle administrativo da legalidade e 
regularidade. 
O ato jurídico de inscrição do crédito em Dívida Ativa visa legitimar a 
origem do valor que a Fazenda Pública tem direito de receber, 
devendo o procedimento observar os necessários requisitos jurídicos. 
Assim, dado que, para fins de inscrição, é efetuado o exame de 
legalidade, regularidade, certeza e liquidez, depois de finalmente 
inscrito em dívida ativa, o crédito passa a gozar da presunção de 
liquidez e certeza, que somente poderá ser afastada por meio de 
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prova inequívoca em sentido contrário, cuja apresentação cabe ao 
sujeito passivo. 
Importante! Compete também à Procuradoria-Geral da Fazenda 
Nacional – PGFN a inscrição em Dívida Ativa dos débitos para com o 
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, bem como, 
diretamente ou por intermédio da Caixa Econômica Federal, mediante 
convênio, a representação judicial e extrajudicial do FGTS, para a 
correspondente cobrança, relativamente à contribuição e às multas e 
demais encargos previstos na legislação respectiva (Lei nº 8.844/94, 
art 2º). 
Portanto, à PGFN compete não apenas a inscrição em dívida ativa dos 
créditos vencidos e não pagos da União, mas também dos débitos 
para com o FGTS. 
Atenção! A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN não 
inscreve em dívida ativa débitos da Caixa Econômica Federal. 
A PGFN inscreve em dívida ativa e representa judicial e 
extrajudicialmente, para fins de cobrança, o Fundo de Garantia do 
Tempo de Serviço - FGTS, fundo este cujos recursos são 
segregados do patrimônio da Caixa Econômica Federal, que é uma 
instituição financeira, empresa pública de direito privado. 
Recordando! O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço não utiliza 
as regras da contabilidade pública, pois os recursos desse fundo não 
são receitas da União, mas sim patrimônio dos trabalhadores 
vinculados, oriundo dos depósitos mensais efetivados pelos 
respectivos empregadores. 
Para maior entendimento: o FGTS é gerido e administrado por um 
conselho curador, um colegiado tripartite composto por entidades 
representativas dos trabalhadores, dos empregadores e 
representantes do Governo Federal, tendo como agente operador a 
Caixa Econômica Federal. Os recursos do FGTS são utilizados para 
financiamento de programas de habitação popular, saneamento 
básico e infra-estrutura urbana. 
Relativamente às autarquias e fundações públicas federais, até pouco 
tempo tinham seus créditos inscritos em dívida ativa por seus 
próprios órgãos/assessorias/departamentos jurídicos. 
Entretanto, com a criação da Procuradoria-Geral Federal – PGF 
em 2002, vinculada à Advocacia-Geral da União, foi-lhe atribuída as 
competências para representar judicial e extrajudicialmente todas as 
autarquias e fundações públicas federais, e apurar a liquidez e 
certeza dos créditos, de qualquer natureza, inerentes às suas 
atividades, inscrevendo-os em dívida ativa para fins de cobrança 
amigável ou judicial. 
Dessa forma, os órgãos jurídicos das autarquias e fundações públicas 
federais passaram a integrar a PGF, como órgãos de execução desta, 
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mantidas as suas competências (Lei nº 10.480/02, art 9º, caput e 
§2º do art. 10). 
Exceções! A Procuradoria-Geral Federal – PGF não é responsável 
pelos débitos relativos às contribuições sociais previdenciárias 
(débitos previdenciários) e pela representação do Banco Central do 
Brasil. 
As autarquias e fundações públicas federais são pessoas jurídicas de 
direito público que integram a administração indireta, incumbidas 
de atividades públicas de interesse da União, cuja atuação poderá 
gerar créditos em favor do Governo Federal, tais como, por exemplo: 
outorgas de direitos de uso de recursos naturais, preços públicos, 
receitas patrimoniais, sanções administrativas, ações regressivas 
acidentárias, taxas de serviço, de fiscalização, de licenciamento, de 
instalação e de funcionamento, multas contratuais, reposições de 
servidores, ressarcimentos e indenizações ao erário. 
Órgãos competentes para inscrição em Dívida Ativa da União: 
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN 
Responsável pela inscrição em dívida ativa dos créditos da União, 
tributários ou não, e pela representação judicial e extrajudicial. 
Responsável pela inscrição em dívida ativa dos débitos para com o 
FGTS e pela representação judicial e extrajudicial para fins de 
cobrança. 
Procuradoria-Geral Federal - PGF 
Responsável pela inscrição em dívida ativa dos créditos das 
autarquias e fundações públicas federais, bem como pela 
representação judicial e extrajudicial dessas entidades. 
Excetuam-se a essa regra as contribuições sociais previdenciárias 
(débitos previdenciários)e a representação do Banco Central do 
Brasil. 
A pessoa física ou jurídica cujos débitos forem inscritos em dívida 
ativa terá seus dados incluídos no Cadastro Informativo de Créditos 
não Quitados do Setor Público Federal – CADIN, após 75 (setenta e 
cinco) dias da comunicação do seu débito (Lei n°10.522/02, art. 2º). 
Importante! As informações relativas a inscrições de créditos em 
dívida ativa não estão sujeitos a sigilo fiscal. 
Não é vedada a divulgação de informações relativas a inscrições na 
Dívida Ativa da Fazenda Pública (II, §3º, art. 198, CTN). 
Portanto, os dados relativos à dívida ativa dos entes da Federação 
podem ser divulgados, sendo que tal divulgação não caracteriza 
violação ao sigilo fiscal do devedor inscrito. 
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Atenção! Entre os créditos passíveis de serem inscritos em dívida 
ativa, incluem-se aqueles resultantes de julgamentos do Tribunal de 
Contas da União. 
As decisões do TCU contendo imputação de débito ou multa já se 
configuram como títulos executivos extrajudiciais, não sendo 
necessária sua inscrição para fins de cobrança mediante ação de 
execução. 
Todavia, a inscrição desses créditos (oriundos de decisões do TCU 
contendo imputação de débito ou multa) viabiliza um controle mais 
efetivo por parte do Governo Federal, pois a inscrição em Dívida Ativa 
irá gerar restrições relativas a regularidade fiscal e de inclusão no 
CADIN. 
 
3. ASPECTOS PATRIMONIAIS DA DÍVIDA ATIVA 
Os valores a receber da Fazenda Pública, de natureza tributária ou 
não tributária, encontram-se evidenciados/escriturados dentro do 
ativo de determinado órgão. A inadimplência do devedor apenas irá 
ensejar na inscrição do crédito em dívida ativa 
Lembre-se! Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária 
ou não tributária, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, 
serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em 
registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva 
receita será escriturada a esse título (art. 39, §1º, Lei nº 4.320/64). 
Como já visto, o órgão de origem do crédito irá remeter ao órgão 
competente para inscrição em dívida ativa, o qual, para tanto, irá 
efetuar o exame de legalidade, regularidade, certeza e liquidez do 
crédito. 
Na administração pública federal, cabe à Procuradoria-Geral da 
Fazenda Nacional – PGFN ou à Procuradoria-Geral Federal – PGF a 
inscrição em dívida ativa, dependendo do órgão de origem do crédito. 
Exemplo – fluxo da inscrição de créditos em dívida ativa: 
 GOVERNO FEDERAL 
 RECEITA FEDERAL 
 
 JUSTIÇA ELEITORAL PGFN 
 
 MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 
 
 IBAMA 
 
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 ANATEL PGF 
 
 SUDENE 
 
 
ÓRGÃOS DE ORIGEM 
 
ÓRGÃOS COMPETENTES PARA 
INSCRIÇÃO 
 
Os créditos das autarquias e fundações públicas federais, o acréscimo 
patrimonial aqui referido é de cunho representativo do crédito da 
entidade credora, que permanece com a sua titularidade. 
A dívida ativa será apenas registrada e controlada de forma 
segregada dos demais créditos e, por representar um direito, 
continuará sendo evidenciada no ativo. 
Especificamente para os órgãos envolvidos, a inscrição de créditos 
em Dívida Ativa representa contabilmente um fato modificativo 
(alteração no patrimônio líquido), resultando em um acréscimo 
patrimonial no órgão ou unidade competente para inscrição e um 
decréscimo patrimonial no órgão de origem do crédito. 
Observa-se que, para o ente da Federação, a inscrição de créditos 
em Dívida Ativa representa contabilmente um fato permutativo 
(não há alteração no patrimônio líquido), resultante da simples 
transferência de um valor não recebido no prazo estabelecido, do 
ativo circulante para o ativo não-circulante. 
Portanto, na consolidação das contas do ente da Federação (União, 
Estados, DF e Municípios) ocorrerá simultaneamente um acréscimo e 
um decréscimo patrimonial. 
Portanto, atenção! Para fins de concurso, considere que a inscrição 
de créditos em dívida ativa irá produzir os seguintes efeitos 
patrimoniais: 
No órgão originário do crédito um fato modificativo diminutivo, 
pois com o envio do crédito para inscrição o patrimônio líquido irá 
reduzir. Haverá uma variação passiva extraorçamentária ou 
simplesmente uma variação diminutiva. 
No órgão que inscreve o crédito um fato modificativo 
aumentativo, pois com o ingresso do crédito o patrimônio líquido irá 
aumentar. Haverá uma variação ativa extraorçamentária ou 
simplesmente uma variação aumentativa. 
No ente da Federação um fato permutativo. Não haverá alteração 
no patrimônio líquido, pois na consolidação das contas públicas, 
ocorrerá simultaneamente um acréscimo e um decréscimo 
patrimonial. 
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As variações, ativa e passiva, são extraorçamentárias dado que 
ocorrem por fatos alheios e independentes à execução do orçamento. 
O crédito da Fazenda Pública de natureza tributária ou não tributária, 
vencido e não pago, se encontra registrado dentro no ativo 
circulante. Tal inadimplência do devedor irá ensejar na inscrição do 
crédito em dívida ativa: ele será controlado de forma segregada sob a 
rubrica específica “dívida ativa” e constará no ativo não-circulante. 
Atenção! No ato de inscrição do crédito em dívida ativa ele será 
registrado no ativo não-circulante, dado que o prazo de recebimento 
desse valor é incerto. 
Entretanto, os procedimentos de cobrança, tanto administrativos 
como também em virtude das ações judiciais, gera um fluxo de 
recebimentos, passível de ser estimado em cada exercício, em virtude 
dos dados históricos de recebimentos. 
Os acordos de parcelamento da dívida ativa resultam ainda em 
cronogramas de recebimento, firmados com datas de vencimento e 
valores definidos, por vezes em contratos registrados com garantias 
reais. 
Apesar da dívida ativa, quando inicialmente inscrita, constar no ativo 
não-circulante, no curto prazo (ativo circulante) devem ser 
registrados os valores inscritos cuja expectativa de recebimento é até 
o encerramento do próximo exercício. 
Portanto, devem ser reclassificadas para o ativo circulante as parcelas 
de valores da dívida ativa cuja expectativa seja de recebimento em 
curto prazo (recebimento até o encerramento do próximo exercício), 
existindo assim Dívida Ativa de Curto Prazo e Dividia Ativa de Longo 
Prazo. 
Dica! Normalmente as provas de concurso consideram e classificam a 
dívida ativa como um direito constante no ativo não-circulante. 
Quando o crédito é inscrito em dívida ativa ele passa a constar no 
ativo não-circulante, daí a postura das bancas examinadoras em 
exigir dessa forma em suas provas. 
Não esqueça! Para fins de concurso, tenha em mente que a dívida 
ativa consta classificada no ativo não-circulante, pois o prazo de 
recebimento desse valor é incerto. Todavia, caso a questão faça 
alguma análise acerca de valores a receber em curto prazo, você já 
sabe que é possível parte da dívida ativa constar também no ativo 
circulante. 
Os entes da Federação devem manter um controle suficiente para 
que se possa estimar não apenas o prazo de recebimento da dívida 
ativa, mas também o seu valor líquido de realização, ou seja, pelo 
produto final em dinheiro ou equivalente que se espera obter, de 
forma a assegurar a fiel demonstração dos fatos contábeis. 
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Dessaforma, com o objetivo de que os demonstrativos contábeis 
contenham informações com um maior grau de precisão possível, 
sugere-se que sejam empregadas contas redutoras para a dívida 
ativa, permitindo que o valor final dos créditos a receber seja uma 
expressão correta dos recebimentos futuros. 
A conta redutora dos créditos inscritos em dívida ativa é denominada 
“Provisão para Ajuste da Dívida Ativa a valor Recuperável”. Assim, 
constarão nessa conta redutora valores cuja estimativa é do não 
recebimento (não pagamento pelo devedor). 
Considerando o caráter de incerteza envolvido, tal estimativa deve 
ser apurada de forma criteriosa, tomando por base o estoque de 
créditos, as projeções futuras de recebimento, a qualificação dos 
créditos registrados quanto ao risco e a experiência das perdas 
históricas para créditos de perfil semelhante. 
Lembre-se! O valor inscrito em dívida ativa abrange inclusive 
atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos 
correspondentes devidos. 
O devedor poderá efetuar o pagamento em dinheiro ou bens. 
Observa-se apenas que, dependendo do bem a ser recebido, há que 
serem observadas as regras específicas que se apliquem ao objeto 
doado. 
Existe ainda a possibilidade de compensação de créditos inscritos em 
Dívida Ativa com créditos contra a Fazenda Pública, ou seja, valores 
que o devedor inscrito em dívida ativa tem direito de receber desse 
mesmo ente público. 
A compensação não implica no ingresso de valores ou bens, 
constituindo, portanto, um fato permutativo, anulando-se um crédito 
registrado no ativo (dívida ativa) contra uma obrigação registrada no 
passivo. 
De fato, considerando que a quitação se dê pelo mesmo valor 
registrado em dívida ativa, ela sempre será um fato permutativo, 
independente de como será quitada a dívida ativa: se paga em 
dinheiro ou bens, ou ainda, através de compensação de valores a 
receber do ente. 
Com o pagamento em dinheiro ou bens será baixado o valor inscrito 
em dívida ativa e simultaneamente haverá o ingresso (de bens ou 
dinheiro) no ativo, havendo também um fato permutativo. 
Portanto, a quitação da dívida ativa não gera uma receita sob o 
enfoque patrimonial. 
Recordando! 
Receita para a contabilidade pública, para fins de registro das 
transações, ocorre quando há ingresso de recurso financeiro, 
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qualquer que seja; 
Receita sob enfoque Patrimonial, ou seja, para fins de análise e 
estudo do patrimônio, ocorre quando o fato administrativo provoca 
acréscimo de valor no patrimônio líquido, excluídos os que sejam 
provenientes de aporte dos proprietários da entidade; 
Receita pelo enfoque orçamentário, ou seja, para fins de 
controle e execução do orçamento público, são todos os ingressos 
disponíveis para cobertura das despesas orçamentárias e operações 
que, mesmo não havendo ingresso de recursos, financiam despesas 
orçamentárias. 
Já com o recebimento em dinheiro ocorrerá uma receita 
orçamentária, para fins de registro pela contabilidade pública, como 
também uma receita pelo enfoque orçamentário. 
Recordando! O recebimento da Dívida Ativa poderá gerar tanto uma 
Receita Corrente como uma Receita de Capital. Entretanto, as bancas 
examinadoras (normalmente) consideram em suas provas de 
concurso o recebimento da Dívida Ativa como Receita Corrente – 
Outras Receitas Correntes. 
As bancas examinadoras consideram em suas provas de concurso a 
Dívida Ativa como Receita Corrente, pois grande parte da Dívida Ativa 
dos entes da Federação é constituída por valores originalmente 
classificados como receita corrente, principalmente tributos não 
pagos na época devida pelos contribuintes. 
Mas quando os créditos inscritos em Dívida Ativa forem provenientes 
de valores a receber classificados como receita de capital, então a 
receita dessa dívida ativa será uma Receita de Capital – Outras 
Receitas de Capital. 
Veja! 
Receitas Correntes – Outras Receitas Correntes: são os 
ingressos correntes provenientes de outras origens, não contidos nas 
classificações anteriores. 
Exemplo: Receita da Dívida Ativa: Receita da Dívida Ativa Tributária, 
Receita da Dívida Ativa da Contribuição para o Financiamento da 
Seguridade Social, Receita da Dívida Ativa da Contribuição sobre a 
Receita da Loteria Federal etc. 
Receita de Capital – Outras Receitas de Capital: são os 
ingressos de capital provenientes de outras origens, não contidos 
nas classificações anteriores. 
Exemplo: Receita da Dívida Ativa Proveniente de Amortização de 
Empréstimos e Financiamentos: registra o valor da arrecadação com 
receita da dívida ativa proveniente de amortização de empréstimos e 
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financiamentos. 
Não esqueça! Para fins de concurso, o recebimento da Dívida Ativa 
deve ser classificado como Receita Corrente - Outras Receitas 
Correntes, salvo se a questão da prova informar que se trata de 
valores a serem classificados como Receita de Capital. 
O cancelamento, anistia ou quaisquer outras situações que 
representem diminuição dos valores originalmente inscritos em Dívida 
Ativa, mas não decorram do efetivo recebimento, irá ocasionar 
diminuição na situação líquida patrimonial, classificado como variação 
patrimonial diminutiva independente da execução orçamentária ou 
simplesmente variação passiva extra-orçamentária. 
4. RESUMINDO ESTE TÓPICO – DÍVIDA ATIVA 
1. Dívida Ativa são créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária 
ou não tributária, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento 
e que, devido a inadimplência, foram inscritos como Dívida Ativa, 
após apurada a sua liquidez e certeza. 
2. O valor inscrito em dívida ativa abrange inclusive atualização 
monetária, juros e multa de mora e demais encargos 
correspondentes devidos. 
3. O órgão competente específico do ente, para inscrição em dívida 
ativa, irá apurar a liquidez e certeza dos créditos, qualificando a 
inscrição como ato de controle administrativo da legalidade e 
regularidade. 
4. Na União, cabe a inscrição de seus créditos em dívida ativa, de 
natureza tributária ou não tributária, à Procuradoria-Geral da Fazenda 
Nacional – PGFN, órgão atualmente subordinado técnica e 
juridicamente à Advocacia-Geral da União. 
5. Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN: 
− Responsável pela inscrição em dívida ativa dos créditos da União, 
tributários ou não, e pela representação judicial e extrajudicial; 
− Responsável pela inscrição em dívida ativa dos débitos para com o 
FGTS e pela representação judicial e extrajudicial para fins de 
cobrança. 
6. Já para as autarquias e fundações públicas federais a dívida ativa é 
inscrita pela Procuradoria-Geral Federal – PGF, órgão também 
subordinado à Advocacia-Geral da União. 
7. Procuradoria-Geral Federal – PGF: 
− Responsável pela inscrição em dívida ativa dos créditos das 
autarquias e fundações públicas federais, bem como pela 
representação judicial e extrajudicial dessas entidades. 
− Excetuam-se a essa regra as contribuições sociais previdenciárias 
(débitos previdenciários) e a representação do Banco Central do 
Brasil. 
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8. Atenção! Entre os créditos passíveis de serem inscritos em dívida 
ativa, incluem-se aqueles resultantes de julgamentos do Tribunal de 
Contas da União. 
9. A inscrição de créditos em dívida ativa irá produzir os seguintes 
efeitos patrimoniais: 
− No órgão originário do crédito um fato modificativo diminutivo, 
pois com o envio do crédito para inscrição o patrimônio líquido irá 
reduzir.Haverá uma variação passiva extraorçamentária ou 
simplesmente uma variação diminutiva. 
− No órgão que inscreve o crédito um fato modificativo aumentativo, 
pois com o ingresso do crédito o patrimônio líquido irá aumentar. 
Haverá uma variação ativa extraorçamentária ou simplesmente uma 
variação aumentativa. 
− No ente da Federação um fato permutativo. Não haverá alteração 
no patrimônio líquido, pois na consolidação das contas públicas, 
ocorrerá simultaneamente um acréscimo e um decréscimo 
patrimonial. 
10. No ato de inscrição do crédito em dívida ativa ele será registrado no 
ativo não-circulante, dado que o prazo de recebimento desse valor é 
incerto. 
11. Devem ser reclassificadas para o ativo circulante as parcelas de 
valores da dívida ativa cuja expectativa seja de recebimento em curto 
prazo (recebimento até o encerramento do próximo exercício), 
existindo assim Dívida Ativa de Curto Prazo e Dividia Ativa de Longo 
Prazo. 
12. Dica! Para fins de concurso, tenha em mente que a dívida ativa 
consta classificada no ativo não-circulante, pois o prazo de 
recebimento desse valor é incerto. Todavia, caso a questão faça 
alguma análise acerca de valores a receber em curto prazo, você já 
sabe que é possível parte da dívida ativa constar também no ativo 
circulante. 
13. O devedor poderá efetuar o pagamento em dinheiro, em bens ou 
ainda pela compensação com créditos que ele tenha contra a Fazenda 
Pública (valores que o devedor inscrito em dívida ativa tem direito de 
receber desse mesmo ente público). 
14. Com o pagamento em dinheiro ou bens será baixado o valor inscrito 
em dívida ativa e simultaneamente haverá o ingresso (de bens ou 
dinheiro) no ativo, havendo também um fato permutativo. 
15. Portanto, a quitação da dívida ativa não gera uma receita sob o 
enfoque patrimonial. 
16. Já com o recebimento em dinheiro ocorrerá uma receita 
orçamentária, para fins de registro pela contabilidade pública, como 
também uma receita pelo enfoque orçamentário. 
17. Lembre-se! Para fins de concurso, o recebimento da Dívida Ativa 
deve ser classificado como Receita Corrente - Outras Receitas 
Correntes, salvo se a questão da prova informar claramente que se 
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trata de valores a serem classificados como Receita de Capital – 
Outras Receitas de Capital. 
18. O cancelamento, anistia ou quaisquer outras situações que 
representem diminuição dos valores originalmente inscritos em Dívida 
Ativa, mas não decorram do efetivo recebimento, irá ocasionar 
diminuição na situação líquida patrimonial, classificado como variação 
patrimonial diminutiva independente da execução orçamentária ou 
simplesmente variação passiva extra-orçamentária. 
19. As informações relativas a inscrições de créditos em dívida ativa não 
estão sujeitos a sigilo fiscal. 
20. Os créditos resultantes de julgamentos do Tribunal de Contas da 
União já se configuram como títulos executivos extrajudiciais e a 
inscrição em dívida ativa não é necessária para fins de cobrança por 
ação de execução. 
21. Todavia, tais créditos gerados por decisões do TCU podem ser 
inscritos em dívida ativa, pois irá gerar restrições relativas a 
regularidade fiscal e de inclusão no CADIN. 
 
QUESTÕES DE CONCURSOS PÚBLICOS 
 
1. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE CONTROLE INTERNO) A dívida 
ativa é formada pelo conjunto de obrigações do Tesouro Nacional 
perante terceiros, desde que regularmente constituídas, formalizadas 
e reconhecidas. 
 
Resolução 
A afirmação contida no comando da questão é completamente 
contrária ao conceito de dívida ativa. 
Dívida ativa refere-se a direito da Fazenda Pública perante terceiros, 
já o conjunto de obrigações do Tesouro Nacional perante terceiros 
refere-se a dívidas públicas, ou seja, obrigações do Tesouro Nacional. 
ERRADO. 
 
2. (CESPE – MPU/2010 – ANALISTA DE CONTROLE INTERNO) A 
dívida ativa constitui-se dos passivos da fazenda pública, para com 
terceiros, não pagos no vencimento, que são inscritos em registro 
próprio, após apurada sua exigibilidade. 
 
Resolução 
A dívida ativa constitui-se dos direitos (ativos) da fazenda pública, 
obrigações de terceiros para com a Fazenda Pública. 
Representa créditos – direitos a receber provenientes de tributos ou 
de outras receitas, que não foram pagos no vencimento. Neste caso, 
devem ser inscritos em registro próprio, após apurada sua liquidez e 
certeza. 
ERRADO. 
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A dívida ativa da fazenda pública consiste no conjunto de créditos que 
o Estado tem com terceiros. A respeito desse assunto, julgue os itens 
que se seguem. 
 
3. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE ORÇAMENTO) O ato 
administrativo da inscrição do crédito na dívida ativa produz efeitos 
de natureza contábil, material e processual. 
 
Resolução 
Perfeito! A inscrição de crédito da Fazenda Pública na dívida ativa 
gera registro contábil do direito a receber, evidenciado no Balanço 
Patrimonial. 
Produz ainda efeitos processuais porque será cobrada pela PGFN. 
Assim, recebe um número de processo para fins de acompanhamento 
e controle. 
Terá efeito material porque no prazo dos embargos, o executado 
deverá alegar toda matéria útil à defesa, requerer provas e juntar 
aos autos os documentos e rol de testemunhas, até três, ou, a 
critério do juiz, até o dobro desse limite. 
CERTO. 
 
4. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE ORÇAMENTO) A prescrição do 
crédito tributário não pode ser interrompida se a inscrição da dívida 
ativa for efetivada por órgão incompetente. 
 
Resolução 
O § 3º, do art. 2º, da Lei 6.830/80 estabelece que a inscrição, que se 
constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita 
pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e 
suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 
dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de 
findo aquele prazo. 
Portanto, conforme a norma acima citada, a prescrição do crédito 
tributário não pode ser interrompida se a inscrição da dívida ativa for 
efetivada por órgão incompetente. 
CERTO. 
 
5. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE ORÇAMENTO) O direito de 
inscrever créditos na dívida ativa e cobrá-los pela via executiva 
judicial é estendido às autarquias e empresas públicas. 
 
Resolução 
O direito de inscrever créditos na dívida ativa e cobrá-los pela via 
executiva judicial é estendido às autarquias, porém, NÃO extensivos 
às empresas públicas. 
Observe o que estabelece a Lei 6.830/80: 
LEI No 6.830, DE 22 DE SETEMBRO DE 1980. 
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Dispõe sobre a cobrança judicial da 
Dívida Ativa da Fazenda Pública, e dá 
outras providências. 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso 
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, 
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias 
será regida por esta Lei e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil. 
Atualmente a dívida ativa das Fundações de direito público também 
será executada/cobrada pela PGFN. 
ERRADO. 
 
6. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE ORÇAMENTO) A notificação de 
lançamento tributário dirigida ao contribuinte constitui ato que 
implica o exercício de uma pretensão de liquidez do crédito 
correspondente. 
 
Resolução 
O lançamento é uma das etapas da receita pública. Consiste no 
procedimento administrativo onde se verifica a procedência do crédito 
fiscal, quem é o devedor e quando ele deverá cumprir sua obrigação 
de pagamento.Porém, nem toda receita requer lançamento para que seja 
arrecadada, a exemplo das receitas de serviços. 
Quando o contribuinte recebe a notificação do lançamento de 
determinado tributo, a exemplo do IPTU, este ato do poder público 
tem uma pretensão. Tal pretensão significa arrecadar receitas no 
caso de crédito cuja liquidez não haja dúvida ou que a administração 
pública pelo menos tenha certeza razoável. 
No caso da dívida ativa, a inscrição do crédito para fins de cobrança 
implica a presunção de certeza e liquidez, porém, o contribuinte pode 
ilidir por prova inequívoca tanto a liquidez quanto a certeza. 
Observe tais regras (lei 6.830/80): 
Art. 3º - A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção de certeza 
e liquidez. 
Parágrafo Único - A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode 
ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a 
quem aproveite. 
CERTO. 
 
7. (CESPE – PGE-ES/Procurador – 2008) Constitui dívida ativa 
tributária apenas o crédito proveniente de obrigação legal relativa a 
tributos, respectivos adicionais e multas. 
 
Resposta 
Dívida Ativa são créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária 
ou não tributária, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento 
e que, devido a inadimplência, foram inscritos como Dívida Ativa, 
após apurada a sua liquidez e certeza. 
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Estão contidos no valor da dívida ativa, além do valor original do 
crédito inscrito, os respectivos juros, multas e todos os demais 
acréscimos incidentes devidos. 
Trata-se de um direito e integra o grupamento de Contas a Receber, 
constituindo uma parcela do Ativo de grande destaque na estrutura 
patrimonial dos entes públicos. 
A Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa 
natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e 
respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa não Tributária são os 
demais créditos da Fazenda Pública (Lei nº 4.320/64, art. 39, §2º). 
CERTO. 
 
(CESPE– Analista/ANEEL – 2010) No governo federal, dívida ativa são 
créditos da fazenda pública de natureza tributária ou não tributária, 
exigíveis em virtude do transcurso do prazo para pagamento. Acerca 
da cobrança e classificação da dívida ativa, julgue os seguintes itens. 
 
8. A dívida ativa é cobrada por meio da emissão da certidão da dívida 
ativa da fazenda pública da União inscrita na forma da lei, valendo 
como título de execução. 
 
Resolução 
A inscrição da dívida ativa trata-se de ato de controle administrativo 
da legalidade e regularidade (§ 3º, art. 2º da Lei n° 6.830/80), por 
meio da qual um débito, vencido e não-pago, é cadastrado para 
controle e cobrança em dívida ativa. Procedida a inscrição e sendo 
infrutíferas as tentativas de recebimento do valor, será proposta ação 
de cobrança judicial, instruída com a Certidão de Dívida Ativa 
extraída do Termo de Inscrição. Dessa forma, o ato de inscrição em 
Dívida Ativa possibilita a criação do título executivo: a Certidão de 
Dívida Ativa. CERTO. 
 
9. As receitas decorrentes de dívida ativa tributária ou não tributária 
devem ser classificadas como outras receitas de capital. 
 
Resolução 
O recebimento da Dívida Ativa poderá gerar tanto uma Receita 
Corrente como uma Receita de Capital, acompanhando a classificação 
do crédito que foi inscrito em dívida ativa. 
Assim, a receita decorrente de dívida ativa não tributária poderá 
gerar tanto uma Receita de Capital – Outras Receitas de Capital, 
como Receita Corrente – Outras Receitas Correntes. 
Todavia, a receita da dívida ativa tributária somente poderá gerar 
Receita Corrente – Outras Receitas Correntes, dado que as receitas 
tributárias são receitas correntes. ERRADO. 
 
10. (CESPE – Agente de Polícia Federal – 2009) Ao elaborar o 
planejamento orçamentário do seu órgão, o agente público deve 
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considerar que as obrigações de seu ente público com terceiros 
compõem a dívida ativa da União. 
 
Resolução 
Atenção! Não confundir dívida ativa com a dívida passiva (dívida 
pública), que são obrigações da Fazenda Pública perante terceiros, 
valores a pagar que constam no passivo. 
Dívida Ativa são créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária 
ou não tributária, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento 
e que, devido a inadimplência, foram inscritos como Dívida Ativa, 
após apurada a sua liquidez e certeza. 
Atente-se ainda ao fato de que cada ente da Federação possui sua 
própria dívida ativa. ERRADO. 
 
11. (CESPE – Analista/TRE-MA 2009) A respeito das receitas públicas 
e da dívida ativa, assinale a opção correta. 
A) Receitas que decorrem de um fato permutativo são denominadas 
receitas correntes. 
B) Só podem ser consideradas receitas orçamentárias aquelas que já 
estejam formalmente incluídas na LOA. 
C) Imposto é receita destinada a compensar a utilização, efetiva ou 
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao 
contribuinte ou posto à sua disposição. 
D) Recolhimento corresponde ao estágio da receita de pagamentos 
realizados diretamente pelos contribuintes à rede bancária. 
E) A dívida ativa corresponde aos créditos da fazenda pública, de 
natureza tributária ou não, exigíveis pelo transcurso de prazo de 
pagamento pelo contribuinte. 
 
Resolução 
a) As receitas de capital que são normalmente (não é regra) 
decorrentes de fatos permutativos, conhecidas assim como receitas 
por mutação patrimonial. ERRADO. 
b) Receita orçamentária é aquela que se incorpora definitivamente no 
patrimônio público. A receita prevista no orçamento certamente é 
uma receita orçamentária, mas nem todas as receitas orçamentárias 
estão contidas no orçamento. ERRADO. 
c) Eis as definições contidas no Código Tributário Nacional: 
Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma 
situação independente de qualquer atividade estatal específica, 
relativa ao contribuinte (art. 16, CTN). 
As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou 
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm 
como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a 
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e 
divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (art. 77, 
CTN). 
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A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas 
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de 
que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa 
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra 
resultar para cada imóvel beneficiado (art. 81, CTN). 
A definição contida na opção é a de taxa, e não de imposto. ERRADO. 
d) Na arrecadação o contribuinte efetua o pagamento ao agente 
arrecadador (normalmente rede bancária). O recolhimento ocorre 
quando o agente arrecadador transfere o dinheiro à conta única do 
ente. ERRADO. 
e) Dívida Ativa são créditos da Fazenda Pública, de natureza 
tributária ou não tributária, exigíveis pelo transcurso do prazo para 
pagamento e que, devido a inadimplência, foram inscritos como 
Dívida Ativa, após apurada a sua liquidez e certeza. CERTO. 
Letra E. 
 
12. (CESPE – Advogado/AGU – 2008) No curso de execução fiscal 
promovida contra sociedade empresária e seus sócios-gerentes, cabe 
a estes o ônus da prova para dirimir ou excluir a responsabilidade, 
via embargos do devedor, porquanto a certidão de dívida ativa goza 
de presunção juris tantum de liquidez e certeza.Resposta 
A dívida ativa refere-se a um crédito a favor da Fazenda Pública, o 
qual passou previamente pela análise de sua natureza, liquidez e 
certeza deste direito a receber, antes de sua inscrição. Foram 
acumulados elementos suficientes para se afirmar esse direito e 
determinar o devedor. 
Dessa forma, depois de inscrita a dívida ativa, cabe ao devedor o 
ônus da prova para se eximir dessa responsabilidade (dívida), 
contrapondo as informações do ente público. 
A certidão de dívida ativa goza, dessa forma, de presunção de direito, 
de certeza, decorrente do próprio direito (juris tantum). CERTO. 
 
13. (CESPE – Procurador/BACEN – 2009) A secretaria da fazenda de 
determinado estado da Federação, ao registrar a arrecadação de 
certo mês, procedeu às seguintes classificações: 
I as multas tributárias inscritas na dívida ativa foram classificadas 
como receitas tributárias; 
II as multas de receitas de impostos pagos após o vencimento, mas 
ainda não inscritos na dívida ativa, foram classificadas como receitas 
de dívida ativa. 
Nessa situação, é correto afirmar que a secretaria 
A) errou nas duas contabilizações mencionadas. 
B) acertou nas duas contabilizações, pois só era possível contabilizar 
dessa forma. 
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C) acertou nas duas contabilizações, mas, nos dois casos, era 
admissível contabilizar de outra forma. 
D) acertou na contabilização descrita no item I e errou na do item II. 
E) acertou na contabilização descrita no item II e errou na do item I. 
 
Resolução 
I. Os valores recebidos de dívida ativa devem ser classificados em 
rubricas específicas que informam ser essa receita proveniente de 
Dívida Ativa, e não na rubrica de Receita Tributária. Assim, as multas 
tributárias inscritas em dívida ativa, quando recebidas, serão 
classificadas como: Receitas Correntes – Outras Receitas Correntes – 
Receita da Dívida Ativa, motivo pelo qual esse item está ERRADO. 
II. Caso o crédito vencido ainda não tenha sido inscrito em dívida 
ativa, o valor recebido não deverá ser classificado como tal. ERRADO. 
Portanto, houve erro nas duas contabilizações. Letra A. 
 
14. (ESAF – APO/MPOG – 2010) O § 2o do art. 39 da Lei n. 4.320, de 
1964, estabelece que Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda 
Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a 
tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa não-
Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os 
provenientes de multa de qualquer origem ou natureza, foros, 
laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, 
indenizações, reposições, restituições e outros créditos decorrentes 
de obrigações legais ou contratuais. Acerca da Dívida Ativa da União 
de natureza tributária e não-tributária, é correto afirmar: 
a) os créditos de natureza tributária, regularmente inscritos em 
Dívida Ativa, não estão submetidos a sigilo fiscal. 
b) as multas impostas pelo Tribunal de Contas da União, exigíveis 
pelo transcurso do prazo para pagamento, devem ser inscritas, na 
forma da legislação própria, como Dívida Ativa, para cobrança 
mediante execução fiscal. 
c) a Dívida Ativa da União será apurada pela Receita Federal do Brasil 
e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional para fins de cobrança, 
amigável ou judicial. 
d) a apuração pela União, em inquérito administrativo, de danos 
materiais sofridos pela concessão de aposentadoria fraudulenta, 
autoriza a cobrança, por execução fiscal, do prejuízo causado ao seu 
pratrimônio, após inscrição em Dívida Ativa da indenização devida a 
título de reparação dos valores desviados. 
e) é legítima a inscrição em Dívida Ativa do valor ilicitamente 
subtraído dos cofres da União e previsto como infração penal, pois 
qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei à União, será 
considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública. 
 
Resolução 
a) As informações relativas a inscrições de créditos em dívida ativa 
não estão sujeitos a sigilo fiscal. Portanto, tais dados podem ser 
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divulgados sem que isso caracterize violação do sigilo fiscal do 
devedor. CERTO. 
b) Os créditos resultantes de julgamentos do Tribunal de Contas da 
União já se configuram como títulos executivos extrajudiciais e a 
inscrição em dívida ativa não é necessária para fins de cobrança por 
ação de execução fiscal. Todavia, tais créditos gerados por decisões 
do TCU podem ser inscritos em dívida ativa, pois irá gerar restrições 
relativas a regularidade fiscal e de inclusão no CADIN. ERRADO. 
c) Cada órgão deve apurar seus próprios créditos e remeter à 
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN para fins de inscrição 
em dívida ativa. As autarquias e fundações públicas federais remetem 
seus créditos para fins de inscrição à Procuradoria-Geral Federal – 
PGF. ERRADO. 
d) A apuração e imputação de valores pelo TCU já produz o título 
executivo extrajudicial e a inscrição em dívida ativa não é necessária 
para fins de ação de execução. ERRADO. 
e) Não é qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei à União, 
que será considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública. Somente 
depois de vencido e não pago pelo devedor, e depois de apurada a 
sua liquidez e certeza, que o crédito poderá ser inscrito em dívida 
ativa. ERRADO. 
Opção certa: letra A. 
 
15. (ESAF - Analista/SEFAZ-CE – 2006) Assinale a opção correta em 
relação à dívida ativa da Fazenda Pública constituída na forma 
prevista no art. 39 da Lei n. 4.320/64 e Portaria STN n. 564/2004. 
a) É contabilizada como receita orçamentária no ato da inscrição. 
b) A inscrição deve ser realizada na unidade detentora do crédito. 
c) A inscrição atinge somente o principal do crédito, ficando os 
encargos e demais acréscimos dispensados de registro. 
d) No recolhimento, é uma receita não-efetiva e não afeta a situação 
patrimonial líquida do ente público. 
e) A contabilização do cancelamento é fato contábil permutativo. 
 
Resolução 
a) No ato de inscrição a dívida ativa provoca uma receita 
extraorçamentária no órgão competente para inscrição. ERRADO. 
b) A inscrição da dívida ativa deve ser realizada pelo órgão 
competente, necessariamente distinto do órgão originário do crédito. 
Na União a dívida ativa é inscrita pela Procuradoria Geral da Fazenda 
Nacional – PGFN, ou pela Procuradoria-Geral Federal – PGF, caso os 
créditos sejam provenientes de autarquias ou fundações públicas 
federais. ERRADO. 
c) O valor inscrito abrange tanto o principal do crédito quanto os 
juros, encargos e demais acréscimos. ERRADO. 
d) No recolhimento de receita inscrita na dívida ativa classifica-se 
uma receita não-efetiva e não afeta a situação patrimonial líquida do 
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ente público. Não afeta porque o fato contábil é permutativo: troca-se 
um crédito a receber pela entrada de recursos em caixa. CERTO. 
e) A contabilização do cancelamento é fato contábil modificativo 
diminutivo. ERRADO. 
Letra D. 
 
16. (CESPE – Procurador/PGE-PI – 2008) A respeito da dívida ativa, 
assinale a opção correta. 
A Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito de 
natureza tributária regularmente inscrita, cujo prazo para pagamento 
esteja esgotado. 
B A fazenda pública está impedida de cobrar juros de mora de débito 
inscrito em dívida pública. 
C Crédito tributário regularmente constituído pelo lançamento implica 
inscrição na dívida ativa. 
D Auto de infração lavrado pelo fisco contra contribuinte justifica a 
sua inscrição na dívida pública. 
E Inscrição na dívida ativa é mero procedimento administrativo e, por 
isso, não tem conseqüênciasjurídicas sobre a liquidez e certeza do 
crédito. 
 
Resolução 
a) A Dívida Ativa, seja tributária ou não tributária, é o crédito em 
favor da Fazenda Pública cujo prazo de pagamento esgotou-se. 
Dívida Ativa Tributária é o proveniente de crédito tributário acrescido 
de correção monetária, juros, multa e demais eventualmente 
incidentes. CERTO 
b) A Fazenda Pública tem o direito de cobrar juros de mora de débito 
previstos, inclusive após inscritos em dívida ativa. ERRADO. 
c) Com o estágio do lançamento do crédito tributário está ocorrendo 
o reconhecimento desse direito para a Fazenda Pública. O devedor, 
efetuando o pagamento no vencimento, não haverá inscrição em 
dívida ativa. ERRADO 
d) Pensamento análogo à resolução da letra “c”. ERRADO. 
e) O órgão competente específico do ente, para inscrição em dívida 
ativa, irá apurar a liquidez e certeza dos créditos, qualificando a 
inscrição como ato de controle administrativo da legalidade e 
regularidade. O ato de inscrição em Dívida Ativa possibilita a criação 
do título executivo, a Certidão de Dívida Ativa, a qual será utilizada 
para a ação de cobrança judicial. 
Na União, cabe a inscrição de seus créditos em dívida ativa, de 
natureza tributária ou não tributária, à Procuradoria-Geral da Fazenda 
Nacional – PGFN, órgão atualmente subordinado técnica e 
juridicamente à Advocacia-Geral da União. Já para as autarquias e 
fundações públicas federais a dívida ativa é inscrita pela 
Procuradoria-Geral Federal – PGF, órgão também subordinado à 
Advocacia-Geral da União. ERRADO. 
Portanto, letra A. 
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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA 
 
1. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE CONTROLE INTERNO) A dívida 
ativa é formada pelo conjunto de obrigações do Tesouro Nacional 
perante terceiros, desde que regularmente constituídas, formalizadas 
e reconhecidas. 
 
2. (CESPE – MPU/2010 – ANALISTA DE CONTROLE INTERNO) A 
dívida ativa constitui-se dos passivos da fazenda pública, para com 
terceiros, não pagos no vencimento, que são inscritos em registro 
próprio, após apurada sua exigibilidade. 
 
A dívida ativa da fazenda pública consiste no conjunto de créditos que 
o Estado tem com terceiros. A respeito desse assunto, julgue os itens 
que se seguem. 
 
3. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE ORÇAMENTO) O ato 
administrativo da inscrição do crédito na dívida ativa produz efeitos 
de natureza contábil, material e processual. 
 
4. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE ORÇAMENTO) A prescrição do 
crédito tributário não pode ser interrompida se a inscrição da dívida 
ativa for efetivada por órgão incompetente. 
 
5. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE ORÇAMENTO) O direito de 
inscrever créditos na dívida ativa e cobrá-los pela via executiva 
judicial é estendido às autarquias e empresas públicas. 
 
6. (CESPE – MPU/2010 – TÉCNICO DE ORÇAMENTO) A notificação de 
lançamento tributário dirigida ao contribuinte constitui ato que 
implica o exercício de uma pretensão de liquidez do crédito 
correspondente. 
 
7. (CESPE – PGE-ES/Procurador – 2008) Constitui dívida ativa 
tributária apenas o crédito proveniente de obrigação legal relativa a 
tributos, respectivos adicionais e multas. 
 
(CESPE– Analista/ANEEL – 2010) No governo federal, dívida ativa são 
créditos da fazenda pública de natureza tributária ou não tributária, 
exigíveis em virtude do transcurso do prazo para pagamento. Acerca 
da cobrança e classificação da dívida ativa, julgue os seguintes itens. 
 
8. A dívida ativa é cobrada por meio da emissão da certidão da dívida 
ativa da fazenda pública da União inscrita na forma da lei, valendo 
como título de execução. 
 
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9. As receitas decorrentes de dívida ativa tributária ou não tributária 
devem ser classificadas como outras receitas de capital. 
 
10. (CESPE – Agente de Polícia Federal – 2009) Ao elaborar o 
planejamento orçamentário do seu órgão, o agente público deve 
considerar que as obrigações de seu ente público com terceiros 
compõem a dívida ativa da União. 
 
11. (CESPE – Analista/TRE-MA 2009) A respeito das receitas públicas 
e da dívida ativa, assinale a opção correta. 
A) Receitas que decorrem de um fato permutativo são denominadas 
receitas correntes. 
B) Só podem ser consideradas receitas orçamentárias aquelas que já 
estejam formalmente incluídas na LOA. 
C) Imposto é receita destinada a compensar a utilização, efetiva ou 
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao 
contribuinte ou posto à sua disposição. 
D) Recolhimento corresponde ao estágio da receita de pagamentos 
realizados diretamente pelos contribuintes à rede bancária. 
E) A dívida ativa corresponde aos créditos da fazenda pública, de 
natureza tributária ou não, exigíveis pelo transcurso de prazo de 
pagamento pelo contribuinte. 
 
12. (CESPE – Advogado/AGU – 2008) No curso de execução fiscal 
promovida contra sociedade empresária e seus sócios-gerentes, cabe 
a estes o ônus da prova para dirimir ou excluir a responsabilidade, 
via embargos do devedor, porquanto a certidão de dívida ativa goza 
de presunção juris tantum de liquidez e certeza. 
 
13. (CESPE – Procurador/BACEN – 2009) A secretaria da fazenda de 
determinado estado da Federação, ao registrar a arrecadação de 
certo mês, procedeu às seguintes classificações: 
I as multas tributárias inscritas na dívida ativa foram classificadas 
como receitas tributárias; 
II as multas de receitas de impostos pagos após o vencimento, mas 
ainda não inscritos na dívida ativa, foram classificadas como receitas 
de dívida ativa. 
Nessa situação, é correto afirmar que a secretaria 
A) errou nas duas contabilizações mencionadas. 
B) acertou nas duas contabilizações, pois só era possível contabilizar 
dessa forma. 
C) acertou nas duas contabilizações, mas, nos dois casos, era 
admissível contabilizar de outra forma. 
D) acertou na contabilização descrita no item I e errou na do item II. 
E) acertou na contabilização descrita no item II e errou na do item I. 
 
14. (ESAF – APO/MPOG – 2010) O § 2o do art. 39 da Lei n. 4.320, de 
1964, estabelece que Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda 
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Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a 
tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa não-
Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os 
provenientes de multa de qualquer origem ou natureza, foros, 
laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, 
indenizações, reposições, restituições e outros créditos decorrentes 
de obrigações legais ou contratuais. Acerca da Dívida Ativa da União 
de natureza tributária e não-tributária, é correto afirmar: 
a) os créditos de natureza tributária, regularmente inscritos em 
Dívida Ativa, não estão submetidos a sigilo fiscal. 
b) as multas impostas pelo Tribunal de Contas da União, exigíveis 
pelo transcurso do prazo para pagamento, devem ser inscritas, na 
forma da legislação própria, como Dívida Ativa, para cobrança 
mediante execução fiscal. 
c) a Dívida Ativa da União será apurada pela Receita Federal do Brasil 
e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional para fins de cobrança, 
amigável ou judicial. 
d) a apuração pela União, em inquérito administrativo, de danos 
materiais sofridos pela concessão de aposentadoria fraudulenta, 
autoriza a cobrança, por execução fiscal, do prejuízo causado ao seu 
pratrimônio, após inscrição em Dívida Ativa da indenização devida a 
título de reparação dos valores desviados. 
e) é legítima a inscrição em Dívida Ativa do valor ilicitamente 
subtraídodos cofres da União e previsto como infração penal, pois 
qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei à União, será 
considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública. 
 
15. (ESAF - Analista/SEFAZ-CE – 2006) Assinale a opção correta em 
relação à dívida ativa da Fazenda Pública constituída na forma 
prevista no art. 39 da Lei n. 4.320/64 e Portaria STN n. 564/2004. 
a) É contabilizada como receita orçamentária no ato da inscrição. 
b) A inscrição deve ser realizada na unidade detentora do crédito. 
c) A inscrição atinge somente o principal do crédito, ficando os 
encargos e demais acréscimos dispensados de registro. 
d) No recolhimento, é uma receita não-efetiva e não afeta a situação 
patrimonial líquida do ente público. 
e) A contabilização do cancelamento é fato contábil permutativo. 
 
16. (CESPE – Procurador/PGE-PI – 2008) A respeito da dívida ativa, 
assinale a opção correta. 
A Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito de 
natureza tributária regularmente inscrita, cujo prazo para pagamento 
esteja esgotado. 
B A fazenda pública está impedida de cobrar juros de mora de débito 
inscrito em dívida pública. 
C Crédito tributário regularmente constituído pelo lançamento implica 
inscrição na dívida ativa. 
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D Auto de infração lavrado pelo fisco contra contribuinte justifica a 
sua inscrição na dívida pública. 
E Inscrição na dívida ativa é mero procedimento administrativo e, por 
isso, não tem conseqüências jurídicas sobre a liquidez e certeza do 
crédito. 
 
GABARITO 
1E 2E 3C 4C 5E 6C 7C 8C 9E 10E 11E 12C 13A 14A 15D 16A