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teorico - contabilidade publica

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Prévia do material em texto

Contabilidade e 
Orçamento Público
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Marcelo Bernardino Araújo 
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Receita Pública
• Conceito
• Classificação
• Estágios da receita pública
• Receita pública e a LRF
• Receita da dívida ativa
• Aspecto contábil da inscrição e arrecadação da dívida ativa
 · Adquirir conhecimentos sobre a receita pública, sobre os ingressos 
extraorçamentários e sobre os débitos dos contribuintes para com 
o Estado.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Olá, aluno (a)!
Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre um importante tema 
a Receita Pública.
Então, procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material 
complementar. Não esqueça! A leitura é um momento oportuno para 
registrar suas dúvidas; por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao 
professor-tutor. 
Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais 
interativo possível, na pasta de atividades, você também encontrará as 
atividades de Avaliação, uma Atividade Reflexiva e a videoaula. Cada material 
disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado, por favor, estude 
todos com atenção!
ORIENTAÇÕES
Receita Pública
UNIDADE Receita Pública
Contextualização
Desde que o homem decidiu viver em sociedade, as tarefas foram delegadas pelo 
bem de todos. Na Pré-História, a partir do momento em que se elegia ou surgia um 
representante, um líder, ele era presenteado com caças e conquistas de terras, que 
foram, posteriormente, assimilados em forma de tributos.
No período histórico, conhecido como Idade Antiga (entre 4.000 a.C. e 476 
d.C.), os impostos (tributos) eram cobrados pelos imperadores e tiveram um papel 
fundamental no financiamento dos exércitos. 
Na Idade Média (entre 476 d.C. e 1.453 d.C.), a partir da queda do império 
romano, as terras foram divididas, e passaram a ser chamadas de feudos. Cada feudo 
possuía seu representante, o senhor feudal. A circulação de moeda era escassa, pois 
não havia a figura do Estado. A forma de tributação mais comum, na época, era o 
oferecimento de parte da produção e colheita realizadas pelos servos entregues ao 
senhor feudal, e quem não pagasse o tributo poderia ser preso ou morto. No fim 
da Idade Média, começaram as surgir as cidades em toda a Europa. Surgia uma 
nova classe social: a dos comerciantes, industriais e banqueiros, denominada de 
burguesia, que deriva de burgo, que significa cidade. 
Na Idade Moderna (entre 1.453 d.C. e 1.789 d.C.), os feudos foram 
transformados em reinos. Alguns reinos se uniram, o que deu origem aos Estados 
Nacionais ou países como conhecemos atualmente. Como havia um monopólio na 
rota comercial árabe-italiana sobre as especiarias que vinham do oriente, o preço 
desses produtos era muito elevado. Para buscar novas rotas comerciais, ocorreram 
as grandes navegações sobre o então desconhecido oceano Atlântico. Adivinhe 
quem financiava essas explorações? Sim, os tributos eram cobrados dos súditos, 
em dinheiro, com moedas de ouro ou de prata. 
Por fim, a Idade Contemporânea, a partir da Revolução Francesa, cujo lema era 
“liberdade, igualdade e fraternidade”, é o período no qual se consolidou o regime 
capitalista no ocidente. A partir de então, observamos a forma de tributação incidir 
das mais diversas formas, como, por exemplo, pela produção, sobre a renda, sobre 
mercadorias e serviços, sobre operações financeiras, dentre outras formas.
Em cada um dos períodos da história, percebe-se que o povo busca fugir da 
tributação realizada de forma abusiva. Mas se não houvesse tributo, não existiria 
Estado como conhecemos na forma de prestação de serviços de interesse público. 
Portanto, o tributo é a principal fonte de receita para a Fazenda Pública. 
6
7
Conceito
Segundo o MTO (2015), as receitas públicas (sob a perspectiva orçamentária) são 
ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado, que se desdobram em receitas 
orçamentárias, quando representam disponibilidades de recursos financeiros para o erário, 
e ingressos extraorçamentários, quando representam apenas entradas compensatórias.
Portanto, as receitas orçamentárias são disponibilidades de recursos financeiros 
que ingressam durante o exercício e constituem elemento novo para o patrimônio 
público, ou seja, pertencem ao Estado. Ou ainda, é o instrumento por meio do qual 
se viabiliza a execução das políticas públicas, pois a receita orçamentária é fonte 
de recursos utilizada pelo Estado em programas e ações cuja finalidade precípua é 
atender às necessidades públicas e demandas da sociedade.
Já os ingressos extraorçamentários são recursos financeiros que apresentam caráter 
temporário e não integram a LOA, ou seja, não pertencem ao Estado. O Estado é mero 
depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis e cujas restituições não 
se sujeitam à autorização legislativa. São exemplos de ingressos extraorçamentários: 
Depósitos em Caução, Fianças (o Seguro Garantia, também conhecido como Seguro 
Fiança, ou ainda a Fiança Bancária, também conhecida por Carta Fiança), Operações 
de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO), emissão de moeda e 
outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros.
Entretanto, um ingresso extraorçamentário poderá ser convertido em uma receita 
orçamentária. Como? Explico. Para participar de uma licitação na modalidade 
concorrência, para a execução de uma obra, por exemplo, pode a Administração 
Pública exigir um Depósito em Caução ou uma Carta Fiança, sobre um percentual do 
valor da obra, que, se for realizada a contento, será devolvida à empresa executora. 
Mas, caso o empreiteiro descumpra alguma cláusula do Edital, ele será multado e essa 
multa poderá ser abatida do Depósito em Caução ou a entidade pública executará a 
Carta Fiança na instituição financeira emissora. Entendeu?
Para fins contábeis, a receita orçamentária pode ser classificada quanto ao 
impacto na situação líquida patrimonial em:
a. Receita Orçamentária Efetiva é aquela que, no momento do reconhecimento 
do crédito, aumenta a situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato 
contábil modificativo aumentativo.
b. Receita Orçamentária Não Efetiva é aquela que não altera a situação líquida 
patrimonial no momento do reconhecimento do crédito e, por isso, constitui 
fato contábil permutativo, como é o caso das operações de crédito.
Para a contabilização de atos (sob a perspectiva orçamentária) e demais informações 
de controle, ela utiliza diferentes classes do Plano de Contas, classe 5 para aprovação 
do orçamento, classe 6 para execução do orçamento e demais controles classes 7 e 8. 
Já para a contabilização de fatos (sob a perspectiva patrimonial), o que é 
conhecido como Receitas ou Ganhos (lançamentos de natureza credora) na 
7
UNIDADE Receita Pública
Contabilidade Geral, é denominado de Variação Patrimonial Aumentativa (VPA) 
classe 4, que pode ter como contrapartida um aumento de um ativo, classe 1 ou, 
ainda, uma diminuição de um passivo, classe 2.
Portanto, com o objetivo de evidenciar o impacto no patrimônio, deve haver 
o registro da variação patrimonial aumentativa, independentemente da execução 
orçamentária, em função do fato gerador, observando-se os princípios contábeis da 
competência (pela ocorrência do fato gerador independentemente do recebimento) 
e da oportunidade (pelo registro de forma ágil e completa).
Importante!
O Ministério da Fazenda é o Órgão brasileiro responsável pela formulação e execução 
da política econômica, da administração fazendária da União e da administração da 
estrutura fiscal federal.
Você Sabia?
Classificação
Segundo o MCASP (2015), O detalhamento das classificações orçamentárias da receita, 
no âmbito da União, é normatizado por meio de Portarias da Secretaria de Orçamento 
Federal (SOF), Órgão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
As receitas orçamentárias são classificadas segundo os seguintes critérios:a. Natureza;
b. Fonte de Recursos ou Destinação de Recursos; 
c. Indicador de Resultado Primário.
Figura 1 - Classificação da receita por Natureza.
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional.
8
9
Site do Instituto Legislativo Brasileiro / Interlegis (ILS) vinculado ao Senado Federal. O ILB 
disponibiliza cursos a distância gratuitos aos cidadãos brasileiros que se interessem por 
temas ligados a atuação legislativa, além de promover e fomentar pesquisas científicas 
relacionadas ao Poder Legislativo e sua inter-relação com os demais poderes e instituições 
democráticas, bem como disponibilizar o conhecimento produzido aos cidadãos por meio 
de cursos abertos e outras iniciativas; fomentar, apoiar e assistir, com o necessário suporte 
técnico, o processo de modernização do Poder Legislativo brasileiro, integrando-o em suas 
instâncias federal, estadual e municipal, visando melhorar a comunicação e o fluxo de 
informações entre os legisladores, bem como para aumentar a eficiência e a eficácia das 
administrações das Casas Legislativas.
Disponível em: http://saberes.senado.leg.br
Ex
pl
or
A fim de possibilitar identificação detalhada dos recursos que ingressam nos 
cofres públicos, a classificação por natureza de receita é formada por um código 
numérico de 8 dígitos que se subdivide em seis níveis – Categoria Econômica, 
Origem, Espécie, Rubrica, Alínea e Subalínea. Por exemplo:
Figura 2 - Exemplo de classificação da receita orçamentária.
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional.
A classificação mais utilizada é a de natureza da receita que se subdivide em: 
Categoria econômica (receitas correntes e receitas de capital), Origem e Espécie. 
Segundo o MCASP (2015), Receitas Orçamentárias Correntes aumentam 
as disponibilidades financeiras do Estado, em geral, com efeito positivo sobre o 
Patrimônio Líquido e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos 
nos programas e ações orçamentários, com vistas a satisfazer finalidades públicas.
Já as Receitas Orçamentárias de Capital também aumentam as disponibilidades 
financeiras do Estado e são instrumentos de financiamento dos programas e ações 
orçamentários, a fim de se atingirem as finalidades públicas. Porém, de forma 
diversa das Receitas Correntes, as Receitas de Capital em geral não provocam 
efeito sobre o Patrimônio Líquido. De acordo com o §2º do art. 11 da Lei nº 
4.320/1964, com redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.939/1982, Receitas de 
Capital são as provenientes tanto da realização de recursos financeiros oriundos da 
9
http://saberes.senado.leg.br
UNIDADE Receita Pública
constituição de dívidas e da conversão, em espécie, de bens e direitos, quanto de 
recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado e destinados a 
atender despesas classificáveis em Despesas de Capital.
Importante!
Não confunda crédito orçamentário com receita orçamentária. Crédito orçamentário 
é sinônimo de dotação. Dotação significa autorização de gasto fixado na Lei 
Orçamentária Anual (LOA). Para cada tipo de gasto em cada Unidade Orçamentária 
há uma dotação diferente.
Importante!
Estágios da Receita Pública
O planejamento da receita orçamentária se dá em apenas um estágio, conforme 
o MCASP (2015): a previsão.
1. Previsão: implica planejar e estimar a arrecadação das receitas orçamentárias 
que constarão na proposta orçamentária. A previsão de receitas é a etapa 
que antecede à fixação do montante de despesas que irão constar nas leis de 
orçamento, além de ser base para se estimar as necessidades de financiamento 
do governo.
O Lançamento contábil exemplificativo é o seguinte:
Previsão da Receita
Natureza da informação: orçamentária
D – 5.2.1.1.x.xx.xx Previsão Inicial da Receita
C – 6.2.1.1.x.xx.xx Receita a Realizar
Já a execução da receita orçamentária se dá em três estágios, na forma prevista 
na Lei nº 4.320/1964: lançamento, arrecadação e recolhimento.
1 Lançamento: segundo o art. 53 da Lei nº 4.320/1964, é o ato da repartição 
competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe 
é devedora e inscreve o débito desta. Por sua vez, para o art. 142 do CTN, 
lançamento é o procedimento administrativo que verifica a ocorrência do 
fato gerador da obrigação correspondente, determina a matéria tributável, 
calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito passivo e, sendo 
o caso, propõe a aplicação da penalidade cabível. Uma vez ocorrido o fato 
gerador, procede-se ao registro contábil do crédito tributário em favor da 
fazenda pública em contrapartida a uma variação patrimonial aumentativa.
O Lançamento contábil exemplificativo é o seguinte:
10
11
Lançamento da Receita (por competência)
Natureza da informação: patrimonial
D – 1.1.2.1.x.xx.xx Créditos Tributários a Receber
C – 4.1.1.x.x.xx.xx VPA – Impostos
1 Arrecadação: corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro 
pelos contribuintes ou devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou 
instituições financeiras autorizadas pelo ente.
O Lançamento contábil exemplificativo é o seguinte:
Arrecadação da Receita (posterior ao fato gerador)
Natureza da informação: patrimonial
D – 1.1.1 Caixa e Equivalentes de Caixa
C – 1.1.2.1.x.xx.xx Créditos Tributários a Receber
Natureza da informação: orçamentária
D – 6.2.1.1 Receita a Realizar
C – 6.2.1.2 Receita Realizada
Natureza da informação: controle
D – 7.2.1.1 Controle da Disponibilidade de Recursos
C – 8.2.1.1.1 Disponibilidade por Destinação de Recursos
1 Recolhimento: é a transferência dos valores arrecadados à conta específica 
do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e 
programação financeira, observando-se o princípio da unidade de tesouraria 
ou de caixa, conforme determina o art. 56 da Lei nº 4.320, de 1964.
Importante!
Que o governo federal repassa para os municípios 50% da receita do ITR, do IPI e 22,5% 
do IR e que os Estados repassam para os seus municípios 50% da receita estadual do 
IPVA e 25% da receita estadual do ICMS? Essas são algumas das chamadas transferências 
constitucionais, ou seja, obrigatórias. Portanto, caso diminua a arrecadação desses 
impostos os municípios também são afetados. Entretanto, há uma outra possibilidade 
de os municípios receberem recursos federais ou estaduais, são as transferências 
voluntárias, que é a entrega de recursos a outro ente da Federação, a título de cooperação, 
auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal 
ou os destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Você Sabia?
11
UNIDADE Receita Pública
Receita Pública e a LRF
A LRF criou um conceito de Receita Corrente Líquida (RCL), que é apurada 
em demonstrativo próprio (Anexo III Demonstrativo da Receita Corrente Líquida 
do Relatório Resumido de Execução Orçamentária – RREO). Este indicador serve 
para o cálculo de limites definidos pela mesma lei como Despesas com Pessoal, 
Dívida Consolidada Líquida, Concessão de Garantias e Contratação de Operações 
de Crédito. Todos esses limites são definidos em percentuais da RCL, mas fazem 
parte do Relatório de Gestão Fiscal (RGF).
A LRF assim define a RCL e dita sua forma de cálculo:
IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de 
contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, 
transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos:
a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por 
determinação constitucional ou legal, e as contribuições mencionadas na 
alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição;
b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação 
constitucional;
c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores 
para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as 
receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9º do art. 
201 da Constituição.
[...]
§ 3º A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas 
nomês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.
Outra classificação, a da visão fiscal, foi criada após a edição da LRF de receita 
e despesa primária e de receita e despesa não primária (financeira). É a informação 
utilizada para apuração do resultado fiscal (resultado primário e resultado nominal) 
do Ente Federativo. O superávit primário (resultado primário positivo) é a economia 
realizada para o pagamento da dívida pública (MDF, 2014).
Receitas Primárias: são aquelas que contribuem para o resultado primário 
(confronto entre receitas e despesas primárias), ou seja, todas as receitas, excluindo 
aquelas provenientes de operações de crédito e decorrentes de aplicações financeiras. 
Despesas Primárias: são aquelas que pressionam o resultado primário, 
alterando o endividamento líquido do Governo (setor público não financeiro – 
bancos públicos) no exercício financeiro correspondente.
Receitas Não Primárias (Financeiras): são aquelas que não contribuem para o 
resultado primário ou não alteram o endividamento líquido do Governo no exercício 
financeiro correspondente, uma vez que criam uma obrigação ou extinguem um 
direito, ambos de natureza financeira, junto ao setor privado interno e/ou externo.
12
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Despesas Não Primárias (Financeiras): são aquelas que não pressionam o 
resultado primário ou não alteram o endividamento líquido do Governo no exercício 
financeiro correspondente, uma vez que criam um direito ou extinguem uma 
obrigação, ambas de natureza financeira, junto ao setor privado interno e/ou externo.
Resultado Primário: representa a diferença entre as receitas e as despesas 
primárias (não financeiras). Sua apuração fornece uma melhor avaliação do impacto 
da política fiscal em execução dos Entes Federativos. Superávits primários, que são 
direcionados para o pagamento de serviços da dívida, contribuem para a redução 
do estoque total da Dívida Fiscal Líquida (DFL). Em contrapartida, déficits primários 
indicam a parcela do aumento da dívida, resultante do financiamento de gastos não 
financeiros que ultrapassam as receitas não financeiras.
Resultado Nominal: diz respeito ao aumento ou diminuição do endividamento. 
Corresponde à diferença entre o saldo da DFL ao final de um período e o saldo da 
DFL do período anterior. Caso o resultado seja positivo, indica aumento do saldo 
da Dívida. Por outro lado, se o resultado for negativo, indica diminuição do saldo 
da Dívida.
O artigo “Utilização da entropia informacional na seleção de indicadores financeiros mais 
relevantes para tomada de decisão no setor público: o caso dos estados brasileiros” retrata 
como a informação contábil auxilia no processo de tomada de decisão.
ALMEIDA-SANTOS, Paulo Sérgio; ROCHA, Irani; HEIN, Nelson. Utilização da entropia 
informacional na seleção de indicadores financeiros mais relevantes para tomada de decisão 
no setor público: o caso dos estados brasileiros. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 
19, n. 2, p. 83-105, 2014. 
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pci/v19n2/07.pdf
Ex
pl
or
Figura 3 - Tipos de renúncia de receitas
13
UNIDADE Receita Pública
Para melhor compreender a renúncia de receita pública, algumas definições do 
MCASP são necessárias:
Anistia: é o perdão da multa, que visa excluir o crédito tributário na parte relativa 
à multa aplicada pelo sujeito ativo ao sujeito passivo, por infrações cometidas por 
este anteriormente à vigência da lei que a concedeu. A anistia não abrange o 
crédito tributário já em cobrança, em débito para com a Fazenda, cuja incidência 
também já havia ocorrido.
Remissão: é o perdão da dívida, que se dá em determinadas circunstâncias 
previstas na lei, tais como valor diminuto da dívida, situação difícil que torna 
impossível ao sujeito passivo solver o débito, inconveniência do processamento 
da cobrança dado o alto custo não compensável com a quantia em cobrança, 
probabilidade de não receber, erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, 
equidade etc. Não implica perdoar a conduta ilícita, concretizada na infração penal, 
nem em perdoar a sanção aplicada ao contribuinte. Contudo, não se considera 
renúncia de receita o cancelamento de débito, cujo montante seja inferior ao dos 
respectivos custos de cobrança.
Crédito presumido: é aquele que representa o montante do imposto 
cobrado na operação anterior e objetiva neutralizar o efeito de recuperação dos 
impostos não cumulativos, pelo qual o Estado se apropria do valor da isenção nas 
etapas subsequentes da circulação da mercadoria. É o caso dos créditos referentes 
a mercadorias e serviços que venham a ser objeto de operações e prestações 
destinadas ao exterior. Todavia, não é considerada renúncia de receita o crédito 
real ou tributário do ICMS previsto na legislação instituidora do tributo.
Isenção: é a espécie mais usual de renúncia e define-se como a dispensa legal, 
pelo Estado, do débito tributário devido.
Alteração de alíquota: diminuição na alíquota de tributos que implique 
redução discriminada é o incentivo fiscal por meio do qual a lei modifica para 
menos a alíquota. Pode ocorrer isoladamente ou associada a uma modificação de 
base de cálculo, expressa na aplicação de um percentual de redução.
Modificação de base de cálculo: diminuição na base de cálculo de 
tributos que implique redução discriminada é o incentivo fiscal por meio do qual 
a lei modifica para menos sua base tributável pela exclusão de quaisquer de seus 
elementos constitutivos. Pode ocorrer isoladamente ou associada a uma redução de 
alíquota, expressa na aplicação de um percentual de redução.
O conceito de renúncia de receita da LRF é exemplificativo, abarcando, também, 
além dos instrumentos mencionados expressamente, quaisquer outros benefícios 
que correspondam a tratamento diferenciado.
O excesso de arrecadação é uma das fontes para abertura de créditos adicionais, 
que são autorizações de gastos diferenciadas em relação à aprovação da Lei 
Orçamentária Anual.
14
15
De acordo com o art. 40 da Lei nº 4.320/1964, “São créditos adicionais as 
autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de 
Orçamento”.
Dependendo da sua finalidade os créditos adicionais, classificam-se em: 
suplementares, especiais e extraordinários. 
1. Créditos suplementares: destinam-se ao reforço de uma dotação 
orçamentária já existente, ao passo que os especiais visam atender a uma 
necessidade não contemplada no orçamento. 
2. Créditos extraordinários: pressupõem uma situação de urgência ou 
imprevisão, tal como guerra, comoção interna ou calamidade pública.
3. Créditos suplementares especiais: dependem de autorização legislativa, 
ao passo que os extraordinários são abertos por decreto do Executivo, que 
deles dará ciência imediata ao Legislativo. Os créditos adicionais, uma vez 
aprovados, incorporam-se ao orçamento do exercício.
Receita da Dívida Ativa
Segundo o MCASP (2015), Dívida Ativa é o conjunto de créditos tributários 
e não tributários, em favor da Fazenda Pública, não recebido no prazo para 
pagamento definido em lei, ou em decisão proferida em processo regular, inscrito 
pelo órgão ou entidade competente, após apuração de certeza e liquidez. É uma 
fonte potencial de fluxos de caixa e é reconhecida contabilmente no ativo. Não se 
confunde com a dívida pública, uma vez que esta representa as obrigações do ente 
público com terceiros e é reconhecida contabilmente no passivo.
O art. 39 da Lei nº 4.320/1964 dispõe:
Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não 
tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem 
arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.
§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do 
prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, 
como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e 
certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título.
§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Públicadessa natureza, 
proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais 
e multas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais créditos da Fazenda 
Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, 
contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, 
exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, 
custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos 
públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis 
definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações 
15
UNIDADE Receita Pública
em moeda estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, fiança, aval ou outra 
garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais.
§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira 
será convertido ao correspondente valor na moeda nacional à taxa 
cambial oficial, para compra, na data da notificação ou intimação 
do devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data 
da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da conversão, a 
atualização monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos 
legais pertinentes aos débitos tributários.
§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos 
parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva 
atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que 
tratam o art. 1º do Decreto-Lei nº 1.025/1969 e o art. 3º do Decreto-
Lei nº 1.645/1978. 
§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da 
Fazenda Nacional.
O Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) distingue a dívida ativa 
quanto à origem, conforme previsto na Lei nº 4.320/1964:
a) Dívida Ativa Tributária: é proveniente de obrigação legal relativa a tributos 
e respectivos adicionais e multas.
b) Dívida Ativa Não Tributária: é proveniente dos demais créditos da Fazenda 
Pública, decorrentes de contratos em geral ou de outras obrigações legais.
Na União, a competência para a gestão administrativa e judicial da dívida ativa 
é da Advocacia Geral da União (AGU), sendo a dívida ativa tributária gerida pela 
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e a dívida ativa das autarquias e 
fundações públicas federais geridas pela Procuradoria-Geral Federal.
Os demais Entes Federativos (Estados, Distrito Federal e Municípios) disporão 
sobre a competência de seus órgãos e entidades para a gestão administrativa e 
judicial de sua dívida ativa.
Aspecto Contábil da Inscrição 
e Arrecadação da Dívida Ativa
Somente poderão ser encaminhados para inscrição em dívida ativa os créditos 
vencidos anteriormente reconhecidos como créditos a receber no ativo do órgão 
ou entidade de origem do crédito (MCASP, 2015).
Verificado o não recebimento do crédito no prazo de vencimento, cabe ao 
órgão ou entidade de origem do crédito encaminhá-lo ao órgão ou entidade 
competente para sua inscrição em dívida ativa, com observância dos prazos e 
procedimentos estabelecidos.
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A inscrição em dívida ativa deverá ser realizada por meio de um dos dois 
procedimentos a seguir, conforme o nível de controle desejado pelo ente:
a. Procedimento de Registro 1: utiliza contas de controle para acompanhar todo 
o processo de inscrição do crédito em dívida ativa, desde o inadimplemento 
até a efetiva inscrição. Requer uma maior integração entre as diversas etapas 
e unidades envolvidas.
b. Procedimento de Registro 2: haverá registro contábil apenas no momento 
da efetiva inscrição dos valores em dívida ativa, dispensando o uso de contas 
de controle. Este procedimento deve ser utilizado quando houver dificuldade 
de integração entre as diversas unidades participantes do processo.
Por ocasião do recebimento, há a baixa patrimonial do direito. O lançamento 
contábil exemplificativo é o seguinte:
Natureza da informação: patrimonial
D – 1.1.1.1.x.xx.xx Caixa e Equivalentes de Caixa
C – 1.2.1.1.x.xx.xx Créditos a Longo Prazo
Natureza da informação: orçamentária
D – 6.2.1.1.x.xx.xx Receita a Realizar
C – 6.2.1.2.x.xx.xx Receita Realizada
Natureza da informação: controle
D – 7.2.1.1.x.xx.xx Controle da Disponibilidade de Recursos
C – 8.2.1.1.1.xx.xx Disponibilidade por Destinação de Recursos (DDR)
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UNIDADE Receita Pública
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Manual técnico de orçamento MTO - Capítulo 4 – Receita
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de 
Orçamento Federal. Manual técnico de orçamento MTO. Edição 2016. Brasília: 
SOF, 2015.
http://goo.gl/6daVaO
Manual de contabilidade aplicada ao setor público - Parte II – Procedimentos Contábeis Patrimoniais – 
Capítulo 2 – Composição do Patrimônio Público
BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de 
contabilidade aplicada ao setor público. 6. ed. Brasília: Secretaria do Tesouro 
Nacional, Subsecretaria de Contabilidade Pública, Coordenação-Geral de 
Normas de Contabilidade Aplicadas à Federação, 2015.
http://goo.gl/QZPxHr
Os incentivos fiscais no Brasil. 
NELSON, Rocco Antonio Rangel Rosso. Revista de la Facultad de Ciências 
Económicas, Universidad Nacional del Nordeste, n.13, p. 72-41, 2014.
http://goo.gl/qsqPS5
Planejamento, transparência, controle social e responsabilidade na administração pública após o advento 
da lei de responsabilidade fiscal.
SALES, Tainah Simões; MARTINS, Ana Laís Pinto. Nomos, v. 34, n. 1, 
p. 241-257, 2014.
http://200.129.29.202/index.php/nomos/article/download/1212/1176
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http://goo.gl/6daVaO
http://goo.gl/QZPxHr
http://goo.gl/qsqPS5
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Referências
ALA-HARJA, M.; HELGASON, S. Em direção às melhores práticas de avaliação. 
Revista do Serviço Público, Brasília, v. 51, n. 4, p. 5-59, out./dez. 2000.
BECKER, D.; EDMUNDO, K. O direito à saúde: sonho de liberdade. In: Influir em 
políticas públicas e provocar mudanças sociais: experiências a partir da sociedade 
civil brasileira. GHANEM, E. (Org). São Paulo: Ashoka: Avina: Imprensa Oficial do 
Estado de São Paulo, 2007.
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 5. ed. São Paulo: 
Makron Books, 1997.
POMIAN, Krzusztpf. Periodização. Enciclopédia Einaudi. v. 29, Lisboa: 
Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1993.
RFB. Os Tributos na História da Humanidade. Receita Federal do Brasil. 
Biblioteca do Leãozinho. Disponível em: <http://leaozinho.receita.fazenda.gov.
br/biblioteca/Estudantes/Textos/HistoriaTributos.htm>
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