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09/10/2014 1 FATOS JURÍDICOS Prof. André Roberto de Souza Machado andreroberto@smga.com.br Fato Jurídico lato sensu Todo acontecimento natural ou humano, voluntário ou involuntário, apto a gerar efeitos juridicamente relevantes, formando, transformando ou extinguindo vínculos relações jurídicas. 09/10/2014 2 ESPÉCIES DE FATOS JURÍDICOS: 1)Fatos jurídicos (stricto sensu): 1.1) Ordinários; 1.2) Extraordinários. OBS: CASO FORTUÍTO e FORÇA MAIOR. • 2) Fatos Voluntários : • 2.1) Lícitos (atos jurídicos lato sensu): a) Atos meramente lícitos – art. 185. a.a) Atos jurídicos stricto sensu; a.b.) ato-fato (material, indenizante e caducificante). b) Negócios Jurídicos – arts. 104 a 184. 09/10/2014 3 Espécies de Fatos Jurídicos: 2.2) Atos Ilícitos : a) Subjetivos – art. 186; b) Objetivos – art. 187. NEGÓCIO JURÍDICO 1) AUTONOMIA DA VONTADE e AUTONOMIA PRIVADA. 2) TEORIA DA VONTADE (Savigny / Windscheid): • O Negócio jurídico equivale à vontade interna do agente, à vontade real. 3) TEORIA DA DECLARAÇÃO (Zittelman): • Não importa a vontade interna, mas sim aquela declarada, pois somente a vontade externada é passível de causar repercussão. 09/10/2014 4 INTERPRETAÇÃO: • Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. • Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. • Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. Existência, Validade e Eficácia dos Negócios jurídicos: MARTE** Eficácia Validade Negócio Existência Agentes Capazes Objeto Lícito, possível e determinável Forma Prescrita ou não proibida Vontade* Livre, consciente e de Boa-fé * Declaração de..(Azevedo, Antonio Junqueira. Negócio Jurídico….) ** M (modificar) A (adqüirir) R (resgüardar) T (transferir) E (extingüir) 09/10/2014 5 Plano de Existência • Segundo Emílio Betti[1], “A valoração de um negócio como nulo pressupõe, pelo menos, que o negócio exista como fatispécie, que, portanto há uma imagem exterior dos seus elementos, valorável como válida ou inválida e, eventualmente, capaz de gerar, pelo menos, qualquer efeito secundário, negativo ou aberrante, embora essa figura venha, depois, graças a uma análise mais profunda, a revelar-se inconsistente”. • [1] Apud Rizzardo, Arnaldo. Parte Geral do Código Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p. 519. PLANO DE VALIDADE • Abrangem os requisitos qualificadores dos elementos essenciais (de existência) dos negócios jurídicos. • Quando ausentes tais requisitos o negócio será inválido (gênero), podendo ser NULO (absolutamente inválido) ou ANÚLÁVEL (inicialmente válido, porém suscetível de anulação). 09/10/2014 6 NULIDADE ABSOLUTA ANULABILIDADE A. Interesse de Ordem Pública; B. Pode ser requerida por qualquer interessado, pelo MP ou decretada de ofício pelo Juiz – art. 168, CC; C. Não é suscetível de ratificação – art. 169; D. Não convalesce pelo decurso do tempo – art. 169; E. Não pode ser suprida pelo Juiz – art. 168, Par. Único, CC; F. Sentença declaratória; G. Sentença com efeitos ex tunc A. Interesse de caráter privado; B. Somente pode ser argüida pelos interessados - art. 177, CC; C. Sujeita-se à ratificação expressa ou tácita – arts. 172 e 174, CC; D. Sujeita-se à decadência; E. Pode ser suprida pelo Juiz a requerimento das partes (art. 168, a contrario sensu); F. Sentença de natureza constitutiva negativa; G. Divergência VI JORNADA - CJF ENUNCIADO 537 – A previsão contida no art. 169 não impossibilita que, excepcionalmente, negócios jurídicos nulos produzam efeitos a serem preservados quando justificados por interesses merecedores de tutela. 09/10/2014 7 PLANO DE EFICÁCIA • Está relacionado à produção de efeitos pelo ato ou negócio praticado. • Em sentido amplo, abrange hipóteses de inexistência, invalidade e de ineficácia em sentido estrito. • Em sentido estrito, pressupõe o ato existente, válido, porém ineficaz. Princípio da Conservação • Conversão Substancial – art. 170, CC • Confirmação – art. 172, do CC; • Conversão Formal – art. 183, do CC; • Redução – art. 184, do CC. 09/10/2014 8 • CAPÍTULO V • Da Invalidade do Negócio Jurídico • Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: • I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; • II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; • III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; • IV - não revestir a forma prescrita em lei; • V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; • VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; • VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. • Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. • § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: • I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; • II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; • III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. • § 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado. 09/10/2014 9 • Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir. • Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. • Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo. • Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade. SIMULAÇÃO • Conceito: Segundo Francisco Amaral, simulação é “uma declaração enganosa de vontade, visando produzir efeito diverso do ostensivamente indicado”. • Para Fábio Ulhôa, “é o negócio jurídico que aparenta ter sido praticado para produzir os efeitos declarados, mas que oculta intenção diversa de ambas as partes e prejudica terceiros não-participantes”. 09/10/2014 10 Efeitos: • Nulidade absoluta do negócio jurídico simulado (art. 167, primeira parte); • Preservação, se possível, do negócio dissimulado (art. 167, parte final). Classificação: • Simulação objetiva – diz respeito ao próprio objeto da manifestação de vontade. • Art. 167. II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; • Simulação subjetiva – diz respeito à pessoa que figura como destinatária da vontade (interposta pessoa). • Art. 167. I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; 09/10/2014 11 • Simulação Absoluta – quando as partes na verdade não pretendem realizar negócio algum. • Simulação Relativa ou Dissimulação – quando as partes declaram vontade falsa para encobrir a verdadeira intenção negocial. Enunciados das Jornadas de Direito Civil - CJF • III Jornada - 153 – Art. 167: Na simulação relativa, o negócio simulado (aparente) é nulo, mas o dissimulado será válido se não ofender a lei nem causar prejuízos a terceiros. • IV Jornada: • 293 – Art. 167.Na simulação relativa, o aproveitamento do negócio jurídico dissimulado não decorre tão-somente do afastamento do negócio jurídico simulado, mas do necessário preenchimento de todos os requisitos substanciais e formais de validade daquele. • 294 – Arts. 167 e 168. Sendo a simulação uma causa de nulidade do negócio jurídico, pode ser alegada por uma das partes contra a outra. 09/10/2014 12 • Simulação Maliciosa ou Fraudulenta – aquela que visa fraudar a lei ou prejudicar terceiro. • Simulação Inocente – contrario sensu (ver art. 103, CC/1916). • III Jornada – Enunciado 152 – Art. 167: Toda simulação, inclusive a inocente, é invalidante. Informativo nº 0414 - Período: 2 a 6 de novembro de 2009. Quarta Turma IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA. SIMULAÇÃO. O acórdão recorrido reconheceu, de ofício, a impossibilidade jurídica do pedido referente à anulação, devido à simulação, do ato de constituição da sociedade, porque justamente formulado esse pedido por quem participou do ato negocial. Quanto a isso, o Min. Relator, ao anotar que aquele ato ocorreu sob o comando do CC/1916, mas seus efeitos estenderam-se após a vigência do CC/2002, entendeu que aferir a motivação do ato tido por simulado é objeto do mérito da ação declaratória, sendo possível, em tese, o pedido, conforme precedentes. Por sua vez, o Min. Luis Felipe Salomão, em voto vista, acompanhou o Min. Relator (...) Aduziu, também, que o instituto da simulação sofreu modificações com o advento do novo CC, não mais se situando entre as causas de anulabilidade do negócio jurídico, mas sim de sua nulidade, que, por ser matéria de ordem pública, pode ser conhecida mesmo de ofício. Daí que, tanto pelo CC/1916 quanto pelo CC/2002, o pedido é juridicamente possível, entendimento, ao final, acolhido pela Turma. REsp 776.304-MG, Rel. Min. Honildo de Mello Castro (Desembargador convocado do TJ-AP), julgado em 5/11/2009.
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