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Aula 06 Noções de Direito Administrativo p/ Polícia Civil-PA (Investigador, Escrivão e Papiloscopista) Professor: Daniel Mesquita Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita AULA 06: Regimes jurídicos. Deveres. Responsabilidades SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO À AULA 06 2 2. REGIME DISCIPLINAR 2 2.1 DOS DEVERES 6 2.2 DAS PROIBIÇÕES 7 2.2.1 DA ACUMULAÇÃO 9 2.3 DAS PENALIDADES 12 3. DAS RESPONSABILIDADES 24 3.1 RESPONSABILIDADE CIVIL 24 3.2 RESPONSABILIDADE PENAL 25 3.3 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA 27 4. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 27 4.1. REVISÃO 45 5. RESUMO DA AULA 48 6. QUESTÕES 65 7. REFERÊNCIAS 66 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 1. Introdução à aula 06 Bem vindos à nossa aula de Direito Administrativo para o PCPA ± Investigador e Escrivão. Nesta aula 06, abordaremos a matéria ³10. deveres e responsabilidades dos servidores públicos civis. Lei nº 5.810, de 24 de janeiro de 1994´ Não se esqueça de que, ao final, você terá um resumo da aula e as questões tratadas ao longo dela. Use esses pontos da aula na véspera da prova! Chega de papo, vamos à luta! 2. Regime Disciplinar Você já sabe que a Administração goza do poder disciplinar. O poder disciplinar é um poder-dever que cabe à Administração de examinar infrações cometidas por servidores públicos e demais pessoas com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessário após a devida averiguação dos fatos. Esse poder disciplinar está intimamente ligado ao poder hierárquico. No momento em que a administração exerce o controle interno das pessoas a ela vinculadas, exerce o poder disciplinar em uma relação decorrente do poder hierárquico. Se aos agentes superiores competem o comando e o dever de fiscalizar, é resultado natural a possibilidade de exigir o cumprimento das ordens e regras legais e, caso não ocorra, aplicar a respectiva 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita penalidade. Assim, para os servidores públicos, a possibilidade de aplicação de sanção decorre da existência de hierarquia. Esse poder não abrange as sanções impostas aos particulares, uma vez que eles não estão sujeitos à disciplina interna da Administração e, nesse caso, as medidas punitivas fundamentam-se no Poder de Polícia do Estado. Nos contratos administrativos regidos pela Lei nº 8.666/93 não há hierarquia. Apesar das cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos, a Administração e o particular contratado não se situam em uma relação de subordinação. Contudo, as bancas vêm adotando cegamente o posicionamento doutrinário de Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino de que as sanções administrativas a que se sujeitam os contratados GHFRUUHP� GR� SRGHU� GLVFLSOLQDU�� XPD� YH]� TXH� HVWH� VHULD� ³XP� YtQFXOR� juríGLFR�HVSHFtILFR´�� Por isso, fique atento: para concurso, o poder disciplinar fundamenta as sanções aplicadas nos contratos administrativos. Normalmente, se diz que o Poder Disciplinar é discricionário. Essa afirmação decorre, por exemplo, da margem que o administrador tem ao aplicar a pena de suspensão, por exemplo. A lei define que o prazo de suspensão é de até 90 dias, assim, fica ao juízo discricionário do administrador escolher se aplica 5, 10, 30 ou 90 dias de suspensão ao servidor, por exemplo. Segundo Fernanda Marinela, contudo, não se pode afirmar que o Poder Disciplinar é sempre discricionário. A liberdade e o juízo de valor do administrador (= a discricionariedade) estão presentes na amplitude da infração funcional (levando em consideração a natureza e a gravidade da infração e os danos para o serviço público ± Exemplo 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita clássico: qual a sanção de suspensão será aplicada? 5 dias, 10 ou 90?), na definição de seu conteúdo (em razão das expressões imprecisas contidas na lei), devendo respeitar sempre os princípios constitucionais. Contudo, a instauração do processo, sua construção e a aplicação da sanção correspondente estão determinadas na lei, não tendo o agente público liberdade sobre eles. Assim, ao se ver diante de uma situação que possa se configurar infração funcional, o administrador tem o dever de determinar a abertura do processo (não há discricionariedade aqui, o ato é vinculado). Noutro giro, se a lei definir que o servidor que praticar crime contra a Administração sofrerá a pena de demissão, a decisão do administrador só poderá ser a de demitir o servidor se o processo demonstrar a ocorrência de crime. Assim, nem sempre o Poder Disciplinar é discricionário. Por força dos princípios da proporcionalidade, dignidade da pessoa humana e culpabilidade, aplicáveis ao regime jurídico disciplinar, não há juízo de discricionariedade no ato administrativo que impõe sanção a Servidor Público em razão do cometimento de infração disciplinar, de sorte que o controle jurisdicional é amplo, não se limitando, portanto, somente aos aspectos formais (MS 13.083/DF, STJ ± Terceira Seção, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgamento: 13.05.2009, DJe: 04.06.2009) (grifo nosso). CUIDADO: Quando o assunto é o julgamento pela aplicação de pena para crimes e contravenções próprias do Código Penal pelo Poder Judiciário, não há manifestação do poder disciplinar. Nesse caso, o poder público está exercendo poder punitivo do Estado e não o poder disciplinar, objetivando a defesa da ordem pública. Convém destacar que, diante do fato concreto, é possível a tipificação de uma mesma conduta como ilícito civil, administrativo e 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita penal, admitindo-se a instauração dos três processos com competências diferentes, os quais se submetem à regra da independência das instâncias (possibilidade de decisões diferentes), salvo casos excepcionais. A principal possibilidade de comunicação/vinculação entre os processos decorre da absolvição penal com o reconhecimento de inexistência de fato e negativa de autoria. ³������ ,,,� ± A independência entre as instâncias penal, civil e administrativa, consagrada na doutrina e na jurisprudência, permite à Administração impor punição disciplinar ao servidor faltoso à revelia de anterior julgamento no âmbito criminal, mesmo que a conduta imputada configure crime em tese. Somente em faceda negativa de autoria ou inexistência do fato, a senetença criminal produzirá efeitos na seara administrativa, sendo certo que a eventual extinção da punibilidade na esfera criminal ± in casu pela suspensão condicional do processo ± não obsta a aplicação da punição na esfera administrativa. Precedentes. IV ± A sanção administrativa é aplicada para salvaguardar os interesses exclusivamente funcionais da Administração Pública, enquanto a sanção criminal destina-se à proteção da coletividade. �����´� �506��������*2��67-�± Quinta Turma, Rel. Min. Gilson Dipp, julg: 02.05.2006, DJ: 29.05.2006). Importante ressaltar, ainda, que o Poder Disciplinar também está sujeito ao controle pelo Poder Judiciário, sempre que a conduta do administrador contrariar a regra legal. Embora o Judiciário não possa substituir-se à Administração na punição do servidor, pode determinar a esta, em homenagem ao princípio da proporcionalidade, a aplicação de pena menos severa, 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita compatível com a falta cometida e a previsão legal (RMS 24.901/DF, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ: 11.06.2004). A Lei 5.810/94 dispõe, em linhas gerais, como deve ser exercido esse poder disciplinar com relação ao servidor público. O regime disciplinar encontra previsão no título VI da Lei 5.810/94. Os seus capítulos dispõem: Capítulo I- Dos Deveres; II- Das Proibições; III- Das Responsabilidades; IV- Das Penalidades e sua Aplicação. Veremos a seguir cada um desses capítulos. Além disso, veremos ainda o Capítulo V da referida lei, que trata do Processo Administrativo Disciplinar. 2.1 Dos Deveres Com relação aos deveres, vale a transcrição do art. 177 da Lei 5.810/94: Art. 177. São deveres do servidor: I - assiduidade e pontualidade; II - urbanidade; III - discrição; IV - obediência às ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; V - exercício pessoal das atribuições; VI - observância aos princípios éticos, morais, às leis e regulamentos; VII - atualização de seus dados pessoais e de seus dependentes; VIII - representação contra as ordens manifestamente ilegais e contra irregularidades; IX - atender com presteza: a) às requisições para a defesa do Estado; b) às informações, documentos e providências solicitadas por autoridades judiciárias ou administrativas; c) à expedição de certidões para a defesa de direitos, para a argüição de ilegalidade ou abuso de autoridade 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita PRESTE BEM ATENÇAO PARA O DEVER INSERTO NO INCISO VIII: representação contra as ordens manifestamente ilegais e contra irregularidades. E se o servidor receber uma ordem ilegal o que ele deve fazer? O servidor não deverá cumpri-la e, além disso, neste momento também aparece o dever do servidor de representar contra o superior que lhe deu a ordem. A representação de que trata o inciso VIII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. Cada um dos deveres violados terá uma sanção disciplinar, observada a previsão legal e o devido processo administrativo. 2.2 Das Proibições Além dos deveres, a Lei 5.810/94 arrola várias proibições. Estas são específicas e a lei comina a sanção que deverá ser aplicada caso o agente incorra em cada uma delas. Vejamos a classificação das proibições de acordo com as penalidades aplicadas: 1. Proibições que acarretam repreensão: Art. 188. A pena de repreensão será aplicada nas infrações de natureza leve, em caso de falta de cumprimento dos deveres ou das proibições, na forma que dispuser o regulamento. 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 2. Proibições que se infringidas têm por consequência a suspensão: Art. 178. É vedado ao servidor: VII - participar de gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil, ou exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; XI - referir-se, de modo ofensivo, a servidor público e a ato da Administração; XII - utilizar-se do anonimato, ou de provas obtidas ilicitamente; XIV - omitir-se no zelo e conservação dos bens e documentos públicos; XVII - praticar ato lesivo ao patrimônio Estadual; Lembre-se que, nos casos de reincidência em que o servidor já foi penalizado com a repreensão, a suspenção poderá ser aplicada. Além disso, a suspensão é de aplicação residual, ou seja, se não houver previsão de outra penalidade, a suspensão deve ser aplicada. 3. Poderá ocasionar a demissão Art. 190. A pena de demissão será aplicada nos casos de: I - crime contra a Administração Pública, nos termos da lei penal; II - abandono de cargo; III - faltas ao serviço, sem causa justificada, por 60 (sessenta) dias intercaladamente, durante o período de 12 (doze) meses; IV - improbidade administrativa; V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; VI - insubordinação grave em serviço; VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual; XI - corrupção; XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; XIII - lograr proveito pessoal ou de outrem, valendo-se do cargo, em detrimento da dignidade da função pública; XIV - participação em gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil, ou exercício do comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; XV - atuação, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais a parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; XVI - recebimento de propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita XVII - aceitação de comissão, emprego ou pensão de Estado estrangeiro; XVIII - prática de usura sob qualquer de suas formas; XIX - procedimento desidioso; XX - utilização de pessoal ou recursos materiais de repartição em serviços ou atividades particulares. Perceba que se trata de situações bem mais graves, em que se aplica a pena de demissão, extinguindo-se o vínculo entre o servidor e a Administração Pública. 2.2.1 Da acumulação A regra geral é a vedação à acumulação. Assim, somente nas hipóteses expressamente previstas no texto constitucional será ela lícita, mesmo assim, quando houver compatibilidade dehorários. 1) Não é possível a acumulação de dois cargos públicos quando a soma da carga horária referente aos dois cargos ultrapassar o limite máximo de 60 horas semanais. Assim, é vedada a acumulação de um cargo de professor com outro técnico ou científico quando a jornada de trabalho semanal ultrapassar o limite máximo de 60 horas semanais. STJ. 2ª Turma. REsp 1.565.429-SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 24/11/2015 (Info 576). 2) É possível a acumulação de um cargo público de professor com outro de intérprete e tradutor da Língua Brasileira de Sinais 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita (LIBRAS). STJ. 2ª Turma. REsp 1.569.547-RN, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 15/12/2015 (Info 575). A vedação só existe quando ambos os cargos, empregos ou funções forem remunerados. As exceções somente admitem dois cargos, empregos ou funções, inexistindo qualquer hipótese de tríplice acumulação, a não ser que uma das funções não seja remunerada. A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. Quando houver compatibilidade de horários, é possível acumular, quando o servidor está em atividade nos dois cargos e recebe remuneração em ambos ou quando o servidor está aposentado nos dois cargos e recebe proventos em ambos: 1. Dois cargos de PROFESSOR; 2. Um cargo de PROFESSOR com outro, TÉCNICO OU CIENTÍFICO; Cargo técnico "é aquele que requer conhecimento específico na área de atuação do profissional, com habilitação específica de grau universitário ou profissionalizante de 2º grau" (STJ. 2ª Turma. RMS 42.392/AC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 10/02/2015). Cargo científico "é o conjunto de atribuições cuja execução tem por finalidade a investigação coordenada e sistematizada de fatos, predominantemente de especulação, visando a ampliar o conhecimento humano." (STJ. 5ª Turma. RMS 28.644/AP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/12/2011). 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 3. Dois cargos ou empregos PRIVATIVOS DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE, com profissões regulamentadas. Lembre-se que, nesses casos, a soma das duas remunerações não pode ultrapassar o teto remuneratório previsto no art. 37, inciso IX, da CF. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão. A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações mantidas pelo Poder Público, empresas públicas, sociedades de economia mista, da União, Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios, não se aplicando, porém, ao aposentado, quando investido em cargo comissionado. Importante notar a existência, no texto constitucional, de outras hipóteses em que é lícita a acumulação remunerada, a saber: 1. Permissão de acumulação para os VEREADORES, desde que haja compatibilidade de horários e condicionada ao limite remuneratório do art. 37, XI, CF; Lembrando que, no caso de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, não há acumulação de cargos nem direito de optar pela remuneração; já no caso de mandato de prefeito, embora também não possa acumular, pode optar pela remuneração que quer receber (OBS: aplica-se a mesma regra do prefeito para quando o mandato for de vereador e inexistir compatibilidade de horários). 2. Permissão para os JUÍZES exercerem o MAGISTÉRIO; 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 3. Permissão para os MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO exercerem o MAGISTÉRIO. A proibição de acumular é a mais ampla possível, abrangendo, salvo as exceções constitucionalmente previstas, qualquer agente público remunerado em qualquer poder ou esfera da Federação. A acumulação será havida de boa-fé, até final conclusão de processo administrativo. 2.3 Das Penalidades O servidor estará sujeito às penalidades sempre que descumprir suas obrigações e faltar com seus deveres, devendo ser observado o devido processo legal. Por devido processo legal se entende tanto a necessidade de se observar o procedimento previsto em lei para se aplicar a penalidade (não pode o superior hierárquico criar um procedimento para punir um subordinado, ele deve seguir o rito que a lei prevê) como a necessidade de aplicar, tão somente, as infrações previstas na lei de acordo com a conduta praticada pelo servidor (devido processo legal substancial). Esses postulados decorrem dos seguintes dispositivos do art. 5º da Constituição de 1988: Art. 5º (...) LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;. O artigo 183 da Lei nº 5.810/94 prevê as penalidades disciplinares: 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Art. 183. São penas disciplinares: I - repreensão; II - suspensão; III - demissão: IV - destituição de cargo em comissão ou de função gratificada; V - cassação de aposentadoria ou de disponibilidade. Perceba que o rol traz 5 penas, da mais branda (repreensão) até a mais grave (demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade). A demissão e a cassação de aposentadoria e da disponibilidade são equivalentes, pois não faz sentido aplicar a demissão a um servidor que já se aposentou. Nesse caso, o que faz sentido é destituir a aposentadoria desse servidor, pois ele já não está trabalhando e vai passar a não perceber nenhum valor, interrompendo seu vínculo com o serviço público. Veja que a remoção de ofício não é uma sanção disciplinar e não pode ser utilizada para esse fim, sob pena de se caracterizar num desvio de finalidade. Nesse passo, vale destacar que o administrador não poderá inovar nas sanções a serem aplicadas no servidor (não pode criar uma nova sanção), tal dispositivo é numerus clausus. Você deve ter observado que há uma discricionariedade no grau de aplicação da pena, por isso sempre será analisado a natureza e a gravidade da infração cometida, bem como o princípio da proporcionalidade. ATENÇÃO: Também se verifica, ao aplicar a penalidade, o tamanho do dano para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais. Veja o seguinte dispositivo da Lei nº 5.810/94: Art. 184. Na aplicação das penalidades serão considerados cumulativamente: I - os danos decorrentes do fato para o serviço público;II - a natureza e a gravidade da infração e as circunstâncias em que foi praticada; 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita III - a repercussão do fato; IV - os antecedentes funcionais. Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. Vamos a cada uma das penalidades? a) REPREENSÃO: nas infrações de natureza leve, em caso de falta de cumprimento dos deveres ou das proibições, na forma que dispuser o regulamento. Destacamos ainda que a repreensão será por portaria, a em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à repreensão. O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido. b) SUSPENSÃO: A pena de suspensão, que não exceder a 90 (noventa) dias, será aplicada em caso de falta grave, reincidência, ou infração ao disposto no art. 178, VII, XI, XII, XIV e XVII. Lembre-se das hipóteses que ensejam a suspensão: Art. 178. É vedado ao servidor: VII - participar de gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil, ou exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; XI - referir-se, de modo ofensivo, a servidor público e a ato da Administração; XII - utilizar-se do anonimato, ou de provas obtidas ilicitamente; XIV - omitir-se no zelo e conservação dos bens e documentos públicos; XVII - praticar ato lesivo ao patrimônio Estadual; Quando for conveniente ao serviço público, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço (art. 189, §2º). 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Essa hipótese é menos prejudicial ao servidor, uma vez que no período da suspensão ele fica sem receber os seus vencimentos. CUIDADO! Dentre as penalidades expostas no art. 183 da Lei 5.810/94 QmR�H[LVWH�D�³SHQD�GH�PXOWD´��D�PXOWD�VHUi�DSOLFDGD�VRPHQWH� no caso de conversão da suspensão. O cancelamento do registro da suspensão só se dará após 2 anos de efetivo exercício, desde que não praticada nova infração disciplinar. A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente. Mais uma vez, isso deve ficar claro: O servidor, enquanto suspenso, perderá os direitos e vantagens de natureza pecuniária, exceto o salário-família. c) DEMISSÃO: Neste caso não há cancelamento do registro da pena, o servidor perde o seu vinculo com a Administração e deixa de prestar o serviço público. Vimos acima proibições que ensejam a demissão, se descumpridas. Para que você não esqueça, vamos relembrar as hipóteses: Art. 190 - a pena de demissão será aplicada nos casos de: I - crime contra a Administração Pública, nos termos da lei penal; II - abandono de cargo; III - faltas ao serviço, sem causa justificada, por 60 (sessenta) dias intercaladamente, durante o período de 12 (doze) meses; IV - improbidade administrativa; V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; VI - insubordinação grave em serviço; VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual; XI - corrupção; XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita XIII - lograr proveito pessoal ou de outrem, valendo-se do cargo, em detrimento da dignidade da função pública; XIV - participação em gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil, ou exercício do comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; XV - atuação, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais a parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; XVI - recebimento de propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; XVII - aceitação de comissão, emprego ou pensão de Estado estrangeiro; XVIII - prática de usura sob qualquer de suas formas; XIX - procedimento desidioso; XX - utilização de pessoal ou recursos materiais de repartição em serviços ou atividades particulares. Veja que os fatos que ensejam a demissão são fatos graves (aplicar irregularmente dinheiro público, corrupção, incontinência pública, improbidade administrativa, praticar crime contra a administração, bater em um colega de trabalho, revelar segredo do cargo etc.). O que é considerado abandono de cargo, uma das situações que geram a aplicação de pena de demissão??? A ausência intencional do servidor ao serviço por mais de 30 dias consecutivos (art. 190, §2º). E a inassiduidade habitual, que também gera demissão??? Consiste na falta ao serviço, sem causa justificada, por período igual ou superior a 60 dias intercaladamente, durante o período de 12 meses (art. 190, III). Dessa forma, a demissão está vinculada a uma das situações específicas. Isso quer dizer que a pena de demissão é um ato vinculado, ou seja, ocorrida uma das hipóteses descritas no quadro, o julgador deve aplicar a sanção de demissão ± ele não tem escolha! 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita d) Cassação de aposentadoria ou indisponibilidade: Será aplicada no caso do inativo que houver cometido, na atividade, falta punível com a demissão. Sobre a cassação de aposentadoria, você deve saber que o direito de requerer também prescreve em 5 dias. Para este fato é necessário que haja prévio processo administrativo, entenda que a instaura. Esta pena será aplicada nos seguintes casos: x Aceitou ilegalmente cargo ou função pública; x Aceitou ilegalmente representação, comissão, emprego ou pensão de Estado estrangeiro; x Praticou a usura em qualquer de suas formas; x Não assumiu no prazo legal o exercício do cargo em que foi aproveitado. e) Destituição de cargo em comissão: será aplicada ao não ocupante de cargo efetivo nos casos de infração sujeita à penalidade de demissão (Art. 192 da Lei 5.810/94). Se o servidor tiver sido exonerado do cargo em comissão a pedido ou a critério da autoridade competente, na forma do art. 60 da Lei nº 5.810/94, e constatar-se a ocorrência de infração sujeita às penalidades de suspensão ou demissão, será convertida em destituição de cargo em comissão ou de função gratificada Por fim, com relação às penalidades, você deveatentar-se para o disposto nos arts. 190 e 193 da Lei nº 5.810/94, que revela hipóteses em que (IV) improbidade administrativa; (VIII) aplicação irregular de dinheiros públicos; (X) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual e (XI) corrupção. 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. São as seguintes hipóteses: IV - improbidade administrativa; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; XI - corrupção; (I) o servidor demitido vai estar incompatível para outro cargo público ESTADUAL por 5 anos: x lograr proveito pessoal ou de outrem, valendo-se do cargo, em detrimento da dignidade da x atuação, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais a parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; Art. 195 - A demissão ou a destituição de cargo em comissão ou de função gratificada, nas hipóteses do art. 190, incisos XIII e XV, incompatibiliza o servidor para nova investidura em cargo público estadual, pelo prazo de 5 (cinco) anos. (III) o servidor nunca poderá retornar ao serviço público estadual e DLQGD�VHUi�DSOLFDGD�D�QRWD�³D�EHP�GR�VHUYLoR�S~EOLFR´: x crime contra a administração pública; x improbidade administrativa; x aplicação irregular de dinheiros públicos; x lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; x corrupção; Art. 194 - A pena de demissão será aplicada com a nota "a bem do serviço público", sempre que o ato fundamentar-se no art. 190, incisos I, IV, VII, X e 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita XI. Parágrafo Único - O servidor demitido ou destituído do cargo em comissão ou da função gratificada, na hipótese prevista neste artigo, não poderá retornar ao serviço estadual. Não podemos encerrar este tópico sem mencionar que não é uma penalidade, mas encontra previsão da Lei nº 5.810/94 o afastamento preventivo. Esse afastamento é uma medida cautelar adotada pela Administração que afasta o servidor de suas funções, pelo prazo de até 60 dias (pode ser prorrogado por uma só vez), para que ele não influa na apuração da irregularidade cometida por ele. ATENÇÃO: Nesse período, o servidor continua recebendo! Outra coisa bastante importante refere-se à competência para aplicação das penalidades, aplicando-se o disposto no art. 197 da Lei nº 5.810/94: Art. 197 - As penalidades disciplinares serão aplicadas, observada a vinculação do servidor ao respectivo Poder, órgão ou entidade: I - pela autoridade competente para nomear em qualquer caso, e privativamente, nos casos de demissão, destituição e cassação de aposentadoria ou disponibilidade; II - pelos Secretários de Estado e dirigentes de órgão a estes equiparados, nos casos de suspensão superiores a 30 (trinta) dias; III - pelo chefe da repartição e outras autoridades, na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de repreensão ou de suspensão até 30 (trinta) dias. Ah, já ía me esquecendo da prescrição. Afinal, quando uma infração administrativo-disciplinar prescreve? Até quando os servidores ficarão sujeitos a uma punição se a Administração se mantiver inerte e não instaurar qualquer procedimento? Esses questionamentos são respondidos pelo seguinte dispositivo da Lei nº 5.810/94: 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Art. 198 - A ação disciplinar prescreverá: I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição; II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à repreensão. § 1°. - O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido. § 2°. - Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também como crime. § 3°. - A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente. Assim como há uma autoridade julgadora para cada pena prevista, há um prazo prescricional para cada sanção, de forma que, quanto mais grave a penalidade, maior é o prazo prescricional. Como se viu, para a demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, a Administração deve promover a abertura de processo disciplinar em 5 anos. Nos demais casos, salvo quando outro prazo por fixado em lei E qual o termo inicial para a contagem desses prazos, professor? A partir de quando começam a contar os 5 anos ou 120 dias? O termo inicial é a data em que o fato tornou-se conhecido pela Administração. Na data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado. Outro ponto que você deve saber sobre a prescrição é de que, na hipótese em que um ilícito administrativo seja também um crime (ex: corrupção), a prescrição administrativa segue o prazo da prescrição criminal (que costuma ser maior). Contudo, MUITA ATENÇÃO, isso só ocorre se já aberto o processo criminal de apuração da conduta do servidor. Leia com atenção o seguinte trecho de julgados do Superior Tribunal de Justiça: DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita INQUÉRITO CIVIL INSTAURADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA INVESTIGAR A PRÁTICA DE ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. POLICIAL CIVIL DO RIO GRANDE DO SUL. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL PREVISTO NO CPB, POR INEXISTÊNCIA DE AÇÃO PENAL E CONDENAÇÃO EM DESFAVOR DO IMPETRANTE. APLICAÇÃO DO PRAZO QUINQUENAL PREVISTO NO ART. 23, II DA LEI 8.429/92. OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. AGRAVO REGIMENTAL DO MPF DESPROVIDO. 1. O poder-dever de a Administração punir falta cometida por seus funcionários não é absoluto, encontrando limite temporal no princípio da segurança jurídica, de hierarquia constitucional, pela evidente razão de que os administrados não podem ficar indefinidamente sujeitos à instabilidade do Poder Disciplinar do Estado. (...) 5. Segundo entendimento pacífico desta Corte, a eventual presença de indícios de crime, sem a devida apuração em Ação Criminal, afasta a aplicação da norma penal para o cômputo da prescrição. Isso porque não seria razoável aplicar-se à prescrição da punibilidade administrativa o prazo prescricional da sanção penal, se sequerse deflagrou a iniciativa criminal, sendo incerto, portanto, o tipo em que o Servidor seria incurso, bem como a pena que lhe seria imposta, o que inviabiliza a apuração da respectiva prescrição. 6. Agravo Regimental do Ministério Público Federal desprovido. (AgRg no REsp 1196629/RJ, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 14/05/2013, DJe 22/05/2013) A prescrição da ação disciplinar acarreta a extinção da punibilidade, restando à Administração Pública apenas o registro do fato nos apontamentos do servidor. Interrompe a prescrição a abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar, até a decisão final proferida por autoridade competente. Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção, do zero. Art. 198 - A ação disciplinar prescreverá: I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição; II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à repreensão. § 1°. - O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido. § 2°. - Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também como crime. 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita § 3°. - A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente. ³������ �. É cabível a interrupção da prescrição, em face da instauração de sindicância, somente quando este procedimento sumário tiver caráter punitivo e não meramente investigatório ou preparatório de um processo disciplinar, pois, neste caso, dar-se-á a interrupção somente com a instauração do processo administrativo disciplinar, apto a culminar na aplicação de uma penalidade ao servidor. 2. A Terceira Seção desta Corte tem entendimento no sentido de que o anterior processo administrativo disciplinar declarado nulo, por importar em sua exclusão do mundo jurídico e consequente perda de eficácia de todos os seus atos, não tem o condão de interromper o prazo prescricional da pretensão punitiva estatal, que deverá ter como termo inicial, portanto, a data que a AdminisWUDomR�WRPRX�FLrQFLD�GRV�IDWRV������´��06��������')��67-��5HO�� Min.ª Maria Thereza de Assis Moura, julg: 24.03.2010, DJe: 07.04.2010). No Direito Administrativo, a prescrição é matéria de ordem pública, portanto deve ser declarada pela Administração de ofício, independentemente de provocação da parte interessada, não podendo ser relevada pela administração. O momento adequando é o julgamento. 1) (VUNESP -2014- TJ-PA- Auxiliar Judiciário) Conforme previsto na Lei n.º 5.810/94, o servidor que praticar atos de lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual ficará sujeito à aplicação da pena de 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita a) suspensão. b) demissão a bem do serviço público. c) multa. d) ressarcimento ao erário. e) repreensão. Art. 190 - a pena de demissão será aplicada nos casos de: X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual; *DEDULWR��/HWUD�³E´ 2) (FCC -2009 -TJ-PAProva: Analista Judiciário) Jânia, funcionária pública efetiva do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, logrou proveito de outrem, valendo-se do cargo, em detrimento da dignidade da função pública. Ela foi demitida. Neste caso, a demissão de Jânia a) incompatibiliza Jânia para nova investidura em cargo público estadual, pelo prazo de nove anos. b) não incompatibiliza a servidora para nova inves- tidura em cargo público estadual. c) incompatibiliza a servidora para nova investidura em cargo público estadual, pelo prazo de cinco anos. d) incompatibiliza Jânia para nova investidura em cargo público estadual, pelo prazo de três anos. e) incompatibiliza Jânia para nova investidura em cargo público estadual, pelo prazo de dez anos. O servidor demitido vai estar incompatível para outro cargo público Estadual por 5 anos: x lograr proveito pessoal ou de outrem, valendo-se do cargo, em detrimento da dignidade da x atuação, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais a parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Gabarito: /HWUD�³F´ 3. Das Responsabilidades O servidor público responde pelo exercício irregular de suas atribuições na esfera civil, penal e também administrativamente. Isso quer dizer que, por um mesmo fato, o servidor pode ter que pagar pelo erro em 3 esferas diferentes: (a) pelo Poder Judiciário que o condena a reparar o dano àquele que o servidor prejudicou (responsabilidade civil = $$$); (b) pela Administração que aplica uma sanção disciplinar ao servidor (responsabilidade administrativa); (c) pela Justiça que condena o servidor em um processo criminal a uma pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos (se o ato praticado estiver previsto como crime no Código Penal ou nas leis penais) ± responsabilidade penal. Vamos detalhar cada uma das espécies de responsabilidade. 3.1 Responsabilidade Civil Observe o que diz Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo sobre a UHVSRQVDELOLGDGH�FLYLO�� ³$� UHVSRQVDELOLGDGH�FLYLO�GRV�DJHQWHV�S~EOLFRV�p� do tipo subjetiva, por culpa comum, isto é, eles só respondem pelos danos que causarem se o Estado provar que houve culpa e dolo (intenção) do servidor. A ação do Estado contra o agente público é GHQRPLQDGD�DomR�UHJUHVVLYD�´ Art. 180 - A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita O Estado irá responder pelos danos causados pelos seus agentes independente de dolo ou culpa, por isso a responsabilidade do Estado é objetiva, só depende do fato, do dano e do nexo causal entre o ato do Estado e o dano (art. 37, § 6º, da Constituição). Já o agente público só responderá, só vai colocar a mão no bolso e arcar com o prejuízo, se comprovado que houve culpa ou dolo dele no ato que causou o dano (responsabilidade subjetiva). Assim, o Estado vai ser demandado por aquele que teve prejuízo, vai pagar o prejuízo e pode se voltar contra o servidor que praticou o ato danoso se ± e somente se ± esse ato do servidor foi praticado com dolo (=vontade de causar o dano) ou culpa (=imperícia, imprudência ou negligência). De forma bem simplespodemos definir a ação regressiva citada pelos autores da seguinte forma: Quem irá ressarcir o dano causado pelo servidor ao terceiro será o Estado. Este por sua vez será indenizado pelo servidor que causou o dano, por meio de uma ação regressiva do Estado x Servidor. O servidor poderá ainda ter o desconto efetuado diretamente em seu vencimento, na forma da lei, independe de seu consentimento. A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida. 3.2 Responsabilidade Penal Ao praticar crime ou contravenção o servidor responderá na esfera penal. 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Tendo em vista o princípio da independência, as sanções penais, civis e administrativas podem ser acumuladas. Porém a esfera penal WHP�XP�³SHVR´�PDLRU�VREUH�DV�GHPDLV��XPD�GHFLVmR�SRGH�³DFDUUHWDU�R� reconhecimento automático da responsabilidade do servidor nas demais esfHUDV´��FRQIRUPH�HQVLQDP�0DUFHOR�$OH[DQGULQR�H�9LFHQWH�3DXOR� Isso ocorre quando a sentença penal reconhece a autoria e a materialidade do fato irregular. Se houver decisão judicial nesse sentido, a Administração estará vinculada às conclusões sobre a autoria e a materialidade definidas na Justiça. Da mesma forma, se ocorrer o contrário, ou seja, se a justiça criminal reconhecer a inocência (quanto à falta de autoria e a falta de materialidade), a possibilidade de julgá-lo culpado nas demais esferas será afastada. Veja o que diz o art. 182 da Lei nº 5.810/94: Se o servidor, em processo judicial, for absolvido por falta de provas, essa decisão judicial não vinculará a decisão da esfera administrativa. Art. 182 - a absolvição judicial somente repercute na esfera administrativa, se negar a existência do fato ou afastar do servidor a autoria. 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 3.3 Responsabilidade Administrativa ³2� VHUYLGRU� UHVSRQGH� DGPLQLVWUDWLYDPHQWH� SHORV� LOtFLWRV� administrativos definidos na legislação estatutária e que apresentam os mesmos elementos básicos do ilícito civil: Ação ou omissão contrária à OHL��FXOSD�RX�GROR�H�GDQR´�'L�3LHWUR��� Veja o que prescreve o art. 180 da Lei nº 5.810/94: A administração que irá apurar as irregularidades cometidas pelo servidor público. A lei prevê a averiguação dos fatos através da sindicância e do processo administrativo disciplinar. Com a conclusão dos fatos, o servidor responderá disciplinarmente pelas irregularidades, como vimos no artigo 179 da 5.810/94. 4. Processo Administrativo Disciplinar Os ilícitos administrativos são apurados pelo processo administrativo disciplinar e os meios sumários. Segundo /DGLVDHO� %HUQDGR� H� 6pUJLR� 9LDQD�� ³R� 3URFHVVR� Administrativo pode ser conceituado com como um instrumento formal em que a Administração Pública, tendo como suporte o jus puniendi do Estado (via Poder Disciplinar, espécie do gênero Poder Administrativo), apura a existência de infrações de natureza funcional praticadas por seus servidores e, caso o apuratório resulte pela autoria da prática infracional, aplica a sanção adequada e prevista em instrumento legal SHUWLQHQWH�´ Veja o diz esse artigo: Art. 180 - A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Aqui o legislador nos trouxe duas preciosas informações: 1º) O processo disciplinar é um instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições. 2º) O instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido. Segundo Marinela, tal processo administrativo tem como principais objetivos: a) apurar ação ou omissão de servidor público, desde que punível disciplinarmente; b) promover o deslinde de anormalidade prejudicial ao bom desempenho dos serviços públicos; c) evitar que autoridades, com base tão somente no poder discricionário, condenem seus administrados, afastando-os da fundamental ampla defesa; d) oferecer ao servidor a oportunidade de provar sua inocência, corolário do direito de ampla defesa, que serve como mecanismo para evitar atitudes arbitrárias; e) funcionar como mecanismo que viabiliza o controle da atividade da Administração Pública; f) ser utilizado como mecanismo de legitimação e fundamentação da conduta estatal. No âmbito do direito disciplinar do servidor público há o processo administrativo disciplinar e a sindicância. Art. 204 - O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido. 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita A verdade sabida era um procedimento utilizado na Administração Pública brasileira antes da Constituição de 1988. Ocorria quando a autoridade competente para punir o servidor infrator tomava conhecimento pessoal da infração e, após presenciar os fatos, aplicava a pena pela verdade sabida, de imediato, sem procedimento algum, consignando no ato punitivo as circunstâncias em que foi cometida e presenciada a falta. Essa possibilidade não é mais aceita pelo ordenamento vigente, em razão dos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. 'L�3LHWUR�GHILQH�VLQGLFkQFLD�FRPR��³IDVH�SUHOLPLQDU à instauração do processo administrativo; corresponderia ao inquérito policial que se realiza antes do processo penal... A lei não estabelece procedimento para a sindicância, que pode ser realizada por funcionário ou por comissão de IXQFLRQiULR�´ Segundo o art. 201 da Lei nº 5.810/94, da sindicância poderá resultar: a) arquivamento do processo; b) aplicação de penalidade de repreensão ou suspensão de até 30 (trinta) dias; c) instauração de processo disciplinar. Assim, a sindicância pode ter duas naturezas: (a) preparatória ou investigatória e (b) punitiva ou autônoma ou contraditória ou acusatória ou apuratória. Na primeira, a sindicância apenas apura de modo preliminar a existência de anomalia na conduta do servidor. Se verificado que a prática do ato investigado pode se caracterizar como uma infração disciplinar, a sindicância concluirá pela necessidade de sindicância apuratória ou de abertura de um processo administrativo disciplinar. Se afastada qualquer possibilidade de infração, a sindicância é arquivada.Na segunda natureza da sindicância ± a punitiva ± esse procedimento verificará, de plano, que o fato praticado pelo servidor 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita caracteriza-se como ato infracional sujeito à sanção de repreensão ou suspensão de até 30 (trinta) dias. Nessa hipótese, não será necessária a abertura do processo disciplinar, poderá ser aplicada a repreensão ou a suspensão de até 30 dias no próprio procedimento da sindicância. Imagina-se que, com a previsão do procedimento de sindicância, o legislador quis conceder ao Administrador um novo instrumento com procedimento célere, destinado a punir infrações funcionais de menor gravidade. Veja o que diz o art. 199 da Lei nº 5.810/94: ATENÇÃO: Você não pode ler esse dispositivo sem se atentar para um fato de suma relevância: seja na sindicância PUNITIVA, seja no processo administrativo disciplinar, deve ser assegurado ao acusado a ampla defesa. Repare: na sindicância investigativa não é necessário observar a ampla defesa, pois esta se dará quando da abertura do processo administrativo disciplinar. ³������ ,� ± A sindicância, que visa apurar a ocorrência de infrações administrativas, sem estar dirigida, desde logo, à aplicação de sanção, prescinde da observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa, por se tratar de procedimento inquisitorial, prévio à acusação e anterior ao processo administrativo GLVFLSOLQDU�� DLQGD� VHP� D� SUHVHQoD� REULJDWyULD� GH� DFXVDGRV�� �����´� �06� 10.828/DF, STJ ± Terceira Seção, Rel. Min. Paulo Gallotti, DJ: 02.10.2006). Art. 199 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Outras duas importantes características da sindicância é que ela deve ser concluída em 30 (trinta) dias, prorrogáveis por igual período, e que ela deve ser impulsionada pela autoridade superior. Assim, a sindicância, quando instaurada com caráter punitivo e não meramente investigatório ou preparatório de um processo disciplinar, tem natureza de verdadeiro processo disciplinar principal, no qual é indispensável a observância das garantias do contraditório e da ampla defesa e, além disso, do princípio da impessoalidade e da imparcialidade, mediante a convocação de uma comissão disciplinar composta por três servidores (STJ: REsp 509318). No caso da sindicância, não há previsão de procedimento na lei, podendo ser instaurada por qualquer autoridade desde que atenda à regra de competência, por meio de ato de desnecessária publicidade, designando apenas um sindicante ou uma comissão com número de integrantes a critério da autoridade competente. Segundo Marinela, o mais coerente é estender para a sindicância o rito que a própria lei previu para o processo administrativo disciplinar, no que for cabível. Vistas as principais características da sindicância, você pode passar para o estudo do processo administrativo disciplinar. A legislação brasileira retrata o PAD da seguinte forma: x Constituição Federal: x Lei 5.810/94 Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Como se vê, quando o servidor estiver sujeito a penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, o procedimento que deve ser instaurado é o processo administrativo disciplinar. O PAD segue as seguintes fases: instauração, instrução, defesa, relatório e decisão. Veja bem, são 5 fases! INSTA ± INSTRU ± DE ± RE ±DE Mas essa sequência de fases pode ser simplificada com a seguinte operação: Com isso, teremos as três fases: instauração, inquérito e decisão. Para decorar: INSTA ± INQUÉ ± DE A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. Trata-se de uma decisão vinculada, não restando ao Administrador o juízo de valor. Art. 202 - Sempre que o ilícito praticado pelo servidor, ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição, será obrigatória a instauração de processo disciplinar. Instrução Defesa Relatório Inquérito administrativo (ou instrução sumária) 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade. Entretanto, quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto. Atualmente, a jurisprudência reconhece a possibilidade de se apurar denúncia anônima, desde que os fatos seja narrados de forma objetiva e plausível. Observe decisão do STJ nesse sentido: ³���.) I ± A carta anônima é meio hábil para a instauração de processo administrativo disciplinar, cabendo à Administração a apuração dos fatos narrados na denúncia, ainda que apócrifa. (...) (RMS 19.224/MT, STJ ± Quinta Turma, Rel. Min. Felix Fischer, julg: 19.04.2005, DJ: 01.07.05). A instauração é promovida por meio da portaria de instauração. Ela é elemento processual indispensável, devendo estar juntada aos autos. A portaria, em sua redação, deve conter determinados requisitos formais essenciais, tais como, a identificação dos integrantes da comissão processante (nome, cargo e matrícula), destacando o presidente; o procedimento do feito (se sindicância ou PAD - no caso de rito sumário) e o nome e matrícula do servidor investigado. Sua finalidade principal é dar publicidade da constituição da Comissão Processante. Na expedição da Portaria, a Autoridade pública não poderá afirmar a extensão dos fatos e o responsável pela possível irregularidade, sob pena de incorrer-se em arbitrária presunção deresponsabilidade. 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita É importante observar que o Superior Tribunal de Justiça sedimentou o entendimento no sentido de que, na portaria de instauração do PAD, não é necessária a descrição detalhada dos fatos. Esse cuidado só é exigido no momento de indiciamento do servidor, que ocorre após a produção das provas, com um conjunto probatório robusto e uma convicção mais reforçada para a definição da infração, com a finalidade de viabilizar a defesa do acusado. A portaria deve também incluir a possibilidade de serem apurados os fatos conexos ao principal, podendo ser investigadas outras condutas e outros servidores, desde que guardem relação de pertinência de fatos e pontos de convergência com o objeto inicial do processo e não prejudiquem a eficiência processual e o direito de defesa. A portaria deve ser publicada, o que representa termo inicial para contagem do prazo para a realização do processo, interrompendo a prescrição até a decisão final. Gera, ainda, a impossibilidade de exoneração a pedido do servidor e a aposentadoria voluntária, até a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada. Segundo destaca Marinela, a competência para a instauração do PAD depende de previsão legal, observando sempre a autoridade competente à época do cometimento do fato. Mesmo nos casos de incidentes após a prática da infração (exs: remoção, licenças e afastamentos, investidura em outros cargos, etc), a autoridade deve ser a mesma da época da infração. Caso ocorra defeito de competência, é sanável com a ratificação da autoridade competente e a conseqüente convalidação do ato. E quem conduz, instrui e preside o PAD? Ou melhor, quem é a ³$GPLQLVWUDomR´�QDV�IDVHV�GR�3$'" 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita O PAD é conduzido por comissão processante composta de 3 servidores estáveis, conforme art. 205 da Lei 5.810/94. Isso quer dizer que eles devem ser ocupantes de cargo efetivos, ou seja, ingressaram na Administração por meio de concurso. A ausência de estabilidade do servidor poderá comprometer a validade do processo. ATENÇÃO: O STJ definiu que a estabilidade desse servidor se dá com 3 anos no serviço público e não no cargo. Isso quer dizer que o servidor da comissão deve ter ingressado no serviço público (não importa se é no cargo atual ou não) há mais de 3 anos. Assim, não precisa o servidor da comissão ter 3 anos no mesmo cargo (MS 17583). Para defender o indiciado revel, a autoridades instauradora do processo designará um servidor como defensor dativo, ocupante de cargo de nível igual ou superior ao do indiciado. A comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus membros, art. 205, §1º da Lei 5.810/94. Não há hierarquia entre os membros, existindo somente para o Presidente a competência para a prática de atos exclusivos. Confira, por oportuno, a redação do art. 205 da Lei nº 5.810/94: Art. 205 - O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de 3 (três) servidores estáveis, designados pela autoridade competente, que indicará, dentre eles, o seu presidente. § 1°. - A Comissão terá como secretário, servidor designado pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus membros. § 2°. - Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau. Então, as exigências feitas pela Lei aos três integrantes detentores de cargo efetivo são relacionadas ao nível do cargo efetivo ou de grau de escolaridade do presidente em relação ao acusado. Como o legislador colocou de forma expressa requisitos legais alternativos, não cabe ao aplicador da lei criar restrições que a norma 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita não previu, tais como requisitos de nível de cargo ou grau de escolaridade dos vogais em relação ao acusado e de experiência de qualquer dos integrantes na matéria técnica de que cuida o processo. Outra coisa que você deve ter em mente é que a autoridade instauradora pode designar servidor experiente na matéria para integrar a comissão. Na comissão, pode haver servidores de órgão distinto do órgão de lotação do acusado, mas nesse caso, convém prévia solicitação ao titular daquele órgão. O servidor é obrigado a integrar a comissão quando for designado para tanto? Quanto a esse assunto saiba que a convocação, por parte da autoridade competente, para servidor integrar comissões disciplinares é encargo obrigatório e irrecusável, não depende nem mesmo de liberação do superior hierárquico do servidor indicado. Importante notar, ainda com relação à comissão, é que ela exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração. Por essa razão, as reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado. Vistos os requisitos da instauração, ou melhor, da portaria, vamos à instrução. Na fase de inquérito, primeiro ato do inquérito administrativo, a Administração promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos. Trata-se da etapa de construção do conjunto probatório. As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos. Se a testemunha for 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita servidor público, a expedição do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para inquirição. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê- lo por escrito, sendo cada uma inquirida separadamente. Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, proceder- se-á à acareação entre os depoentes. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial. O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos. Da mesma forma, será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de conhecimentoespecial de perito. Como bem lembra Marinela, o direito á produção de provas representa garantia de contraditório e ampla defesa, portanto, elemento fundamental para a validade do processo. Entretanto, esse direito não é absoluto, podendo a Administração indeferir tal pedido, desde que de forma razoável e devidamente motivada. Para a realização da defesa técnica, portanto, a presença do advogado é IDFXOWDWLYD��FRQIRUPH�6~PXOD�9LQFXODQWH�Q����³$�IDOWD�GH�GHIHVD�WpFQLFD� por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a ConstituiomR´�� Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o interrogatório do acusado. No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles. 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão. Também é parte desse conjunto de provas o processo de sindicância, que funciona como peça informativa da instrução. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra. O incidente de sanidade mental será processado em auto apartado e apenso ao processo principal, após a expedição do laudo pericial. Também é possível durante a instrução do processo o afastamento preventivo como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, determinado pela autoridade instauradora do PAD, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo. A instrução se encerra com a tipificação da infração disciplinar, ou seja, a comissão processante informa qual dever foi violado pelo servidor ou qual ato infracional foi praticado. Aqui é onde ocorre o indiciamento do servidor. No indiciamento, os fatos devem ser bem especificados, de modo que o servidor saiba de qual acusação ele deve se defender e a qual pena ele está sujeito. O indiciamento é, em outras palavras, o instrumento de acusação formal do servidor inicialmente notificado para acompanhar o processo administrativo disciplinar, refletindo convicção preliminar da comissão de que ele cometeu irregularidade. 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita O indiciamento é para o PAD o que a denúncia é para o processo penal. É dentro dos limites do indiciamento que o servidor deverá apresentar sua defesa escrita. Dessa forma, a indiciação (além da notificação como acusado e da intimação para interrogar) é peça essencial no processo em que se cogita de responsabilização funcional. Se a Comissão entender por não indiciar o acusado, ele não será citado e nem precisará apresentar defesa escrita. O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição. Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias. O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências reputadas indispensáveis. No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a assinatura de (2) duas testemunhas. E se o indiciado encontrar-se em lugar incerto e não sabido??? É cabível a citação por edital, publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido, para apresentar defesa. ATENÇÃO!!! Nessa hipótese, o prazo para defesa será de 15 dias e não 10 dias, a partir da última publicação do edital. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa no prazo legal. A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a defesa. Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. Como é possível perceber, a lei disponibiliza nova chance de defesa para o indiciado. Não há ilegalidade na ampliação da acusação a servidor público, se durante o processo administrativo forem apurados fatos novos que constituam infração disciplinar, desde que rigorosamente observados os princípios do contraditório e da ampla defesa (RMS 24.526/DF, Rel. Min. Eros Grau, julg: 03.06.2008, DJe: 15.06.2008). Após a apresentação da defesa, a comissão processante apresentará seu relatório final, minucioso e conclusivo, onde exporá as suas convicções e opinará pela aplicação da penalidade ou não ao servidor, resumindo as peças principais dos autos e mencionando as provas em que se baseou para formar a sua convicção, o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes. Esta última foi a sequência de fases adotada pela lei. Veja o disposto no art. 207 da Lei nº 5.810/94: Art. 207. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases: I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão; II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório; III - julgamento. É bom observar, ainda, que, para não expor o servidor investigado, as reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado. Além disso, o PAD corre em sigilo na Administração. E com relação aos prazos, professor, em quanto tempo o PAD deve se encerrar? 09555860467 Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e Escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 68 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita A Lei nº 5.810/94 informa que o PAD tem o prazo de 60 dias para sua conclusão (art. 208). Esse prazo pode ser prorrogado. OBS: sempre que necessário, a fim de obedecer esse prazo, a comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final. E se a Administração não respeitar esse prazo e solicitar a prorrogação do prazo do PAD por diversas vezes ou se esquecer de pedir a prorrogação, o processo será nulo, professor? Não, meus caros. O STJ já sedimentou entendimento
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