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MEDICINA LEGAL – AULA 02 – DECLARAÇÃO DE ÓBITO (ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS) 1. DECLARAÇÃO DE ÓBITO Finalidade: Confirmar a morte/determinar a causa mortis/satisfazer interesses de ordem civil, estatístico-demográfico e político sanitário A partir do momento que eu confirmo a morte, eu determino a causa mortis e satisfaço os interesses civil, estatístico-demográfico e político sanitário. Peças anatômicas Se tiver uma descoberta de ossadas ou partes de cadáver (em qualquer lugar), devemos encaminhar para o IML, porque é esse órgão que tem a obrigação de tentar identificar essas ossadas ou parte de cadáver. Peças retiradas por atos cirúrgicos Se tiver uma peça retirada por ato cirúrgico (amputação de membro com gangrena, etc), ela deve ser incinerada ou encaminhada para inumação. A declaração de óbito é um ato médico, e por isso é regida pelo Código de Ética Médica. Morte natural: Sem assistência médica Neste caso não se tem certeza da causa da morte, então o corpo deve ser encaminhado para o SVO/Serviço público de saúde para que seja feita a identificação da causa EX: Pessoa foi encontrada morta em sua casa sem sinais de violência. Com assistência médica Neste caso se tem certeza ou não da causa da morte. Caso tenha certeza, o médico assistente/hospitalar pode fazer a declaração de óbito. Caso não tenha certeza, deve encaminhar para o IML EX: Paciente estava com câncer e recebendo cuidados paliativos, e foi para casa, onde faleceu (tem certeza da causa da morte) Morte fetal: Médico assistente materno – feto – 20 semanas – 500 gramas – 25 cm Morte violenta: Homicídio, suicídio ou acidente O corpo deve ser encaminhado para o IML. OBS: A declaração de óbito é um documento por inteiro. Não preencha uma declaração de óbito que não tem o nome. O médico deve preenchê-la do início ao fim. A diferença entre declaração de óbito, atestado e óbito e certidão de óbito é: Declaração de óbito é o documento inteiro; O atestado de óbito está dentro da declaração, porém é somente a parte onde são preenchidas as causas do óbito; A certidão de óbito é emitida pelo cartório quando a família/responsável entrega a declaração de óbito, e assim o corpo pode ser enterrado. 2. ATESTADO DE ÓBITO Começamos da causa diretamente relacionada à morte EX: JAMAIS colocamos parada cardiorespiratória como causa de morte. EX: O paciente teve um infarto agudo do miocárdio, porém sofria de hipertensão há 5 anos. Como preencher? Colocamos como causa da morte o infarto agudo do miocárdio, e como outra doença a hipertensão arterial sistêmica. 3. PERÍCIA MÉDICO-LEGAL Perito observa, estuda e constata; Toda constatação técnico-científica deve ser com fundamentação Evitar “suposições” ou “possibilidades”. Conclusões com caráter objetivo, isento e imparcial; Se utilizado auxílio de outros profissionais, declarar no laudo pericial. Documento médico-legal Justiça. Definição: É a simples afirmação, por escrito, de um fato médico e suas consequências Finalidades legais: Comprovação da “extinção da pessoa natural” “Término da pessoa civil” Quando termina a pessoa civil, termina também a sua culpabilidade. A pessoa já cumpriu teoricamente a sua pena Por isso algumas pessoas querem ser “mortas” no papel, para que se livrem de penas, etc. Finalidades médicas: Sanitárias: inumação do cadáver De vigilância epidemiológica - bioestatística Responsabilidade ética, civil, criminal e “trabalhista" no preenchimento e emissão da declaração de óbito. Responsabilidade ética está relacionada com atestar algo que não vimos EX: A vó de um amigo morreu e ele te pede para preencher a declaração de óbito. Responsabilidade civil está relacionada em perda para alguém devido ao seu preenchimento da declaração de óbito. Responsabilidade criminal está relacionada a falsa perícia EX: Você fez uma declaração mal preenchida, e o paciente sendo um bandido preenche por cima com dados de outra pessoa. Responsabilidade trabalhista está relacionada a empresas EX: Você preenche uma declaração dizendo que é um acidente, a família processa a empresa, e na verdade não era um acidente. 4. CONCEITO DE MORTE 4.1. JURÍDICO Desaparecimento de todo sinal de vida, em um momento qualquer depois do nascimento A morte não é somente a parada cardiorrespiratória, ela é um dos momentos da morte. Após ela temos esfriamento do corpo, rigidez cadavérica, etc. 4.2. MÉDICO LEGAL (OMS) Desaparecimento de todos os sinais de vida ou cessação das funções vitais, sem a possibilidade de ressuscitar Não é porque o paciente fez uma parada cardiorrespiratória que ele morreu, ele pode ser ressuscitado. Morte como um processo: Cessação do metabolismo de todas as células do organismo com sua consequente lise. 4.3. MORTE ENCEFÁLICA: (Res. CFM 1480/97) – É a morte que buscamos para realmente estabelecer a morte. A morte encefálica será caracterizada através da realização de exames clínicos e complementares durante intervalos de tempo variáveis, próprios para determinadas faixas etárias. Para entrar no protocolo de doação de órgãos, precisa ser um processo irreversível e de causa conhecida; Parâmetros clínicos: Coma aperceptivo com ausência de atividade motora supra-espinal e apneia - IMPORTANTE!!! Os exames complementares a serem observados para constatação de morte encefálica deverão demonstrar de forma inequívoca: Ausência de atividade elétrica cerebral OU ausência de atividade metabólica cerebral OU ausência de perfusão sanguínea cerebral – IMPORTANTE!!! Exclui-se: IMPORTANTE!!! Coma por hipotermia ou por depressores do SNC; Crianças menores de sete dias e prematuros. 5. PERGUNTAS PRÁTICAS Que corpos vão para o SVO e quais vão para o IML? Para o SVO vão os corpos com morte de causa natural onde não se sabe a causa; Para o IML vão os corpos com morte por homicídio, suicídio ou acidente. Quem decide se o corpo irá para o SVO ou para o IML? O médico que está atendendo o caso. Como se faz em locais em que não existe o SVO? O corpo vai para o IML? NÃO! Se não tem SVO na cidade, e não há lesão externa no corpo, o médico deve declarar que não há lesão externa e escreve causa indeterminada. Se tiver certeza da causa da morte, preenche a declaração normalmente. Posso fornecer a Declaração de Óbito para paciente que sofreu acidente ou outra violência e morreu meses depois em decorrência de complicações? EX: O paciente sofreu um acidente automobilístico, ficou 2 meses internado e morreu de pneumonia depois. Quem deve dar a declaração? O corpo deve ir para o IML, porque a origem foi um acidente – IMPORTANTE!!! Quem fornece a Declaração de Óbito de Paciente internado, desconhecido, que morreu por causas naturais? EX: Tem um paciente desconhecido internado há dias, com prontuário. Quem deve dar a declaração? DEPENDE! Se o médico estiver de plantão e for chamado para preencher a declaração de óbito de um paciente do hospital, a primeira coisa que ele deve fazer é examinar se não há sinais de lesão externa no corpo. Se não houver sinais de lesão, isso deve anotar no prontuário. Depois deve ler o prontuário e verificar se há informações que possam colaborar para definir a causa de morte do paciente. Caso seja possível identificar a causa da morte, o médico chamado faz a declaração. Se não conseguir definir a causa, o corpo deve ir para o SVO. Quando sou obrigado a fornecer a Declaração de Óbito? Quando você é o médico assistente, ou seja, acompanhou o paciente, cuidou do caso, etc. Posso fornecer o Atestado de Óbito a conhecidos que nãoforam pacientes meus? NÃO! Posso subscrever Atestados de Óbito sem as demais partes preenchidas? NÃO! A DECLARAÇÃO DE ÓBITO – CFM 2007 (p. 22) Médico do serviço público emite DO para paciente que morreu sem assistência médica. Posteriormente, por denúncia, surge suspeita de que se tratava de envenenamento. Quais as consequências legais e éticas para esse médico? Ao constatar o óbito e emitir a DO, o médico deve proceder a um cuidadoso exame externo do cadáver, a fim de afastar qualquer possibilidade de causa externa. Como o médico não acompanhou o paciente e não recebeu informações sobre esta suspeita, não tendo, portanto, certeza da causa básica do óbito, deverá anotar, na variável causa, "óbito sem assistência médica". Mesmo se houver exumação e a denúncia de envenenamento vier a ser comprovada, o médico estará isento de responsabilidade perante a justiça se tiver anotado, na DO, no campo apropriado, "não há sinais externos de violência" (campo 59 da Declaração de Óbito vigente). Paciente chega ao pronto-socorro (PS) e, em seguida, tem parada cardíaca. Iniciadas manobras de ressuscitação, estas não tiveram sucesso. O médico é obrigado a fornecer DO? Como proceder com relação á causa da morte? Primeiro, deve-se verificar se a causa da morte é natural ou externa. Se a causa for externa, o corpo deverá ser encaminhado ao IML. Se for morte natural, o médico deve esgotar todas as possibilidades para formular a hipótese diagnóstica, inclusive com anamnese e história colhida com familiares. Caso persista dúvida e na localidade exista SVO, o corpo deverá ser encaminhado para esse serviço. Caso contrário, o médico deverá emitir a DO esclarecendo que a causa é desconhecida. 6. SOBRE FETOS Feto Natimorto Recém Nascido NÃO É OBRIGATORIO fornecimento da declaração de óbito para: Fetos com menos de 20 semanas E/OU menor que 25 cm E/OU com menos de 500 g. 6.1. DIAGNÓSTICO DE NASCIDO VIVO Movimentos respiratórios Movimentos musculares voluntários Batimentos cardíacos Pulsação de cordão umbilical 7. SVO – SISTEMA DE VERIFICAÇÃO DE ÓBITOS PORTARIA Nº 1.405 DE 29 DE JUNHO DE 2006 Institui a Rede Nacional de Serviços de Verificação de Óbito e Esclarecimento da Causa Mortis (SVO). Art. 8º Os SVO serão implantados, organizados e capacitados para executarem as seguintes funções: I - Realizar necropsias de pessoas falecidas de morte natural sem ou com assistência médica (sem elucidação diagnóstica), inclusive os casos encaminhadas pelo Instituto Médico Legal (IML); II - Transferir ao IML os casos: Confirmados ou suspeitos de morte por causas externas, verificados antes ou no decorrer da necropsia; Em estado avançado de decomposição; De morte natural de identidade desconhecida; 8. CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA É VEDADO AO MÉDICO: Art. 11. Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem a devida identificação de seu número de registro no Conselho Regional de Medicina da sua jurisdição, bem como assinar em branco folhas de receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros documentos médicos. Art. 80. Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que não corresponda à verdade. Art. 81. Atestar como forma de obter vantagens. Art. 91. Deixar de atestar atos executados no exercício profissional, quando solicitado pelo paciente ou por seu representante legal Sei a causa da morte e me recuso a atestar por exemplo. Art. 43. Participar do processo de diagnóstico da morte ou da decisão de suspender meios artificiais para prolongar a vida do possível doador, quando pertencente à equipe de transplante Se é da equipe de transplante, não pode determinar a causa da morte. Art. 77. Prestar informações a empresas seguradoras sobre as circunstâncias da morte do paciente sob seus cuidados, além das contidas na declaração de óbito, salvo por expresso consentimento do seu representante legal Prestar informação para a seguradora é quebra de sigilo médico quando é SEU paciente. Porém caso a família queira o prontuário para outro médico preencher, deve entregar a ela. Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação médico-legal. Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta. Art. 8. Afastar-se de suas atividades profissionais, mesmo temporariamente, sem deixar outro médico encarregado do atendimento de seus pacientes internados ou em estado grave. 9. RESOLUÇÃO CFM Nº 1.779, 11 DE NOVEMBRO DE 2005 Diário Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 5 de dez. 2005. Seção 1, p. 121 CONSIDERANDO o que consta nos artigos do Código de Ética Médica: Art. 14. O médico deve empenhar-se para melhorar as condições de saúde e os padrões dos serviços médicos e assumir sua parcela de responsabilidade em relação à saúde pública, à educação sanitária e à legislação referente à saúde; CONSIDERANDO que Declaração de Óbito é parte integrante da assistência médica; CONSIDERANDO a Declaração de Óbito como fonte imprescindível de dados epidemiológicos; CONSIDERANDO que a morte natural tem como causa a doença ou lesão que iniciou a sucessão de eventos mórbidos que diretamente causaram o óbito; CONSIDERANDO que a morte não-natural é aquela que sobrevém em decorrência de causas externas violentas; CONSIDERANDO a necessidade de regulamentar a responsabilidade médica no fornecimento da Declaração de Óbito; CONSIDERANDO, finalmente, o decidido em sessão plenária realizada em 11 de novembro de 2005, RESOLVE: Art. 1º O preenchimento dos dados constantes na Declaração de Óbito é da responsabilidade do médico que atestou a morte. Art. 2º Os médicos, quando do preenchimento da Declaração de Óbito, obedecerão as seguintes normas: I. Morte natural: Morte sem assistência médica: Nas localidades com Serviço de Verificação de Óbitos (SVO): A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do SVO Nas localidades sem SVO: A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do serviço público de saúde mais próximo do local onde ocorreu o evento; na sua ausência, por qualquer médico da localidade. II. Morte com assistência médica: A Declaração de Óbito deverá ser fornecida, sempre que possível, pelo médico que vinha prestando assistência ao paciente. A Declaração de Óbito do paciente internado sob regime hospitalar deverá ser fornecida pelo médico assistente e, na sua falta, por médico substituto pertencente à instituição. A declaração de óbito do paciente em tratamento sob regime ambulatorial deverá ser fornecida por médico designado pela instituição que prestava assistência, ou pelo SVO EX: Eu tenho um caso grave de paciente com ICC sendo acompanhado no meu ambulatório. Caso o paciente morra, eu devo avaliar a causa da morte. Caso identifique a causa, eu preencho a declaração. Caso não tenha certeza, encaminho para o SVO, e caso tenha lesão externa, encaminho para o IML. A Declaração de Óbito do paciente em tratamento sob regime domiciliar (Programa Saúde da Família, internação domiciliar e outros) deverá ser fornecida pelo médico pertencente ao programa ao qual o paciente estava cadastrado, ou pelo SVO, caso o médico não consiga correlacionar o óbito com o quadro clínico concernente ao acompanhamento do paciente EX: Sou médica da ESF do bairro X. Caso morra alguém do bairro, eu devoir verificar a causa da morte. Se eu já acompanho o paciente e souber a causa de sua morte, eu preencho a declaração. Caso eu não tenha certeza, encaminho para o SVO, e caso tenha lesão externa, eu encaminho para o IML III. Morte fetal: Em caso de morte fetal, os médicos que prestaram assistência à mãe ficam obrigados a fornecer a Declaração de Óbito quando a gestação tiver duração igual ou superior a 20 semanas e/ou o feto tiver peso corporal igual ou superior a 500 (quinhentos) gramas e/ou estatura igual ou superior a 25 cm. IV. Mortes violentas ou não naturais: A Declaração de Óbito deverá, obrigatoriamente, ser fornecida pelos serviços médico-legais. Parágrafo único. Nas localidades onde existir apenas 1 (um) médico, este é o responsável pelo fornecimento da Declaração de Óbito. Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação e revoga a Resolução CFM nº 1.601/00. 10. DEFINIÇÕES EM RELAÇÃO À MORTALIDADE FETAL, PERINATAL E NEONATAL 10.1. NASCIMENTO-VIVO Nascimento vivo é a expulsão ou extração completa do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez, de um produto de concepção que, depois da separação, respire ou apresente qualquer outro sinal de vida, tal como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária, estando ou não cortado o cordão umbilical e estando ou não desprendida a placenta. Cada produto de um nascimento que reúna essas condições se considera como uma criança viva. 10.2. ÓBITO FETAL Óbito fetal é a morte de um produto da concepção, antes da expulsão ou da extração completa do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez. Indica o óbito o fato do feto, depois da separação, não respirar nem apresentar nenhum outro sinal de vida, como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária. 11. DEFINIÇÕES RELACIONADAS COM MORTE MATERNA 11.1. MORTE MATERNA Define-se morte materna como a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independentemente de duração ou da localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou incidentais EX: A gestante morreu porque foi atropelada, então isso não é causa materna. 11.2. MORTE MATERNA TARDIA Morte materna tardia é a morte de uma mulher por causas obstétricas diretas ou indiretas mais de 42 dias, mas menos de um ano após o término da gravidez. 12. LEIS 12.1. Lei nº 6.215, de 31 de dezembro de 1973 - Lei dos Registros Públicos CAPÍTULO IX DO ÓBITO Art. 77 - Nenhum sepultamento será feito sem certidão de Oficial de Registro do lugar do falecimento, extraída após a lavratura do assento de óbito, em vista do atestado médico, se houver no lugar, ou, em caso contrário, de duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado ou, verificado a morte Não pode dar declaração de óbito caso a testemunha não seja alguém qualificado, EXCETO em locais onde não tem médico. Parágrafo 1º - Antes de proceder ao assento de óbito de criança de menos de um ano, o oficial verificará se houve registro de nascimento que, em caso de falta, será previamente feito Para ter uma declaração de óbito, a pessoa deve ter registro de nascimento. Parágrafo 2º - A cremação do cadáver somente será feita daquele que houver manifestado a vontade de ser incinerado, ou no interesse da saúde pública, e se o atestado de óbito tiver sido firmado por dois médicos ou por um médico legista, no caso de morte violenta, depois de autorizada pela autoridade judiciária Essa questão judiciária é importante porque cremar é destruir toda evidência. Portanto, em casos onde não é identificada a causa da morte, dificilmente o juiz permite que o corpo seja cremado. 13. Portaria nº 474, de 31 de agosto de 2000 - Fundação Nacional de Saúde - FUNASA Regulamenta a coleta de dados, fluxo e periodicidade de envio das informações sobre óbitos para o Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM. CAPÍTULO I – A partir daqui a professora não passou em aula, disse para dar uma “lida” em casa. Das Disposições Iniciais Art. 1º - O conjunto de ações relativas à coleta e processamento de dados, fluxo e divulgação de informações sobre os óbitos ocorridos no País compõem o Sistema de Informações Sobre Mortalidade – SIM. Seção III - Do Fluxo dos Documentos Art. 10 – No caso de óbitos naturais ocorridos em estabelecimentos de saúde, a DO será preenchida pela Unidade Notificadora e terá a seguinte destinação: I – 1ª via: Secretaria Municipal de Saúde; II – 2ª via: Representante/responsável da família do falecido, para ser utilizada na obtenção da Certidão de Óbito junto ao Cartório do Registro Civil, o qual reterá o documento; III – 3ª - Unidade Notificadora, para arquivar no prontuário do falecido. Art. 11 – No caso dos óbitos naturais ocorridos fora dos estabelecimentos de saúde e com assistência médica, a DO será preenchida pelo médico responsável que deverá dar a seguinte destinação: I – 1ª e 3ª vias: Secretaria Municipal de Saúde; e II – 2ª via: Representante/responsável da família do falecido, para ser utilizada na obtenção da Certidão de Óbito junto ao Cartório do Registro Civil, o qual reterá o documento. § 1º - Nos casos de óbitos naturais sem assistência médica a DO deverá ser preenchida pelo médico do Serviço de Verificação do Óbito – SVO, destinando-se as vias conforme o disposto neste artigo. § 2º - Onde não existir o SVO, a DO será preenchida por médico da localidade, que deverá dar a destinação indicada neste artigo. Art. 12 – Nos óbitos naturais ocorridos em localidades sem médico, o responsável pelo falecido, acompanhado de duas testemunhas, comparecerá ao Cartório do Registro Civil solicitando o preenchimento das três vias da DO, que terão a seguinte destinação: I – 1ª e 3ª vias: Cartório de Registro Civil, para posterior coleta pela Secretaria Municipal de Saúde responsável pelo processamento dos dados ; e II – 2ª via: Cartório de Registro Civil, que emitirá a Certidão de Óbito a ser entregue ao representante/responsável pelo falecido. Art. 13 – Nos casos de óbitos por causas acidentais e/ou violentas, o médico legista do Instituto Médico Legal – IML ou perito designado para tal finalidade, nas localidades onde não existir o IML, deverá preencher as três vias da DO, com a seguinte destinação: I – 1ª via: Secretaria Municipal de Saúde; II – 2ª via: Representante/responsável da família do falecido, para ser utilizada na obtenção da Certidão de Óbito junto ao Cartório do Registro Civil, o qual reterá o documento; e III – 3ª via: Instituto Médico Legal - IML. CAPÍTULO III Seção I - Da Declaração de Óbito Art. 6º - Deverá ser utilizado o formulário da Declaração de Óbito – DO, constante do Anexo I desta Portaria, como o documento padrão, de uso obrigatório em todo o País, no registro dos óbitos para o SIM. Vistas dos Laudos e demais documentos, nas dependências do IML pela VISA/PRO-AIM: Regulamentada pela Portaria DTD IML nº 013/2011, Publicada no DO de 05/11/2011, caderno Executivo I, Página 17