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CONCEITOS DE GESTAO AMBIENTAL

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Conceitos 
de 
Gestão 
Ambiental 
 
 
Interpretação da ISO 14001:2004 Página 3 de 84
 
O QUE É GESTÃO AMBIENTAL? 
Breve Histórico da Gestão Ambiental 
A Gestão Ambiental surgiu da necess idade do ser humano organizar melhor suas d iversas formas 
de se re lac ionar com o meio ambiente (MORALES, 2006) . 
Segundo a Encic lopédia Br i tânica : “gestão ambiental é o controle apropr iado do meio ambiente 
f í s ico, para propic iar o seu uso com o mínimo de abuso, de modo a manter as comunidades 
biológicas , para o benef íc io cont inuado do ser humano.” Ou a inda, a Gestão Ambiental consiste 
na administração do uso dos recursos ambientais , por meio de ações ou medidas econômicas, 
invest imentos e potencia is inst i tucionais e jur íd icos , com a f inal idade de manter ou recuperar a 
qual idade de recursos e desenvolv imento socia l (CAMPOS, 2002) . 
(SEBRAE, 2004) In ic ia lmente, nos anos 70 e começo dos anos 80 na Europa, os esforços 
concentraram-se no desenvolv imento das estruturas legis lat ivas e regulamentares , re forçados 
por uma estrutura de l icenciamento ambiental . 
A resposta da indústr ia fo i amplamente reac ionár ia . A indústr ia invest iu em soluções 
tecnológicas superf ic iais para assegurar que estava de acordo com as regulamentações, sempre 
mais restr i t ivas , e com as l icenças de operação re lac ionadas a condicionantes ambientais , na 
busca de atender ao comando-controle da le gis lação ambiental cada vez mais r igorosa. 
A combinação de negócios com aspectos ambientais em âmbito internacional começou depois 
da Conferência das Nações Unidas de 1972 (Conferência de Estocolmo), quando uma comissão 
independente fo i cr iada: a Comissão Mundial de Desenvolv imento e Meio Ambiente (Brundtland 
Comiss ion) . Esta Comissão encarregou-se da tarefa de reaval iar o meio ambiente no contexto do 
desenvolvimento e publ icou seu re latór io Nosso Futuro em Comum em 1987, que hoje é 
considerado um marco. Esse re latór io introduziu o termo Desenvolv imento Sustentável e inc i tou 
as indústr ias a desenvolverem s istemas de gestão ambiental ef ic ientes . O re latór io fo i ass inado 
por mais de 50 l íderes mundiais , que agendaram uma conferência geral para d iscut ir a 
necess idade do estabelec imento de ações a serem implementadas . 
A ONU, conseqüentemente, decidiu organizar a Conferência de Desenvolvimento e Meio 
Ambiente das Nações Unidas (Unced) , também conhecida como ECO 92, real izada no Rio de 
Janeiro em junho de 1992. L íderes de governos, pr óceres comerc ia is , representantes de mais de 
c inco mi l organizações não-governamentais , jornal istas internacionais e grupos pr ivados de 
vár ias partes do globo se reuniram para d iscut i r como o mundo poderia mudar em direção ao 
desenvolv imento sustentável . 
O resultado da ECO 92 fo i a Agenda 21, um “consenso global e compromisso pol í t ico do mais 
a l to níve l” , mostrando como os governos, as empresas, as organizações não governamentais e 
todos os setores da ação humana podem cooperar para resolver os problemas ambientais 
crucia is que ameaçam a v ida no planeta. 
O Secretár io-Geral da Unced quer ia assegurar-se de que as corporações comerc ia is part ic ipar iam 
no processo da discussão e da decisão f inal . E le , então, pediu a um l íder industr ial suíço para ser 
seu conselheiro nas questões comerc ia is . Esse industr ia l fez seu papel , estabelecendo o 
Conselho Empresar ia l de Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) . 
Este Conselho publ icou um re latór io importante int i tulado Mudança de Rumo, mas também 
decidiu aproximar-se da ISO para discutir o desenvolvimento de padrões ambientais . 
Para le lamente a esses acontecimentos, a Câmara do Comércio Internacional ( ICC) desenvolveu a 
Carta Empresar ia l de Desenvolvimento Sustentável em 1990, que foi lançado no ano seguinte na 
Segunda Conferência Mundial de Gestão Ambienta l das Indústr ias (Wicem). A Carta Empresar ia l 
da ICC contém 16 pr incípios de gestão ambiental . 
Em outra in ic iat iva, a indústr ia química, preo cupada com sua imagem públ ica deter iorada, 
lançou seu Programa de Atuação Responsável , começando no Canadá em 1984, cujos cr i tér ios 
condic ionam à part ic ipação como membro na Associação das Indústr ias Químicas . Sua 
abordagem é f i rmemente baseada nos pr incípios de controle ambiental e de qual idade total , 
inc lu indo aval iação da saúde potencia l e real , segurança e impactos ambientais das at iv idades e 
produtos, e do fornecimento de inform ações para as partes interessadas . 
Desde a metade dos anos 80, e mais recentemen te nas economias emergentes e dinâmicas do 
Oriente e do Ocidente, o segmento empresar ia l está tomando uma at i tude mais proat iva e 
reconhecendo que a gestão ambiental , como in ic ia t iva voluntár ia , pode intensi f icar a imagem 
de corporação, aumentar os lucros e a competi t iv idade, reduzir os custos e prevenir a 
necess idade de proposição de emendas legis lat ivas a serem tomadas pelas autor idades. 
Uma evidência disso é v ista na mudança para “produtos verdes” , com o aumento da “aval iação 
do c ic lo de v ida” – ident i f icar os impactos ambientais de um produto do “berço ao berço” . 
Também têm s ido produzidas inúmeras ferramentas de gestão ambiental , ta is como auditor ia 
ambiental e s istemas de gestão ambiental . Essa s fer ramentas , em sua maior ia , começaram como 
in ic iat ivas voluntár ias dentro das companhias , mas agora afetam as pol í t icas e regulamentações 
governamentais na União Européia, e põem em r isco as pol í t icas administrat ivas nacionais e 
internacionais de bancos e companhias de seguro. 
Interpretação da ISO 14001:2004 Página 4 de 84
 
A implementação de s istemas de gestão ambiental em empresas permanece voluntár ia . No 
entanto, organizações em todo o mundo estão est imando cuidadosamente não só os benef íc io s 
f inanceiros ( ident i f icação e redução de desperdíc ios , melhora na ef ic iência da produção, novo 
potencial de marketing etc . ) que podem surgir de ta is at iv idades, mas também os r iscos de não 
empregar soluções organizacionais e técnicas para problemas ambientais (ac identes, 
incapacidade de obter crédito bancár io e invest imento pr ivado, perda de mercado e da 
c l ientela) . 
Uma das at iv idades mais importantes nos ú l t imos anos ta lvez seja o desenvolv imento de 
padrões no campo ambiental , pr incipalmente daqueles estabelecidos pela ISO. Essas at iv idades 
são essenciais se um SGA (e ações re lac ionadas) tem que ser apl icado no contexto de “campo de 
atuação nivelado”, como exigido por acordos internacionais de exportação e importação, 
inc lu indo a União Européia e a Mundial . Padrões desenvolvidos em nível nacional e europeu 
também afetam indústr ias no mu ndo todo, sendo mais reconhecidos a BS 7750, da Grã-Bretanha 
desde outubro de 1996, subst i tuída pela ISO 14001 , e o EMAS (Environmental Management and 
Audit ing Scheme), da União Européia . 
Neste in íc io do século 21, o homem passa a assumir a mea culpa pelo passado de uso predatór io 
dos recursos natura is . Fa la de desenvolv imento sustentável , como forma de redimir-se dos 
danos causados ao meio ambiente em que vive. 
Passar do discurso do desenvolv imento sustentável para a prát ica das ações ambientais diár iasé 
um caminho que envolve mudanças de comportamento, de procedimentos; demora tempo e 
custa dinheiro, que nem sempre está disponível para essa f inal idade. 
Falar de desenvolvimento sustentável é falar de coisas novas, é rever conceitos . É falar de 
biotecnologia , de tecnologias l impas, de mudanças de padrões de produção e consumo, de 
recic lagem, de reuso, de reaproveitamento e de outras formas de diminuir a pressão sobre 
matér ias-pr imas, e ao mesmo tempo reduzir os impactos causados pelos descartes de 
substâncias e objetos no meio ambiente. 
É importante ressaltar que cada c idadão tem o dever de exerc i tar procedimentos de gestão 
ambiental onde quer que exerça suas at iv idades : no lar , no t rabalho, nas inst i tuições de ensino, 
nos ambientes de lazer e , também, nas ruas por onde passa . Dê sua contr ibuição de forma 
coerente e envide esforços para que as cr ianças s igam rumo certo no caminho da 
sustentabi l idade ambiental , como condição para a sobrevivência da própr ia espécie humana no 
planeta Terra . 
Conceito de Desenvolv imento Sustentável : “É o desenvolvimento que sat isfaz as necessidades 
do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações sat isfazerem suas próprias 
necess idades” (Relatór io Brundtland – Nosso Futuro Comum, da Comissão Mundial de Meio 
Ambiente e Desenvolv imento – ONU) . 
 
Formas de Abordagem das Empresas em Relação às Questões Ambientais 
Dependendo de como a empresa atua em re lação aos problemas ambientais decorrentes das 
suas at iv idades , e la pode desenvolver três di ferentes abordagens e , também podem ser v istas 
como fases de um processo de implementação de prát icas de gestão ambiental numa dada 
empresa. 
F IGURA 1 – EVOLUÇÃO DAS EMPRESAS EM RELAÇÃO A QUESTÃO AMBIENTAL 
 
F O N T E : A D A P T A D O D E B A R B I E R I , 2 0 0 6 
De modo análogo à evolução da gestão da qual idade, a fase inic ia l da gestão ambiental também 
é de caráter corret ivo, as exigências estabelec idas pela legis lação ambiental são vistas como 
problemas a serem resolvidos pelos órgãos técnicos e operac ionais da empresa sem autonomia 
decisór ia e esse trabalho é visto como um custo interno adic ional . Do ponto de v ista ambiental , 
as prát icas de controle da poluição apresentam-se como soluções pobres por estarem focadas 
nos efe itos e não nas causas da poluição e a lcançam poucos efe i tos sobre o montante de 
recursos que a empresa ut i l iza . Na fase seguinte, as so luções para ta is problemas ambientais são 
v istas como meios para aumentar a produt iv idade da empresa, sendo necessár io rever os 
produtos e processos para reduzir a poluição na fonte, reut i l izar e rec ic lar o máximo de 
res íduos. Essa abordagem permite reduzir a poluição e o consumo de recursos para a mesma 
quant idade de bens e serv iços produzida . Por f im, numa etapa mais avançada, a empresa passa a 
CONTROLE 
DE POLUIÇÃO 
Postura reativa 
Ação corretiva 
É um custo adicional 
Práticas ambientais 
Atender aos requisitos 
Restrito a produção 
PREVENÇÃO 
DA POLUIÇÃO 
Postura reativa e proativa 
Ação corretiva e preventiva 
Procura pela redução de custos 
Uso eficiente dos insumos 
Uso de tecnologias mais limpas 
Restrito a algumas áreas
POSTURA ESTRATÉGICA 
Postura reativa e proativa 
Ação corretiva, preventiva e antecipatória
É uma vantagem competitiva 
Uso eficiente dos insumos 
Uso de tecnologias mais limpas 
Disseminada na organização 
Interpretação da ISO 14001:2004 Página 5 de 84
 
considerar as questões ambientais como que stões estratégicas , minimizando problemas que 
podem comprometer a competit iv idade da empresa, capturando oportunidades mercadológicas 
(BARBIERI , 2006) . 
TABELA 2 – T IPOS DE ABORDAGENS À QUESTÃO AMBIENTAL 
CARACTERÍSTICAS CONTROLE DA 
POLUIÇÃO 
PREVENÇÃO DA 
POLUIÇÃO 
ESTRATÉGICA 
Preocupação básica 
Cumprimento da legislação 
e resposta às pressões da 
comunidade 
Uso eficiente dos insumos Competitividade 
Postura típica Reativa Reativa e proativa Reativa e proativa 
Ações típicas 
Corretivas; 
Tecnologias de remediação 
e de controle no final do 
processo (end-of-pipe); 
Aplicação de norma de 
segurança. 
Corretivas e preventivas; 
Conservação e 
substituição de insumos; 
Uso de tecnologias limpas. 
Corretivas, preventivas e 
antecipatórias; 
Antecipação de problemas 
e captura de 
oportunidades utilizando 
soluções de médio e longo 
prazo; 
Uso de tecnologias limpas. 
Percepção dos 
empresários e 
administradores 
Custo adicional 
Redução de custo e 
aumento da produtividade 
Vantagens competitivas 
Envolvimento da alta 
administração Esporádico Periódico Permanente e sistemático 
Áreas envolvidas 
Ações ambientais 
confinadas nas áreas 
produtivas. 
As principais ações 
ambientais continuam 
confinadas nas áreas 
produtivas, mas há 
envolvimento de ouras 
áreas. 
Atividades ambientais 
disseminadas pela 
organização; 
Ampliação das ações 
ambientais para toda a 
cadeia produtiva. 
F O N T E : B A R B I E R I , 2 0 0 6 
 
A Gestão Ambiental e as Organizações 
(SEBRAE, 2004) Os negócios são estabelec idos com alguns propósitos def in idos, mas 
fundamentalmente v isam o LUCRO. E é saudável que tenham lucros , bons lucros. 
Não há incompatibi l idade a lguma entre um empreendimento rentável e uma GESTÃO 
AMBIENTAL adequada. 
Muito pelo contrár io , a exper iência tem demonstrado que as empresas mais bem controladas 
têm seus custos reduzidos por que: 
9 Consomem menos água, pelo uso rac ional ; 
9 Consomem menos energia , pela redução do desperdíc io ; 
9 Uti l izam menos matér ia-pr ima, pela rac ional ização do seu uso; 
9 Geram menos sobras e res íduos, pela adequação do uso de insumos; 
9 Reuti l izam, rec ic lam ou vendem res íduos, quando poss ível ; 
9 Gastam menos com controle de poluição. 
Ao reduzir seus custos, as empresas e levam sua competit iv idade, pois podem cobrar preços 
menores. Além disso, conquistam novos consumidores pela demonstração de responsabi l idade 
socia l , já que hoje o consumidor , cada vez mais consciente e bem informado a respeito dos 
efeitos ambientais e processos produtivos ecologicamente saudáveis , está disposto a pagar mais 
caro por marcas associadas a uma at i tude posit iva em relação à proteção do meio ambiente. 
É comum pensar que as indústr ias , inc lus ive as agroindústr ias , são as grandes poluidoras do 
meio ambiente, porque l idam com recursos naturais , consomem muita água e energia , emitem 
poeiras e gases tóxicos e geram ef luentes e resíduos sól idos de dif íc i l t ratamento. 
Mas, na real idade, qualquer at iv idade humana está int imamente envolv ida com aspectos 
ambientais importantes . 
Os setores de comérc io e serviços têm grande responsabi l idade ambiental , pois são 
consumidores, vendedores e repassadores de produtos industr ial izados . Podem desenvolver , por 
Interpretação da ISO 14001:2004 Página 6 de 84
 
exemplo, programas especiais de conservação de energia e água, de reut i l ização de embalagens, 
de rec ic lagem de papel ou de qual i f icação de consumo para produtos ambientalmente mais 
saudáveis , v isando melhorar seu desempenho ambiental . 
A lém disso, comércio e serv iços são grandes empregadores de mão-de-obra qual i f icada. Essa 
conscient ização é muito importante para o aperfeiçoamento de processos produtivos e o 
desenvolvimento da consciência ambiental de produtores e consumidores. 
A gestão ambiental é uma abordagem s istêmica em que a preocupação ambiental está em todos 
os aspectos dos negócios das organizações. A implementação de s istema de gestão ambiental é , 
normalmente, um processo voluntár io . Ao optar pela sua implantação, porém, as companhias 
não estão visando apenas os benef íc ios f inanceiros (economia de matér ia-pr ima, ef ic iência na 
produção e market ing) . Estão também, est imando os r i scos de não gerenciar adequadamente 
seus aspectos ambientais (ac identes, descumprimento da legis lação ambiental , incapacidade de 
obter crédito bancár io e outros invest imentos de capitais , e perda de mercados por 
incapacidade competit iva) . 
Uma gestão ambiental adequada, expressa numa pol í t ica ambiental , obviamente, é o marco 
in ic ia l para que as empresas integrem seus aspectos ambientais às suas operações . As 
ferramentas para assegurar atenção s istemática e at ingir a pol í t ica ambiental e os objet ivos 
ambientais inc luem, entre outras , s is tema de gestão ambiental e auditor ias ambientais . Essas 
a judam a controlar e aperfe içoar o desempenho ambiental de acordo com a pol í t ica ambiental 
da companhia. Ferramentas adic ionais também estão à disposição, como metodologias para 
aval iação do c ic lo de v ida dos produtos, programas de rotulagem ambiental e métodos para 
aval iação de desempenho. 
Esses instrumentos têm s ido reputados em vár ios países , pelas corporações governamentais , 
como instrumentos convenientes para que as organizações adotem um SGA e o usem com l ivre 
arbítr io , sem pressão legis lat iva. Ao mesmo tempo, organizações nacionais e internacionais vêm 
adotando esses instrumentos como ferramentas úte is . 
Organizações de todos os t ipos estão cada vez mais preocupadas em at ingir e demonstrar um 
desempenho ambiental correto , controlando os impactos de suas at iv idades, produtos ou 
serviços no meio ambiente, levando em consideraç ão sua pol í t ica e seus objet ivos ambientais . 
Esse comportamento se insere no contexto de uma legis lação cada vez mais ex igente, do 
desenvolvimento de pol í t icas econômicas , de outr as medidas dest inadas a est imular a proteção 
ao meio ambiente e de uma crescente preocupação das partes interessadas em re lação às 
questões ambientais e ao desenvolv imento sustentável . 
 
Modelos de Gestão Ambiental 
Os modelos de gestão ambiental incorporam a idéia de prevenção da poluição e encaram os 
problemas ambientais a part i r de uma visão mais ampla que pode ser al inhada à estratégia da 
empresa. 
Esses modelos , embora representem de modo s impl i f icado a real idade empresar ial , permitem 
or ientar as decisões sobre como, quando, onde e com quem abordar os problemas e como essas 
decisões se re lac ionam com as demais questões empresar ia is . 
Como cada modelo apresenta pontos fortes e f racos, é poss ível combinar seus e lementos para 
cr iar um modelo própr io , uma vez que e les não são mutuamente exc lus ivos. Esses modelos ou 
suas var iações permitem implementações isoladas , ou seja , uma dada empresa com seu própr io 
esforço podem-se adotar um desses modelos , embora sempre haja a necess idade de art iculação 
com fornecedores , t ransportadores , recic ladores, ent idades apoiadoras e outros agentes 
(BARBIERI , 2006) . 
TABELA 3 – MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL 
MODELO 
CARACTERÍSTICAS 
BÁSICAS 
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS 
GESTÃO DA 
QUALIDADE 
AMBIENTAL TOTAL 
(TQEM) 
EXTENSÃO DOS 
PRINCÍPIOS E DAS 
PRÁTICAS DA QUALIDADE 
TOTAL ÀS QUESTÕES 
AMBIENTAIS 
MOBILIZAÇÃO DA 
ORGANIZAÇÃO, SEUS 
CLIENTES E PARCEIROS 
PARA AS QUESTÕES 
AMBIENTAIS 
DEPENDE DE UM ESFORÇO 
CONTÍNUO PARA MANTER A 
MOTIVAÇÃO INICIAL. 
PRODUÇÃO 
MAIS LIMPA 
(CLEAN PRODUCTION) 
ESTRATÉGIA AMBIENTAL 
PREVENTIVA APLICADA DE 
ACORDO COM UMA 
SEQÜÊNCIA DE 
PRIORIDADES CUJA 
PRIMEIRA É A REDUÇÃO 
DE RESÍDUOS E EMISSÕES 
NA FONTE 
ATENÇÃO CONCENTRADA 
SOBRE A EFICIÊNCIA 
OPERACIONAL, A 
SUBSTITUIÇÃO DE 
MATERIAIS PERIGOSOS E A 
MINIMIZAÇÃO DE 
RESÍDUOS 
DEPENDE DE 
DESENVOLVIMENTO 
TECNOLÓGICO E DE 
INVESTIMENTOS PARA A 
CONTINUIDADE DO 
PROGRAMA NO LONGO PRAZO 
Interpretação da ISO 14001:2004 Página 7 de 84
 
MODELO 
CARACTERÍSTICAS 
BÁSICAS 
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS 
ECOEFICIÊNCIA 
(ECO EFFICIENCY) 
EFICIÊNCIA COM QUE OS 
RECURSOS ECOLÓGICOS 
SÃO USADOS PARA 
ATENDER ÀS 
NECESSIDADES HUMANAS 
ÊNFASE NA REDUÇÃO DA 
INTENSIDADE DE 
MATERIAIS DE ENERGIA EM 
PRODUTOS E SERVIÇOS, NO 
USO DE RECURSOS 
RENOVÁVEIS E NO 
ALONGAMENTO DA VIDA 
ÚTIL DOS PRODUTOS 
DEPENDE DE 
DESENVOLVIMENTO 
TECNOLÓGICO, DE POLÍTICAS 
PÚBLICAS APROPRIADAS E DE 
CONTINGENTES 
SIGNIFICATIVOS DE 
CONSUMIDORES 
AMBIENTALMENTE 
RESPONSÁVEIS 
PROJETO PARA 
O MEIO AMBIENTE 
(DESIGN FOR 
ENVIRONMENT) 
PROJETAR PRODUTOS E 
PROCESSOS 
CONSIDERANDO OS 
IMPACTOS SOBRE O MEIO 
AMBIENTE 
INCLUSÃO DAS 
PREOCUPAÇÕES 
AMBIENTAIS DESDE A 
CONCEPÇÃO DO PRODUTO 
OU PROCESSO 
OS PRODUTOS CONCORREM 
COM OUTROS SIMILARES QUE 
PODEM SER MAIS ATRATIVOS 
EM TERMOS DE PREÇO, 
CONDIÇÕES DE PAGAMENTO E 
OUTRAS CONSIDERAÇÕES NÃO 
AMBIENTAIS 
FAMÍLIA 
DE 
NORMAS 
ISO 14.000 
UMA GESTÃO AMBIENTAL 
ATRAVÉS DE UMA SÉRIE DE 
NORMAS SOBRE: SISTEMAS 
DE GESTÃO AMBIENTAL, 
AUDITORIA AMBIENTAL, 
AVALIAÇÃO DO 
DESEMPENHO AMBIENTAL, 
AVALIAÇÃO DO CICLO DE 
VIDA DO PRODUTO, 
ROTULAGEM AMBIENTAL E 
ASPECTOS AMBIENTAIS EM 
NORMAS DE PRODUTOS. 
POSSUI A NORMA SOBRE 
SISTEMA DE GESTÃO 
AMBIENTAL MAIS 
UTILIZADA NO MUNDO; 
PODE SER UTILIZADA EM 
CONJUNTO COM OUTRAS 
NORMAS DE GESTÃO 
AMBIENTAL; 
COMPATIBILIDADE COM 
OUTRAS NORMAS DE 
GESTÃO. 
NORMAS PROTEGIDAS POR 
DIREITO AUTORAL; 
ALTO CUSTO (acima de US$ 
370.00) DE AQUISIÇÃO DE 
TODAS AS NORMAS; 
NEM TODAS AS NORMAS 
FORAM PUBLICADAS. 
F O N T E : A D A P T A D O D E B A R B I E R I , 2 0 0 6 
 
Instrumentos ou Ferramentas de Gestão 
A adoção de qualquer modelo de gestão requer o uso de instrumentos, aqui entendemos como 
meios ou ferramentas para a lcançar objet ivos em uma matér ia ambiental (BARBIERI , 2006) . 
Auditor ia ambiental , aval iação do c ic lo de vida, estudos de impactos ambientais , s is tema de 
gestão ambiental , re latór ios ambientais , rotulagem ambienta l , gerenciamento de r i scos 
ambientais , educação ambiental são alguns entre muitos instrumentos de que as empresas 
podem se valer para alcançar objet ivos ambientais . 
F IGURA 2 – INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL 
 
F O N T E : A D A P T A D O D E B A R B I E R I , 2 0 0 6 
AUDITORIA 
AMBIENTAL 
AVALIAÇÃO 
DE IMPACTOS 
AMBIENTAIS
EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL 
AVALIAÇÃO DO
DESEMPENHO 
AMBIENTAL
ANÁLISE 
DO 
CICLO DE VIDA 
GESTÃO AMBIENTAL 
SISTEMA DE 
GESTÃO 
AMBIENTAL 
Interpretação da ISO 14001:2004 Página 8 de 84
 
Muitos também são instrumentos de pol í t ica públ ica , como, em certos casos , o estudo de 
impactos ambientais e a auditor ia ambiental . 
Outros são de caráter hor izontal , i s to é , são instrumentos que podem ser apl icados em qualquer 
empresa independente de seu porte e setor de atuação, como s istemas de gestão ambiental . 
A lguns se apl icam diretamente aos produtos, como a rotulagem ambiental e a aval iação do c ic lo 
de v ida; outros na empresa como um todo ou em parte dela , como o s istema de gestão, a 
auditor ia e a aval iação do desempenho ambiental . 
Há instrumentos,como esses ú lt imos, que são apl icados em s i tuações, operações ou at ivos 
existentes para a melhor ia do desempenho ambiental , enquanto outros v isam encontrar 
soluções antes que os problemas apareçam, como o estudo prévio de impacto ambiental e os 
projetos para o meio ambiente. 
A l i s ta de instrumentos de gestão ambiental pode ser ampl iada com a inc lusão dos instrumento s 
convencionais ut i l izados nas empresas para f ins de qual idade e produt iv idade, ta is como anál ise 
de valor , l i s tas de ver i f icação, cartas de controle , d iagrama de relações, d iagrama de cause-
efei to , c ic lo PDCA, anál ise de falhas, manutenção preventiva , gestão ef ic iente de mater ia is , 
prát icas correntes de housekeeping, etc . 
Aval iação de Impacto Ambiental : Este é um proced imento formal para aval iar os efe i tos sobre o 
meio ambiente de uma nova at ividade ou insta lação, que pode ser usado tanto para aval iar os 
impactos ambientais de grandes indústr ias ou obras públ icas , quanto para examinar pol í t icas , 
programas e planos. Normalmente aval iam-se os impactos econômicos e ambientais nos 
projetos, mas cada vez mais estão sendo inc luídos os impactos sociais . 
Auditor ias : A auditor ia é um processo de aval iar a efet iv idade de um s istema para a lcançar seus 
objet ivos declarados , inclus ive às exigências legais e reguladoras . Apesar de ser mais 
f reqüentemente apl icada a s istemas f inanceiros , as auditor ias ambientais e energét icas estão se 
tornando cada vez mais comuns. Auditor ias ambientais podem ser apl icadas a estruturas 
organizacionais , procedimentos administrat ivos e operac ionais , áreas de trabalho, operações, 
processos ou documentação. 
Uma auditor ia pode envolver o uso de quest ionár ios , entrevistas , medições e observações 
diretas , dependendo da natureza da função a ser auditada. As pessoas que real izam a auditor ia 
devem ser independentes das at iv idades ou áreas sendo auditadas. Os re latór ios de auditor ia 
podem inc luir detalhes sobre infrações ou outras def ic iências , as poss íveis razões de ta is 
problemas, recomendações para ações corret ivas e aval iações da efet ividade das melhor ias 
resultantes de outras auditor ias . 
A Auditor ia Ambiental aval ia as condições e o impacto ambiental das at iv idades de um projeto 
ou inst i tu ição. Em uma c idade, este processo pode ser d iv id ido nos n íveis ' interno' (aval iação 
das prát icas e pol í t icas ut i l izadas) e 'externo' ( re latór io das condições ambientais) . 
Aval iação do desempenho ambiental : A ADA é a aval iação evolut iva do desempenho ambiental 
de uma determinada organização. É um método que permite medir e melhorar os resultados da 
gestão ambiental prat icada numa dada organização ou at iv idade econômica. Ex ista ou não um 
s istema de gestão ambiental formal implementado na ent idade em causa, este instrumento 
poderá ser apl icado, a inda que, ta l como sugere o mesmo autor , será mais vantajoso se pelo 
menos alguns aspectos do SGA est iverem implementados. 
Anál ise do c ic lo de v ida: A Anál ise do Cic lo de Vida (ACV) é um método técnico para aval iação 
dos aspectos ambientais e dos impactos potencia is associados a um produto, compreendendo 
etapas que vão desde a ret i rada dos recursos da natureza até a disposição do produto f inal . Esta 
técnica auxi l ia na ident i f icação de pr ior idades e afasta-se do enfoque tradic ional de end-of-pipe 
( t ratamento no f inal do processo) para a proteção ambiental . 
Educação ambiental : A educação ambiental tem como objet ivo fundamental lograr que os 
indiv íduos e a colet ividade compreendam a natureza complexa do meio ambiente natural e do 
meio ambiente cr iado pelo homem, resultante da integração de seus aspectos biológicos, 
f í s icos , soc ia is , econômicos e culturais , e adquiram os conhecimentos, os valores , os 
comportamentos e as habi l idades prát icas para part ic ipar responsável e ef icazmente d a 
prevenção e so lução dos problemas ambientais , e da gestão da qual idade do meio ambiente. 
 
Sistemas de Gestão Ambiental 
Segundo o SEBRAE (2004) S istemas de Gestão Ambiental podem ser apl icados a qualquer 
at iv idade econômica, em organizações públ icas ou pr ivadas , especia lmente naqueles 
empreendimentos que apresentam r iscos de provocar impactos negat ivos ao meio ambiente. Um 
Sistema de Gestão Ambiental poss ibi l i ta a uma organização controlar e minimizar os r i scos 
ambientais de suas at iv idades. Além disso, a adoção de um Sistema de Gestão Ambiental 
representa uma importante vantagem competi t iva, o mercado reconhece e valor iza as 
organizações ecologicamente corretas . Também é crescente o nível de exigências legais para 
que os bens produzidos sejam ambientalmente adequados em todo o seu c ic lo de v ida: que não 
agr idam o meio ambiente desde a or igem de sua matér ia-pr ima, durante sua produção e 
entrega, até sua obsolescência e d isposição f inal . 
Interpretação da ISO 14001:2004 Página 9 de 84
 
Um Sistema de Gestão Ambiental é parte do s istema administrat ivo geral de uma empresa. E le 
inclui a estrutura organizacional , at iv idades de planejamento, responsabi l idades , tre inamentos, 
procedimentos, processos e recursos para a implementação e manutenção da gestão ambiental . 
Também inc lui aqueles aspectos de administração que planejam, desenvolvem, implementam, 
at ingem, revisam, mantêm e melhoram a pol í t ica ambiental , os objet ivos e metas da empresa . 
Dentre as caracter íst icas de um SGA, este ajuda a empresa a : 
a ) Ident i f icar e controlar os aspectos, impactos e r i scos ambientais re levantes para a 
organização. 
b) Atingir sua pol í t ica ambiental , seus objet ivos e metas, inc lu indo o cumprimento da 
legis lação ambiental . 
c ) Def inir uma sér ie bás ica de pr incípios que guiem a abordagem da sua organização em 
re lação a suas futuras responsabi l idades ambientais . 
d) Estabelecer metas de curto, médio e longo prazos para o desempenho ambiental , 
assegurando o equi l íbr io de custos e benef íc ios , para a organização e para seus vár ios 
ac ionistas e interessados. 
e ) Determinar que recursos são necessár ios para at ingir ta is metas , garant ir 
responsabi l idades por e las e comprometer os recursos necessár ios . 
f ) Def inir e documentar tarefas , responsabi l idades, autor idades e procedimentos 
especí f icos para assegurar que cada empregado aja no curso de seu t rabalho diár io para 
a judar a minimizar ou e l iminar o impacto negat ivo da empresa no meio ambiente. 
g) Comunicar tudo isso à organização e tre inar pessoal para cumprir e f icazmente seus 
compromissos. 
h) Medir o desempenho em re lação a padrões e metas preestabelec idos e modif icar a 
abordagem, se necessár io (NBR ISO 14001:2004, p . 11; NBR ISO 14004:2004, p . v i ; SEBRAE, 
2004, p . 57; SGS, 2003, p . 10) . 
 
A família de normas ISO 14000 
A “ International Organisat ion for Standardisat ion” ( ISO) é uma federação de organismos de 
normal ização de 130 países , um por país . A ISO é uma organização não governamental e foi 
estabelec ida em 1947. A sua missão consiste na promoção do desenvolv imento da normal ização 
e at iv idades re lac ionadas, em todo o mundo, como elemento fac i l i tadordas t rocas comerc ia is de 
bens e serviços, dentro dos pr inc ípios da Organização Mundial do Comércio (APCER, 2003) . 
O Br i t ish Standards Inst i tut ion in ic iou a cr iação de uma norma sobre SGA no f inal dos anos 
1980s, resultando daí a BS 7750 em 1991. Seguindo o exemplo desse órgão, em vár ios países 
foram cr iadas normas para o mesmo f im, gerando restr ições ao comérc io internacional . A ISO 
entra em cena e em 1992 cr iou um grupo de assessor ia denominado Strategic Advisory Group on 
the Environment (SAGE) para estudar as questões decorrentes da divers idade crescente de 
normas ambientais e seus impactos sobre o comérc io internacional . O SAGE recomendou a 
cr iação de um comitê especí f ico para a e laboraç ão de normas sobre gestão ambiental , o Comitê 
Técnico 207 (TC 207) . Em 1 .996 são editadas as pr imeiras normas sobre gestão ambiental a cargo 
do Subcomitê 1 (SC1) : a ISO 14.001 e 14.004, ambas sobre SGA. Desde então outras foram 
editadas sobre outros tópicos da gestão, ta is como, auditor ia ambiental , rotu lagem ambiental , 
aval iação do c ic lo do produto etc . Essas normas que em outubro de 2 .006 eram 30 formam um 
s istema de normas, de acordo com um c ic lo PDCA ampl iado, como mostra a F igura 3 (CAJAZEIRA; 
BARBIERI , 2005) . 
A série ISO 14000 lida com sistemas e métodos gerenciais e não com normas técnicas ou relativas ao produto, 
focalizam o estabelecimento de um sistema para alcançar internamente o estabelecimento de políticas, objetivos e 
alvos. Além disso, requerem que essas políticas incluam elementos que cumpram as leis e regulamentações e que 
evitem a poluição. Mas os padrões não ditam como a organização alcançará essas metas nem descrevem o tipo ou 
nível de desempenho exigido. Assim como a série ISO 9000, focaliza-se nos processos necessários para alcançar 
resultados e não nos próprios resultados, o objetivo é aumentar a confiança de todos os interessados em que a 
organização possui um sistema que provavelmente levará a um melhor desempenho ambiental (BOGO, 1998). 
As normas c i tadas na F igura 3 são autônomas, podendo ser implementadas de modo isolado. 
Porém há uma expectat iva de que os melhores resultados venham a ser obtidos na medida em 
que as normas sejam usadas de modo art iculado, como será mostrado a seguir em re lação à 
implantação e manutenção de um SGA com base na ISO 14001 e ISO 14004. A norma ISO 14004 
não é um guia para a ISO 14001, um equívoco muito comum observado inc lus ive na l i teratura 
acadêmica, mas um guia para um s istema de gerenciamento ambiental genér ico e , portanto, 
mais abrangente que os própr ios requis i tos da ISO 14001 (CAJAZEIRA; BARBIERI , 2005) . 
O núcleo desse c ic lo é a ISO 14001, uma norma também concebida como um c ic lo PDCA (Plan-
Do-Check-Act) . Todas as normas da gestão têm como base o c ic lo PDCA, cr iado na década de 
1930 por Walter A. Shewart para efe i to da gestão da qual idade, e que passou a ser ut i l izado para 
outros propósitos tornando-se uma espécie de modelo padrão de gestão para implementar 
qualquer melhor ia de modo s istemático e cont ínuo. 
Interpretação da ISO 14001:2004 Página 10 de 84
 
FIGURA 3 – Modelo ISO 14001 e suas correlações com as demais normas da série 14000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: ADAPTADO DE CAJAZEIRA; BARBIERI, 2005 E ISO/TC207, 2002 
 
 
ISO 14001 e ISO 14004 
Sistema 
de 
Gestão Ambiental 
Priorização 
dos aspectos 
ambientais 
Série ISO 14040
 
Análise do 
ciclo de vida 
Descrição do 
desempenho 
ambiental dos 
produtos 
Integração 
dos 
aspectos ambientais
no 
projeto e 
desenvolvimento 
ISO 14062
 
 Projeto para o
meio ambiente 
(Design for environment) 
Melhoria do 
desempenho 
ambiental dos 
produtos 
ISO 14063
 
Comunicações 
ambientais 
Série ISO 14020
 
Selos e declarações 
ambientais 
Comunicação
do 
desempenho
ambiental 
Informações sobre 
aspectos 
ambientais dos 
produtos 
Comunicação do 
desempenho 
ambiental 
Monitoramento 
do desempenho 
ambiental 
Série ISO 14030
 
Avaliação do 
desempenho ambiental 
Descrição do 
desempenho 
ambiental 
ISO 19011
Auditoria do 
sistema de 
gestão ambiental 
Monitoramento
da performance
do SGA 
Informações sobre 
o desempenho do 
SGA 
Avaliação 
de locais e 
organizações 
ISO 14015
 
Avaliação ambiental de 
locais e organizações 
 
Avaliação das 
questões 
ambientais 
associadas a locais 
e /ou atividades 
Interpretação da ISO 14001:2004 Página 11 de 84
 
TABELA 4 APLICAÇÕES DAS NORMAS DA SÉRIE ABNT NBR ISO 14000 NO NÍVEL ORGANIZACIONAL 
IMPLEMENTAÇÃO 
DE 
SISTEMAS 
DE 
GESTÃO 
AMBIENTAL 
(SGA) 
ABNT NBR ISO 
14001:2004 
ABNT NBR ISO 
14004:2005 
Ajuda a 
organização a 
estabelecer um 
SGA novo ou 
melhorar um SGA 
existente 
ABNT NBR ISO 
14001:2004 
Especifica os 
requisitos para 
que o SGA possa 
ser objetivamente 
auditado para fins 
de certificação de 
primeira, segunda 
ou terceira parte
ABNT NBR ISO 
14004:2005 
Fornece 
diretrizes para 
ajudar a 
organização a 
estabelecer e 
implementar um 
SGA, incluindo 
orientações que 
vão além dos 
requisitos da 
ABNT NBR ISO 
14001 
ABNT NBR ISO 
14005 
Fornece diretrizes 
para uma execução 
gradual de um 
sistema de gestão 
ambiental, 
incluindo o uso da 
avaliação de 
desempenho 
ambiental 
ABNT NBR ISO/TR
14061:1998 
Contém 
informações que 
auxiliam na 
implementação da 
ABNT NBR ISO 
14001 e da ABNT 
NBR ISO 14004 em 
organizações de 
gestão florestal e 
na indústria de 
produtos 
florestais 
 
REALIZAÇÃO 
DE 
AUDITORIAS 
AMBIENTAIS 
E 
DE 
OUTRAS 
INVESTIGAÇÕES 
RELACIONADAS 
ABNT NBR ISO 
14010:1996 
Fornece diretrizes 
sobre os princípios 
gerais comuns à 
realização de 
qualquer auditoria 
ambiental 
(norma 
cancelada) 
ABNT NBR ISO 
14011:1996 
Fornece diretrizes 
sobre os 
procedimentos 
para a realização 
de auditorias de 
SGA, incluindo os 
critérios para 
seleção e formação 
de equipes de 
auditoria 
(norma 
cancelada) 
ABNT NBR ISO 
14012:1996 
Fornece 
diretrizes sobre 
as qualificações 
de auditores e 
auditores líderes 
ambientais 
internos e 
externos 
(norma 
cancelada) 
ABNT NBR ISO 
14015:2003 
Ajuda a 
organização a 
identificar e 
avaliar os aspectos 
ambientais e suas 
conseqüências 
para a empresa, a 
fim de dar suporte 
à transferência de 
propriedades, 
responsabilidades 
e obrigações de 
uma parte para 
outra 
ABNT NBR ISO 
19011:2002 
(substitui as 
normas ABNT NBR 
ISO 14010, 14011 e 
14012) Fornece 
diretrizes sobre os 
princípios de 
auditoria; a gestão 
de programas de 
auditoria; a 
realização de 
auditorias de 
sistemas de 
gestão; e a 
competência de 
auditores 
ABNT NBR 
ISO GUIA 
66:2001 
Requisitos 
gerais para 
organismos 
que operam 
avaliação e 
certificação 
/registro de 
sistemas de 
gestão 
ambiental (SGA).
AVALIAÇÃO 
DO 
DESEMPENHO 
AMBIENTAL 
ABNT NBR ISO 
14031:2004 
Fornece diretrizes 
sobre a seleção e 
o uso de 
indicadores para 
avaliar o 
desempenho 
ambiental da 
organização 
ABNT NBR 
ISO/TR 
14032 
Fornece 
exemplos de 
organizações 
reais para 
ilustrar o uso 
das orientações 
da ABNT NBR 
ISO 14031 
COMUNICAÇÃO
DE 
RESULTADOS 
ABNT NBR ISO 
14063Fornecerá 
diretrizes sobre 
a comunicação 
referente ao 
desempenho 
ambiental e aos 
aspectos 
ambientais da 
organização 
COMPREENSÃO
DE 
TERMOS 
E 
DEFINIÇÕES 
ABNT NBR 
ISO 
14050 
Ajuda a 
organização 
a 
compreender 
os termos 
usados nas 
normas da 
série ABNT 
NBR ISO 
14000 
USO 
DE 
RÓTULOS 
E 
DECLARAÇÕES 
AMBIENTAIS 
ABNT NBR ISO 
14020:2002 
Fornece princípios 
gerais que servem 
como base para o 
desenvolvimento 
de diretrizes e 
normas ABNT NBR 
ISO sobre rótulos 
e declarações 
ambientais 
ABNT NBR ISO 
14021:2004 
Fornece diretrizes 
sobre a 
terminologia, os 
símbolos e as 
metodologias de 
ensaio e 
verificação que a 
organização deve 
usar para auto-
declarar os 
aspectos 
ambientais de 
seus produtos e 
serviços 
(Rotulagem 
Ambiental 
Tipo II) 
ABNT NBR ISO 
14024:2004 
Fornece os 
princípios e 
procedimentos 
guias para 
programas de 
certificação de 
terceira parte 
(Rotulagem 
Ambiental 
Tipo I) 
ABNT NBR ISO/TR 
14025 
Identifica e 
descreve elementos 
e questões para 
serem considerados 
ao se fazer 
declarações de 
informações 
quantificadas sobre 
o produto, baseadas 
em dados do 
Inventário do Ciclo 
de Vida (Declarações 
Ambientais 
Tipo III) 
COMPREENSÃO
DE 
TERMOS 
E 
DEFINIÇÕES 
ABNT NBR 
ISO 
14050 
Ajuda a 
organização a 
compreender 
os termos 
usados nas 
normas da 
série ABNT 
NBR ISO 
14000 
Interpretação da ISO 14001:2004 Página 12 de 84
 
REALIZAÇÃO 
DE 
AVALIAÇÕES 
DO 
CICLO DE VIDA 
(ACV) 
ABNT NBR ISO 
14040:2001 
Fornece os 
princípios 
gerais, a 
estrutura e os 
requisitos 
metodológicos 
para a ACV de 
produtos e 
serviços 
ABNT NBR ISO 
14041:2004 
Fornece 
diretrizes para 
se determinar o 
objetivo e o 
escopo de um 
estudo ACV e 
realizar um 
inventário do 
ciclo de vida 
ABNT NBR 
ISO 
14042:2004 
Fornece 
diretrizes para 
se realizar a 
fase de 
avaliação do 
impacto no 
ciclo de vida 
de um estudo 
ACV 
ABNT NBR 
ISO/TR 
14043:2005 
Fornece diretrizes 
para a 
interpretação dos 
resultados de um 
estudo ACV 
ABNT NBR 
ISO/TS 
14048 
Fornece 
informações 
com relação à 
formatação de 
dados para dar 
suporte à 
avaliação do 
ciclo de vida 
ABNT NBR 
ISO/TR 
14049/14
047 
Fornece 
exemplos 
que 
ilustram 
como 
aplicar as 
diretrizes 
da ABNT 
NBR ISO 
14041 e da 
ABNT NBR 
ISO 14042 
INCLUSÃO 
DE 
ASPECTOS 
AMBIENTAIS 
EM 
PRODUTOS 
E 
EM NORMAS 
DE 
PRODUTOS 
ABNT NBR 
ISO GUIA 
64:2002 
Ajuda os 
escritores de 
normas de 
produtos a 
incluir os 
aspectos 
ambientais 
nessas normas 
(em revisão) 
ABNT NBR 
ISO/TR 
14062:2004 
Fornece 
conceitos e 
práticas atuais 
relacionadas 
com a 
integração de 
aspectos 
ambientais no 
projeto e 
desenvolviment
o de produtos 
ABNT NBR 
ISO 
17422:2002 
Plásticos - 
Aspectos 
ambientais - 
Diretrizes 
gerais para sua 
inclusão em 
normas 
 
COMPREENSÃO 
DE 
TERMOS 
E 
DEFINIÇÕES 
ABNT NBR ISO 
14050:2004 
Ajuda a 
organização a 
compreender os 
termos usados 
nas normas da 
série ABNT NBR 
ISO 14000- 
ABNT NBR: Normas Brasileiras ISO: International Organization for Standardization 
TR: Relatório Técnico TS: Especificação Técnica 
FONTE: ADAPTADO DE ABNT/CB-38 – COMITÊ BRASILEIRO DE GESTÃO AMBIENTAL E ISO/TC207, 2002

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