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Resenha do Texto: Cinco notas a propósito da “Questão Social” de José Paulo Netto Netto, José Paulo. Cinco Notas a propósito da “questão social”. Temporalis – Revista da Associação Brasileira de Ensino e pesquisa em serviço social – ABEPSS.Brasília: Ano II , nº3 – Janeiro a Junho de 2001. Este é um texto onde José Paulo Netto convidado pelos organizadores do VII ENPESS, aborda determinações teóricas e históricas para descrever o seu entendimento sobre a “questão social” na tradição marxista, sintetizando suas ideias em cinco notas a respeito deste tema. Na primeira nota Netto esclarece que a expressão “questão social” é recente pois anteriormente utilizava-se o termo pauperismo para explicar o fenômeno que ocorria com a população trabalhadora na Europa ocidental durante os impactos da primeira onda industrializante, onde a desigualdade entre várias camadas sociais polarizava entre ricos e pobres, e radicalmente a nova dinâmica da pobreza se generalizava. A pobreza crescia ao mesmo tempo em que aumentava a capacidade social de produzir riquezas, porém lamentavelmente para a ordem burguesa, os pauperizados não se conformaram com esta situação protestando de diversas formas , ameaçando assim as instituições sociais existentes. A segunda nota o autor indica que a expressão “questão social” desliza para o vocabulário próprio do pensamento conservador, perdendo sua estrutura histórica determinada e crescentemente se naturalizando entre pensadores. Explica que as manifestações imediatas da “questão social” (forte desigualdade, desemprego, fome, doenças, penúria, desamparo frente a conjunturas econômicas adversas etc.)eram vistas como o desdobramento, na sociedade moderna de características inelimináveis de toda e qualquer ordem social, que podem no máximo, ser objeto de uma intervenção política limitada. Para ele a resolução efetiva do conjunto problemático designado pela expressão”questão social” seria função da destruição da ordem burguesa. Como terceira nota vem a explicação de José Paulo Netto de que consciência política não é o mesmo de compreensão teórica,e que apenas na publicação do livro o capital em 1867 que Marx pôde esclarecer com precisão a dinâmica da “questão social”. Segundo ele o desenvolvimento capitalista produz compulsoriamente, a “ questão social” – diferentes estágios capitalistas produzem diferentes manifestações da “questão social “, sua existência e suas manifestações são indissociáveis da dinâmica especifica do capital. A “questão social está elementarmente determinada pelo traço próprio e peculiar da relação capital/trabalho – a exploração , ela tem a ver, exclusivamente, com a sociabilidade erguida sob o comando do capital. A quarta nota do texto de Netto aponte que após a Segunda guerra mundial o capitalismo viveu uma larga conjuntura de crescimento econômico, parecendo remeter ao passado a “questão social” e suas manifestações .Apenas os marxistas assinalavam que as melhorias nas condições de vida dos trabalhadores não alteravam a essência exploradora do capitalismo. A conjunção “globalização” mais “neoliberalismo” veio para demosntrar que o capital não tem nenhum “compromisso social” - o seu esforço para romper com qualque regulação política, extra mercado, tem sido coroado a êxito. Em sua quinta e última nota o autor conclui que inexiste qualquer “nova questão social”. O que devemos investigar é, para além da permanência de manifestações “tradicionais” da “questão social”, a emergência de novas expressões da “questão social” que é insuprimivel sem a supressão da ordem do capital. O problema teórico consiste em determinar concretamente a relação entre as expressões emergentes e as modalidades imperantes de exploração. Ele afirma que a razão de ser do Serviço Social é a “questão social”, sem ela não há sentido para esta profissão. Referência Bibliográfica: Netto, José Paulo. Cinco Notas a propósito da “questão social”. Temporalis – Revista da Associação Brasileira de Ensino e pesquisa em serviço social – ABEPSS.Brasília: Ano II , nº3 – Janeiro a Junho de 2001.
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