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História da Fonoaudiologia Fevereiro/2015 A medicina no começo foi a manifestação primária da solidariedade a dor humana. Toda afecção era a cólera dos deuses e tudo que não tinha uma explicação visível era sobrenatural. Aí surgiu o homem que curava... As orações, sacrifícios e cerimônias rituais eram também empregadas como modo de cura. Os conhecimentos dos sacerdotes eram transmitidos de geração em geração. No Egito, os sacerdotes anotavam as observações/conhecimentos em papiros e esses eram copiados. 2.000 a.C.: 1 das mais antigas referências sobre as patologias da linguagem - hieróglifo do Egito Médio, onde a gagueira era referida como fala hesitante com a língua. Na Bíblia: Moisés possuía lentidão da fala. Com o advento da escola filosófica pré-socrática: há separação entre crença em deuses e milagres e o surgimento de uma medicina mais racional. Hipocrates (pai da medicina): 1º a estudar anatomia, patologia e terapêutica da boca. Mencionou as patologias da fala como “preguiça e capricho” do locutor. Dizia que a palavra inteligente dependia do controle e movimento da língua na boca. Século II: aparece Galeno de Pergamo, que reinou como autoridade suprema no campo da medicina por muitos séculos. Coube a Galeno o mérito de haver coletado o conhecimento médico dos autores antigos em uma obra monumental, tendo muitas das suas opiniões vigorado até data relativamente recente. Século XVI - Espanha: Ponce de Leon trabalha para oralizar os surdos; Icheramenr (fonético alemão) faz descrição do modo de articulação de sua língua materna e o monge Coitie, (1579), publicou o 1º livro sobre audiologia do mundo, “Auditus instrumento”. Século XVII: medicina muito experimental. Como também a Retórica, a oratória elocutiva ou a Fonoaudiologia!! É chamado século das vozes!!! Século XIX: medicina conhece melhor a fisiologia. Mesmo assim, não sabe o que fazer com os comportamentos lingüisticos dos afásicos, gagos, fissurados, etc. Invenção do “laringoscópico”. Século XX: a Fonoaudiologia se firma como profissão porque começa a trabalhar de forma científica. Isto no mundo e no Brasil. Brasil: com a chegada de D. João VI e inauguração do Colégio Nacional inicia-se o atendimento a pessoas com problemas de comunicação (+++ deficiente auditivo). 70 anos depois: o forte impulso de quantificar, medir e padronizar comportamentos nas escolas, levantam “vícios e defeitos” na fala das crianças, contribuindo para a aprovação do “Código de Educação” que prevê a criação de Escolas Ortofônicas (escolas de falar bem). Década de 30: ideação do profissional, relaciona-se com a preocupação da Medicina e Educação com os desvios entre os escolares expressa através dos movimentos Saúde Escolar e Escola Nova, e com o Nacionalismo, mais diretamente a defesa da língua pátria. O profissional é concebido como um professor especializado que atua na profilaxia e correção de erros na linguagem decorrentes de perturbações orgânicas e de variações dialetais. Décadas de 40 e 50: ortofonistas são responsáveis pela correção e estão ligados ao magistério. Reforça-se o perfil tecnicista do ortofonista, visto que, por não possuir fundamentação teórica própria exerce a atividade prática sem muitas reflexões e somente a partir do diagnóstico ditado pelo médico ou de avaliações e testes próprios da Psicologia. II Guerra Mundial: grande incidência de acontecimentos neurológicos (problemas de locomoção e linguagem). Iniciou-se uma relação muito próxima com a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional. Década de 60: surgem os 1º cursos de Fonoaudiologia: Com a vinda do Dr. Júlio Bernaldo Quirós e sua assistente Rosa Vispo e, posteriormente, a ida de dois médicos brasileiros para a Argentina, que se especializaram em foniatria, o Dr. Américo Morgante e Dr. Mauro Spinelli. Eles voltam às suas instituições de origem para trabalhar na graduação em Logopedia e formar terapeutas que tratem de problemas de voz, fala, linguagem e audição. Isto acontece em 1960 (USP) e 1961 (PUC-SP) e estes cursos tinham, inicialmente, um ano de duração. Formação do fonoaudiólogo: USP visão médica; PUC-SP priorizado a psicologia e a educação. Década de 60: com a oficialização dos cursos o fonoaudiólogo passa a ter “status” de especialista e busca, cada vez mais, a sua afirmação a partir da sua atividade prática, técnica e especializada. Depois de SP: criado o curso de Fonoaudiologia da UFSM – RS, direção do Dr. Rafael Seligman. 1967: início do curso na Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ. 1968: Escola Paulista de Medicina, curso direção do Dr. Pedro Luiz Mangabeira Albernaz. 1971: PUC – Campinas, curso sob a direção do Dr. Mauro Spinelli. 1972: Instituto Henry Dunant, do RJ, iniciou curso de Fonoaudiologia. Estes foram os primeiros cursos. 1972: PUC-SP, Pós-graduação em Audiologia. 1982: Pós-graduação Dist. da Comunicação Humana Publicações e trabalho clínico: principais meios de divulgação. Os problemas de voz, fala, linguagem e audição, que antes “o tempo curava” ou os práticos tratavam, passaram a ser tratados por profissionais de nível superior. Com o aumento de profissionais formaram-se os órgãos de classe. O primeiro e bastante forte foi a ASHA, recentemente chamada de American Speach, Hearing and Language Association, nos EUA. Este órgão, congrega um grande número de profissionais onde a maioria tem, pelo menos, mestrado, (a legislação de muitos estados americanos só permite que o profissional trabalhe após o Mestrado). No Brasil: 1º órgão da classe foi ABF, 1962, posteriomente desmembrado em secções regionais. Sua sigla passou a ser ASFa. Surgem outras associações, que congregam, não apenas fonoaudiólogos, mas médicos e profissionais de áreas afins. Foi um caminho longo e árduo. “Grandes brigas” aconteceram por causa deste famoso “status” de nível superior. Agosto/1975: assinado documento solicitando que o curso de Fonoaudiologia fosse curso superior de longa duração. As exigências do Conselho Federal de Educação eram grandes. Primeiro foi enviado um plano de curso para ser analisado e aprovado. Depois o perfil do profissional fonoaudiólogo e até um projeto de lei. 1975 e 1976: lutas pela aprovação do plano de curso e aprovação do currículo mínimo. Aprovados: Santa Maria/RS; PUC - Campinas; PUC/SP; Escola Paulista de Medicina. 1971: 1º tentativa de organizar e legalizar a profissão nascente, com a apresentação do projeto de Lei pelo Sem. André Franco Montoro. A profissão começa a se tornar conhecida e respeitada. Fonoaudiólogos: vistos como membros da equipe integrada por outros profissionais (psicólogos, médicos, dentistas, pedagogos, fisioterapeutas), cuja legalidade da profissão já tinha sido conquistada. 9 de dezembro de 1981: Dep. Otacílio de Almeida juntou os projetos anteriores e conseguiu a aprovação, que resultou na Lei nº 6965/81, homologada pelo Presidente da República. 1979 a 1981: Associação Brasileira de Fonoaudiologia teve papel decisivo nesta luta. As diretorias que assumiram estas gestões empenharam-se grandemente, uniram as classes dos fonoaudiólogos e formaram a Comissão Nacional, nossa bandeira na luta pela oficialização da profissão. Os congressos científicos, as revistas cientificas, a publicação de livros de fonoaudiólogos brasileiros e os cursos de especialização e mestrado contribuíram fortemente para que a cientificidade da Fonoaudiologia pudesse avançar. Rompemos as barreiras: vamos ao exterior ensinar, apresentar trabalhos científicos em congressos e mostrar nossos avanços. Estamos em pé de igualdade com nossos colegas de outros países”, MEIRA (1997). MARCHESAN (1994): o fonoaudiólogo deve compreender com precisão qual é a conduta que o outro profissional, (seja ortodontista, ortopedista funcional, cirurgião dentista, odontopediatria, otorrinolaringologista, ou homeopata), está tomando para, quando trabalhar conjuntamente, poder conduzir melhor o caso. BIANCHINI (1995): ao fazer diagnóstico preciso das alterações funcionais orais não devemos apenas constatar alteração, e sim procurar a real causa da alteração e suas implicações; delimitar a melhor época para o tratamento e suas possíveis limitações; discutir e trabalhar juntamente com outros profissionais e efetivar se realmente o trabalho é necessário. Assim como ocorre na motricidade oral a interdisciplinaridade está inserida na linguagem, na voz e na audiologia. Século XXI: Conselho Federal de Fonoaudiologia, retrata o crescimento e o amadurecimento profissional ao publicar uma revista que irá provar a qualidade da produção científica dos fonoaudiólogos brasileiros. A Fonoaudiologia entra no século XXI, adotando novas condutas e posturas, sem deixar de lado o nosso objetivo principal: o paciente. Finalmente a Fonoaudiologia entra para o mundo da ciência e do reconhecimento social, refere GOLDENBERG (1998).
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