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Especiação e Evolução

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Especiação
É o processo capaz de gerar novas espécies, transformando as variações intraespecíficas em variações interespecíficas. Como ela se transforma? Através das forças evolutivas, a seleção natural e a deriva gênica. 
Esse processo se dá no espaço e se dá ao tempo também – espaço temporais.
A mutação é fonte de variação, a migração deve ser ilimitada, pois ela limitaria esse processo****
Por que a evolução humana está evoluindo tanto quanto qualquer outra população? Porque há taxa de substituição de um aminoácido a cada dois anos, logo, isso mostra que a população no T1 é completamente diferente da população do T2. Mas é possível também que a população do T2 seja uma espécie a parte de T1.
Processo de evolução que vai a um ponto ao outro sem quebra ao longo do tempo é chamado de Anagênese, porque as populações estão mudando ao longo do tempo, mas não há separação em grupos. Se houver uma quebra, aparecendo outro grupo, a variação intra se transformando em inter, é chamado de cladogênese. A cladogênese produz diversidade no tempo e no espaço. A anagênese produz diversidade apenas no tempo.
A anagênese ocorre independentemente se não ocorrer mutação, seleção natural ou migração. Ela pode ocorrer apenas por deriva gênica, ao longo do tempo uma determinada população do T1 e T2 vão ser diferenciadas porque haverá um processo de fixação ao acaso de alguns dos alelos que compõem esses grupos. A consequência máxima da anagênese seria a formação de uma população totalmente homozigótica, isso determinaria o fim da evolução, pois haveria um momento em que não ocorreria mais variações.
A migração absoluta em relação aos humanos não existe, existe determinada limitação à migração que permite que determinadas diferenças sejam acumuladas entre os grupos humanos, a única coisa que não há possibilidade é de qualquer tipo de especiação ou diferenciação que faça com que as diferenças entre os humanos seja grande o suficiente para que chamemos de raça.
De acordo com trabalho do Lewontin, existe mais variações dentro dos grupos do que entre os grupos, por exemplo, se pegarmos duas pessoas brancas ao acaso, elas vão possuir mais diferenças entre elas do que se pegássemos uma pessoa branca e uma pessoa negra. Isso reforça ainda mais a tese de que não é possível falar de raças dentro da espécie humana. O que está sendo utilizado para separar os grupos como raça, não possuem valor biológico nenhum. Só parecem tão diferentes porque são considerados marcadores sociais.
A especiação é o que gera a biodiversidade.
Se tem uma barreira geográfica, somos capazes de entender o processo de transformação da variação intrapopulacional para interpopulacional através da seleção natural e deriva gênica. Se não tiver essa barreira, é migração. Esse modelo baseado no isolamento geográfico é o tipo de especiação chamada de alopátrica (especiação que se dá em pátrias que são diferentes).
Norma de reação: Com um mesmo genótipo, pode ter fenótipos que são diferentes, pois os fatores ambientais também estariam influenciando.
Especiação Simpátrica é quando ocorre especiação na mesma pátria, onde há migração e não existem barreiras geográficas. Ela depende de um cruzamento preferencial. Mas o cruzamento preferencial depende de genótipos diferentes ( que definam hábitos ou comportamentos) para haver a possibilidade de especiação simpátrica.
Alopoliploidia: Hibridiza duas espécies diferentes, mas haverá o desbalanceamento dos cromossomos, as células sexuais serão inúteis, assim esses indivíduos autopoliploides não poderão se reproduzir. Mas se houver a duplicação dos cromossomos, esses híbridos serão capazes de se reproduzir sem ser vegetativamente, isso origina novas espécies e é o tipo de especiação simpátrica responsável por gerar 70% das novas espécies de plantas.
Quem estuda os padrões de biodiversidade é a filogenia, que é a origem dos grandes filos.
A microevolução aliada ao tempo gera a macroevolução (é o que acham os gradistas, que estudam genética de populações)
Mayr falou que toda vez que temos uma espécie, a história dessa espécie é composta de milhares de anos de seleção natural, que seleciona ao longo do tempo aqueles conjuntos gênicos que são os melhores adaptados para aquele lugar naquele tempo. Essas composições gênicas tem uma inércia muito grande. O único futuro de uma espécie é a extinção. Não há esperança para a microevolução, só a morte. Ele criou o conceito de revolução genética: A possibilidade de uma espécie que tem milhões de anos de seleção natural e todos os conjuntos gênicos coadaptados, é a possibilidade dessa espécie revolucionar sua vida. A espécie revolucionaria sua vida com o efeito fundador. Exemplo, temos uma Drosophila grávida que estava se alimentando muito bem de uma banana, a banana caiu do pé, na beira da praia e a onda levou e a mosca continua na banana e chega até uma outra ilha, e ela coloca milhares de ovos. A primeira consequência é a redução da variação gênica, porque será apenas uma pequena amostra da população original. Como ela se encontra em uma ilha deserta, todos aqueles conjuntos gênicos que não seriam adaptados, eles estão livres para variar, porque não tem seleção. A segunda consequência então é um aumento de novas combinações. A mortalidade também irá agir nesse caso, mas eventualmente sobra alguém, e esse alguém que sobra é completamente distinto das anteriores e então por microevolução ele se diferencia ao longo do tempo. A revolução genética é uma necessidade do Mayr explicar a quebra dos conjuntos gênicos coadaptados, que gera uma completa revolução no genoma da espécie, e então com ação da seleção natural e deriva, uma nova espécie é formada.
O efeito fundador não seria uma explicação alternativa, é um evento drástico capaz de quebrar os conjuntos gênicos coadaptados.
Equilíbrio pontuado: os paleontólogos perceberam que o registro fóssil é cheio de falhas. Essas falhas nos mostram que existem períodos de estase e períodos de revoluções, em que surgem muitas espécies novas. Com esse padrão de estase x revoluções, Stephen Jay Gould propuseram a teoria do Equilíbrio pontuado para explicar esse padrão observado. Tem uma espécie que acabou de se formar, o primeiro destino dela quando se estabelece é crescer. Conforme ela cresce, ela vai se expandindo para as margens, só que as condições ideais para a sobrevivência das espécies estão no centro. Quem fica no centro são aqueles mais aptos para vencer a competição no centro, os que não conseguem são expulsos para a margem. O destino do pessoal da margem é morrer, só que eventualmente pode ser que ele sobreviva, e quando sobrevivem, sofrem seleção e essa seleção na margem, terá uma especiação que é uma especiação que se dá na margem. Quando essas espécies que sofreram especiação periférica se estabelecem, elas também crescem, e então esse pessoal da margem vai crescer em direção ao centro, vai invadir as áreas centrais das espécies ancestrais, e então haverá uma competição interespecífica entre as espécies ancestrais e as periféricas, o que muito provavelmente levará a substituição da espécie ancestral pelas derivadas. Isso explica o padrão de estase (é quando ocorre a especiação periférica) e a revolução (a invasão das espécies periféricas nas regiões centrais, a competição interespecífica e a substituição das espécies ancestrais pelas derivadas), o que se assemelha com a microevolução, pois a invasão das espécies periféricas para as regiões centrais assemelha-se à migração, a competição interespecífica se assemelha com a seleção natural e a substituição das espécies assemelha-se à sucessão ecológica.
Em tese, a função da filogenia é saber quais são as relações de parentesco entre as espécies que conhecemos hoje, sejam elas vivas ou mortas, e não descobrir quais são os ancestrais. Entender a relação de parentesco entre os diversos grupos é o objetivo. Os cladistas nos dizem que semelhanças gerais não servem, temos que ser capazes de fazer uma escolha antes de começar a reconstituição filogenética, definindo quais sãoos caracteres informativos e os não informativos ( os informativos são as apomorfias e os não informativos são as plesiomorfias). Para definir quem é apomorfia ou plesiomorfia, utiliza-se um grupo de fora (com um grupo de cavalo, utiliza-se uma vaca por exemplo, pois devem ter um ancestral comum), todas aquelas características que forem partilhadas entre cavalos e vacas, estarão presentes no ancestral comum, logo elas não servem para nada e serão consideradas plesiomorfias. Se só estiver no grupo dos cavalos, será considerada apomorfias.

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