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Ação Penal nos Crimes de Lesão e Violência Doméstica

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CARREIRAS JURÍDICAS 
Processo Penal 
Renato Brasileiro 
1 
AÇÃO PENAL V 
 
 
15. AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A 
HONRA. 
 
- Injúria real: 
 
CP. 
 
Art. 140 (...) 
 
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou 
vias de fato, que, por sua natureza ou pelo 
meio empregado, se considerem aviltantes: 
 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e 
multa, além da pena correspondente à 
violência. 
 
- Crime contra honra do Presidente da 
República/Chefe de Governo estrangeiro: 
 
- Crimes militares contra a honra: 
 
- Crimes eleitorais contra a honra (durante a 
propaganda eleitoral): 
 
Lei 4.737/65 (CE). 
 
Art. 355. As infrações penais definidas neste 
Código são de ação pública. 
 
- Injúria racial: 
 
CP. 
 
Art. 140 (...) 
 
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de 
elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, 
origem ou a condição de pessoa idosa ou 
portadora de deficiência: (Redação dada pela 
Lei nº 10.741, de 2003) 
 
Pena - reclusão de um a três anos e multa. 
(Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997) 
 
CP. 
 
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo 
somente se procede mediante queixa, salvo 
quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência 
resulta lesão corporal. 
 
Parágrafo único. Procede-se mediante 
requisição do Ministro da Justiça, no caso do 
inciso I do caput do art. 141 deste Código, e 
mediante representação do ofendido, no caso 
do inciso II do mesmo artigo, bem como no 
caso do § 3º do art. 140 deste Código. 
(Redação dada pela Lei nº 12.033. de 2009) 
 
LEI Nº 12.033, DE 29 DE SETEMBRO DE 
2009. 
 
Altera a redação do parágrafo único do art. 145 
do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 - Código Penal, tornando pública 
condicionada a ação penal em razão da injúria 
que especifica. 
(...) 
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua 
publicação. 
 
Este texto não substitui o publicado no DOU 
de 30.9.2009 
 
 
 
- Injúria racial X racismo (Lei 7.716/89): 
 
- Crime contra a honra de servidor público em 
razão das funções: 
 
- Legitimidade alternativa: 
 
Súmula 714 do STF: é concorrente a 
legitimidade do ofendido, mediante queixa, e 
do ministério público, condicionada à 
representação do ofendido, para a ação penal 
por crime contra a honra de servidor público 
em razão do exercício de suas funções. 
 
16. AÇÃO PENAL NOS CRIMES DE LESÃO 
LEVE E CULPOSA PRATICADOS COM 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 
CONTRA A MULHER. 
 
 
 
 
 
 
 
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- Conceito de violência doméstica e familiar 
contra a mulher: 
 
Lei 11.340/06. 
 
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura 
violência doméstica e familiar contra a mulher 
qualquer ação ou omissão baseada no gênero 
que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, 
sexual ou psicológico e dano moral ou 
patrimonial: 
 
I - no âmbito da unidade doméstica, 
compreendida como o espaço de convívio 
permanente de pessoas, com ou sem vínculo 
familiar, inclusive as esporadicamente 
agregadas; 
(...) 
II - no âmbito da família, compreendida como a 
comunidade formada por indivíduos que são ou 
se consideram aparentados, unidos por laços 
naturais, por afinidade ou por vontade 
expressa; 
III - em qualquer relação íntima de afeto, na 
qual o agressor conviva ou tenha convivido 
com a ofendida, independentemente de 
coabitação. 
Parágrafo único. As relações pessoais 
enunciadas neste artigo independem de 
orientação sexual. 
 
- Formas de violência doméstica e familiar 
contra a mulher: 
 
Art. 7º São formas de violência doméstica e 
familiar contra a mulher, entre outras: 
 
I - a violência física, entendida como qualquer 
conduta que ofenda sua integridade ou saúde 
corporal; 
 
Art. 7º (...) 
 
II - a violência psicológica, entendida como 
qualquer conduta que lhe cause dano 
emocional e diminuição da autoestima ou que 
lhe prejudique e perturbe o pleno 
desenvolvimento ou que vise degradar ou 
controlar suas ações, comportamentos, 
crenças e decisões, mediante ameaça, 
constrangimento, humilhação, manipulação, 
isolamento, vigilância constante, perseguição 
contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, 
exploração e limitação do direito de ir e vir ou 
qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à 
saúde psicológica e à autodeterminação; 
 
Art. 7º (...) 
 
III - a violência sexual, entendida como 
qualquer conduta que a constranja a 
presenciar, a manter ou a participar de relação 
sexual não desejada, mediante intimidação, 
ameaça, coação ou uso da força; que a induza 
a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, 
a sua sexualidade, que a impeça de usar 
qualquer método contraceptivo ou que a force 
ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à 
prostituição, mediante coação, chantagem, 
suborno ou manipulação; ou que limite ou 
anule o exercício de seus direitos sexuais e 
reprodutivos; 
 
Art. 7º (...) 
 
IV - a violência patrimonial, entendida como 
qualquer conduta que configure retenção, 
subtração, destruição parcial ou total de seus 
objetos, instrumentos de trabalho, documentos 
pessoais, bens, valores e direitos ou recursos 
econômicos, incluindo os destinados a 
satisfazer suas necessidades; 
 
Art. 7º (...) 
 
V - a violência moral, entendida como qualquer 
conduta que configure calúnia, difamação ou 
injúria 
 
- Ação penal nos crimes de lesão corporal 
leve e lesão culposa: 
 
Lei 9.099/95. 
 
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e 
da legislação especial, dependerá de 
representação a ação penal relativa aos crimes 
de lesões corporais leves e lesões culposas. 
 
Lei 11.340/06. 
 
Art. 16. Nas ações penais públicas 
condicionadas à representação da ofendida de 
que trata esta Lei, só será admitida a renúncia 
à representação perante o juiz, em audiência 
especialmente designada com tal finalidade, 
 
 
 
 
 
 
 
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antes do recebimento da denúncia e ouvido o 
Ministério Público. 
 
Art. 41. Aos crimes praticados com violência 
doméstica e familiar contra a mulher, 
independentemente da pena prevista, não se 
aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 
1995. 
 
- ADI 4.424: Consequências. 
 
1) A ação penal nos crimes de lesão corporal 
leve e culposa nas situações previstas na 
LMP é incondicionada; 
2) É constitucional o art. 33 da LMP; 
3) É constitucional o art. 41 da LMP. 
 
17. AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A 
DIGNIDADE SEXUAL. 
 
CP. 
 
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I 
e II deste Título, procede-se mediante ação 
penal pública condicionada à representação. 
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, 
mediante ação penal pública incondicionada se 
a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou 
pessoa vulnerável. (Incluído pela Lei nº 12.015, 
de 2009) 
 
 
 
- Violência real: consiste no emprego de força 
sobre o corpo da vítima como forma de 
constrangimento. 
 
Súmula 608 do STF: no crime de estupro, 
praticado mediante violência real, a ação 
penal é pública incondicionada. 
- Ação penal extensiva: 
 
CP. 
 
A ação penal no crime complexo 
 
Art. 101 - Quando a lei considera como 
elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos 
que, por si mesmos, constituem crimes, cabe 
ação pública em relação àquele, desde que, 
em relação a qualquer destes, se deva 
proceder por iniciativa do Ministério Público. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
18. PEÇA ACUSATÓRIA. 
 
 
 
- É possível haver um único processo com 
duas peças acusatórias (denúncia+ queixa)? 
 
18.1. Requisitos da peça acusatória 
(imputação). 
 
* Imputação criminal: é a atribuição a alguém 
da prática de determinada infração penal. 
 
CPP. 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a 
exposição do fato criminoso, com todas as 
suas circunstâncias, a qualificação do acusado 
ou esclarecimentos pelos quais se possa 
identificá-lo, a classificação do crime e, quando 
necessário, o rol das testemunhas. 
 
a) Exposição do fato delituoso: 
 
- Roteiro da denúncia: 
 
O que aconteceu? 
Quando? 
Por que? 
Como? 
Contra quem? 
 
- Elementos da peça acusatória: 
a) Essenciais: 
 
 
 
 
 
 
 
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b) Acidentais (acessórios): 
 
- Agravantes e atenuantes: 
 
CPP. 
 
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz 
poderá proferir sentença condenatória, ainda 
que o Ministério Público tenha opinado pela 
absolvição, bem como reconhecer agravantes, 
embora nenhuma tenha sido alegada. 
 
b) Qualificação do acusado: 
 
- Recusa do réu em fornecer sua identidade 
civil: 
 
CPP. 
 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, 
será admitida a decretação da prisão 
preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
 
Parágrafo único. Também será admitida a 
prisão preventiva quando houver dúvida sobre 
a identidade civil da pessoa ou quando esta 
não fornecer elementos suficientes para 
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado 
imediatamente em liberdade após a 
identificação, salvo se outra hipótese 
recomendar a manutenção da medida. 
(Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
CPP. 
 
Art. 259. A impossibilidade de identificação do 
acusado com o seu verdadeiro nome ou outros 
qualificativos não retardará a ação penal, 
quando certa a identidade física. A qualquer 
tempo, no curso do processo, do julgamento ou 
da execução da sentença, se for descoberta a 
sua qualificação, far-se-á a retificação, por 
termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos 
atos precedentes. 
 
c) Classificação do crime: 
 
- Correlação entre acusação e sentença: 
 
- Alteração, pelo juiz, da classificação do crime 
por ocasião do recebimento da denúncia: 
 
- “Emendatio libelli”: 
 
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do 
fato contida na denúncia ou queixa, poderá 
atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda 
que, em conseqüência, tenha de aplicar pena 
mais grave. (Redação dada pela Lei nº 11.719, 
de 2008). 
 
- “Mutatio libelli”: 
 
CPP. 
 
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se 
entender cabível nova definição jurídica do 
fato, em consequência de prova existente nos 
autos de elemento ou circunstância da infração 
penal não contida na acusação, o Ministério 
Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no 
prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta 
houver sido instaurado o processo em crime de 
ação pública, reduzindo-se a termo o 
aditamento, quando feito oralmente. (Redação 
dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
- Testemunhas do juízo: 
 
CPP. 
 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a 
quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz 
de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, 
de 2008) 
 
(...) 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes 
de proferir sentença, a realização de diligências 
para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CPP. 
 
Art. 400. Na audiência de instrução e 
julgamento, a ser realizada no prazo máximo 
de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada 
de declarações do ofendido, à inquirição das 
testemunhas arroladas pela acusação e pela 
defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no 
art. 222 deste Código, bem como aos 
esclarecimentos dos peritos, às acareações e 
ao reconhecimento de pessoas e coisas, 
interrogando-se, em seguida, o acusado. 
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
§
§§
§ 1º
ºº
º As provas serão produzidas numa só 
audiência, podendo o juiz indeferir as 
consideradas irrelevantes, impertinentes ou 
protelatórias. (Incluído pela Lei nº
ºº
º 11.719, 
de 2008). 
 
e) Razões de convicção: 
 
f) Peça acusatória subscrita pelo Promotor ou 
pelo advogado do querelante: 
 
g) Procuração da queixa-crime: 
 
Art. 44. A queixa poderá ser dada por 
procurador com poderes especiais, devendo 
constar do instrumento do mandato o nome do 
querelante e a menção do fato criminoso, salvo 
quando tais esclarecimentos dependerem de 
diligências que devem ser previamente 
requeridas no juízo criminal. 
 
CPP. 
 
Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do 
representante da parte poderá ser a todo 
tempo sanada, mediante ratificação dos atos 
processuais. 
 
18.2. Prazo para Oferecimento da Peça 
Acusatória. 
 
CPP. 
 
Art. 46. O prazo para oferecimento da 
denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, 
contado da data em que o órgão do Ministério 
Público receber os autos do inquérito policial, e 
de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. 
No último caso, se houver devolução do 
inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-
se-á o prazo da data em que o órgão do 
Ministério Público receber novamente os autos. 
(...) 
 
Art. 46 (...) 
 
§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o 
inquérito policial, o prazo para o oferecimento 
da denúncia contar-se-á da data em que tiver 
recebido as peças de informações ou a 
representação 
 
§ 2º O prazo para o aditamento da queixa 
será de 3 dias, contado da data em que o 
órgão do Ministério Público receber os autos, e, 
se este não se pronunciar dentro do tríduo, 
entender-se-á que não tem o que aditar, 
prosseguindo-se nos demaistermos do 
processo. 
 
 
 
- Consequências da inobservância desse 
prazo pelo MP: 
 
CPP. 
 
Art. 801. Findos os respectivos prazos, os 
juízes e os órgãos do Ministério Público, 
responsáveis pelo retardamento, perderão 
tantos dias de vencimentos quantos forem os 
excedidos. Na contagem do tempo de serviço, 
para o efeito de promoção e aposentadoria, a 
perda será do dobro dos dias excedidos. 
 
CF/88. 
 
Art. 128. O Ministério Público abrange:§ 5º - 
Leis complementares da União e dos Estados, 
 
 
 
 
 
 
 
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cuja iniciativa é facultada aos respectivos 
Procuradores-Gerais, estabelecerão a 
organização, as atribuições e o estatuto de 
cada Ministério Público, observadas, 
relativamente a seus membros: 
 
I - as seguintes garantias: 
(...) 
 
(...) 
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma 
do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos 
arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
19, de 1998) 
 
18.3. Questões Diversas. 
 
- Denúncia genérica: 
 
- Cumulação de imputações:

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