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UFRJ - ESCOLA POLITÉCNICA 
Disciplina: Materiais de Construção I 
Março de 2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila: VIDROS 
Professor: JORGE SANTOS 
 
UFRJ - ESCOLA POLITÉCNICA Disciplina: Materiais de Construção I 
Assunto: Vidros 
PROF. JORGE SANTOS 2 
ÍNDICE 
1. Aspectos Históricos 3 
2. Conceituação 4 
3. Constituição 4 
4. Exemplos de Composição de Alguns Vidros 6 
5. Fabricação 7 
6 – Propriedades (vidros recozidos e temperados) 13 
7. Classificação 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Assunto: Vidros 
PROF. JORGE SANTOS 3 
 1. Aspectos Históricos 
12000 A.C 
Usado desde a antiguidade. As descobertas arqueológicas evidenciam que o homem pré-
histórico já usava nas suas armas de caça (pontos de lanças, flechas e facas) a 
obsidiana, vidro produzido pelo resfriamento da lava vulcânica. 
Descoberta do Vidro 
Alguns historiadores atribuem aos fenícios à descoberta do vidro. Contam que estes ao 
desembarcarem nas Costas da Síria, improvisavam fogões usando blocos de soda sobre 
a areia da praia para se aquecerem do frio e para preparar suas refeições. Com o passar 
do tempo notaram que do fogo escorria uma substância líquida e brilhante que se 
solidificava depois de algum tempo. 
5000 A.C 
Os egípcios fabricavam adornos em vidro (contas para colares coloridas e opacas). 
1500 A.C 
Os egípcios passaram a produzir peças ocas, tais como vasos e copos. Para a fabricação 
utilizavam moldes de areia com aglomerante, várias vezes mergulhador dentro do vidro 
fundido, até obter a espessura desejada. Após o resfriamento a matriz era destruída para 
deixar a peça oca. 
300 A.C 
No início da era cristã surgiram os primeiros espelhos convexos. 
250 A.C 
Na Síria, foi descoberta a técnica de sopragem para fabricação do vidro, que barateou a 
sua produção, contribuindo para sua difusão e popularidade. 
Expansão do Império Romano 
Juntamente com a expansão do Império Romano, a indústria de vidro, se propagou pelo 
mundo. O vidro da época não era transparente e sim translúcido, com tonalidade 
esverdeada devido à impureza de ferro. 
1200 D.C. 
Veneza é a principal centro vidreiro do mundo (Ilha de Murano), detendo praticamente o 
monopólio de sua produção. 
1665 
Na França, Colbert ministro do rei Luís XIV, fundou a Cia. Manufactures de St. Gobain, 
onde se fabricava o vidro plano, soprado inicialmente sob a forma de cilindros, que depois 
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eram abertos, aplainados e polidos. 
1865 
Com a adoção dos fornos Siemens já usados na Indústria do aço, houve grande 
desenvolvimento da indústria vidreira. Junto com o forno, passou-se a usar tanques, para 
conter o material fundido. Isto possibilitou a fabricação contínua, bem como o uso de 
máquinas para contar e soprar o vidro. 
Além do uso em garrafas, espelhos e materiais elétricos, o vidro passou a ser muito 
usado na construção na forma de vidro plano. 
O processo inicial de fabricação do vidro plano consistia em verter o conteúdo de um pote 
sobre uma mesa de ferro e aplainar com um rolo também de ferro. 
1918 
Processo melhorado por Bicheroux que despejava o vidro fundido entre dois rolos os 
quais, ao girarem, formavam a placa de vidro. 
Processo contínuo de fabricação 
Pela Ford Motor Co. foi patenteado o processo contínuo de fabricação, correndo o vidro 
fundido diretamente através dos dois rolos, passando por uma área de recozimento e 
indo diretamente para a esmerilhagem e polimento. 
Vidro no Brasil 
No Brasil, a indústria vidreira surgiu no fim do século XIX em São Paulo (Vidraria São 
Paulo). Posteriormente a Vidraria Santa Marina. 
A evolução do setor se deu a partir de 1940 com o aparecimento de muitas fábricas. 
2. Conceituação 
Vidro é um substância sólida, armorfa (não apresenta estrutura cristalina, sua constituição 
é irregular), mais ou menos transparente e às vezes translúcidas, dura e quebradiça, que 
se obtém pela fusão à alta temperatura de uma mistura de areia com grande proporção 
de sílica (SiO2) ou óxido de silício, soda (Na2CO3 carbonato de sódio) e a cal (CaO). 
3. Constituição 
a) Vitrificante 
SiO2 (sílica) aplicada na composição pela areia (quartizito), beneficiada antes da 
aplicação. Tem função fundamental no vidro, pois é a matéria vitificante. 
b) Fundentes 
Sódio, carbonato e sulfato de sódio. A soda (carbonato de sódio) é o elemento que inicia 
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a fusão da massa, sua finalidade é baixar o ponto de fusão da sílica. 
c) estabilizantes 
Cálcio, dolomita e feldspato. 
O cálcio é introduzido através do calcário; tem por finalidade dar estabilidade ao vidro 
contra ação dos agentes atmosféricos. 
A dolomita e o calcário fornecem o magnésio, que dá ao vidro maior resistência 
mecânica. 
O feldspato fornece a alumina que determina ainda mais a resistência mecânica, a 
resistência química e trabalhabilidade do vidro. 
d) elementos corretivos (colorantes) 
Transmitem a coloração desejada, por exemplo: 
óxido cobalto = azul 
óxido ferro = verde 
óxido celênico = rosa 
óxido cobre = cinza 
e) elemento corretivos (afinantes) 
Cloreto de sódio, nitrato de sódio, óxido arsênico. Servem para eliminar bolhas na massa. 
f) chumbo 
Dá maior brilho ao vidro e aumenta o índice de refração. 
g) sucata de vidro 
São pedaços de vidro provenientes de objetos imperfeitos, de recortes e de outros 
refugos de vidro. Auxilia na fusão, usada na proporção ideal de 25 %. 
 
 
 
 
 
 
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4. Exemplos de Composição de Alguns Vidros 
 vidro 
ordinário 
Vidro para 
termômetro 
cristal vidros 
para 
garrafas 
pirex vidro sem 
álcalis 
dióxido de 
silício (SiO2) 
0,715 0,715 0,535 0,613 0,805 0,680 
óxido de sódio 
(Na2)) 
0,150 0,108 - 0,028 0,044 - 
óxido carbono 
(CO) 
0,135 0,146 - 0,267 0,02 - 
óxido 
dipotássio 
(K2O) 
- 0,004 0,110 0,020 0,002 - 
óxido chumbo 
(PbO) 
- - 0,355 - - - 
trióxido diboro 
(B2O3) 
- - - - 0,118 0,130 
óxido de zinco 
(ZnO) 
- - - - 0,006 0,037 
aluminato 
tricálcio (Al2O3) 
- - - - 0,020 0,037 
trioxido diferro 
(Fe2O3) 
- - - - 0,003 - 
óxido de báreo 
(BaO) 
- - - - - 0,120 
Atualmente o vidro de sódio e cálcio é o que mais se fabrica e serve para a confecção de 
vasos, vidros planos, vidros de automóvel. 
Os vidros de chumbo são de grande importância em trabalhos óticos em virtude do 
respectivo índice de refração elevado e da grande dispersão (brilho do vidro = teor de 
chumbo). Usam-se também na construção de bulbos de luz, nos tubos de lâmpadas 
neons e em válvulas eletrônicas (grande resistência elétrica). 
Os vidros de borossilicatos contêm usualmente cerca de 10 a 28 % de trióxido diboro 
(B2O3) e 80 a 87 % de sílica; o coeficiente de expansão é baixo, a resistência ao choque 
é elevada, a estabilidade química é excelente e a resistência elétrica é grande (aplicação 
em travessas de cozinha, vidraria de laboratório, isoladores de alta-tensão, etc.). 
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5. Fabricação5.1. Processos 
5.1.1 – Suflagem 
Pode ser obtida pelo sopro do operário ou mecanicamente por meio de compressores. 
5.1.2 – Prensagem 
É feita com auxilio de moldes de ferro adaptados a prensas especiais. 
5.1.3 – Laminagem 
Consiste em fazer passar o vidro em estado pastoso entre dois cilindros metálicos, que 
podem ser lisos e polidos, dando lugar aos vidros polidos, ou terem desenhos, formando 
os vidros de fantasia. 
Esses processos de manipulação baseiam-se na propriedade que tem os vidros de serem 
plásticos e maleáveis a determinada temperatura. 
Os componentes são fundidos sem grandes formas até se transformarem numa massa 
líquida e límpida. 
Baixando-se depois a temperatura o vidro adquire consistência gelatinosa e torna-se apto 
para ser trabalhado. Depois de executado, o objeto e levado aos fornos de recozer e em 
seguida submetido às operações de acabamento. 
5.2. Procedimentos 
5.2.1 – Fusão 
O problema da fabricação do vidro se resume em obter altas temperaturas para fundir as 
matérias primas e no desenvolvimento de um recipiente adequado para a vidro fundido. 
As altas temperaturas, normalmente entre 1.400 a 1.600 oC, são necessárias para que se 
realizem as reações químicas entre as matérias primas e também para reduzir a 
viscosidade do vidro fundido a fim de que se libertem as bolhas, num tempo 
comercialmente viável. 
São utilizados os seguintes tipos de fornos: 
a) Fornos contínuos 
Mantém em seu internos permanentemente um volume de vidro fundido. As matérias 
primas são carregados por uma extremidades e extraída por outra. 
Podem ser dos tipos: 
a.1) regenerativos 
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São empilhagens de tijolos refratários, em formas diversas e funcionam como trocadores 
de calor intermitentes. 
a.2) recuperativos 
Cerâmicos ou metálicos, preaquecem o ar de combustão que se dirige aos queimadores 
que estão dispostos nas paredes do forno conforme padrão de direcionamento da chama 
pretendido sobre o tanque de fusão. 
a.3) Elétricos 
Utilizam energia elétrica. 
Os fornos contínuos se dividem em 5 zonas: 
• Zona de fusão (as matérias primas são levadas a altas temperaturas) 
• Zona de refino (o vidro se liberta das bolhas resultantes dos gases desprendidos nas 
reações químicas e se dá também a homogeneização da massa vítrea) 
• Zona de trabalho (onde é melhorada a uniformidade do vidro) 
• Zona de condicionamento (situada junto ao ponto de extração do vidro. Ele é resfriado 
até a temperatura ideal para a sua extração). 
• Ponto de extração (local onde o vidro é colhido para a tesoura de corte ou estimado 
ou ainda passado nos cilindros laminadores. 
b) Fornos descontínuos 
As matérias primas são depositadas no interior do forno de uma só vez, por batelada. 
Posteriormente o forno é aquecido até fundir completamente e atingir as propriedades 
desejadas. 
A massa de vidro fundida é retirada para a conformação, até o nível do vidro no forno 
baixar a ponto de não mais ser possível à operação ou até que o vidro retirado não tenha 
mais propriedades adequadas por conter impurezas provenientes das paredes dois 
recipientes. 
São de dois tipos: 
b.1) forno tanque (de pequena capacidade de produção. Aplicam-se a fabricação manual 
de produtos de demanda irregular ou sazonal). 
b.2) forno de cadinho (dispõe de câmara onde são aquecidos os potes contendo a massa 
a fundir). 
5.2.2 – Conformação ou moldagem 
O vidro pode ser conformado à máquina ou modelado a mão. 
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Tipos mais comuns de conformação: 
a) Chapa de vidro 
São utilizados processos mecânicos contínuos para laminar o vidro. O vidro fundido (1500 
oC) após passar pela zona de condicionamento (resfriamento) é extraído e submetido à 
laminação por diversos processos: 
Exemplos: 
• Bondim 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Fourcault 
Rolos laminadores 
(A saída do vidro é horizontal e por gravidade. São vidros lisos e impressos). 
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b) Vidro por flutuação 
Desenvolvido por Pilkngton Brothers – Inglaterra 
 
 
 
O vidro após sair da zona de trabalho, passa por uma câmera flutuando sobre um metal 
líquido. O metal fundido dá polimento na parte inferior e o fogo na parte superior. 
Polimento a fogo 
Fusão 
Laminação Banho metálico Recozimento 
Corte 
Refrigeração 
Rolos condutores 
Estiramento vertical 
(Produção de vidro com 2 a 6 mm) 
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Produz vidro com 0,15 a 2,5 cm com superfície bem acabada quanto ao polimento. 
c) Vidro soprado 
Produzidos pela sopragem humana ou mecânica do vidro fundido resfriado em moldes 
pré-determinados. 
A sopragem de um bulbo é diferente da de uma garrafa, pois a forma e o tamanho são 
determinados pelo próprio jato de ar e não pelo molde. 
d) Tijolos e telha de vidro 
São obtidos por prensagem. 
e) Vidro fantasia 
O vidro fundido corre pelo alvado do forno e passa entre os rolos laminadores metálicos, 
em cuja superfície foi gravado ou usinado um desenho. 
Os cilindros conformam à fita de vidro, imprimindo-lhe simultaneamente o desenho numa 
só operação. 
f) Vidro aramado 
Consiste no reforço por tela ou fio metálico, durante a etapa inicial de conformação, visando 
segurança especial. 
g) Vidro de segurança laminado 
Constituído por duas folhas delgadas de vidro, cada qual com cerca de 0,315 cm, com 
uma folha de material plástico inquebrável entre elas. 
O plástico utilizado é o polivinil butiral, bastante elástico, permanente límpido e incolor sob 
todas as formas e condições de uso, não é afetado pela luz do sol e não precisa de 
adesivos ou de compostos resistentes à água durante a fabricação. 
O plástico e o vidro são lavados e aplica-se um adesivo (nem sempre é necessário). O 
vidro e o plástico são comprimidos sob calor moderado, para selagem das bordas. O 
vidro é então submetido a temperaturas mais elevadas e a pressões hidráulicas num 
autoclave, para que haja contato íntimo entre o vidro e a folha intermediária, depois do 
que as bordas do sanduíche podem ser seladas com um composto resistente à água. 
A segurança de depende do plástico já que o vidro tem as mesmas características do 
vidro comum. 
h) Vidro temperado 
É muito forte e resistente, usado em porta e janelas de automóveis. 
Possui elevadas tensões internas e quando submetido à quebra, despedaça-se em 
pequenos fragmentos. 
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Sua fabricação envolve o recozimento térmico controlado, em que as tensões não 
uniformes no vidro são substituídas por tensões controladas, uniformes e pouco intensas. 
Compressão muito elevada e tensão muito fraca. 
A folha de vidro, já formada para a têmpera ou recozimento fortalecedor, é aquecida a 
uma temperatura de +/- 427 o C logo abaixo do ponto de amolecimento, e então resfriado 
ao ar, a sal fundido ou a óleo. 
Durante esta têmpera provoca-se o efeito sanduíche, pois a parte externa do vidro resfria-
se rapidamente e fica dura, enquanto o interior resfria-se mais lentamente e 
continuamente. Desta madeira o interior desenvolve uma tensão compensadora, 
contribuindo para a triplicação da resistência. 
i) Vidro BlindadoÉ feito pela sobreposição de várias camadas de vidro e outros materiais podendo 
obedecer a seguinte ordem: 
 PVB (Polivinil Butiral1); 
 Vidro; 
 Poliuretano2; 
 Policarbonato3; 
 Poliuretano; 
 Vidro; 
 Película anti-estilhaço. 
Esse processo cria um material semelhante ao vidro, mas que é mais espesso que o 
vidro normal. O vidro à prova de balas tem de 7 a 75 mm de espessura. Quando uma 
bala é disparada em um pedaço de vidro à prova de balas, ela consegue perfurar a 
camada exterior dele, mas o material consegue absorver a energia da bala e pará-la 
antes que saia pela camada interna. 
É aplicado em bancos, lojas, residências e automóveis. 
5.2.3 – Recozimento 
Para reduzir as tensões, é necessário recozer todos os objetos de vidro. 
 
1 PVB - Polivinil Butiral – É uma das matérias-primas utilizadas na fabricação de vidro laminado, é uma película plástica e elástica 
aplicada entre as chapas de vidro. Disponível em diversas cores no mercado. Pode ser utilizado na laminação de float e do impresso. 
É nessa película que os fragmentos de vidro ficam presos em caso de quebra. 
2 Poliuretano é qualquer polímero que compreende uma cadeia de unidades orgânicas unidas por ligações uretânicas. Trata-se de 
uma estrutura molecular obtida por reação química de poliadição entre um poliol e um isocianato. É amplamente usado em espumas 
rígidas e flexíveis, em elastômeros duráveis e em adesivos de alto desempenho, em selantes, em fibras, vedações, gaxetas, 
preservativos, carpetes e peças de plástico rígido. 
3 Os policarbonatos são um tipo particular de polímeros de cadeia longa, formados por grupos funcionais unidos por grupos 
carbonato. São moldáveis quando aquecidos, sendo por isso chamados termoplásticos. Como tal, estes plásticos são muito usados 
atualmente na moderna manufatura industrial e no design. 
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O recozimento envolve duas operações: 
a) Manutenção da massa de vidro acima de uma certa temperatura crítica durante um 
tempo suficientemente dilatado para que as tensões internas sejam reduzidas graças 
ao escoramento plástico, ficando abaixo de um máximo pré-determinado. 
b) Resfriamento da massa até temperatura ambiente, com lentidão suficiente para 
manter a tensão abaixo do máximo. 
5.2.4. – Acabamento 
Todos os vidros recozidos devem sofrer algumas operações de acabamento. Tais como: 
limpeza, esmerilhamento, lapidação, despolimento, esmaltamento, graduação e 
calibração. 
6 – Propriedades (vidros recozidos e temperados) 
6.1 – Físicas e químicas 
• transparentes face ao seu estado amorfo. 
• não sofrer qualquer alteração com o tempo e ao contato com ácidos e bases. 
• são impermeáveis aos gases e aos líquidos. 
• relativamente permeáveis às radiações do espectro solar (ultra violeta e 
infravermelho). 
• baixa condutibilidade térmica e elétrica. 
• densidades muito variáveis em função do tipo de vidro. 
• coeficiente de dilatação inferior ao concreto e aço. 
6.2 – Propriedades mecânicas 
• módulo de elasticidade = 600.000 a 800.000 kg / cm2 
• tensão de ruptura à flexão para vidro recozido= 350 a 450 kgf / cm2 
• tensão de ruptura à compressão = 2000 a 6000 Kgf / cm2 
• dureza = entre 6 e 7 da escala de mohs. 
• não resiste aos reforços dinâmicos de choque e fadiga por sua dureza. 
6.3 - Propriedades térmicas 
É frágil ao choque térmico. 
6.4 - Propriedades óticas 
Para vidros planos e cristais: 
• Quantidade de luz absorvida = 6% 
• Quantidade de luz perdida por reflexão = 8 a 30% (significativa) 
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7. Classificação 
De acordo com a NBR 7199 – “Projeto execução de envidraçamento na construção civil” 
temos as seguintes classificações: 
a) Quanto ao tipo: 
1. vidro recozido (após sua saída do forno é resfriado gradualmente não recebe qualquer 
tratamento) 
2. vidro segurança temperado (submetido ao tratamento térmico, através dos quais 
foram introduzidos tensões adequadas e que ao partir desintegra-se pequenos 
pedaços). 
3. vidro de segurança laminado (composto de várias chapas de vidro unidas por 
películas aderentes) 
4. vidro de segurança armado formado por única chapa de vidro com fios metálicos em 
seu interior ao quebrar os fios mantém os estilhaços presos. 
5. vidro térmico absorvente (absorve 20% dos raios infravermelhos, reduzindo o calor 
transmitido através dele). 
6. vidro composto (formado por duas ou mais chapas de vidro selada na periferia 
formando vazios entre chapas contendo no seu interior gás desidratado, com a 
finalidade de isolamento térmico e acústico. 
b) Quanto à forma 
• Chapa plana 
• Chapa curva 
• Perfilada 
• Ondulada 
c) Quanto à transparência 
• Transparente (transmite a luz e permite visão nítida através dele) 
• Translúcido (transmite a luz em vários graus de difusão, não permite visão nítida). 
• Opaco (impede a passagem da luz) 
d) Quanto ao acabamento 
• Liso (transparente, apresentando leve distorção das imagens refratadas, em virtude 
das características da superfície ocasionadas pelo processo da fabricação). 
• Polido (não apresenta distorções de imagens) 
• Impresso / fantasia (desenho impresso durante fabrica) 
• Fosco (translúcido, pelo tratamento mecânico ou químico em uma ou nas 2 
superfícies). 
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• Espelhado (reflete totalmente os raios luminosos) 
• Gravado (por meio de tratamentos químicos ou mecânicos apresenta ornamentos em 
uma ou nas duas superfícies). 
• Esmaltados (ornamentado através da aplicação de esmalte vitrificável em 1 ou 2 
faces. 
• Termorefletor (colorido e refletor pelo tratamento químico em uma da faces, feito a 
alta temperatura. 
e) Quanto à colocação 
• Incolor 
• Colorido

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